DiF.sertarso de Mestr&do em HJstôrís da Årte
F.C.S.H. - L'. N.
L.
0 B R A S ARTISTAS
I N' T F C D u
c
Ã
cRica de
epíscdics,
a histôria de ?. falvador deC-rijô
tem suscitado o interesse deir.vestjgadores
cue nos últimos anos sedetrugaram
sobre s sua famíliapatronal
(l)
e »gestãc
do seu doznínlo(2).
Er.qu&r-to objecto
artís+icotem sidc tembém tema de
apcntarr.entos
e;e estudo deespecialistas
que o classifi-caram como umexemplar
daFer.ascerga,
do Estilo Cr.ao e do Maneĩrismo. f> histô-rla artística do Mosteirc 60 Salve.dcr deGrĩjô aeompanhou
o fervilharideolô-gico
doFcrtugal
dequir.her.*es.
Anudar.ga
da sua comunidade p&ra Vila Nova de Gaia eposterior
regressc aGri,*6
é un r.otável dccumer.to das mcvimentacoesreHgicsas,
cultursís e artísticas dosogur.do
e últiir.c tercos do século XYT. Aarquitectura
deste mosteiro r.ac rcs deixcu indiferentes e assim r.asceu estetrabalbo.
As font.es dcoumentsis de que
dispwsemos
encontram-sedispersas jelo
Arquivo
Macional da Torre áo Tomte, Arouivo Pĩstrital do Forto e FiblictecaCeral da Universidade de Coimtra. A
documentagao
-muíto extensa
-e
fragmentária
por razoes cue se trer-dem com adestruigao
parcial
do cartorio ecloOr,
aextingao
do mosteiro em 1770-com a
deslocegão
dos fvjidos p-ara o FealCorver.to de Mafra
-e,
raturalmente,
o tempo.Na itivcs*!.fjpao •ietis.ran.of, coit uma dificuldad-s
pruvoL'art-H
pelo
drsaparecimento
dos livros de obras c também degrande
parte dos de receita edespesa
onde estariam concentrados os dadcs maisprocurados
para a histôria da arte. Por essa razao tivemos de nos socorrer de dados esparsos, numarestante
documentagãe.
Foi por issc a ressapríncĩpal
fcnte docuirental. tscrônicas
de Frei Timo+ee dosMártires
e Frei Nicolau de Santa .Varia servirsr:sobretudo para confirmar a de Fre: Marcos da Cruz cue é
ficedigro
qvendo
serefere aos séculos XYT e XVT7. C mgr.vscritc qve consultamos do
/-rqvivo
'ia-ior.al da Torre do 'T'emto é umaecpia
do século XVII:. Temalgur.s
acrescentamentos massem
grarde significado.
Trcluimos r.c
apêndice
documer.talalgumas
passagens das crcnicas de Frei Tinoteo dos Mártires e Frei r.'ieolau de Sar.ta Marla queestão
inpressas.
Fizemo-lo para facilitar a leitura rieste trahalh.o que esperamcs venha a fer
alguma
utiliriade para a meltorcomrreer.são
de um casopartĩcular
da histôria ria nossaarquitectura
îi 0 T A S
José
Augusto
F. de SettoMeyor
Pizarro-Os Patror.os do Mosteiro de
'-
-jô- Evolucão
e estru-ura da família notre-séculos XI a
XTV,
Porto(Djssertagão
deMestrado;
pclieopiada),
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Lu:s Carlos Arr.aral
-S^
Salvador deC-ri.^é
nasegunda
metade áo século X!V• Estudo de GestaoAgrárĩa
, F'or^o(P:
ssertagão
de Mestrado1policopiada),
1ûA7,Irês Arrorim
-Mostei.ro de
Grij6
-Ser.horio e
Propriedade:
Ĩ5o0-1720
(Formagão,
Fstruturs eFxploragâo
do seuDomínio'!,
Forte,
(Trabalho
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A
-A
FUNFACÃC.
o
o 0 Mosteiro de
Crijo
foi fundado por Guterres Soares eAuzindo Soares em 9??. Era er.tao muito pequer.o como o faz supor o seu nome
-Ecclesiola. A sua sobrevivêrWa será
assegurada,
noséculo
seguínte,
por, esucessivamente,
Soeiro Froma- gues-que lhe faz uma nova
dotagão
em1093
-, ElviraNunes,
suaviúva e seu filho Kur.o
Soares,
cabegas
da famíliapatronal
do mosteiro que,segundc
JoséMattoso,
fazia rarte do grupo He cavaleiros que o reiprotegia
(1).
A nova comunidadereligiosa
aderiu åRegra
deSto.
Agostir.ho
em1132,
um anoriepois
deSta.
Cruz de CoJmbra. Em 1131 e1160
osAgosf-hos,
e neste cas rartlcular oscôr.egos
regrar.tes, fizeram ur.arápida
expansao noPaís
devid sobretudo å suapastoral,
desprcvida
deliturgia
solene e, Porisso,
mais actuantejunto
daspopulagoes
(2).
Soeiro
From-irigues
e sobretudo Nuno Soares fizeram crescerrapídamente
airportância
do mcsteiroat.ravés,
quer dedoagSes,
quer
pela
obtengão
doprivilégio
deimunidade,
cor.cedido em 1128pela
condessa D. Teresa. Nos séculosXII,
XIII e XIV o mosteiro vaipaulatinamente
aumen+ar.do os seus
bens
patrimonlais
Por
doagSes,
compras e permutas que lhedefinem,
nos fir.aísdeste
último,
os contornos que manteve até«o século XVI.
