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Avaliação do tratamento dietoterápico da obesidade em uma Clínica Escola de Belo Horizonte-MG / Assessment of dietary treatment of obesity in a Clinical School of Belo Horizonte-MG

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Academic year: 2020

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Avaliação do tratamento dietoterápico da obesidade em uma Clínica Escola de

Belo Horizonte-MG

Assessment of dietary treatment of obesity in a Clinical School of Belo

Horizonte-MG

DOI:10.34117/bjdv6n4-104

Recebimento dos originais: 01/03/2020 Aceitação para publicação: 07/04/2020

Mariana Moulin Rocha Soraggi

Formação acadêmica mais alta: Acadêmica de nutrição Instituição: Centro Universitário UNA

Endereço: Rua dos Guajajaras, 175, Centro, Belo Horizonte, MG. CEP 30180-100 E-mail: mari.rochinha86@gmail.com

Mariana Marques Braga

Formação acadêmica mais alta: Acadêmica de nutrição Instituição: Centro Universitário UNA

Endereço: Rua dos Guajajaras, 175, Centro, Belo Horizonte, MG. CEP 30180-100 E-mail: mari_marquesbraga@hotmail.com

Juilia Gabrielle Melgaço Silva

Formação acadêmica mais alta: Acadêmica de nutrição Instituição: Centro Universitário UNA

Endereço: Rua dos Guajajaras, 175, Centro, Belo Horizonte, MG. CEP 30180-100 E-mail: juiliamelgaco@hotmail.com

Daniela Almeida do Amaral

Formação acadêmica mais alta: Mestrado em Ciências Biológicas na área de concentração Bioquímica Estrutural e Fisiológica, UFOP.

Instituição: Centro Universitário UNA

Endereço: Rua dos Guajajaras, 175, Centro – Belo Horizonte-MG, CEP 30180-100 E-mail: daniela.amaral@prof.una.br

Maria Marta Amâncio Amorim

Formação acadêmica mais alta: Doutorado em Enfermagem

Instituição: Centro Universitário Unifacvest. Centro de Estudos em Migrações e Relações Interculturais da Universidade Aberta de Lisboa

Endereço: Rua Herval, 515, apto 1103. Serra. 30240010. Belo Horizonte, Minas Gerais. E-mail: martamorim@hotmail.com

RESUMO

A obesidade é uma patologia caracterizada pelo acúmulo de gordura corpórea em um nível que compromete a saúde dos indivíduos. Considerando a prevalência desta condição no Brasil e os riscos associados, o presente trabalho objetivou avaliar a adesão ao tratamento nutricional de clientes com obesidade atendidos numa Clínica Integrada de Atenção à Saúde Belo Horizonte/MG. Trata-se de estudo descritivo-exploratório, com abordagem quantitativa no qual foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, dietéticos e antropométricos. Dentre os 580 prontuários disponíveis, 181 foram diagnosticados com obesidade e 37 (20,44%) aderiram ao tratamento comparecendo a mais de

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três consultas. A maioria da amostra foi constituída do sexo feminino (83,78%). A procura pela clínica em ambos os sexos foi por motivo de emagrecimento representando 96,8% das mulheres e 83,3% dos homens. Foi observado risco muito elevado de doenças associadas à obesidade em 93,5% e 66,7% dos clientes do sexo feminino e masculino na primeira consulta. Foi observado que 61,3% do sexo feminino e 83,3% do sexo masculino obtiveram perda de peso enquanto 32,3% e 16,7% das mulheres e homens ganharam peso. Clientes do sexo feminino relataram maior dificuldade em realizar a dieta (38,7%) sendo umas das principais dificuldades a condição financeira, a dificuldade em adequar horários e a compulsão por doces. O estudo possibilitou conhecer o perfil de pessoas com obesidade e a sua adesão ao tratamento nutricional o que pode contribuir para o desenvolvimento de métodos e propostas de intervenção mais efetivas que aumentem a adesão do público-alvo ao tratamento.

Palavras-chave: Obesidade. Dietoterapia. Competência clínica. Índice de massa corporal. ABSTRACT

Obesity is a pathology characterized by the accumulation of body fat at a level that compromises the health of individuals. Considering the prevalence of this condition in Brazil and the associated risks, the present study aimed to assess adherence to the nutritional treatment of clients with obesity treated at an Integrated Health Care Clinic in Belo Horizonte / MG. This is a descriptive-exploratory study, with a quantitative approach in which sociodemographic, clinical, dietary and anthropometric data were collected. Among the 580 medical records available, 181 were diagnosed with obesity and 37 (20.44%) adhered to the treatment by attending more than three consultations. Most of the sample consisted of women (83.78%). The search for the clinic in both sexes was due to weight loss, representing 96.8% of women and 83.3% of men. A very high risk of diseases associated with obesity was observed in 93.5% and 66.7% of female and male clients at the first consultation. It was observed that 61.3% of women and 83.3% of men had weight loss while 32.3% and 16.7% of women and men gained weight. Female clients reported greater difficulty in carrying out the diet (38.7%), one of the main difficulties being the financial condition, the difficulty in adjusting schedules and the compulsion for sweets. The study made it possible to know the profile of people with obesity and their adherence to nutritional treatment, which can contribute to the development of more effective methods and intervention proposals that increase the adherence of the target audience to treatment.

