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EQUOTERAPIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM NOVO OLHAR PEDAGÓGICO

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EQUOTERAPIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM NOVO OLHAR PEDAGÓGICO

Karine Marliza Bastani1 Luiz Carlos Panisset Travassos2

RESUMO

Este trabalho tem o propósito de apresentar a equoterapia e sua contribuição

na educação inclusiva. A equoterapia é um método terapêutico utilizado para

trabalhar com pessoas com deficiência ou necessidades especiais, trata-se de uma

alternativa que vem crescendo nos últimos tempos, e vem proporcionando um

grande progresso e benefício na recuperação e na inclusão destas pessoas.

O trabalho da equipe que atua na equoterapia proporciona às pessoas

especiais a inclusão educativa e social. A atividade utiliza o cavalo como ferramenta

dentro de uma abordagem complementar e interdisciplinar, possibilita o

direcionamento de um trabalho coadjuvante para crianças especiais, inseridas na

10 

rede regular de ensino, constituindo, assim, um diferencial no processo de

ensino-11 

aprendizagem nos seus aspectos físico, psicológico, sociológico e espiritual. O

12 

educador entende que sua prática pedagógica pode ser relacionada com todos os

13 

momentos da sessão equoterápica, sendo ele mesmo, um grande facilitador,

14 

orientando atividades lúdicas e a troca de experiências entre os membros da equipe

15 

multidisciplinar, visando a reabilitação global do praticante.

16  17 

Palavras- chave: equoterapia, educação inclusiva, práticas educativas, pedagogia

18  19  20  1 INTRODUÇÃO 21  22 

Este trabalho foi desenvolvido através do interesse sobre o papel da

23 

equoterapia na Educação Inclusiva. Nos últimos tempos, houve de fato o

24 

reconhecimento e consequentemente, a incorporação da equoterapia como método

25 

de reabilitação e inclusão no Brasil.

26 

Com este trabalho, levanta-se a seguinte questão problema:  Sendo a

27 

equoterapia um método terapêutico utilizado para trabalhar com pessoas que

28 

       1

Graduanda em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail:cinebio.ih@gmail.com

2

(2)

apresentam necessidades especiais, como ela pode auxiliar no processo da

29 

Educação Inclusiva?

30 

Cada vez mais esta abordagem se torna alvo de estudos de vários

31 

profissionais das áreas do conhecimento, como: saúde e educação. Tendo como

32 

base a prática com cavalos. Este método de terapia trata a universalidade do ser

33 

humano em todas as suas dimensões corpo, mente e emoções, que são realizadas

34 

em um ambiente natural. (ANDE-Brasil, 2002,).

35 

A equoterapia é uma prática multidisciplinar, abordando estas três áreas:

36 

saúde, educação e equitação, proporcionando uma reabilitação global do praticante,

37 

possibilitando um entrosamento entre os profissionais e cada um dentro da sua área

38 

de conhecimento dando sua parcela de contribuição para o sucesso desse recurso

39 

terapêutico. Enfim, o alicerce da equoterapia é a equipe. (CIRILLO, 2002)

40 

A prática da equoterapia tem o movimento rítmico, cadenciado e

41 

tridimensional do cavalo. O praticante da equoterapia é levado a corrigir a postura, o

42 

equilíbrio, o ajuste do tônus muscular e obter resultados positivos relacionados a 43 

aspectos psicológicos, movimentando seu corpo dentro do seu limite.

44 

Este trabalho possibilita uma reflexão sobre a proposta pedagógica que leva

45 

em consideração as contribuições da equoterapia, na perspectiva da educação

46 

inclusiva, de valorizar o indivíduo para torná-lo um ser integrado na sociedade.

47  48 

2 EQUOTERAPIA

49  50 

"Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo 51 

dentro de uma abordagem multidisciplinar, nas áreas de Saúde, Educação e 52 

Equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas 53 

portadoras de deficiência e/ou com necessidades especiais. Na equoterapia 54 

o cavalo atua como agente cinesioterapêutico, facilitador do processo 55 

ensino-aprendizagem e como agente de inserção e reinserção social". 56 

(Associação Nacional de Equoterapia - ANDE-BRASIL, 1992). 57 

58 

A equoterapia, após ter sido reconhecida em 1997 como método terapêutico

59 

pelo Conselho Federal de Medicina, e pelo Conselho Federal de Fisioterapia e

60 

Terapia Ocupacional em 2008, é o termo usado no Brasil para se referir às

61 

atividades que utilizam o cavalo com fins terapêuticos. Esse método foi adotado pela

62 

ANDE-BRASIL (Associação Nacional de Equoterapia- Brasil) em 1989, ano de sua

63 

fundação. Em 1999 foi realizado o primeiro Congresso Brasileiro de Equoterapia.

64 

Atualmente a equoterapia é praticada em mais de trinta países, no Brasil, a

(3)

Associação é localizada na Granja do Torto em Brasília- Distrito Federal. (Medeiros

66 

e Dias, 2002)

67 

Segundo Prado (2001), a equoterapia é um tratamento que propicia o

68 

desenvolvimento dos aspectos motores, como a coordenação motora, a postura, o

69 

ritmo, a flexibilidade, o equilíbrio, aumentando o tônus muscular, além de

70 

desenvolver os aspectos psicopedagógicos e emocionais de forma descontraída, e

71 

lúdica, em contato com a natureza diferente de ambientes como as clínicas e

72 

consultórios.

73 

Segundo Kann (1994), a equoterapia significa, no sentido da palavra, a cura

74 

através do cavalo, pois utilizam os movimentos efetuados pelo dorso do animal para

75 

aplicá-lo dentro de um quadro de reeducação terapêutica a prática da equoterapia

76 

pode ser aplicada em pessoas de qualquer idade atingidas por deficiência física ou

77 

mental, mesmo que ela nunca tenha tido nenhum contato com o animal.

78 

O termo praticante em equoterapia é utilizado para designar as pessoas

79 

portadoras de necessidades especiais que participam de atividades equoterápicas.

