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PROPOSTA DE UM MODELO MATEMÁTICO PARA MENSURAÇÃO DOS CRÉDITOS DE CARBONO DA SUINOCULTURA BRASILEIRA

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PROPOSTA DE UM MODELO MATEMÁTICO PARA MENSURAÇÃO DOS CRÉDITOS DE CARBONO DA SUINOCULTURA BRASILEIRA

Maria Kalyane Duarte Monteiro

Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG kallyanne_duarte@hotmail.com

Allan Sarmento Vieira

Doutor em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG Professor da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

allan.sarmento@ufcg.edu.br

Jônica Marques Coura Aragão

Doutora em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Del Museo Social Argentino – UMSA Professora da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

jonicamca@gmail.com

Jardel de Freitas Soares

Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Del Museo Social Argentino – UMSA Professor da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

jardel.soares@uol.com.br

RESUMO

O objetivo principal desta pesquisa é desenvolver um modelo quantitativo que permita a mensuração dos créditos de carbono (CO2), tendo como base projetos de desenvolvimento limpo (biodigestores) que levem em consideração

as peculiaridades climáticas de uma determinada região do Brasil. Devido às mudanças climáticas, esse tema vem ganhando cada vez mais relevância nos diferentes setores da sociedade, principalmente na atividade da suinocultura brasileira que é responsável pelos altos índices de emissão de gases poluentes na atmosférica, devendo ser mensurados e diagnosticados por meio de modelos matemáticos parcimoniosos e precisos. É sabido que não é uma tarefa fácil de mensurar e monitorar variáveis ambientais. Com o modelo proposto, foi feita uma simulação, por intermédio de cenários idealizados, comparando com o modelo das Nações Unidas (ONU), a fim de averiguar a sua eficácia numérica. Em seguida, foram selecionadas duas granjas, sendo uma na região Sul e a outra na região Nordeste, com intuito de validar a metodologia proposta. Os resultados mostraram que o modelo desenvolvido é uma proposta parcimoniosa, por utilizar apenas três variáveis de decisão, e preciso por considerar as peculiaridades de uma região (pressão atmosférica, quantidade de dejetos e temperatura), já que as mesmas influenciam no processo de produção do biogás. Acredita-se que o modelo desenvolvido é uma ferramenta para gestão ambiental das instituições públicas e privadas, que buscam a geração de informações confiáveis sobre a quantidade de créditos de carbono para serem negociados em Bolsas de Valores.

Palavras-chave: Gestão ambiental; Modelo matemático; Mudanças climáticas; Projetos verdes.

MOTION FOR A MATHEMATICAL MODEL FOR MEASUREMENT OF CARBON CREDITS BRAZILIAN SUINOCULTURA

ABSTRACT

The main objective of this research is to develop a quantitative model that allows for the measurement of carbon credits (CO2) from clean development projects (bio-digesters) that takes in consideration the climatic peculiarities of is a particular region of Brazil. Due to climate change, that theme gains more and more importance in the different sectors of society, mainly in pig farming activity, which is responsible for high rates of emission of polluting gases in the atmosphere, and should be measures and diagnoses across models accurate thrifty mathematicians. It is known that is not an easy task to measure and monitor environmental variables. With the proposed model hand, a simulation was made through idealized scenarios, as compared to the model of the United Nations (UN), in order to verify its effective. Then were selected two farms, being one in the South and the other in the northeastern region, in order to validate the proposed methodology. This results showed that the model developed is a proposal to parsimonious, only three variables and need for considering the peculiarities of a region (atmospheric pressure, amount of waste and temperature), since the same influence in the process of biogas production. The credits-if the model developed is an indispensable tool for environmental management of public and private institutions, seeking the generation of reliable information on the amount of carbon credits to be traded on the stock exchanges.

Key words: Changes climate; Environmental management; Mathematical model. Projects green1

RGSA – Revista de Gestão Social e Ambiental ISSN: 1981-982X

DOI: 10.5773/rgsa.v9i1.1017 Organização: Comitê Científico Interinstitucional Editor Científico: Jacques Demajorovic

Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS Revisão: Gramatical, normativa e de formatação

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Proposta de um modelo matemático para mensuração dos créditos de carbono da suinocultura brasileira

INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos, as discussões sobre o aquecimento global ganharam força, nas diferentes áreas do conhecimento, devido à pressão nefasta feita pelo homem sobre os recursos naturais e a crescente linha da população que vem demandando, consequentemente, um aumento exponencial na produção de alimentos. Para Santos et al (2011), a redução dos gases, que contribui para a formação do efeito estufa no meio ambiente, é uma preocupação hoje de todo o planeta. Conscientes da gravidade, vários países estão se mobilizando na busca de medidas corretivas e preventivas que venham alinhar, de forma sustentável, o crescimento econômico, o bem-estar do meio ambiente e equidade social.

Conscientes dessa gravidade, várias empresas e países estão se mobilizando na busca de medidas corretivas e preventivas que venham alinhar, de forma sustentável, o crescimento econômico, o bem-estar do meio ambiente e a equidade social. No entanto, ainda hoje existem empresas que utilizam os recursos naturais, muitas vezes não-renováveis, direta ou indiretamente, para dar continuidade aos seus processos produtivos de forma exponencial, enquanto as soluções para minimizar os danos ambientes causados evoluem de forma lenta.

Foi pensando em soluções para minimizar os problemas ambientais, que foram estabelecidos pelo Protocolo de Kyoto três mecanismos que auxiliam na redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE). Entre estes mecanismos, destaca-se o que está em foco nesta pesquisa, chamado de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que permite que um país desenvolvido invista e/ou financie projetos sustentáveis em países em desenvolvimento como forma de cumprirem os compromissos assumidos. Os projetos desenvolvidos nestes países proporcionam reduções de emissões de gases do efeito estufa que tem equivalência em créditos de carbono (Godoy, 2010).

