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Cronologia Absoluta

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Academic year: 2021

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(1)

CÂMARA

MUNICIPAL

DE MAFRA

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São Julião

Núcleo C do Concheiro Pré-Histórico

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(2)

São Julião

Núcleo C do Concheiro Pré-Histórico

Cadernos de Arqueologia de Mafra

2

Autores:

Ana Catarina

S

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(

coo

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.

)

António Monge Soares

Marta Miranda

Paula Fernanda Queiro

z

Wim Van Leeuwaarden

..

CÂMARA MUNI CIP AL DE MAFRA 2004

(3)

A colecção Cadernos de Arqueologia de Mafra tem como objectivo a publicação monográfica de números dedicados a sítios arqueológicos do concelho de Mafra e/ou a uma temática específica sobre esta área. Apresentar a informação recolhida em trabalhos arqueológicos

à

comunidade científica e ao público em

geral

é

um dever de todos os que fazem Arqueologia, obrigação reforçada pela legislação em vigor para os Trabalhos Arqueológicos.

O segundo número da colecção é dedicado ao núcleo C de São Julião, onde entre 1999 e 2001 o Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de Mafra efectuou uma intervenção arqueológica de emergência.

Ficha Técnica

PROPRIEDADE E EDiÇÃO Câmara Municipal de Mafra

CAPA

Concha de Cerastoderma edule

Fotografia: Victor S. Gonçalves Desenho: Ana Neves

CONTRACAPA Praia de S. Julião Fotografia: Paulo Pitacas

COORDENAÇÃO DA COLECÇÃO Ana Catarina Sousa

© Os autores e CM.M. DESIGN Artlandia IMPRESSÃO Gráfica Europan DEPÓSITO LEGAL n.º 212046/04 ISBN· 972-8204-36-1 500 Exemplares Mafra. 2004

FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia

M1Nl~"IflUÚ U.\ tlt,\C1A 10 00 ENSINO WPBUOR Apoio do Programa Oper,!cional Ciênda, Tecnologia, Inovação do Quadro Comunitário de Apoio III

(4)

II

1

__ -

- - - Cronologia Absoluta

António

M

.

Monge

Soares

Departamento de Química, Instituto Tecnológico

e

Nuclear

(5)

Cadernos de de Mafra - São Julião

Introdução

A obtenção de uma cronologia absoluta para os depósitos arqueológicos existentes na margem direita do rio Falcão, junto

à

praia de

s.

Julião, desenrolou-se em duas fases. A primeira, que teve lugar em 1986-87, resultou de um projecto levado a cabo por José Morais Arnaud e Ana Ramos Pereira, tendo por fim a inves-tigação arqueológica e geomorfológica da zona norte da área vestibular do rio Falcão, o qual se conjugou com um outro projecto de investigação, da responsabilidade de um de nós (A.M.M.5.), que tinha por finali-dade a determinação do efeito de reservatório oceânico nas águas costeiras de Portugal Continental. Foram, então, objecto de escavação arqueológica os núcleos A e B. A segunda fase teve lugar a partir de 1999 e resultou de escavações arqueológicas de salvamento no núcleo arqueológico mais próximo do mar, o núcleo C. o qual não tinha sido intervencionado por Morais Arnaud e que se encontrava, agora, em pro· cesso acelerado de erosão.

Antes destas intervenções, A. Ramos Pereira e E. Borges Correia (1985) tinham identificado duas gera-ções de dunas consolidadas em S. Juiião - a mais antiga apresenta-se carsificada, enriquecida em óxi-dos de ferro, o que lhe dá uma coloração avermelhada, enquanto a mais recente, esbranquiçada, parece estar separada da anterior por um coluvião arenoso contendo. no seu seio, um concheiro. Embora, na altura, não se tivesse procedido ainda a qualquer datação por radiocarbono para este concheiro, os auto-res julgavam "não ser abusivo estabelecer paralelo entre Magoito e S. Julião, dado que a sucessão encon-trada é muito semelhante e dada a proximidade. Assim, a duna avermelhada e carsificada poderá ser correlativa do Würm e a duna mais recente, holocénica, tal como em Magoito" (op. cit., p. 336).

