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Estratégia familiar de cuidado em saúde mental / Family mental health care strategy

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 50256-50271 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Estratégia familiar de cuidado em saúde mental

Family mental health care strategy

DOI:10.34117/ bjdv6n7-615

Recebimento dos originais: 23/06/2020 Aceitação para publicação: 23/07/2020

Rafaela Cássia Neves Carvalho

Pós graduanda em terapia cognitiva comportamental com crianças e adolescentes pela ELO, Pós graduanda em psicoterapia e intervenções familiares pela ELO, Graduada em Psicologia pela

Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Endereço: Av. Tamandaré, 6000 - Jardim seminário, Campo Grande - MS, 79117-010. Brasil.

E-mail: rafaneves06.c@gmail.com

Rosângela Fernandes Pinheiro Nantes

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Mestre em Psicologia da Saúde (UCDB), Especialização em Saúde da

Mulher (UNIDERP), Bacharelado em Enfermagem (UCDB).

Endereço: Av. Tamandaré, 6000 - Jardim seminário, Campo Grande - MS, 79117-010. Brasil.

E-mail: rosa.nantes@hotmail.com

Márcio Luís Costa

Doutor e Mestre em Filosofia, pela Facultad de Filosofia y Letras da Universidad Nacional Autónoma do México, Docente Pesquisador do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Psicologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Bacharel em Filosofia

na FUCMAT, atual UCDB.

Endereço: Av. Tamandaré, 6000 - Jardim seminário, Campo Grande - MS, 79117-010. Brasil.

E-mail: marcius1962@gmail.com

RESUMO

Este trabalho foi realizado com o intuito de analisar e discutir a forma como a família realiza e compreende o cuidado da pessoa com sofrimento mental. Para chegar a esta compreensão é necessário voltar-se para os próprios familiares cuidadores e, entender a forma como o cuidado é vista pelos mesmos dentro de sua realidade cotidiana, para que isto fosse possível, foram realizados estudos de caso com famílias cuidadoras. A partir disto, foi possível observar unidades de análise que se repetiam dentro das conversas com os familiares cuidadores, tais quais: recursos financeiros e cuidado, medicamentos e cuidado, atividades domésticas e cuidado e, até, a necessidade de cuidado do próprio familiar cuidador. A partir das entrevistas realizadas com os familiares cuidadores foi possível observar a complexidade do cuidado para o cuidador, pois este impacta a vida do familiar cuidador em diversos sentidos, financeiro, psicológico, físico e espiritual. Com isto foi aceitável criar uma discussão, utilizando-se da própria literatura e das Políticas Públicas de Saúde Mental, para investigar como que o cuidado é visto e aplicado na realidade das famílias cuidadoras, que muitas vezes não possuem muitos recursos, e convivem com o sofrimento mental em seu cotidiano.

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ABSTRACT

This work was carried out with the purpose of analyzing and discussing the way in which the family carries out and understands the care of the person with mental suffering. To reach this understanding it is necessary to turn to the family caregivers themselves and, to understand the way the care is seen by them within their daily reality, case studies were carried out with caring families. From this, it was possible to observe units of analysis that were repeated within the conversations with the family caregivers, such as: financial resources and care, medication and care, domestic activities and care and even the need for care of the family caregiver himself. From the interviews with the family caregivers it was possible to observe the complexity of the care for the caregiver, since this impacts the life of the family caregiver in several ways, financial, psychological, physical and spiritual. With this it was acceptable to create a discussion, using the own literature and the Mental Health Public Policies, to investigate how the care is seen and applied in the reality of the caring families, which many times do not have many resources, and live with the mental suffering in their daily life.

Keywords: care, family caregiver, mental suffering.

1 INTRODUÇÃO

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, houve grandes mudanças nos parâmetros políticos e sociais e produziu uma revolução qualitativa no projeto de cidadania da nação brasileira. Ao transformar a saúde em direito fundamental do cidadão e em dever do Estado, põe em marcha uma série de modificações que, com o tempo, começaram a afetar a vida das pessoas de forma muito concreta, que pode ser expressa em estratégias familiares de cuidado (BRASIL, 1988). A criação de Políticas Públicas de saúde consagra o direito do cidadão à proteção e atenção, o que significa o reconhecimento do ser humano no território do Estado brasileiro, em especial, considerando seu estado de fragilidade e consequente necessidade de cuidado.

