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TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ: MARCOS LEGISLATIVOS

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TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ: MARCOS

Resumo

O propósito do presente artigo é tecer algumas considerações sobre os

envolvem o processo de transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a partir da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, realizando um resgate histórico legislativo e apresentando correntes

que devem conduzir essa operacionalização. Além disso, serão apresentadas possíveis consequências para o Estado do Amapá ante a necessidade de observar esses dispositivos legais. Utilizou-se a pesquisa bibliográfica para traçar o embasamento teórico em debate. Pela análise dos conteúdos estudados constatou-se haver discordância dos autores a respeito do instrumento legal adequado a realizar a transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a neces

esforço para efetivar essa transferência e, assim, garantir que sejam usufruídos os direitos decorrentes da propriedade, tanto para o Estado do Amapá como para os seus habitantes.

Palavras-chave:Constituição da República Federativa do Brasil de Terras;Legislação;Doutrina.

ANALYSIS OF FEDERAL AGREEMENTS FOR THE CALÇOENE

Abstract

The purpose of this article is to present some considerations about the legislative frameworks involving the transfer of land from the Union to the State of Amapá

promulgation of the Constitution of the Federative Republic of Brazil of 1988,carrying out a legislative historical rescue and presenting currents of though

instruments that should lead to this operationalization. In addition, possible consequences will be presented for the State of Amapá in view of the need to observe these legal provisions. The bibliographical research was used to draw the theoretical basis for discussion

contents studied it was found that there was disagreement among the authors regarding the appropriate instrument to carry out the transfer of land from the Union to the State of Amapá, the need for effort to effect this transfer and thus ensure that the rights deriving from the property are enjoyed, both for the State of Amapá and for its inhabitants.

Keywords: Constitution of the Federative Republic of Brazil of 1988; Transfer;Legislation;Doctrine.

1

Especialista em Direito Processual e em Direito do Trabalho e Processual do Trabalho. Analista do MPU Jurídica.

TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ: MARCOS LEGISLATIVOS

Laila Milena Teles MARTINS

O propósito do presente artigo é tecer algumas considerações sobre os marcos legislativos que envolvem o processo de transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a partir da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, realizando um resgate histórico legislativo e apresentando correntes de pensamento sobre o tema e os atuais instrumentos que devem conduzir essa operacionalização. Além disso, serão apresentadas possíveis consequências para o Estado do Amapá ante a necessidade de observar esses dispositivos legais. bliográfica para traçar o embasamento teórico em debate. Pela análise dos se haver discordância dos autores a respeito do instrumento legal adequado a realizar a transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a neces

esforço para efetivar essa transferência e, assim, garantir que sejam usufruídos os direitos decorrentes da propriedade, tanto para o Estado do Amapá como para os seus habitantes.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; Transferência de

ANALYSIS OF FEDERAL AGREEMENTS FOR THE CALÇOENE-AP MUNICIPALITY (1996-2016)

The purpose of this article is to present some considerations about the legislative frameworks involving the transfer of land from the Union to the State of Amapá

promulgation of the Constitution of the Federative Republic of Brazil of 1988,carrying out a legislative historical rescue and presenting currents of thought on the subject and the current instruments that should lead to this operationalization. In addition, possible consequences will be presented for the State of Amapá in view of the need to observe these legal provisions. The ed to draw the theoretical basis for discussion. By analyzing the that there was disagreement among the authors regarding the appropriate instrument to carry out the transfer of land from the Union to the State of Amapá, the eed for effort to effect this transfer and thus ensure that the rights deriving from the property are enjoyed, both for the State of Amapá and for its inhabitants.

Constitution of the Federative Republic of Brazil of 1988; Land

Especialista em Direito Processual e em Direito do Trabalho e Processual do Trabalho. Analista do MPU

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TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ: MARCOS

Laila Milena Teles MARTINS1

marcos legislativos que envolvem o processo de transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a partir da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, realizando um resgate de pensamento sobre o tema e os atuais instrumentos que devem conduzir essa operacionalização. Além disso, serão apresentadas possíveis consequências para o Estado do Amapá ante a necessidade de observar esses dispositivos legais. bliográfica para traçar o embasamento teórico em debate. Pela análise dos se haver discordância dos autores a respeito do instrumento legal adequado a realizar a transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a necessidade de esforço para efetivar essa transferência e, assim, garantir que sejam usufruídos os direitos decorrentes da propriedade, tanto para o Estado do Amapá como para os seus habitantes.

Transferência de

AP MUNICIPALITY

The purpose of this article is to present some considerations about the legislative frameworks involving the transfer of land from the Union to the State of Amapásince the promulgation of the Constitution of the Federative Republic of Brazil of 1988,carrying out a t on the subject and the current instruments that should lead to this operationalization. In addition, possible consequences will be presented for the State of Amapá in view of the need to observe these legal provisions. The . By analyzing the that there was disagreement among the authors regarding the appropriate instrument to carry out the transfer of land from the Union to the State of Amapá, the eed for effort to effect this transfer and thus ensure that the rights deriving from the property are

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1. INTRODUÇÃO

No presente trabalho serão feitas considerações no que se refere aos marcos legislativos que envolvem o processo de transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a partir da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, realizando um resgate histórico-legislativo, apresentando correntes de pensamento sobre o tema e os atuais instrumentos que devem conduzir essa operacionalização. Além disso, de forma sucinta, serão apresentadas possíveis consequências para o Estado do Amapá, ante a necessidade de observar esses dispositivos legais.

Conforme explicação de Souza (2015, p. 2)

(...) os Estados do Amapá e de Roraima possuem uma situação excepcional, uma vez que foram criados, a partir da Constituição Federal de 1988, por transformação dos respectivos territórios federais. Isto significa que para implementar qualquer programa de

fundiária, seria necessário primeiramente transferir ao domínio desses estados pertencentes à União

O objetivo é apresentar a legislação que envolve a dinâmica do processo de transferência de terras da União para o Estado do Amap

Estado do Amapá, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Especificamente, identificar se houve ou não a transferência automática e, caso não tenha ocorrido, identificar quais os instrumentos legais que devem conduzir o

transferência de terras em comento.

Além disso, explanar, mesmo que de forma transferência de terras e suas consequências para o

Para o desenvolvimento do estudo, a metodologia utilizada foi a segundo Barros e Lehfeld (2007, p. 85):

(...) é a que se efetua tentando do emprego p

informatizado. (...) Nesse sentido, é relevante levantar e selecionar conhecimentos já catalogados em bibliotecas, editoras, Internet, videotecas etc. (...) Essa tipologia de pesquisa pode a

a construção de trabalhos inéditos daqueles que pretendem rever, reanalisar, interpretar e criticar considerações teóricas, paradigmas e mesmo criar novas proposições de explicação de compreensão dos fenôm

presente trabalho serão feitas considerações no que se refere aos marcos legislativos que envolvem o processo de transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a partir da República Federativa do Brasil de 1988, realizando um resgate legislativo, apresentando correntes de pensamento sobre o tema e os atuais instrumentos que devem conduzir essa operacionalização. Além disso, de forma sucinta, serão apresentadas íveis consequências para o Estado do Amapá, ante a necessidade de observar esses dispositivos

Conforme explicação de Souza (2015, p. 2)

(...) os Estados do Amapá e de Roraima possuem uma situação excepcional, uma vez que foram criados, a partir da Constituição Federal de 1988, por transformação dos respectivos territórios federais. Isto significa que para implementar qualquer programa de

fundiária, seria necessário primeiramente transferir ao domínio desses estados pertencentes à União.