0s
religiosos
do Mosteiro rie S.Galvador de
Ecclesiola,
desde afundagSo
até1093,
usavam o nome de fra^es. Posteriormentecomegaram a ser
designados
porcônegos
e,depois
da reforma do século XVI passaram a ser conhecidos comoc6negos
r»gulares
com direito aB
-A REFCPMA DA OFDEM DOS CCNEGOS REGPANTES DE
SiU.
AGOSTINHO.Vimos
já
que em 1132 o Mcsteiro deGrijé
aderiu å Ordem dosCínegcs
Regrantes
de S°.
Agostir.ho
que, emrépida
expansão
nosegur.do
tergo
do séculotp
XII,
e com o seu centro em S". Cruz deCoimbra,
de Imediato viu o r.úmero de aderentes aumentar(3).
Depois
deCrij6
aderiram os Mosteiros de S. Salvador de Moreira daMaia,
S. Vicente deFora,
S.Simão
daJunqueira,
Vilela e outros.Os
cônegos
regrantes de S°. Agostinho,
que se situavam quer noscentros urtanos
-Coimbra,
Lisboa -, quer em zonas rurais-Grij6,
Maia -, seriam os que meLhor actuariam como diz José Mattoso(U),
junto
das camadas inferiores daspopulagôes,
pela
suapastoral
que seadaptava
aoesforgo
dareconquista.
Estequadro
alterou-seprofundamente
no decurso dos séculosXIV,
XV eXVI,
com odesregramer.to
doscostumes,
*°m casas monásticas que sepreocupavam
já
s6 com afruigao
das rendasacumuladas,
sem a observância daregra que, em
princípio,
professavam.
Assim,
tornou-se urgente vmareorgar.iza-gao da vida das ccr.vridades
religicsas
qve sppôs
emprática
no séculoXVI,
e a que nao foram estranhas as sucessivas reformas-prot.estante^s)
e catôlica.Esta
reorganízagao
ar.tecedeu,
no ncsscpaís
e sob a acgao de D. JoaoIII,
a emanada deRoma,
levando â supressao dascomendas,
proibigão
dapropriedade
privada
aos frades e monges e, muitoespecialmente
åmoralizagao
daorganizagao
da vida nos institutosreligiosos.
A
instauragao
de umarígida
disciplina
-valorizando a observancia da obediência -, a reflexao
imposta
como necessidade e ainda asalteragoes
Ortodoxia
Cat6lica,
a que o Concílio de Trento iria dar-posteriormente
-corpo
ideoldgico
eoperativo.
Segundo
SilvaDias,
a acgao de D.João
III na reforma monásticaintegrava-se
numplano
mais vasto da rolíticareligiosa
ecultural que, se foi definindo
graduaimente,
numa tentativa deimpedir
asinfiltragoes
heréticas-vindas dc r.orte e cer.tro europeus
-e
ultrapassar
asherangas
atávicas dopassado
(5).
Em Julho de
1527,
quando
se encontrava na cidade deCoimtra,
D.João
III decidiu que se reformasse a vida monástica crúzia. Escolheu para essa
difícil empresa Erei Brás de
Brag
, da Crriem dosJer6nlmos,
que tir.ha estado emParis e nos Países
Eaixos,
conhecedor,
pcrtanto,
dos novos movimentos culturaise
espirituais
queentão
abalavam a Cristandade. A reforma inciou-se a8
de Outubro desse mesmo ano(6),
levantando Ir.ediatamer.tealgumas
polémicas
na Ordem dosFegrantes
de S .Agostinho,
or.dealguns
meir.bros r.ao acataram de bomgrado
aquilo
que consideravam ser aintromissão
de um estranho numa casa cheia deprivilégios
eregalias
-S" . Cruz de Coimbra. Frei Brás de
Braga
rapidamen-te se mcstrou um6ptimo
negcciador ultrapassando Inteliger.temer.te
as hostili-dades dcsdescontentes,
contando,
para ísso, com oapoio
incondicional domonarca e dando å reforma um cunho
religioso
e cultural. Da sua acgao saiu o"Livro
dasConstituigoes
e Costumes que seguardam
en Santa Cruz, feitas epubldcadas
em 1532(7),
que passaram a ser o modeloseguido
pelos
mcsteiros dee6negcs
regrantes que,depois deste,
aderiram â reforma.Frei Brás de
Braga
também se preocupou com a reforma intelectual daordem,
levando-a âadopgao
de manuais escolares de carácter marcadamenteposteriormente
desempenhado
pelo
Mosteiro de S. Cruz r.a reforma e vida da Universidade de Coimbra.0 Mosteiro do Salvador de
Grij6
aderiu a este processo em1536
que,trés ar.os
depois,
foi confirmado por um Breve doPapa
PauloTTĨ, quando,
a6
deAgosto,
o Padre C-eral daCor.gregagão
e Prior de SjS.
Cruz-D. Bento de Camoes
-dele toraou posse. Nesse mesmo ano
juntou-se-lhe
o Mosteiro de S. Vicente de Fora(8).