Em decorrência a isto, é importante estudar a maneira como tal proteção e cuidado vêm sendo praticada, de maneira especial, com pessoas com sofrimento mental, ou seja: como a família realiza a prática do cuidado? É o mesmo que é proposto na Constituição Federal e nas Políticas Públicas de saúde Mental.

Sendo assim, este trabalho se intitula como “Estratégia familiar de cuidado em saúde mental”, e se insere como parte das atividades do projeto “Questões éticas nas Políticas Públicas de saúde: o cuidado nas estratégias de atenção em saúde mental” autorizado pelo CEP/ CONEP na forma de projeto guarda-chuva, cujo número CAAE é: 45604215.3.1001.5162.

O seu principal objetivo consiste em analisar e discutir a forma como a família organiza a estratégia de cuidado à pessoa com sofrimento mental, e elevar esta questão ao nível das discussões das Políticas Públicas, ou seja, analisar a organização ou reorganização familiar mediante a sua nova condição perante seu ente adoecido e, relacionar os dados obtidos com as Políticas Públicas existentes sobre o cuidado familiar na saúde mental.

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2 A FAMÍLIA E O CUIDADO

O conceito social de família foi construído através dos anos, onde culminou a imagem da família sendo um porto seguro e confiável, onde seus membros partilham experiências e valores em comum. Neste sentido, quando um membro é acometido com o sofrimento mental, a família tende a se reorganizar em busca de atender às novas necessidades que sua familiar demanda.

A pessoa com sofrimento mental possui limitações e comprometimentos para realizar determinadas atividades cotidianas e, isto exige da própria família um maior cuidado com o familiar adoecido, para ajudá-lo a satisfazer suas necessidades. Sendo assim, a família passa a desenvolver seu próprio conceito de cuidado e aplicá-lo em uma rotina com estratégias específicas que os auxiliam a suprir as demandas apresentadas pelo meio.

Com o sofrimento mental a família passa por modificações, o que acaba interferindo diretamente em sua rotina e em seu ambiente familiar, englobando aspectos econômicos, práticos e emocionais dos familiares cuidadores (PEGORARO; CALDANA, 2006). Sendo assim, cuidar de uma pessoa com sofrimento mental passa a ser um grande desafio, fazendo com que a família passa sentir-se fragilizada, culpada ou até mesmo incapaz em prestar os cuidados adequados ao seu familiar adoecido (BORBA et. al, 2008).

Quanto ao cuidado, este vai além das questões sociais, econômicas e biológicas, já que os cuidadores devem aprender a lidar com as crises provenientes de cada patologia, isto pode ser um percalço no cuidado, pois muitos cuidadores não possuem informações suficientes e assertivas em lidar com esses momentos.

Desse modo, Cardoso e Galera (2011), ponderam que o cuidado em saúde mental é decorrente da intrínseca relação entre os serviços de saúde, os profissionais desta área, a pessoa com sofrimento mental e seus familiares e, ademais, devem-se considerar as particularidades socioeconômicas e culturais em que o paciente e sua família estão inseridos.

Sendo assim, a família, também, necessita ser assistida dentro do tratamento de seu familiar adoecido, Covelo e Moreira (2015) acrescentam que este olhar voltado para a família e suas necessidades causa um impacto positivo na reabilitação psicossocial do paciente, pois ajuda na criação de autonomia dos membros familiares, assim como a adequação das estratégias de cuidado praticadas por aqueles, o que causa um efeito positivo no membro adoecido.

Ademais, ao se tratar do cuidado de todos os membros envolvidos no tratamento do familiar adoecido, Covelo e Moreira (2015, p.1134) falam que:

Um sofrimento psíquico não se refere apenas ao membro que se desestabiliza, mas diz respeito a todos que compõem o universo familiar. A presença dele pode configurar um

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desgaste material, subjetivo, organizativo e social na família, porque o usuário de saúde mental pode se tornar dependente de seus familiares (COVELO; MOREIRA, 2015, p. 1134).

