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LUCIANE ZILLI GRAZIANO
FACETAS LAMINADAS
DE PORCELANA
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LUCIANE ZILLI GRAZIANO
FACETAS LAMINADAS
DE PORCELANA
1.
Tr' Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Prótese Dentária da Universidade Federal de Santa Catarina, como parte dos requisitos para a obtenção do titulo de Especialista em Prótese Dentária.
Orientadora: Prof' Cláudia Maziero Volpato
Florianópolis
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Biblioteca Jetori ri
COS' 0
LUCIANE ZILLI GRAZIANO
"FACETAS LAMINADAS DE PORCELANA"
Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do titulo de
Especialista em Prótese Dentária e aprovada em sua forma final pelo
Curso de Especialização em Prótese Dentária.
Florianópolis, 16 de fevereiro de 2002.
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,6,5
‘,2Prof'. Dr'. Claúdia Maziero Volpato
(AAA-,
Prof. Dr. Darcy Zani
DEDICATÓRIA
A DEUS, por jamais me abandonar nos momentos difíceis, e
dar-me a graça de tantas alegrias, dedico a felicidade de atingir este ideal,
agradecendo mais uma vez a benção de viver.
Aos meus pais BERTILO e LORITA, e ao meu irmão GUSTAVO,
que sempre estão presentes com seu carinho e apoio incondicionais,
dedico a alegria desta conquista, com muito carinho e gratidão.
Ao meu marido FRANCISCO, por compartilhar as angústias. pela
compreensão e paciência, pelo incentivo e apoio: dedico o mérito desta
vitória e agradeço com todo meu amor.
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora no CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
PROTESE DENTARIA, Professora CLAUDIA MAZIERO VOLPATO, que
soube com exigência, estimulo e paciência , transmitir uma grande
bagagem de informações , as quais sem dúvida contribuirão muito para o
meu crescimento profissional e pessoal; agradeço com grande
consideração e carinho.
Aos professores IZO MILTON ZANI e DARCY ZANI, e a todos os
funcionários do CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PROTESE
DENTARIA, os quais tornaram possível a conclusão destes curso; meu
agradecimento e respeito.
GRAZIANO, Luciane Zilli.
Facetas laminadas de porcelana.
2002. p.81.
Monografia ( Especialização em Prótese Dentária) — Curso de Especialização em
Prótese Dentária, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
RESUMO
0 uso das facetas laminadas de porcelana tem se estabelecido
como uma modalidade efetiva de tratamento. 0 fascínio por um preparo
conservador, o excelente potencial estético, e a promessa de manutenção
da saúde tecidual, tornaram-na um procedimento popular. Facetas
laminadas de porcelana são um tratamento conservador utilizado para
cobrir a face vestibular dos dentes anteriores com deficiências estéticas.
Estas restaurações oferecem soluções para corrigir, alterações de cor,
dentes com grande perda de estrutura, mudanças da dimensão dental,
dentes com rotações ou girovertidos, fechamento de diastemas, dentes
fraturados, e algumas vezes alterações gerais do sorriso. Este trabalho
é
uma revisão da literatura sobre os principais aspectos das facetas
laminadas de porcelana, suas indicações, contra-indicações, vantagens e
desvantagens, desenvolvimento das técnicas laboratoriais, moldagens,
cuidados clínicos necessários durante o preparo dental e a instalação da
restauração, bem como o desempenho e o sucesso das mesmas.
GRAZIANO,
Luciane Zilli.
Facetas laminadas de porcelana.2002. p.81.
Monografia
( Especialização
em
Prótese Dentária) —
Curso de
Especialização
em
Prótese Dentária,
Universidade
Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
ABSTRACT
The use of porcelain laminate veneer as an effective treatment
modality has been well established. The allure of a conservative
preparation, the excellent esthetics potential, and the promise of healthy
tissues have made the procedure popular. Porcelain laminate veneers are a
conservative treatment used to cover the facial surface of anterior teeth with
esthetic deficiencies. This restorations offers solutions to correct, color
enhancement, large tooth structure loss, changes in tooth dimension, tilted
or rotated teeth, closure of diastemas, fractured teeth, and sometimes
change on the overall smile design. This work is a literature revision about
the main aspects of porcelain laminate veneers, their indication,
contraindications, advantages and disvantages, development of laboratory
techniques, impression, necessary clinical care during tooth preparation
and placement of restoration, as well as their performance and success.
S
UM
ÁRIO
RESUMO p.06
ABSTRACT p.07
1 INTRODUÇÃO p.09
2 REVISÃO DA LITERATURA p.12
2.1 Considerações inicias p.12
2.1.1 Vantagens e desvantagens p.15
2.1.2 Indicações e contra-indicações p.20
2.2 Planejamento p.23
2.3 Preparo p.27
2.4 Moldagem p.41
2.5 Seleção da cor p.43
2.6 Restauração provisória p.44
2.7 Técnicas laboratoriais para confecção das facetas p.47
2.8 Cimentação p.50
2.8.1 Prova das facetas e correções p.50
2.8.2 Procedimentos clínicos de adesão p.51
2.9 Sucessos e fracassos p.56
2.10 Resistência à fraturas p.60
3 DISCUSSÃO p.65
4 CONCLUSÃO p.74
I
INTRODUÇÃO
Na harmonia da face, um sorriso agradável é fundamental, por isso a
estética dos dentes é de suma importância para o equilíbrio psíquico e emocional do
indivíduo. Sendo assim, a cada dia surgem na Odontologia novos materiais e
técnicas para solucionar os problemas dentários.
Ao percebermos que já em 1947, Charles Pincus, considerado o
precursor das facetas laminadas de porcelana, salientara o fato de que, como
dentistas, tratamos de órgãos que podem alterar visualmente uma personalidade
compreendemos que sempre existirá uma enorme preocupação com a estética.
Como salientaram Touati; Miara; Nathanson (2000) a capacidade de
substituir o esmalte natural dos dentes deficientes em estrutura, forma ou cor por
esmalte artificial, intimamente aderido aos tecidos dentais, é uma longa busca por
parte de pesquisadores, clínicos, técnicos dentais e fabricantes. As facetas
laminadas seriam as restaurações protéticas que melhor se encaixam nos princípios
atuais da Odontologia Estética. São complacentes com os tecidos moles e com o
periodonto adjacente, evitam o uso de estruturas metálicas e possuem excelente
qualidade estética, sendo a única restauração protética capaz de conservar uma
I()
Para Schmidseder (2000) a nova geração de adesivos dentinários e os
materiais de fixação permitem ampliar a indicação das facetas. Não é mais
necessário que todas as bordas estejam na região do esmalte. A resistência de
ligação da porcelana condicionada e silanizada aos novos materiais de fixação nas
superfícies dentais de esmalte e de dentina abrem uma nova era. Dão ênfase ao
fato que, a faceta em si é extremamente quebradiça, mas logo que esteja fixada
adesivamente no dente, desenvolve uma pronunciada resistência à flexão e 6
ruptura por tração.
Neste trabalho realizamos uma revisão bibliográfica, sobre as indicações,
contra-indicações, vantagens, desvantagens, técnicas, sucessos, e fracassos das
facetas laminadas de porcelana, pois esta técnica parece conseguir de forma
bastante conservadora, reestabelecer vários problemas de ordem estética, fonética e
funcional, sendo uma excelente alternativa protética.
Esperamos com isso, contagiar mais pessoas, despertando interesses
para novas pesquisas e novos estudos, pois só assim conseguiremos chegar cada
vez mais próximos do objetivo comum a todos, que é a busca constante pela
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Considerações iniciais
A cada dia testemunhamos o surgimento de várias técnicas para
tornarmos um sorriso esteticamente agradável. A confecção de facetas laminadas de
porcelana é uma delas.