Keywords: Obesity. Diet therapy. Clinical Competence. Body mass index. 1 INTRODUÇÃO

A obesidade é uma patologia caracterizada pelo acúmulo de gordura corpórea (WHO, 1998) em níveis que comprometam a saúde dos indivíduos (MONTEIRO; CONDE, 1999), sendo considerada um dos mais sérios problemas de saúde mundial (WHO, 1995). A projeção é que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. Alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade (WHO, 1995).

O aumento da incidência e prevalência deve-se principalmente ao estilo de vida, consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, sedentarismo, redução de consumo de fibras (ANDERSON & WADDEN, 2005; DUCHESNE, 2001; PINHEIRO; FREITAS & CORSO, 2004).

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Essa doença é uma patologia desencadeada por vários fatores, além dos nutricionais, genéticos, metabólicos, psicossociais, culturais, e entre vários outros (BRASIL, 2006; STUNKARD, 2000). Nossa cultura capitalista e, além disso, consumista, estimula as pessoas a ingestão exagerada de alimentos supérfluos, como, sanduíches, refrigerantes, chocolates, entre outros. E vida social não é diferente, sendo comum agradar as visitas com jantares e lanches calóricos (MEZOMO, 1994).

O sucesso do tratamento da obesidade dependerá da adesão do cliente, ou seja, seu comportamento diante das recomendações dos profissionais de saúde quanto ao uso de medicamentos, seguimento do plano alimentar e prática de atividade física (JIMENEZ, 2014. NUNES; SOUSA, 2014). Sendo assim, a adesão ao tratamento está relacionada ao comportamento ativo do cliente que deve assumir as responsabilidades do seu tratamento (FREITAS; NIELSON; PORTO, 2015).

A Clínica Integrada de Atendimento e Saúde (CIAS) oferece o tratamento nutricional não farmacológico sem custos para o cliente na cidade de Belo Horizonte, priorizando sempre a sua saúde e adesão ao tratamento. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou avaliar o tratamento nutricional de clientes com obesidade atendidos na Clínica Integrada de Atenção à Saúde.

2 METODOLOGIA

Trata-se de estudo descritivo-exploratório, com abordagem quantitativa, realizado na CIAS do Centro Universitário Una, Belo Horizonte /MG e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Una, CAAE: 6753151720005098.

Foram avaliados 580 prontuários sendo excluídas pessoas eutróficas, com sobrepeso e menores de 18 anos. Foram incluídos os clientes com obesidade grau I, II e III, de ambos os sexos, faixa etária de idade de 18 a 69 anos de idade, e que compareceram a mais de três consultas.

Foram coletados dos prontuários os dados sociodemográficos (idade, sexo, cor da pele autodeclarada, grau de escolaridade, estado civil, profissão, empregado ou desempregado, renda familiar, residência própria, número de dependentes, e o motivo de procura da clínica); dados clínicos (doenças atuais, uso de medicamento, uso de cigarro e bebida alcoólica, consumo de doces, práticas de atividade física); dados dietéticos (alguma vez fez dieta; obteve orientação profissional; obteve resultados satisfatórios; dificuldade em realizar a dieta e principais dificuldades; onde se alimenta usualmente; consumo alimentar no final de semana; gordura utilizada; uso de produtos dietéticos; intolerâncias alimentares; ingestão de água; e quantidade de refeições consumidas no dia).

Foram coletados também os dados antropométricos: peso atual, estatura, circunferência de cintura, circunferência de braço, pregas cutâneas: tríceps, bíceps, supra ilíaca e subescapular, índice de massa corporal) e percentual de gordura da primeira e da última consulta.

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Para classificação do índice de massa corporal (IMC) foram coletados peso e estatura atuais, segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde e utilizada a fórmula de índice de massa corpórea, que é a relação entre peso medido em quilogramas e estatura medida em metros elevada à segunda potência (WHO, 2000). A classificação da obesidade segundo o IMC e risco de doenças associadas para adultos de 20 a 59 anos de idade foi de 30,0 - 34,9 kg/m² obesidade grau I com risco moderado, 35,0 - 39,9 kg/m² obesidade grau II com risco grave, e ≥ 40 kg/m² obesidade grau III com risco muito grave (WHO, 1995). O IMC para idoso acima de 60 anos de idade, > 28,0 - 30,0 kg/m² foi classificado como sobrepeso e > 30 kg/m² como obesidade (WHO, 2000).

A medida da circunferência da cintura (CC) foi realizada com o paciente em pé, no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, no momento da expiração (MUSSOI, 2015). Para mulheres foi classificado a medida ≥ 80 cm como risco elevado e ≥ 88 cm como risco muito elevado de complicações metabólicas associadas à obesidade, já que os parâmetros ideais para pessoas do sexo feminino são abaixo de 80 cm. Para homens foi utilizado a medida ≥ 94 cm como risco elevado e ≥ 102 cm como risco muito elevado de complicações metabólicas associadas à obesidade.