Segundo Bastos Alves et al (2008), a grande motivação na elaboração de projetos de desenvolvimento limpo se dá pela determinação do custo marginal utilizado pelas empresas para minimizar toneladas de gás carbono (CO2) emitidos para a atmosfera pelos países desenvolvidos,

quando comparado com os países em desenvolvimento. Para Marcovitch (2006), os custos das alterações climáticas podem chegar a 5% do PIB do Global todo ano. Com base nessa informação, já existem, no mundo e no Brasil, diversos projetos verdes voltados para a obtenção de créditos de carbono, merecendo destaque a tecnologia dos biodigestores utilizados na suinocultura. Esse tipo de dejetos possui um alto poder de poluição (comparados aos dejetos domésticos) e a liberação de altas concentrações de gás metano (CNH4) para atmosfera (digestão das bactérias). A construção dos

chamados biodigestores é a saída mais eficiente no tratamento dos efluentes, controle das emissões de gás metano e na produção de adubo orgânico, além disso, possuem baixo custo de instalação.

Estudos feitos por Bernstorff (2009) mostrou que esses projetos são necessários para a suinocultura brasileira, já que contemplam os aspectos ambientais e econômicos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e são viáveis para as condições climáticas do Brasil. Além disso, produzem a sustentabilidade desejada e uma boa rentabilidade financeira para empresas.

É notório que o tratamento numérico (modelos quantitativos), a organização das informações (contabilidade), a economia para o meio ambiente e a dinâmica da realidade local (instituições) são variáveis de difíceis mensurações e devem ser consideradas num processo de tomada de decisão que visam o desenvolvimento competitivo e sustentável das organizações. Segundo Faur et al (2004), o que se espera de uma empresa, que provoque danos ambientais, é que se tenha, pelo menos, a preocupação e a ação de recuperar o nicho degradado e divulgar informações relativas ao seu desempenho ambiental, visando, consequentemente, o bem-estar do local. Aliás, não só isso, mas também que ela tenha a preocupação de prevenir, evitando os problemas futuros ambientais.

Sun et al (2013) apresentaram um modelo matemático para avaliar a fuga de dióxido de carbono, considerando as incertezas que são obrigatórias em projetos verdes de sequestro de CO2 na

estrutura geológica do solo. Os resultados mostraram que são necessários investir numa rede de monitoramento e de detecção de fontes de fugas. Já Leal et al (2013) desenvolveram um modelo

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matemático para calcular o equilíbrio dos sistemas de CO2 em rochas em alta temperatura, pressão e

salinidade. Os resultados mostraram que o método é flexível e geral, suficiente para que o cálculo possa ser personalizado com uma combinação de modelos termodinâmicos (físicos) que são apropriados para o problema de interesse.

Segundo o programa GHG Protocol do World Resources Institute (2013), a maioria dos modelos matemáticos utilizados na mensuração dos gases do efeito estufa, que resultou nos créditos de carbono, se baseia no relatório do IPCC Guidelines 2006 que é bastante complexo e que tais fatores de emissão dependem de cada tipo de clima, sistema de manejo, entre outros. Sendo que a utilização destes fatores não está de acordo para a realidade brasileira.

Assim, o objetivo geral desta pesquisa é desenvolver um modelo quantitativo, de fácil utilização, que permita a mensuração dos créditos de carbono após a instalação de biodigestores, levando em consideração as peculiaridades climáticas de uma determinada região. Tal cuidado faz com que a elaboração de projetos de desenvolvimento limpo no Brasil, sejam menos intuitivos, além de facilitar, consequentemente, a evidenciação dos créditos de carbono adquiridos com a implementação de projetos verdes para suinocultura brasileira.

Para tanto, esta pesquisa encontra-se dividida em cinco seções: a primeira, é composta pela introdução; em seguida, está à fundamentação teórica; a terceira seção, contém detalhes da metodologia adotada; a quarta etapa, apresenta os resultados e discussões. Contudo, a quinta seção, traz as considerações finais e as contribuições científicas.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A problemática ambiental é uma questão bastante complexa e deve ser analisada de forma interdisciplinar e integrada, podendo ser dividida em dois tipos. Para Martine (1993), o primeiro tipo envolveria a problemática global como: a perda de biodiversidade, o efeito estufa, buraco da camada de ozônio, entre outros. Enquanto o segundo tipo trataria da problemática local, tais como saneamento básico, agricultura, condições inapropriadas de urbanização, etc.

Várias pesquisas vêm sendo desenvolvidas na busca de harmonizar o crescimento econômico com as questões do meio ambiente. A preocupação é que o consumo emerge de forma exponencial, enquanto as soluções para minimizar os danos ambientes evoluem numa plataforma aritmética. A Intergovernmental Panel on Climate Change em 2007 afirmou que o desenvolvimento de metodologias eficientes pode melhorar as etapas da gestão ambiental. Com relação ao manejo dos dejetos, as restrições estão na disponibilidade de capital e na seleção ou no desenvolvimento de modelos apropriados e sustentáveis (Zanette, 2009).

O Brasil exporta para o mundo cerca de 30% de sua produção de carne suína, ocupando hoje a quarta posição, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos e União Europeia (Cepea, 2006). Segundo Ibge (2013), o abate de suínos registrou um aumento de 5,3% no primeiro trimestre deste, isto em números corresponde a 8,615 milhões de suínos abatidos, apresentando um novo recorde histórico de produção. Bernstorff (2009) mostrou que os projetos são necessários para suinocultura brasileira, já que contemplam os aspectos ambientais e econômicos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e são viáveis para condições do Brasil. Além disso, devem produzir a sustentabilidade desejada e uma boa rentabilidade financeira.