O cuidado oferecido pela família pode vir acompanhado de uma sobrecarga, que pode afetar diretamente o cuidador, pois,comumente ocorre um comprometimento em sua vida social e emocional, podendo levá-lo ao afastamento do trabalho, de atividades de lazer, de relacionamentos interpessoais e do próprio autocuidado (PEGORARO; CALDANA, 2006). Podemos inferir que isto decorre do desgaste físico e emocional oriunda das estratégias de cuidado aplicadas em seu cotidiano.

Em relação à sobrecarga do cuidador, Cardoso e Galera (2011, p. 690) o definem como sendo “O estresse emocional e econômico a que as famílias se submetem”, com a maior necessidade de cuidado de seu familiar adoecido. Com o aumento das responsabilidades de cuidado é comum ocorrer o acúmulo de tarefas e o adiantamento de planos pessoais por parte do cuidador, o que interfere diretamente na saúde física, mental e emocional do mesmo.

A sobrecarga do cuidador pode vir acompanhada de sintomas físicos e emocionais, assim como Cardoso et al (2012) elucidam, é recorrente a queixa de sintomas de estresse, que segundo os autores, está atrelado a dificuldade de enfrentamento de questões cotidianas relacionadas ao cuidado, conflitos familiares, problemas econômicos e questões emocionais.

Ademais, a sobrecarga de cuidado pode ser apresentada nas dimensões subjetivas e objetivas, esta é relacionada com as consequências negativas de possuir um doente mental na família, o que ocasiona acúmulo de tarefas, gastos financeiros e fragilização das relações familiares; já a dimensão subjetiva diz respeito a própria percepção do familiar cuidador, ou seja, engloba seus sentimentos em relação a sua nova responsabilidade e, suas preocupações que compreendem o cuidado (ELOIA et al., 2014). Aqui entra a questão da estratégia de cuidado, onde ao observar a forma como os cuidadores exercem o cuidado será possível perceber seus percalços e limitações, que acabam os afetando, bem como, sua dinâmica familiar.

A participação familiar no cuidado em saúde mental voltou a ser uma proposta possível a partir da década de 1970, com a Reforma Psiquiátrica. Esta surgiu em um período de denúncias sobre a precariedade da assistência psiquiátrica, Tenório (2002) acrescenta que houve muitas fraudes no sistema financeiro de serviço e, diversas denúncias envolvendo abandono, violência e maus-tratos aos pacientes internados em grandes hospícios do país.

A partir deste movimento surgiu a lei 10.216 de 6 de abril de 2001, conhecida como a lei Paulo Delgado, que “Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtorno

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mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental” (BRASIL, 2001). A partir deste marco os estados brasileiros começaram a aprovar leis que determinam a substituição progressiva de leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental (BRASIL, 2005).

Consequentemente surgem as Políticas Públicas que servem de amparo para as famílias, onde é possível melhor integrar os familiares com a pessoa com sofrimento mental, visando proporcionar uma melhora na qualidade de vida para ambos e um suporte no tratamento.

3 O CUIDADO APLICADO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Com a Reforma Sanitária a saúde brasileira tomou outra vertente, dentre elas foi o surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS), instituído pela lei Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. A porta de entrada para o SUS acontece, principalmente, pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), esta visa à descentralização e a capilaridade, ocorrendo próximo à vida das pessoas (BRASIL, 2017). Sendo assim, a PNAB é o contato preferencial das pessoas com a Rede de Atenção à Saúde, por isso é “fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação popular” (BRASIL, 2017, p.9).

Sendo assim, a PNAB deve ser participativa, visar o cuidado e identificar riscos e demandas da saúde, para que assim possa desenvolver trabalhos clínicos e sanitários preservando sempre a saúde, além disto, deve buscar trabalhar para proporcionar a autonomia dos indivíduos e de grupos sociais (MENDES; VASCONCELLOS, 2015).

Organizada a partir da portaria de Nº 2.436 de 21 de setembro de 2017, a PNAB estabeleceu a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (BRASIL, 2017).

Para ampliar o escopo de abrangência de atuação da Atenção Básica, foi criado os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), composto por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, (educação física, nutricionista, médicos, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogo) que atuam de maneira integrada, apoiando diretamente no apoio matricial em que a unidade do NASF é vinculada, dispensando assistência no cuidado (BRASIL, 2013).