O objetivo é apresentar a legislação que envolve a dinâmica do processo de transferência de terras da União para o Estado do Amapá, desde a transformação do Território Federal do Amapá em Estado do Amapá, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Especificamente, identificar se houve ou não a transferência automática e, caso não tenha ntificar quais os instrumentos legais que devem conduzir o modusoperandi

Além disso, explanar, mesmo que de forma sucinta, os possíveis entraves para efetivação da transferência de terras e suas consequências para o Estado do Amapá.

Para o desenvolvimento do estudo, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, que segundo Barros e Lehfeld (2007, p. 85):

(...) é a que se efetua tentando-se resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego predominante de informações advindas de material gráfico, sonoro e informatizado. (...) Nesse sentido, é relevante levantar e selecionar conhecimentos já catalogados em bibliotecas, editoras, Internet, videotecas etc. (...) Essa tipologia de pesquisa pode atender aos objetivos do aluno na sua formação acadêmica como pode gerar a construção de trabalhos inéditos daqueles que pretendem rever, reanalisar, interpretar e criticar considerações teóricas, paradigmas e mesmo criar novas proposições de explicação

compreensão dos fenômenos das mais diferentes áreas.

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presente trabalho serão feitas considerações no que se refere aos marcos legislativos que envolvem o processo de transferência de terras da União para o Estado do Amapá, a partir da República Federativa do Brasil de 1988, realizando um resgate legislativo, apresentando correntes de pensamento sobre o tema e os atuais instrumentos que devem conduzir essa operacionalização. Além disso, de forma sucinta, serão apresentadas íveis consequências para o Estado do Amapá, ante a necessidade de observar esses dispositivos

(...) os Estados do Amapá e de Roraima possuem uma situação excepcional, uma vez que foram criados, a partir da Constituição Federal de 1988, por transformação dos respectivos territórios federais. Isto significa que para implementar qualquer programa de regularização fundiária, seria necessário primeiramente transferir ao domínio desses estados as terras

O objetivo é apresentar a legislação que envolve a dinâmica do processo de transferência de á, desde a transformação do Território Federal do Amapá em Estado do Amapá, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Especificamente, identificar se houve ou não a transferência automática e, caso não tenha

modusoperandi da

, os possíveis entraves para efetivação da

pesquisa bibliográfica, que

se resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir redominante de informações advindas de material gráfico, sonoro e informatizado. (...) Nesse sentido, é relevante levantar e selecionar conhecimentos já catalogados em bibliotecas, editoras, Internet, videotecas etc. (...) Essa tipologia de tender aos objetivos do aluno na sua formação acadêmica como pode gerar a construção de trabalhos inéditos daqueles que pretendem rever, reanalisar, interpretar e criticar considerações teóricas, paradigmas e mesmo criar novas proposições de explicação

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2. A CONSTITUIÇAO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988: O ESTADO DO AMAPÁ

Com o advento da Constituição de 1988 o Brasil deixou de ter territórios. Até então havia os territórios de Roraima, Amapá e Fernando de Noronha.

O Território Federal do Amapá foi criado por meio do Decreto

setembro de 1943, como parte desmembrada do Estado do Pará (art. 1º do Decreto 5.812/1943), estabelecidos os seus limites territoriais n

Lei.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

Territórios Federais de Roraima e A

geográficos, estabelecendo diretrizes relacionadas ao tema nos seus §§ 1º a 4º. Portanto, o Amapá passou a integrar a organização político

Federativa do Brasil, como Estado da Fed

autônomo, “em decorrência da capacidade de auto

e autolegislação”. (Lenza, 2013, p. 456).

De acordo com o texto constitucional, os entes federativos que co

organização político-administrativa da República Federativa do Brasil são os Estados, os Municípios e o Distrito Federal (CRFB/88, artigo 1º e artigo 18).

Os territórios possuem personalidade, mas não apresentam autonomia política, se em uma descentralização administrativa

integram a União (CRFB/88, artigo 18, §2º).

3. A TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ

No que diz respeito às terras pertencent referido artigo 14 do ADCT assim dispõe: “§ 2º

Estados de Roraima e Amapá as normas e os critérios seguidos na criação do Estado de Rondônia, respeitado o disposto na Constituição e neste Ato”.

Como visto, a própria Constituição determinou a aplicação das normas da Lei Complementar n. 41/81 que criou o Estado de Rondônia aos novos Estados de Roraima e Amapá.

A CONSTITUIÇAO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988: O ESTADO

Com o advento da Constituição de 1988 o Brasil deixou de ter territórios. Até então havia os Amapá e Fernando de Noronha.

O Território Federal do Amapá foi criado por meio do Decreto-lei n. 5.812, de 13 de setembro de 1943, como parte desmembrada do Estado do Pará (art. 1º do Decreto 5.812/1943), estabelecidos os seus limites territoriais no §1º do artigo 1º do mencionado Decreto

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – CRFB de 1988, no art. 14 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, determinou a transformação dos Territórios Federais de Roraima e Amapá em Estados Federados, mantendo seus limites

icos, estabelecendo diretrizes relacionadas ao tema nos seus §§ 1º a 4º.

Portanto, o Amapá passou a integrar a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, como Estado da Federação, a partir da CRFB de 1988, passando a ser um ente

em decorrência da capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração

(Lenza, 2013, p. 456).

De acordo com o texto constitucional, os entes federativos que compõem a estrutura, a administrativa da República Federativa do Brasil são os Estados, os Municípios e o Distrito Federal (CRFB/88, artigo 1º e artigo 18).

Os territórios possuem personalidade, mas não apresentam autonomia política,

se em uma descentralização administrativa-territorial da União, são autarquias federais, portanto integram a União (CRFB/88, artigo 18, §2º).

A TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ

No que diz respeito às terras pertencentes aos Estados do Amapá e Roraima o §2º do referido artigo 14 do ADCT assim dispõe: “§ 2º - Aplicam-se à transformação e instalação dos Estados de Roraima e Amapá as normas e os critérios seguidos na criação do Estado de Rondônia,

Constituição e neste Ato”.

Como visto, a própria Constituição determinou a aplicação das normas da Lei Complementar n. 41/81 que criou o Estado de Rondônia aos novos Estados de Roraima e Amapá.

