•
FUNDAÇÃO
GETÚLIO
VARGAS
CPOOC
CPOOC
AS RAizES DO PESSEDISMO FLUMINENSE IA politica d o
interven�or:
1937-1945),..;, . . �_ n __ j.. _ ";_ ..., ... 'v ... I g.I''-V.JÜ
FUIIOIClo GETULIO VlRGIS
CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENT AÇAO DE
HISTÓRIA CONTEMPORANEA DO BRASIL
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�OAÇAO
r;r-rúLlo
VARGAS
L
CPooc
AS RAIZES DO PESSEDISHO FLUMINENSE
(A politica
do interven'tor:
1937-1945).
FUNDAÇAO GETULIO VARGAS
CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇAO .
DE HISTORIA CONTEMPORANEA DO BRASIL 1992
3J.� �15.
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Cj
8 .)t..
Coordenação editorial:
Cristina Mar� Paes da Cunha
Ravis30de text
o:Dora Rocha
Digitação: Marília Krassiuss do Amparo
Nota:
Agradeço as contribuições de
Angela
de
Castro
Gomes,
Harieta
de Moraes Ferreira e Maria Celina Soares D'Araújo,
que
ler
am aversão prel iminar deste trabalho fornecendo importantes
sugestf5es. Agradeço também
aDora Rocha que muito beneficiou o
texto em sua vers�o
final.
P198r
Pãntoja, Silvia.
As
ra1zes do pessedismo fluminense;
(a
política do interventor:
1937-1945)ISilviil
Regina Pantoja·Serra
de
Castro. - Riode
Janeiro:
CPDDC, 1992.93
f.
- (Texto CPDDC)Bibliografia:
f.
92 - 93.1. Partido
Social Democrático (Brasil).
2. I
n
t erven ç�ofederal.
3.Governo estadual
Rio de Janeiro (Estado) - 1937-1945. 4. Pei
xoto, Ernani
do
Ama
ral,
1905-1989.I.
Centro
de
PesQUi5a e Documentação deHistória
Contemporanea do Brasil.
11. Titulo.CDn 329.981
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FUNDAÇÃO C�TÚllD VARGAS
li. �b�
/91
._._----SUMARIO
I. INTRODUCAO
11. O ATOR EM CENA
1. Da tutela à autonomia
2. O cenário flumlnense nos anos 1930
111. ARRUMANDO A CASA .
IV. O CARTAO DE VISITA
1. A politica flnancelra
01 05
17 34
2. PrinciPais medidas para a recuperaçio do setor produtivo
3 . A politica de modernizaçio da infra-estrutura
4 . As instituiçBes assistenclallstas
"C . . ] ao lratar das lntenções dos at ores num slsleina s o c I al , atores q ue empregam uma varlante cu l t u r a l ao lnvés de o u t r a em várIos moment os d e suas ',.l i d as I p are ce necessár I O enfatlzar que a r elaçã o entre lntenção, ato e
conseqUênc i a não é sempre d mesma. Pessoas
diferentemente situadas numa socledade pod e m
fazer muito
a nlesma c 01 Sã, P en Sdt- em diferentes p ar a . aqui I o faze n d o , e acarret ar c on s eqUenClas a o p r at lcarcm atos simila r e s."
s ign
�
ficadosqU� estão
diferentes
I. lNTRODUCAO
o
principio metodológico mais geral que fundamenta e permelaas páginas deste trabalho é o de que a
permite di ferentes formas de ·abordagem.1
realidade histórico-social
Assim sendo, ao tentar uma
reconstrução das raízes do PartIdo Social Democrático ( PSD) no Estado
do Rio de Janeiro, trabalhando predominantemente com fontes primárias, ordenei os dados dlsponivels em torno de algumas das variáveis que lhe deram Con flguraçio hlst6rlca. VivI nesse momento um dos velhos dIlemas de todo Cientista socIal. o de ter que escolher, num unIverso m�ltlPlo
de varIávelS, algulnas POUCdS para COln elas crlar condições j.Jara o
estudo aprofundado de u m fenômeno compleMo. Sem desconhecer, ou mesmo
sem deIxar de fazer menç�o a outras varIáveIs histórIcas, presentes e
signi ficatIvas para a reconstruçio das raízes do PSD flumInense,
dISPUS portanto os dados em relaçio a duas delas: o proJeto político e
o projeto econômIco-soCIal urdIdos durante a Interventor1<' Amaral
PeiMoto (1937-1945 ), que serVIram de alicerce para. a ulterior montagem
das bases do pessedismo fluminense.
PartIndo pois da premIssa de que é na estrutura estadonovista que se encontram os elementos-chaves para a compreensio do uerfil e da din5mica que· caracterIzam os partIdos polítICOS e o sistema partidjrio
inaugurados em 1945, procuro eMaminar a estrutura de poder que se
formou no Estado do Rio de JaneIro ao longo do Estado Novo, através d a montayem
viabilIzar
de mec�nism05 políticos-institucionais destin<:.dos a
o controle do interventor Amaral PaiMoto sobre as es ferêlS
eslratégICas da economIa e da sociedade fluminenses. E meu
evidenciar que o conjunto das medidas Implementadas possibilitou a
sedimentaç50 da 11deran�d amarallsta, a qual, por sua vez, constituIu 1
a raIZ da seção regIonal do PSD, montada ao final do Estado Novo.
Entre os mecanIsmos político-InstItucIonais colocados em
p rAtIca ap6s o golpe de 37, o sIstema de lnterventorla foi sem dúvida
o de maior relevâncIa, por constituir o mais poderoso recurso político
utilizado pelo governo de Getúlio Vargas para o estabelecimento da
nova o rdem. No entanto, cabe notar que este mecanIsmo não fOI novIdade
t razida pelo Estado Novo, tendo jA sido implementado no p6s-30 pelos
tenentes revoluclonãrlos em sua ofens I va política em torno de pr'tlcas
centralizadoras e intervenclonistas. De fato, no período
pos-revoluclonA rlo os processos de centralIzação e de inte rvenção federal
nos estados - cruciaIs no quadro das mudanças políticas almejadas
vão encont rar na lnterventorla seu I nstrumento-chave. E at rav�s deste
recurso POlít,CO
Instrumento federação.
de
que os tenentes v�o p rocurar
representação política nos
constrUIr um s61ido
diferentes estados da
Implantadas como sIstema em todo o país logo ap6s a Revolução
de 30, as interventorlas representaram um mecanismo de controle e de
cunha do poder cenlrdl em cada estado, c rIado para enfra quecer as
antIgaS situações "na medida em que· o interveO ligado a ntor, embora
elIte estadual, nao deVIa a ela sua pe rmaninc l a no controle do estado, mas SIm ao beneplác Ito do Executivo Federal".2 Nota-se que Vargas
nomeou para a chefia dos governos estad uais individuos que, embora
natIvos dos estados, não possuíam ali raizes pol ít icas; "indlvíduos com escassa biografia política ou que, se ·possuíam alguma, a fizeram
até certo ponto para fora das má qUInas pa�tidárias
estados"03
lradiclonais nos
cent ,-aI dom Inante
Mas a interventor, embora representasse a diretriz do
nos estados, era também um elemento relacionado com a
poder classe
diversas correntes da po l ít i ca r e g i o n a l d e m o d o a e v i t a r q u e o g o v e r n o c e ntra l p r e C isasse e n t r a r e m c on f l i t o a b e rto c om e l as . 4 Por iSSO m e s m o , n o s estad os e m que s e mostr a v a d i f í c i l estab e l e c e r u m entrosamento entre os interventores (representantes dos tenentes) e as oligarquias (detentoras dos interesses ec onQ m i c os l oc a i s) , oc o r r e u u m a grande a l ternan c l a n o pod e r .
. No Estado do Rio de Janeiro, a l ém d a d i sputa e n t r e ten e n t e s e o l i g ar c a s , a R ev o l u ç ão d e 1930 g e r o u um a c on j u n t u r a d e e K t r e m a i n s t abi I i d ad e po l í t i c a , e m g r a n d e parte d e c orren t e do f r a c i o n am e n t o d a s f o r ç a s pol í t i c as t r ad i c io n a i s . E s s a f r a g m e n t a ç ão v i n h a n a v e r d a d e d e sd e 05 pr i mó r d i o s d a Repúb l i c a e i mp e d i u q u e s e c r i a s s e u m q u a d r o p art i dár i o e s t á v e l o s u f i c i e n t e pa r a g a r a n t i r o m í n i mo d e c oesão i nter n a n e c es sá r i a pa r a s us te n t a r a pos i ç ão do Estado d o R i o n o c en á rio po l í t i c o nac i o n a l . E m d e c orr ê n c i a d e s s e q u a d ro d e i n st ab ili dad e p o l í t i c a , ob s e r va m o s u m a a l ta rotati v i d ad e ,de in t e rv e n t o r e s f l um i n e n s es no pe r í od o 1930/1935, c o n f o r m e d em o n s t r a o qua d r o -aba i Ko:
*---�---* I N T ER V E N T O R E S F L U M I NE NS E S (30/37t 1 I n ic i o 1 T é r m i no ---_·_---I--�---I---� ( Ce l . ) D e mÓ c r ito B a r b o s a 1 24.10.1930 1 29.10.1930 ---I---I�---�-� -n, � _ -' ,.. ... _ , • ..,,... . ... ... . ... ,.� ... .
