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Percepções de estudantes da Educação Básica sobre Saneamento Ambiental e Saúde Coletiva

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10.26843/rencima.v11i1.2521 eISSN 2179-426X

Percepções de estudantes da Educação Básica sobre Saneamento

Ambiental e Saúde Coletiva

Perceptions of Basic Education students on Environmental Sanitation and Collective Health

Cristine Santos de Souza da Silva

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) cristine3s@hotmail.com

http://orcid.org/0000-0002-8858-1115

Gerusa Farias dos Santos

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) santosge@outlook.com

http://orcid.org/0000-0003-3650-3550

Resumo

No intuito de trabalhar a temática das Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI), o presente estudo buscou analisar as percepções de estudantes da Educação Básica em relação às estruturas do saneamento ambiental e sua interface com a saúde coletiva. A metodologia adotada envolveu a aplicação de questionários e a realização de uma intervenção pedagógica para sensibilização acerca do tema. Foram analisados 80 questionários, destes 77,5% eram alunos do Ensino Médio e 22,5% do Ensino Fundamental. Cerca de 95% dos estudantes acreditam que existem doenças e sintomas associados à água não tratada, resíduos sólidos, esgoto e à água da chuva. Ainda, 75% deles informaram o acometimento de alguma DRSAI sobre si, ou algum familiar, tendo as doenças de transmissão feco-oral apresentado maior incidência. Os resultados demonstram que a aproximação da temática com o cotidiano dos alunos favoreceu a transposição didática, contribuindo para formação de cidadãos mais críticos acerca da importância do saneamento ambiental para a promoção da saúde coletiva. Conclui-se que é necessário que ações de educação sejam realizadas no intuito de aproximar o profissional da saúde, e suas vivências, à prática didática contextualizada da educação ambiental.

Palavras-chave: Saneamento básico. Saúde Coletiva. Educação Ambiental. Educação em

saúde. Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado.

Abstract

To work on the theme of Diseases Related to Inadequate Environmental Sanitation, this study sought to analyze the perceptions of basic education students in relation to environmental sanitation structures and their interface with public health. The methodology

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adopted involved the application of questionnaires and the performance of a pedagogical intervention to raise awareness about the theme. We analyzed 80 questionnaires, of which 77,5% were high school students and 22,5% were elementary school students. About 95% of students believe that there are diseases and symptoms associated with untreated water, solid waste, sewage, and rainwater. Still, 75% of them reported the involvement of some DRSAI on themselves, or some family member, and feco-oral transmission diseases had a higher incidence. The results show that the approximation of the theme with the students' daily lives favored didactic transposition, contributing to the formation of more critical citizens about the importance of environmental sanitation for the promotion of collective health. It is concluded that it is necessary that education actions be carried out in order to bring the health professional, and their experiences, closer to the contextualized didactic practice of environmental education.

Keywords: Sanitation. Public Health. Environmental Education. Health education. Diseases

Related to Inadequate Environmental Sanitation.

Introdução

As medidas de saneamento básico estão estruturadas em leis e políticas públicas, que englobam o abastecimento de água potável, manejo de resíduos sólidos, tratamento de esgoto domiciliar e drenagem de águas pluviais da área urbana. De forma mais ampla, o Saneamento Ambiental (SA), permeia a esfera social, econômica e política com o objetivo de promoção de saúde, bem-estar e sustentabilidade ecológica (BRASIL, 2007; BRASIL, 2010a).

A ausência ou ineficácia dos sistemas de saneamento, torna os indivíduos suscetíveis a aquisição de doenças vinculadas às excretas, ao acúmulo de resíduos sólidos, à água e ao solo contaminado. Tais condições tendem a prevalecer entre as populações mais carentes, dos quais as crianças, idosos e imunocomprometidos compõem o grupo de maior vulnerabilidade (OMS, 2015; SIQUEIRA et al., 2017).

Segundo os dados da ONU - Organização das Nações Unidas (2016) e OMS - Organização Mundial da Saúde (2017), no mundo, cerca de 844 milhões de pessoas não têm acesso a um serviço básico de abastecimento de água e 2,4 bilhões, não possuem condições sanitárias adequadas. Associado aos dados apresentados, tem-se o desconhecimento por parte da população acerca dos processos ecológicos que envolvem a aquisição de doenças e da importância dos sistemas de saneamento ambiental eficientes para contê-las, especialmente entre os jovens que, por vezes, não compreendem seu meio de convívio urbano inserido neste âmbito. Este fato pode contribuir para a preterição de ações de controle social nestas áreas, acarretando no distanciamento da sociedade civil a essas questões, impactando diretamente na saúde e na qualidade de vida da população (RODRIGUES et al., 2012; CABRAL; RIBEIRO; HRYCYK, 2015; SMILJANIC; ALMEIDA JÚNIOR, 2017).