Pincus (1947) com a finalidade de ajudar as estrelas de Hollywood a
terem um sorriso harmônico, usou um procedimento, não invasivo, através de
facetas de porcelana ou plástico, com as quais foram capazes de transformar a
aparência dental para propósitos de filmagens. Embora esteticamente adequada,
esta técnica cosmética apresentou muitas limitações, como a falta de retenção
permanente, pois as facetas eram apenas coladas sobre os dentes sem qualquer
tipo de preparo. Por estes e outros motivos, gradualmente estas técnicas caíram em
desuso. 0 autor fez o seguinte comentário pessoal durante o Congresso da
Associação Dental do Estado da Califórnia em 1947: 0 dentista sempre pensa na
oclusão e na função, e muito pouco na estética. Nós não devemos nos esquecer, no
entanto, de que se trata de uma area que visa ao paciente como um todo, podendo
modificado. Um belo sorriso, com um correto alinhamento dos dentes, é uma parte
importante de uma característica dificilmente avaliada de uma personalidade.
12
Faunce e Myers (1976) descreveram a técnica de cimentação direta de
3
cimentação direta, em dentes que apresentavam problemas de ma-formação,
fraturados ou com descoloração intensa.
Horn (1983) relatou casos clínicos onde as facetas laminadas de
porcelana foram condicionadas e silanizadas, para então, associando-se ao
condicionamento acido do esmalte, realizar a cimentação propriamente dita. 0 autor
destacou o fato de que não apenas as resinas compostas e os metais poderiam ser
unidos ao esmalte condicionado, como também a porcelana.
Friedman (1993) salientou que apesar das facetas laminadas de
porcelana terem sido descritas por Charles Pincus nos anos 40, levaram quase
quatro décadas para que o desenvolvimento da tecnologia das resinas compostas
tornassem as facetas laminadas uma realidade conhecida. Em meados dos anos 80,
as facetas começaram a ter uma popularidade maior. Esta popularidade ocorreu em
parte devido a natureza conservadora da técnica e a capacidade de alterar a forma
dental e a cor, sem a necessidade de preparos dentais convencionais, oferecendo
uma forma alternativa de aderir materiais cerâmicos a estrutura dental. As facetas
têm sido usadas no mundo todo apenas com aplicações estéticas. Entretanto,
enquanto a confiança do profissional aumenta, as facetas de porcelana ganham
respeito como uma modalidade de tratamento restaurador viável, eliminando
algumas das dificuldades, freqüentemente, encontradas com as coroas
14
Mezzomo (1994) apresentou algumas considerações necessárias para o
sucesso das restaurações laminadas, sob o ponto de vista de resistência mecânica,
saúde periodontal e estética:
a) é imprescindível que a gengiva marginal esteja sem o menor sinal clinico de
inflamação;
b) as facetas devem apresentar uma perfeita adaptação periférica, sem sub ou
sobre contornos;
c) condicionamento ácido do esmalte deve ser uniforme;
d) o manuseio das facetas laminadas, nas fases de prova e cimentação deve ser
delicado;
e) deve ser feita aplicação de silano, pois esta aumenta significativamente a
força de união entre a porcelana e a resina;
f) as superfícies preparadas devem estar limpas e livres de qualquer resíduo de
resina usada na cimentação provisória, ou de qualquer outro detrito;
g) deve ser avaliada a cor final da restauração, incluindo a cor da faceta e a cor
e pigmentos da resina de cimentação.
Para Touati; Miara; Nathanson (2000) foi por meio da combinação de
alguns marcos teóricos que o conceito das facetas laminadas de porcelana
evoluíram:
a) condicionamento do esmalte por Buonocore (1955);
b) introdução das resinas BIS-GMA por Bowen nos anos 60, e o subseqüente
desenvolvimento dos compósitos dentais;
c) tratamento e adesão da superfície cerâmicas concebidos por Rochette em
15
(1984). Estes avanços e aperfeiçoamentos na tecnologia, contribuíram para
tornar o uso de laminados uma técnica moderna e confiável.
2.1.1 Vantagens e desvantagens
Devido a existência de questionamentos sobre as vantagens e
desvantagens na utilização de facetas laminadas de porcelana, relatamos algumas
opiniões relacionadas com cor e estética; durabilidade; preparo conservador; função;
resistência; saúde do periodonto; irreversibilidade e custos.
Através de pesquisas realizadas por 2 anos, Calamia (1985) apontou
como vantagens na utilização das facetas laminadas de porcelana: a resistência, a
longevidade, a estética, a economia de substrato dentário, o pequeno número de
procedimentos e a ausência de dor durante o tratamento.
Araújo; Oda; Santos (1990) destacaram a superioridade das facetas
laminadas de porcelana, citando como vantagens a sua excelente estética,
manutenção do brilho e da textura superficial, boa resistência à abrasão, menor
retenção de placa bacteriana, biocompatibilidade com os tecidos moles,
possibilidade de caracterização individual de forma e cor, nenhuma alteração
cromática, preservação da vitalidade pulpar e redução minima do esmalte. Como
desvantagens citaram: a necessidade de trabalho laboratorial, dificuldade de
contorno, forma e caracterização da superfície, devido à espessura reduzida de
16
Sheets e Taniguchi (1990) relataram como desvantagens das facetas
laminadas de porcelana: a pobre integridade marginal, cor monocromática
anti-estética, imprevisibilidade na cimentação, cores e opacificadores inadequados,
textura superficial pouco natural, tempo extenso de instalação, valor potencialmente
inadequado e expectativas irreais do paciente à longo prazo.
Brasil et al. (1993) citaram como vantagens das facetas laminadas de
porcelana: a excelente estética, manutenção do brilho e textura superficial,
resistência mais favorável à abrasão e ao manchamento, desgaste dental mais
conservador, menor retenção de placa bacteriana, contato mais restrito da porcelana
com a gengiva, margens lisas e polidas, ausência de colar metálico, preservação do
guia incisal e possibilidade de caracterização individual. Algumas desvantagens
como o difícil reparo, qualidade do laminado na dependência laboratorial, custo
17
Para orientar algumas decisões durante o diagnóstico e planejamento,
Vieira et al. (1994) apresentaram um quadro onde comparam as vantagens e
desvantagens encontradas nas facetas confeccionadas em resina composta ou
porcelana.
CARACTERÍSTICAS Porcelana Resina
Estética final c) c) 0 C) 0 o o
Biocompatibilidade com o
periodonto
0 0 0 0 c) o o
Estabilidade de cor 0000 C) c)
Resistência ao desgaste c) c) o o
Facilidade de reparo o
Facilidade de acabamento 0 o
Fragilidade pré-cimentação o o o
Fragilidade pós-cimentação c) o o o o
Dificuldade técnica o c) c) o o
Força final de união
faceta/resina/dente
o o 0 0 0
Tempo de trabalho exigido 0000 0 C)
Durabilidade 00000 c) 0 0
1
Legenda:
o :pouca vantagem
o 0: razoável vantagem
o o :boa vantagem
c):6tima vantagem
Segundo Small (1998a) as facetas laminadas de porcelana, desde sua
introdução, têm sido vistas por dentistas e pacientes como uma forma de
restauração bastante estética. Inicialmente, isto é devido a ausência de uma
infra-estrutura metálica que afete a cor natural do dente, e por conseguinte , o efeito final
da porcelana. Esta vantagem pode tornar-se em desvantagem se não existe uma
comunicação adequada entre o paciente, dentista e técnico de laboratório.
Segundo Fradeani (1998) esta técnica de restauração oferece várias
vantagens sobre as restaurações de resina composta direta, incluindo a estabilidade
cromática e a resistência ao desgaste. Ainda orientou que as facetas de porcelana
também podem servir como uma alternativa as coroas totalmente cerâmicas, pois
evita-se uma redução significativa do dente, o que pode causar danos irreversíveis
polpa.