80 

Nessa atividade a reabilitação, na medida em que interage com o cavalo e quando o

81 

praticante desenvolve atividades psicomotoras, cognitivas e afetivas, o cavalo pode

82 

favorecer a reintegração do praticante à sociedade, com maior independência e

83 

confiança. (CAMPOS, 1996)

84 

Como em todo processo terapêutico existem contra-indicações. Neste caso,

85 

elas serão determinadas em função do praticante ou mesmo pelo tipo de

86 

comprometimento que o acomete. Estas contra-indicações podem se referir à

87 

escolha do cavalo, do material, da velocidade a ser utilizada quando do processo e

88 

escolha do local da sessão ou até mesmo na não participação na terapia.

89 

(GARRIGUE, 1999).

90 

Por esse motivo,cada contra indicação deverá ser discutida caso a caso,

91 

como não se tem o direito de arriscar e agravar a situação do praticante com o

92 

pretexto da reeducação, a equoterapia e desaconselhada em todas as doenças na

93 

fase aguda e no caso de deficiências graves.(MEDEIROS, 2002)

(4)

3 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

95  96 

Cirillo (2002) é enfático ao dizer que a prática da equoterapia é realizada por

97 

uma equipe multidisciplinar, que trabalha de forma interdisciplinar. Esta equipe deve

98 

ser mais ampla possível, composta por profissionais das áreas de: saúde, educação

99 

e equitação. A composição mínima para trabalhar com equoterapia deve ser de três

100 

profissionais, um de cada área, atuando de maneira interdisciplinar.

101 

A equipe multidisciplinar é de muita importância na equoterapia no

102 

atendimento interdisciplinar, são vários profissionais voltados para um praticante,

103 

considerando-o como único em sua totalidade.

104 

Todo trabalho com o ser humano é melhor realizado quando diferentes

105 

profissionais trabalham cada um em sua disciplina, mas com objetivo geral

106 

semelhante, buscando a coesão, a complementação e o enriquecimento do

107 

tratamento.

108 

Sendo a equoterapia um trabalho que é desenvolvido por uma equipe de

109 

profissionais, de diferentes formações que, segundo UZUN (2005), pode contar com

110 

Fisioterapeuta, Psicólogo, Pedagogo, Educador, Fonoaudiólogo ou Terapeuta

111 

Ocupacional.

112 

Por isso é necessário que assumam uma postura de interdisciplinaridade, que

113 

rompam com paradigmas como os que consideram o saber especializado com um

114 

estudo reducionista do objeto de estudo, que leva à perda da noção de totalidade do

115 

real e que produz a chamada “consciência fragmentada”.

116 

O trabalho de uma equipe multidisciplinar de equoterapia é primordial, pois esta

117 

avalia cada caso, estabelece metas e o melhor caminho para alcançá-las. O prognóstico

118 

de um paciente que está se submetendo ao tratamento com a equoterapia, será melhor

119 

quando este estiver sendo estimulado por estes profissionais.

120 

Segundo Cirillo (2002), "a equipe multidisciplinar é necessária, pois o ser

121 

humano é global, não é apenas corpo. É preciso verificar se há todo esse suporte

122 

em um Centro de Equoterapia. Tem gente que pensa: sou fisioterapeuta, conheço

123 

tudo de corpo, sei tudo de cavalo, posso fazer isso aí sozinho. É um engano".

124 

       

(5)

4 NEUROCIÊNCIA E EQUOTERAPIA

125  126 

Segundo Medeiros e Dias (2002), a neurociência é o estudo da realização

127 

física do processo de informação no sistema nervoso humano e animal. A ciência

128 

neural emergiu a partir do século passado em que foram feitos estudos sobre o

129 

sistema nervoso em diversas disciplinas clássicas.

130 

Hoje, novas técnicas fornecem os meios de ligação direta entre a dinâmica

131 

molecular das células neurais, como as representações dos atos perceptuais e

132 

motores no cérebro e de relacionar esses mecanismos internos ao comportamento.

133 

(Lermontov, 2004). Com o avanço da Neurociência, novas técnicas de imagens

134 

permitem observar o cérebro e ver em atividade áreas específicas associadas ao

135 

pensamento e as emoções. Essa técnica torna possível a validade das intervenções

136 

de reabilitação cognitiva, pois áreas inoperantes ou sequeladas após as

137 

intervenções são vistas novamente ativadas, revitalizadas.

138 

Segundo Nunes (2002), estímulos aos padrões normais de movimento e

139 

inibição dos padrões anormais, provoca um aumento e aceleração no processo de

140 

recuperação funcional cerebral. Em um estudo realizado em pacientes com AVC

141 

crônico concluiu-se que houve um aumento da representação motora cortical antes

142 

reduzida, graças a um efetivo programa de reabilitação que induzia ao movimento.

143 

Para Lange (2004), nosso sistema sensorial envia informações ao nosso

144 

cérebro de uma situação e, em resposta, nosso cérebro envia sinais para fora do

145 

corpo, mudando o tônus muscular, a frequência cardíaca, o humor, a sudorese, a

146 

temperatura corporal, as expressões e comportamentos.

147 

De acordo com Serpa Jr. (2004) o ato de movimentar se é umas das formas

148 

mais significativas de adaptação ao mundo exterior, através do movimento o homem

149 

projeta a sua subjetividade, esse movimento é sempre um movimento situado,

150 

sobretudo a concretização deste movimento que é transformado em um

151 

comportamento significante que esta proporcionando mais qualidade de vida às

152 

pessoas.

153 

Com o movimento e a estimulação sensório-motora, auditiva, visual, tátil,

154 

olfativa, emocional, relacional e educativa recebida através da Equoterapia

espera-155 

se um aumento da plasticidade cerebral, que segundo Serpa Jr (2004) é a

156 

capacidade adaptativa do Sistema Nervoso Central, em modificar sua organização

157 

estrutural e seu funcionamento, é a possibilidade real de outra área do cérebro

(6)

saudável, ou melhor, de outros neurônios, de outras áreas, estabelecerem novas

159 

sinapses e assumirem a função que ficou ou está momentaneamente comprometida

160 

em consequência de algum trauma ou transtorno.