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De encontro a este cenário observa-se, nas últimas décadas, um proeminente crescimento urbano, com a aglomeração da população de baixa renda, com pouca instrução, em moradias irregulares, situadas em áreas precárias, sem abrangência dos serviços sanitários. No Brasil, mais de 84% da população reside em áreas urbanas e cerca de 11 milhões vivem em habitações não regularizadas (AUGUSTIN; RODRIGUES; LEONARDELLI, 2014; IBGE, 2010a; IBGE, 2010b). O crescimento urbano desordenado e a elevação da carga de dejetos e resíduos, em meio a condições de saneamento precárias, propicia a proliferação de vetores e a propagação de doenças. Ao associar a esses fatores, o desconhecimento dos sistemas de saneamento e suas implicações na saúde, tem-se um grande problema de saúde pública, com a manutenção de um ciclo danoso à população (SPINELLI et al., 2016).

Urbanização, Saneamento e Saúde

A preocupação quanto ao estabelecimento de medidas preventivas frente às doenças transmissíveis como uma necessidade coletiva, iniciou-se na segunda metade do século XIX, devido ao grande fluxo de mercadorias, pessoas e doenças. O movimento migratório impulsionado pela revolução industrial levou a expansão das cidades para além de seus limites territoriais, as demandas estruturais avançaram conforme a carga populacional, a mata deu lugar às edificações, e o solo deu lugar ao asfalto. A partir deste período e nos séculos seguintes, como resposta aos constantes surtos e epidemias, delineou-se o conceito higienista/sanitarista, com o objetivo de afastar os resíduos provenientes da vida urbana, prevenindo ou minimizando seus efeitos sobre a população (FINKELMAN, 2002).

Considerando esse histórico, é possível entender que o saneamento ambiental surgiu da necessidade de haver um manejo adequado destes resíduos, de modo a reduzir o impacto ambiental das ações antrópicas e por consequência reduzir os efeitos colaterais à saúde humana. Apesar disso, no Brasil, apenas a partir de 2007, com a implementação da Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB) é que houve a consolidação e ampliação das competências neste âmbito, inserindo estratégias de promoção de saúde, bem-estar e prevenção de doenças através do controle vetorial (BRASIL, 2007).

De acordo com a PNSB, o Sistema de Saneamento Ambiental abrange quatro âmbitos básicos: I) Abastecimento de água potável, englobando os processos de captação, tratamento e distribuição; II) Manejo de resíduos sólidos, compreendendo a coleta, segregação (coleta seletiva) e disposição final (aterro); III) Drenagem pluvial, através de medidas estruturais de engenharia; IV) Coleta e tratamento do esgoto doméstico (BRASIL, 2007). Na Figura 1 é possível observar este sistema com suas áreas de abrangência.

Os dados atuais em relação ao saneamento, tanto na esfera global quanto local são críticos. No Brasil, segundo os dados do SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (2018a), o abastecimento público de água possui um alto alcance, abrangendo 83,3% da população total, percentual que sobe para 93% quando levado em consideração apenas as áreas urbanas. Entretanto ao se observar os índices respectivos

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ao esgotamento, percebe-se que ainda se tem um longo caminho a percorrer, pois apenas 51,9% do total de esgoto gerado é captado pela rede coletora e 44,9% é submetido a tratamento. Desta forma, quase metade do esgoto produzido não é sequer coletado e do total produzido mais da metade (55,1%) retornam para os recursos hídricos sem nenhum meio de descontaminação.

Figura 1 – Sistema de saneamento básico e suas áreas de abrangência.

Fonte: Autoras

Quanto ao manejo dos resíduos sólidos cerca de 89,9% da população é atendida por serviço de coleta regular, porém o déficit de 10,1% no atendimento, representa 20.893.719 milhões de habitantes em condições de exposição a estes produtos (SNIS, 2018b). Estes dados expõem uma problemática dos sistemas de saneamento brasileiros: a vulnerabilidade ambiental, que se caracteriza pelos danos materiais e imateriais em decorrência de fatores do ambiente em que o indivíduo está inserido. No Brasil e no mundo, é possível observar o impacto do saneamento ineficaz sobre a população. Teixeira et al. (2014) comprovam esta realidade ao analisarem os gastos com consultas e internações pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em decorrência das Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI). De acordo com os autores, no período de 2001 a 2009, esses serviços geraram um custo de R$2.141 bilhões à União.