2. A datação pelo radiocarbono

Os primeiros resultados obtidos na datação por radiocarbono das amostras provenientes das áreas A e B foram objecto de alguns comentários num pequeno relatório sobre a intervenção de campo de 1987 (Arnaud e Pereira, 1994), no qual se escreve que "enquanto o núcleo A terá sido formado entre cerca de 7.800 e 7.600 BP. o núcleo B terá tido um período de ocupação mais limitado. e ligeiramente anterior. por volta de 8.100 BP. Assim, a confirmarem-se estes resultados, esta jazida será nitidamente posterior

à

do Magoito, correspondendo já ao período Boreal" (p. 63). Posteriormente, numa obra de síntese sobre o Quaternário em Portugal pode ler·se (Arnaud, '993, p. 176): "As 12 datas de radiocarbono já obtidas para a jazida de

s.

Julião sugerem que. enquanto o concheiro compacto se acumulou ao longo de um período relativamente longo (entre

c.

8800 e

c.

7500 BP). o concheiro menos compacto se formou durante um período mais reduzido (entre

c.

8250 e

c.

7900 BP)".

Embora se se tecessem comentários sobre as datas de radiocarbono entretanto obtidas, as mesmas só foram publicadas, pelo menos na sua totalidade, em trabalhos relacionados com o estudo do fenómeno do efeito de reservatório oceânico (Soares, 1989. 1993. 1995). No entanto, as datas aí publicadas foram-no sob uma forma que não é habitual em publicações de arqueologia. o que poderá ter conduzido a alguma dificuldade na sua citação e interpretação em trabalhos posteriores. Por isso. no QUADRO I se

voltam

a publicar. na totalidade, as datas obtidas para as ocupações humanas das áreas A e B bem como, pela primeira vez, as datas determinadas para a área C.

Para uma melhor interpretação destas datas será conveniente fazer algumas considerações. quer sobre o modo de obtenção das mesmas a partir de amostras de conchas marinhas, quer sobre a respectiva fiabilidade. Assim, o processamento de amostras deste tipo consiste, primeiramente, em eliminar, após uma limpeza mecânica, um terço do seu peso (fracção externa), fazendo-as reagir com uma solução aquosa de ácido clorídrico. Deste modo. a porção superficial das conchas, a mais susceptível de estar contaminada devido a fenómenos de dissolução de carbonatos (pela percolação da água no solo) e de recristalização desses mesmos compostos, mas que são agora estranhos às conchas. é descartada. Os dois terços restantes, se com um peso superior a 55 g, darão origem a duas fracções por reacção sequen-cial com um ácido; designam-se por fracção intermédia (segundo terço) e por fracção interna (terceiro terço), e cada uma será objecto de datação. A obtenção de duas datas, a partir daquelas duas fracções, estatisticamente idênticas constitui um bom indicativo de que eventuais contaminantes das conchas não existem ou terão sido eliminados com a fracção externa. Os pares ICEN"52/ICEN'153, ICEN-83/ICEN-84 ou ICEN'106/ICEN'107 (QUADRO I) são exemplos do atrás referido. Por outro lado, a obtenção de valo· res de Ô13C próximo de 0%0 também indicia que não existem contaminantes numa amostra de conchas marinhas. O preenchimento ou não preenchimento (total ou parcial) destas condições constitui uma boa medida da maior ou menor fiabilidade a atribuir às datas determinadas a partir de conchas marinhas.