Magne et al. (1999) relataram que a colagem de facetas laminadas de
porcelana tem sido utilizada por mais de 10 anos, e as avaliações clinicas
demonstraram ser satisfatória quanto a proporção de fraturas. microinfiltrações,
descolamento e resposta periodontal. Citaram como vantagens a economia de
substrato dental, estética, estabilidade de cor da porcelana e adesão dos compósitos
de cimentação.
Touati; Miara; Nathanson (2000) afirmaram que a faceta laminada de
porcelana 6, sem dúvida, a restauração cerâmica que melhor reproduz a capacidade
de transmissão de luz dos dentes naturais, porém esta transmissão pode ser
profundidade do preparo. Os autores citaram como principais benefícios das facetas
laminadas: o método de tratamento minimamente invasivo; a possibilidade de
alteração da forma e posição dos dentes; a correção da aparência superficial
(eliminação de displasias ou distrofias do esmalte); a possibilidade de melhorar ou
alterar a cor do dente natural quando as técnicas de clareamento se tornam
ineficientes: uma boa resistência a ações biológicas, químicas e mecânicas;
transmissão de luz semelhante ao esmalte natural; excelente resposta tecidual; e
técnicas com procedimentos simples e rápidos. Dentre as desvantagens os autores
citaram: preparo complexo que exige habilidade e destreza; dificuldade de
resultados estéticos satisfatórios quando o dente subjacente possui alteração de cor,
presença de restaurações extensas ou coroas totais; grande risco de fratura devido
a fragilidade da porcelana; dificuldades laboratoriais na confecção de facetas com
espessuras de 0,7 a 0,3mm; falta de estabilidade durante os diferentes tipos de
manuseio: dificuldades de modificações ou retoques após a queima; difícil ajuste das
margens: cimentação provisória contra-indicada (risco de danos mecânicos ou
químicos aos tecidos de suporte).
Para Schmidseder (2000) só em poucos casos é possível alcançar efeitos
estéticos tão perfeitos quanto com as facetas, pois alguns fatores como a
caracterização individual por pintura interna e externa, correções de cor nas
cimentações com cores especiais de cimentos, e o efeito de lentes de contato,
tornam estas restaurações quase invisíveis. As facetas laminadas de porcelana
mostraram uma grande estabilidade a abrasão e a descoloração. Como o preparo é
muito conservador, (6 removida uma pequena parte da estrutura dental de 0.5 a
20
são evitadas. Nas facetas não é necessário esconder a borda cervical abaixo da
gengiva, por isso a saúde gengival geralmente é melhor preservada. A
irreversibilidade foi citada como desvantagem, além. dos custos relativamente altos.
por tratar-se de uma tarefa muito exigente ao cirurgião-dentista e técnico de
laboratório , sendo um desafio associar em uma área tão restrita, detalhes como cor.
forma, configuração da superfície e outras características individuais.
2.1.2 Indicações e contra-indicações
Para auxiliar na seleção dos casos, e conseqüentemente no planejamento
dos mesmos, devemos seguir algumas indicações ou contra-indigações no uso das
facetas de porcelana.
Para Severo e Machado (1989) as facetas laminadas de porcelana
possuem indicações puramente de ordem estética, sendo meios de tratamento
menos dispendiosos que a ortodontia ou uma prótese parcial fixa. Assim, os autores
citam como indicações: a alteração de cor por tetraciclina, fluorose, ou em dentes
tratados endodõnticamente que não respondem favoravelmente ao clareamento,
dentes com defeitos do esmalte por hipoplasias e malformações, várias restaurações
extensas, diastemas, erosão, perda de estrutura dentária por caries, trauma ou
perimálises. Algumas situações como: quantidade de esmalte, hábitos orais (interpor
objetos aos dentes, lápis, caneta, entre outros), bruxismo, oclusão de topo, deveriam
21
Lang e Starr (1992) citaram como indicações para as facetas laminadas
de porcelana: dentes escurecidos por tetracilina, fluorose ou desvitalização,
malposigões dentais, maloclusões menores, diastemas e defeitos do esmalte.
Algumas contra-indicações foram sugeridas: pacientes com hábitos como bruxismo.
fumantes de cachimbo, respiradores bucais, ou com higiene inadequada.
Mainieri; Walber; Rivaldo (1992) afirmaram que as facetas de desgaste ou
outras evidências de parafungão podem comprometer o suporte da porcelana no
bordo incisal, especialmente nos caninos. Por isso, contra-indicam o uso de facetas
laminadas de porcelana sempre que o paciente possuir relação oclusal do tipo
classe III, mordida anterior de topo, hábitos parafuncionais ou ainda quando não
houver esmalte suficiente para um adequado selamento marginal.
Para Mezzomo (1994) a primeira indicação para as facetas é de ordem
estética, o que inclui alterações na face vestibular de dentes anteriores, tais como:
manchas por fluorose, escurecimento por tetraciclina, má-formação dentária (dentes
conáides), posicionamento inadequado no arco, diastemas, cáries, restaurações
amplas, escurecimento por tratamento das perimálises, erosão, abrasão e atrição.
Além da finalidade estética, as facetas laminadas de porcelana são indicados para:
reestabelecer a função oclusal reabilitando guia anterior, lateral, e dimensão vertical;
alterar o contorno de dentes para suporte de próteses parciais removíveis; e servir
como meio de união (esplintagem) provisória. Para uma perfeita adesão e selamento
periférico, é importante que pelo menos 50% da superfície coberta deva ser
1 -1
mais estas características, bem como para pacientes com bruxismo ou mordida de
topo.
Segundo Vieira e Ferreira (1994) o problema estético causado por
incisivos con6ides era basicamente solucionado com técnicas convencionais de
coroas de porcelana pura ou metalocerâmicas, levando, algumas vezes,
necessidade de um tratamento endodõntico devido à pouca estrutura dentinária dos
elementos conáides para um preparo convencional. Outro fator preocupante era a
migração de epitélio juncional e o aparecimento das cintas metálicas, ficando, assim,
contra-indicadas para pacientes jovens. Como os dentes conáides apresentam
apenas uma discrepância no tamanho de sua coroa clinica, os autores propuseram
a confecção de facetas laminadas de porcelana sem lançar mão de preparos, e
concluiram que o resultado estético é excelente e altamente conservador.
Aherne et al. (1999) relataram que em casos onde a microdontia isolada
está presente, três quartos de restauração de cerâmica podem ser eficientes para
obter um processo restaurador adequado. A habilidade da porcelana em duplicar a
forma natural do dente, e a reação saudável do suporte dos tecidos gengivais,
fornece bons resultados estéticos na criação do contorno gengival desejado
tornando o tratamento desta modalidade um sucesso.
Schmidseder (2000) citou as seguintes indicações especiais para as
facetas: fratura de dentes jovens, dentes não vitais fortemente pigmentados,
grandes erosões vestibulares e dentes anteriores com restaurações cervicais
defeitos de esmalte, overlays oclusais e incisais em dentes anteriores e posteriores
em erosão ácida (bulimia e anorexia nervosas), mordida profunda, fechamento de
diastemas. e correção de pequenas falhas de posicionamento. Como
contra-indicações o autor citou: bruxismo extremo, dentes anteriores com amplas
restaurações de compósito e alto grau de destruição, elevada atividade cariogênica
e má-higiene bucal.
2.2 Planejamento
Em qualquer tratamento proposto, desde uma simples restauração até
uma reabilitação complexa, faz-se necessário um correto diagnóstico, seguido de um
minucioso planejamento, para que o resultado final possa ser realmente satisfatório
e duradouro.