Este movimento continuou em
1567,
através das Letras deUnião
eReforma cor.cedidas por Pio V a outros
quatros
mosteiros. A 23 de Julho o Geral deles tomou posse,procedendo
åeleigao
doprimeiro prior
triénal de Moreira da Maia e,sucessivamente,
de Nandim(Sjã.
Maria deLandim)
a6
deAgosto,
de Refoios do Lima e S.Jorge,
a 12 e 17 do mesmo mês. Clemente VIII passou, em 23de Maio de
159U,
as I.etras de"Unlao
ereformagão"
dos últimos dez mosteiros: S. Pedro deFolques,
S. Saĩvador dePaderne,
S"a.
Maria deMuhia,
S . Estevao deVJlela,
S. Martinho deCaramos,
Sta.
Maria deOliveira,
S. Simao daJunqueira,
Sa.
Maria de Vila3ca,
S.Miguel
de Vilarinho e, porfim,
S. Martinho de Crasto. Deles tomou posse o Geral daCor.gregagão
e Prior deSta.
Cruz deCoĩmbra,
D. CristovaoBotelho,
em1595.
C
-LOCALĨZACÃO.
0 Mosteiro de
Grij6
eracabega
de um vasto senhorio que, no século XIV selocalizava,
na sua quasetotalidade,
numa áreacompreendida
entre o rloDouro
(a
Norte),
oVouga (a
Sul),
o oceano Atlântico(a
Ceste)
e o rio Febros(a
Este),
"num rectângulo
com as medidasaproximadas
de60
Km deeomprimer.to
por 25 de
largura"
(10),
com excepgao dealguns
pequenosnúcleos,
a Sul doVouga
em Coimbra e, paraEste,
na zona de Tafoes."Porém,
adistribuigão
riasterras
(...)
por essa área era extremamenteirregular
(...).
A maiorconcentragao permanecia
no aro envolver.te deGrijô,
num raio de 10 Km. Apartír
daí,
(...)
o número das terras do mosteiro iagradualmente
diminuindo.'Podemos
limitar1 esse espago de maior densidade ao actuais concelhos de Vila Ncva de
Caĩa,
Espinhc,
Feira,
S. Joao da Madeira e Oliveira deAzeméis"
(ll).
0 mosteiro estava situado
"(...)
no seuCouto,
Comarca da Cidade doPorto,
distante della trezLegoas
para aparte
doSul,
e ao Poente da EstradaReal,
que corre da mesma Cidade para a de Coimbra em distanciaquazi
de meiaLegoa,
eapartado
huma da Costa doMâr"
(12),
dominando umaplanície
cortadapor uma vla de
comunieagão
-a estrada
mourisca,
antiga
via -onana-que
"tinha
dealguma
forma condicionado apréprĩa
expansao do domínio deC-rijô,
qve no seu caminho para Sul|a|
foibordejando
de forma eonstante(...)"
(13).
Na
époea
moderr.a estasituagão
mantinha-se sem.grar.des
alteragoes,
como o mostra InêsAmorim,
e aspropriedades
do mosteiro fundamentalmente divididas emcasais,
distribuem-sesegundo
quatro eíxos decomunicagao
(lU):
a)
A estrada mourisca que fazia aligagão
entre Coimbra e o Porto. A suaimportância
levou a que se dividissem asfreguesias
e os casais do mosteiro em dois grupos-os da Estrada-de-Baixo
(que
se localizavamb)
A estrada que,pela
costa, sedirige
a Ovar(l6).
c)
A estrada romana deligagao Agveda-Viseu,
com umadivisão
raraNorte,
passando
por S. Pedro do Sul e Castro deAire,
e outra para Sul até Viseu(17).
d)
0 rioVouga
que é o limite natural daspropriedad.es
do mosteirc aSul,
ccm a excepgao de um r.úcleo em Coimbra(18).
D - 0 PATPIMCNTO.
A
propriedade
do Mosteiro deGrij6
distribuia-se pornúclecs
-de
origem
perfeitamente
medieval-situados:
a)
A volta dasigrejas
dc seupadroado
que tinham funcionado comc r61osde
atracgão
eorganizagao
patrimonial
-Serzedo,
Perosinhe,
Argoncilhe,
Grij6,
Travanca,
Travassô e Eirol.b)
A volta dasigrejas
que tinhampertencido
ao seupadrcado
mas que,quando
dadivisão
das rendas entre este mosteiro e o novo deS"°.
Agostinho
daSerra,
emĨ56U,
passaram a ser deste último ou de outrasinstituigoes
-Silvade,
Cabanoes deOvar,
Milheirôis dePoiares,
A extrema
dlspersao
dopatrimônio
domosteiro,
e numa vastidaonot6ria,
se por um ladopermitia
"um aprovisionamento
de tudo o necessário raraa subsistencia do
most.eiro,
devido å variedade das zonasgeográficas
deprodugao
agrária
distinta:cereais,
vinho,
frutas,
madeiras,
produtos
hortícolas,
pastagens
e(...)
azeite(...)"
(20),
por outrolado,
levantavaproblemas
degestao
econômica. A administragão
eexploragao
deste vastcpatrimônio
estava feitapela
sua divisao em domínio directo e dominioindirecto"
åsemelhanga
do que acontecia com as outras famílias monásticas doAntigo
Regime.