(6)

QUADRO 1

Datas de radiocarbono para as ocupações humanas da duna de S. Julião

Ref_ Ref. Amostra'" Tipo Amostra Ô13C Data Data Data calibrada'"

laboratório (%o) Convencional corrigida" (20)

(BP) (BP) (cal BC)

ICEN-179 5_ Julião B Madeira 8120:1::100 7450- 6700

Q5 Al carbonizada -24.74

ICEN-l0B S. Julião B Cerastoderma +0,38 8400t50

Q5 Al Cl edule ICEN-l09 S. Julião B +5.7° 8S50:t70 8170t80 7470-7040 Q5 Al C2 ICEN- 152 S. Julião B -0,18 8430:1::60 Q2 A2 (1 ICEN-153 S. Julião B -1,75 8340:1:45 7960:1::55 7060- 6650 Q2 A2 (2

ICEN-154 S. Julião B Ostrea sp. -1,53 7390t90 ****

Q2 A2 O

ICEN-7B S. Julião A Madeira 7810t90 7030-6460

Fi carbonizada -24.72

[(EN-1St S. Julião A Cerastoderma -0,65 7560:1::140 6650-6090

Q2 Flb C edule 794o±14°

ICEN-B3 S.Julião A -1.33 9090±60

FI (1

ICEN-B4 S. Julião A -0.33 906o±So ****

F1 (2

ICEN-73 S. Julião A Madeira 7610:1::80 6640-62 50

El.1 carbonizada -23,42

ICEN-77 5_ Julião A Madeira 7580±70 659°-625°

E1,2 carbonizada -24.12

I(EN-106 S. Julião A Cerastoderma 8060±50

El (1 edule -2,51

ICEN-l07 S. Julião A -1,23 8130:1:50 7750:1:60 669°-646o

E1 (2

Sac-1720 S. Julião ( Mytilus sp. -0,73 5700:1:60

....

QC6 2A M

53C-1795 S. Julião ( Cerastoderma 6820±60

QB6 2A Cl edule -0,57

II

Sac-1796 S. Julião ( -0,57 7520±7° 7140±80 6200-5810 QB6 2A C2 Sac-1721 S. Julião ( -0.9 2 7650±80 7270:1:90 6370-5930 QC7/C8 2B C Sac-1723 S. Julião ( -6,30 8470:1:70 Q E6/D6, 2C Cl Sac-1724 S. Julião ( -7,12 7630±60 7250±7° 62 30-5990 QE6/D6, 2C C2 Sac-1800 S. Julião ( QE6/D6, 2C C, ° 7170:1:90 Sac-1801 S. Julião ( -2,94 7460±60 7080±70 6160-5 800 QE6/D6, 2C C2

Sac-1802 S. Julião C Venerupis ° 6390±90

QC3 2G Vl decussata

Sac-1803 S. Julião C

QC3 2G V2 ° 7200:1:90 6820:1:100 5B90-554°

. As referências das amostras de conchas marinhas terminam com a inicial do nome latino da espécie, seguida even-tualmente pelos algarismos 1 ou 2. consoante se trata da fracção intermédia ou da fracção interna, respectivamente .

.. Efeito de Reservatório Oceânico: Jap=38o±30 anos (Soares. 1993)

... Segundo Stuiver et ai. (1998) e com base no (AlIB rev 4.3 (Stuiver e Reimer, 1993) .... Datas aberrantes.

(7)

Daqui deriva que, geralmente, a data de que se faz uso é unicamente a determinada a partir da fracção

interna (ver QUADRO 1); a resultante da fracção intermédia serve, apenas, para ajuizar da fiabilidade da

anterior.

Note-se, por outro lado, que valores de Õ13C menores que -4%0 indicam que as conchas serão prove-nientes de um ambiente estuarino com um teor apreciável de água doce ou que as conchas estão con-taminadas por carbonatos (calcite) estranhos à amostra. No primeiro caso, ignora-se habitualmente qual o valor do efeito de reservatório (ver, por exemplo, o caso das datas determinadas para o concheiro de Vale de Romeiras em 50ares,1989, P.72-7S) e, no segundo, a data obtida tem fiabilidade nula.