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A CONSTITUIÇAO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988: O ESTADO

Com o advento da Constituição de 1988 o Brasil deixou de ter territórios. Até então havia os

lei n. 5.812, de 13 de setembro de 1943, como parte desmembrada do Estado do Pará (art. 1º do Decreto-lei n. o §1º do artigo 1º do mencionado

Decreto-CRFB de 1988, no art. 14 do ADCT, determinou a transformação dos mapá em Estados Federados, mantendo seus limites

administrativa da República eração, a partir da CRFB de 1988, passando a ser um ente

organização, autogoverno, autoadministração

mpõem a estrutura, a administrativa da República Federativa do Brasil são os Estados, os

Os territórios possuem personalidade, mas não apresentam autonomia política, constituem-territorial da União, são autarquias federais, portanto

A TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ

es aos Estados do Amapá e Roraima o §2º do se à transformação e instalação dos Estados de Roraima e Amapá as normas e os critérios seguidos na criação do Estado de Rondônia,

Como visto, a própria Constituição determinou a aplicação das normas da Lei Complementar n. 41/81 que criou o Estado de Rondônia aos novos Estados de Roraima e Amapá.

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A mencionada LC n. 41/81 trata em seus capítulos a respeito “

Poderes”, “Do Pessoal”, “Do Orçamento e da Fiscalização Orçamentária” e, especificamente no Capítulo III, “Do Patrimônio e dos Serviços Públicos”.

No que diz respeito ao patrimônio, o art. 15 da lei em comento discorre:

Art. 15 - Ficam transferidos ao Estado de Rondônia o domínio, a posse e a administração dos seguintes bens móveis e imóveis:

I - os que atualmente pertencem ao Território Federal de Rondônia; II - os efetivamente utilizados pela Administração do Território Feder

III - rendas, direitos e obrigações decorrentes dos bens especificados nos incisos I e II, bem como os relativos aos convênios, contratos e ajustes firmados pela União, no interesse do Território Federal de Rondônia.

Assim, ao se deparar com esses dispositivos legais, constitucional e infraconstitucional, poder-se-ia ponderar que nenhuma outra lei seria necessária para que ocorresse a transferência de terras da União para os dois novos estados, Roraima e Amapá, já que

domínio, a posse e a administração dos bens descritos, entre eles os que pertenciam ao território federal, ficariam transferidos ao Estado, o que aponta ser imediata a transferência.

Este mesmo raciocínio foi comentado por SOUZA (2015, p. 7),

Para alguns autores a criação do Estado pela própria Carta Magna, por si só, já teria o condão de transferir o direito de propriedade sobre o patrimônio imobiliário pertencente ao Território ao novo Estado Federado, por força do § 2º do art. 14 do ADCT combinado com o artigo 15 da LC 41/81. Como não houve a transferência automática das terras da União ao Estado de Roraima quando de sua criação, iniciou

regularizar as terras estaduais, que culminou com a

Nascimento (2009, p. 54), por sua vez, também trouxe à baila a ideia de que nenhum outro dispositivo legal seria necessário para efetivação das transferências de terras, qua

tópico de sua dissertação de mestrado, a respeito de decisão judicial proferida nos autos do Processo n 2006.31.00.000335-5, o qual teve como autor o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, que moveu ação reivindicató

fosse restituída à União uma área localizada nas regiões do Matapi, Curiaú e Vila Nova, no Estado do Amapá.

Integrou a dissertação de Nascimento (2009, p. 136 a 145), como anexo (Anexo IV), cópia da mencionada decisão judicial, a qual também passou a ser analisada para compor o trabalho, conforme abaixo será verificado.

Sobre a transferência de terras da União para o Estado do Amapá, o argumento trazido pelo Incra, que foi descrito em parte do relatório da

A mencionada LC n. 41/81 trata em seus capítulos a respeito “Da Criação do Estado”, “Dos Poderes”, “Do Pessoal”, “Do Orçamento e da Fiscalização Orçamentária” e, especificamente no Capítulo III, “Do Patrimônio e dos Serviços Públicos”.

No que diz respeito ao patrimônio, o art. 15 da lei em comento discorre:

Ficam transferidos ao Estado de Rondônia o domínio, a posse e a administração dos seguintes bens móveis e imóveis:

os que atualmente pertencem ao Território Federal de Rondônia;

os efetivamente utilizados pela Administração do Território Federal de Rondônia; rendas, direitos e obrigações decorrentes dos bens especificados nos incisos I e II, bem como os relativos aos convênios, contratos e ajustes firmados pela União, no interesse do Território Federal de Rondônia.

Assim, ao se deparar com esses dispositivos legais, constitucional e infraconstitucional, ia ponderar que nenhuma outra lei seria necessária para que ocorresse a transferência de terras da União para os dois novos estados, Roraima e Amapá, já que o caput do artigo 15 diz que o domínio, a posse e a administração dos bens descritos, entre eles os que pertenciam ao território federal, ficariam transferidos ao Estado, o que aponta ser imediata a transferência.

Este mesmo raciocínio foi comentado por SOUZA (2015, p. 7), in verbis:

Para alguns autores a criação do Estado pela própria Carta Magna, por si só, já teria o condão de transferir o direito de propriedade sobre o patrimônio imobiliário pertencente ao itório ao novo Estado Federado, por força do § 2º do art. 14 do ADCT combinado com o artigo 15 da LC 41/81. Como não houve a transferência automática das terras da União ao Estado de Roraima quando de sua criação, iniciou-se uma série de tentativas para

gularizar as terras estaduais, que culminou com a edição da Lei n.º 10.304/2001.

Nascimento (2009, p. 54), por sua vez, também trouxe à baila a ideia de que nenhum outro dispositivo legal seria necessário para efetivação das transferências de terras, quando discorreu, em tópico de sua dissertação de mestrado, a respeito de decisão judicial proferida nos autos do Processo 5, o qual teve como autor o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Incra, que moveu ação reivindicatória, objetivando a concessão de provimento para que fosse restituída à União uma área localizada nas regiões do Matapi, Curiaú e Vila Nova, no Estado

Integrou a dissertação de Nascimento (2009, p. 136 a 145), como anexo (Anexo IV), cópia onada decisão judicial, a qual também passou a ser analisada para compor o trabalho,

Sobre a transferência de terras da União para o Estado do Amapá, o argumento trazido pelo Incra, que foi descrito em parte do relatório da sentença proferida nos autos do Processo n.

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Da Criação do Estado”, “Dos Poderes”, “Do Pessoal”, “Do Orçamento e da Fiscalização Orçamentária” e, especificamente no

Ficam transferidos ao Estado de Rondônia o domínio, a posse e a administração

al de Rondônia; rendas, direitos e obrigações decorrentes dos bens especificados nos incisos I e II, bem como os relativos aos convênios, contratos e ajustes firmados pela União, no interesse do

Assim, ao se deparar com esses dispositivos legais, constitucional e infraconstitucional, ia ponderar que nenhuma outra lei seria necessária para que ocorresse a transferência de do artigo 15 diz que o domínio, a posse e a administração dos bens descritos, entre eles os que pertenciam ao território

Para alguns autores a criação do Estado pela própria Carta Magna, por si só, já teria o condão de transferir o direito de propriedade sobre o patrimônio imobiliário pertencente ao itório ao novo Estado Federado, por força do § 2º do art. 14 do ADCT combinado com o artigo 15 da LC 41/81. Como não houve a transferência automática das terras da União ao se uma série de tentativas para edição da Lei n.º 10.304/2001.