0prĩmeiro
era constituido fundamentalmentepela
cerca do mosteiro e direitos dominiais-marinhas e
águas
da áreas da suaJurisdigao
(21).
0segundo compunha-se
decasa.is,
ou das resultantes da suafragmertagao
-quintas,
quebradas,
terras, casas-emprazadas
quase sempre por três vidas.E
-ORGÃOS
DEGESTÃO
EAr.MINISTRA.CÃO
DO M0STEIR0.Cs Mosteiros da
Congregagao
de S' . Cruz de Colmbraregul=vam-se
pelas
disposigoes
eentidas nas"Constituigoes
dosC6negos
Regulares
do Nosso P.S.Agostinho
dos Reinos dePortugal"
putllcada
em1601
(23),
onde sao definidos os orgaos de gestao comun.s as todas as casas crúzias e accmplexa
teia de
relagoes
entre elas.0
"Capitulo
Geral daCongregagão"
que se reunia emS"a.
Cruz deCoimbra de trê-s em três anos, eor.gregava os
priores
eprocuradores
dos mosteirosjuntamente
com oscapitulares
da casa mae. Era aí que se definiamacgao dos diferentes mosteiros, sobretudo nas
relagoes
com as outras"Religioes",
com a Corca e com Poma. DoCapítulo
Geral saiam eleitos o FadreGeral da
Congregagao
e ospriores
e/ou
presidentes
trienais das comvr.ídades crúzĩas.Aí se nomeavam os Visitadores que, duas vezes em cada
triér.ĩo,
sedeslocavam
pelos
mosteiros fiscalizando a suas actividadespastorais
e asgestoes
materiais,
"lembrar.do"
documprlmento
dasresolugoes
tomadas emCapítulo
C-eral e,qvando
r.ecessário ordenando sob opreceito
da".^anta
Obediência e sob pena daperda
de vozactiva,
a tomada de medidasJulgadas
urgentes ou absolutamente necessárias. C Visitador também devia consultar os livros de receita edespesa
de cada casa exercendo umavigllåncia
dos dintelrosque tinha como
primeiro
objectivo
aproibigão
dospriores
(ou
presider.tes)
e conciliárics deixarem dívidas aos governossubsequentes.
Daí aproitîgao
deefectuar
despesas
queultrapassassem
quantias
estipuladas
comopodemos
verificar para
Grijô,
na Carta deVisitacão
doprircípio
do triénĩo de1633
(2U).
0 Prior
do(s) mosteiro(s)
era secundado no seu governo porquatro
côr.egos
conciliários: oVigário,
o Mestre dosNovigos
(que
também eram os confessores dosirmaos),
o Porteiro-mor e o Procurador(25).
Asatribuigoes
destes cinco elementos-resolvendo os assuntos
quotidianos,
fazendoempréfatimos
ou pequenos prazos -,não
eram suficientes para asgrandes
decisoes
-alienar bens de
raíz,
comprar,vender,
escambar ou arrendar prazos de vldas-que eram da
responsabilidade
de todos osc6negos
do mosteiro(26).
No entanto,estas
responsabilidades.
Alémdestes,
há ainda a referir a existência do"Padre
Camareiro"
e do Escrivao. Estes dois cor.egosfaziam,
com o Procurador o grupodos três oficiais da
fazenda"
que, no fim do ano, prestavam contas das receitas edespesas
aoprior
e conciliários(27).
0 governo do"quotidiano"
dc nosteiro era da resronsabiliriade do Procurador. 0Escrlvão
registava
todas asreceitas e
despesas
daCasa,
Sacristia,
Celeiro e Ofícios e dos assuntos que se tratassem noscapítulos (28).
Como a actividade doProcurador,
numa áreapatrimonial
vas+e,poderia
ser difícil-se nao
impossível
-era secundado por
um
Companheiro
que opodia
substituir nasdeslocagoes,
por"familíares
domosteiro"
-que
desempenhavam
papéis
de testemunhas de contratos elouvados,
oshomens
"ajuramentados"
e os rendeiros das dizimarias(29).
A gestac e a
admlnistragao
estavatripartida
entre o Conselho domosteiro,
formadopelo
Pri.or ec6negos
conciliários-Vigário,
Mestre,
Pcrteiro e Procurador -, osCorpos Gerentes,
formadospelo Procurador,
Camarário eEscrivao,
e o Procurador que, comorespcr.sável
pela
exploragao
indirecta dodomínio,
era secundadopelo
Com.par.?
eiro,
louvados e rer.deiros das dizirr.arias. Como sepode
verificar,
o Procurador(quarto
c6nego
conciliário)
era o qve maísatribuigoes
tinha no governo das casascrúzias,
funcionar.do como eĩo deligagao
entre os vários orgao degestao
(30).
F
-0 M-0STEIR-0 DE GRIJO
-DESLOCACOES
D0 SEU ASSENTAMENTO.A
deslocagão
do Mosteiro e Convento deGrijô
para a Serra deassentamer.to tradicional
é, talvez,
um dos assuntos mais interessantes da histôria desta casa. Todos os cronistas da ordem se referem a estamudanga,
apontando
sempre as mesmas razoes que, r.o entacto, nao deixam de serambígvas.
Em
153-6
o rei D. Jcao III deixou opadroado
real deste mosteiro paraque ele se ur.lsse å
Cor.gregagãc
de Sa.
Cruz,
reformada comojá
vimos,
rcr Frei Brás deBraga.