Observando o QUADRO I verifica-se que as datas determinadas para a área C de S. Julião são de fiabili-dade menor do que as determinadas para as outras áreas. Julgamos que o problema resulta da grande fragmentação da maior parte dos elementos constituintes das amostras e dos restos arqueológicos se encontrarem muito à superfície. Estes factos deverão ter originado fenómenos importantes de dissolu-ção e recristalizadissolu-ção de carbonatos. Na realidade, as conchas apresentavam-se com muitas concreções, constituidas por grãos de areia fortemente aderentes às superfícies, o que é indicativo do atrás é refe-rido. No entanto, os resultados obtidos, que se distribuem entre 7080±70 BP (5ac-1801) e 7270±90 BP(5ac-1721), são coerentes e aceitáveis. Mesmo a data obtida com a amostra de Venerupis decussata,

ligeiramente mais recente que as anteriores é também, em princípio, aceitável, uma vez que a

compo-sição da fauna malacológica recolhida na U.E. 2G é diferente da existente nas outras unidades estrati-gráficas. Deste conjunto de resultados deverá ter-se em atenção os valores determinados para o Õ13C da amostra de conchas de Cerastoderma edu/e colhida, em 1999, no Q E6/D6' os quais indicam conta-minação da amostra ou um ambiente estuarino de águas salobras para o local de colheita da mesma. Curiosamente, a amostra da mesma espécie de moluscos, colhida em 2001 no mesmo quadrado e na mesma U.E., apresenta valores de Õ13C compatíveis com um estuário francamente aberto à influência marinha. Por outro lado, as datas por ela originadas são compatíveis com 5ac-1724, se admitirmos que esta foi obtida a partir de uma amostra de conchas colhidas num estuário de águas salobras, o que expli-caria o valor ligeiramente mais alto que com ela foi determinado. A ser assim, a correcção para o efeito de reservatório Oap=38o±30 anos) que foi aplicada a 5ac-1724, não passa de uma primeira aproxima-ção relativamente grosseira, uma vez que o valor determinado para aquela correcaproxima-ção o foi a partir de conchas marinhas e, por conseguinte, é somente aplicável a este tipo de amostras. Ainda em relação a este conjunto de datas para o núcleo C, é de notar que se considerou como aberrante a data 5ac-1720, tendo em conta não só o que atrás se referiu para os problemas associados às amostras provenientes deste núcleo, mas também devido ao valor (5ac-1796) determinado com a outra amostra de idêntica pro-veniência.

No que se refere às datas determinadas a partir das amostras recolhidas nos núcleos A e B, note-se a excelente concordância entre os valores obtidos com as fracções internas e com as respectivas fracções intermédias, bem como os valores determinados para os õ13 C, o que torna estas datas de elevada fia -bilidade. No entanto, duas datas são nitidamente anómalas. ICEN-1S4, determinada a partir de uma amostra de Ostrea sp., não é aceitável, tal como não eram aceitáveis as diversas datas obtidas a partir de amostras constituídas por esta espécie e que foram objecto de datação pelo radiocarbono no traba-lho de investigação levado a cabo no laboratório de isótopos ambientais do ITN (Soares, 1989, p. tOO,101). A razão para o comportamento observado com este tipo de amostras permanece obscura, embora seja plausível que se deva à constituição "fotiácea" da concha das ostras, o que poderá originar a

incorpo-ração de contaminantes na concha quando da sua formação e a dificuldade de eliminar esses mesmos contaminantes ou outros incorporados enquanto a concha esteve enterrada no solo. A outra data anó-mala, ICEN-84, foi obtida a partir de uma amostra cuja fracção intermédia originou uma data estatisti-camente idêntica a esta, sendo os valores de Õ13C absolutamente aceitáveis para este tipo de amostras, o que torna o resultado obtido de difícil explicação. No entanto, deverá notar-se que a camada F, donde a amostra provinha, é a camada de cota mais baixa do concheiro, a qual está em contacto com a duna de base, e poderá, ao contrário do que se julgava, não estar associada à amostra S. Julião A FI. A ser assim, torna-se razoável admitir que a amostra S. Julião FI C poderá corresponder a uma primeira ocu-pação do concheiro, muito mais antiga do que as outras datadas, e que terá passado despercebida na escavação. Só trabalhos futuros neste núcleo A poderão validar ou não esta hipótese.