161 

Segundo Damásio (2003, apud Serpa Jr. 2004) as “emoções provêm um meio

162 

natural para o cérebro e a mente avaliarem o ambiente – dentro e ao redor – do

163 

organismo e responderem adequada e adaptativamente” a neurociência e a

164 

equoterapia podem ser um elo para melhoria no comportamento do paciente em

165 

determinadas ocasiões, essa descoberta se dá num momento em que estas ciências

166 

se integram em prol do sujeito como um todo, com sua subjetividade preservada,

167 

sendo extremamente relevante sua concepção dos acontecimentos. A Equoterapia

168 

e a teoria cognitivo comportamental corroboram com essa concepção valorizando e

169 

trabalhando o ser humano na sua dimensão biopsicossocial.

170  171 

4.1 Movimento tridimensional

172  173 

O médico alemão Samuel Theodor Quelmalz, em 1740, relatou os benefícios

174 

físicos proporcionados pela prática equestre, em seu livro “A saúde através da

175 

equitação”. Foi ele quem primeiro fez referência ao movimento tridimensional do

176 

dorso do cavalo e tentou reproduzir em uma máquina equestre, uma espécie de

177 

guindaste que imitava da melhor forma os movimentos do cavalo ao andar.

178 

O cavalo pode apresentar duas andaduras: a natural, que é quando o cavalo

179 

espontaneamente desenvolve o passo, o trote e o galope, e a andadura artificial em

180 

que o cavalo só a desenvolverá após um adequado adestramento, como por

181 

exemplo fazer o cavalo "marchar", característico para algumas raças.

182  183 

O movimento tridimensional do cavalo provoca a todo o momento um

184 

deslocamento do centro gravitacional do praticante, forçando-o a desenvolver o

185 

equilíbrio, a normalização do tônus, o controle postural, a coordenação, a redução

186 

de espasmos, respiração, estimulando não apenas o funcionamento de ângulos

187 

articulares, como o de músculos e circulação sangüínea. (Lermontov, 2004)

188 

O andar do homem é 95% semelhante ao andar do cavalo, pois na marcha o

189 

ser humano se locomove utilizando as suas pernas alternadamente, enquanto uma

190 

perna estiver na fase de sustentação, a outra se encontra na de sustentação dupla

191 

ou na fase de impulsão. A marcha do cavalo passa ao praticante três ondas

(7)

vibratórias simultaneamente. Nenhum outro aparelho mecânico consegue imitar

193 

esses movimentos. (Boccolini, apud Pacchieli 1999:80)

194  195  196 

5 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SUA IMPORTÂNCIA

197  198 

Salamanca (1994) propõe que cada criança tem o direito fundamental à

199 

educação e deve ter a oportunidade de conseguir manter um nível aceitável de

200 

aprendizagem, os sistemas de educação devem ser planejados e os programas

201 

educativos implementados tendo em vista atender a diversidade de características e

202 

necessidades educativas especiais, proporcionando assim, uma educação

203 

adequada à maioria das crianças.

204 

A Educação Inclusiva é o resultado de muitas discussões, estudos teóricos e

205 

práticos que tiveram a participação e o apoio de organizações de pessoas com

206 

deficiência e educadores, no Brasil e no mundo. Fruto também de um contexto

207 

histórico em que se resgata a Educação como lugar do exercício da cidadania e da

208 

garantia de direitos.

209 

Isto acontece quando se preconiza, por meio da declaração Universal dos

210 

Direitos Humanos (1948), uma sociedade mais justa em que valores fundamentais

211 

são resgatados como a igualdade de direitos e o combate a qualquer forma de

212 

discriminação.

213 

O que acontece em muitas escolas é que não existe uma proposta inclusiva

214 

que fundamente a ação pedagógica do educador. Existe apenas a obrigatoriedade

215 

da lei – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – nº 9.393/96, que reafirma

216 

o direito de a criança estar na escola regular.

217 

Mittler (2003) acredita, que a Declaração de Salamanca foi significativa

218 

porque esclareceu a filosofia e a prática da inclusão e resultou em um compromisso

219 

da maioria dos governos para trabalhar pela educação inclusiva, foi importante

220 

também porque ofereceu um fórum para discussão e trocas de ideias e de

221 

experiências sobre como o desafio estava sendo enfrentado em várias partes do

222 

mundo.

223 

De acordo com Mantoan (1994), a Inclusão é o modo ideal de garantir a

224 

igualdade de oportunidades e permitir que crianças portadoras de deficiência e ou

225 

necessidades especiais possam relacionar-se com outras crianças e estabelecer

(8)

trocas para poderem crescer. Na imitação e no espelhamento, elas e as outras

227 

crianças se desenvolvem. A igualdade nos relacionamentos não permite trocas e

228 

traz estagnação ao desenvolvimento, são necessários exemplos que as façam

229 

superar suas dificuldades e despertar suas potencialidades. Como já foram vistos,

230 

os princípios da Inclusão vão além de inserir crianças na rede regular de ensino,

231 

passam necessariamente por uma ampla revisão do Sistema Educacional.

232 

Gardner (1994), em sua Teoria das Inteligências Múltiplas: os indivíduos

233 

“Possuem diferentes tipos de mentes, e por isso aprendem, lembram,

234 

desempenham e compreendem de modos diferentes.” Assim como a proposta da

235 

Educação Inclusiva, essa teoria propõe o reconhecimento das diferenças individuais

236 

e a adequação dos educadores às diferentes formas de aprendizagem, desempenho

237 

e compreensão dos educandos. Sugere abordagens variadas com finalidades de

238 

atender aos alunos que não se enquadram no sistema formal de ensino, não porque

239 

não possuam compreensões significativas, mas porque são excluídos daquele

240 

sistema.

241 

A inclusão nada mais é do que um dos direitos mais elementares da condição

242 

humana. Do ponto de vista da ação, torna-se incontornável a necessidade de o dia a

243 

dia da comunidade escolar ser preenchido por relações inter-pessoais

244 

caracterizadas por exemplos espontâneos de valorização das diferenças,que

245 

precisam se estender para além dos muros da escola.