Contudo, outros agravos são inestimáveis, como a redução da qualidade de vida, danos irreversíveis ou até mesmo o óbito. Assim como levantado por Prüss-Ustün et al. (2016) ao avaliar a carga das doenças associadas ao ambiente, em seu estudo evidenciou-se que aproximadamente um quarto dos óbitos globais são em decorrência de causas evitáveis, nos quais incluem-se as doenças associadas à ausência ou ineficácia do saneamento. Segundo dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010c) a frequência de internações por DRSAI, no país, foi de 325,4 pessoas a cada 100.000 habitantes, tendo as doenças de transmissão feco-oral ocupado a primeira posição (264,3/100.000 habitantes), seguida pelas transmitidas por inseto vetor (54/100.000

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habitantes), relacionadas com a higiene (5,1/100.000 habitantes), contato com a água (1,5/100.000 habitantes) e Geo-helmintíases e Teníases (0,5/100.000 habitantes).

No esquema da Figura 2, é possível observar como as condições de saneamento ineficaz estão associadas às DRSAI, permitindo estabelecer uma correlação de causa-efeito, auxiliando no planejamento e implementação de estratégias adequadas para a contenção dessas doenças.

Figura 2 – Manejo do esgoto no Brasil

Fonte: SNIS, 2018b

Educação Ambiental e Saúde Coletiva

A participação social é componente indispensável na formulação, implementação, gestão e fiscalização dos serviços de saneamento. No campo ambiental muitos projetos e programas surgiram da iniciativa popular com o objetivo de levar melhorias e mudanças para a qualidade de vida das gerações presentes e futuras (PICCOLI; KLIGERMAN; COHEN, 2017). Contudo nota-se por parte da população, em especial dentre os jovens uma percepção ambiental equivocada, na qual o meio urbano frequentemente está desassociado da concepção de ambiente (RODRIGUES et al., 2012; CABRAL; RIBEIRO; HRYCYK, 2015; SMILJANIC; ALMEIDA-JUNIOR, 2017).

O desconhecimento sobre esse tema resulta em uma visão de que o saneamento é um elemento distante das pessoas e, por vezes, secundário às necessidades consideradas mais urgentes como saúde, educação ou emprego. Além disso, o não entendimento da interligação entre essas interfaces leva ao detrimento de ações públicas no âmbito do saneamento e por consequência a uma maior vulnerabilidade às condições ambientais nocivas à saúde da população (PICCOLI; KLIGERMAN; COHEN, 2017). Nessa perspectiva, para que ocorra uma modificação neste cenário é importante que a sociedade como um todo, compreenda que as cidades não são áreas separadas da natureza, mas

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sim parte da natureza selvagem, modificada para atender as necessidades humanas e que essas modificações exercem, e sofrem, influências do ambiente natural, resultando em impactos positivos e negativos a vida humana (CARVALHO, 2011).

Deste modo torna-se essencial a reconstrução do sentimento coletivo de pertencimento à natureza, sem separações, mas em conjunto, como parte de um grande sistema no qual suas vidas encontram-se inseridas (SAUVÉ, 2005). Nesta questão, recai uma atenção especial sobre os jovens em idade escolar, pois é nesta fase que se inicia o processo de construção social, a partir dos conhecimentos e valores adquiridos no âmbito estudantil, que determinaram as ações dos futuros adultos participantes da sociedade como um todo (SMILJANIC; ALMEIDA-JUNIOR, 2017).

Neste sentido a Educação Ambiental (EA) se apresenta como uma ferramenta importante para a instrução social, de tal modo que a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) estabelece que: “A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal” (BRASIL, 1999, Lei Federal 9.795, Art. 2º). Devido à natureza da questão ser tão ampla e interdisciplinar, a EA divide-se em diferentes correntes que permitem uma abordagem tridimensional para o tema, quer seja do ponto de vista naturalista, o qual busca ressaltar o valor da natureza selvagem e alertar sobre as nossas interferências a ela, do conservacionista/recursista que atenta para a preservação dos recursos naturais como bens esgotáveis sem os quais a vida social e econômica como conhecemos sofreria grandes impactos, até a linha holística com sua abordagem psicopedagógica em busca da reconexão do homem como ser-animal em sinergia com os fenômenos naturais (SATO; CARVALHO, 2005)

Dentre as mais atuais destaca-se a corrente da sustentabilidade ambiental, estruturada na concepção de Desenvolvimento Sustentável, introduzido a partir da década de 70 com a Conferência de Estocolmo e consolidado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) como: “o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades” (CMMAD, 1987, s. paginação). A educação socioambiental permeia as variadas correntes consolidando a responsabilidade social e ética da EA com a participação na formação identitária do sujeito ecológico, por meio do esclarecimento dos mecanismos envolvidos ao mesmo tempo que estimula o questionamento, a busca de conhecimento e soluções para os problemas reais. Desse modo, permite que haja um envolvimento direto e pessoal de cada indivíduo, com a agregação de um conjunto de valores, princípios, ideias e comportamentos, que visem um projeto de sociedade mais sustentável (CARVALHO, 2011).