Para a circunferência do braço (CB) foi necessário que o braço estivesse completamente relaxado ao longo do corpo sendo a medida obtida no ponto médio do braço (MUSSOI, 2015), o que representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseos, muscular e gorduroso do braço (FRISANCHO, 1981). A adequação foi obtida em centímetros e dividida pelo percentil 50, de acordo com a idade, sendo o valor multiplicado por cem. Baseado no resultado da adequação foi classificado o estado nutricional do indivíduo sendo < 70% desnutrição grave, de 70 a 80% desnutrição moderada, de 80 a 90% desnutrição leve. A eutrofia foi dada entre os valores de 90 a 110%, a faixa de sobrepeso entre 110 a 120% e a obesidade em valores maiores que 120% (FRISANCHO, 1981).

A prega cutânea tricipital (PCT) foi realizada na face posterior do braço direito, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto médio da distância entre o acrômio e o olécrano; a bicipital (PCB), obtida no mesmo ponto médio da PCT, porém, na face anterior do braço; a supra ilíaca (PCSI), realizada obliquamente em relação ao eixo longitudinal do corpo, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca com afastamento do braço para trás e a subescapular (PCSE) foi realizada obliquamente em relação ao eixo longitudinal do corpo, seguindo as orientações dos arcos costais e localizada abaixo do ângulo inferior da escápula (MUSSOI, 2015).

Para obtenção do percentual de gordura para mulheres e homens foi utilizada a equação de Durnin e Womersley que aplica o somatório das quatro dobras cutâneas e posterior comparação com a tabela de valores (DURNIN; WOMERSLEY, 1974). A classificação do percentual de gordura médio para mulheres foi de: 20 a 29 anos de idade (20 a 28%), de 30 a 39 anos (21 a 29%), de 40 a 49 anos (22 a 30%), de 50 a 59 anos (23 a 31%), e > 60 anos (24 a 32%). O percentual de gordura

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dentro da média para homens foi de 20 a 29 anos de idade (14 a 20%), de 30 a 39 anos (15 a 21%), de 40 a 49 anos (17 a 23%), de 50 a 59 anos (18 a 24%), e > 60 anos (19 a 25%) (JACKSON & POLLOCK, 1977).

A análise estatística descritiva dos dados incluiu a média das variáveis quantitativas e frequência absoluta e relativa das variáveis categóricas.

3 RESULTADOS

Dentre os 580 prontuários disponíveis no segundo semestre de 2018 na CIAS foram analisados 181 clientes com obesidade, sendo que 37 aderiram ao tratamento comparecendo a mais de três consultas o que representa 20,44%. Dos 37 clientes, a idade mínima foi de 18 anos e a máxima de 69 anos. A faixa etária com maior frequência do sexo feminino foi de 18 a 29 anos, e do masculino de 40 a 49 anos. A maioria da amostra foi constituída por mulheres (83,78%), cor da pele autodeclarada parda/mulata, segundo grau completo/incompleto, solteiras com diversas profissões, sendo que a metade trabalha atualmente, predomínio da renda familiar de um a dois salários mínimos, a maioria das mulheres possuindo residência própria e morando com uma a seis pessoas. Os clientes do sexo masculino foram em sua maioria de cor da pele autodeclarada negra (50%). O grau de escolaridade em todas as categorias foi similar, exceto segundo grau completo/incompleto e Pós graduação, Mestrado, Doutorado. Foi observado que 83,3% são casados e com relação à situação laboral apresentam diversas profissões (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição das variáveis sociodemográficas de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018

Idade Sexo feminino Sexo masculino

n° % n° % 18 a 29 10 32,3 % 1 16,7 % 30 a 39 5 16,1 % - - 40 a 49 7 22,6 % 3 50 % 50 a 59 4 12,9 % 2 33,3 % 60 a 69 5 16,1 % - -

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Sexo

31 83,78 % 6 16,22 %

Cor da pele autodeclarada

Negro 5 16,1 % 3 50 % Branco 8 25,8 % 1 16,7 % Pardo/Mulato 10 32,3 % - - Moreno 5 16,1 % 2 33,3% Não declarou 3 9,7 % - - Grau de escolaridade

Primeiro grau completo e incompleto 7 22,6 % 2 33,3%

Segundo grau completo e incompleto 12 38,7 % 1 16,7%

Terceiro grau completo e incompleto 7 22,6 % 2 33,3%

Pós graduação, mestrado, doutorado 3 9,7 % - -

Não informaram 2 6,5 % 1 16,7 % Estado civil Casado 12 38,7 % 5 83,3 % Solteiro 13 41,9 % 1 16,7% Divorciado 4 12,9 % - - União estável 2 6,5 % - - Profissão Aposentado 1 3,2 % - - Autônomo 3 9,7 % 1 16,7 % Diversas 22 71 % 4 66,7 % Não informaram 5 16,1 % 1 16,7 %

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Foi observado que 50% trabalha atualmente; a maior parte da amostra ganha mais de seis salários mínimos, possuem residência própria e metade moram sozinhos. O motivo de procura da clínica em ambos os sexos foi emagrecimento para 96,8% das mulheres e 83,3% dos homens (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição das variáveis sociodemográficas de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018