Nesse mesmo ar.o,alegando
que o local era doentio edesagradável,
húmido efrio,
deslocaram-se,
oscônegos
para 0 Monte de S.Nicolau,
também conhecido como Serra deQuebrantoes
(3l).
As razoes apcr.ta~asnão
deixam de ser estranhas. 0 que motivou amudanga,
como bem refere Ir.ês Amorim, foi a distância que c separava dacidade,
"campo
dedisputa
das diversas confissoes|
protestante
ecatôlical,
e(...)
meio deaculturagao
religiosa"
(32).
0 Concilio de Trento iria mesmo fazer uma ofensiva para aconquista
das élitesurbaras,
naqual
seintegrou
aCompanhia
de Jesus que aíteve o seu
principal
campo de tatalha-ideclôgico
epedag6gico.
0
Porto,
segunda
cidade åopaís
como se vê no censo de1527
-1531,
atraía fortemer.te as eongregagees
religiosas,
mesmo asrurais,
conforme seprova com a
mudanga
dosregrar.tes
deS'"°.
Agostinho
para VilaNova,
a tentativade
deslocagao
para o seuperímetro
urtano dosc6negos
seculares daColegiada
de Cedcfeita(que
não
seefectuoul
e afur.dagão,
em1597,
de uma casa Beneditira no local da suaantiga
sinagoga.
Grande centro
demográfico
eecon6mico,
o Porto vĩu a suaimportåncia
acrescida,
"com
acriagão
da Casa do Cível(...)
que atraía os povos de Ent.rea
longa
viagem
a Lisboaque
desencorajava
aqueixa
e facilltava o arbítrio dainjustiga"
(33).
Se a
proxlmidade
da cidade actvou como factor determinar.te dadeslocagao
do Mosteiro deGrijé,
para Víla NovaGaia,
uma outra razso,não
menos
importante,
foi a recusa dosantigos
c6negcs
em aceitar a reforma de Frei. Brás deBraga
(3U).
Em15U0,
oPapa
PauloIII,
por um Breve de26
deFevereiro,
consignou
estamudanga,
com uma única claúsula que estatelecia que roantigo
mosteiro deveriam residir semprealgvrs religiosos
queacompanhassem
os fiéisque aí residiam. 0 reformador Jer6nimo viu assim coroados de êxitc os seus
esforgos
e, em15^2,
mudaram-se oscônegos,
mesmo os maisrenltent.es,
ai ficar.do somente o Cura dafreguesia
para administrar os sacramentos aos"fregueses"
(35).
0 velho mostelrc
"ermo
edesamparado
detodo"
(36)
ficou votado a um total abandonoenquanto
se construíarapidamente
o novo, de S. Salvador doPorto,
comegado
em15*^1,
ecujas
obras seprolongariam
pelo
séculoXVII,
comalteragoes
nítidas no seu programa construtivo e de que nos ocuparemcs em futuros trat-alhos.Esta
situagão
sofreu umarépida
voltapols,
alguns
moradores do mosteiro novo, saudosos deCrij6
e aehando"que
tanto, e mais doentio era ositio da serra e que no Mosteiro Velho nao assistia
religiozo
algum
(...)
entrou o escurpulo nelles
(...),
e vendo tambem as continuas queixas que osmoradores e
freguezes delle,
faziao aoscapitulos
geraes(...)
tanto fizerao eseparagao do Mosteiro antigo do Salvador Eccleziola do novo do Salvador da
Serra" (37).
ås duas
comunidades,
definitivamenteseparadas
eml?cl,
noCapít.ulo
ta * —
,
Geral realizado em S . Cruz s6 restava a
reorganízagao
dopatrĩmonio
que sefez com a divisao das
rendas,
e ainda os ornamer.tos e a rrsta dasacrĩstia,
que, porquedesiquilibrada,
foi revista noCapítuĩo
Geral de1566.
nestaseparagao coube ao Mosteiro de
Grij6:
a)
Ajûrisdigao
eclesiástlca r.asfreguesias (e
igrejas)
de S. Martir.hcde
Argoncilhe,
S. Mamede deSerzedo,
S. Salvador deFerosinho,
S. Salvador deGrij6,
?..Miguel
rieTravassô,
Sta.
Eulália de Firol e S. Martinho de Travanca.b)
Ajurisdigão
territorial dos coutos deGrij6,
Brito eTarovquela.
c)
As rendas dasigrejas
que lhe eram anexas a toda a rcaisrenda,
coutose
jurisdigão
espiritual
etemporal.
d)
As alfaiasreligiosas
-1 ornamento de damasco branco; 3 capas e 5 frontaĩs; 2 de damasco carmesim novas; 1 ornamento de veludo
verde,
usado,
com capa velt.a; 3 vestimentas de damasco de cores; 2 vestimentas de ct.amelotequotidianas;
1 vestimenta preta; 1 par.o depúlplto
dedamasco;
metade dos panos daestante;
metade daspalas
ecorporais;
1 cruzgrande
pratatranca;
1 cruz comreiíquia
doLenho;
novo);
1 cálicegrar.de
novo; 2 cálices pequenos; 2 cálices queestão
em
Grij6;
1 bacia egomil
de prata; 2castigais
grandes
delatão;
osino
antigo
deGrij6;
outro sino pequeno; oengenho
do reldsrio velhoe 2
ceptros
de prata(38).