I � .A.II.LU ut:' L.c1�LIU L..d':)dUU I C7 . J.'U . .L7..:J'U I .:J'U . V,J . .L7.:J.L
---_·_---1---1---( Ga l . ) Jo � o d e D e u s M e n� B a r r eto 1 30.05.1931 1 04.11.1931
---i---I---( T e n . Ce l ) Pa n t a l e� o d a S i l va P e s soa 1 04.11.1931 ! 16.12.1931
---.--- 1 ---!
---( Ten . ) Ari Pa rre i ras 116.12.1931 108.11.1935
*---* Fonte : Qua dro e l ab o r a d o a partir d o D i c i o nário
histórico-biográfico
b ra s i l e i ro : 1930-1983.
Somen t e com a ins t aur ação do Est a d o Novo e a nomeação de
Ernan l do Amaral PeiHot o p ara a in t e r ven t oria fluminense (11.11.1937)
foi que o Est a·do do Rio de Jan eiro consegulu alcançar a est abll idade
polít ica n ecessárla à for mação d e uma sólid a organlzação polít ica que,
mais t ar d e, t ransformada na seção r e gional d o Par t ld o Social
Democrático (PSD) , d ominaria o cen ário est a duaJ· p o r longos anos.
Com base nest a premlssa, busquel comp reender melhor o p e r fil
do Est ado Novo a t ravés do eHame da est r u t u r a d e pod e r que e n t ão s e
constitulu no Est ado do R10 d e Janelro e dos mecanlsmos que lhe deram
feição marcad amen t e burocrát ica. Cr eio com isso est ar p roce d endo a uma invest19ação orlglnal, P01S, conforme apon t a Maria do Carmo Camp elo de Souza, a quase tot alid a d e dos est udos sobre o piríodo presc l n de dest e t lPO de análise.5
Out ra con t r ibuição que pretendo d a r ao eKam l n a r as raízes do pessedismo flumln ense p r end e-se às pond e r ações fei t as por Olavo Brasil d e Lima Jr. sobre a n ecessld a d e d a r eglon allzação dos est udos sobre os
part idos polít icos, o que evident ement e imp lica a r e alização d e
pesqulsas localizadas , baseadas em lev a n tamen t os empí rlcos, como forma
d e evit ar ·in t e r pr e t ações gen jricas �u çonclusões precipit a d as.6 A
t endênc i a d omln a n t e e n cob r e , mais que revela, as con t radições eKis t ent es e n t re o p roje t o n acional e as prát icas ·est aduais dos p a r t idos polí t icos. Uma valiosa eKceção e o t r a balho d e Dulce Pan dolfl, que abord a o PSD d e Pern ambuco.7 Ressalt ando a con tlnuid a d e entre o Est ado Novo e o r egime de 1946 , a au t ora a n alisa o processo d e
implant ação e con solidação da domin ação do pessedismo em P e rnambuco
á t é o seu d eclínio.
Com essas orient ações, na p rimeira p a r t e do t rabalho , sob O subtít ulo "O a t o r em cena" , dedico-me a eKam l n ar como se p rocessou o
que em linhas gerais, o panorama político-econômico encontrado pelo
novo interventor, sobre o qual ele construiria seu projeto
politico-administrativo. Na segunda parte, sob o subtítulo "Arrumando a casa",
tento reconstruir alguns aspectos centrais da reforma administrativa
implementada pela interventoria a partir de 1937. Na terceira e última
parte, sob o subtítulo de "O cartão de visi�a", procuro destacar o
projeto econômico-social, ou seJa, as principais medidas propostas ou
adotadas por aquela interventoria visando o saneamento e a recuperação
econômico-financeira do Estado do RiO de Janeiro. Esta iniciativa se
deu
parI
passu à montagem de uma organização política que, uma vezestruturada e posta em funcionamento, moldou e deu os parSmetros da
ação política pessedista subseqUente à abertura de 1945.
Para o eKame do conjunto de questões acima
utilizei baSicamente, como fontes primárias de peSqUiSa,
anunCiado
o ArqUiVO
Amaral PeiKoto depositado no CPDOC-FGV, o Jornal O Fluminense e a
entreVista concedida por Amaral PeiKoto ao CPDOC, que deu orIgem ao
l�vro
Artes da Política dIálogo com Amaral
PeiKolo.811. O ATOR EM CENA
4 _ "_ � . ,� �,_ � _ .. L _____ _
... ua. ... .;. .. Do <lo o.\.J,\.VI IUIIIJ,.U
A eKemplo' dos demais interventores, AmaYa 1 PeiKoto, ao
assumir a administração fluminense em 1937, não possuía raí�es no
estado, embora pertencesse p
�
lo lado paterno a uma ·tradicional famíliade Parati (regi�o sul). Al'm disso, tinha pouca eKPeriincia política.
Ajudante-de-ordens do presidente Get�lio Vargas desde 1933 , apenas
nesse ano ingressara na política, filiando-se ao Partido Autonomista
do Distrito Federal Sua nomeação para a inter,'entoria fluminense em 9
de novembro de 1937 deveu-se à indicdção feita pejo grupo polítiCO
liderado por José Eduardo de Macedo Soares, que aSSlm pretendia 5
d e b e l a r a ser i a c r l s e i n s t a l a d a n o E s t a d o d o R i o d e Jan e i r o d u r a n t e o gove r n o Pr ológ e n e s GU l ma r ã e s . a g r a v a d a p e l as re p e t i d a s l i c e n ç a s p a r a t r a t am e n t o d e s aúd e r e qu e r l d a s p e l o g o v e r n a d o r . C o m o a d v e n t o d o E s t a d o N o v o . G e t � l l o d e c i d l u c on f i r m a r 'a n om e a ç ã o d e Am a r a l fe i t a u m ú l a a n t e s d o g o l p e . Pe i x ot o .
E s t r a n h'o P01S a o' c e n á r l o p o l í t lCO f l um i n e n s e . o "Com a n d a n t e" - ap e l i d o c onfe r i d o a o i n t e r v e n t or em a l u são à s u a c o n di ç ã o d e o f i c i a l d a Mar i n h a - a c at ou d e i n í c i o a o r l e n t a ç ão d os m a c ed i s t a s . c o n s e r v a n d o a g r a n d e m a i oria d os p r efe i t os e t e n d o o c u i d a d o d e s u b s t i t u l r o s que n ã o m an t i n h a m e s t r e l t o s v í n c u l o s c o m a qu e l a c o r r e n t e e n t ã o d o m l n a n t e . 9 En t re a� m u d a n ç a s p r ovoc a d a s n a s s i t u a ç ões mu n i c l p ai s p o r i n f l uên c l l;' d o g r u p o d e J . E . d e M a c e d o S o a r e s g an h o u r e s s onin c l a o a f a s t amen t o d e A l fr e d o B a h l e n se d a p refe i t ura d e N i t e r ó i . J á n o d l a 13 d e n o v e m b r o o Cen t r o Pró-Me l h o r a me n t o s d o F o n s e c a . a A s s o c l a ç ã o C o m e r c i a l e o S l n d i c a t o d os C o m e rc i an t e s e m p e n h a r a m - s e e m u m m o v i me n t o v i san d o a rec o n d uç ã o d o e x - p refe i t o . 10 E s s e m o v i me n t o . n o e n t an t o. n ã o e n c o n t r o u t e r r e n o p a r a e x p a n d i r -se e m m e i o a o n ovo r e g l me .
d i a s d e p o l s d o g o l p e . e m 18 de n ov e m b r o . A m a r a l Peixo t o .
e p oucos
a c a t a n d o a i n dic ação d e M a c e d o S o ates. n om e o u João F r an c i s c o d e A l m e i d a' B r a n d ã o J r . p a r a a prefe i t u r a d a c ap i t a l f l u m l n e n se.