Kunz et al (2009) afirmam que, em algumas regiões do Brasil, existe excesso de dejetos suínos devido a capacidade de suporte do solo, que, nestes casos, é necessária para o desenvolvimento de tecnologias para exportar ou tratar esses efluentes. Tecnologias para o tratamento desses tipos de dejetos, estão sendo desenvolvidas, levando em consideração o ponto de vista econômico e técnico (biodigestores) a fim de otimizar os processos e dar alternativas tecnológicas para os produtores a fim de reduzir o impacto ambiental.

Além do desenvolvimento e instalação das tecnologias sob estes pontos de vistas, ainda é necessária a idealização de modelos matemáticos precisos que venham representar a realidade de uma região e proporcionar a evidenciação de informações confiáveis.

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Proposta de um modelo matemático para mensuração dos créditos de carbono da suinocultura brasileira

Donoso-Bravo et al (2011) fizeram uma revisão onde foram discutidas diferentes estruturas de modelagem para estimação de parâmetros e a validação de modelos, que permitiu observar a existência de uma vasta aplicação destes modelos, mas de difícil aplicação, sendo necessário um conhecimento prévio e dados coletados em campo.

Segundo Lima (2011), vários modelos foram desenvolvidos com o intuito de minimizar os impactos negativos provocados pela suinocultura no Brasil e no mundo, apesar de versáteis, entretanto, alguns parâmetros precisam ser reavaliados ou constituídos para uma melhor adequação as condições reais. Parâmetros, tais como a quantidade de dejetos e o peso do animal, entre outros, são utilizados como valores padronizados nos projetos de MDL que representam uma realidade geral e diferente.

2.1 Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)

Segundo Montaud e Pécastaing (2015), o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é uma ferramenta de regulamentação imprescindível, prevista no Protocolo de Kyoto, para a luta contra as alterações climáticas, além disso constitui numa importante oportunidade de investimento nos países em desenvolvimento e de transferência de tecnologia. O funcionamento do MDL permite que os países do Anexo I (industrializados) façam investimento estrangeiro direto com um menor custo para os países do Não-Anexo I (em desenvolvimento), por meio de certificados de emissão (créditos de carbono) que serão concedidos na proporção das reduções alcançadas dos gases do efeito estufa.

Este mecanismo traz para os países em desenvolvimento a oportunidade de implementação de projetos de controle de emissões e que contribuem com o desenvolvimento sustentável, bem como geram para esses países emergentes um retorno financeiro com a venda dos produtos originados desses projetos de MDL, os chamados créditos de carbono. Para Daskalakis, Psychoyios, Markellos (2009 apud Carmona, 2013), o volume de créditos de carbono negociado em todo mundo, em 2007, ultrapassou US$ 50 bilhões, enquanto a safra de trigo para o mesmo período nos Estados Unidos chegou a cerca de US$ 11,5 bilhões. Apesar de ser considerada uma temática recente, pode-se dizer que o crescimento desse mercado já é bem notório, induzindo a um crescimento também significativo de suas receitas.

A Agência Ambiental Alemã (2014) elencou alguns benefícios que o MDL pode gerar caso seja implementado, entre os quais podemos citar: dá a garantia ao mercado à aprovação e a integridade dos projetos de compensação dos gases do efeito estufa; dá aos desenvolvedores dos projetos uma padronização exigida pelo mercado na busca de financiamento; e dá uma oportunidade para os poluidores contribuírem com o desenvolvimento sustentável.

Ferreira e Ribeiro (2013) acreditam que o MDL é uma proposta que beneficia somente os países do Anexo I a poluírem cada vez mais, e que é um jogo só de compensação, porque permite que os poluidores do mundo rico passem a responsabilidade da redução das emissões para as fábricas dos países em desenvolvimento. Do ponto de vista científico, eles afirmam ainda, que não é possível verificar se os créditos de carbono provenientes de tais projetos serão eficazes do ponto de vista climático, recomendando uma avaliação específica para nenhum consultor ou contabilista fazer qualquer afirmação sem base sobre o assunto.

2.2 Projetos para sequestro de carbono

Segundo Ferreira (2006), os projetos para sequestros de carbono podem ser divididos em três fases: a primeira, trata dos investimentos no projeto, ou seja, compreende a contabilização dos gastos com pré-operacionais, reconhecidos no ativo diferido. Após a finalização do projeto, o total deve ser transferido para o Ativo Permanente; a segunda fase, se inicia com o sequestro de carbonos, seguindo todo mecanismo proposto pelo protocolo de Kyoto. Enquanto o certificado não é emitido, há de se reconhecer o fato de que a empresa esteja prestando um serviço ambiental e

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deve ser reconhecido no ativo circulante. No caso do Brasil, a negociação é feita na bolsa de valores e o valor deve ser reconhecido como custo de serviço. Quando tiver dúvidas sobre as possibilidades de emissões de certificados, a saída são as notas explicativas que devem conter quantidades de carbonos sequestradas, o estágio de emissão e preço médio de carbono na data do período relatado; a terceira, trata da venda do certificado: sua baixa deveria ser reconhecida pelo valor de custo de serviço de sequestros e a receita pelo valor da venda do título, obtendo-se o resultado da operação. As contas sugeridas são a receita de venda de certificados de reduções de emissões e o custo do serviço de sequestro de carbono.