(8)

7700

l

A

0_.1

0 1 - .

3. Conclusões

Os três núcleos de S. Julião apresentam problemas de diversa natureza que dificultam uma correcta

inter-pretação do conjunto de datas absolutas obtidas. Para S. Julião A e B existe um claro

deficit

no tipo

de informação publicada e para S. Julião

C.

como já foi referido, os problemas de leitura estratigráfica

relacionam-se fundamentalmente com as agressões post-deposicionais relacionadas com a construção

e demolição de uma construção clandestina.

Apenas numa área limitada da área intervencionada encontramos uma sequência razoavelmente

pre-servada, com um nível conquífero pouco espesso, depositado directamente sobre a duna consolidada

mais antiga e coberto pela duna móvel recente. A extrapolação desta sequência para toda a área

de escavação é assim meramente hipotética, uma vez que a maior parte dos contextos se encontravam

praticamente à superfície. Tal foi o caso das estruturas A e B (e parcialmente a C), que foram objecto de

datação pelo radiocarbono.

Os oito contextos identificados correspondem, assim, a realidades individualizáveis estratigraficamente,

encontrando-se além disso separados fisicamente. O sedimento conservado étodo ele 'sedimentologi

-camente semelhante quanto à coloração e textura. Provavelmente, apenas se conservou o sedimento

"conquífero" agregado às estruturas, desaparecendo todo o nível de ocupação coevo.

Todos os contextos escavados se depositaram directamente sobre a duna consolidada mais antiga e

reflectem uma mesma actividade antrópica (a combustão e o consumo de mariSCO). Contudo,

encon-tram·se diferenças consideráveis quanto ao tipo de estrutura (fogo aberto/lareiras estruturadas) bem

como quanto à sua morfologia. As diferenças são ainda mais marcadas na comparação das presenças

faunísticas, destacando·se a estrutura A na variabilidade das presenças.

A variabilidade morfológica e faunística poderá indicar diferentes cronologias, mas as datas obtidas

para as estruturas A, B e C (U.E. 2A, 28 e 2C, respectivamente) não se distinguem estatisticamente,

enquadrando-se na transição do 7º Milénio para o 6º Milénio a.c. A seriação cronológica intra-povoado

é sempre complexa, mas é provável que não existam grandes desfasamentos cronológicos entre os vários

contextos.

A única data que se distingue claramente do conjunto obtido para S. Julião C é a relativa

à

U.E. 2G. Este

contexto apresentava algumas especificidades quanto à composição faunística (quase integralmente

composta por conchas de Venerupis deCU5sata) e no que se refere à sua integração estratigráfica (cobre

uma área de combustão não estruturada, a U.E. 2H, não assentando directamente sobre a duna conso

-lidada). Também o posicionamento relativo deste contexto é algo distinto, na medida em que,

corres-pondendo à área oeste aberta em 2001, é a que se encontra mais próxima do oceano.

c.JOI

I

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C

~ I IDI~~ ~OIIIJI

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IIIIIJO

I

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0700 1:1700 0 . . 1 se 9.e-1803 SAo_1B01 9 .. 0_1724 9.c_1721 9 .. 0-170& ICEN_1Q7 ICEN-77 ICEN_73 ICEN-H51 lCEN-7B ICEN-103 ICEN_10Q lCEN_17Q

Se a morfologia da ocupação é um indicador

frá-gil (considerada a escassez de contextos

esca-vados para leituras comparativas e atendendo

à

sua natural variabilidade morfológica), a análise

da cultura material poderia colmatar lacunas da

leitura estratigráfica e do programa de datações

absolutas. No entanto, os materiais recolhidos

são quase exclusivamente faunísticos, sendo muito reduzido o número de artefactos

recolhi-dos, conforme foi anteriormente referido. A

escas-sez de artefactos dificulta, assim, qualquer en

qua-dramento cronologico-cultural, uma vez que a

presença antrópica se traduz apenas na reali

za-ção de actividades de combustão e consumo de

marisco sob uma expressão material que perdura

por vários milhares de anos.