A atual Política Nacional de Saúde Mental (PNSM) teve seu início na década de 1980 e teve como precursor a Reforma Sanitária, ocasionando um movimento a favor dos direitos humanos e contra os manicômios, ou seja, a PNSM foi oriunda de uma mudança no modelo de gestão de atenção e cuidado dispensados a pessoas com transtornos mentais (BRASIL, 2013).

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Foi a partir deste cenário que sancionou a Lei Nº 10.216, que assegura os direitos das pessoas com sofrimento mental redirecionando o modelo assistencial dentro da saúde mental. Mielke et. al (2009, p. 160) acrescentam que:

Dessa forma surgem os serviços substitutivos do hospital psiquiátrico, que se constituem em uma rede de atenção à saúde mental. Esta rede é constituída tanto pela atenção básica, como as unidades básicas de saúde, quanto pelos serviços especializados, incluindo ambulatórios de saúde mental, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), hospital-dia, serviços de urgência e emergência psiquiátrica, leitos ou unidade em hospital geral e serviços residenciais terapêuticos (MIELKE et.al. 2009, p.160).

Nesse cenário o tratamento do sofrimento mental passou a ter um novo viés, sendo assim a reabilitação passou a ser através da interação psicossocial (CARDOSO; GALERA, 2011), ou seja, o tratamento vai além do controle de sintomas, pois inclui a relação do paciente com sua rede de apoio, como os familiares cuidadores, com os profissionais da saúde que o assistem, tudo feito dentro da sociedade e com trabalhos individuais e em grupo, em especial, realizados dentro dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que segundo Mielke et al. (2009) são serviços de atenção diária em saúde mental que substituem o hospital psiquiátrico.

O CAPS foi intitulado pela Portaria Nº 336 de 19 de fevereiro de 2002, que define e estabelece diretrizes para o seu funcionamento (BRASIL, 2002). Possui por escopo ofertar à população, atendimentos clínicos de reinserção dos usuários pelo trabalho, lazer, exercícios dos direitos civis e fortalecimento dos laços comunitários e familiares, bem como, proporcionar um ambiente acolhedor, tanto para o usuário quanto para a família que o acompanha, além de reconhecerem que esta é de fundamental importância para o sucesso do tratamento(BRASIL, 2004).

O CAPS proporciona atenção às pessoas de todas as faixas etárias que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, abrangendo o uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que dificulta o estabelecimento e laços sociais e realização de projetos de vida (BRASIL, 2015).

Possui uma estrutura dividida segundo públicos alvos e, implantados nos municípios conforme a população existente no mesmo. Sendo assim, o CAPS I está implantado em municípios referente a cidades com baixo número de habitantes (15 mil habitantes) o CAPS II é designado para cidades com populações com pelo menos 70 mil habitantes o CAPS III é utilizado para situações de urgência e emergência, atende cidades e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes aqui são realizadas internações de até 5 dias, CAPS Ad Álcool e Drogas que acolhe pessoas com transtorno pela utilização de álcool ou outras drogas, implantados em municípios com pelo menos 70 mil habitantes e CAPS ad III Álcool e Drogas que presta a mesma atenção, só que em regime de 24

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horas em municípios com mais de 150 mil habitantes e, por fim, o CAPSI, que é voltado para o atendimento infantil em municípios com pelo menos 15 mil habitantes (BRASIL, 2015).

Além do tratamento terapêutico, oferecido através de atendimentos individuais e grupais, o CAPS também dispõe de tratamento medicamentoso, sendo que este é realizado com o auxílio médico e não é a principal forma de tratamento, como era antigamente nos hospitais psiquiátricos (MIELKE et al, 2009).

O cuidado oferecido pelas Políticas Públicas em saúde mental propõe intervenções que promovem e melhoram as condições de vida, ou seja, através de atendimentos mais humanizados os pacientes são tratados por meios de intervenções que visam sua reinserção à sociedade, contando com a participação familiar no cuidado integral de seu familiar adoecido. Neste sentido, o paciente é visto como um ser de totalidade, que possui gostos e desejos e que está inserido dentro de uma cultura e, que tudo isto deve ser respeitado.

4 MÉTODO

O método utilizado foi o estudo de caso, ou seja, é um estudo que investiga um fenômeno contemporâneo em seu contexto em seu mundo real (YIN, 2015). Para que estes dados pudessem ser coletados foram realizadas entrevistas, assim como Scorsolini- Comin (2016) elucida, a entrevista é uma troca de informações entre pessoas através de um processo prático onde há a construção de um contexto conversacional, a preparação do entrevistado e a criação do roteiro de entrevista.