Qvando
regresssaram aC-rijô
er.contraram o velho mos+eiro tao arruina-do que tlveram de fazer obras urgentes dereadaptagao
nos velhosedifícios,
decidindo,
desdelogo,
construir no seulugar,
um maior e maisma.Jes.toso
que fcssedigno
daantigvldade
eprivilégios
quepossuía
-de que tratarerrcs ro
N 0 T A S
(l)
José Mattoso-A nobreza medleval
portuguesa
_e as correntes monásticas dosséculos
XI eXĩĩ,
in"Revista
de Hist6ri Econ6mica eSocíal",
n°10,
Julho-Dezemtro,
1982, pág.
39.
(2)
Idem,
ibidem,
op.cit.,
Pág.
Uo.(3)
Robert Durar.d-Le Cartulaire Baio-Ferrado du Monástere de
Grlj6 (XI
XIII
siécles),
Paris, Fundagao
CalousteGulbenhian, 1971, Pág.
28.
(U)
José Mattoso-Portugal
Medieval. NovasĩnterPretagoes,
I.ovsa,
Imprensa Naclonal,
1985, P-ág.
113.(5)
JocéSebnstião
da Silva Dias-Correntes de Ser.timento
Religloso
emPortugal.
Seéculos XVI aXVIĨĨ,
tomoII,
vol.I,
Coimbra,
1960,
págs.
U33/U35.
(6)
Frei Timôteo dos Mártires-Cránica de Santa
Cruz,
3tomos,
Coimbra,
edigão
da BiblioteacaMunicípal,
1955,
tomoII,
pág.
150.(7)
Idem,
ibidem,
tomoTT,
p/5g.
152vQ.135-(10)
Luís Carlos Amaral-£L_
Salvador de GríJ6
NaSegur.da
Metade do Século XIV. Estudo de GestaoAgráría,
op.cit.,
pág. 36.
(ll)
Idem,
ibidem,
pág.
51.
(12)
A.D.P.-S.M.,
Convento deGrij'6,
r,a95,
fol. 7.(13)
Luís CarlosAmaral,
op.cit.,
pág.
51.
(lU)
Inês Amorlm-Mosteiro de
Grí,j6
-Senhorio _e
Propriedade:
1560
-1720
(Forraagao,
Estrutura eExploragão
do seuDominio),
op. cit..(15)
Idem,
ibidem,
pág.
]l6.
(16)
Idem,
ibidem,
pág.
llfa.(17)
Idem,
ibidem,
pág.
Ll6
(18)
Este núcleo era essencial para o auto-atastecimento dasigrejas
com oazeite aí
produzldo.
InêsAmorim,
op.cit.,
pág.
118.
(19)
Idem,
ibidem,
pág.
117.(20)
ĩdem, ibidem, pág.
118.(22)
Idem.ibidea,
pág. ]65.
(23)
B.P.M.P.-Constituigoes
dosC6negos
Regulares
do Nosso P.S.Agostinho
dos Reinos dePortugal, 1601
.(2U)
A.G.V.C.-Convento de Santa
Cruz,
n-a182,
fol. 27.(25)
B.P.M.P.-Consitulgoes
dosC6negos
Regulares
do Nosso P.S.Agsotinho
dos Relnos dePortugal,
op.cit.,
fol. 32v».(26)
Idem,
ibicem,
fcl. 31v=.(27)
Idem,
ibidem,
fol.^2.
(28)
Idem, ibidem,
fol.Hva.
(29)
InêsAmorim,
op.cit.,
pág. 176.
(30) Idem,
Ibidem,
pág. 186.
(31)
Frei Nicolau de Santa Maria-Chronica da Qrdem dos
C6negos
Regrantes
de S.Agostlnho, Lisboa,
1668,
prfg.
3Ul.
(32)
InêsAmorim,
op.cit.,
pág.
13 e Frei Tim6teo dosMártires,
(35)
Frei Tlmôteo dosMártires,
op.cit.,
t.omoII,
pág. 15U.
(36)
Tder.,
íbidem,
tomoII,
pág. I5U.
(37)
ĩdem,
ibidem,
tomoII,
Pág. I5U.
I
-0 ESTALEIRO
ARQUITECTONICO
A
-0 regresso da comunidade a Gri
j6.
Dissemos
já
nocapítulo
anterior que em1563
e invocando razoesvárias,
alguns
moradores do Mosteiro de S. Salvador do Porto alcancarao doPapa
Pio IV Breve deseparagão
do Mosteiroantigo
do Salvador Eccleziola do novo do SaJ.vador daSerra"
(l).
0
Capítulo
Geral de156U
noqual
se executou o BrevePapal
fixou adivisão
das rendas entre os dois mosteiros que, no rie1566,
foireajustado.
"E
opadre geral
separtio
do mosteiro do Porto para a deGrlj6
em humDomlngo 9
de Julho desteprôprio
anno de156U (...)
elogo
no outro dia dita a Missa doEspirito
Santoprocedeu1
aeleigao
do novo Prlor, aqual
se fez na Igreja, por nao haverentão claustra,
onde fol eleito em Prior o Padre D.Basilio;"
(2).
Ap6s
aseparagão
dos dois mosteiros, e o regresso da comur.idadereligiosa
aGrij6,
sentiram estes a necessidade de reccnstruir os edifícios e, siraultanea-mente, reorganizar o seupatriménio.