246 

Para a inclusão ter sucesso, as escolas precisam formar e se constituir em

247 

comunidades conscientes. Uma comunidade se forma e se une em torno de valores

248 

e ideais compartilhados, cujo vínculo deve ser mais forte e mais importante do que

249 

os próprios alunos, os professores, os funcionários e os pais. Valores que conduzam

250 

todo o grupo a níveis mais elevados de auto-conhecimento, de compromisso e de

251 

desempenho, para além do alcance dos fracassos e das dificuldades enfrentadas no

252 

dia a dia de todos. “A comunidade pode ajudar os professores e os alunos a serem

253 

transformados de uma coleção de ‘eus’ em um ‘nós’ coletivo, proporcionando-lhes,

254 

assim, um sentido singular de identidade, de pertencer ao grupo e à comunidade”,

255 

conforme Sergiovanni (1994), citado por O’Brien e O’Brien (1999).

256 

Nossa sociedade não precisa ingressar suas crianças no mundo da

257 

matemática e da ciência. Ela precisa cuidar de suas crianças – para reduzir a

258 

violência, para respeitar o trabalho honesto de qualquer tipo, para recompensar a

259 

excelência em qualquer plano, para garantir um lugar para cada criança e cada

(9)

adulto emergente no mundo econômico e social, para produzir pessoas que possam

261 

cuidar de maneira competente de suas próprias famílias e contribuir eficazmente

262 

para suas comunidades. Em direta oposição à ênfase atual nos padrões

263 

acadêmicos... declaro que nosso principal objetivo educacional deveria ser o de

264 

encorajar o desenvolvimento de pessoas competentes, protetoras, amorosas e

265 

dignas de serem amadas.(Stainback e Stainback,1999).

266  267  268 

5.1 A importância do educador na educação inclusiva

269  270 

A educação inclusiva é importante para os educadores, pois além de criar

271 

oportunidades para a sua própria capacitação, eles precisam de oportunidades para

272 

refletirem sobre as propostas de mudança que mexem com seus valores e com suas

273 

convicções e ainda com as mudanças em sua prática profissional cotidiana. Por

274 

isso, quaisquer dúvidas ou reservas que apresentem neste momento de implantação

275 

da inclusão, não devem ser consideradas reacionárias ou anuladas, pois o momento

276 

é de mudança e isso perturba as pessoas. Mas é otimista dizer que a maioria dos

277 

professores já possui muito do conhecimento, habilidades e competência requeridas

278 

para a educação inclusiva, o que lhes falta é confiança em seus atributos, mas

279 

mesmo assim, assegurar aos profissionais recentemente qualificados uma

280 

compreensão básica do ensino inclusivo e de escolas inclusivas é o melhor

281 

investimento que pode ser feito a longo prazo, pois sobre estes alicerces se

282 

asseguram uma boa prática, que espera-se as novas gerações venham a ter.

283  284 

As crianças que se sentem educacionalmente excluídas têm maior 285 

probabilidade de se sentirem socialmente isoladas. Elas podem 286 

experimentar ainda não apenas a perda de confiança em si próprias como 287 

estudantes, mas também como indivíduos. Isso pode ser disfarçado pelo 288 

comportamento provocativo, o que, por sua vez, pode ativar medidas 289 

punitivas da escola ou dos colegas - esse fato pode isolar ainda mais o 290 

aluno, talvez até o ponto de ser excluído. Mittler (2003, p. 140). 291 

292 

Quando se fala que em uma escola inclusiva contar com a parceria dos pais é

293 

algo imprescindível, não se está falando somente dos pais de crianças deficientes,

294 

mas os pais de toda e qualquer criança. As relações entre a família e a escola

295 

precisam ser repensadas, precisa-se reinventar modos de trazer os pais e os

296 

educadores para um relação de trabalho mútuo, o que não é só válido para a causa

(10)

da inclusão, mas beneficia a todas as crianças, os pais e os professores, assegura

298 

Mittler (2003). Além de uma relação mais estreita e saudável, essa nova maneira de

299 

se relacionar pode provocar um impacto sobre a aprendizagem da criança e

300 

promover a inclusão social, assim como a inclusão escolar. Nas suas palavras:

301 

Carvalho (2003) ao pensar a escola ideal, a escola inclusiva, refere que a

302 

grande massa brasileira de excluídos, da escola tradicional e da própria sociedade –

303 

tais quais os meninos e meninas de rua, as crianças e adolescentes que trabalham,

304 

os doentes crônicos de todas as idades, os encarcerados, os analfabetos, as

305 

populações do campo e as nômades, os pobres ou miseráveis, as prostitutas, às

306 

vezes de tenra idade e outros que – quando são lembrados, o são através de

307 

medidas de cunho protecionistas e não emancipatório, por representarem “risco” à

308 

sociedade. Medidas essas que acabam funcionando como mecanismos

309 

estigmatizantes, geradores de segregação.

310  311 

5.1.1 A importância do educador segundo Paulo Freire

312  313 

A partir do enfoque da educação inclusiva, apresenta-se o pensamento de

314 

Paulo Freire, Piaget e de Vygotsky, visando mostrar como é importante a ação do

315 

educador, mostrando como sua ética fundamentada na inter-relação, no diálogo, e

316 

na libertação, compreende e valoriza a diversidade e a singularidade humanas.

317 

De acordo com Ferreira (1995) Paulo Freire foi mais que um educador e

318 

filósofo, mas um criador de idéias que destacou o seu trabalho na área da educação

319 

popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação

320 

da consciência política. A sua prática didática fundamentava-se na crença de que o

321 

educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a

322 

realidade, o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho,

323 

e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes,

324 

o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado.

325 

Desse modo uma nova perspectiva de educação inclusiva pode proporcionar

326 

e viabilizar o ato da aprendizagem numa direção inclusiva a ação deve estar na

327 

razão da intenção. A inclusão deve estar em primeiro lugar, o educador deve

328 

compreender a necessidade de cada aluno garantindo a participação e

329 

aprendizagem do mesmo. O educador inclusivo faz um processo de humanização,

330 

de conhecimento e de criação. (GADOTTI, 2001)

(11)

A inclusão da pessoa na sociedade por meio da educação tem ainda uma

332 

vertente emocional: o papel do educador inclusivo revela a cidadania enquanto

333 

pertinência, o poder sentir-se como sujeito plenamente criador, livre e autônomo

334 

pertencendo a um grupo. Sem a devida capacitação, o indivíduo pode estar em uma

335 

sociedade e, portanto pertencer a ela sem, contudo conseguir atuar e participar

336 

desta.