Chalifoux e Darvish (1993) orientaram que o planejamento requer o uso
de modelos de estudo, fotografias e revisão dos objetivos do paciente, além de uma
análise dental de tamanho, posição, cor e potencial de mudança. Sugeriram ainda o
uso de técnicas avançadas, (imagem de computador), que permitem ao clinico e ao
paciente a projeção dos resultados, muitas vezes sem necessitar de um
enceramento diagnóstico em modelos de gesso.
Mezzomo (1994) sugeriu que as características que influenciam na
estética final, como tamanho, forma e textura de superfície deveriam ser anotadas e
.24
porcelana. Para tal, os modelos de estudo com enceramento diagnóstico permitem
visualizar a solução definitiva. Restaurações adequadas de resina, porém
manchadas. deveriam ser refeitas, assim como manchas muito escuras, revestidas
com uma base de ionômero de vidro em uma cor mais clara, pois. de acordo com o
autor, estas condutas auxiliariam na redução da maior quantidade possível de
manchas que pudessem influenciar negativamente na estética final. Como forma de
proteção pulpar em dentes vitalizados, toda a dentina exposta deveria ser protegida
com bases de ionômero tratadas com ácido fosfórico, que fornecem microretenções
mecânica para a resina de cimentação.
Small (1998b) comentou que as facetas laminadas de porcelana foram
introduzidas na Odontologia como uma opção cosmética, sendo utilizadas por
muitos dentistas para mudar e melhorar sorrisos. Salientou que a técnica
apresentava limites, e deveria ser feito um planejamento cuidadoso para garantir que
as facetas laminadas de porcelana sejam o tratamento adequado. A oclusão deveria
ser o fator primário de limite, pois o dente severamente desgastado pode não
sobreviver ao prognóstico esperado, particularmente se as facetas laminadas de
porcelana são usadas para restaurar a função oclusal nos caninos maxilares e
mandibulares. Outro fator de limite seria o preparo inadequado que não proporciona
espaço para a colocação do material cerâmico.
E
importante que se faça umenceramento diagnóstico, realizando o preparo em um modelo de gesso, para que o
espaço exigido possa ser visualizado. 0 autor enfatizou que quando as facetas
laminadas de porcelana forem adequadamente diagnosticadas, existindo boa
comunicação com o laboratório, o fator final para o sucesso será a paciência, onde
Touati; Miara; Nathanson (2000) sugeriram que a relativa fragilidade das
facetas laminadas requer uma análise precisa da oclusão do paciente para garantir
que a restauração não se estenda em áreas de estresse oclusal. Os fatores oclusais
deveriam ser considerados, mesmo com restaurações que não envolvam a
superfície lingual (ou seja, quando a crista incisal não está envolvida), pois nestas
situações os riscos são ainda maiores, principalmente se os caninos e os dentes
posteriores estão envolvidos. Embora as margens das facetas laminadas
normalmente estejam localizadas supragengivalmente, sua condição sempre deve
ser avaliada antes de se decidir sobre qualquer tratamento. A higiene bucal precária
e a inflamação gengival deveriam ser tratados antes de se indicar facetas laminadas
de porcelana. 0 exame clinico não deveria focar apenas os dentes a serem
restaurados, mas também, a forma da face, o tamanho dos lábios e a relação destes
com os dentes antagonistas. 0 clinico deveria utilizar outros métodos de
visualização, tais como: enceramento diagnóstico, fotografias (face inteira e perfil),
modelos de gesso, análise da imagem por computador.
Para Schmidseder (2000) a higiene bucal deveria ser adaptada As
restaurações existentes. Pastas de dente com pH baixo ou com alta abrasividade
alteram a superfície da cerâmica com o passar do tempo. Por isto, é conveniente
uma instrução individual de higiene bucal e aconselhamento nutricional no inicio do
tratamento. 0 paciente deve estar ciente de que deve retornar periodicamente As
consultas combinadas (controle), pois o ponto fraco de todas as restaurações
coladas é o local da adesão. Os cimentos adesivos são resinas particUladas que
favorecem uma maior retenção de placa, conseqüentemente, um risco maior de
26
dentes anteriores deveria ser realizada. Se fatores alimentares foram os
responsáveis pela pigmentação dos dentes, o paciente deve ser alertado antes do
inicio do tratamento. Alimentos ácidos também podem alterar a superfície da
cerâmica. Parafungões ou hábitos que resultem eventualmente em uma abrasão dos
dentes anteriores devem ser mencionados, conscientizados e marcados na ficha
arquivo. Após uma rigorosa limpeza profissional dos dentes, a cor do dente é
determinada e as expectativas do paciente são anotadas na ficha. Em todos os
casos, recomenda-se o uso de fotografias intra-orais. Um exame radiografico
completo se faz necessário para o planejamento do tratamento. Em seguida são
feitos modelos de estudo. Se for planejada a modificação da forma, comprimento do
dentes, ou fechamento de um diastema, tais modificações devem ser transferidas
para um modelo de diagnóstico em cera, que facilita a comunicação do cirurgião
dentista com o técnico e com o paciente.
Watanabe e Hirata (2000) salientaram que o mascaramento adequado de
dentes manchados é difícil, exige um suporte laboratorial e boa comunicação entre o
clinico e o ceramista. Para que esta comunicação alcance seus objetivos, é
importante que a posição da margem incisal esteja bem definida, que as
informações sobre a forma e o contorno do dente sejam adequadas, e que o registro
2.3 Preparo
Horn (1983) descreveu o preparo dos dentes para receber as facetas
laminadas de porcelana, com uma leve modificação do esmalte vestibular reduzindo
as saliências. e a presença de um pequeno chanfrado no esmalte gengival.
Calamia (1985) defendeu um preparo conservador que incluía um leve
chanfro no esmalte (0,5mm de profundidade) extendendo-se de mesial para distal
aquém do ponto de contato. Uma redução incisal de 0,5mm foi recomendada para
formar um leve sobrepasse incisal. Para aumentar o comprimento do dente, não
seria necessária a redução incisal.
Severo e Machado (1989) sugeriram que o desgaste do dente seja feito
com uma broca esférica de 0,8mm de diâmetro, promovendo um sulco de cervical a
incisal, e mais três sulcos no sentido mésio-distal. Com uma broca tronco cônica
une-se estes sulcos obtendo um preparo relativo, que possibilita avaliar a
quantidade de esmalte desgastada. Todo limite do preparo deveria terminar em
chanfro, inclusive o término palatino, cuidando para que o preparo não termine no
ponto de contato oclusal. Desgastar o esmalte vestibular entre 0,5 a 0,8mm, com
limites cervicais supra ou subgengivais, dependendo do grau de escurecimento ou
erosão. 0 término incisal do preparo seria em bisel, exceto quando se desejasse
aumentar o comprimento coronário, estendende-se o término para palatino ou
18
Araújo; Oda: Santos (1990) relataram que o desgaste dental para faceta
deveria ser minimo, o suficiente apenas para evitar o sobrecontorno, e de
preferência, não atingindo a dentina, pois perder-se-ia a retenção oferecida pelo
esmalte, e além disto, o acido em dentina poderia causar danos ao complexo
dentina-polpa nos dentes vitalizados. A borda incisal seria levemente desgastada,
apenas para dar espessura a porcelana e não fraturar, porém, apesar deste
procedimento conservar a guia incisal em estrutura dental, aumenta a possibilidade
de descolamento nos movimentos excursivos de protrusão. As faces proximais são
ligeiramente invadidas, para maior espessura da porcelana nesta região,
favorecendo a cor, sem comprometer a região do ponto de contato. No término
cervical, optaram por preparos supragengivais.