A ldeia de construir uma nova
igreja
e casa monástica deve ter sidoelevada a
objectivo
prioritário
pois
Postos osReligiosos
outra vez nomostei-ro
antlgo
falaram de o fazer accomodado para nelle poderem estar osReligiosos
Refornados. Para isso fizerao
algumas
celas sobre a claustra que estava para acazas dos Priores Mores. E porque as celas ficavao ainda sendo poucas, fizerao
hum
lango
delas por sima do Refectorio no anno de1568:
sendo Prior D.Vicente,
noqual
sitioviveraô
the o ano de1598.
Servindose da mesmaIgreja
antiga,
quejá
nao era aSagrada"
(3).
0 carácterprovis6rio
das novasacoraodagoes
está bemespresso r,a passagem trar.scrita da Cr6r.ica de Frei Marcos da
Cruz. Veremos que
rapidamente
se tratou de criar todas ascor.digoes
para as obras que seprolon-garam
pelo
primeiro
tergo do séculoseguinte.
A decisao coube a D. Pedro da
Assumpgao,
quarto
prior
deGrij6
depois
do regresso ao sitio tradicional do seuassentamento,
tal como cos diz ocronista: E como o
agazalho,
que o convento tlnha no mosteiroarrtigo
era poucoaccomodado,
e aigreija
pouco decente pra oservigo
de Deoa em mosteiro tan cheo deregalias,
epreeminencias,
desejando
o Padre D. Pedro remedeartudo,
e que fossegrij6
hum mosteiro magestozo, com queperdesse
o nome, que tinhaantigo,
deIgrejinha,
tratou com o convento de se fazer mosteiro novo nesteanno de
1572.
onde se determlnou que sefizesse,
e que se gastasse nelle em quada anno 500.000 reis pauco mais, ou menos; ao que se desselogo
principio,
efossem feitas estas obras
pela planta
que fez FranciscoVelasquez,
hum dos bons Architettos daquelles
tempos"
(U).
0 arranque do projecto notabilizou os seus intervenientes
pois
"(...)
por daremprincipio
a hum mosteiro tam grandioso comohoje
se ve: onde seassentaram fosse edificado pouco distante donde o puzeram, fora bastante para
B
-_0
alargamento
da cerca._A
pedreira.
Numa
situagao
de mcdoalgum
inédita,
entre adecisão
da constrvgao docovo mosteiro e o ĩnício das obras decorreu um
longo período,
nao obstarte olangamento
daprimeira pedra
do dormitôrio em28
de Junho de157U
(6).
Ec1578
a
situagao
nao era muito diferente. Nesse ano, emCapítulo
Geral,
realizado a25
de Junho no Mosteiro deSta.
Cruz deCoimbra,
naDefinigao
56».
"pera
onosteyro de
Igrljo
sobre as obras e ovingario
dajurisdigao",
decidiu-se mandar aoprior
do aostelro degrijo
e seu convento que|vissem|
multo bem odebuxo das obras do dito mosteiro por nestres
religiosos
que o|entendessem|
achando que
|estivesse|
errado emalguma
cousa cru as officinasdisproporciona-das para mosteiro de 30
rellgiosos
o|
emendassem|
e|nudassem|
cono milhor lhesIparecessel
(...)" (7)
masreaproveitando
o edifíciopré-existente
desde que tal fossepossível.
Estainformagao
sobre o estado em que se encontravam as obras épreciosa.
Vemos que apartĩr
deste ano há clara vontade, por parte rios crúzios deGrij6,
de alterarrapidamente
asituagão
e arrancar definitivamentecom a nova casa e
ĩgreja.
Assim,
e no anoseguinte,
o sextoprior depois
damudanga,
D. Francisco de S .Ant6nio, "continuou
com as obras com cuidado; e assy no seu segundo anno, que foi o de 1579 acabou a torre dos sinos,(...)
Ecorreu com os muros da
cerca"
(8).
Nesse mesmo ano, a 3 de Dezembro iniciou-se um processo denegociagao
com Ant6nio Afonso de Morracezes através de umcon-trato de
escambo"
de um casal que estepossuía,
e que erapropriedade
domosteiro,
dando-lhe em troca este último umas devesas e ainda600
reispela
perda
e barro que aí lhe tinhamcavado,
além de 3500 reispela pedreira
(9).
Em
23
de Junho de1588
temos,
pela primeira
vez, uma notíciarespei-tante a um
"mestre
depedraria"
no mcsteiro-Ealtazar
Gongalves (10).
Cpro-cesso de
ir.tegragao
na cerca do mosteiro dapedraria
que fornecia apedra
necessária åcontinuagao
dasobras,
mantérc-se em1582.
A 9 deMargo
desse ar.c fez-se um estromento decontrato"
para que Antônio Afonso-o-velho e sua mulher MariaPires,
Antônio Afonso-o-r.ovo e sua raulher AntôniaGongalves,
largassem
um casal quepossuíam
emMorracezes,
porque o mosteiro tir.ha necessi-dade dequebrar
pedra
para asobras,
dapedreira
do Monte doLameiro,
que eles t.inham em prazo.E,
r.o ditocontrato,
acrescenta-se ainda que o mosteiro tir.ha necessidadedo'campo
para sempre(11).