Idade Sexo feminino Sexo masculino

n° % n° % Trabalham atualmente Sim 16 51,6 % 3 50 % Não 13 41,9 % 3 50 % Não informaram 2 6,5 % - - Renda familiar

De um a dois salários mínimos 10 32,3 % 1 16,7 %

De dois a quatro salários mínimos 9 29% 1 16,7 %

De cinco a seis salários mínimos 1 3,2 % - -

Mais que seis salários mínimos - - 2 33,3 %

Não informaram 11 35,5 % 2 33,3 % Residência própria Sim 19 61,3 % 3 50 % Não 8 25,8 % 2 33,3 % Não informaram 4 12,9 % 1 16,7 % Número de dependentes Moram sozinhos 12 38,7 % 3 50 %

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Motivo de procura da clínica

Emagrecer 30 96,8 % 5 83,3 %

Reeducação alimentar 1 3,2 % - -

Convidado por alunos - - 1 16,7 %

Na tabela 3 são apresentados os dados clínicos dos clientes. A doença mais prevalente nas mulheres é a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), quanto ao uso de medicamento, a maioria faz uso, nenhuma das participantes é fumantes e não faz uso de bebidas alcoólicas, a maioria das mulheres consomem doces (83,9%) e pratica atividades físicas.

A doença atual mais comum do sexo masculino é a HAS; metade dos homens faz uso de medicamentos; nenhum dos participantes é fumante e não faz uso de bebidas alcoólicas, mas tem hábito de comer doces (100%); (66,7%) dos homens praticam atividades físicas.

Tabela 3. Distribuição dos dados clínicos de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018

Doenças atuais Sexo feminino Sexo masculino

n° % n° %

Hipertensão arterial sistêmica 7 22,6 % 3 50 %

Diabetes 2 6,5 % - - Derrame 1 3,2 % - - Trombose 1 3,2 % - - Esofagite 1 3,2 % - - Sinusite 1 3,2 % - - Ovário Policístico 1 3,2 % - - Gastrite 1 3,2 % - - Não informaram 16 51,6 % 3 50 %

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Uso de medicamentos Sim 16 51,6 % 3 50 % Não 15 48,4 % 3 50 % Fumante Sim - - - - Não 31 100 % 6 100 %

Consumo de bebida alcoólica

Sim 12 38,7 % 2 33,3 %

Não 19 61,3 % 4 66,7 %

Consumo de doces

Sim 26 83,9 % 6 100 %

Não 5 16,1 % - -

Prática de atividades físicas

Sim 16 51,6 % 4 66,7 %

Não 15 48,4 % 2 33,3 %

Os homens se alimentam usualmente em casa e em restaurantes e relataram ter um consumo alimentar normal durante o final de semana. A análise do tipo de gordura utilizada no preparo demonstrou que o produto mais utilizado pelos mesmos é a vegetal. O público em geral não utilizava nenhum tipo de produto dietético e nenhum deles tinha intolerâncias alimentares. De acordo com a ingestão de água, muitos deles ingerem ao longo do dia, metade dos mesmos fazem quatro refeições ao dia e a outra metade cinco (Tabela 4).

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Tabela 4. Distribuição dos dados dietéticos de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018

Sexo feminino Sexo masculino

n° % n° %

Onde se alimenta usualmente

Casa 22 71% 3 50%

Levam marmita para o serviço 4 12,9% - -

Restaurante/ Lanchonete/ Self-service 3 9,7% 3 50%

Outros 2 6,5% - -

Consumo alimentar fim semana

Normal 20 64,5% 4 66,7% Moderado 2 6,5% - - Excessivo 8 25,8% 1 16,7% Não informaram 1 3,2% 1 16,7% Gordura utilizada Vegetal 27 87,1% 6 100% Animal 1 3,2% - - Vegetal e animal 3 9,7% - -

Utiliza produtos dietéticos

Sim 15 48,4% 1 16,7% Não 16 51,6% 5 83,3% Intolerâncias alimentares Sim 3 9,7% - - Não 28 90,3% 6 100% Ingestão de água Ao longo do dia 22 71% 5 83,3%

Quando tem sede 8 25,8% - -

Durante/ após refeições - - 1 16,7%

Não consome 1 3,2% - -

Quantidade de refeições consumidas

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2 refeições 1 3,2% - -

3 refeições 3 9,7% - -

4 refeições 10 32,3% 3 50%

5 refeições 9 29% 3 50%

6 refeições 7 22,6% - -

Grande parte das mulheres (83,9%) alegaram terem realizado dieta anteriormente, sendo que mais da metade delas tinham orientação de um profissional, e obtiveram resultados satisfatórios. Em relação aonde se alimentavam usualmente, a multiplicidade das mulheres era em casa e relataram não mudar os hábitos durante o final de semana, a gordura utilizada na preparação dos alimentos era gordura vegetal em sua maior parte (87,1%), (90,3%) delas não possuíam intolerâncias alimentares, mais da metade ingerem água ao longo do dia e muitas delas fazem apenas quatro refeições.