Por esse motivo, a própria Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Federal 9.795/1999) considera que para sua efetivação, tamanho desafio pedagógico deve ser enfrentado não somente pelos docentes da rede de ensino, mas amplamente abraçada por órgãos, instituições públicas e privadas, meios de comunicação, profissionais das mais diversas áreas e à sociedade como um todo, contribuindo de forma multidisciplinar com a

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temática (BRASIL, 1999). Considerando isso, este artigo busca discutir as percepções ambientais dos jovens em idade escolar, identificando a importância da educação ambiental com enfoque na saúde humana como instrumento de saúde coletiva.

Metodologia

O presente artigo fundamentou-se pelo método descritivo qualitativo, tendo suas atividades realizadas em uma escola da rede privada do município de Canoas, Rio Grande do Sul, no período de abril a maio de 2018. As etapas do estudo decorreram em dois momentos. Atendendo aos quesitos éticos estabelecidos e sob aprovação do CONEP (Parecer nº 2.523.632), foram distribuídos ao todo 120 questionários. Destes, 80 questionários foram respondidos e, portanto, utilizados para a análise de dados.

No primeiro momento foi realizada a aplicação de um questionário aos alunos, composto por vinte e cinco questões objetivas e duas escalas de diferencial (tipo Likert). As questões objetivas tiveram o propósito de obter uma aferição das percepções dos estudantes acerca das relações que envolvem saneamento, saúde e ambiente, observadas em seu cotidiano. A primeira escala diferencial teve o propósito de apurar a opinião dos estudantes em relação a afirmações sobre ambiente, urbanização e saneamento, tendo como opções de resposta, quatro variações (discordo totalmente; discordo; concordo; concordo totalmente), às quais posteriormente foram atribuídas o valor de 1 a 4, respectivamente. A segunda escala indagou sobre o desenvolvimento de ações sobre temas relacionado ao saneamento ambiental no âmbito escolar, também apresentando quatro opções de resposta (nunca; 1 vez; várias vezes; sempre), com atribuição de valor de 1 a 4, na mesma ordem. Para análise das escalas obteve-se a média dos valores para cada afirmativa, na qual considerou-se abaixo de 2,5 (média de 1-4) discordância e acima desse valor, concordância.

O segundo momento do estudo, consistiu em uma intervenção pedagógica realizada por meio de uma apresentação teórico-expositiva, seguida de uma discussão acerca do tema Saúde e Saneamento Ambiental, aplicada a alunos do quinto ano do Ensino Fundamental. A iniciativa para esta ação surgiu de uma demanda identificada previamente por parte do corpo docente da escola e seu enfoque incidiu sobre as doenças vinculadas à água e aos resíduos sólidos, com fins de realizar a transposição didática de pressupostos teóricos acerca das vias de contaminação e aquisição de doenças presentes no solo e nos recursos hídricos, em decorrência do manejo inadequado da água, o esgoto e dos resíduos sólidos. A elaboração das atividades realizadas, embasaram-se nos conteúdos publicados pelo Ministério do Meio Ambiente por meio do Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento (PEAMSS), com o propósito de levar conhecimento sobre saúde coletiva e estimular o interesse dos alunos nesse tema (BRASIL, 2009).

Após a intervenção pedagógica, foi proposta uma atividade com o tema: “Hoje eu aprendi que...”, na qual os alunos deveriam relatar por meio de texto e/ou desenho, os conhecimentos fixados durante o desenvolvimento das atividades. A análise da produção textual dos alunos ocorreu por meio da leitura, transcrição e processamento do conteúdo

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dos textos nos softwares Sobek graph e TagCrowd. Em ambos os programas, o princípio de análise se baseia no método de mineração textual (text mining) o qual de maneira análoga a mineração de dados “procura extrair informações úteis de dados textuais não estruturados, ou semiestruturadas por meio da identificação e exploração de padrões interessantes” (FELDMAN; SANGER, 2006 p.14).