Acredita-se que o grande problema é mensurar o ativo e passivo ambiental, por serem consideradas na contabilidade ambiental como variáveis intangíveis. A literatura mostra, por meio de vários exemplos, que no caminho para obter valores precisos das variáveis ambientais é necessária a utilização de técnicas de modelagem (modelos matemáticos) e o monitoramento em campo.

2.3 Crédito de carbono

Segundo a definição de Duarte (2008), o crédito de carbono é uma autorização que dá o direito de poluir, ou seja, as agências reguladoras ambientais emitem certificados autorizando emissões de toneladas poluentes na atmosfera, entretanto, as empresas que terão prioridade são as que mais poluíram no país e a partir disso são estabelecidas as metas de redução da poluição.

É por meio do Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (Cemdl) que se verifica e emite as certificações de reduções de carbono, que devem ser monitorados tempo a tempo da seguinte forma: verificar se o plano de monitoramento das atividades está sendo cumprido; auditar os dados e as informações a fim de averiguar as reduções; certificar se a redução está de acordo com o projeto e solicitar as certificações (FBB, 2010). É importante lembrar que os certificados de redução de emissão de carbono não constituem como um serviço, mas uma

commoditie ambiental, que pode ser comprada para obter o direito de poluir.

Assim, com o advento do protocolo de Kyoto, o mercado de créditos de carbono foi a forma encontrada pelas Nações Unidas para reduzir os impactos negativos devido à poluição dos sistemas ambientais pelas cadeias produtivas estabelecidas pelo homem. Esses créditos são considerados como commodities e podem ser vendidos no mercado de ações nacional e internacional. É importante lembrar que esses certificados têm como base um Projeto de Desenvolvimento Limpo (PDL).

2.4 Suinocultura versus projetos verdes

No ranking dos PLD, a atividade da suinocultura encontra-se num percentual de 21% do total dos projetos desenvolvidos e a sua inovação está na possibilidade de tratamento dos dejetos gerados pelos porcos. Antigamente, o tratamento deste tipo efluente era feito por meio das lagoas anaeróbicas (lagos abertos) que liberam o gás metano direto para a atmosfera. Com o passar do tempo, foi desenvolvida uma nova tecnologia chamada de biodigestores anaeróbicos. Nestas infraestruturas, o metano é capturado e canalizado para ser utilizado como energia. De quebra, os biodigestores podem gerar uma renda adicional aos produtores rurais, com a negociação de créditos de carbono. Cada metro cúbico de dejeto suíno gera um quilowatt de energia (Cavalcanti, 2011).

A tecnologia da biodigestão permite o aproveitamento integral do esterco animal. Com um manejo e uma instalação adequada é possível integrar ao processo produtivo da criação do animal, proporcionando vários benefícios, entre eles podemos citar: saúde animal; produção de biogás e adubo orgânico. Os americanos estão adotando várias políticas de incentivo na produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, entre elas, a instalação de biodigestores (Vachon, 2006). Dos 235 projetos aprovados pela Comissão Interministerial de Mudança Global de Clima (Cimgc) em 2013, foram encontrados, no momento desta pesquisa, 38 projetos brasileiros no ramo da suinocultura.

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Proposta de um modelo matemático para mensuração dos créditos de carbono da suinocultura brasileira

3 METODOLOGIA

Este trabalho a ser realizado pode ser classificado como exploratório e descritivo, com pesquisa de campo, pelo fato de envolver pesquisa bibliográfica, estudo de caso e ainda estabelecer relações entre variáveis. As observações serão estabelecidas de forma direta, porque se utilizam de instrumentos com finalidade de obter dados que evidenciaram o alcance dos objetivos propostos. Para Silva e Menezes (2001), a pesquisa descritiva tem como objetivo principal descrever as características de determinada população ou fenômeno, bem como o estabelecimento de relações entre variáveis, usando-se da coleta de dados ou qualquer modalidade de tratamento ou evidenciação no estudo.

Para o desenvolvimento da pesquisa, optou-se pelo método hipotético-dedutivo. Esta opção se justifica, porque o método escolhido permite o pesquisador propor uma hipótese e parte, por meio da dedução, para sua comprovação ou não. Segundo Poper, K. e Gil (1994), só o conhecimento é insuficiente para explicar uma determinada situação e explicar as dificuldades do problema, por isso são formuladas hipóteses que inferem as consequências a serem falseadas ou a confirmar a hipótese, que é o caso do hipotético-dedutivo.

Para Neves (1996), a abordagem dos métodos de investigação pode ser classificada como quali-quantitativa, já que apresentam características contrastantes quanto à forma e ênfase, embora não sejam excludentes. Esta classificação não significa que se deva optar por um ou outro. O pesquisador pode, ao desenvolver o seu estudo, utilizar os dois, usufruindo, por um lado, da vantagem de poder explicitar todos os passos da pesquisa e, por outro, da oportunidade de prevenir a interferência de sua subjetividade nas conclusões obtidas. Com base neste contexto, as informações levantadas e analisadas com relação ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo são: artigos, livros,

sites, demonstrações ambientais e financeiras de empresas que tenham projetos verdes, entre outros.

Para colocar em ação os objetivos específicos propostos, foi feita, inicialmente, uma pesquisa bibliográfica e exploratória para entender os conceitos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e entender as principais variáveis utilizadas no modelo matemático das Nações Unidas, que mensuram as emissões evitadas de carbono na atmosférica e observar se o mesmo leva em consideração a representação da dinâmica de cada região.

Assim, inferiu-se a seguinte hipótese: “Será que o modelo da Organização das Nações Unidas (ONU) para calcular os certificados de reduções de emissões de carbono (créditos de carbono) na atividade suína, considera as peculiaridades de cada região brasileira?”