Os homens também em sua maioria já tinham realizado dieta, metade deles com ajuda profissional; o maior número deles obtiveram resultados satisfatórios e não tiveram dificuldade em realizar a dieta. O sexo que teve maior dificuldade em realizar a dieta foi o feminino (38,7%) sendo umas das principais dificuldades a condição financeira, a dificuldade em adequar horários e compulsão por doces (Tabela 5).

Tabela 5. Distribuição dos dados dietéticos de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018

Alguma vez fez dieta Sexo feminino Sexo masculino

n° % n° %

Sim 26 83,9 % 4 66,7%

Não 5 16,1% 2 33,3%

Obteve orientação profissional

Sim 20 64,5% 3 50%

Não 11 35,5% 3 50%

Obteve resultados satisfatórios

Sim 22 71% 4 66,7%

Não 8 25,8% 2 33,3%

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Dificuldade em realizar a dieta

Sim 12 38,7% - -

Não 18 58,1% 6 100%

Não soube informar 1 3,2% - -

Principais dificuldades

Condições financeiras 2 6,5% - -

Não perdia peso 1 3,2% - -

Restrição alimentar 1 3,2% - -

Não comia a quantidade correta 2 6,5% - -

Dificuldade em adequar os horários 2 6,5% - -

Sentiu fome 1 3,2% - -

Compulsão por doces 2 6,5% - -

Enxaqueca (alimento provocava crise) 1 3,2% - -

Não informaram 19 61,3% 6 100¨%

Na tabela 6 são apresentados os dados antropométricos dos pacientes. Os dados de IMC do gênero feminino revelaram que na primeira consulta a maioria (61,3%) das mulheres apresentam obesidade grau I e na última consulta (6,5%) conseguiram reverter para pré-obesidade. Em relação a CC na primeira consulta (93,5%) apresentaram risco muito elevado de doenças associadas à obesidade e na última (38,7%); pois a maior parte apresentava pré-obesidade.

Os dados do IMC do gênero masculino revelam que tanto na primeira e na última consulta grande parte apresenta obesidade grau I (66,7%); em relação a CC a maioria revelou que na primeira consulta (66,7%) apresentaram risco muito elevado de doenças associadas à obesidade e na última (33,3%); de acordo com o percentual de gordura a maioria revelam obesidade. De acordo com os dados da primeira e última consulta (61,3%) das mulheres e (83,3%) dos homens perderam peso.

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Tabela 6. Distribuição dos dados antropométricos de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018

Índice de massa corporal Primeira consulta

Sexo feminino Sexo masculino

n° % n° %

Obesidade grau I 19 61,3 % 4 66,7 %

Obesidade grau II 8 25,8 % 1 16,7 %

Obesidade grau III 4 12,9 % 1 16,7 %

Índice de massa corporal Última consulta

Pré obesidade 2 6,5 % - -

Obesidade grau I 18 58,1 % 4 66,7 %

Obesidade grau II 7 22,6 % 1 16,7 %

Obesidade grau III 4 12,9 % 1 16,7 %

Circunferência de cintura Primeira consulta

Risco elevado de doenças associadas à obesidade

2 6,5 % 1 16,7 %

Risco muito elevado de doenças associadas à obesidade

29 93,5 % 4 66,7 %

Sem risco - - 1 16,7 %

Circunferência de cintura Última consulta

Risco elevado de doenças associadas à obesidade

- - - -

Risco muito elevado de doenças associadas à obesidade

12 38,7 % 2 33,3 %

Sem risco - - 1 16,7 %

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% de gordura Primeira consulta

Obesidade 12 38,7 % 5 83,3 %

Pré-obesidade 14 45,2 % 1 16,7 %

Sem resposta 5 16,1 % - -

Primeira X Última consulta

Perderam peso 19 61,3 % 5 83,3 %

Ganharam peso 10 32,3 % 1 16,7 %

Mantiveram o peso 2 6,5 % - -

Comparando os dados da primeira e última consulta observou-se que que seis mulheres perderam 4kg, entretanto apenas uma conseguiu sair da obesidade grau 2, cinco perderam 3kg mas se mantiveram em obesidade grau 3, sete mulheres perderam aproximadamente 2kg entre elas uma saiu do grau 2 de obesidade, e uma perdeu 0,5kg se mantendo em obesidade grau 1. Já entre os indivíduos do gênero masculino houve perda de peso mas não significativa para sair do grau de obesidade de acordo com o IMC. Três homens perderam 2kg, um perdeu 1,7kg e um perdeu 0,5kg.

4 DISCUSSÃO

É importante caracterizar os fatores sociodemográficos, pois muitas vezes, estas informações influenciam no excesso de peso e na questão da adesão ao tratamento nutricional. Predomina nesse estudo o sexo feminino, pois há um consenso de que as mulheres cuidam mais da saúde (OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Analisando os dados sobre escolaridade percebeu-se uma prevalência de clientes do sexo feminino com o segundo grau completo/incompleto. Sabe-se que a baixa escolaridade influencia no ganho de peso, como essas pessoas lidam com esse problema, como vão aderir ao tratamento de forma adequada para atingir os resultados, a falta de informação do agravo e da natureza do problema também faz parte desse grupo (OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Houve uma discrepância em relação ao estado civil dos clientes, percebe-se que a maioria das mulheres são solteiras ou divorciadas, podendo esse fato estar relacionado a emancipação em todos os setores vividos pelas mulheres neste século, onde transformaram-se em todos os aspectos e se tornaram fortes o suficiente para sobreviver financeiramente, para aguentar-se sobre os próprios pés

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e mudar a estabilidade de poderio do mundo, a iniciar pela vida doméstica, expandindo-se a vida profissional, e dessa forma abalando a sociedade (DYCHTWALD; LARSON, 2010).