Nascimento (2009, p. 54), por sua vez, também trouxe à baila a ideia de que nenhum outro ndo discorreu, em tópico de sua dissertação de mestrado, a respeito de decisão judicial proferida nos autos do Processo 5, o qual teve como autor o Instituto Nacional de Colonização e Reforma ria, objetivando a concessão de provimento para que fosse restituída à União uma área localizada nas regiões do Matapi, Curiaú e Vila Nova, no Estado

Integrou a dissertação de Nascimento (2009, p. 136 a 145), como anexo (Anexo IV), cópia onada decisão judicial, a qual também passou a ser analisada para compor o trabalho,

Sobre a transferência de terras da União para o Estado do Amapá, o argumento trazido pelo sentença proferida nos autos do Processo n.

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2006.31.00.000335-5, foi de que o artigo 14 do ADCT ao determinar a aplicação das normas e critérios seguidos na criação do estado de Rondônia (LC n. 41/81) para transformação e instalação do Estado do Amapá apenas transferiu “ao referido estado o domínio dos bens móveis e imóveis pertencentes ou em uso pelo território do Amapá à data de sua transformação em Estado, e não as terras públicas de domínio da União, entre elas terras devolutas inseridas no então terri

(Nascimento (2009, p. ))

A União, que também fez parte do processo, ratificou as alegações do Incra, ou seja, concordou com o que diz respeito ao entendimento acima transcrito relativo à transferência de terras da União ao Estado do Amapá.

À época dos fatos sob comentário, foi analisado o Decreto n. 6.291/2007, a respeito do qual o INCRA aduziu sobre a eficácia desse ato e disse ser apenas autorizativo de repasse de terras para o Estado do Amapá, havendo condicionantes a serem observadas.

Pois bem, em decisão proferida pelo Juiz Federal Anselmo Gonçalves da Silva, o magistrado explanou seu entendimento de que diante de todo o contexto histórico e legal a respeito da formação dos Territórios no Brasil e suas transformações em Estados, da regula

devolutas e não devolutas, da autonomia dos Estados, bem como o advento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, não se poderia admitir como amparada pela lei constitucional, ou mesmo infraconstitucional, interferênc

das terras dos Estados.

Em razão de todo esse arcabouço histórico

declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do Decreto Federal n. 6.291/2007. Demais disso, considerou o Incra como parte ilegítima para propor a ação reivindicatória, haja vista ter considerado que as terras do extinto Território do Amapá pertencem ao Estado do Amapá, após a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, extinguindo o pro

resolução do mérito, nos termos do art. 267, inciso IV, do Código de Processo Civil de 1973. Dentre suas explicações, destacamos os seguintes comentários:

Acentue-se que a transformação dos Territórios Federais de Roraima e do Amapá em Estados Federados se deu,

Constituição Federal de 1988. O tempo verbal utilizado foi o presente do indicativo: ‘são transformados’. E como um estado federado não pode existir sem território, cuidou o constituinte de e

com a manutenção dos limites geográficos dos extintos Territórios Federais, sem nenhuma condicionante ou ressalva quanto à natureza das terras transferidas. nosso)

5, foi de que o artigo 14 do ADCT ao determinar a aplicação das normas e critérios seguidos na criação do estado de Rondônia (LC n. 41/81) para transformação e instalação nas transferiu “ao referido estado o domínio dos bens móveis e imóveis pertencentes ou em uso pelo território do Amapá à data de sua transformação em Estado, e não as terras públicas de domínio da União, entre elas terras devolutas inseridas no então terri

A União, que também fez parte do processo, ratificou as alegações do Incra, ou seja, concordou com o que diz respeito ao entendimento acima transcrito relativo à transferência de terras

época dos fatos sob comentário, foi analisado o Decreto n. 6.291/2007, a respeito do qual o INCRA aduziu sobre a eficácia desse ato e disse ser apenas autorizativo de repasse de terras para o Estado do Amapá, havendo condicionantes a serem observadas.

s bem, em decisão proferida pelo Juiz Federal Anselmo Gonçalves da Silva, o magistrado explanou seu entendimento de que diante de todo o contexto histórico e legal a respeito da formação dos Territórios no Brasil e suas transformações em Estados, da regulamentação sobre terras devolutas e não devolutas, da autonomia dos Estados, bem como o advento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, não se poderia admitir como amparada pela lei constitucional, ou mesmo infraconstitucional, interferência da União na regulamentação a respeito

Em razão de todo esse arcabouço histórico-jurídico apresentado em sua fundamentação, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do Decreto Federal n. 6.291/2007. Demais disso, u o Incra como parte ilegítima para propor a ação reivindicatória, haja vista ter considerado que as terras do extinto Território do Amapá pertencem ao Estado do Amapá, após a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, extinguindo o pro

resolução do mérito, nos termos do art. 267, inciso IV, do Código de Processo Civil de 1973. Dentre suas explicações, destacamos os seguintes comentários:

se que a transformação dos Territórios Federais de Roraima e do Amapá em ederados se deu, sem nenhuma condicionante, com a promulgação da Constituição Federal de 1988. O tempo verbal utilizado foi o presente do indicativo: ‘são transformados’. E como um estado federado não pode existir sem território, cuidou o constituinte de estabelecer que as novas unidades federadas eram criadas com a manutenção dos limites geográficos dos extintos Territórios Federais, sem nenhuma condicionante ou ressalva quanto à natureza das terras transferidas.

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5, foi de que o artigo 14 do ADCT ao determinar a aplicação das normas e critérios seguidos na criação do estado de Rondônia (LC n. 41/81) para transformação e instalação nas transferiu “ao referido estado o domínio dos bens móveis e imóveis pertencentes ou em uso pelo território do Amapá à data de sua transformação em Estado, e não as terras públicas de domínio da União, entre elas terras devolutas inseridas no então território federal”

A União, que também fez parte do processo, ratificou as alegações do Incra, ou seja, concordou com o que diz respeito ao entendimento acima transcrito relativo à transferência de terras

época dos fatos sob comentário, foi analisado o Decreto n. 6.291/2007, a respeito do qual o INCRA aduziu sobre a eficácia desse ato e disse ser apenas autorizativo de repasse de terras para

s bem, em decisão proferida pelo Juiz Federal Anselmo Gonçalves da Silva, o magistrado explanou seu entendimento de que diante de todo o contexto histórico e legal a respeito da formação mentação sobre terras devolutas e não devolutas, da autonomia dos Estados, bem como o advento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, não se poderia admitir como amparada pela lei ia da União na regulamentação a respeito

jurídico apresentado em sua fundamentação, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do Decreto Federal n. 6.291/2007. Demais disso, u o Incra como parte ilegítima para propor a ação reivindicatória, haja vista ter considerado que as terras do extinto Território do Amapá pertencem ao Estado do Amapá, após a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, extinguindo o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, inciso IV, do Código de Processo Civil de 1973.

se que a transformação dos Territórios Federais de Roraima e do Amapá em sem nenhuma condicionante, com a promulgação da Constituição Federal de 1988. O tempo verbal utilizado foi o presente do indicativo: ‘são transformados’. E como um estado federado não pode existir sem território, stabelecer que as novas unidades federadas eram criadas com a manutenção dos limites geográficos dos extintos Territórios Federais, sem nenhuma condicionante ou ressalva quanto à natureza das terras transferidas. (grifo

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A propósito, registre pelo art. 1º, § 1º, do Decreto

Esses limites geográficos, sem nenhuma restrição quanto à natureza das terras, foram integralmente mantidos para o Estado do Amapá (art. 1

Veja-se que antes da transformação do Território Federal do Amapá em Estado Federado foi promulgada a EC n. 16/1980, que deu nova redação ao art. 5º da Constituição Federal de 1967 para colocar os Territórios no mesmo pé de igualdade dos Estad

ao acervo de seus bens. Os Territórios passaram então a ter o domínio das terras devolutas. Essa alteração decorreu do fato de os Territórios, sob a égide das Constituições pretéritas, terem integrado a República Federativa (juntamente

anomalia que somente veio a ser corrigida com a promulgação da Constituição de 1988, quando passaram a ostentar natureza meramente autárquica (art. 18, § 2º).