337 

  338 

[...] o educador inclusivo já não é mais o que apenas educa, mas o que, 339 

enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser 340 

educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em 341 

que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem, 342 

e que para ser funcionalmente necessita de estar sendo com as liberdades 343 

e não contra elas. (FREIRE, 2003:68). 344 

  345 

De acordo com Paulo Freire, o educador inclusivo abre uma nova perspectiva

346 

como forma de valorizar o indivíduo para torná-lo um ser integrado na sociedade.

347 

A inclusão na educação como prática de liberdade pode e deve ser embasada

348 

no princípio de que ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os

349 

homens se educam entre si mediados pelo mundo, pelas experiências de cada um e

350 

pela evolução do processo inclusivo, buscando um novo passo a cada dia.

351 

O educador inclusivo deve compreender a inclusão, pois deve pensar e

352 

visualizar a necessidade dos excluídos eles conseguem compreender a educação

353 

como uma troca, como um processo de ensino e de aprendizagem.

354 

O educador inclusivo não pode negar seu dever de reforçar a capacidade

355 

crítica do educando enfim, este é o papel do educador e faz parte da sua tarefa

356 

docente não apenas ensinar os conteúdos, mas também promover o pensamento

357 

crítico, que consiste na reavaliação permanente do que faz.

358 

O professor que realmente ensina, quer dizer, que trabalha os conteúdos no

359 

quadro da rigorosidade do pensar certo, nega, como falsa, a fórmula farisaica do

360 

“faça o que eu mando e não o que eu faço”. Quem pensa certo está cansado de

361 

saber que as palavras a quem falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase

362 

nada valem. Pensar certo é fazer certo. (FREIRE, 2003:34).

363  364  365  366  367  368 

(12)

5.1.2 A importância do educador segundo Piaget

369  370 

Piaget também educador e epistemólogo era, considerado o um dos mais

371 

importantes pensadores do século XX. Para ele a educação inclusiva é uma

372 

educação construída quando o conteúdo é enriquecido por novas formas, mas essa

373 

construção pressupõe uma aquisição não aprendida ou não inteiramente aprendida

374 

o educador tem que ter um processo de ensino decorrente do mesmo processo

375 

de assimilação a objetos e situações diferentes ( FURTH, 1974).

376 

Aprender não é somente um ato relacionado a um conteúdo escolar

377 

específico, como ler, escrever, contar. Aprender também é uma relação criada entre

378 

sujeito e objetos de conhecimento e está muito implicado na forma como esse

379 

sujeito reage e lida com os desafios que precisa superar no momento de aprender.

380 

Embora saibamos que uma das maiores metas das instituições de ensino é a

381 

sistematização do conhecimento, não podemos nos esquecer da formação integral

382 

do ser: dos aspectos sociais, afetivos e morais na formação de nossos alunos.

383 

Já em 1948, Piaget também defendia essas mesmas ideias, colocando como

384 

objetivos da educação a formação de pessoas autônomas: moral e intelectualmente.

385 

Comentando o artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos do Homem que diz :

386 

“A educação inclusiva deve visar ao pleno desenvolvimento da personalidade

387 

humana e ao reforço do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades

388 

fundamentais” (ONU, 1948), Piaget afirma que é necessário, portanto, formar

389 

indivíduos autônomos e capazes de considerar e respeitar essa autonomia em

390 

outrem. Isso, na visão dele, gera uma necessidade de reorganização do espaço

391 

pedagógico e das relações estabelecidas nesse espaço. A pergunta que Piaget nos

392 

faz “... será possível formar personalidades autônomas por meio de técnicas que

393 

impliquem, nos diferentes graus, em constrangimento intelectual e moral?” (PIAGET,

394 

1972). Tem uma resposta definitiva: não! Mas, infelizmente, a pergunta e a resposta

395 

estão longe de serem compreendidas em nossas escolas.

396 

De acordo com Piaget o educador inclusivo deve ter uma boa atuação em

397 

sala de aula, pois se o aluno passa anos na escola e não aprende, o maior objetivo

398 

educacional não foi atingido.

399 

Se para Piaget a aprendizagem deve necessariamente fazer apelo aos

400 

instrumentos cognitivos e individuais do aluno, caminhando, como já dissemos,

401 

muito além da emissão de respostas certas, ao educador inclusivo caberia um papel

(13)

essencial. Seu papel é o de desencadeador dos processos cognitivos, de

403 

provocador de ações, de solicitador de explicações e reflexões, de criador de

404 

perturbações. É o docente, sem dúvida, que abre ou fecha as possibilidades de

405 

desenvolvimento e, consequentemente, de aprendizagem para os seus discentes.

406 

Portanto, é um papel fundamental e bastante diferente de uma passividade latente

407 

que é preconizada por aqueles que não compreendem o significado da educação

408 

inclusiva de acordo com Piaget.

409 

Todo ser humano tem o direito de ser colocado, durante a sua formação, em

410 

um meio escolar de tal ordem que lhe seja possível chegar ao ponto de elaborar, até

411 

a conclusão, os instrumentos indispensáveis de adaptação que são as operações da

412 

lógica. (PIAGET, 1972)

413 

Quando Piaget discute a questão do direito à educação inclusiva ele atribui

414 

um papel essencial à escola e à ação docente. Diz ele:

415 

Proclamar que toda pessoa humana tem o direito à educação tanto inclusiva 416 

ou normal isso supõe a psicologia individualista tributária do senso comum, 417 

que todo indivíduo, garantido por sua natureza psicobiológica ao atingir um 418 

nível de desenvolvimento já elevado, possui além disso o direito de receber 419 

da sociedade a iniciação às tradições culturais e morais; é pelo contrário e 420 

muito mais aprofundadamente, afirmar que o indivíduo não poderia adquirir 421 

suas estruturas mentais mais essenciais sem uma contribuição exterior, a 422 

exigir um certo meio social de formação, e que em todos os níveis (desde 423 

os mais elementares até os mais altos) o fator social ou educativo constitui

424 

uma condição do desenvolvimento. (PIAGET, 1972, p.33).