E m b o ra Ama r a l P e i xo t o t E� h a l n l c i a l me n t e d a d o aos m a c e d i s t a s i mp or t a n t e s p o s i ç õ e s . t am b é m c o n t e m p l ou o u t r a s c or r e n t e s . n o t a d am e n t e d o n or t e
re 9 1ão. 1 1
f l u m i n e n se. d e mon s t r a n d o i n t e r e s s e e m p r e s t i gi a r a q u e l a e r e s e r vou p a r a S l .a l g u m a s n omeaç õ e s e m P e t róp o l is . T e re s6p o l i s e P a r a í b a d o S u l . Alé m d i s s o . p r eocupa �o em n e u t r a lizar a a s c e n dênc l a d os mace d i s t as n o g o v e r n o . n o meou p a r a s e u secr e t á r io A l f r e d o Neve s . e l e m e n t o n ão só ex t er n o mas t a mb ém a ves so áqu e l e g rupo.
que d e s f l"u t a va d e gran d e p r e s t iglo n a r e g l ão d o v ale d o rara í . b a e c e d o l ria m o s t r a r-se u m p o l í t i c o hab i l l d o s o. cap a z d e art Ic u l ar e m lor n o d e
Sl O S g r u p os p o l í t 1cOS r e p r e s e n t ad o s n o g o v e r n o q u e f o s s e m a d v e r sá r i o s d a c o r re n t e m a c e d i s t a.
o
alinh a mento ent r e os m a c e d istas e o inte r v e n t o r d u r o up o u co m e n o s de um an o , ve r i f i c a n d o- s e e n t � o e n t re e l e s u m d e f i n i t i vo r o m p i men t o p o l ít ico . A e KP l i ca ç ão p a r a esse r o mpime n t o e s t á n o f a t o de que , na v e r d a d e , a p r e t e n s � o d e M a c ed o S o a r e s a o i n d i ca r A m a r a l
PeiKoto pa rá a int erventori a f l u m1 n ense e r a que este e K e rc e s s e a p e n a s um "ma n d a t o t am p � o", p a r a que e l e m e s m o p ud es s e a s s u m i r o g ov ern o d o e s t a d o . M a s V a r g a s b a r r o u a s p re t e n sões d e M a ce d o S o a re? a o con f i rm a r A m a r a l P e i Ko t o n o ca r g o d e i n t e r ven t or a p ó s o a d v e n t o d o E s t a d o N o v o . P a r a l e l amen t e à f o r t e d e cepção s o f r1d a com a a t i t u d e d e G e t ú l i o, os m a c e d1s t a s t a mbém p e r c e b e r a m o 1n t e r e s s e do i n t e r v e n t o r em a s s e g urar sua a u t o n o m i a p o l i t i c a . 1 2
A a s ce n s � o d e Amar a l P e i K o t o e d e s e u g ru p o fo i t am b é m b a s t a n t e f a v o re cida p e l a i m a g e m q u e o i n t e r v e n t o r ce d o co n quistou no ce n á r i o es t a d u a l , d e a d m i n i s t r a d o r m o d e r n o e com p et en t e , 2 p e l o p re s t i gIO d e q u e d e s f r u t a va'n o cen á r i o f e d er a l O s l aç o s q u e o u n I am a o E K e c u t i vo f e d e r a l d e s d e 1933, qua n d o se t o r n o u a j u d a n t e - d e - o r d e n s d a P r e sid ência, t o r n a r a m - s e a i n d a ma i s e s t r e i t o s a p ó s s e u c a s ame n t o com A l z i r a V a r g a s , f i l h a d e G e t úl i o, e m j u l ho d e 1939. A l ém d i s s o , f e r r e n h o d e f e n s o r d o E s t a d o Novo, A m a r a l P e i K o t o m u i t o s e e m p e n h OU n a c r i a ç ã o d e u m a b a s e p o l í t i ca , n a c i o n a l d e a p o i o a o r e g i me, l an ç a n d o o projeto d a Leg i �o C í v i ca NaC I o n a l l og o a p ó s o Putsch i n t e g r a l i s t a d e 11 d e m aio d e 1938. E m b o r a o projeto con t a s se c o m a s i mp a t i a d e g r and e parte d o s in terv e ntores, n�o che g o u a con c r e t i z a r - s e p or t e r en con t r a d o f or t e r e s i s t fn c i a p o r p a r t e d o s polític os g a ú ch o s . De t od a f o r m a , e m v i rt ude d a i n f l u ê n c i a crescen t e que foi' conqu i s t an d o n o p l a n o nac i ona l , A m a ral P e i K o t o d es e m p en h ou m i SSões espec i a i s e m n ome d o g o v e r n o fe d e r a l a o l ongo d o períod o . 13
Em fins d e 1938 , já fortaleCIdo nos p l a nos est adual e federal, Amaral PeIxoto evidenclou seu prOPÓS It o de romper com o grupo
liderado por Macedo Soares d e modo a poder assumir de forma plena e
autô noma a coordena ção política e a d ministr ativa estad ual. As
insatisfações d os maced istas atinglram o clímax quan do o
aten dendo sollcit ação de seu secretárlo Alfredo Neves,
interven tor,
eHonerou o
chefe de pol i cia Antônlo Roussouliires , que era um dos elementos mais
aflnados com José Eduardo. Esse fato levou Horáclo de Carvalh o Jr. a
pedlr demlssão da Secret arla do In t erlor e Justlça, lornando publlca a
desaven'a entre seu grupo e o lnterventor. Meses d e p ois Lupérlo
Santos , que t ambém era macedista, exonerou�se da Secretarla de Viação
e Obras públlcas. A par t lr d e ent ão foram a f astados do governo todos
os elemenlos dessa corrente, com exceção de Bran d ão Jr. ,
manteve ao lado de Amaral Pelxoto até o fim do �stado Novo,
que se embora
fosse constantemente combatido p elos cor rellglonários de Alfredo
Neves.14
Com o rompImento entre os macedist as e o governo, ascendeu no cenário político a corrente nevist a, ·a qual , áquela alt ura , Já contava
com o declsivo apOlO de Amaral Pelxoto. Bas t an t e prestigiada pelo
Interventor , essa corrente foi formada inicialmente pelo secretário de
Finan ças. J. Rese n d e Silva , pelo diretor de Sauue Publica,
Pinotti, pelo dlretor do Departamento das Municip alidades , Márlo Alves da Fonseca , e pelo prefeito de PetrópollS, Vida Fiú�a.15
Inte ressa d o em mon t ar suas próprias bases políticas ,
Pelxot o ·passou a est ab e l ecer contatos .pessoais com as
Amaral chefias
polit icas Inun icipais atravjs de freqUe n t es viagens ao in terlor do
estado. Proc
J
rando não ficar dependente de n e n h uma cor renteespecí fica, o in t erven t o r d esenvolveu com essas chefias, n o t adamen t e com as do n ort e flunl l nense - fIOS oito anos de governo foi 14 vezes a
Campos -, uma polítIca de cunho essenclalmente clientelístico baseada
na concessão de favores e benesses. 16 Paralelamente, o secretárlo de
governo Alfredo Neves, que tInha tradlção política no eslado,
preocupou-se em formar uma forte corre�te de apOlO ao
Quando a cooptação mostrava-se difícil, a alternativa era proceder ao
alljamento dos e�ementos refratários à orlentação do governo. ASSlm se
expllca que durante os anos de 1938 e 1939, quando se processava a
montagem da nova máqUlna admlnlstratlva do estado, 25 dos 31 prefeitos tenham sido SUbstltuídos (consultar quadro em Anexo I).
Em sua estratégla de controle das munlcipalldades, o
lnterventor, além das VIagens freqUentes, adotou a praxe de receber os prefeitos uma vez por semana no palácld do Ingá, de modo a lnteirar-se
de todos os fatos lmportantes que aconteclam nas diferentes
localldades. A· prlncíp la, os prefeltos eram submetldos a uma
"verdadelra sabatlna", pela qual o interventor avalIava a convenlêncla
d� mantê-los ou não no poder. O critério utlllzado para a nomeação de
prefeitos era o de escolher sempre os elementos de malor conceito na
regl�O, pessoas que domlnassem o cen�rlo munlclpal. Mesmo nos çasos em
que o prefelto não representava a malor força local, Amaral Pelxoto
. .,
procurava artlcular-se em torno de grupo preemlnente.·'
Em que pese o estrelto controle que o lnterventor
sobre os pre feitos - controle que se verlficava pela prerrogatlva da
nomeação e pela completa subordinação das prefelturas ao Departamento
das Munlcipalldades n�o se pode dlzer que estes desfrutavam de
pouca força polítlca. Em primeiro lugar, para que um prefelto fosse
nomeado e mantido no cargo era preciso que fosse um líder político em
sua localidade de modo u interessar ao c:ooptá-lo em sua
estratégia de domlnação. Segundo, como o prefeito era o representante
oficlal dos Interesses munlCIPalS junlo ao Departamento das
Mun i c i p a l i d a d e s - órgão est a d u a l q u e c o n t r o l av a a v i d a ec o n ôm i c a d o s
m u n i c i p i o s -, d e s f r u t a v a c e r t am e n t e d e p os i ç ão e s t r a t é g i c a j u n t o as
chefias l o c a i s . A i n d a c on f i rm a n d o a i mp o r t in c i a do c a r g o e s t ' o f a t o
d e que o s 1 1 p r e f e i t o s m an t i d o s p o r t od o o p e r í od o (c o n s u l t ar q u a d r o e m An exo .1) s er i a m importantes articula d o r e s qua n d o d a mon t a g em d o P S D r e g i o n a l 1 8
Be m-suced i d o em sua ast ratégi a p o l í t i c a e d e v i d am en t e a f i n a d o
com o g o v e rn o c e n t r a l , Ama r a l P e i xo t o f o i , a o l ad o d o s i n t e r v e n t o r e s A g a m e n o n Mag a l h �e s ( PE ) e B e n e d i t o V a l a d a r e s (MG), u m d o� e l emen t o s d e maior f o r ç a e p re s t íg i o jun t o a Ge t � l i o Varg as . E s t e f a t o é a t est a d o n �o só p e l a p ró p r i a d e c l a r a ç ão d o i n t er v e n t o r s o b r e a a u t o n o m i a
ad m i n i s t r a t i v a d e q u e d e s f r u t a v a , 1 9 c o m o t a m b é m p e l o t e m p o d e s u a parmananc i a n o p o d e r . E n q u an t o n o s e s t ad o s m a i s res i s t en t e s à s u j eiç ã o a o c e n t ro e q u e p o s s u í a m f o r t e s m i l í c i a s - c om o o R i o G r ande d o Sul e S ã o Pau l o - V a r g a s V i u - se o b r i g a d o a f a z e r s u b s t i t u i ç ões, nos e s t a d o s q u e se m o s t r a v a m i n t e i ramen t e e n t r o s a d o s c om o re gime e s o b a t u t e l a p re s i d enc i a l , o s i n t erven t o r e s não só p e r ma n e c e r a m d ura n t e t od o ( ou q u a s e t odo ) o p e ríod o , c o mo t a mbém c o o r d e n a ram o p ro c e s s o d e r e d e m o c r a t i z a ç ão q u e se v e r i f i c o u no p a í s ao f i n a l d o Estado N('II.JO (iQI1':,l ""","e"rn;�"
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*---*
I
E S T A D O S 1 I NT E R V E N T O R I A S 1 INÍ
C I O 1 TÉ
RM I N O 1 ---1---1---1---1 MG 1 B e n e d i t o V a l a d a r e s 1 12. 12. 1933 1 04.11.19451 ---1---1---1---1 RJ 1 E r n an i d o A ma r a l Pe i ><o t o 09.11. 1937 1 27.10 .19451 --- 1---·- ----
----
1-
----
---1 PE 1 Agamen o n M a g a l h ã es 03.12.1937 1 20.02. 19451 ---1--- ---1---1 1 A n t ôn l o Fern a n d e s Da n t as 11,11.1937 1 28. 03. 19381!;l
A 1 L a n du l f o'A l v e s 28_03.1938 1 28. 11.19421 1 P i n t o A l e i Ko 28.11.1942 1 29.10.19451 ---1--- ---1---1 C a r d o s o d e Me l o Ne t o 05.01.1937 25. 04.19381 SP A d e m a r d e B a r r o s 27.04.1938 05. 06.19411 F e r n a n d o C o s t a 05. 06.1941 27 .10.19451 S e b a s t l ão N o g u e l r a d e L i m a 27.10.1945 07.11.19451 ---1--- --�---I---! 1 G e n . Da l t r o FO 1 19.10.1937 19.01. 19381 RS 1 M a u r i c i o C a r d o s o 19.01.1938 04.03.19381 1 C e l . C o r d eIro d e F a r l a s 04.03. 1938 11.09.19431 1 T e n . C e l . E rne s t o D o r ne l l e s 11.09.1943 01 .11.19451 *---_._---'---*F on t e: O u a d r o e l a b o r a d o a p a r t l r d o
Dicionárlo
hjstÓrico biográfico
braslleno,
1930-1983.