No presente estudo foi constatado que é crescente o número de pessoas de ambos os sexos autônomas e aposentadas, provavelmente devido ao fato da população brasileira estar ficando mais velha, a longevidade aumentando e a taxa de natalidade diminuindo. O número de pessoas autônomas no país vem aumentando cada vez, devido ao número de desempregados cada vez mais alto no país (SINGER; PAUL, 2004). Constatou-se que metade de indivíduos do sexo feminino e metade de indivíduos do sexo masculino trabalhavam.

Outro fator de extrema relevância no presente estudo refere-se a pessoas com renda mensal de um a dois salários mínimos, constatado em grande parte das mulheres e poucos homens. A obesidade tem ganhado lugar principalmente nas classes menos favorecidas, e a causa deste paradoxo é a falta de poder aquisitivo para adquirir alimentos mais saudáveis, isso porque esses alimentos e os de melhor qualidade tem um alto custo. A consequência desse fator leva o consumo de alimentos mais baratos, muitas vezes mais calóricos e sem valor nutricional (OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Houve uma prevalência do sexo feminino, que declarou ter residência própria e metade do sexo masculino. Atualmente todo banco privado financia imóveis, precisa somente que o cliente tenha condição financeira para sustentar as mensalidades do contrato por cerca de 35 anos.

Sobre o número de dependentes dos clientes, maior parte das mulheres e metade dos homens afirmaram morar sozinhas. Mais da metade de indivíduos do sexo feminino e metade de indivíduos do sexo masculino moram com 1 a 6 pessoas.

Um dos principais fatores que levaram as pessoas em busca de um atendimento específico na CIAS foi a procura por perda de peso em ambos os sexos. No estudo de Niquini, Navarro e Bessa (2012), clientes com obesidade disseram que o preconceito social, a dificuldade para realizar atividades diárias, e a imagem no espelho são fatores determinantes pela procura pelo tratamento.

Os dados clínicos dos clientes revelaram que muitas mulheres e 50% dos homens sofrem de HAS. O predomínio da obesidade tem ganhado destaque em todo o mundo e é considerado importante fator de risco para a HAS. Estudo realizado no Norte da China relata que o IMC alto está fortemente ligado à HAS, embora esse indicador representa o peso total do corpo, sendo incapaz de distinguir entre o excesso de tecido adiposo e a alta massa muscular (FENG et al, 2012). O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) também tem uma grande relevância em pessoas com sobrepeso, algumas mulheres apresentaram o diagnóstico. A proporção de indivíduos com DM2 vem aumentando no mundo e em nosso país, coincidentemente com o crescimento da obesidade (HALPERN, 1999).

Constatou-se que metade dos clientes de ambos os sexos faziam uso de medicamentos. Bertoldi et al. (2004) encontraram que 65,9% dos indivíduos utilizavam medicamentos nos últimos

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quinze dias e Mosegui; Rozenfeld; Veras (1999) encontraram uma média de quatro medicamentos consumidos por mulheres.

Todas as pessoas do sexo masculino e do feminino diziam não ser fumantes. Pesquisas revelam que o ganho de peso ao parar de fumar é evidente. Os ex-fumantes que não optaram por utilizar a terapia da nicotina ganharam, em média, de 1,1 kg em um mês, 2,3 kg em dois, 2,9 em três, 4,2 kg em seis e até 4,7 kg a partir de um ano. Esse fato explica que pessoas obesas geralmente são ex-fumantes ou nunca fumaram na vida, uma vez que o cigarro atua como inibidor de apetite (BALBANI; MONTOVANI, 2005).

Sobre o consumo de bebida alcoólica verificou-se que menos de metade de indivíduos de ambos os sexos consomem bebidas que contém álcool. Boing et al. (2010) descreveram que adicionar o álcool na rotina apresentou associação com o uso de serviços de saúde.