Para Vieira et al. (1990) o preparo deveria ser iniciado com uma ponta
diamantada limitadora de profundidade (0,5mm) orientando o desgaste. Em todo o
preparo, um chanfro é realizado com uma ponta diamantada tronco-cônica 3227,
exceto na face incisal onde o término deveria ser em zero para facilitar os
procedimentos laboratoriais. Sempre que possível, manter o preparo a 0,5mm
aquém do bordo gengival. Os autores não aconselharam romper os pontos de
contato. Para aumentar o comprimento cérvico-incisal ou por motivos oclusais,
faz-se o recobrimento incisal com redução de 0,5mm, na incisal e na palatina com
término em chanfro.
Sheets e Taniguchi (1990) defenderam um preparo onde as margens
interproximais são extendidas até a área de contato, para aumentar a força da
19
Interna é mantida áspera para se obter uma maxima força de adesão. A margem
cervical seria colocada levemente acima da margem gengival.
Christensen (1991) no Encontro Anual da Academia Americana de
Odontologia Estética avaliou, através de um questionário, a atitude e padrões na
aplicação de facetas de porcelana. Duzentos participantes, que tinham no minimo 3
anos de experiência neste procedimento e que haviam realizado em média 200
facetas, foram interrogados, concluindo que:
a) realizavam preparo dentário: 79%;
b) desgastavam 0,75mm: 25%;
C) desgastavam 0,5mm: 65%:
d) faziam término em chanfro na margem gengival: 84%;
e) realizavam cobertura da borda incisal: 22%;
f) não removiam os contatos proximais: 87%.
Vieira e Lima (1992) pesquisaram o desgaste minimo necessário para o
preparo das facetas estéticas e a viabilidade de sua limitação em esmalte. Mediram
a espessura do esmalte vestibular de 21 dentes permanentes anteriores de
indivíduos entre 30 e 45 anos de idade. Três cortes perpendiculares ao longo eixo
dos dentes foram realizados em regiões distintas: corte C (metade do terço cervical),
corte M (metade da coroa), corte I (metade do terço incisal). Em cada fatia fizeram
cinco leituras com microscópio. Verificaram que ha uma grande variação nos
diferentes dentes, e também, nas diferentes areas estudadas no mesmo elemento.
0 incisivo lateral apresentou maior espessura de esmalte que o incisivo central, o
30
proximais foram as de menor espessura, sendo que na região cérvico-proximal a
espessura foi ainda menor. Concluiram que não seria possível o estabelecimento de
uma espessura fixa de desgaste para todos os dentes, mesmo quando o preparo
atingir a dentina em alguns locais, o que diminuirá a força de retenção exigindo
cuidados especiais no momento da adesão. Seria necessário que o término do
preparo nas faces vestibular e proximais fosse em chanfro, o que, pela sua própria
forma. o manteria em esmalte.
Mainieri; Walber; Rivaldo (1992) relataram que o preparo dentário deveria
ser em esmalte, e somente em dentes desvitalizados e escurecidos é que
aprofundaríamos o preparo até a dentina. A profundidade varia entre 0,4 e 0.5mm na
cervical e 0,5 a 0,6mm no terço médio e incisal. Inicia-se o preparo fazendo uma
canaleta de orientação na margem cervical, e com uma broca tronco-cônica de
extremidade arredonda fazemos canaletas, levando-se em consideração os três
planos dentais, deixando o preparo aquém do ponto de contato. 0 término cervical
sugerido seria em chanfro e 0,2mm subgengival.
Lang e Starr (1992) relataram que para obtenção de melhores resultados
estéticos, deveria-se fazer uma redução dental entre 0,5 e 0,75mm com uma broca
esférica diamantada e cortes na face vestibular como guia de orientação. Depois
estes cortes seriam unidos com uma ponta diamantada tronco cônica, estendendo o
preparo interproximalmente até aquém do ponto de contato. Quando envolver o
bordo incisal, este é reduzido 1,0 a 1,5mm para dar a faceta suficiente resistência a
3 1
ângulos agudos. Se não fizermos a redução incisal, devemos determinar qual
largura é suficiente para evitar o enfraquecimento do bordo incisal.
Lacy et al. (1992) realizaram uma pesquisa in vitro, mostrando a
microinfiltração ocorrida na margem gengival de facetas laminadas de porcelana e
de resina composta. Prepararam, nove grupos de 20 dentes, sendo seis grupos com
término cervical em dentina, dois com término em esmalte, e um com término
cervical coincidindo com o término de uma restauração com ionômero de vidro. Os
dentes foram tratados com adesivos dentinários, e depois restaurados com facetas
de porcelana (oito grupos) e com faceta de resina composta (um grupo). Todas as
porcelanas foram condicionadas com ácido hidrofluoridrico 9,5% durante 4min, e foi
aplicado o agente silano. Depois de cimentadas, foram armazenadas em água
durante 4 dias e sujeitas à termociclagem antes de coradas e cortadas. Os autores
concluiram que nenhuma das facetas circundadas por esmalte mostrou infiltração, e
todas as facetas sobre ionômero de vidro mostraram extensa microinfiltração
marginal. Analisando os grupos com término em dentina, encontraram uma extensa
infiltração em todas as facetas de resina composta, e quase nenhuma nas facetas
de porcelana.
Ferrari; Patroni; Balleri (1992) mediram a espessura do esmalte vestibular
de 114 dentes, no terço gengival, médio e incisal. A experiência compreendeu 10 ou
mais dentes sadios para cada grupo (incisivos, caninos e pré-molares) extraídos.
Todos os dentes foram seccionados longitudinalmente em sentido V-L em três
porções. A largura foi medida em três locais de cada corte: cervical (a 2mm
o rebordo incisal), incisal (em uma linha horizontal a 2mm apical à crista do rebordo
incisal). Concluiram que o esmalte variou entre 0,3 a 0,5mm na cervical, de 0,6 a
1,0mm no terço médio e entre 1,0 e 2,1mm na incisal. Assim, sugeriram que para
dar uma espessura minima à porcelana e evitar sobrecontorno da faceta laminada, o
esmalte deveria ser reduzido ao menos 0,5mm, porém, a quantidade e espessura do
esmalte na área cervical dos dentes anteriores não permite uma redução adequada
sem penetrar em dentina.
Chalifoux e Darvish (1993) descreveram três tipos de preparos dentários
básicos para facetas laminadas em porcelana: o preparo comum, o slice, e o preparo
em janela.
a) no preparo comum, recomendaram um desgaste de face vestibular de 0,5mm,
sendo que se o dente é escuro, o preparo pode ser aumentado, estendendo-o
supragengivalmente até as áreas de ponto de contato, de modo que todas as
áreas visíveis do dente sejam preparadas. Quando desejamos fazer
mudanças no tamanho dentário, o bordo incisal é reduzido aproximadamente
0,5mm a 1mm:
b) preparo em slice seria indicado para fechar diastemas ou remover
lateralmente o contato de um dente para o adjacente; sendo que após a
redução vestibular e incisal, estendemos o preparo para a face lingual com o
objetivo de que os bordos da faceta adaptem-se na face lingual do dente. Se
o preparo não envolver a face lingual do dente quando tenta-se mudar
lateralmente os contatos, este será definido quando os dentes
a
33
c) o preparo em janela seria realizado como o preparo comum, contudo,
modificado no corte, pois a ponta diamantada n° 770 utilizada para fazer o
chanfro, é virada de cabeça para baixo, cortando a face vestibular da borda
incisal, a fim de que a linha do Angulo incisal não seja tocada.
Para Brasil et al. (1993) a realização de preparo para confecção das
facetas laminadas de porcelana, possuem vantagens como: possibilidade de se
evitar ou diminuir o sobrecontorno, aumento da força de união entre resina fluida e o
esmalte, e mascaramento de manchas devido ao opaco utilizado. A profundidade do
desgaste vestibular varia de acordo com a vitalidade pulpar, grau de alteração
cromática e a posição do dente no arco, sendo que em alguns casos o preparo
poderá consistir em um pequeno desgaste, visando a remoção da camada
aprismática ou brilho do esmalte, a profundidade média de desgaste será de 0,2 a
0,6mm. Quanto ao preparo interproximal, os autores aconselharam que este seja
executado até metade da face interproximal, porém sem romper os pontos de
contato. 0 término cervical deverá ser em chanfro de aproximadamente 0,25mm.