Para que todo este processo pudesse ser realizado foram feitos contatos com quatro famílias através do telefone, cujo número foi obtido por meio da Associação de Moradores. As famílias contactadas frequentam o CAPS III da Vila Almeida.

Feito o primeiro contato, os familiares foram convidados a participar da pesquisa. Os familiares que aceitaram sua participação receberam uma visita em suas residências ou um encontro no próprio CAPS. Antes da entrevista propriamente dita o participante assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas para posteriormente serem analisadas.

O método de análise escolhido foi a Análise de Conteúdo, onde segundo Bardin (2011) é:

Um conjunto de instrumentos metodológicos cada vez mais sutis em constante aperfeiçoamento, que se aplicam a “discursos” (conteúdos e continentes) extremamente diversificados. O fator comum dessas técnicas múltiplas e multiplicadas- desde o cálculo de frequência que fornece dados cifrados, até a extração de estrutura traduzíveis em

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modelos- é uma hermenêutica controlada, baseada na dedução: a inferência (BARDIN, 2013, p.15).

Este método possui diversos benefícios em relação à abordagem de conteúdos adquiridos, onde ferramentas como as compreensões, os significados e os sentidos são utilizados na descrição dos dados obtidos através das falas são colocadas em análise.

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO

A partir da análise das entrevistas foram identificadas unidades de análise, que serão mais amplamente discutidas, todas objetivando a estratégia de cuidado aplicada na relação entre o familiar cuidador e a pessoa a ser cuidada, pois assim como afirmam Spadini e Souza (2004) o familiar é indispensável no tratamento do doente mental.

5.1 RECURSOS ECONÔMICOS E CUIDADO

A família que coexiste com o sofrimento mental torna-se vulnerável a problemas de ordem financeiros, pois a família passa a vivenciar um processo complexo, onde é exigido uma nova relação de trabalho e um novo orçamento familiar (BORBA; SCHWARTZ; KANTORSKI, 2008).

O que foi observado no decorrer das entrevistas é a família utilizando dos recursos econômicos como uma estratégia de cuidado, ou seja, a família responsabiliza-se pelas economias da família, dando uma maior liberdade financeira ao familiar adoecido, no sentido do mesmo não precisar trabalhar ou ajudar nas despesas da casa. Isto é ilustrado na fala da Participante 2:

Ela anda sozinha bem, ela controla o cartão de crédito dela, ela tem conta no banco, ela não dá a senha pra gente, ela não é doida. É por isso que eu falo que eles aproveitam do laudo para fazerem o que querem (PARTICIPANTE 2).

Assim como salientam Pegoraro e Caldana (2006):

Muitas vezes, com o aparecimento da doença, é necessário que a família se reorganize, ampliando sua jornada produtiva para fazer frente às novas necessidades financeiras, como o alto custo da medicação, o tratamento, a alimentação, o vestuário e o transporte, pois, na grande maioria dos casos, o paciente psiquiátrico encontra-se economicamente improdutivo (MELMAN, 2002; MILES, 1982 apud PEGORARO; CALDANA, 2006 p. 570).

Frente a esta improdutividade foi possível observar que, muitas vezes, o familiar cuidador tende a tentar suprir todas as necessidades da pessoa adoecida, mesmo quando as necessidades apresentadas não condizem com a realidade financeira da própria família.

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Ela tem a net, o computador, a televisão mas até hoje ela não está contente com o que ela tem, com o nosso esforço Os gastos são nossos né, água, luz, a gente não cobra nada dela, a gente procura fazer tudo que ela quer (PARTICIPANTE 1).

Ademais, há um outro fator que interfere na questão financeira: a difícil adesão ao mercado de trabalho.

Não, ela não trabalha. Ela não trabalha porque ela não consegue interagir com as pessoas, entendeu? Daqui a pouco ela tem uma confusão, ela começa a brigar com as pessoas, não de bater nada não, mas é aquela coisa, ela pode ter uma regressão, e ter alguma mania de perseguição (PARTICIPANTE 2).