Com efeito, embora por uma falta de técnica da

Territórios Federais já eram detentores do domínio das terras integrantes dos seus territórios, inclusive das terras devolutas não inseridas entre os bens da União

Basta esse ligeiro aceno para se perceber, de pronto, que

domínio das terras da União para os Estados do Amapá e de Roraima não precisou de nenhum ato formal que o materializasse, pois isso se processou de modo automático. O título trasladador foi a própria norma constitucional. Assim,

não pode ficar condicionada à alteração do registro imobiliário, que é apenas um aspecto formal e secundário desse processo de transferência imposto pela Constituição Federal.

Numa palavra: as terras do extinto Território Federal do

Estado do Amapá desde quando este foi criado, com exceção dos bens elencados pela Constituição Federal como integrantes do patrimônio da União (art. 20 da CF/88) e daqueles já transferidos anteriormente ao patrimônio particular.

Não altera esse quadro o fato de ter sido determinada, na criação dos Estados de Roraima e Amapá, a aplicação das normas e critérios seguidos na criação do Estado de Rondônia (art. 14, § 2º, do ADCT).

entendimento de que houve automática transferência do domínio das terras da União para os neófitos Estados. É o que se depreende do disposto nos arts. 1º e 15 desse diploma legal: (...)Veja

hierarquicame

do ADCT), e mesmo assim não houve a necessidade de nenhuma legislação complementar para operar a transferência do domínio e da posse das terras do extinto Território ao novo Estado Feder

Como se pode observar, os argumentos, que não cessam nessa parte da sentença, continuando por toda a fundamentação, são bastante contundentes a respeito da transferência automática das terras do antigo Território do Amapá para o Estado

transformação de Território Federal para Estado da Federação feita com a promulgação da Constituição Federal de 1988.

Isto porque, como bem explicou Nascimento (2009, p. 54), acerca do pronunciamento judicial:

(...) não há Estado

característicos, imprescindível para a fixação de sua população, seu segundo elemento, ao lado do governo (soberano) que completa a tríade, composição perfeitamente aplicável às províncias, mantidas sob o poder central e unidas pelo pacto federativo. Quando elevado de A propósito, registre-se que os limites geográficos do Território do Amapá foram definidos pelo art. 1º, § 1º, do Decreto-lei n. 5.812/1943, (...)

Esses limites geográficos, sem nenhuma restrição quanto à natureza das terras, foram integralmente mantidos para o Estado do Amapá (art. 14 do ADCT).

se que antes da transformação do Território Federal do Amapá em Estado Federado foi promulgada a EC n. 16/1980, que deu nova redação ao art. 5º da Constituição Federal de 1967 para colocar os Territórios no mesmo pé de igualdade dos Estados Federados quanto ao acervo de seus bens. Os Territórios passaram então a ter o domínio das terras devolutas. Essa alteração decorreu do fato de os Territórios, sob a égide das Constituições pretéritas, terem integrado a República Federativa (juntamente com os Estados e o Distrito Federal), anomalia que somente veio a ser corrigida com a promulgação da Constituição de 1988, quando passaram a ostentar natureza meramente autárquica (art. 18, § 2º).

embora por uma falta de técnica da Constituição Federal de 1967, os Territórios Federais já eram detentores do domínio das terras integrantes dos seus territórios, inclusive das terras devolutas não inseridas entre os bens da União

Basta esse ligeiro aceno para se perceber, de pronto, que o ato de transferência do domínio das terras da União para os Estados do Amapá e de Roraima não precisou de nenhum ato formal que o materializasse, pois isso se processou de modo automático. O título trasladador foi a própria norma constitucional. Assim, a eficácia desse título não pode ficar condicionada à alteração do registro imobiliário, que é apenas um aspecto formal e secundário desse processo de transferência imposto pela Constituição Numa palavra: as terras do extinto Território Federal do Amapá pertencem ao Estado do Amapá desde quando este foi criado, com exceção dos bens elencados pela Constituição Federal como integrantes do patrimônio da União (art. 20 da CF/88) e daqueles já transferidos anteriormente ao patrimônio particular.

era esse quadro o fato de ter sido determinada, na criação dos Estados de Roraima e Amapá, a aplicação das normas e critérios seguidos na criação do Estado de Rondônia (art. 14, § 2º, do ADCT).A bem ver, a aplicação da LC n. 41/1981 apenas reforça o imento de que houve automática transferência do domínio das terras da União para os neófitos Estados. É o que se depreende do disposto nos arts. 1º e 15 desse diploma legal: (...)Veja-se que o Estado de Rondônia foi criado pela LC n. 41/1981, hierarquicamente inferior à norma constitucional que criou o Estado Amapá (art. 14 do ADCT), e mesmo assim não houve a necessidade de nenhuma legislação complementar para operar a transferência do domínio e da posse das terras do extinto Território ao novo Estado Federado (grifo nosso).

Como se pode observar, os argumentos, que não cessam nessa parte da sentença, continuando por toda a fundamentação, são bastante contundentes a respeito da transferência automática das terras do antigo Território do Amapá para o Estado do Amapá, decorrente da transformação de Território Federal para Estado da Federação feita com a promulgação da

Isto porque, como bem explicou Nascimento (2009, p. 54), acerca do pronunciamento

(...) não há Estado sem território, espaço geográfico que é um dos seus componentes característicos, imprescindível para a fixação de sua população, seu segundo elemento, ao lado do governo (soberano) que completa a tríade, composição perfeitamente aplicável às antidas sob o poder central e unidas pelo pacto federativo. Quando elevado de

115

os limites geográficos do Território do Amapá foram definidos Esses limites geográficos, sem nenhuma restrição quanto à natureza das terras, foram se que antes da transformação do Território Federal do Amapá em Estado Federado foi promulgada a EC n. 16/1980, que deu nova redação ao art. 5º da Constituição Federal de os Federados quanto ao acervo de seus bens. Os Territórios passaram então a ter o domínio das terras devolutas. Essa alteração decorreu do fato de os Territórios, sob a égide das Constituições pretéritas, com os Estados e o Distrito Federal), anomalia que somente veio a ser corrigida com a promulgação da Constituição de 1988, quando passaram a ostentar natureza meramente autárquica (art. 18, § 2º).