Área do estudo

Situado na microrregião metropolitana de Porto Alegre, cerceado pelas cidades de Esteio (ao Norte), Porto Alegre (ao sul), Cachoeirinha (a leste) e Nova Santa Rita (a oeste), o município de Canoas abriga a terceira maior população do estado do Rio Grande do Sul, com 352.097 habitantes, os quais em sua totalidade residem na área urbana constituída por dezoito bairros, agrupados em quatro quadrantes administrativos (Noroeste, Nordeste, Sudoeste e Sudeste). A área de estudo se insere no quadrante Noroeste composto pelos bairros, Industrial, Mathias Velho, São Luiz, Harmonia e Centro. Com o total de 48.806 habitantes o bairro Mathias Velho, apresenta a maior concentração populacional do município com uma densidade de cerca de 8.127 habitantes/km². Os habitantes distribuem-se etariamente com 35,7% na faixa dos 0-20 anos, 53,2% dos 20-60 anos e os idosos com 60 anos ou mais representam 11% (CANOAS, 2012; FEE, 2016).

A escola onde foi realizado o estudo localiza-se no bairro Mathias Velho, que segundo os dados municipais, apresenta 99,1% dos domicílios atendidos pela rede pública de abastecimento de água e 99,9% dispõem de coleta de resíduos sólidos. Assim como no restante do país, a cobertura da rede de esgoto abrange a menor percentual em relação aos demais serviços, alcançando cerca de 76,7% dos domicílios. Das 15.143 residências do bairro, 198 declararam no último censo não possuir área exclusiva para banho e higiene (banheiro) e, desses, 51 não possuíam sequer vaso sanitário (CANOAS; IHU, 2016a; CANOAS; IHU, 2016b).

Além disso, a drenagem urbana do bairro também é um grande desafio, com consecutivos episódios de alagamentos, configurando parte da área de vulnerabilidade socioambiental do município de Canoas. No que tange ao descarte de resíduos sólidos de modo inadequado, o bairro Mathias Velho foi elencado como um dos principais pontos de desproteção municipal, pois pontuou-se 29 áreas consideradas desprotegidas quanto aos componentes de saneamento e saúde, tendo como consequência problemas recorrentes com a presença de vetores (mosquitos e ratos), bem como os constantes alagamentos próximos a uma escola onde foi realizado o estudo (CANOAS; IHU, 2016b).

Resultados e Discussão

Da análise dos dados coletados por meio dos questionários, identificou-se que dos 80 indivíduos participantes 22,5% (n=18) frequentam o Ensino Fundamental (1° ao 9° ano) com idade entre 10 e 11 anos e 77,5% (n=62) cursam o Ensino Médio (10° ao 12° ano), na faixa etária dos 14 aos 18 anos. O bairro Mathias Velho concentra o maior percentual de

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respondentes com 55%, seguido pelo bairro Harmonia (26%). Ainda sobre a habitação, 37,5% possuem um núcleo residencial de 1-3 pessoas, 56,25%, 4 a 5 pessoas, e 6,25% residem com um grupo de cinco ou mais pessoas (Tabela 1).

Tabela 1: Dados sociodemográficos do grupo da pesquisa

Dados Categoria Nº de participantes

Idade (anos) 10 15 11 3 14 5 15 16 16 28 17 12 18 1 Sexo Feminino 48 Masculino 32 Ensino Fundamental 18 Médio 62 Densidade habitacional 1 - 3 pessoas 30 4 - 5 pessoas 45 5 ou mais pessoas 5 Bairro de Residência Mathias Velho 44 Harmonia 21 Mato Grande 7 São José 3 Igara 2 Estância Velha 1

Morada das Acácias 1

São Luís 1

Fonte: Dados da Pesquisa

Ao analisar os resultados em relação à percepção geral das condições de saneamento domiciliar segundo a ótica dos participantes, pode-se constatar que quando avaliado as questões relativas ao abastecimento de água, identificou-se que 57,5% (n=46) declarou ter tido algum problema com esse componente. Desses 58,6% (n=27) citaram a alteração no “gosto” da água como a principal queixa, 52,1% (n=24) relataram a percepção de algum odor incomum. Ainda em relação a isso, é interessante observar que posteriormente, quando questionados diretamente sobre a identificação de algum odor ou cor fora do comum, 92,5% (n=74) responderam de forma afirmativa. Deste modo, a diferença percentual da questão anterior para o segundo questionamento, pode ser em decorrência da não concepção por parte dos indivíduos de que as alterações de cor ou odor possam representar um “problema” ou mesmo a naturalização e banalização dessas ocorrências.

Quanto a compreensão dos sistemas de saneamento que compõem a sua estrutura domiciliar, atenta-se para os 16,25% (n=13) que não souberam informar a proveniência da água que consumiam. Este desconhecimento é ainda maior no que se diz respeito a destinação do esgoto doméstico, alcançando 45% dos respondentes. Fica assim evidente

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a não familiaridade por parte dos participantes, aos serviços saneantes que os atendem. A Tabela 2, a seguir, apresenta os resultados sobre a percepção dos estudantes considerando os quatro âmbitos do saneamento.