Com o intuito de averiguar se esta hipótese é verdadeira ou falsa, foi feito um estudo dos fatores e variáveis do modelo, se estes levavam em consideração as peculiaridades de cada região (temperatura, peso do animal, produção de esterco, tipo de alimentação, pressão do local) e, após análise, percebeu-se inicialmente que o peso do animal estava sendo superestimado em algumas categorias. Assim, decidiu-se que seria interessante propor um novo modelo quantitativo que leve em consideração a variabilidade climática de cada região e que a modelagem fique mais próxima da realidade brasileira. Em seguida, foram feitas simulações a fim de verificar a eficiência e eficácia do modelo. Com a coleta dos dados das granjas, o próximo passo foi a validação do modelo. A atividade suína foi escolhida pelo fato de que os dejetos dos porcos são altamente poluentes, em comparação aos dejetos bovino, ovino, etc. Além disso, As granjas no Sul e a outra no Nordeste foram selecionadas porque representam realidades climáticas diferentes (frio e quente).

Após a validação, o modelo desenvolvido permitirá a mensuração dos créditos de carbono em tonelada por ano (ton/ano), provenientes de atividades suínas, dando subsídios para a elaboração de projetos verdes menos intuitivos e que se aproximem da realidade de cada região. Após uma análise minuciosa na literatura, foi observada a utilização de vários modelos quantitativos em diferentes trabalhos para mensuração dos créditos de carbono, dos quais merece destaque o das Nações Unidas (ONU) que serve como base para a elaboração dos projetos verdes. No entanto, esse modelo é robusto, ou seja, requer o monitoramento de várias variáveis ambientais, fugindo do princípio da parcimônia que é obter uma modelagem matemática com a menor quantidade de variáveis possíveis e

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que represente, de forma precisa, a realidade. Assim, inicialmente, foram tomados, como base, para construir o novo modelo matemático para suinicultura brasileira, os dados da tabela 01 que nos fornece a produção diária média da biomassa pelos ativos biológicos dos suínos da realidade brasileira.

Tabela 1 - Valores de conversão para os dejetos suínos

Origem do animal Kg de esterco médio (dia.

unidade geradora)-1

Kg de biogás (Kg de

esterco-1) Concentração de Metano

Suínos 2,25 0,062 66%

Fonte: Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), adaptado por Colatto e Langer (2011)

Com o intuito de detalhar o ativo biológico analisado, especificou-se a quantidade de esterco produzida pelos ativos biológicos nas suas diferentes fases de maturação, conforme apresentado na tabela 2 a seguir:

Tabela 2 - Estimação do peso médio de dejetos nas diferentes fases de maturação

Ativo Biológico Esterco (Kg/dia)

25 a 100 kg 2,30

Porcas em reposição, cobrição e gestantes 3,60

Porcas em lactação 6,40

Macho 3,00

Leitões 0,35

Fonte: Oliveira (1993, adaptado para dados da pesquisa (2014)

Foi considerado ainda que a produção de biogás cresce de forma proporcional à massa de dejetos colocada no biodigestor, obtendo, consequentemente, uma função linear a partir da figura 1. A equação de tendência obtida deste processo, estima a quantidade de dióxido de carbono em toneladas por ano, em razão da massa de dejetos de um conjunto de animais. É importante lembrar que o fato de o Brasil ser um país de clima tropical favorece ciclos biológicos que promovem a degradação anaeróbia em diferentes temperaturas e pressões (Colatto e Langer, 2011). Por isso, seria importante levar em consideração na função obtida, as diferenças climáticas existentes entre as regiões brasileiras, pois estas influenciarão no resultado final dos projetos desenvolvidos em regiões diferentes, ou seja, o produto de uma biodigestão no Sul do país tende a ser menor quando comparado com uma região mais quente.

Assim, foram levadas em consideração algumas dessas características (temperatura e pressão atmosférica) como fundamentais para serem analisadas no estudo, já que as mesmas influenciam na produção de biogás. Primeiramente, ficou determinado que a massa específica do biogás fosse calculada em toneladas, de modo que se tenha a quantidade de créditos de carbono obtidos por meio da produção do biogás originada da biodigestão dos dejetos suínos, já que um crédito corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono.

Figura 1 - Produção de biogás pela quantidade de esterco suíno

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Proposta de um modelo matemático para mensuração dos créditos de carbono da suinocultura brasileira

Utilizando a função de tendência obtida pela figura 1 com a equação 1 foi obtido o modelo quantitativo que muitos acreditam que seja parcimonioso e preciso porque consideram as peculiaridades das diferentes regiões do Brasil. Assim, a correção do volume de biogás será feita pelas condições normais (CNTP), onde a pressão é 1 atm e a temperatura, 293,15 K, com base no trabalho de Caetano (1985), onde se verifica pelo fator de compressibilidade (Z). Para tanto, Santos (1997) descreveu que a correção do volume de biogás segue a Equação 1 das leis de Boyle e Gay-Lussac:

(01) onde:

V0 - volume de biogás corrigido nas CNTP; P0 - pressão do biogás na CNTP, 10332,72 mm H2O; T0

- temperatura do biogás na CNTP, 293,15 K; V1 - volume de biogás nas condições de leitura; P1 -

pressão de biogás no gasômetro, mm de água; T1 - temperatura do biogás no instante da leitura, K.