Na Fig. 1 estão representadas todas as datas de radiocarbono consideradas aceitáveis. Facilmente

se verifica que os núcleos de ocupação

identifi-Fig. 1-Representação gráfica das datas de radiocarbono calibradas determinadas para os núcleos A, cados em S. Julião são tanto mais recentes quanto

(9)

QUADRO 2

Datas de radiocarbono para os concheiros mesolíticos do Tejo. do Sado e do Mira* Sítio arqueoLógico Ref. de Tipo de amostra Data convencional

Laboratório (BP)

Moita do Sebastião 5a-15 Madeira carbonizada 7350±350

TO-13 1 Ossos humanos 7240±7°

TO-133 72OO±7°

TO-132 718o:!:70

TO-134 716o±80

H-2119/1S46 Madeira carbonizada 708o:!:130

TO-135 Ossos humanos 6810±70

Cabeço da Amoreira HV- 135 1 Madeira carbonizada 7135±6S

5a-195 7030±35°

Cabeço da Arruda TO-3 60 Ossos humanos 6990:!:110

TO-354 6970±60

TO-359a 69 60±60

TO-355 678o±80

Vale de Romeiras ICEN-144 OS50S 7130±110

I(EN-1So Cerastoderma edule 7390±80

ICEN-145 Cerastoderma spp. 7 6 40:!:100

(fracção intermédia)

ICEN-146 Cerasloderma spp. 7350±60

(fracção interna)

Arapouco Q-2492 Cerastoderma (?) 74 20±6S

Cabeço do Rebolador ICEN-'7 6 Cerastoderma spp. 71OO±SO

(fracção intermédia)

ICEN-'77 Cerastoderma spp. 714o±7°

(fracção interna)

ICEN'278 Cerastoderma spp. 7100±60

(fracção intermédia)

Várzea da Mó ICEN-'73 Cerastoderma spp. 711O±So

(fracção intermédia)

Fiais TO-806 Madeira carbonizada 701O±7°

ICEN-103 Cerastoderma edule 7310±7S

+ Patella spp.

ICEN-110 05505 6870±220

TO'70 S Madeira carbonizada 684o±70

Data corrigida"' (BP) 7090±200 70S0±200 704o±80 6840±200 68oo±200 6810±200 6930±90

'As datas apresentadas no Quadro referem·se às primeiras fases de ocupação destes concheiros. As referências biblio-gráficas para as datas em causa são as seguintes: Moita do Sebastião - Meiklejohn et a/.,1986; Soares e Cabral, 1984; Cabeço da Amoreira - Soares e Cabral, 1984; Cabeço da Arruda - Lubell e Jackes, 1988; Vale de Romeiras e Fiais -Soares, 1989; Arnaud, 2000; Arapouco - Arnaud, 1989; Cabeço do Rebolador e Várzea da Mó - Arnaud, 1990, "As datas convencionais de radiocarbono de amostras de conchas marinhas foram corrigidas para o efeito de reservató' rio oceânico subtraindo·lhes o valor 38o±30 anos determinado para a idade aparente, lap' das conchas marinhas que se formaram nas águas costeiras de Portugal Continental (Soares, 1993, 1995). No entanto, para as datas obtidas a partir de conchas colhidas no Sado, em ambiente estuarino com elevada percentagem de água doce (amostras de Vale de Romeiras, Cabeço do Rebolador e Várzea da Mó). utilizou·se para lap o valor de 300t190 anos (Soares, 1989, P.72-7S).