Constituição Federal de 1967, os Territórios Federais já eram detentores do domínio das terras integrantes dos seus territórios, inclusive das terras devolutas não inseridas entre os bens da União.

o ato de transferência do domínio das terras da União para os Estados do Amapá e de Roraima não precisou de nenhum ato formal que o materializasse, pois isso se processou de modo automático. a eficácia desse título não pode ficar condicionada à alteração do registro imobiliário, que é apenas um aspecto formal e secundário desse processo de transferência imposto pela Constituição Amapá pertencem ao Estado do Amapá desde quando este foi criado, com exceção dos bens elencados pela Constituição Federal como integrantes do patrimônio da União (art. 20 da CF/88) e era esse quadro o fato de ter sido determinada, na criação dos Estados de Roraima e Amapá, a aplicação das normas e critérios seguidos na criação do Estado de Rondônia (art. A bem ver, a aplicação da LC n. 41/1981 apenas reforça o imento de que houve automática transferência do domínio das terras da União para os neófitos Estados. É o que se depreende do disposto nos arts. 1º e 15 desse se que o Estado de Rondônia foi criado pela LC n. 41/1981, nte inferior à norma constitucional que criou o Estado Amapá (art. 14 do ADCT), e mesmo assim não houve a necessidade de nenhuma legislação complementar para operar a transferência do domínio e da posse das terras do extinto

Como se pode observar, os argumentos, que não cessam nessa parte da sentença, continuando por toda a fundamentação, são bastante contundentes a respeito da transferência do Amapá, decorrente da transformação de Território Federal para Estado da Federação feita com a promulgação da

Isto porque, como bem explicou Nascimento (2009, p. 54), acerca do pronunciamento

sem território, espaço geográfico que é um dos seus componentes característicos, imprescindível para a fixação de sua população, seu segundo elemento, ao lado do governo (soberano) que completa a tríade, composição perfeitamente aplicável às antidas sob o poder central e unidas pelo pacto federativo. Quando elevado de

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Território do Amapá a Estado da Federação, o Poder Constituinte transferiu automaticamente os bens, à exceção daqueles ressalvados pelo Pergaminho Fundamental. Aliás, o Supremo Tribunal Federal já decidira que o art. 14 do ADCT é de eficácia imediata. A referida decisão foi proferida na Ação Originária Cível n. 640/RR, que tem a seguinte ementa:

BENS DA UNIÃO

Ante o teor do § 2º do artig

aplicáveis são as normas norteadoras da criação do Estado de Rondônia e, portanto, quanto aos bens da União e à transferência destes para o novo Estado de Roraima, o preceito do artigo 15 da Lei Co

Administração do Território Federal de Roraima passaram ao domínio do novo Estado. (STF, Plenário, Relator eminente Ministro Marco Aurélio, Acórdão n. 640/RR, publicado no Diário de Justiça de 20 de

Como visto, embora parte dos autores compreendessem que a transferência de terras da União para os novos Estados tivesse se operado de forma automática, bastando para isso os enunciados da norma constitucional, não foi o entendiment

Governo Federal, tanto é que diversas legislações (leis e decretos) foram constituídas com essa finalidade, as quais serão expostas a seguir.

4. REGULAMENTAÇÃO PARA EFETIVAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ

Assim como o entendimento que prevaleceu foi de que a transferência de terras da União para o Estado do Amapá não se deu de maneira automática, com a promulgação

República Federativa do Brasil de 1988, a seguir, vieram decretos e leis ordinárias com o objetivo de regulamentar essa transferência.

Adveio a Lei n. 10.304, de 5 de novembro de 2001, que em seu texto original transferia ao domínio do Estado de Roraima terras pertencentes à União, além de dar outras providências.

Posteriormente, a mencionada lei ordinária teve vários de seus artigos alterados pela Lei n. 11.949/2009 (que foi anteriormente Medida Provisória n. 456/2007), que transferiu ao do

Estados de Roraima e do Amapá as terras pertencentes à União, além de dar outras providências. Antes da Lei n. 11.949/2009, é importante que se diga, foi promulgado o Decreto 6.291/2007, de 7 de dezembro de 2007, já mencionado no item anterior

argumentos apresentados na sentença do Processo n. 2006.

Conforme 0 Decreto n. 6.291, em seu artigo 1º, §1º, inciso III, a transferência das terras públicas federais ao Estado do Amapá ficava condicionada a sua prév

Território do Amapá a Estado da Federação, o Poder Constituinte transferiu automaticamente os bens, à exceção daqueles ressalvados pelo Pergaminho Fundamental.

mo Tribunal Federal já decidira que o art. 14 do ADCT é de eficácia imediata. A referida decisão foi proferida na Ação Originária Cível n. 640/RR, que tem a seguinte ementa:

BENS DA UNIÃO - TERRITÓRIO DE RORAIMA - UTILIZAÇÃO.

Ante o teor do § 2º do artigo 14 do Ato das Disposições Transitórias da Carta de 1988, aplicáveis são as normas norteadoras da criação do Estado de Rondônia e, portanto, quanto aos bens da União e à transferência destes para o novo Estado de Roraima, o preceito do artigo 15 da Lei Complementar n. 41/81. Os bens efetivamente utilizados pela Administração do Território Federal de Roraima passaram ao domínio do novo Estado. (STF, Plenário, Relator eminente Ministro Marco Aurélio, Acórdão n. 640/RR, publicado no Diário de Justiça de 20 de maio de 2005, p. 5).

Como visto, embora parte dos autores compreendessem que a transferência de terras da União para os novos Estados tivesse se operado de forma automática, bastando para isso os enunciados da norma constitucional, não foi o entendimento que prevaleceu no âmbito do nosso Governo Federal, tanto é que diversas legislações (leis e decretos) foram constituídas com essa finalidade, as quais serão expostas a seguir.

REGULAMENTAÇÃO PARA EFETIVAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA UNIÃO PARA O ESTADO DO AMAPÁ

Assim como o entendimento que prevaleceu foi de que a transferência de terras da União para o Estado do Amapá não se deu de maneira automática, com a promulgação

República Federativa do Brasil de 1988, a seguir, vieram decretos e leis ordinárias com o objetivo

Adveio a Lei n. 10.304, de 5 de novembro de 2001, que em seu texto original transferia ao do de Roraima terras pertencentes à União, além de dar outras providências.

Posteriormente, a mencionada lei ordinária teve vários de seus artigos alterados pela Lei n. 11.949/2009 (que foi anteriormente Medida Provisória n. 456/2007), que transferiu ao do

Estados de Roraima e do Amapá as terras pertencentes à União, além de dar outras providências. Antes da Lei n. 11.949/2009, é importante que se diga, foi promulgado o Decreto

de 7 de dezembro de 2007, já mencionado no item anterior, quando da exposição dos argumentos apresentados na sentença do Processo n. 2006.31.00.000335-5.