Nos dentes inferiores, a borda incisal não deve ser desgastada devido a participação
na guia incisal, o que facilita o descolamento; já nos dentes superiores o desgaste
incisal de 1,0mm será realizado apenas quando não há vitalidade pulpar, para
compensar a friabilidade da estrutura desidratada.
Chalifoux (1994) citou que a exposição dentinária não é um fator critico na
confecção das facetas, pois o adesivo dentinário sela os túbulos prevenindo
sensibilidade, desde que a linha de término sempre esteja em esmalte. Regras
34
a) terminar em esmalte para evitar a microinfiltração;
b) terminar em chanfro, dando espessura e resistência suficientes para a
porcelana. Se terminar em bordo cortante ou longo bisel pode ocorrer fratura
da porcelana durante a instalação;
c) espessura uniforme da restauração para aumentar a força;
d) para prevenir fraturas na instalação, a aplicação do agente cimentante deve
ser feita sem pressão excessiva;
e) o preparo deve permitir um bom fluxo nos contornos da estrutura dental e
porcelana para que a higiene possa ser mantida, ocorrendo minimo trauma á
porcelana durante a mastigação, e um maior conforto para o paciente. sem
sensação de sobrecontorno;
f) a porcelana não deve ser mais fina que 0,5mm e também não mais espessa
que 2mm para suportar a máxima força.
Nordbo; Rygh-Thorensen; Henaug (1994) realizaram uma avaliação
clinica em 135 facetas laminadas de porcelana coladas em dentes anteriores sem
preparo incisal. Somente 0,3 a 0,5mm do esmalte vestibular foi removido utilizando
uma broca diamantada tronco-cônica de extremidade arredondada. A margem
cervical do preparo foi em nível gengival, com término em chanferete. As facetas
foram condicionadas, silanizadas e cimentadas com resinas de microparticulas
fotopolimerizáveis. Após 3 anos de controles anuais, concluiram que um preparo
mínimo sem sobrepasse incisal representa um tratamento de sucesso, preservando
o máximo da substância dental natural, sem produzir uma aparência
sobrecontornada. Para os autores, em condições onde o paciente apresenta uma
3 5
porém, aconselharam que a porcelana deva ser protegida do estresse direto, o que
significa que, sempre que possível, a faceta não deve ser colocada em contato
direto com o antagonista.
Para Vieira e Ferreira (1994) não haveria necessidade de nenhuma
redução de tecido dentário para confecção de facetas laminadas de porcelana em
incisivos conáides, já que apenas a reposição da anatomia vestibular e proximal dos
elementos em questão é feita. Com as porcelanas aluminizadas, pode-se executar
espessuras de 0,5mm, terminar em bisel, e não existe a necessidade de redução do
dente para solucionar casos de microdontia.
Mezzomo (1994) preconizou uma técnica que baseia-se na silhueta.
permitindo ao profissional uma sistemática de redução do esmalte e o controle sobre
a profundidade do desgaste. Na maioria das situações clinicas, algum tipo de
redução de esmalte se faz necessária para atingir os seguintes objetivos:
a) fornecer uma adequada dimensão e espaço para a porcelana (a espessura
ideal é de 0.5mm);
b) remover convexidades para criar uma via de inserção definida de acordo com
o envolvimento das superfícies;
c) fornecer espaço adequado para o mascaramento de manchas escuras e para
o agente cimentante.
Vieira et al. (1994) verificaram que em cada caso seria necessário um tipo
de desgaste, tornando difícil o estabelecimento de uma espessura fixa de desgaste
36
a) delimitação periférica do preparo, definição da profundidade do preparo.
complementação do desgaste vestibular, e término incisal;
b) delimitação periférica do preparo: deveria ser feita com instrumento rotatório
abrasivo diamantado esférico, iniciando no terço cervical, estendendo-se para
o próximo-incisal. 0 limite cervical deveria estar localizado em nível da
gengiva marginal livre. A proteção do tecido gengival durante a realização do
preparo cervical deve ser feita com o auxilio de fio retrator ou com o uso de
um protetor metálico cervical, ou com uma espátula de inserção. Quanto ao
limite proximal, seria extendido até pouco aquém da área de contato proximal,
de modo que a linha de união dente/resina fique mascarada;
c) definição da profundidade do preparo: a redução vestibular é feita com
instrumento esférico diamantado (1013/1014), ou com instrumento em forma
de roda (1051/1052) ou haste anelada (4141/4142). Com o instrumento
selecionado são feitas canaletas paralelas à borda incisal do dente,
perpendicularmente, ao longo eixo do mesmo, acompanhando o contorno
vestibular e extendendo-as de proximal a proximal. Iniciam-se as canaletas
por cervical, separando uma da outra com uma distância semelhante da
largura da cana leta, sendo geralmente três;
d) complementagão do desgaste vestibular: com instrumento tronco-cônico
diamantado de ponta arredondada, a superfície vestibular é regularizada,
respeitando-se a profundidade demarcada pelas canaletas. Esta
regularização deve ser orientada pela curvatura vestibular do dente;
e) término incisal: pode ser realizado em dois padrões: lâmina de faca e
recobrimento incisal. 0 preparo incisal em lâmina de faca é incluído durante a
37
após a redução da superfície vestibular, quando a borda incisal é então
reduzida em cerca de 2mm, e um chanfro por palatino ou lingual é
confeccionado no ângulo cavo-superficial com instrumento esférico.
Fischer; Kutze; Lampert (1997) preconizaram uma técnica para a borda
cervical que é indicada para situações onde há presença de defeito na porção
cervical que não pode ser resolvido com as tradicionais técnicas em resina
composta, e não justificam a perda de 60% a 70% de esmalte saudável para
confecção de coroa convencional. A nova terapia proposta pelos autores foi
desenvolvida através de uma experiência à longo prazo com a técnica de faceta. 0
processo de preparo foi descrito como técnica de Edge Up. Uma característica
particular deste preparo é um ombro longo em esmalte, que cria uma área adequada
de retenção para a técnica do condicionamento ácido e serve como um suporte para
as forças de cisalhamento que ocorrem na área dos dentes anteriores.
Brunton e Wilson (1998) recomendaram uma redução uniforme de
(0,5mm) da face vestibular do dente para facetas laminadas de porcelana, sendo
que o preparo dos dentes a mão livre pode resultar em profundidades variadas,
podendo ocorrer exposição da dentina na área cervical do preparo. A superfície
vestibular deve ser reduzida no minimo em dois pianos, e para os caninos em três
planos. A redução da borda incisal é recomendada, fazendo uma sobreposição
incisal, com um chanfro palatal ou biselando a borda incisal. Quanto ao preparo
cervical, salientaram que a ausência de um stop gengival na forma de uma margem
gengival definida, pode futuramente resultar em uma posição incorreta das facetas
3 8
subgengival dentes com cáries nas margens livres da gengiva, presença de
restaurações subgengivais e exigências cosméticas do paciente.