Tabela 2: Percepções dos estudantes sobre os âmbitos do saneamento

Âmbito Componente Categoria N (%)

Água Origem do abastecimento Rede pública 57 71,25 Poço 4 5 Rio 6 7,5 Cisterna 3 3,75 Não sabe 13 16,25 Qualidade da água Ótima 4 5 Boa 47 58,75 Ruim 22 27,5 Péssima 7 8,75 Método de purificação da água Fervura 11 13,75 Filtro comum 36 45

Filtro de Carvão Ativado 8 10

Nenhum 25 31,25

Esgoto Destino do esgoto

Estação de Tratamento de Esgoto 28 35

Rio 2 2,5

Fossa 14 17,5

Não sabe 36 45

Drenagem Sua rua alaga quando

chove? Sim 25 31,25 Não 55 68,75 Resíduos Sólidos Separação do lixo Orgânico e Reciclável 26 32,5 Separação seletiva 8 10 Não separa 46 57,5

Possui coleta seletiva no seu bairro?

Sim 39 48,75

Não 17 21,25

Não sabe 24 30

Fonte: Dados da Pesquisa

Assim como visto previamente na literatura, a falta de compreensão quanto a ligação das interfaces do saneamento à saúde está em meio a prevalência das doenças associadas. Essa situação não se apresentou de forma diferente no presente estudo pois 75% (n=60) dos participantes declararam que eles ou algum familiar já haviam adquirido alguma DRSAI ou manifestado algum sintoma associado a elas. Dos apresentados a Diarreia ocupou a primeira posição, acometendo 52 (86,6%) indivíduos, seguida pela Infecção Intestinal com incidência sobre 32 (53,3%) pessoas, na sequência estão as Doenças de pele com ocorrência em 20 (33,3%) participantes, 5 (8,3%) tiveram Micose, 4 (6,6%) declararam ter tido alguma Verminose, 3 (5%) contraíram Hepatite A e 1 (1,6%) indivíduo adquiriu Leptospirose.

Apesar de a maioria dos respondentes e seus familiares (62,5%) recorrerem à rede privada de saúde em busca de assistência, em comparação com os 37,5% que utilizam os serviços do SUS (Sistema Único de Saúde), o dado quanto a prevalência de DRSAI vem a

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encontro do recente levantamento realizado por Siqueira et al. (2017), que analisou as internações e complicações em decorrência de DRSAI na rede pública (SUS) nos municípios da região metropolitana de Porto Alegre no período de 2010 a 2014. Na ocasião as doenças de transmissão feco-oral (Infecção intestinal, Diarreia) também apresentaram a maior frequência de internação entre as demais causas. Canoas apresentou o quarto maior número de internações hospitalares em decorrência de DRSAI e o segundo maior número absoluto de óbitos em decorrência desses agravos, confirmando a expressiva incidência no município.

Em relação as questões diferenciais, cujo o objetivo foi compreender os níveis de concordância dos alunos frente as afirmativas apresentadas (Tabela 3), nota-se no grupo de discordância as afirmações de habitação e ambiente, como observa-se no resultado da questão “Estou satisfeito com a arborização do meu bairro”, enfatizando a insatisfação dos participantes em relação as condições ambientais peridomiciliares.

Tabela 3: Média de concordância dos participantes nas afirmativas diferenciais

Afirmação Índice

médio Grupo Percebo que aumentou o número de construções (casas, condomínios,

prédios) no meu bairro nos últimos anos. 3,30

Concordância

O que eu aprendo na escola influencia as minhas atitudes de cidadania. 3,21

A urbanização melhora a qualidade da vida das pessoas. 3,08

Em dias muito quentes costumo ficar em locais que possuem ar

condicionado. 3,08

Considero importante conhecer como funcionam as questões estruturais

de uma cidade. 2,93

A urbanização da minha cidade afeta positivamente a minha vida. 2,69

A responsabilidade pelos problemas associados ao saneamento básico

é principalmente do governo. 2,53 Neutro

Estou satisfeito com a urbanização do meu bairro 2,33

Discordância

Se eu pudesse, moraria em uma cidade menos urbanizada. 2,30

Meu bairro possui árvores suficientes. 2,15

Estou satisfeito com a arborização do meu bairro. 2,09

Gostaria de morar próximo a um rio, açude ou arroio 1,99

Gostaria de morar próximo a um valão. 1,21

Fonte: Dados da Pesquisa

Em contraposição, as médias de maior concordância encontram-se nas questões de urbanismo e cidadania. É possível aferir que os estudantes percebem o meio urbano como algo positivo, que contribui para a sua qualidade de vida. Eles apresentam interesse em adquirir novos conhecimentos quanto as estruturas de uma cidade, demonstrando ainda,

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estar cientes em relação as diversas modificações na paisagem urbana em decorrência das constantes construções. Os estudantes apresentam-se conscientes quanto ao papel público nestas implementações, bem como reconhecem a importância da participação da escola na sua formação social.