Conforme 0 Decreto n. 6.291, em seu artigo 1º, §1º, inciso III, a transferência das terras públicas federais ao Estado do Amapá ficava condicionada a sua prévia identificação e ao seu

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Território do Amapá a Estado da Federação, o Poder Constituinte transferiu-lhe automaticamente os bens, à exceção daqueles ressalvados pelo Pergaminho Fundamental.

mo Tribunal Federal já decidira que o art. 14 do ADCT é de eficácia imediata. A referida decisão foi proferida na Ação Originária Cível n. 640/RR, que tem a

o 14 do Ato das Disposições Transitórias da Carta de 1988, aplicáveis são as normas norteadoras da criação do Estado de Rondônia e, portanto, quanto aos bens da União e à transferência destes para o novo Estado de Roraima, o preceito do mplementar n. 41/81. Os bens efetivamente utilizados pela Administração do Território Federal de Roraima passaram ao domínio do novo Estado. (STF, Plenário, Relator eminente Ministro Marco Aurélio, Acórdão n. 640/RR, publicado

Como visto, embora parte dos autores compreendessem que a transferência de terras da União para os novos Estados tivesse se operado de forma automática, bastando para isso os o que prevaleceu no âmbito do nosso Governo Federal, tanto é que diversas legislações (leis e decretos) foram constituídas com essa

REGULAMENTAÇÃO PARA EFETIVAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE TERRAS DA

Assim como o entendimento que prevaleceu foi de que a transferência de terras da União para o Estado do Amapá não se deu de maneira automática, com a promulgação Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a seguir, vieram decretos e leis ordinárias com o objetivo

Adveio a Lei n. 10.304, de 5 de novembro de 2001, que em seu texto original transferia ao do de Roraima terras pertencentes à União, além de dar outras providências.

Posteriormente, a mencionada lei ordinária teve vários de seus artigos alterados pela Lei n. 11.949/2009 (que foi anteriormente Medida Provisória n. 456/2007), que transferiu ao domínio dos Estados de Roraima e do Amapá as terras pertencentes à União, além de dar outras providências.

Antes da Lei n. 11.949/2009, é importante que se diga, foi promulgado o Decreto n. , quando da exposição dos

Conforme 0 Decreto n. 6.291, em seu artigo 1º, §1º, inciso III, a transferência das terras ia identificação e ao seu

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prévio georreferenciamento e, de acordo com o §2º,

transferência poderia ser feita em glebas, na medida em que fossem identificadas e georreferenciadas.

Assim, para que as terras pudessem se como apontado.

Ocorre que adveio a Lei n. 11.949/2009 e assim houve necessidade de novo regulamento uma vez que dispôs em seu art. 1º:

Roraima e do Amapá passam ao domínio desses Estados, mantidos os seus atuais limites e confrontações, nos termos do art. 14 do Ato das Disposições Constitucionais

Por sua vez, o artigo 4o regulamentação pelo Poder Executivo (“

Assim, foi necessária regulamentação posterior, que ocorreu por meio do

de 15 de abril de 2016, publicado no Diário Oficial da União, Seção 1, n. 73, de 18 de abril de 2016. De acordo com informações colhidas no Portal Brasil (http://www.brasil.gov.br/governo/2016/04/transferencia

a-legislacao, acessado em 26/12/2016)

se sob domínio da União e a transferência das terras representa 4,5

Muitos foram os atores envolvidos no processo de criação do Decreto, e continuarão no processo necessário para dar efetividade à transferência de terras da União ao Estado do Amapá que, conforme será visto, ainda penderá de certo temp

condicionantes impostas pelos regulamentos.

Conforme a notícia do Portal Brasil, participaram da tratativa para a expedição do Decreto n. 8.713/2016:

Segundo o governo, a decisão

ocorridas no âmbito da Câmara de Conciliação da Administração Federal (CCAF), com participação da Advocacia

do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (In

Índio (Funai), do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), da Diretoria de Patrimônio Imobiliário do Exército Brasileiro, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Mini

da Secretaria de Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Ministério da Defesa, da Secretaria de Governo da Presidência da República, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da

Estado do Amapá

prévio georreferenciamento e, de acordo com o §2º, a efetivação do registro em cartório da transferência poderia ser feita em glebas, na medida em que fossem identificadas e

Assim, para que as terras pudessem ser transferidas, houve a aposição de condicionantes,

Ocorre que adveio a Lei n. 11.949/2009 e assim houve necessidade de novo regulamento rt. 1º: “As terras pertencentes à União compreendidas nos Estados de e do Amapá passam ao domínio desses Estados, mantidos os seus atuais limites e

art. 14 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

determinou que, para ser levada a efeito, necessitaria de regulamentação pelo Poder Executivo (“O Poder Executivo regulamentará esta Lei

Assim, foi necessária regulamentação posterior, que ocorreu por meio do Dec

, publicado no Diário Oficial da União, Seção 1, n. 73, de 18 de abril de 2016. De acordo com informações colhidas no Portal Brasil

http://www.brasil.gov.br/governo/2016/04/transferencia-de-terras-da-uniao-para-o-legislacao, acessado em 26/12/2016), cerca de 95% das terras do Estado do Amapá encontravam se sob domínio da União e a transferência das terras representa 4,5 milhões de hectares.

Muitos foram os atores envolvidos no processo de criação do Decreto, e continuarão no processo necessário para dar efetividade à transferência de terras da União ao Estado do Amapá que, conforme será visto, ainda penderá de certo tempo para se concretizar, uma vez que existem condicionantes impostas pelos regulamentos.

Conforme a notícia do Portal Brasil, participaram da tratativa para a expedição do Decreto n.

Segundo o governo, a decisão reflete ainda tratativas realizadas em uma série de reuniões ocorridas no âmbito da Câmara de Conciliação da Administração Federal (CCAF), com participação da Advocacia-Geral da União (AGU) e de representantes do Estado do Amapá, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), da Diretoria de Patrimônio Imobiliário do Exército Brasileiro, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Secretaria de Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Ministério da Defesa, da Secretaria de Governo da Presidência da República, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, do Ministério Público do Estado do Amapá e do Ministério Público Federal.

117

a efetivação do registro em cartório da transferência poderia ser feita em glebas, na medida em que fossem identificadas e

r transferidas, houve a aposição de condicionantes,

Ocorre que adveio a Lei n. 11.949/2009 e assim houve necessidade de novo regulamento

As terras pertencentes à União compreendidas nos Estados de e do Amapá passam ao domínio desses Estados, mantidos os seus atuais limites e

Transitórias”.

determinou que, para ser levada a efeito, necessitaria de

O Poder Executivo regulamentará esta Lei”).

Decreto n. 8.713, , publicado no Diário Oficial da União, Seção 1, n. 73, de 18 de abril de 2016. De acordo com informações colhidas no Portal Brasil -amapa-cumpre-, cerca de 95% das terras do Estado do Amapá

encontravam-milhões de hectares.