Em seu estudo, Fradeani (1999) realizou o preparo em chanfro de
aproximadamente 0,5 a 0,6mm. 0 objetivo era confinar o preparo ao esmalte sempre
que possível, especialmente na linha de término. Quando era necessário aumentar a
superfície total do esmalte, o preparo foi estendido um pouco para a superfície
lingual com um leve chanfro, criando ao mesmo tempo uma trajetória de inserção
correta durante a prova e a cimentação. No caso das facetas fabricadas, o preparo
foi estendido para as áreas interproximais a fim de ocultar as margens da
restauração e aumentar a quantidade de esmalte disponível para a adesão. 0 autor
relatou a importância em se limitar o preparo em esmalte (50% da área), em especial
nas margens. Em algumas situações, como na presença de desgaste incisal e
vestibular, deve-se estender o preparo até a área palatina a fim de aumentar a
quantidade total de esmalte e a resistência final.
Para Watanabe e Hirata (2000) o preparo do dente na confecção de
facetas de porcelana ficaria confinado ao esmalte com margens supragengivais,
exigindo um desgaste dental de aproximadamente 0,6 a 0,8mm. Os resultados
podem ser satisfatórios neste tipo de prótese porque ela geralmente consegue
preservar a guia anterior, e além disso, sua estabilidade de cor e translucidez são
satisfatórias. Um desgaste dental adequado é de grande importância para que o
resultados estético seja alcançado, principalmente quando for necessário mascarar
39
ampliado para que a espessura adicional do cemento auxilie na capacidade de
mascaramento.
Para Schmidseder (2000) o preparo das facetas seria uma tarefa muito
simples para o cirurgião-dentista. Se forem apenas mascarados defeitos do esmalte,
é suficiente um preparo básico. Caso encontrem-se restaurações maiores em resina,
o preparo básico deve ser ampliado. Se, adicionalmente, forem corrigidos pequenos
mal posicionamentos dos dentes, fortes pigmentações, ou o fechamento de um
diastema, o preparo básico desenhado deve ser modificado. Quanto ao preparo.
orientou que toda superfície vestibular deve ser desgastada cerca de 0,5 a 0,7mm; a
borda proximal deve ser estendida na zona da superfície de contato; o término
cervical deve ser em chanfro; deve ser feita a redução incisal de 1 a 1,5mm e se
reconstruido o comprimento original dos dentes anteriores, basta o chanfro lingual
ou palatino.
Para Touati; Miara; Nathanson (2000) o preparo uniforme do esmalte
deveria resultar em uma redução tecidual média de 0,5mm, e em casos mais
extremos de descoloração, aumentar a redução para 0,7 a 0,8mm, não
recomendando um desgaste de menos de 0,3mm. 0 posicionamento das margens
profundamente no sulco gengival é desaconselhável, as margens supragengivais ou
justagengivais sempre deveriam ser preferidas. Os autores asseguraram que se as
circunstâncias clinicas permitirem, sempre é preferível preservar a área de contato
proximal, entretanto. em casos em que a área natural de contato foi perdida por
restauração proximal, diastema ou Angulo fraturado, a margem deve ser posicionada
4()
camada de cerâmica de pelo menos 1mm de espessura, sendo que uma camada
mais espessa do que 1,5 a 2,0mm deve ser usada para caninos e incisivos
inferiores. Nos anos 80, a tendência era preservar a crista incisal. A margem era
localizada na crista incisal quando suficientemente espessa. Apesar de limitarmos
este tipo de preparo para a região dos dentes superiores, um maior número de
fraturas foi observado com esta técnica de preparo nos casos em que a crista era
simplesmente recoberta. Esta observação, fez da cobertura completa da crista
incisal, o procedimento de escolha. Este procedimento oferece várias vantagens, tais
como:
a) restringe fraturas de ângulos. Quando os dentes são muito finos, a diferença
entre a resiliência do dente natural preparado e da faceta laminada pode, sob
certas circunstância oclusais, provocar trincas ou fraturas da cerâmica;
b) melhora as propriedades estéticas das facetas laminadas;
c) oferece altura para alterar a forma dental;
d) facilita a alteração da posição dental;
e) possibilita ajuste da oclusão;
f) facilita o manuseio e o posicionamento da faceta laminada na prova e, em
particular, durante a colagem;
2.4 Moldagem
Para Severo e Machado (1989) a impressão poderia ser feita com
qualquer elastômero associado à uma moldeira individual, ou siliconas com
moldeiras de estoque. 0 afastamento gengival é necessário quando o preparo é
sub-gengival, utilizando-se os métodos convencionais de afastamento, de
preferência mecânicos.
Segundo Chalifoux e Darvish (1993) a moldagem é um passo muito
importante, pois define o preparo da estrutura dental e uma área de pelo menos
0,5mm além do término, facilitando o trabalho de delineamento das linhas de término
e do perfil de emergência. Contudo, como geralmente os preparos para facetas
laminadas de porcelana são supra-gengivais, as moldagens são fáceis de serem
executadas, e caso o preparo seja sub-gengival indica-se o uso de fio retrator.
Para Vieira et al. (1994) comparada a outros procedimentos protéticos, a
moldagem para facetas laminadas de porcelana é relativamente simples e menos
critica, pois, geralmente envolve apenas os dentes anteriores, e, pequenas
distorções ou falhas de adaptação podem ser corrigidas durante a cimentação com
resina composta. 0 caráter estético das facetas laminadas exige que o limite cervical
do preparo esteja bastante nítido, recomendando uma moldagem com um sulco livre
de fluidos, e a gengiva afastada. Os autores indicaram as siliconas de condensação
como material de moldagem.
42
De acordo com Small (1998a) a realização de moldagens precisas, seria
um importante passo para a confecção correta e precisa da faceta laminada de
porcelana. Inicia-se com o adequado manejo do tecido e moldagens acuradas, que
somente ocorrerão se a superficie do dente estiver visível, limpa e seca. Se as
margens do preparo das facetas são subgengivais, um fio de retração é necessário.
Porém, se as margens são expostas e visíveis não é necessário o afastamento
gengival.
Schmidseder (2000) recomendou como material de moldagem as
silicones ou poliéteres. Os hidrocolóides não são vantajosos, pois não têm suficiente
resistência, e em pequenos espaços interdentais eles geralmente rasgam. Caso o
modelo de estudo já esteja pronto, a impressão de toda arcada pode ser feita com
um elastômero.
Touati; Miara; Nathanson (2000) sugeriram que a moldagem deva ser
realizada com material de moldagem para prótese fixa, como poliéter, polissulfeto ou
polivinilsiloxano. Os polivinilsiloxanos hidrofilicos são mais adequados e parecem ser
os materiais de escolha por suas excelentes propriedades mecânicas, precisão,
reprodução de detalhes e estabilidade. Nenhum hidrocolóide reversível ou
irreversível é adequado para este tipo de moldagem, já que sua falta de resistência
2.5 Seleção da cor
Segundo Vieira et al. (1994) as facetas laminadas de porcelana não
podem ser comparadas ás coroas, pois existem problemas inerentes 6 técnica que
devem ser avaliados. A primeira dificuldade diz respeito á pequena espessura do
preparo, o que pode inviabilizar a colocação de uma camada de opaco, promovendo
uma forte influência da cor do remanescente dental, no resultado final da cor da
faceta. Para que o protético consiga um bom desenvolvimento de cor (aposição de
camadas de cor e translucidez distintas), existe a necessidade de uma espessura
final da ordem de 1 5mm, pois, caso contrário, corre-se o risco de obter-se uma
faceta opaca, que apresentará reflexão de luz homogênea, o que dá ao dente uma
aparência artificial. Para o registro da cor, os seguintes passos devem ser seguidos:
profilaxia, dente seco (porém não desidratado), definir matiz pelo canino ou pelo
dente mais saturado presente no arco, definir saturação á partir do terço médio do
dente a ser facetado.
Para Mezzomo (1994) a cor final da faceta laminada cimentada é a
combinação de vários fatores, e não somente da cor da porcelana. A cor original do
dente, a cor selecionada da porcelana, a quantidade de opacificador adicionado, a
cor e opacidade da resina de cimentação, o uso de pigmentos, a variação na
quantidade de redução do esmalte e tipo de preparo também influenciam no
resultado final. Por isso, o autor sugeriu que na seleção de cor, o tom escolhido seja
umquarto mais claro que a tonalidade desejada.