Apesar disso, o presente estudo identificou um baixo desenvolvimento de atividades comtemplando o saneamento e ambiente no âmbito escolar. Isso se evidencia ao se analisar os resultados da Tabela 4, onde percebe-se que todas as afirmativas apresentadas possuem índice médio com valores abaixo de 2,5.

Tabela 4: Média de concordância dos participantes em relação as atividades escolares

Afirmação Índice

médio Grupo Já fiz trabalhos e pesquisas sobre saneamento ambiental (água,

esgoto, resíduos e drenagem) 2,40

Discordância

Já visitei parques, jardins, zoológicos e áreas verdes com a minha

escola. 2,28

Já pesquisei ou fiz trabalhos sobre a história e o desenvolvimento da

minha cidade. 1,99

Já realizei ações de plantio de árvores com a minha escola. 1,63

Já realizei ações de limpeza e recolhimento de lixo com a minha

escola. 1,54

Já levei eletroeletrônicos velhos (celular, tablet, computador) para

descartar em pontos específicos para descarte deste tipo de resíduo. 1,28

Fonte: Dados da Pesquisa

Pode-se relacionar a essa questão, uma realidade identificada em diversos estudos quanto a percepção de despreparo por parte dos profissionais em diversos níveis educacionais, para a abordagem da EA, tendo como base apenas os conhecimentos adquiridos na formação unidisciplinar acadêmica. A essa demanda tem-se como solução o emprego multiprofissional e interdisciplinar no processo de educação continuada para docentes, permitindo um enriquecimento do conhecimento teórico-prático (PERES et al., 2015; NOGUEIRA, 2016; GARRIDO; MEIRELLES, 2017).

Ainda de acordo com as ações realizadas foi realizada a análise das vinte e duas produções textuais desenvolvidas pelos alunos do quinto ano, após a intervenção pedagógica. Para essa análise, obteve-se o auxílio do software TagCrowd para a identificação da frequência com que algumas palavras foram citadas e aliado a essa ferramenta, empregou-se o Sobek graph, originando um diagrama no qual as palavras, “Água”, “Doenças” “Lixo”, “Mosquito”, “Aterro” e “Lixão” encontram-se referenciadas em associação (Figura 3).

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Figura 3 – Análise dos textos pelos softwares TagCrowd (a) e Sobek graph (b)

Fonte: Dados da Pesquisa

A indicação destas palavras reforça a compreensão identificada na leitura textual, na qual percebe-se que as questões voltadas a água, como a potabilidade, processo de tratamento, meios de contaminação e doenças vinculadas, foram compreendidas de modo eficaz pelos alunos, conforme demonstram os relatos apresentados:

“Hoje eu aprendi sobre o saneamento de água como cuidar da sua saúde ao tomar água e achei incrível, eu aprendi sobre reciclagem, o aterro e as doenças que podem ser transmitidas por um mosquito e pelos ratos e outras e também é proibido os lixões.” (ALUNO 2). “[...] e não tomar qualquer água porque algumas águas são poluídas [sic] e podem fazer mal as pessoas. Podem ter doenças e sintomas tipo febre alta [...].” (ALUNA 7).

“Hoje, eu aprendi que nem toda as águas são tomáveis, as águas que passam por tratamento são potáveis, as que vem do rio ou de poços não são potáveis, muitas águas têm microbactérias [sic]. Que são águas que não se pode tomar [...].” (ALUNO 19).

Em relação aos resíduos sólidos, há a menção recorrente dos meios de reciclagem, atentando para os riscos à saúde do descarte incorreto de resíduos perigosos:

“O que eu aprendi hoje foi que devemos reciclar o lixo, e oque [sic] não serve mais devemos levar para o aterro e remédios pilhas NUNCA jogar no lixo de casa porque depois vai para o rio e vai para a água que nós bebemos e isso é um veneno [...]” (ALUNA 18). Outro tema frequentemente referido, diz respeito a proibição dos “lixões” e o emprego dos aterros sanitários, estabelecido na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010), este fato evidencia a capacidade de aprendizado de conteúdos considerados “complexos” como a legislação vigente, mesmo entre o público infantil:

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sanitário, aprendemos sobre o lixo reciclável.” (ALUNO 4). “[...] e que no Brasil foi proibido o lixão [...]” (ALUNO 5).