embora possa haver contemporaneidades entre o B e o A e entre este e o C. Note-se, no entanto, que,

a validar-se o que atrás foi dito acerca de ICEN-84. a constatação anterior não é totalmente correcta. Por outro lado, poderá afirmar-se que as ocupações humanas identificadas na praia de S. Julião se prolon-garam por mais de um milhar de anos. Se se aceitar como válida ICEN-84 e tendo em atenção que pró-ximo da Colónia Balnear Infantil foi encontrado, em tempos, um vaso do Neolítico Antigo, que provem possivelmente de um outro núcleo de concheiro, parcialmente destruido pela construção dos edifícios

da Colónia Balnear (Simões, 1999, p.163, Est. 30), então essas ocupações, necessariamente esporádi-cas, tiveram lugar durante mais de dois milhares de anos. Por outras palavras, a área da praia actual de

S. Julião terá começado a ser frequentada por grupos humanos no início do Boreal, podendo-se

(10)

I'

derar os seus núcleos B e A integráveis no Epipaleotítico, enquanto o núcleo C, formado a partir do início do Atlântico, se integrará já no Mesolítico, fases culturais cujos limites, em cronologia absoluta, são, respectivamente, 10000'7500 BP e 7500·6000 BP (Zilhão, 1993). Note·se, além disso, que o núcleo B, é constituido por um nível arqueológico muito pouco espesso, com diversas lareiras, o que representa o tipo de ocupação habitual em áreas junto ao litoral com esta cronologia. Já o núcleo A, formado no final do Boreal, apresenta-se como um concheiro compacto, como se fosse um precursor dos conche i-TOS desse tipo do Mesolítico, o qual, curiosamente, está representado em S. Julião pelo núcleo C que, pese embora as destruições de que foi alvo, se poderá descrever como uma camada arqueológica pouco espessa, com diversas lareiras, isto é, um concheiro formado em área e nâo em altura.

No QUADRO II apresentam·se várias datas de radiocarbono para concheiros do Tejo, do Sado e do Mira. A partir delas é possível concluir da contemporaneidade entre essas comunidades mesolíticas e a do núcleo C de S. Julião. Mas este enquadramento cronológico levanta questões de análise e de conceitos

à

escala regional. Na Estremadura conhece-se relativamente bem o povoamento do Paleolítico Superior, vários sítios do Epipaleolítico e ocupações do Neolítico Antigo. O Epipaleolítico encontra-se rep

resen-tado, fundamentalmente, por sítios de exploração dos recursos aquáticos (como Toledo, Vale Frade, Curral Velho, Magoito, Ponta da Vigia, 5. Julião A e B), situados na costa atlãntica; igualmente no Maciço Calcário Estremenho foram identificadas ocupações nesta mesma faixa cronológica (como a Gruta do

Casal Papagaio ou o sítio do Areeiro). As profundas mudanças climáticas do início do Holocénico

pare-cem ter, assim, despoletado um novo padrão de povoamento, onde os recursos aquáticos assumem par-ticular importância (Araújo, no prelo). Se o Pré· Boreal e o Boreal se encontram bem representados na

Estremadura, o início do Atlântico parece corresponder a uma rarefacção do povoamento, encontrando-se, no entanto, em outras

zonas

como no vale do Mondego e nos vales do Tejo e do Sado. Aparentemente, a

zona

da Estremadura só volta a conhecer uma rede de povoamento nos inícios do Neolítico. Que suce·

deu entâo na última metade do 8º Milénio BP e na primeira metade do 7º Milénio BP? Como tem

suce-dido em outras áreas ou em relação a outras problemáticas, as deficiências de prospecção, a invisibiti-dade do registo arqueológico e, no caso em apreço, devido ao facto de, naquele intervalo de tempo, a posição do nível do mar se situar cerca de 5 m abaixo do nível actual (a transgressão Flandriana ainda não tinha terminado), ser muito possível que alguns dos sítios ocupados se encontrem actualmente debaixo de água, tudo isto poderá estar na origem da imagem esparsa do povoamento mesolítico estre-menho. De qualquer modo, mesmo considerando estes constrangimentos, parece ser de considerar que

existe efectivamente uma contracção do povoamento na Estremadura no Mesolítico pleno.