O u a n t o a o p r o g r a m a admln i s t r a t i v o p r op riame n t e
apr e s e n t a d o p e l a i n t e r ven t o r i a Amaral Pe i Ko t o , t om o c om o h l PÓtes e o f a t o d e q u e a s p r o p o s t a s d e r ecup e r aç ã o e c o n ômic a e f i na n c e I ra d o e s t a d o - a t i v l d a d e s a p on t a d a s c om o metas p recip u a s d o g ov e rno - a c h
a-.
.
v a m- s e c onjugad a s e d e ce r t a forma sub o r d i n adas às inlc l at l v a s a d o t a d as v i san d o a implementação d a n o v a o r g a n l zação e l i d e r a n�a p o l it i c a s . P a r a u m a d e V I d a a v a l i a�ão d o a l c a n c e e d o s l i mlt e s d e s s e p ro g r am a , c on sidero l mp o r t a n�e r e c u a r e e Ka m.n ar , a i n d a q u e e m l i n h a s
g e ra i s, o q u a d r o e c onÔm I C O q u e s e c o n figurou n o c e n á rIo f l um i n e n se a o l on g o d o s a n os 1930 a t é o g o l p e d � 1937 .
2 - O cen á r i o f l u m i n e n se n o s a n o s 1930
N o i nic i o d o Est ad o Novo c Est a d o d o Rio aIn d a n50 se havla r e c u p e r a d o d o l m p ac t o úup l o e int e r r e l ac i on ado que marcou a ec on omla
braSileira em seu conjunto ao romper dos anos 1930: um,
externa, provocado pela crise de 1929, que abalou todo o mundo
capitalista; outro, de origem interna, causado pela int ervençâo do
Estado na esfera econômica, inovação trazida pelo movimento
revo luCionário de 1930.
De fato, seriament
e
abalada com a crise internaCionalirrompida em 1929, a economIa fluminense, baseada sobretudo na
cafeicultura e na agroindústria açucareira, ingressou na década de
1930 com poucas perspectivas de revltallzação. Quanto à cafeicultura,
é lnteressante notar que, embora decadente em seu conJunto, fOi
surpreendida pela crise no momento em que as tentativas de dinamização
postas em prática pelos governos Feliciano Sodré (1924/1927) e Manuel
Duarte (1927/1930) começavam a produzir resultados POSitivOS. A
política adotada pelo governo federal, de formação de estoques
regu
I
ad ores', favoreceu a ocorrência de conJunturas de preçosvantaJosas, o que se ref letiu na total ocupação do noroeste do estado
por cafezais, no final da década de 1920.20
A agroindústria açucarelra, segunda atividade econômica do
estado, fOi ainda maiS atingida .pela depressão econômica que se seguiu a crise internaCional, por encontrar-se Ja ha mUitos anos 2m sltuaçao
eNlremamente precárla, afastada do mercado eNterno e sofrendo a
concorrêncla do açúcar nordestino no mercado carloca.
Os proc edimentos adotados pelos poderes públiCOS para debelar
o caos que se verificava na economla como um todo guardavam estreita
relação com a dir�trlz assumida pela Revolução de 1930 no domínlo da
lnfra-estrutura, a qual. prev i a uma i nterferên c ia direta do Estado n a
coordenação, planejamento, controle P. incentivo das várias ativldades
econômIcas atrav&s de 6rg�os orlentados especlficamente para esses
FOI com esta orlentaç�o que O Governo Provis6rio de Vargas se
engajou na flxpção de preços e no controle da produção do café e do
açúcar. No caso do café, a política traç
a
da pelo governo federaladotada a prIncípio pelo Conselho NacIonal do Café (CNC) e depoIs pelo
Departamento NacIonal do Café ( DNC) prot�geu prIncIPalmente a
cafeIcultura paulIsta. Para o Estado do Rio de Janeiro essa política
teve dr'sticas conseqUenClas, chegando a reverter o processo de
expansão da lavoura no norte do estado, uma vez que lmpunha a reduç�o
do cresclmento da produç�o. A alegação era que o café fi umlnense,
conSIderado de m' qUalldade, encontrava limltadas posslbllldades de
exportação . Em conseqUenCla dessa política,' a crIse do setor
aprofundou-se aInda malS. Se em 1931 o café era o produto que malor
renda auferla ao Estado' do R10 - representava 37X do valor da produção
agrícola estadual -, a partIr de 1934 deixou de ser o prInCIPal Item
da pauta de arrecadaç�o, suplantado pela laranJa. Paralelamente a
queda da arrecadaç�o, observou-se uma redução do volume fíSICO da
produção e da area cultivada a partir de 1934. Em relação a este aspecto, ve�iflcou-se uma retraç�D de cerca de 70X entre as safras de 1936 e 1937. 21
No caso do setor açucareiro, a lntervenção estatal s e deu de
forma malS ampla, desembocando, em 1933, na crIação do Instituto do
Açúcar e do Alcool I I AA). A este 6rgão cabIa, além de pla n ejar, controlar e fomentar a produção de açúcar e 'lcool em âmbIto nacional,
procurar regulamentar as r elaç5es ent�e usineIros e fornecedores de
�ana, em vlrtude dos constantes choques de interesse entre Esses dOIS
segmentos sociais. Cabe assinalar que f 01 em decorrencla da grande>
campanha mOVIda pelos fornecedores no Estado do RIO e em outros
estados produtores para g�rantir urna quota fixa de produção Junto 'S
usinas Que f 01 promulgada a lei nO 178, de JaneIro de 1936,
13
p o r sua vez , s e r i a c o n s o l i d a d a em 1 9 4 1 c om a p r o mu l g a ç ã o d o E s t a t u t o d a L a v o u r a C a n av i e i r a . 2 2
V o l t a n d o- s e b a s i c a ment e p a r a a g a r an t i a d o s p re ç o s p ag os p e l o mercado i n t e r n o , o G over no P r ov i s ó r i o d e Get ú l i o V a r g a s i m pôs a l i m i t aç ão d a p ro d u ç ã o d o a ç ú c a r . A p esar d e s s a I n i c i at i va t er l ev a d o a u m a not a d a r ed u ç ã o no v o l u me f í s i c o p r o d u z i d o p e l a l av o u r a d e c an a - d e aç ú c ar · f l um i n ense no
�
a n o s d e 1 9 3 1 e 1932 , ve r i f i c o u..,se , a p a r t i r d e 1933 , u m c o n t í n u o a u m en t o d o s í n d i c e s rel a t i vo s à p ro d u ç ão , o que a c ab a r i a e l e v a n d o o R i o d e Jan e i r o à c o n d i ç ão de p r i me i ro p r o d u t or bra�llairo d e açú c a r em 1936 . O v o l u me d e eKP o r t aç ão d o a ç ú c a rflumlnensa cresceu de 39.918.951 qui l os em 1931 para 79.053660 quilos
am 1935, e a p a r t i c i p a ç ão d o i mp o s t o sob re a e K P o r t a ç ão d o pr o d u t o n a a r r e c a d aç ã o est a d u a l p as s o u d e 1 4 , 02 X e m 1 9 3 1 p a r a 2 3 , 1 9X em 1936 . 23 E n t r e t ant o , embora e s t es í nd i c es d e m o n strem que o c o ,-reu , n o p e rlo d o em t e l a , u m S I g n i f i c a t i v o i nc remen t o d o s e t o r , es t e n ã o f o i �uficianta p a ra rever t e r a s I t u a ç ão g e r a l d e c r i s e p o r que p assava a e c o n om.a f l u m i nense . E i mp o r t an t e l e m b r a r que , c o m a c r i ar.ão do I 1'1 A ,
parcal a c o n s i d e r á v e l d o i m p os t o d e eKPo r t a ç ão cob,- a d o s o b r e o açu c a r ara rapas�ada para o 8ovarno fadaral.