425  426 

Podemos entender que Piaget atribui um papel fundamental na questão

427 

educação inclusiva. Não é possível desenvolver-se e, aprender sem o outro, sem um

428 

professor, capaz de provocar o desenvolvimento discente. E é esse professor, esse

429 

outro que permitirá a inclusão. Quando pensamos em inclusão, não devemos pensar

430 

somente nos sujeitos com necessidades educacionais especiais. Sabemos que uma

431 

escola verdadeiramente inclusiva deve incluir a todos: o negro, o pobre, o

432 

indisciplinado, o que não consegue aprender... Portanto, nossa escola de hoje ainda

433 

está muito longe de ser inclusiva e isso deve-se não somente ao fato de ela estar

434 

despreparada em relação aos sujeitos que são excluídos . Nesse sentido, podemos

435 

pensar também nas crianças que não aprendem ou os ditos “alunos com

436 

dificuldades de aprendizagem".

437 

Como nos diz Piaget (1972) a formação adequada e uma aprendizagem real

438 

dependem do estabelecimento de relações complexas entre o educador inclusivo e

439 

o aluno que deve ser incluído. Assim, o educador desempenha o importante papel

(14)

de solicitar o pensamento e a atividade deste aluno, organizando situações

441 

estimulantes que envolvam criação, se não tiver este pensamento a escola e os

442 

próprios docentes continuarão a excluir os que não aprendem e, portanto, estaremos

443 

longe de compreender o real significado da inclusão.

444  445 

5.1.3 Educação inclusiva segundo Vygostsky

446  447 

Sendo contemporâneo de Piaget, Lev Semenovich Vygotsky, foi um pensador

448 

complexo e tocou em muitos pontos da pedagogia contemporânea", Vygotsky, tinha

449 

uma proposta de educação inclusiva que defendia a acessibilidade escolar para

450 

todos. Ou seja, Vygotsky enfatizou fundamentalmente a inclusão escolar

451 

reconhecendo a diferença entre o ser humano e o ser humanizado dos demais.

452 

A inclusão protagonizada pelos homens incide sobre eles mesmos, refletem

453 

sobre seus psiquismos. As relações sociais do homem são determinadas pelo modo

454 

de produzirem a vida.(Vygotsky, 1962).

455 

Vygotsky desenvolveria uma concepção psicológica sobre a inclusão, em que

456 

considera que todas as pessoas excluídas podem fazer mais do que o conseguiriam

457 

fazer por si sós. A imitação e o ensino teriam aqui um papel de suma importância,

458 

conduzindo o excluído a atingir novos níveis de desenvolvimento. Desta forma, a

459 

educação sendo inclusiva determina ao excluído uma pedagogia que deveria incidir

460 

não nas funções maduras, mas nas funções em vias de maturação (Vygotsky,

461 

1962).

462 

Assim como Vygotsky, Saviani (1994) acredita que a escola está relacionada

463 

a um processo de humanização, afirmando que o homem não se faz homem

464 

naturalmente; ele não nasce sabendo ser homem, vale dizer, ele não nasce sabendo

465 

sentir, pensar, avaliar, e agir. Para saber pensar e sentir; para querer, agir ou avaliar

466 

é preciso aprender, o que implica o trabalho educativo.

467 

Com base na teoria de Vygotsky, podemos afirmar a defesa de que pessoas

468 

com qualquer tipo de deficiências, podem vir a conquistar um nível de

469 

desenvolvimento elevado dos seus psiquismos e consciência, valendo-se do

470 

pensamento e da linguagem verbais para apreenderem o mundo e compreendê-lo

471 

para, depois, intervir sobre o mesmo. A escolarização deve, portanto, permitir-lhes

472 

que dominem e depois superem os saberes cotidianos, os conceitos espontâneos, e

473 

que possam se apropriar dos saberes científicos. Essa defesa, em nosso

(15)

entendimento, dá um norte diferenciado ao trabalho de formação de professores e

475 

demais profissionais que atuam junto à Educação Especial ou Inclusiva.

476 

Nesta direção, Duarte (2000) destaca a importância de entendermos que a

477 

psicologia de Vygotsky direciona para uma pedagogia onde a escola tem papel

478 

fundamental no desenvolvimento do indivíduo, pois possibilita a apropriação do

479 

conhecimento, objetivo historicamente acumulado, como forma de

480 

instrumentalização do indivíduo, que não é passivo neste processo, mas que se

481 

torna “sujeito de suas ações”.

482 

Para Vygotsky (1989), um fator de suma importância refere-se à posição

483 

ocupada na sociedade por uma pessoa deficiente. As suas relações sociais, todos

484 

os momentos que determinam o seu espaço no meio social, seu papel e seu destino

485 

como participante da vida e de todas as funções sociais, passam por uma

486 

reorganização, esse papel aponta que o desenvolvimento desta pessoa é

487 

duplamente condicionado pelo meio social. A educação inclusiva é um aspecto de

488 

realização social da pessoa deficiente e também a tendência social serve de

489 

compensação para a adaptação das condições destas pessoas.

490 

Segundo ele, uma peculiaridade positiva nas pessoas com deficiência não é o

491 

desaparecimento de uma ou outra função observada nas pessoas normais, e sim

492 

que o desaparecimento de algumas funções faz com que surjam novas formações

493 

que vão representar uma unidade, uma reação da personalidade diante da

494 

deficiência, a compensação no desenvolvimento. Ele afirma que se uma pessoa

495 

deficiente alcança o mesmo desenvolvimento de uma pessoa normal, então as

496 

pessoas com deficiência alcançam esse desenvolvimento de um modo diferente ,

497 

por outra via, com outros meios e para o educador inclusivo é muito importante

498 

conhecer essa peculiaridade da via pela qual ele deve conduzir estas pessoas. A lei

499 

da transformação e da compensação proporciona a chave para se chegar a essa

500 

peculiaridade.