Com o intuito de validade do novo modelo, foi feito uma comparação com o modelo de Emissões de CH4 proposto pelas Nações Unidas (Unfccc, 2010), conforme a equação 2 a seguir:

(02) onde:

BECH4, y - Emissões de metano da linha de base no ano y (tCO2e); GWPCH4 - Potencial de

Aquecimento Global (GWP) do CH4 (21); DCH4 - Densidade16 do CH4 (0,00067 t/m³ em

temperatura (20º C) e pressão de 1 atm); UFb - Fator de correção do modelo para contabilizar as

incertezas (0,94); LT - Índice para qualquer tipo de animais (frango, gado, suíno, entre outros); MCFJ

- Fator de conversão de metano (MCF) anual para o sistema j de manejo dejetos animais da linha de base. Os valores de parâmetro determinados para um sistema de manejo de dejetos específico foram obtidos de valores padrão do IPCC; J - Índice para o sistema de manejo de dejetos animais; BO,LT -

Potencial máximo de produção de metano dos sólidos voláteis produzido por um tipo de animal LT (m³CH4/Kg VS); VSLT,y - Sólidos voláteis dos animais LT que entram no sistema de manejo de

dejetos J no ano y (biomassa seca, kg MS/animal/ano); NLT,y - Número médio anual de animais do

tipo LT no ano y (números); MS%Bl,J - Fração de biomassa tratada no sistema de manejo de dejetos

animais da linha de base (100%).

Assim, as emissões evitadas serão calculadas pela seguinte equação 03:

(03) sendo que: BELCH4, y - emissões evitadas em toneladas por ano.

Esse modelo AMS–III. D Versão 14 foi aprovado pela Convenção das Nações Unidades para suinocultura. Por meio dele, é possível estimar a quantidade em tonelada de gás carbono num determinado período. O modelo (BECH4,y) foi desenvolvido com o intuito de estimar a quantidade de

gás carbono que deixa de ser emitida na atmosfera pela liberação de dejetos suínos, de modo a contribuir com o efeito estufa.

No entanto, como todo sistema, os biodigestores também podem apresentar falhas no seu processo natural, a sua eficiência não necessariamente atinge os 100%. Por esse motivo, foi preciso levar em consideração as possíveis perdas de gases poluentes para a atmosfera, e, como recomendado

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pela FBB, esse percentual girou em torno de 27%. Considerando essas perdas, o resultado nos deu as emissões evitadas de carbono em toneladas no ano (BELCH4,y) (FBB, 2010). Como no Brasil não

existem dados comprovados para usar o modelo recomendado, foram utilizadas as informações fornecida pelo IPCC (Guidelines for National Inventories, 2010) em seu volume 4 para suinocultura, conforme mostrado na tabela 4 a seguir:

Tabela 4 - Dados fornecidos pelo IPCC 2006 para projetos da suinocultura

ANIMAIS Peso Médio (kg) VS (kg/dia. cabeca) B0 (m³CH4/ kgVS) D CH4 (t/m³) UF N em dias MC F MS (%) Terminações 0 0,0000 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Leitões Creche 16 0,0960 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Leitões Maternidade 4 0,0240 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Matrizes Maternidade 230 0,5343 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Matrizes Imaturas 230 0,5343 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Matrizes Gestação 230 0,5343 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Matrizes em Descanso 230 0,5343 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Matrizes Adultas 230 0,5343 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Marrãs Crescimento 0 0,0000 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 Machos/Rufões 330 0,7667 0,45 0,00067 0,94 365 0,76 100 TOTAL 3,5582 Fonte: IPCC (2006)

4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 Modelo quantitativo proposto

O novo modelo quantitativo para estimar os créditos de carbono na suinocultura brasileira foi obtido utilizando técnicas de regressão linear simples e o modelo físico dos gases ideais das leis de Boyle e Gay-Lussac que permitiu levar em consideração a temperatura e a pressão média do local. Assim, foi obtido, como resultado, a seguinte equação, considerando as peculiaridades climáticas de uma determinada região.

Analisando e comparando o novo modelo obtido, representado pela equação 4, com a metodologia matemática proposta pela Organização das Nações Unidas, é notório que a nova proposta incorpora o princípio da parcimônia, já que utilizam somente três variáveis de decisão, sendo duas delas relacionadas com as condições climáticas da região e de fácil monitoramento. O próximo, a seguir, é validação, assim foram escolhidas duas granjas, sendo uma situada na região nordeste a outra na região sul.

(04) sendo que:

M0 - a quantidade de dióxido de carbono em toneladas por ano; Qe - quantidade de dejetos produzido

por um conjunto de suínos em Kg; P1 - pressão média atmosférica do local em atm; T1 - temperatura

média do local.

4.2 Caracterização da empresa

A Granja São Roque fica localizada no município de Videira, estado de Santa Catarina, na região Sul do Brasil, onde desenvolve um programa de aprimoramento e melhorias em seus sítios:

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Proposta de um modelo matemático para mensuração dos créditos de carbono da suinocultura brasileira

Granja São Roque I (SRI), Granja São Roque II (SRII) e Granja São Roque III (SRIII), de criação de suínos com objetivo de crescer de maneira sustentável.

A Granja São Roque desenvolve um Sistema de Manejo de Dejetos de Suínos (Smds) que reduz as emissões provenientes de gases de efeito estufa e, consequentemente, contribui para a melhoria da qualidade de vida local, diminuindo a incidência de doenças, o odor, além de melhorar a qualidade do efluente final tratado. Este efluente tratado pode ser empregado para irrigação como um ótimo biofertilizante.