O consumo de doces ganhou destaque para o sexo masculino (100%) e feminino (83,9%). Sabe-se que o nível de consumo do açúcar livre pela população brasileira excede – em mais de 50% – o limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 10% das calorias totais (MALIK; SCHULZE; HU, 2006). Em relação a atividade física, nota-se que mais da metade de pessoas de ambos os sexos, tinha esse hábito saudável, e o exercício físico está diretamente relacionado a perda de peso e prevenção de doenças crônicas (OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Clientes que alguma vez já seguiram dieta são a maior parte dos dois sexos e aqueles acompanhados por profissionais foram a maioria mulheres e a metade dos homens. O tratamento nutricional é o principal método terapêutico para a perda de peso. Existem muitos tipos distintos de dietas e/ou planos alimentares, no entanto todos têm uma finalidade em comum, uma perda de peso equilibrada, saudável e que promova benefícios à saúde do paciente (NUNES et al., 2006). De acordo com Bernardi; Cichelero; Vitolo (2005), deve ser levado em conta tanto as razões psicológicas do indivíduo na ocasião de se alimentar, como as consequências fisiológicas resultantes do planejamento dietético. Uma parte desses clientes relataram que faziam dieta sem acompanhamento. (BERNARDI; CICHELERO; VITOLO, 2005) relatam que a obesidade é uma doença de difícil controle, com altos percentuais de fracassos terapêuticos e de recaídas, podendo assim trazer sérias repercussões orgânicas e psico-sociais. Assis e Nahas (1999) apontam que 75% dos pacientes não seguem as propostas médicas relacionadas às modificações no estilo de vida, como restrições alimentares. Estudos mostraram que 95% das pessoas com excesso de peso fracassam na manutenção de dietas de emagrecimento e voltam a engordar posteriormente. Sabe-se que atualmente indivíduos seguem dietas aleatórias, encontradas em redes sociais, em revistas populares ou até mesmo dietas prescritas para outro indivíduo. Dos clientes que fizeram o retorno e obtiveram resultados satisfatórios, a maioria era mulheres, e mais da metade dos homens conseguiram esse resultado, a minoria dos

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clientes em ambos os sexos não obtiveram resultados satisfatórios (BLUMENTHAL; SHEEWOOD; GULLETTE, 2011). A dificuldade em seguir o tratamento, no sexo feminino foi devido ao quesito financeiro, e no sexo masculino não relataram dificuldade. Muitos clientes não fizeram a dieta pela dificuldade em adquirir os alimentos propostos, pois a mesma continha alimentos de alto custo. Observou-se também que o grupo pesquisado do sexo feminino tinha compulsão por doces, isso também justifica o fato de não conseguirem seguir as estratégias colocadas pelo profissional. Porém essas e outras dificuldades em seguir a dieta estão de acordo com outro dado, que se refere a profissionais conhecerem esses aspectos de forma mais profunda para ajudar os pacientes a enfrentar e superar essas barreiras individuais cada pessoa (AMORIM; COUTINHO; PALMEIRA, 2016).

No que se refere aonde os clientes se alimentavam usualmente, a maior parte das mulheres diz alimentar-se em casa, e metade dos homens. Das pessoas estudadas, a maioria possui renda de até 2 salários mínimos, esse fato determina que grande parte das pessoas comem em casa, por ter um custo bem menor, que comer em restaurantes.

No que se diz a respeito da alimentação nos finais de semana o consumo considerado normal teve o predomínio em ambos os sexos. A alimentação nos finais de semana foi relativamente positiva, levando em consideração a prevalência de indivíduos que comiam de forma considerada normal. Houve primazia de clientes que utilizam gordura vegetal, nos dois sexos (SCHERR; RIBEIRO, 2010). Porém, no que se refere à fritura, menos da metade das pessoas não consomem, significando que estão escolhendo por outras formas de preparo mais saudáveis, como por exemplo, grelhado, cozido ou assado. Informações atuais, sobre o consumo alimentar dos brasileiros, mostram a inclusão do consumo de gorduras em geral, em especial, da gordura saturada, recomendado 10% das calorias ingeridas por dia. (CLARO et al, 2013).

Menos da metade dos indivíduos de ambos os sexos afirmaram consumir produtos dietéticos. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) declara, em suas normas, que os adoçantes dietéticos são seguros para saúde, desde que ingeridos no nível correto, determinado pela Food and Drug Administration (CAZARINE et al, 2002). Poucas pessoas do sexo feminino disseram ter algum tipo de intolerância, que é caracterizada a todos os tipos de reação adversa aos alimentos de cunho não imunológico, por consequência de mecanismos etiológicos e fisiopatológicos (BRINKS, 1994).

A maioria dos dois sexos ingerem água ao longo do dia, um dos hábitos mais importantes, não somente para quem busca a perda peso, mas para todos. Ter a informação da quantidade ideal é um fator importante, basta multiplicar o seu peso por 35 (CARVALHO; ZANARDO, 2010).

Um terço dos clientes do sexo feminino fazem quatro refeições por dia e a metade de indivíduos do sexo masculino.

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De acordo com o Guia Alimentar da População Brasileira, fazer três refeições ao dia é o satisfatório para suprir nossas carências nutricionais, contudo, havendo necessidade por parte do indivíduo, podem ser adicionados lanches entre as refeições principais. Em se tratando de composição corporal, há uma opinião bastante conhecida que afirma que com um aumento da periodicidade alimentar, ou seja, fazendo mais refeições ao longo do dia, há um aumento da saciedade, do metabolismo, uma diminuição do tecido adiposo e uma melhora da glicemia (LEIDY, 2011). Entretanto, não há uma concordância na literatura científica sobre a quantidade ideal de refeições para uma eficaz estabilidade da composição corporal (PALMER, 2009).