Percebe-se ainda a compreensão da importância de hábitos higiênicos, empregados no cotidiano para a prevenção de doenças: “[...] Sobre cuidado com a higiene, sempre lave a mão quando for comer e depois de brincar e mexer na terra.” (ALUNO 12).

Como mencionado na metodologia, os alunos foram estimulados a realizarem representações pictóricas acerca do conteúdo aprendido. Na Figura 4 é possível observar algumas dessas ilustrações realizadas pelos alunos na composição das dissertações.

Figura 4 – Ilustrações do conteúdo aprendido feitas por alunos do quinto ano

Fonte: Dados da Pesquisa

A representação do rato em meio aos resíduos (Figura 4 – A) faz alusão a leptospirose e as condições favoráveis a proliferação do hospedeiro devido ao acúmulo de resíduos. O desenho de mosquitos em meio a resíduos ou com larvas em água (Figura 4 – B), refere-se ao ciclo do Aedes aegypti, o qual está diretamente correlacionado a disposição inadequada de resíduos associado ao acúmulo de água nos mesmos. Também é possível verificar a compreensão do impacto ambiental positivo através do emprego adequado dos sistemas de saneamento. Esta visão é perceptível tanto na representação da Figura 4 – C, onde o aluno desenhou um sorriso no recurso hídrico, uma vez que este estava ligado a uma ETA (Estação de Tratamento de Água) e a uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto); quanto na Figura 4 – D, na qual o aluno fez a caracterização de um corpo hídrico “sujo” em referência a poluição e à contaminação decorrente do manejo inadequado do

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esgoto, sinalizando este cenário como inadequado por meio do emprego do símbolo de proibição em vermelho, e colocando-o em contraposição com outro recurso hídrico sinalizado pelo símbolo de “correto” em verde, no qual a água está “limpa” representando o tratamento prévio à disposição final do esgoto.

Considerações Finais

A análise dos dados, demonstram que há um desconhecimento por parte dos alunos quanto aos sistemas de saneamento aos quais são atendidos, não compreendendo quais as fontes de abastecimento hídrico ou mesmo a destinação dos resíduos produzidos nas atividades do seu cotidiano. Para alguns a ocorrência de transtornos ligados aos serviços saneantes tornara-se algo comum, não os identificando como problemas para os quais devem-se buscar soluções.

Como citado na revisão teórica, esse desconhecimento reflete-se na maior exposição da população a aquisição de doenças vinculadas as excretas, acúmulo de resíduos sólidos, solo e água contaminados. Essa condição também foi identificada dentre o grupo de estudo, através do acometimento de Doenças Relacionadas ao Saneamento Inadequado - DRSAI a 75% dos participantes ou de algum membro do seu seio familiar.

Apesar do exposto, os alunos demonstraram interesse em aprender sobre como funcionam os sistemas de saneamento da sua cidade, e sua importância para promoção da saúde coletiva, e consideraram os conteúdos desenvolvidos em âmbito escolar importantes determinantes na sua formação social. Contudo, neste sentido, identificou-se que a prática de atividades que contemplem a questão ambiental de forma contextualizada no âmbito escolar - associando suas interfaces com a saúde, por exemplo - está aquém do ideal para auxílio na construção de uma identidade socioambiental bem esclarecida. Neste sentido nota-se um campo carente de novas ideias e projetos que aproximem o conhecimento dos jovens em idade escolar, auxiliando na formação de futuros adultos conscientes e participativos na busca de soluções e fiscalização dos sistemas de saneamento.

Da análise dos relatos textuais e pictográficos realizados pelos alunos após intervenção didática, observou-se um resultado satisfatório quanto a retenção de conhecimentos, mesmo entre os mais jovens, como no caso dos alunos do quinto ano. O interesse sobre o tema ficou evidente durante toda a atividade, com a participação ativa dos alunos e indagações em busca de esclarecimentos quanto ao tema. O ímpeto de transformação presente nessa faixa etária, é perceptível por meio do entusiasmo e desejo manifestado pelos alunos em querer compartilhar o novo conhecimento com os seus familiares após a aula. A troca de vivências, torna perceptível que mesmo em tenra idade, os alunos estão conscientes quanto ao seu papel e responsabilidade na geração e destinação adequada de resíduos, bem como na assimilação da dimensão do impacto a saúde e ao ambiente causados pela ausência dos sistemas de saneamento.

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Figura 1 – Sistema de saneamento básico e suas áreas de abrangência.
Figura 2 – Manejo do esgoto no Brasil
Tabela 1: Dados sociodemográficos do grupo da pesquisa
Tabela 2: Percepções dos estudantes sobre os âmbitos do saneamento
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