A Granja São Roque tem uma operação de Unidade Produtora de Leitão (UPL), distribuída em três sítios. Nesta pesquisa, só será considerado o sítio I para comparar e validar o modelo, como pode ser observado na tabela 5 a seguir:

Tabela 5 - Ativos biológico (Suínos) da Granja São Roque I

Sítio Categoria Animal Número de Suínos

São Roque I Machos 8

Matrizes Gestação 3.312 Leitões Maternidade 6.812 Leitões em creche 12.842 Matrizes em Descanso 251 Matrizes Maternidade 635 Total 23.860

Fonte: Dados do Projeto Verde da Granja São Roque (2009)

A cidade de Videira fica situada a, aproximadamente, 44,19 km em linha reta da cidade de Campos Novos - SC, onde se encontra a estação meteorológica mais próxima, em que foram analisados os dados climáticos em 2009, ano em que foi feito o documento de concepção do projeto da Granja São Roque. Serão usadas a temperatura e pressão atmosférica média local no referido ano, as quais estão apresentadas na Tabela 8.

A granja da região Nordeste brasileiro usada para a aplicação dos modelos é na fazenda Agrosuínos, fundada em 2003, localizada no município de Mata de São João, no estado da Bahia. Trata-se de uma pequena granja independente com 6.500 suínos. Seu projeto de MDL prevê a redução de 14.163 tCO2, semelhante ao projeto da Sadia, que consiste na instalação de biodigestor

anaeróbico e combustão do biogás resultante da degradação dos dejetos suínos (Agcert, 2005). A granja da Agrosuínos tem a estação meteorológica mais próxima na cidade de Alagoinhas/ BA, a 46,09 km de distância em linha reta. Nessa estação, foram analisados os dados no ano de 2005, ano em que foi contabilizada a quantidade existente de ativos biológicos na fazenda em questão. A temperatura e pressão local média anual encontrada serão apresentadas na tabela 9.

Esse trabalho se fundamentou na possível existência de um projeto de desenvolvimento limpo na suinocultura brasileira, em dois estados brasileiros diferentes. Buscou-se, por meio dessa pesquisa, analisar os modelos destacados na metodologia nas duas situações diferentes de agentes climáticos, considerando que cada região possui características climáticas próprias. Entende-se por agentes climáticos: temperatura, pressão atmosférica, entre outros.

4.3 Projeto de Desenvolvimento Limpo na suinocultura

Entre os projetos sustentáveis utilizados para tratar os dejetos suínos, existe o uso do biodigestor como uma saída mais prática e eficiente. Conforme explicam Bonturi e Van Dijk (2012), o biodigestor, além de produzir gás, limpa os resíduos não aproveitáveis de uma propriedade agrícola e gera biofertilizante, é considerado por alguns como um “poço de petróleo”, uma fábrica de fertilizantes e uma usina de saneamento, unidos em um mesmo equipamento.

Tomando como base esse método usado em projeto dessa natureza, buscou-se, por meio dessa pesquisa, estimar, por meio da metodologia sugerida pelo mecanismo de desenvolvimento limpo, a

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Allan Sarmento Vieira, Maria Kalyane Duarte Monteiro, Jônica Marques Coura Aragão, Jardel de Freitas Soares

quantidade de gases evitados no ano a partir dos ativos biológicos circulantes e não-circulantes apresentados nas diferentes granjas.

Conforme foram adaptadas as informações fornecidas na tabela 4, e utilizado o modelo recomendado pelas Equações 1 e 2, calcularam-se as emissões evitadas de dióxido de carbono líquidas (BEL) no exercício de 2009 e 2005 para a granja de São Roque - SC e de Agrosuínos- BA, respectivamente. Foram levadas em consideração as categorias do ativo biológico. Importante lembrar que os anos de exercícios, escolhidos para cálculo das emissões evitadas de carbono, foram os de possível acesso mediante disponibilidade na internet, visto que essas empresas não divulgam espontaneamente os seus ativos ambientais.

Com o intuito de atingir os objetivos específicos dessa pesquisa, se buscou fazer uma análise dos resultados obtidos entre o modelo aprovado pela ONU e o modelo proposto, bem como mostrar, por meio dos resultados obtidos, as quantidades de emissões de carbono que deixam de ser emitidas na atmosfera, consequentemente quantidade que pode ser transformada em créditos de carbono, passíveis de negociações no mercado de ações. Tais resultados poderiam ser contabilizados e evidenciados como receitas para empresas que viessem a desenvolver projetos sustentáveis, por meio da instalação dos biodigestores, como também poderiam gerar receitas com a venda de biogás e adubos orgânicos excedentes.

4.4 Mensuração dos créditos de carbono

As tabelas 6 e 7 mostram os resultados das emissões evitadas de gás carbono (BEL) obtidos pelo modelo aprovado pela Convenção das Nações Unidades para suinocultura para os ativos biológicos da Granja São Roque 1 e Granja Agrosuínos nos anos dos exercícios 2009 e 2005, respectivamente.

Tabela 6 - Estimação das emissões evitadas para atmosfera (Granja São Roque)

ANIMAIS Número de Cabeças Emissão CH4 (ton/ano) GWPCH4 BE em tCO2/ano na base de projeto BEL em tCO2/ano (evitado) Leitões Creche 12.842 97 21 2.035 1.486 Leitões Maternidade 6.812 13 21 270 197 Matrizes Maternidade 635 27 21 560 409 Matrizes Gestação 3.312 139 21 2.922 2.133 Matrizes em Descanso 251 11 21 221 162 Machos/Rufões 8 0,482211 21 10 7 TOTAL 23.860 287 6.019 4.394

Fonte: Dados da pesquisa (2014)

Analisando a tabela 6, temos 23.860 cabeças de suínos que geram um valor de 6.019 toneladas de gás carbono (CO2) por ano base. Nesta tabela, não foram consideradas as perdas na

operação do biodigestor. Já considerando as perdas, o valor passará para 4.394 toneladas de gás carbono por ano base evitadas, que correspondem 4.394 créditos de carbono aptos a serem negociados na bolsa de valores.