Em re l aç ão a o s d ema i s p ro d u t o s , a c r i se d e 1929. e a c o n se qUe n t e qued a d o s p re ç o s n o s merc a d o s c o n s u mId o r e s d o s p r i n c i p a i s gê n e r o s a g r í c o l as p ro d u z i d o s p e l o est a d o V I e r a m r e f or ç a r a i dé i a já p r esen t e e m p ro p o s t as fei t a s p o r . r e p r e se n t an t es das e l i t e s d i r i gen t es e s t a d u a i s desde o f i n a l d a d é c a d a d e 1890 , d e se proc u rar r e c u pC?r a,- a e c on omIa d o esl .. cJ/I a t r a v é s d a p romoç ã o · d a d i ve r s i f i c aç ao a g r í c o l a , ou se j a , a t r a vés d o i n c e n t i vo a o cu l t i vo d e o u t ros gineros .que n ã o f osse m o café e a c an a- d e - a ç úcar . P a ra t ant o , o g ov e rno fed e r a l c riou em 193 3
a Com i s são de S aneamen t o da BaIKada F l umi nense , que e 111 1936 passou a
s e c h a m a r D i re t o ria d e S a n e a mento d a B aiK a d a F l um inense . Este órgão 1 4
t i n h a p o r o b j e t i vo s a n e a r o s t e r r e n o s i
n
s a l u b r e s l o c al i z a d o s n a s p ro�i m i d a d e s d oD
i
s t r i t o F e d e r a l e r e c u p e r á - l o s p a r a a a t i v i d a d e a g r í c o l a , d e man e i r a a e s t i m u l a r a p e qu e n a propri e d a d e r u r a l , p r o m o v e r o c oo p e r a t i v i smo e a i n s t a l a ç ão d e c o l ô n i a s a g rí
col
a s , n a t e n t a t i v a d e a s s e g u r a r o a b a s t e c i m en t o d o g ra n d e m e r c a d o c on su m i d o r d a c a p i t a l f e d e r al . E m b o r a os ·t r ab a l h o s d e s a n e a me n t o p r op r i ame n t e d i t o s ó t en h am se i n i c i ad o em 1 9 36 , ve r i f i c ou - s e um c r e s c i men t o n o s 1n d i c e s d e p ro d u ç ão a n u a l d e vár
i o s g ên e r o s c u l t i va d o s n o E s t a d o d o R i o e n t re 1 93 1 e 1 93 7 , c omo o a r r o z , a b a t a t a , o f e i j �o e a m a n d i oc a , t o d o s p ro d u t os d e a m p l o c o n s u m o n o p r óp r i o e s t a d o . P o r é m , ao i n v é s d e d e d i c a r - se p r i m o r d i a l men t e a o c u l t i v o d e g ên
e r o s a l i m e n t í c i o s d e c o n s u m o c or r en t e n o s m e r c a d os u r b a n os , a B a i�
a d a F l um in
en se e s p e c i a l i z o u - se n a f r u t i c u l t u r a , p r i n c i p a l me n t e n a c ul t ura d a l ar an j a , c u j a p ro d u ç ã o e r a d ir
igi d a p a r a o m e r c a d o e�t e r n o . E m 1 93 4 , a l a r�nja r e p r e s e n t ava o p r i n c�pal i t em d a a r r e c a d a ç ã o estadual. O c r e s c ime n t o d a p ro d u ç ã o é e v i d e n c i a d o p e l o a u me n t o d a á r e a c u l t i v a d a q u e p a s s o u d e 1 1 . 500 h e c t a r e s e m 1 9 3 1 p ar a 3 0 . 9 0 9 h e c ta r e s e m 1 93 7 . 2 4Os ' o u t ros s e t o r e s q u e tam b é� t i
y
er
am
cr e s c i me n t o s i g n i f i c a t i vo n a d é c a d a d e 1 93 0 f o r a m o s vol t ad o s p ara a s i n dús
t r ias
p a s t or i l e d o s a l . A p r i m e i ra er
a , e m 1 93 4 , u m a d a s pri
n ci
p a i s f on t e s d e r i qu e z a d o e s t a d o , t an t o p e l a c r i ação d e g a d o prop r i a men t e d i t a q u an t o p e l a s i n d ú s t r i as d e r i va d a s d o l ei
t e e d a ca r n e . N a que l a é p o c a o E s t a d o d o R i o o c u p ava o ter c e i r o l ug a r c o m o p r od
u to
r d e .I
e i t e d o p ais , o quin t o d e q ue i j o e o se�t o d e m a n t e i g a . E m r e l a ç ã o à i n dú
s t r i a d o sa l , e sta a l c an ç o u n o R i o d e Jan ei
ro
u m a pr
o d uç
ã o s i g n i f i c a t i v a , s u p e r a d a p.m quan t i d a d e ap enas p e l a d o R i o Gran d e do N o rte , c re s c e n d o as e�p ortaç5es d e 691.854 s a c as em 1932 . p ara 1 . 2 3 4 . 060 s a c a s e m 1 9 3 6 . 25Quan t o �s d e mais ati v i dades i n d ustr i ais , embora n ão t en ha m
s i d o o b j e t o d e m a i o r a t e n ç ão p o r p a r t e d o g over n o, t ambém a p r e se n t a r a m t aKas Ú� c re s c i me n t o p rinc i p a l me n t e a i n d ú s t r i a t êKt i l , q u e c on f i g u r a v a o r a m o i n d u s t r i al d e m a i o r p e s o n o e s t a d o . N o c on j un t o , o valor d a p ro d u ç ã o i n d u s t r i a l flu m i n e n s e p a s s o u d e 289.799.000 e m p a r a 561.032.000 e m 1937. 26 1931
E m q u e p e se.o i n e g á v e l s ur t o d e c r e s c i men t o p or que p a s so u a e c o n o m i a flu m i n e n s e n o p e r i o d o c om p r e e n d i d o e n t r e 1930 e [937, e s t e f i c ou b e m a q Uém d o q u e s e r i a n e c e s s ár i o p ar a r e t i r a r o e s t a d o d a g r a v e c r i s e e m q u e e n t r a r a a o r o m p e r d a q ue l a d é c a d a . A d i f í c i l si t uação e c o n Ôm i c a do E s t a d o do R i o r e f l e t i a-se em sua s fin a n ç a s , t en d o s i d o i n f r u t i f e r a s a s t e n t a t i v as f e i t a s p elos vár i o s g over n o s d o per í od o p a r a e qu i l i br a r o b a l a n ç o or ç am e n t ár i o . C o n f o r m e a p on t ar ei m a i s a d i a n t e, o o r ç a m e n t o d o e s t a d o p a r a o a n o d e 1937 a p r e s e n t o u u m d é f i c i t d e Cr$ 12.466.589.000, a o m e s m o t e m p o e m que a d í v i d a eKterna
f u n d a d a a t i n�i'l o valor de Cr$ 219.432.937,50.