Muitos foram os atores envolvidos no processo de criação do Decreto, e continuarão no processo necessário para dar efetividade à transferência de terras da União ao Estado do Amapá o para se concretizar, uma vez que existem

Conforme a notícia do Portal Brasil, participaram da tratativa para a expedição do Decreto n.

das em uma série de reuniões ocorridas no âmbito da Câmara de Conciliação da Administração Federal (CCAF), com Geral da União (AGU) e de representantes do Estado do Amapá, cra), da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), da Diretoria de Patrimônio Imobiliário do Exército Brasileiro, do stério do Meio Ambiente (MMA), da Secretaria de Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Ministério da Defesa, da Secretaria de Governo da Presidência da República, do República, do Ministério Público do

(9)

Outrossim, a promulgação do decreto foi vista pelo Governo Federal como o cumprimento da Lei 10.304/2001 pela União:

Assim, o Decreto representa, para a União, o

restando resguardados os seus direitos por meio das delimitações das áreas que continuam sendo de sua propriedade e de seu interesse. Ao Estado do Amapá, proporciona maior ordenamento e controle da ocupação de seu ter

promoção do seu próprio progresso’, destaca a Ca

5. COMENTÁRIOS ÀS CONDICIONANTES DO ARTIGO 1º DO DECRETO N. 8.713, DE 15 DE ABRIL DE 2016: CONSEQUÊNCIAS

O Decreto n 8.713/2016 troux

domínio do Estado do Amapá das terras arrecadadas e matriculadas em nome da União que foram discriminadas no Anexo I, fazendo no §1º ressalvas com relação às áreas descritas na Constituição da República Federativa do Brasil como pertencentes à União, entre outras que se encontravam em processo de reconhecimento como sendo de comunidades quilombolas etc,

Art. 1º Ficam transferidas ao domínio do Estado do Amapá as terras (glebas) arrecadadas matriculadas em nome da União discriminadas no Anexo I.

§ 1º Na transferência de que trata o caput serão consideradas: I - a exclusão das seguintes áreas inseridas nos limites das glebas: a) terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, conforme o Ane relacionadas nos incisos II a X do caput do art. 20 da Constituição;

b) destinadas ou em processo de destinação, pela União, a projetos de assentamento, conforme o Anexo III;

c) de unidades de conservação já instituídas pela União e instituição, conforme o Anexo IV;

d) afetadas, de modo expresso ou tácito, a uso público comum ou especial; e) destinadas a uso especial do Ministério da Defesa;

f) objeto de títulos expedidos pela União que não tenham sido extin de cláusula resolutória; e

g) territórios quilombolas já delimitados e aqueles a serem delimitados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

prazo de vinte meses, contado

II - a observância dos requisitos impostos pela legislação referente às terras localizadas na faixa de fronteira e à sua aquisição por estrangeiros; e

III - a priorização, pelo órgão de terras do

regularização fundiária em tramitação na Superintendência Regional do Incra no Estado do Amapá - SR-21/AP e na Secretaria Extraordinária de Regularização Fundiária da Amazônia Legal no Estado do Amapá

Cuidou, então, o §1º de descrever as glebas que não deveriam sair da esfera da União, bem como de prioridades que devem ser dadas no processo de regularização fundiária, descrita no inciso III, acima transcrito.

Outrossim, a promulgação do decreto foi vista pelo Governo Federal como o cumprimento

Assim, o Decreto representa, para a União, o cumprimento de um comando legislativo, restando resguardados os seus direitos por meio das delimitações das áreas que continuam sendo de sua propriedade e de seu interesse. Ao Estado do Amapá, proporciona maior ordenamento e controle da ocupação de seu território, conferindo maior capacidade de promoção do seu próprio progresso’, destaca a Casa Civil, em nota sobre o tema.

COMENTÁRIOS ÀS CONDICIONANTES DO ARTIGO 1º DO DECRETO N. 8.713, DE 15 DE ABRIL DE 2016: CONSEQUÊNCIAS

O Decreto n 8.713/2016 trouxe em seu artigo 1º disposições sobre a transferência ao domínio do Estado do Amapá das terras arrecadadas e matriculadas em nome da União que foram discriminadas no Anexo I, fazendo no §1º ressalvas com relação às áreas descritas na Constituição ca Federativa do Brasil como pertencentes à União, entre outras que se encontravam em processo de reconhecimento como sendo de comunidades quilombolas etc, in verbis

Art. 1º Ficam transferidas ao domínio do Estado do Amapá as terras (glebas) arrecadadas matriculadas em nome da União discriminadas no Anexo I.

§ 1º Na transferência de que trata o caput serão consideradas: a exclusão das seguintes áreas inseridas nos limites das glebas:

a) terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, conforme o Anexo II, e demais áreas relacionadas nos incisos II a X do caput do art. 20 da Constituição;

b) destinadas ou em processo de destinação, pela União, a projetos de assentamento, conforme o Anexo III;

c) de unidades de conservação já instituídas pela União e aquelas em processo de instituição, conforme o Anexo IV;

d) afetadas, de modo expresso ou tácito, a uso público comum ou especial; e) destinadas a uso especial do Ministério da Defesa;

f) objeto de títulos expedidos pela União que não tenham sido extintos por descumprimento de cláusula resolutória; e

g) territórios quilombolas já delimitados e aqueles a serem delimitados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra por meio de relatório antropológico no prazo de vinte meses, contado da data de publicação deste Decreto, conforme o Anexo III;

a observância dos requisitos impostos pela legislação referente às terras localizadas na faixa de fronteira e à sua aquisição por estrangeiros; e

a priorização, pelo órgão de terras do Estado do Amapá, dos processos de regularização fundiária em tramitação na Superintendência Regional do Incra no Estado do 21/AP e na Secretaria Extraordinária de Regularização Fundiária da Amazônia no Estado do Amapá - Serfal/AP.

Cuidou, então, o §1º de descrever as glebas que não deveriam sair da esfera da União, bem como de prioridades que devem ser dadas no processo de regularização fundiária, descrita no inciso

118

Outrossim, a promulgação do decreto foi vista pelo Governo Federal como o cumprimento

cumprimento de um comando legislativo, restando resguardados os seus direitos por meio das delimitações das áreas que continuam sendo de sua propriedade e de seu interesse. Ao Estado do Amapá, proporciona maior ritório, conferindo maior capacidade de sa Civil, em nota sobre o tema.

COMENTÁRIOS ÀS CONDICIONANTES DO ARTIGO 1º DO DECRETO N. 8.713, DE

e em seu artigo 1º disposições sobre a transferência ao domínio do Estado do Amapá das terras arrecadadas e matriculadas em nome da União que foram discriminadas no Anexo I, fazendo no §1º ressalvas com relação às áreas descritas na Constituição ca Federativa do Brasil como pertencentes à União, entre outras que se encontravam em

in verbis:

Art. 1º Ficam transferidas ao domínio do Estado do Amapá as terras (glebas) arrecadadas e

xo II, e demais áreas b) destinadas ou em processo de destinação, pela União, a projetos de assentamento, aquelas em processo de d) afetadas, de modo expresso ou tácito, a uso público comum ou especial;

tos por descumprimento g) territórios quilombolas já delimitados e aqueles a serem delimitados pelo Instituto Incra por meio de relatório antropológico no da data de publicação deste Decreto, conforme o Anexo III; a observância dos requisitos impostos pela legislação referente às terras localizadas na

Estado do Amapá, dos processos de regularização fundiária em tramitação na Superintendência Regional do Incra no Estado do 21/AP e na Secretaria Extraordinária de Regularização Fundiária da Amazônia

Cuidou, então, o §1º de descrever as glebas que não deveriam sair da esfera da União, bem como de prioridades que devem ser dadas no processo de regularização fundiária, descrita no inciso

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