É possível observar uma dificuldade em manter um vínculo com o trabalho, assim como afirmam Borba, Schwartz e Kantorski (2008) a sobrecarga financeira que a família expressa pode ser decorrente da dificuldade do adoecido em inserir-se no mercado de trabalho, sendo assim, este passa a possuir uma maior dificuldade em ser uma pessoa economicamente lucrativa.

5.2 MEDICAÇÃO E CUIDADO

A medicação está diretamente atrelada aos recursos financeiros da família, pois como foi observado ocorre uma dependência da família para conseguir adquirir medicamentos com elevado custo e, que não encaixam no orçamento da família através da rede pública de saúde.

Conforme afirma Kebbe et. al (2014) o cuidador da pessoa adoecida passa a ser o grande responsável em administrar a medicação, além de ter que arcar com os gastos deste.

A medicação é uma parte importante do tratamento, pois esta ajuda a manter os sintomas estabilizados, logo é imprescindível o controle adequado da mesma no cotidiano das pessoas adoecidas. Contudo, foi identificado uma certa dificuldade por parte dos cuidadores em administrar a medicação.

Então, nós estamos nessa luta aí, eu já deixo tudo separadinho, o horário da manhã, a tarde e a noite, pra ele se virar, mas se depender dele ele não toma, então eu tenho que separar e ficar perto dele até ele tomar, eu tenho que ficar em cima, ele briga com o medicamento, ele não aceita (PARTICIPANTE 4)

Outro relato de dificuldade foi proveniente do Participante 3:

Eu passo a medicação pra ela, porque se eu não fizer isso ela não toma, daí dá o horário e eu falo pra ela tomar, dou pra ela e ela toma (PARTICIPANTE 3).

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Com isto ilustrado, é possível perceber estratégias de cuidado, dentre elas é administrar os medicamentos pelos familiares adoecidos, assim como monitorar se estes tomaram de acordo com o prescrito. Borba, Schwartz e Kantorski (2008) afirmam:

O familiar responsável pelo cuidado demonstra preocupação e vigília quanto à administração correta dos psicofármacos, tomando para si a responsabilidade de atentar para os horários e a dosagem dos medicamentos, pois tem medo do uso inadequado que o portador de sofrimento psíquico possa fazer do mesmo, colocando sua vida em risco (BORBA; SCHWARTZ; KANTORSKI, 2008, p. 592)

Sendo asism é possível observar a importância do familiar cuidador no tratamento medicamentoso, Kebbe et. al (2014) ressalta que a família é um importante meio de suporte social, sendo, muitas vezes, a principal responsável em arcar com os custos do tratamento.

5.3 TAREFAS DOMÉSTICAS E CUIDADO

Com o adoecimento de um familiar, é comum que as famílias se voltem para o auxílio do mesmo, ou seja, “a família vai se constituindo em um sistema informal de cuidado, zeloso, preocupado e presente” (BORBA; SCHWARTZ; KANTORSKI, 2008, p. 590). E, para que este cuidado seja realmente efetivo, os familiares tendem a tomar as responsabilidades da casa para si, principalmente no que diz respeito às tarefas domésticas.

O cuidado das tarefas domésticas, também, diz respeito à proteção por parte dos familiares, assim como Borba, Schwartz e Kantorski (2008) dizem, é comum que os familiares querem garantir a proteção física, emocional e social do grupo familiar, incluindo, assim, a higiene pessoal e a salubridade.

Em relação ao cuidado mediante as atividades domésticas, foi possível observar que é muito comum os familiares cuidadores se responsabilizarem pelas atividades domésticas básicas, enquanto os entes adoecidos ficam responsáveis pelas atividades mais simples, como a de limpar o próprio quarto ou lavar a louça.

Ela faz as tarefas domésticas com a gente brigando muito, aí é que está nosso desgaste, nosso desgaste diário, a gente fica “vamos, levanta dessa cama”, então é aquela briga diária (PARTICIPANTE 2).

E o participante 3 ainda acrescenta:

Eu que lavo a casa, arrumo as coisas e lavo a roupa dela. Eu cuidava da criança, ficava dia e noite com ela, mas daí essa daí ficou internada e eu não consegui mais cuidar, então minha irmã pegou ela pra cuidar, e assim, ela tem condições melhores de cuidar, tipo financeira sabe (PARTICIPANTE 3).