De acordo com Munsters (2012), uma menor regularidade alimentar (3x/dia) tem como consequência uma menor sensação de fome ao longo do dia e mais saciedade nas refeições, sendo capaz de forma indireta influenciar na constituição corporal. Em contrapartida, em um estudo feito em pessoas obesas, um maior número de refeições (3 principais e 2 lanches) não provocou modificações nos níveis de grelina (hormônio encarregado pela sensação de fome), portanto, não se distinguiu da dieta com menor frequência alimentar (CAMERON, 2009). O resultado da diminuição de peso pelo aumento da frequência da ingestão alimentar pode ser referente ao aumento do gasto energético vindo da maior excitação do sistema digestório (VENNE, 1993). Ainda, mais uma possibilidade seria o aumento da oxidação de gordura ao passo que a quantidade de refeições por dia é maior (SMEETS, 2008).

Ainda de acordo com Cameron (2009), não existe distinção entre comer 3 vezes ao dia ou encaixar lanches entre as refeições principais (6 refeições por dia) considerando a massa magra, massa gorda e índice de massa corporal (IMC). Todavia, o número de refeições está diretamente associado à concentração de insulina e glicose no sangue no decorrer do dia. Em cidadãos saudáveis, uma maior regularidade alimentar diária com refeições abundantes em carboidrato tem como consequência o acréscimo dos níveis de glicose, porém, sem um equivalente aumento nos níveis de insulina (HOLMSTRUP, 2010).

Na primeira consulta o IMC dos clientes revelou obesidade grau I na maioria das mulheres e dos homens. Na última consulta, o IMC dos clientes foi de pré-obesidade em 6,5% indivíduos do sexo feminino, obesidade grau I na maioria dos indivíduos do sexo feminino e permaneceram os mesmos indivíduos do sexo masculino.

Os Estados Unidos é um dos países que mais enfrentam problemas referentes à obesidade. De 2011 a 2012 aproximadamente um terço da população adulta era obesa, sendo a maior parte entre negros não hispânicos (47.8%), hispânicos (42.5%), brancos não hispânicos (32.6%) do que entre os asiáticos não-hispânicos (10.8%), entretanto não existia diferença entre o predomínio de homens e mulheres (OGDEN et al., 2014). Em relação à circunferência da cintura na primeira e na última

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consulta, houve risco muito elevado de doenças associadas à obesidade em praticamente todos os indivíduos do sexo feminino e do sexo masculino. Em seu estudo Barbato et al., (2016) garantem que a diminuição do peso está fortemente relacionada com a redução da circunferência da cintura. Dessa forma, mesmo em circunstâncias em que não exista perda satisfatória de peso, pode existir redistribuição da gordura total quando acontece orientação nutricional correta, percebendo, dessa forma, na redução dessa medida.

O resultado de percentual de gordura dos clientes que classificaram como obesos, foi maior nos indivíduos do sexo masculino, e maior no sexo feminino os que classificaram como pré-obesidade. No presente estudo, entre a primeira e a última consulta, a maior parte das mulheres e dos homens obtiveram resultados positivos e perderam peso, demonstrando que os pacientes que compareceram a mais de três consultas conseguiram uma perda de peso. Alguns clientes de ambos os sexos ganharam peso e outros do sexo feminino mantiveram-se no peso. O tratamento da obesidade não é fácil, muitas vezes as pessoas não estão preparadas para aceitar a nova realidade em aderir a um novo comportamento para perda de peso. Conhecer os fatores que impedem o cliente em seguir as recomendações pode facilitar as ações desenvolvidas pela equipe de saúde para ajudar o mesmo aderir o tratamento (OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Neste estudo das 37 pessoas que aderiram ao tratamento dietoterápico, 31 eram mulheres e 6 eram homens, 24 clientes perderam peso sendo 19 do gênero feminino representando 79,16% e 5 homens categorizando 20,8%. Comparando esse estudo com o de Amorim, Santana, Santiago (2018) percebemos que os mesmos obtiveram melhores resultados quanto a adesão do tratamento. Neste estudo em avaliação de clientes com obesidade atendidos em clínica escola foi verificado que dos 9 voluntários que retornaram ao atendimento, 8 atingiram o objetivo de perda de peso e reeducação alimentar.

5 CONCLUSÃO

Compreendendo que a obesidade é uma circunstância complexa, estabelecida por questões emocionais, familiares sociais e biológicas e que a adesão ao tratamento abrange diversas causas, os profissionais de saúde devem considerar o indivíduo como um todo dentro do ambiente social em que ele está incluído.

Devem ser estabelecidas estratégias para conhecer as limitações de cada paciente e ajudar a lidar com elas, especificamente atendendo à situação de cada um, principalmente com os conhecidos fatores intervenientes na adesão, como os determinantes sociais. Não deve ser priorizado apenas a prática de exercícios físicos e vigilância nutricional, mas todas as questões envolvidas.

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Tabela 1. Distribuição das variáveis sociodemográficas de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica  Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018
Tabela 2.  Distribuição das variáveis sociodemográficas de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica  Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018
Tabela 3. Distribuição dos dados clínicos de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica  Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018
Tabela 4. Distribuição dos dados dietéticos de clientes com obesidade, por sexo, atendidos na Clínica Integrada de  Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, 2018
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