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AS TUAS DORES. As tuas dores mais as minhas dores vão estrangular a opressão. Os teus olhos mais os meus olhos vão falando da revolta

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Academic year: 2021

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(1)

AS TUAS DORES As tuas dores

mais as minhas dores vão estrangular a opressão Os teus olhos

mais os meus olhos vão falando da revolta A tua cicatriz

mais a minha cicatriz vão lembrando o chicote As minha mãos

mais as tuas mãos vão pegando em armas A minha força

mais a tua força

vão vencer o imperialismo O meu sangue

mais o teu sangue vão regar a Vitória.

(2)

SE ME PERGUNTARES Se me perguntares

Quem sou eu

Cavada de bexiga de maldade Com um sorriso sinistro Nada te direi

Nada te direi

Mostrarte-ei as cicatrizes de séculos Que sulcam as minhas costas negras Olhar-te-ei com olhos de ódio

Vermelhos de sangue vertido durante séculos Mostrar-te-ei minha palhota de capim

A cair sem reparação Levar-te-ei às plantações Onde sol a sol

Me encontro dobrado sobre o solo Enquanto trabalho árduo

Mastiga meu tempo

Levar-te-ei aos campos cheios de gente Onde gente respira miséria em toda a hora Nada te direi

Mostrar-te-ei somente isto E depois

Mostrar-te-ei os corpos do meu Povo Tombados por metralhadoras traiçoeiras, Palhotas queimadas por gente tua

Nada te direi

(3)

QUE FAZER, MÃE?

Que fazer, Mãe?

das almas tremendamente destruídas na podridão ignóbil

do sofrimento Que fazer, Mãe

das totrturas terrivelmente particadas sobre o corpo negro

do teu filho amado? Que fazer, Mãe dos insultos imundos infamemente perpetrados no coração d'África sensível? Que fazer, Mãe

das violações selváticas horrivelmente suportadas pelas belas virgens, filhas tuas? Que fazer, Mãe

de toda a baixeza humana camuflada no civismo cínico despejada no seu coração? Armando Guebuza

(4)

OS TAMBORES CANTAM

Os tambores cantam

na noite escura de minha Mãe e os sorrisos belos excitam a Lua para aparecer.

Os tambores batem convulsos na noite da Mãe África e as canções nervosas fustigam a Lua p ̓ra aparecer.

O shingombela vivo soa enérgico na noite quente desta terra e as ancas das danças

bamboleiam-se.

O chigubo guerreiro vibra

no luar pálido da noite africana e as lanças negras brilham como a mamba provocada.

O n ̓hlama bélico estala no ventre escravo da África o ntima sagrado ecoa ânsia da África liberta.

O grito guerreiro estrondoso

ruge na nossa terra e a bandeira verde e vermelha

rasga-se de medo infindo!

(5)

VI-TE EM SONHOS COMO ÉS

Vi-te em sonhos como és

e senti a tua beleza quando despida completamente

dos cinismos a que te obrigaram estrangeiros

em nome da civilização!

Cavam-te constroem monstros vazios,

insultam teus filhos e tu, ó África

sofrendo essa dor insana de veres roerem tuas estranhas de veres ferirem teu ser!...

E com sorrisos obtusos com caras de amigos dizem que te fazem favor

que te dão de comer

enquanto ó África Mãe

de ti tudo arrancam de ti tudo roubam.

Mas agora não, África sagrada!

Se durante séculos infindos mataram teus filhos amados,

maltrataram teus filhos de fome

TUDO ACABA HOJE. Hoje

a morte que tomba sobre nós é p ̓ra te dar de comer.

E parar

travar para sempre

a violação do teu ventre sagrado a hipocrisia de estrangeiro no teu solo e trazer enfim

o regresso a ti mesma!

20 de abril de 1966

(6)

FALAVAM PORTUGUÊS

Falavam português e ele não entendia “preto, sacana, burro”!

Bateram nele como a um saco de areia e gritou ate perder a voz

“preto, sacana, burro”!

Falavam português e ele não entendia.

Pauladas, chicotadas, estalaram na sua pele negra

chicote de fios de bomba de carro sulcou suas costas

“sacana, burro, selvagem”!

Murros choviam tremendos

murros de coices verdadeiros coices de touro

viraram ainda mais negra sua pele preta.

Murros, pauladas e depois

zumbiu a Santa Piedade

palmatória grossa como um tronco, lisa como casca de embondeiro.

Palmatória, esse bocado inventado pelos lusos como o inferno pintado pelos padres

(7)

OH MÃE ÁFRICA DE NEGROS GUERREIROS (1ª versão)

Oh Mãe África de negros guerreiros cantando e dançando à voz do xicuembo!

Oh, Mãe África dos negros de ébano correndo e caindo ao som do chigubo!

Oh Mãe África de rios saltando com ossinhos brancos a falarem xindau!

Oh, Mãe África de mares azuis e verdes Oh, Mãe África excelso ventre de guerreiros!

Negros e fortes de lança na mão

p ̓ra vencer brancos cínicos…

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