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Foi possível também observar que na relação familiar há uma constante preocupação com o bem-estar do ente adoecido e, isto pode ser refletido no cuidado com o ambiente doméstico e famíliar daquele. Navarini e Hirdes (2008) discutem a forma como a preocupação com o familiar adoecido torna-se um fator de cuidado e proteção para o mesmo, isto acontece, pois o cuidado passa a ser presente no convívio do cotidiano familiar, sendo considerado como um fator prioritário, logo é comum que os familiares possam assumir as responsabilidades de atividades domésticas para proporcionarem ao ente adoecido um ambiente confortável e seguro, como uma estratégia de cuidado.

5.4 ADEQUAÇÃO DO ESTILO DE VIDA E CUIDADO

Com o adoecimento e a nova rotina que a família deve adotar é comum que haja uma reestruturação na mesma, em especial no estilo de vida e nos papéis que cada membro ocupa. Contudo, há casos em que a família mudou drasticamente sua vida, em especial, há o relato da participante 2:

Assim, a gente é carioca, ela surtou no Rio, daí a gente passou 8 anos no nordeste e, a situação no nordeste ficou tão assim pra ela, que daí a gente resolveu mudar pra cá por causa dela, a gente já conhecia a cidade, sabia que era uma cidade tranquila, com um pessoal tranquilo, então pra ela seria melhor, porque ela é um alvo fácil né, uma pessoa desligada que sai e deixa a bolsa aberta, vai ao banco, então qualquer um podia roubar. Então assim, foi mais por ser uma cidade tranquila (PARTICIPANTE 2).

Outro dado observado é o isolamento que a família acaba passando em decorrência da patologia de seu familiar adoecido, em especial podemos observar relatos como:

O pessoal falava assim que ela era uma pessoa problemática e que tomava remédio, mas a gente vai gostando e vai ficando e ta ai até hoje, mas é uma luta tremenda, porque o pessoal não gosta dela, não quer ficar perto dela, foge dela, ela tem um guri de 9 anos que a mãe dela que cria, vira e mexe vaza e vai embora pra Camapuã (PARTICIPANTE 3).

Outro relato foi:

Os amigos dele, os de serviço, que ia lá em casa, sumiu tudo, só tem um que aparece de vez em quando lá em casa. Ele tem 8 irmãos, os 8 sumiu tudo, ficou só eu (PARTICIPANTE 4).

Outro fato relatado foi filhos sendo criados por terceiros por conta da condição de um dos genitores:

Na realidade, ela não pode cuidar da criança por causa dos remédios, então quem cuida é minha irmã, que é assistente social (PARTICIPANTE 3).

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Com isto, é possível identificar que o fato das famílias se isolarem ou evitarem o contato social intenso é uma estratégia de cuidado, em especial, por possuírem a crença de que estão protegendo seu familiar.

5.5 APELO RELIGIOSO E CUIDADO

O apelo religioso foi algo muito recorrente nas entrevistas, em especial de comunidades onde a família cuidadora pode encontrar auxílio e suporte, isto ficou registrado nas entrevistas:

Hoje assim, eu falo pra você que eu fiquei curada do transtorno de ansiedade e a minha mãe da depressão porque a gente procurou na fé, então a gente tem um apoio na fé evangélica, nas irmãs e na comunidade, então não vou falar que a gente extravasa lá (PARTICIPANTE 2).

Outro relato foi proveniente da participante 4:

E assim, eu converso muito com Deus, porque com ele (o familiar adoecido) eu não consigo conversar, o que me ajudou muito foi uma comunidade cristã que eu congrego, eles me ajudaram muito, mas eu só consigo ir 1x no mês, quando eu consigo, e é difícil levar ele porque ele não gosta, quando não tá bem ele me chama o culto inteiro pra ir embora (PARTICIPANTE 4).

O apelo religioso parte dos próprios familiares cuidadores, muitas vezes, utilizada como uma válvula de escape da realidade em que vivem, em outras palavras, como uma maneira de conseguirem se ajustar para darem conta de uma realidade que demanda muito deles.