501 

O educador inclusivo deve compreender sua importância na educação

502 

inclusiva, deve-se olhar audaciosamente para este problema como um problema

503 

social, a deficiência física significa um descarrilamento social então,

504 

pedagogicamente falando, educar estas pessoas significa trazê-las de volta para o

505 

curso correto da vida do mesmo modo que um organismo desarticulado ou

506 

prejudicado é restabelecido. Na formulação da demanda para uma pedagogia

507 

guiada para inclinações naturais como formas cultivadas, nós abordamos o ponto

(16)

inicial de qualquer sistema de educação para as pessoas deficientes, isto é, a

509 

educação inclusiva e a importância dela, visto como sei, tem sido subestimada na

510 

teoria e na prática em inúmeros países (VYGOTSKY, 1989, p. 91).

511 

Desta forma, a escola inclusiva seria o lugar onde a intervenção de

512 

educadores intencional desencadearia o processo ensino-aprendizagem. O

513 

professor deveria provocar avanços nos alunos interferindo e proporcionando para

514 

estes uma educação eficaz é de uma suma importância. O aluno não seria um mero

515 

sujeito da aprendizagem, mas aquele que é capaz de aprender, junto ao outro, o que

516 

o seu grupo social produz, como, valores, linguagem e o próprio conhecimento.

517 

(SIERRA, 2005)

518  519 

6 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E EQUOTERAPIA

520 

 

521 

A educação inclusiva abre uma nova perspectiva como forma de valorizar o

522 

indivíduo para torná-lo um ser integrado na sociedade. Partindo deste pressuposto,

523 

a família é premissa básica onde se constitui o primeiro grupo social, que na história

524 

da humanidade nos remete à condição do “Ser” na relação homem-mundo, que se

525 

faz a cada dia. Com isso, a proposta educacional deverá estruturar-se como forma

526 

de ação-reflexão-ação, para atender às necessidades de todos indistintamente.

527 

(GOUVÊA, 2004).

528 

Para sabermos o benefícios da equoterapia na educação inclusiva temos que

529 

analisar o desenvolvimento de um praticante. Mais especificamente, identificar a

530 

idade motora e cognitiva geral do praticante antes e após a intervenção

531 

equoterápica. Verificar as áreas do desenvolvimento mais estimuladas com a prática

532 

da equoterapia. Analisar a atuação do praticante ao longo da intervenção

533 

equoterápica. E, descrever o nível de satisfação da família do praticante com o

534 

tratamento desenvolvido.

535 

A equoterapia é uma modalidade terapêutica em expansão. Ainda são ínfimas

536 

as pesquisas de cunho científico que abordam os seus efeitos sobre seus

537 

praticantes. Portanto, o objetivo da equoterapia é analisar e propor a educação

538 

inclusiva para todos aqueles que assim a procuram.

539  540 

“Eu vi uma criança que não podia andar. Sobre um cavalo, cavalgava por 541 

prados floridos que não conhecia. Eu vi uma criança sem força em seus 542 

braços. Sobre um cavalo, o conduzia por lugares nunca imaginados. Eu vi 543 

(17)

uma criança que não podia enxergar. Sobre um cavalo, galopava rindo do 544 

meu espanto, com o vento em seu rosto. Eu vi uma criança renascer, tomar 545 

em suas mãos as rédeas da vida e, sem poder falar, com seu sorriso dizer: 546 

‘Obrigado Deus, por me mostrar o caminho’.” (JOHN ANTHONY DAVIES) 547 

  548 

  549 

Walter e Vendramini (2000, apud UZUN, 2005) enfatizam que a equoterapia

550 

exige a participação do corpo inteiro, contribuindo assim, para o desenvolvimento do

551 

tônus e da força muscular, do relaxamento, da conscientização do próprio corpo, do

552 

equilíbrio, do aperfeiçoamento da coordenação motora, da atenção e a auto-estima.

553 

“Assim, a equoterapia é um método de reabilitação e educação que trabalha o

554 

praticante de forma global.” (UZUN, 2005).

555 

Segundo Medeiros e Dias (2002), a ato motor baseia-se em sentir, perceber e

556 

realizar o movimento. Desta forma, a dinâmica da equoterapia facilita a

557 

aprendizagem motora pelos estímulos ofertados aos sistemas sensoriais

558 

responsáveis pelo ato motor, o que leva às mudanças na organização neural

559 

(plasticidade neuronal).

560 

Para a educação inclusiva funcionar através da equoterapia, existem vários

561 

tipos de atividades que são propostas pelos profissionais que atuam nesta área de

562 

acordo com a necessidade de cada praticante.

563 

O programa de educação e reeducação, onde o praticante já apresenta

564 

condições de se manter sozinho e de manter uma boa relação de interação com o

565 

cavalo e os mediadores da equipe, o ato de cavalgar auxilia na aquisição e

566 

desenvolvimento das funções psicomotoras, proporcionando assim a aprendizagem

567 

e o desenvolvimento cognitivo mais específicos, que se referem ao desenvolvimento

568 

das habilidades: formação de conceitos, solução de problemas, pensamento crítico,

569 

criatividade e conseqüentemente a aquisição do conhecimento. Enquanto anda a

570 

cavalo, o praticante necessita desenvolver habilidades e atitudes conceituais

571 

diversas além da reorganização postural e de equilíbrio corporal, fatores estes que

572 

facilitam a recepção de vários estímulos sensoriais simultâneos. Ajuda a manter um

573 

comportamento social adequado, durante as atividades de grupo na equitação,

574 

estágios estes mais avançados do programa. Estas aquisições são conhecidas

575 

como cognição social.

576 

Segundo Isoni (2001) “a Equoterapia – facilita a organização do esquema

577 

corporal; facilita a aquisição do esquema espacial; desenvolve a estrutura temporal;

578 

aguça o raciocínio e o sentido de realidade; proporciona e facilita a aprendizagem da

(18)

leitura, da escrita e do raciocínio matemático; aumenta a cooperação e a

580 

solidariedade; minimiza os distúrbios comportamentais; promove a auto-estima, a

581 

auto imagem e a segurança; facilita os processos de aprendizagem”.

582 

Na esfera social, a Equoterapia é capaz de diminuir a agressividade, tornar o

583 

paciente mais sociável, melhorar sua auto-estima e treinar padrões de

584 

comportamento como: ajudar e ser ajudado, encaixar as exigências do próprio

585 

indivíduo com as necessidades do grupo, aceitar as próprias limitações e as

586 

limitações do outro, facilitando assim a interação do deficiente físico e mental com a

587 

sociedade.