As datas obtidas para S. Julião C correspondem, pois. a uma faixa temporal até agora desconhecida na Estremadura atlântica, no início do Atlântico. Em termos de cronologia absoluta, S. Julião C poderá

con-siderar-se como contemporâneo das primeiras fases de concheiros como Moita do Sebastião, Cabeço da Amoreira e Cabeço da Arruda, no vale do Tejo, ou Vale de Romeiras, Arapouco, Cabeço do Rebolador e Várzea da Mó, no Vale do Sado.

Note-se, no entanto, que as diferenças existentes entre a composição da fauna malacológica recuperada

no núcleo C de S. Julião (moluscos estuarinos e marinhos) e a dos concheiros atrás referidos (moluscos

estuarinos) resultam, essencialmente, da exploração de nichos ecológicos diferentes. Por outro lado. os

dados recolhidos em S. Julião C configuram uma realidade muito semelhante aos sítios do Boreal e do

Pré-Boreal. A fraca densidade artefactual, o curto espectro faunístico (ausência de fauna mama lógica,

de avifauna, de fauna ictiológica, por exemplo) e a morfOlogia das estruturas identificadas configuram um sítio de curta duração, de exploração especializada, denunciando um modelo de mobilidade logís-tica de um pequeno grupo, tal como é habitual em contextos do Epipaleolítico.

A aparente contradição entre o registo arqueológico e as datas de radiocarbono obtidas poderá reflec-tir apenas as lacunas de informação para a Estremadura atrás mencionadas. O modelo do mesolítico do vales do Sado e do Tejo, com grandes sítios de mobilidade residencial poder-se-á não ter aplicado na Estremadura, permanecendo os mesmos modelos económicos e sociais durante uma larga diacronia.

Por outro lado, e como já foi referido, o concheiro epipaleolítico de Magoito. cuja cronologia absoluta não oferece quaisquer dúvidas (Soares, 2003), é bastante mais antigo do que os identificados em S. Julião. A formação da duna consolidada de Magoito, posterior

à

formação daquele nível arqueológico,

(11)

poderá ter ocorrido na curta fase fria do Pré-Boreal (9500-9000 BP) ou na fase fria e seca do Boreal, que se terá desenrolado entre 8700 e 7500 BP (Daveau

et

01_.1982, p_ 134), isto é, nos períodos do Holocénico em que se verificaram condições climáticas propícias a essa formação_ Ora, em S. Julião, a relação entre

os depósitos arqueológicos e a duna consolidada não nos parece óbvia, como acontece em Magoito.

Embora em Pereira e Correia (1985, p. 330) se escreva: "Na base da vertente, junto

à

Colónia Balnear,

esta formação [acumulação arenosa não consolidada] inclui restos de cozinha (numerosas conchas de

Mytilus e Cardiurn partidas, carvão, calhaus com marcas de fogo, argila cozida, calhaus talhados e frag-mentos de duna consolidada). Este nível domina de cerca de 2 metros a Ribeira do Falcão, sendo

fossi-lizado, a ocidente, pela duna recente", como ainda não se realizaram quaisquer sondagens junto

à

duna recente e devido

à

vegetação que existe no local, não é possível verificar a correlação afirmada por aque-las investigadoras. Note-se, além disso, que, a ser assim, a duna se terá formado já durante o período

Atlântico, quando as condições climáticas eram bastante diferentes das propostas por Daveau e cola-boradores para a formação da duna de Magoito. No entanto, a formação de algumas dunas consolida-das na costa da Galiza parece ter tido lugar em períodos de máximos térmicos do Atlântico, do Sub-Boreal e do Sub-Atlântico (Pazos

et

01.,1994). De qualquer modo, julgamos que a investigação arqueológica e geomorfológica em S. Julião deverá prosseguir, a fim de que esta e outras questões que ainda ali se

colocam sobre a problemática das ocupações humanas, da geomorfologia e das implicações paleoam

-bientais possam ser devidamente equacionadas e resolvidas.

(12)

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Imagem

Fig. 1- Representação gráfica das datas de radiocarbono calibradas determinadas para os núcleos A,  cados em  S

Referências

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