5.6 DESAFIOS DO CUIDADO PARA O CUIDADOR

O cuidado, também, pode gerar desconfortos físicos, mentais e emocionais nos próprios cuidadores, haja vista que estes podem vivenciar uma maior carga de estresse e sobrecarga física e emocional. Segundo Borba, Schwartz e Kantorski (2008) a presença da sobrecarga física e emocional dos cuidadores pode gerar problemas gastrointestinais, gastrite, entre outros.

O desgaste é emocional, eu desenvolvi um quadro de ansiedade, que eu tenho que tomar remédio até hoje e, minha mãe um quadro de depressão (PARTICIPANTE 2).

Isto ilustra o desgaste emocional que o cuidado pode trazer para os familiares cuidadores A sobrecarga emocional compromete a qualidade de vida dos integrantes de uma família cuidadora que convive com o sofrimento mental (BORBA; SCHWARTZ; KANTORSKI, 2008). Muitas vezes, o próprio cuidador relatou sentir-se ameaçado pelo seu familiar, o que causa um grande nível de estresse, isto foi relatado pela participante 4:

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Quando ele surta ele fica bastante violento, ele quebra tudo que tem pra quebrar. Eu sinto desespero, nessa de agora eu achei que ia pirar junto, mas fico por ali porque eu não posso sair (PARTICIPANTE 4).

Outra questão inerente ao próprio ato de cuidar é a sobrecarga que isto causa ao cuidador. Assim como afirmam Borba, Schwartz e Kantorski (2008) o medo frente ao imprevisível que a doença mental causa, da inconsistência do humor e do risco de suicídio podem causar estressores e insegurança nos próprios cuidadores.

Olha, pra mim já teve dias de eu pensar em anoitecer e não amanhecer, e não é só esse problema que eu encaro com ela, eu tenho problema com filho de 12 anos que é usuário de droga, eu tenho uma neta de 7 meses, do meu filho de 24 , e uma outra neta a caminho, então meu filho virou mendigo e agora ta preso e aí tem o de 17 que faz parte de uma facção, o meu de 15 tem um negócio de sider. Eu só peço muita força pra Deus porque tudo isso é muito difícil, eu sinto que tudo que eu faço é como se eu estivesse fazendo errado (PARTICIPANTE 3).

Esta fala ilustra a preocupação diária que o cuidador enfrenta, levando o mesmo a ter pensamentos suicidas, o que traz a necessidade de cuidado por parte do próprio cuidador. Contudo, a necessidade de cuidado por parte do próprio cuidador é uma categoria pouco explorada na literatura, pois esta apresenta tal fato de forma fragmentada e referindo-se à sobrecarga física e emocional, sendo que, a partir das entrevistas realizadas foi encontrado que a sobrecarga que o cuidador possui é oriunda de diversos fatores, tais quais: as atividades domésticas, recursos financeiros, medicamentos, doenças orgânicas, novas rotinas, conflitos familiares, entre outros. Borba, Schwartz e Kantorski (2008) ainda trazem que a realidade de conviver com o transtorno mental é medida pela capacidade da família em ajustar-se à nova situação. Sendo que isto deve ser feito de forma saudável, favorecendo os laços familiares e promovendo uma relação mais sadia e assertiva entre os familiares cuidadores e seus entes adoecidos.

6 CONCLUSÃO

A forma como a família compreende o cuidado está diretamente relacionada com a maneira que ela se organiza para colocar em prática estratégias de cuidado, tais quais a organização da medicação e os afazeres domésticos.

A partir das entrevistas realizadas com os familiares cuidadores foi possível observar a complexidade do cuidado para o cuidador, pois aquele impacta a vida do familiar cuidador em diversos sentidos, como o financeiro, o psicológico e o físico.

Através dos dados selecionados foi possível identificar uma clara demanda de cuidado por parte do próprio familiar cuidador, já que este, nos casos estudados, dedica sua vida integralmente

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ao seu ente adoecido, o que faz com que suas demandas particulares fiquem em segundo plano, o que pode causar o adoecimento físico, emocional e psicológico dos mesmos. Contudo, mesmo que o cuidar implica em consequências para os cuidadores, foi possível observar que estes se sentem no dever de cumprir com suas “obrigações” como cuidadores, sempre tentando proporcionar uma melhor qualidade de vida para seus entes adoecidos.

Sendo assim, faz se necessário ampliar as discussões na área do cuidado e buscar fomentar estratégias de promoção de saúde para o familiar cuidador.

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