44
Para facilitar a visualização dos defeitos da area incisal e do contorno dos
dentes naturais, Gust (apud SMALL 1998a) citaram um método bastante simples
que consiste em posicionar uma fita adesiva de superfície fosca sobre os dentes
naturais, delimitando com um lapis de cor convencional o contorno vestibular do
dente. Com o lapis de outra coloração, são demarcadas as posições em que se
encontram os mamelos, trincas verticais e regiões de maior translucidez e levemente
azuladas. Para facilitar este procedimento, pode-se utilizar uma ponteira luminosa de
fibra ótica posicionada na area palatina do dente. Então, as demarcações podem ser
coladas em qualquer tipo de papel para depois ser colocada outra fita adesiva sobre
o desenho, a fim de que este não seja alterado. Esta técnica também pode ser
utilizada em dentes com grandes variações de cores, tanto na dentina quanto no
esmalte. Assim, o técnico visualiza, de maneira fácil e simples, a localização correta
de cada cor, observando também a forma do dente.
2.6 Restauração provisória
O esforço no diagnóstico através das restaurações provisórias que
reproduzem a forma do enceramento, simulam o potencial estético e funcional da
restauração final planejada, portanto, uma fiel reprodução das restaurações
provisórias em restaurações finais simplificará consideravelmente a realização
destas.
Para Vieira et al. (1990) não existiria a necessidade do uso de provisórios,
pois se trata de um desgaste minimo em esmalte. Nos casos onde a estética fosse
45
Para Mezzomo (1994) as facetas temporárias, além de cumprirem seu
papel de "manter o indivíduo socialmente ativo", atuariam como elemento auxiliar de
diagnóstico. serviriam para avaliar se a espessura do desgaste promoveria um
efetivo mascaramento das manchas, e possibilitaria modificações no tamanho e
forma iniciais até encontrar uma solução estética que satisfaça o paciente. Para a
cimentação dos provisórios, a utilização da mesma resina usada para a cimentação
definitiva pode ser aplicada, porém, sem o condicionamento ácido do esmalte.
Cuidados devem ser tomados para obter uma boa adaptação cervical e uma
superfície lisa, sem sub ou sobrecontornos. Devido à fragilidade da união e o risco
de descimentação dos provisórios, foi sugerido que o tempo entre o preparo e a
cimentação não deva ultrapassar de 1 semana.
Para Magne; Magne; Belser (1996) os conceitos de tratamento moderno,
abandonam a tradicional prática de restaurações provisórias de qualidade mediocre,
que mais tarde são substituídas por próteses fixas com uma melhora significativa.
Em uma abordagem racional, próteses provisórias deveriam ser realizadas utilizando
um guia-padrão diagnóstico, o qual consiste de um enceramento diagnóstico
seguido da fabricação de restaurações provisórias, incorporando função e estética.
Através deste guia, os autores enfatizaram a objetividade e simplicidade da técnica,
bem como seus benefícios, devido ao uso das informações diagnósticas serem
incalculáveis para a fabricação das restaurações finais. Isto pode ser definido como
um resumo de procedimentos experimentados para determinar a forma e posição
dos dentes e tecidos gengivais adjacentes na montagem dos modelos diagnósticos
(enceramento e prova), e para a avaliação de um novo design oral. Este
46
porque os provisórios são avaliados diariamente e finalmente aprovados pelo
paciente. A análise do diagnóstico é a base na qual a futura terapia é planejada:
entretanto , deve ser um procedimento simples e racional. 0 esforço no diagnóstico
através das restaurações provisórias que reproduzem a forma do enceramento,
simulam o potencial estético e funcional da restauração final planejada, portanto,
uma fiel reprodução das restaurações provisórias em restaurações finais, simplificará
consideravelmente a realização destas. Além disto, o guia-padrão, serve como
referência para o preparo dos dentes, fabricação de núcleos corono-radiculares e
ainda para o condicionamento dos tecidos moles adjacentes.
Segundo Small (1998b) as restaurações provisórias deveriam ser usadas
para inúmeros propósitos, tais como: proteção da estrutura do dente preparado
evitando danos químicos, térmicos e biológicos, estética temporária no local da falta
de estrutura dentária, devolução da função e estabilidade oclusal, manutenção da
saúde do periodonto, e avaliação fonética. 0 uso das restaurações provisórias
também seria importante para se ter uma visão antecipada dos resultados estéticos
(tanto para o dentista como para o paciente). A comunicação pode ser facilitada e os
pacientes podem reconhecer e então verbalizar seus desejos estéticos depois de
terem utilizado as facetas provisórias. Isto se torna muito importante quando existem
muitos dentes envolvidos. Quando se prepara seis ou mais dentes para facetas
laminadas, a necessidade de uma restauração provisória torna-se uma valiosa
ferramenta de comunicação. Tanto o dentista, quanto o paciente, podem
imediatamente discernir se o resultado estético e funcional foi alcançado, e se há
Fradeani (1999) citou que além de serem um importante protótipo para as
facetas definitivas, as restaurações provisórias são essenciais para manter a posição
original do dente sempre que áreas proximais estão envolvidas no preparo.
Touati; Miara; Nathanson (2000) consideraram a confecção de facetas
provisórias como um estágio muito delicado, pois uma redução minima durante o
preparo ofereceria propriedades retentivas precárias. Portanto, descreveram
métodos diretos e indiretos para a confecção dos provisórios.
2.7 Técnicas laboratoriais para a confecção das facetas
Lang e Starr (1992) indicaram o uso de cerâmica de vidro fundível para
confecção de facetas laminadas, pois segundo os autores, este material tem alta
força compressiva, coeficiente de expansão térmica, dureza, densidade e
translucidez similares ao esmalte natural, evitando o desgaste dos dentes
antagonistas e melhorando a estética.
Vieira e Ferreira (1994) salientaram que as primeiras porcelanas
modernas para uso odontológico não eram aluminizadas, sendo extremamente
friáveis e exigindo uma espessura em todo o contorno cervical de
,aproximadamente, 1.5mm. Com as porcelanas atuais, aluminizadas, pode-se
48
Chalifoux (1994) salientou que a melhora na porcelana especifica para
facetas laminadas e suas técnicas auxiliaram nos resultados estéticos e na
longevidade das facetas laminadas de porcelana. Foram descritas algumas técnicas:
a construção direta de porcelana. técnica de vidro fundido e técnica gerada por
computador.
Mezzomo (1994) descreveu a técnica que emprega um modelo refratário
por entender que esta é a mais facilmente dominada, com menores riscos de
distorções, e estando ao alcance de um maior número de técnicos.
Quanto a escolha do material para facetas laminadas de porcelana, Small
(1998a) relatou que existem sistemas de cerâmica no mercado que podem ser
classificados em três distintas categorias: baixa fusão de sistemas feldspaticos, alta
fusão de sistemas feldspáticos e sistemas cerâmicos calcados. Todos produzem
resultados ópticos diferentes dependendo da habilidade do técnico e dos seus
conhecimentos nas diferentes técnicas. Nenhum sistema satisfaz todos os
requisitos, e seria de interesse do operador consultar o técnico considerando os
objetivos do procedimento restaurador.
De acordo com Fradeani (1999) as cerâmicas vítreas oferecem uma
excelente resistência e translucidez, similares às do dente natural. A IPS Empress
(Ivoclar), é uma cerâmica vítrea reforçada por leucita injetada no processo de
queima, que permite bons resultados estéticos A pastilha de cerâmica vítrea é
pré-ceramizada pelo fabricante e depois processada no laboratório , usando tanto a