I n t e r e s s a d o e m e s t a b e l e c er s ó l i d a s r a í z e s n o c e n�r i o ffu m i n e n s e p a r a a s u s t e n t a ç ão d e s e u p r o j et o p o l í t i c o , A m a r a l PeiKoto, a o a s s u m i r a i n t e r v e n t or i a , f ormu l ou u m a e s t r a t é g i a d e recupera�ão e c onÔm i c o- f i n an c e i r a d o e s t a d o a t r a v é s d e u m n ov o p e r f il
ad m i n i st r at i vo . N e s s e sén tid o , ao m esmo tempo e m que estabe)ec i a os c o n t a t o s n e c e s s ár i o s p a r a a m o n t a g e m d e sua má q u i n a , d a va i n í c i o a uma a r r u m ação c u i d a d o s a d a a d m i n i s t r a ç ã o est a d u a l c om b a s e n u m m o d e l o c o r p o r a t i v i s t a d e o r d en a m en t o d a s r e l a ç õ e s e c o n ô m i c o- s o c i a i s . Para t an t o , c on t ou c o m a cola b o r a ç ã o d e f i é i s se�u i d or e s n om e a d o s par a p os t o s e s t r a t é g i c os n os d i fer e n t es ó r g ã o s a d m i n i s t r a t i v o s , os qua i s , c om o f e c h ame n t o d a A s s em b lé i a , p a s s a r a m a f u n c i o n ar c o m o
d e c i Sõe s p o l í t i c a s . ( V er quadro e m A n e K o 11)
rrr - ARRUMAND O A CASA
Confo r m e o b s e r v e i a n t e r i o r m en t e , a p ó s a v i t ór i a d o m o v i m en t o r e vo l uc i on á r i o d e ou t ub r o d e 1 9 3 0 , i n au g u r o u - se n o p a í s u m a p o l í t i c a
f r a n c a m e n t e i n t e r v en c i on i s t a d o E s t a d o n a e s f e r a e c o n Ôm i c a , e v i d e n c i a n d o u m p ro c e s s o de c e n t r a l i z a ç ã o p o l í t i c o- a d m i n i s t r a t i va
que p re v i a u m c on t ro l e c r e s c en t e d a Un i�o s o b re as a d m i n i s t r a ç ões e s t a d u a i s e d e s t a s s o b r e as ad m i n i s t r a ç õ e s m un i c i p a i s . A a d o ç ã o d e s s a p o l i t i c a g u a r d a v a certa m e n t e e s t r e i t a r e l ação c om o i m p a c t o s ob r e a e c o n om i a b r as i l e i r a d a c r i s e d a e c o n om i a i n t e rn a c i o n a l 1 9 2 9 , q u e c o l o c o u d e f i n i t i v a m e n t e e m M e q u e o m od e l o d o i r r o m p i d a e m e c o n Ôm i c o a t é e n t ão v i g e n t e . Oe m o d o a c o n t o r n a r a c r i s e , l i b e r al i s mo o G o v e r n o Prov i sór i o d e G e t � l i o V a r g a s a s s u m i u p o d e r e s i néd i t o s d e c oo r d e n a ç ã o , p l an e j a m en t o , c o n t r o l e e i n c e n t i v o d as v á r i a s a t i v i d a d e s e c o n ôm i c a s , a t r a v é s d a 'c r i a ç ã o d e ó r g ã o s e s p e c í f i c o s . E s t e m o v i m en t o c e n t r a l i z a d o r t am b é m t e ve i n í c i o n o i n t e r i or d e c a d a e s t a d o , p o r m e i o d e u m s i s t e m a efe t i vo d e f i s c a l ização d a s a d m i n i s t r a ç õe s e d a s f i n a n ç a s m u n i c i p a i s .
F o i a s s i m q u e n o p ós - 3 0 , o E s t a d o d o R i o . d e Ja n e i r o in g r e s s o u n u m p er i o d o d e s u c e s s i v a s ref o r m a s a d m i n i s t r a t i va s : os s e r viç os p úb l i c o s fo r a m p au l a t i n am e n t e refo r m a d o s e t i ve r a m s u a s a t i v i d a d e s a mp l i ad a s . E m 1 93 2 , d an d o eMec ução ao d e c r e t o fe d e r a l n Q 1 9 . 398 , d e 1 1 d e n ov e m b r o ' d e 1 9 3 0 , t od a s a s a d m i n i s t r aç õ e s m u n i c i pa i s p assaram a s e r ass i st i d a s p o r C o n s e l h o s C o n s u l t iv o s , c om o e n c a r g o d e f i sc a l i z a r e v e r i f i c a r a r e g u l a r i d a d e d o s p r o c e s sos e a m a r c h a d o s s e rviços ad m i n i st r a t i vo s . Pqst er i o rment e foi i n s t i t u i do " npl'.lr 101""'''('' r·.1 "dllal d e A d m i n i s t r a ç ão d o s 'Mu n i c í p i o s , e em 1 936
O r g ân i c a dos Mu n i c í p i o s . 2 7
fo i p r omu l g a d a a le i
E m q u e p e s e o c o njun t o d e i n i c i at i v as a d o t a d o p o r o r i e n t a ç ã o d o G overno Prov i sór i o , o p r o c e s s o d e c en t r a l i z a ç ão a d m i n i s t r a t i va so
i r i a t omar f or t e i mp u l so a p ós o a d v en t o d o E s t a d o N o v o . C o m b a se n o s i n s t ru m e n t o s ad m i n i s t ra t i vo s e xc e p c i o n a i s p re v i st o s p e l a C art a d e n ove mbro d e 1 937 . o E x e c u t i vo f e d era l p a s s o u a i n t erfer i r . d i re t a e m a c i ç a m e n t e . e m t od o s o s n í v e i s p o l í t i c o - a d m i n i s t r a t i vo s d o s e s t a d o s e d o s m un i c 1 p i o s . D e m o d o a g aran t i r ª x i t o n e s t a t a refa . c r i o u e m c a d a e s t a d o u m C o n s e l h o Ad m i n i s t ra t i v o qu e . e m b ora c on st i t u 1 s s e órg ão d a a d m i n i s t ra ç ã o e s t a d u a l . t i n h a s e u s m e m b r o s n o m e a d o s p e l o pres i d e n t e d a R e p úb l i c a e era s u b ord i n a d o a o H i n i s t ér i o d a J u s t i � a . C o m o órg ã o d e m a t r i z f e d era l . e s s e c on s e l h o t i n h a c om o t aref a s :
a ) a provar o s proj e t o s d o s d e c re t os - l e i s q u e d e v i am ser b a i x a d o s p e l o i n t erven t or o u p e l o s prefe i t o s ; b ) a p ro v ar o s proje t o s d e orç a m e n t o d o e s t a d o e d o s m un i c í p i o s . e n c a m i n h a d o s p e l o i n t erv en t or e p e l o s p re f e i t o s . a l t eraç õ e s q u e d e v er i a m ser fe i t as n o s m e s m o s ;. prop o n d o a s c ) f i sc a l i z ar a e x e c u ç ã o o r ç a m e n t �r i a n o s e s t a d o s e n o s m un i c í p i o s ; d ) p ro c e d er a o e s t u d o d o s s erv i ç o s . d e p art a m en t o s . rep art i ç õe s e
e s t a b e l ec i me n t o s d o e s t a d o e d o s m u n i c 1 p i o s . c om o f i m d e p ro p or . d o p on t o d e v i s t a d a e c o n o m i a e · e f i c i ên c i a . a s m o d i f i c a � õe s q u e d ev i a m ser fe i t as nos m e s mo s . o u a i n d a s u a e x t i n ç ão . d o t a � õ e s
. � o
orç a m e n t ar i as e t c . ��
Por s u a s a t r i b u i ç õe s l e g a i s . o C o n s e l h o Ad m l n i s t ra t i v o . a c u m u l an d o a s f u n ç õ e s a n t er i o r m e n t e e xerc i d a s p e l a As s e m b l é i a L e g i s l a t i va e p e l o Tri b u n a l d e C on t a s . e x t i n t os n o Est a d o N o v o . t i n h a gran d e i m p ort 3 n c i a p o l í t i c a . c o n s t i t u i n d o ' i n s t ru m e n t o d e i n t erv e n ç ã o p or e x c e l en c i a d o g overn o f e d era l n o s est a d os 2 9 . D e s s e m o d o . q u a n d o i n t ere s s a v a a o c h efe d o E x ec u t i v o fed era l a f a s t ar a l g u m i n t erven t or , b a s t a va q u e a c i on a s s e o C o n se l h o p ara c r i ar u m c l i m a f a vo r ' v e l a s e u s p ro p Ós i t o s . Por o u t ro l ad o , c o m o e m g e r a l o pre s i d en t e d a R e p ú b l i c a
C o n s e l h o , este f u n c i on av a t am b é m c o m o m e c a n i s m o d e a p r o K i m a l; ão p o l í t i c a e n t r e a s d u a s e s f e ras eKec u t iv as , C a s o l i m i t e d e s s e f u n c i o n a m e n t o a p r e s e n t a v a o Conselh o A d m i n i s t r a t i vo d o E s t a d o d o R i o d e J a n e i r o q u e , g r a ç a s a o s e s t r e i t os vi n c u l os q u e u n i am o i nt er v en t o r a V a r g a s f o i d i r i g i d o p o r f i é i s c o l a b o r a d o r e s d B p r i m e i r B , a s a b e r , d a S i l v a N e v e s , M A r i o A l v e s d a F o n s e c a e A l fr edo ' C i e n t e d o p res t i gio d e q u e M á r i o A l ve s d e s f r u t a v a n o cená r io e s t a d u a
I ,
n o t a d a m e n t e e m P e t r óp o l i s , q u e e r a u m d o s m a i s i mpo r ta nte s cen t ro s p o l i t i c o s f l u m i n e n s es , A m a r a l P e i K o t o i n c um b i u - o n o i n i c i o d e s u a inl erv ent or ia, e m 1 9 37 , d e r e o r g a n i z a r as a d m i n i st r a ç õ e s mun i c i pais, e n t r e g a n d o - l h e a S S I m a d i re t or i a d o D e p a r t amen t o d a s Mu n i c i p a l i d a d e s , Em abr il d e 1 9 3 9 , po r é m, t r a n s f e r i u - o p a r a a p re s i d �n c i a d o C o n s e l h o A d m i n i s t r a t i v o , m a n t e n d o - o ne s se ca rgo a t é j a n e i r o d o a n o s e g u i n t e , 3 0 N e s s a é p oc a , A 1 f r e d o N e v e s , q u e v i n h a o cu p a n d o ' a s e cretar i a d a i n t e r ven t o r i a , p a ss o u a e H p. r c e r a p r es i d � n c i a d o C o n s e l h o , c a r g o q U � o c u p a r i a a t é o f i m d o E s t a d o N o v o , e v i d en c i an d o u m a c i r c u l a ç ão d a , e l i t e p o l í t i c a n o s c a r g o s admin i s t r a t i vo s . ( E s t a cir cu l aç ão p od e s e r c on s t a t a d a p e l o � Ka