E também nesse ano de
1582,
a 17 deDezembro,
que o mosteiro compra,por
18.0C0
reis e mais"1000
reis emtostôes
vintens reais deprata
castelha-nos , e de novo a Ant6nioAfonso-o-velho,
uma casa térrea comalper.dre
e rarcaca å porta e umahorta,
para o mestre depedrarla
demosteiro,
Gongalo
Vaz(12).
Nadocumentagao
deGriJ6,
e multoposterlormente,
em 2í> de Cutubrc de1598,
quando
já
eorriam asotras,
e se fazia um r.ovo Tombo das suaspropriedades,
aque
Já
nosreferimos,
deparamos
ainda com rotícias dapedreira
que abastecia oestaleiro
arquitect6nico
numa apresentagao decitagao
do Abade de S. Fedro de Serir.onde-"nos passais
do Mosteiro encontrel ManuelCarvalho,
no sitio ondese tira a
pedra
pera as obras do mosteiro(...)" (13).
C
-Outros materlais.
pe-dreira r.a cerca do
mosteiro,
de entatular out.rasr.egociagoes
para acttengão
dos materiais necessárics ao rieeurso das obras da sua ncva casa.Assim,
emAgosto
de1591,
rcandaram vir deListoa,
porPantaleão
Correia,
"morador
emMassarelos,
mestre de suabarca",
quatrocent.es bordos,
e pcrDomir.gcs Correia,
tambés ele mestre de sua
barca"
outros een tordcs"pera
as obras do dito seu Mosteiro deGrijô
que de novofaziam",
o quelevov,
em 2 de Abril de15Q3,
o"juiz
dealfandega
e direitos doporto
de mar da Cidade doPorto",
a lavrar ur.a.sentenga
sotreredízima,
na demanda cue houve entre o ccnver.tc e oBispc
desta cidade que se vía com direito de cobrar o ditoimpostc
r.as rcernaricrias para pesscas eclesiástlcas. Corcopodemcs
facilmenteimaginar
o eonver.to foi absolvi-do(lU).
Verificamcs assim que, e sobretudc a
partír
de1582,
estavajá
nratl-cairente
oompleto
o processc de preparagao para o arranque defiriitivo das obras.Vejamos
agora corco se deser.volveram nesse fim do sécuio XVI e dvrar.te o primei-ro -tergo doseguinte.
II
-CFONOT.OGIA I;AS OBPAS
A "
C^
Mosteiro deGrijé
s^quando
riamudanga.
0 estadoprecárĩo
dasinsta-lagoes.
0 Mosteiro de
Grij6
-e a
respectiva
conunidade-foram,
durante olevada a cabo por Frei Brás rie
Eraga.
Fssasdeslccagoes,
primeira
para Gaia-1537 /
15^2
-(15),
oposterior
regresso aGrijô
"usando
somente daIgreja
antiga
em 156-1-(16)
e s6depois
a.rcudarga
para as novasinstalagces,
er*re1599
/ 1626
(17),
estao documertadas r.as crônicas de Frei 'íicolau deS"£.
Maria,
FreiTim6teo
dos Mártires e, mvit-oespecialmente
na de Frei Marccs daCruz,
além do Index novo de todos osBreves,
doagoes
e maispapeis
(...)
do cartorio do Mosteiro deGrijo"
de1622
(18).
Apartir
destes dccumentos iremes agoratragar
oquadro cronclcgico
da"construgao
-reconstrugao"
da ncva easa.rconástica crúzia. A
mudanga
da Serra paraGrij6
fez-se,
cor.o vimos, em9
de Jvlho de15ck,
sendo er.tac eleito como Prior rio"novo"
mosteiro D. Easilio."E
como o mosteiro estava todo danificado
logo
se ocupou em o refazer comclaus-tra,
ecellas,
para que osreligiosos
tivessem em que serecolher,
o que ficava para â outraparte
daIgreja
Nova ao Norte(...)" (19).
B
-A.ctividade cor.strutiva dos Prlores trienaĩs rio Mosteiro rie S.
Salvarior de Gri
J6.
156U
-Triénio de
_!)___
Basilio.Cbras de
pedraria
nas celas sobre a claustra(veiha);
reaprovelta-mento das
"cazas
dos PrioresMores"
(20).
]
568
-Triénio de
D^
Vicente da Gama.1570
-Triénio rie
D^
Basilio.Obras de
pedraria
naoespecificadas
no mosteirc"e
parte das cazasantlgas
detravassô" (22).
1572
-Triénio de
D^
Pedro daAssunpcão.
Flanta para o novo mosteiro feita por Preneisco
Velasquez (23).
Langamer^o
daprímeira pedra
do dormi+crĩC',
em28
de Junho de157k
(2U).
1575
-Triénio de D.
Gaspar
doPresepio.
Obras de
pedraria
na casa daaudier.cia;
torre dos sinos emudanga "do
portal
daportaria
do Carro para outraparte"
(25).
1579
-Triénlo de
D___
Franciseo de Santo Antonio■Cbras de
pedraria:
acabou a torresineira;
continuou com o murc da eerca(2r).
1581
-Trlénio rie D. Bernardo do
Espírito
Santo.Obras de
pedrarie
: encanQmentc deágua
de Morracezes para o mosteiro(27).
158U
-Triénío de IX Pedro da
Assumpgão.
Obras de pedraria nac