588 

O cavalo faz parte da vida do homem; a sua utilização como recurso

589 

pedagógico, psicoterapêutico e inserção social não é uma descoberta recente.

590 

Apesar do simples fato de se estar montado no cavalo já estar estimulando o

591 

equilíbrio, algumas manobras podem ser utilizadas para aumentar a quantidade de

592 

estímulos, (GOUVÊA, 2004).

593 

Dentre as atividades, pode-se pedir ao praticante para fechar os olhos; retirar

594 

os pés do estribo; fazer exercícios com os membros superiores; ficar de pé sobre o

595 

estribo; ficar ajoelhado, em decúbito dorsal ou ventral sobre o dorso do cavalo;

596 

volteio; fazer o cavalo andar e parar várias vezes, (UZUN, 2005).

597  598 

6.1 A importância do educador na equoterapia

599  600  601 

O educador faz parte da equipe multidisciplinar no processo da equoterapia,

602 

ele é de suma importância, pois é o principal responsável na área da inclusão do

603 

praticante em escolas de acordo com Debuse (2006), o educador de equoterapia é

604 

um professor da inclusão, tornando-se para o praticante uma oportunidade única de

605 

aprendizagem que não pode ser subestimada. A equoterapia é uma atividade

606 

divertida, prazerosa e motivadora, que aumenta o grau de atenção e concentração,

607 

proporciona aos praticantes avanços físicos, emocionais e sociais, dissolvendo e

608 

suavizando seus bloqueios físicos e mentais.

609 

Lourenço e Paiva (2010) salientam a motivação no processo escolar de

610 

ensino-aprendizagem e afirmam que, motivado e entusiasmado, o aluno busca

611 

novos conhecimentos e oportunidades, revela disposição na participação de tarefas

612 

e envolve-se no processo de aprendizagem devido ao pensar correto e agir do

613 

educador.

(19)

Ser educador hoje na proposta da educação inclusiva é mais gratificante e

615 

mais recompensador, educar é ajudar o ser humano com os princípios e os

616 

fundamentos do ensino e da aprendizagem, informal e formal, na família e na

617 

sociedade, a transformar-se pelo crescimento e pelo desenvolvimento

618 

biopsicossocial em um cidadão com liberdade, felicidade e paz. Severo (2006).

619 

As contribuições do educador na equoterapia e na educação inclusiva,

620 

promovem uma educação inovadora e reconhecida a pouco tempo. Com este

621 

referencial, o educador estabelece uma relação que possibilita através da

622 

experimentação, da integração e percepção uma forma de conviver com as

623 

diferenças e entender as necessidades do outro, respeitando-os na relação

homem-624 

mundo que se encontra e se constrói nos aspectos de forma interpessoais e

625 

intrapessoais.

626 

O momento significativo na vida do praticante e do educador é a descoberta,

627 

aproximação das relações, afetividade, compreensão das limitações; é a descoberta

628 

das potencialidades, de acreditar nas suas capacidades de responder aos variados

629 

estímulos.

630 

O processo de ensino e aprendizagem ocorre em todos os lugares e não

631 

somente na escola, mas também num ambiente terapêutico/escolar, como a

632 

equoterapia. Nesta concepção, a equoterapia como processo educacional tem por

633 

objetivo criar um espaço que contribua para construção e reconstrução do

634 

conhecimento do indivíduo, desenvolvendo habilidades e adquirindo conhecimentos,

635 

dentro de suas potencialidades, conduzindo o praticante a uma auto-realização,

636 

através de atividades, lúdicas desportivas que tem como meio motivador o “cavalo”

637 

este ser que a tanto tempo desperta o fascínio da humanidade.

638 

Neste processo a figura do educador é de vital importância, pois percebe-se

639 

as inúmeras oportunidades em que o profissional da educação habilitado em

640 

equoterapia, poderá contribuir com seu conhecimento e preparo acadêmico. A

641 

atuação do educador é voltada as questões de aprendizagem, estímulos cognitivos

642 

e/ou sociais e à elaboração de atividades lúdicas, aproveitando o animal “cavalo” e o

643 

meio ambiente ao seu redor, já que normalmente as sessões realizam-se em áreas

644 

externas. A prática das sessões equoterápicas são direcionadas a objetivos

645 

interdisciplinares, interligado com todos os outros profissionais do centro de

646 

equoterapia. (LOURENÇO E PAIVA, 2010)

(20)

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

648  649 

A equoterapia é um dos raros métodos terapêuticos em que o praticante

650 

vivencia muitos acontecimentos ao mesmo tempo e no qual as ações, reações e

651 

informações são bastante numerosas .

652 

O trabalho ao ar livre diferencia este de muitos outras terapias, o que

653 

representa uma excelente oportunidade de transformar o ambiente da terapia e

654 

oferecer ao praticante uma nova forma de alcançar suas metas.

655 

Após o levantamento de todo o material bibliográfico e a visita a campo, foi

656 

possível concluir que a equoterapia, como forma de terapia e como processo

657 

educacional tem por objetivo criar um espaço que contribua para construção e

658 

reconstrução do conhecimento, desenvolvendo habilidades e adquirindo

659 

competências, dentro de suas potencialidades, levando o praticante a uma

auto-660 

realização, através de atividades, lúdicas desportivas que tem como meio motivador

661 

o cavalo. Pode-se concluir que a equoterapia é uma forma de educação inclusiva,

662 

compreendendo melhor o trabalho de uma equipe na equoterapia, e principalmente

663 

o trabalho do educador, como ele deve agir e pensar diante de uma pessoa com

664 

necessidades especiais.

665 

Por fim, acredita-se que o presente trabalho significou um pouco da

666 

importância da equoterapia na educação inclusiva com um novo olhar, o olhar de um

667 

educador. Fica a perspectiva de que surjam novas pesquisas com amostras maiores

668 

para complementação e engrandecimento do tema, equoterapia um novo olhar

669 

pedagógico, no Brasil ainda é recente e pouco divulgado, mas espera-se uma

670 

contribuição e um incentivo ao desenvolvimento da equoterapia como uma forma de

671 

educação inclusiva abrangente, incisiva e concreta.

(21)

REFERÊNCIAS

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Referências

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