me d o q u a d r o r e l at I V O aos p rinCIp ais a U K i i i a res d a Pei Ko t o - A n e K o I I ) , i n t e r v en t o r i a Ama r a l P r i n c i p a l c o l a b o r a d o r p o l ít i c o d e A ma r a l P e i Ko t o , A l f r e d o N e v e s t ev e a t u a ç ã o f u n d a m e n t a l fi a f o r m a ç ão d e u ma ' f o r t e c o r r e n t e d e a p o i o a o i n ter ven t o r q u a n d o d a c i s � o d e s t e c o m o g rupo l i d e r a d o p o r J o s é E d u a r d o d e M a c e d o S o a r e s , o c or r i d a , c omo j á m e r e f er i , n o p r i m e i r o an o d e i n t e r v e n t o r i a , 3 1 O c u p a n d o d e i n i c i o o p o s t o - c h a v e d o g ov e rn o , q u e e r a a S e c r et
a r i a d o J n g A , A l fredo N e v e s a g r u p o u a o s e u r e d o r o s p o l i t l C O S ad v e rsá r i os d o s mac edi stas,q u e e n t ão d e s f r u t av?m
d e p r es t i g i o p or t e r em i n d i c a d o o n o m e d e A m a r a l 1 9 P e i Ko t o p a r ai n t e r v en t or i a . S e g u n d o H e i t o r G u r g e l , a o s p r i m e i r o s s i n a i s d e c on f l i t o c o m o g ru p o m a c e d i s t a , A m a r a l P e i x o t o v o l t ou - s e e m d i re ç ã o a o g r u p O Neve s , f or t a l e c e n d o a i n d a m a i s a p o s i ç ã o d e s e u s e c r e t á r i o . 3 2 D e s s a f o r m a , e g r a ç a s à s s u a s s ó l i d a s r a í z e s p o l í t i c a s e a o s c on t a t os q u e e s t a b e l e c e u c om a s c h e f i a s l oc a i s , A l f r e d o N e v e s i n t e n s o s t or n o u -s e o " h o me m f o r t e " d o i n t e r v en t or , c h e g a n d o a s u b s t i t u í - l o p o r d u a s v e z e s : a p r i m e i r a , d e j u l h o a n ov e m b r o d e 1 939 , p o r o c a s i � o d a v i a g e m d e n ú p c i a s d e A m a r a l P e i xot o a o e x t e r i o r , e a s e g u n d a , d e 27 d e ou t u b r o a 5 d e n ov e m b r o d e 1 9 4 5 , p o r oc a s i �o d a d ep o s i ç ão d e G e t ú l i o V a r g a s ( 29 / 1 0 / 1 9 4 5 ) , q u e m a r c ou o f i m d o E s t a d o Nov o . 3 3 D a n d o c o n t i n u i d a d e a o m o v i m en t o p o l í t i c o- a d m i n i s t r a t i v o i n a u g u r a d o p e l o E x e c u t i vo f e d e r a l , A m a r a l Pe i x o t o e m p e n h ou - s e , p o r s e u t u r n o , e m p ro m o v e r n o E s t a d o d o R i o o p r o c e s s o d e c o n c e n t r a ç ão e c e n t r a l I z a ç ã o d o p o d e r , b e m c omo O d a I n t e r v e n ç ã o e s t a t a l n a s r e l a ç õ e s
);/
e c o n Ôm i c o - s o c I a i s . E s t e p r o c e s s o , que e s t ou c h a m a n d o d e " a r r u m a ç ão d a c as a " , v i s a v a a o r g an i z a ç ã o e a r a c i o n a l i z a ç ã o d a a d m i n i s t r a ç ã o , t ar e f a s p r i o r i t i r i a s p a r a o g o v e r n o p o d e r e n f r e n t a r o d e s a f i o d a r e c u p e r a ç ã o e c o n 6m i c o - f i n a n c e i r a d o e s t a d o . E n t re a s i n i c i a t i va s a d o t a d a s p ar a a c on c re t i z a ç ão d e s t a m e t a e s t a v a a r e f o r m a i mp l e m e n t a d a e m 1 9 3 8 , Q u a l D r ev i a a c r i aç ãn rl P v � r j os ó r g ã o s v i n c u l a d o s d i re t a m en t e a o g a b i n e t e d o i n t e r v en t o r , c om a i n c u m b ên c i a d e d e f i n i r a o r i en t a ç ão ad m i n i s t r a t i v a , d a r a t e n d i me n t o a d em a n d a s s o c i a i s c o n s i d e rad a s p r i o r i t i r i a s e p r op i c i a r u m a m a i o r a r r e c a d a ç ã o p a r a o o r ç a m en t o d o e s t ad o . P a r a t a n t o f o r a m c r i ad o s d i fe re n t e s c on s e l h o s , c o m i S S Õ e s e f u n d a ç õ e s que , c om o f e c h ame n t o d a A s s e mb l é i a L e g i s l a t i v a e d a s Clma r a s Mun i c� p a i s , p a s s a r a m a c on s t i t u i r i m p o r t an t e s i n s t r u m e n t os d e v oc a l i za ç ã o d e d e m a n a d a s e d e c o n t r o l e p o l í t i c o , p o r r e p r e s e n t a r e m o esp a ç o p r I v i l eg i a d o d e a t u a ç ã o d e g ru p o s p r i v a d o s n as p o l i t i c � s p úb l i c as . A t r a v é s d e s s 2 s ó r g ã o s o i n t e r v e n t o r i mp l emen t ou..; , seu p r oj e t o d e c en t r a l i z aç ã o p o l í t i c a , s e g u n d o u m m o d e l o c or p o r a t i v i st a d e o r g an i z a ç ã o s o c i a l
O
p r i me i ro e t a l ve z m a i s i m p o r t a n t e c on se l h o f o i o d e E c o n o m i a e F i n a n ç a s , c r i ad o p e l o d e c r e t o 3 4 7 / 3 8 , 3 4 c o m o o b j e t i v o d e r e c u p e r a r a e c o n o m i a f l u m i n en se a t r av é s d a f o r m u l aç ão d e t od a a p o l i t i c a a d m i n i s t r a t i v a , e c o n 8ml�� e f i n a n c e i r a d o e s t a d o . C om p o s t o p o r t od o s o s s e c r e t á r i o s d e esta' r e p r e s en t an t e s d a a g r i c u l t u r a , i n d O s t r i a e c om j r c i o , e a l g u n s p o l í t i c o s , c on t ou e m s e u s q u a d r o s c om f i 6 i s c o l a b o r a d o r e s e f u t u r o s c o r r e l i g i o n ' r i o s d e A�
a r a l P e i xo t o . 35 A p r i m e i r a i n i c i a t i va i mp o r t a n t e d e s s e c on s e l h o f o i ac r i aç ão , e m 2 4 d e mar ç o d e 1 9 3 8 , d a C o m i s s ã o d e E s t u d o s d a O r g a n i z a ç ã o Ad m i n i s t r a t i v a , t e n d o e m v i s t a o i n t e r e s s e d emon s t r a d o p e l o i n t e r v e n t o r e m s o l u c i o n a r o s p r o b l e m a s a d m i n i s t r a t i vo s d o e s t a d o . 3 6 P a r a l e l a m e n t e à r e f o r m a ad m i n i s t r a t i v a d e 1 9 3 8 , A m a r a l P e i xot o i m p l e m e n t ou s e u p r o j e t o p o l i t i c o- a d m i n i s t r a t i v o a t r a v é s d a a ç ã o ú e ó r g ã o s v o l t ad o s e s p e c i f i c a me n t e p a r a a a d m i n i s t r a ç ão e s t a d u a l , a s a b e r : a s s e c r e t a r i as d e e s t ad o , o D e p a r t a m e n t o E s t a d u a l d e E s t a t i s t i c a , o D e p a r t a m e n t o d e I m p r e n s a p r i n c i p a l me n t e . o D e p a r t a m en t o d e S e r v i ç o P ú b l i c o . �m f a c e d a p o s l ç i o p r e e m i n e n t e o c u p a d a e P r o p a g a n d a e , p e l a s s � L r e t a r l as c o mo i n s t �n c i as i n t e r me d i a d o r a s e n t r e o s g r u p o s p o l í t i c os e e c o n 8 m i c o s e o · E x e c u t i �o e s t ad u a l p ar a a e x e c u ç ão d o p r o g r a m a d e g ov e r n o , Am a r a l P e i x o t o t r a t o u d e p re e n c h ê- l a s com n o m e s p r e s t i g i os o s e n t r e a s l i d e r a n ç a s f l u m i n en se s o u c om t é c n i c o s d e r e c o n h e c i d a c Olnp e t i n c i a . As s i m , a c a t a n d o o r i e n t a ç ã o d e J o s é E d u a r d o d e M a c e d o S o a r e s . t ão l og o a s s u m i u a i n t e r v e n t o r i a i n d i c o u p ar a a S e c r e t a r i a d o I n t e r i o r e J u s t i ç a - p r i n c i p a l s e c r e t a r i a p o l í t i c a , t am b é m c o n h e c i d a c o mo p as t a p o l i t i c a H o r j c i o d e C a r v a l h o J r . , o q ua l , d e s f r u t a n d o d e g r a n d e p r e s t i g i o n o i n t e r i o r d o e s t a d o , f o i r e s p o n s á v e l 2 1 p e l a nOlnea ç ão o u
c on f i rm a ç ã o d e d i v e r s o s e x e c u t i vo s mu n i c i p a i s . Com o r o m p i m en t o d e A m a r a l P e i K o t o c om J o s é E d u a r d o , H o r á c i o d e C a r v a l h o f o i s u b s t i t u í d o p e l o a t é e n t ã o p r e f e i t o d e P e t r ó p o l i s , M á r i o A l o í s i o C a r d o s o d e M i r an d a , e l e m e n t o v i n c u l a d o a A l f r e d o N e v e s . M á r i o C a r d o s o a s s u m i u a s e c r e t a r i a em d e zemb r o d e 1 93 8 , t or n a n d o- s e o p r i n c i p a l i n t e r l oc u t or d o · i n t e r v e n t or � r e n t e a 6 g ru p o p e t r o p o l i t a n o . E m 1 9 4 0 , com a r e f o r m a · d a s e c r e t a r i a , q u e p a s s o u a s e c h a m a r S e c r e t a r i a d e Ju s t i ç a e S e g u r a n ç a , M á r i o C a r d o s o v o l t ou p a r a a p r e fe i t u r a d e P e t r ó p o l i s .
o
n o v o s e c r e t á r i o , E u g ê n i o B o r g e s , q u e e r a h om e m d e e x t r em a c on f i a n ç a d o i n t e r v e n t o r , j á t e n d o i n c l u s i ve o c u p a d o a p r e fe i t u r a d e S ã o Gon ç a l o d e m a i o d e 1 9 38 a j an e i ro d e 1 94 0 , e K e r c e u a qu e l a s f u n ç õ e s a t é j u l h o d e 1 9 4 2 , quan d o f o i s u b s t i t u i d o p e l o c or o n e l A g e n o r B a r c e l l os F e i o . E m d e z emb r o d e s se a n o a s e c r e t a r i a v o l t ou a c h a m a r - s e d o I n t e r i or e J u s t i ç a e f o i o c u p a d a p or R u � B u a r q u e d e N a z a r e t h , q u e l á p e r ma n e c e u a l é a g o � t o d e 1 9 4 5 . A p a r t i r d a í p a ssou a s e r c h e f i a d a p o r H e i t o r C Q l l e t , q u e n e l a p er m a n e c eu a t é o f i m d o E s t a d o Novo , e m 2 9 d e o u t u b r o d e 1 9 45 . E s t e s d o i s ú l t i mo s s e c r e t á r i os , R u � 8 u a r q u e d e N a z a r e t h e He i t or C o l l e t , t i n h a m g r a n d ri e K p e r i ên c i a p o l í t i c a e s e r i a m · f u t u r o s fun d ad o r e s d o P S O n o E s t � d o d o R i o . O p r i me i r o f o r a e K p o e n t e d o g r u p o l i d e r a d o p e l o e x - i n t e r ve n t o r A r i P a r r e i r a s ( 1 9 3 1 - 1 9 35 ) , e o s e g u n d o c h e g o u a p r e s i d i r i n t e r i n a m en t e a e s t a d o e m 1 9 37 , p o r i m p e d i m en t o d e P r o t Ó g e n e s G u i ma r ã es . P a r a a S e c r e t a r i a d e F i n an ç a s , A m a r a l P e i x o t o , p r e o c u p a d o e m c o n s e g u i r uma r á p i d a r e c u p e r a ç ão � i n an c e i r a d o e s t a d o d e m o d o a o b t e r r e c u rsos p a r a a e K e c u ç ã o d e s u a p o l í t i c a e c o n 6m i c a ,. a d o t ou o c r i t é r i o d a e sc o l h a t éc n i c a , i n d i c an d o J . R e s e n d e S i l v a , a l t o f un c i on á r i o d o M i n i s t é r i o d a Fazen d a e d e f e n s o r d e u m a or i e n t a ç ão f i n a n c p. i r a o r t o d o Ka . E s t a p 0 5 t u r � , n o e n t a n t � , a c a b u r i a p o r �ost r a r -se i n c o m p at í v e l c om a s p r ó p r i a � d e m a n d a s d o g o v e r n o , q u e , pa ra f a z e rf r e n t e ao seu p ro j e t o m o d e r n i z an l e e à s s u a s p r á t i c a s c l i e n t e l í s t i c a s , s u g a v a g r a n d e s o m a d e r e c u r s o s d a r ec e i t a d o e s t a d o e c on t r a i a c on s t a n t e s e m p r és t i mo s i n t e r n os , c om p r om e t e n d o o b v i a m e n t e o e q u l l í b r l o d a p o l i t i c a f i n a n c e i r a . E s t e fat o , a g r a v a d o p o r r e s s e n t i me n t o s p e s s o a i s , l e vou R ü se n d e S i l v a a p e d i r e K on e r a ç ão d o c a r g o em p r i n c i p i o s de 1 9 4 0 . A p a r t i r de e n t ão a S e c r e t a r i a de F i n a n ç a s p as s o u a s e r o c u p a d a p o r V a l f r e d o M a r t i n s que , c om o s e u a n t e c e s s o r , e n c o n t r o u v á r i o s ob s t á c u l os e m s u a g e s t ã o , i n d i s p o n d o - se s eg u l d a m e n t e c om H é l i o d e M a c e d o Soa r e s , s e c r e t á r i o d e V i a ç ão e O b r a s P ú b l i c a s , em t or n o d o s g a s t o s p or e s t e e fe t u a d o s . E m 1 9 4 4 a s s u m i u o ú l t i mo s e c r e t á r i o d e F i n a n ç a s d o p e r í od o , R a u l Q u a r e s m a d e M ou r a , o q u a l j á h av i a e K e r c i d o e s t e m e s m o c a r g o d u r a n t e a i n t e r v e n t or i a A r i P a r re i r a s . C o m o p a r t e d a s re f o r m a s d e 1 9 3 8 , f o r a m c r i a d a s a s s e c r e t a r i as d e E d u c a ç ão e S a ú d e P úb l i c a , d e V i aç ão e O b r a s P ú b l i c a s e d e Ag r i c u l t u r a , I n d Ú s t r i a e C o m é r c i o . P a r a a p r i m e i r a f o i n o m e a d o R U l B u a r que d e N a z a r e t h , q u � p e r m a n e c e u n o c a r g o a t é a e K t i n ç ão d o m e s m o , em 1 9 4 4 , q u a n d o p a ssou a o c u p a r a S e c r e t a r i a d e I n t e r i o r e J us t i ç a . A S e c r et a r i a d e V i aç ão e O b r a s P ú b l i c a s f o i o c u p a d a � t é 1 9 3 9 p o r L up é r i o d o s S an t os e , d e p o i s , p or M á r i d P a r a n h o s e H é l i o d e · M a c e d o Soa r e s , a quem c ou b e f i s c a l i za r o s p l a n o s r o d o v i á r i o e d e e l e t r i f i c a ç ã o , i t en s ma i s a r r o j a d o s d o p r o g r a m a d a i n t e r v en t o r i a . A Ser r e t a r i a d e A g r i c u l t u r a , I n d Ú s t r i a e C o m é r c i o f o i c h e f i ad a p or R u b e n s d e C a m p o s F a r ru 1 a , que d ed i c ou e s p e c i a l a t e n·ç ão à o r g a n i z a ç ão e m o d e r n i z a ç ão d o s e t o r a g r i c o l a . O s d o i s ú l t i m o s s e c r e t á r i os , H é l i o d e M a c e d o S o a r e s e Rub e n s d e C a m p o s F a r ru l a , p e r m a n e c e r a m e m s e u s c a r g o s a t é o
f i n a l d o r e g i m e .
A i n d a c om r e l a ç i o � s s e � r e t a r i a s , c a b e r e s s a l t a r q u e , n o a f ã d e o b t er m a i o r c on t r o l e a d m i n i s t r a t i v o , A m a r a l Pe i Ko t o c r i o u e m 1 9 39
ma i s u m a sec r e t a r i a , a d e G o v er n o , c o m a fun ç ão d e s u p e r v i s i on a r a . 23