Tabela 7 - Estimação das emissões evitadas para atmosfera (Granja Agrosuínos)

ANIMAIS Número de Cabeças Emissão CH4 (ton/ano) GWPCH4 BE em tCO2/ano na base de projeto BEL em tCO2/ano (evitado) Matrizes adultas 6.500 273 21 5.734 4.186 TOTAL 6.500 273 5.734 4.186

Fonte: Dados da pesquisa (2014)

A Tabela 7 apresenta a quantidade de 6.500 cabeças de suínos da Granja Agrosuínos que geram um valor de 5.734 toneladas de gás carbono (CO2) por ano base. Nesse cenário, considerando

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Proposta de um modelo matemático para mensuração dos créditos de carbono da suinocultura brasileira

as perdas na operação do biodigestor e retirando as perdas do sistema teremos 4.186 toneladas de gás carbono por ano base evitadas para atmosfera, que correspondem a 4.186 créditos aptos a serem negociados.

Conforme foi proposto, utilizaremos o novo modelo para mensuração das emissões evitadas de gás carbônico para aplicação nos dois casos das granjas trabalhadas, as quais serão apresentadas nas tabelas 8 e 9.

Tabela 8 - Estimação de CO2 evitadas na granja São Roque (Ano Exercício 2009)

ANIMAIS Número de Cabeças Quantidade de dejetos suínos Pressão Média Anual (atm) Temperatura Média Anual (K) BE em tCO2/ano na base de projeto Leitões Creche 12.842 3.210 0,898358 289,59 904 Leitões Maternidade 6.812 - 0,898358 289,59 0 Matrizes Maternidade 635 1.651 0,898358 289,59 465 Matrizes Imaturos 0 0 0,898358 289,59 0 Matrizes Gestação 3.312 9.936 0,898358 289,59 2.796 Matrizes em Descanso 251 577 0,898358 289,59 162 Machos/Rufões 8 24 0,898358 289,59 7 TOTAL 23.860 15.398 4.334

Fonte: Dados da Pesquisa (2014)

Analisando-se tabela 8, observa-se que a quantidade de CO2 evitadas calculada pelo novo

modelo é de 4.334, o que corresponde um valor bem próximo estimado pelo o modelo proposto pela Nações Unidas. Esta pequena diferença se dá, provavelmente, porque o novo modelo considera as peculiaridades de cada região e por usar, como dado de entrada, a quantidade de dejetos média calculada por Oliveira (1993). Desta forma, é recomendado que, para utilizar o novo modelo, seria interessante fazer pesquisa minuciosa por meio de técnicas de monitoramento para saber qual seria a produção diária de dejetos nas diferentes fases de vida do suíno. Assim, aplicando o novo modelo, estariam aptos para serem negociados 4.334 créditos de carbonos na bolsa de valores.

Com base na Tabela 9, e utilizando o novo modelo, temos um valor de 4.376 toneladas de gás carbono deixando de ser emitidas na atmosfera, ficando aptos para serem negociados na bolsa de valores 4.376 créditos de carbono.

Tabela 09 - Estimação de CO2 evitadas na granja Agrosuínos (Ano Exercício 2005)

ANIMAIS Número de Cabeças Quantidade de dejetos suínos Pressão Média Anual (atm) Temperatura Média Anual (K) BE em tCO2/ano na base de projeto Matrizes Adultas 6.500 14.625 0,984688 298,5 4.376 TOTAL 6.500 14.625 4.376

Fonte: Dados da pesquisa (2014)

Fazendo uma síntese de que foi exposto, é possível perceber que os resultados do modelo que está sendo proposto serão influenciados diretamente pela quantidade de dejetos produzidas diariamente pelos suínos confinados nas granjas, que serão ajustados com as condições locais quando consideramos a temperatura e pressão local.

A eficiência deste modelo desenvolvido poderá ser comprovada quando comparado com os resultados do modelo AMS–III aprovado pela Convenção das Nações Unidades para Suinocultura, já que utilizam somente três variáveis de decisão de fácil mensuração e representando bem a realidade, já que leva em consideração as diferenças climáticas de cada região.

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Allan Sarmento Vieira, Maria Kalyane Duarte Monteiro, Jônica Marques Coura Aragão, Jardel de Freitas Soares

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vivenciamos um cenário de preocupações, em que as instituições têm que se adequar às exigências que estão sendo impostas pelo governo, na busca de medidas que venham a minimizar os problemas da degradação do meio ambiente, forçando estas empresas a mudarem suas estratégias competitivas para o uso correto dos recursos naturais. Este assunto, ainda, levou essas empresas a perceberem o enlace financeiro agregado a essas variáveis ambientais. Com isso, há a necessidade de evidenciar suas atividades poluidoras, além de propor projetos de desenvolvimento limpo para minimizar ou até eliminar os impactos negativos provocados. As empresas aqui estudadas implementaram o tratamento de dejetos suínos como o melhor caminho para se contribuir com o desenvolvimento sustentável.

É possível perceber a necessidade encontrada não só nas empresas, mas também em todo o mundo para fazer a correta mensuração e contabilização das variáveis ambientais. Nesse cenário, as empresas buscam criar mecanismos específicos que venham enfatizar a importância de evidenciar as informações ambientais nas suas demonstrações e relatórios contábeis, a partir daí fica estabelecido pelas diretrizes do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, consolidado pelo Protocolo de Kyoto com o objetivo de mensurar os créditos de carbono numa empresa.

Nas granjas Agrosuínos e São Roque não foram encontrados registros da evidenciação e contabilização, em suas notas explicativas, dos seus ativos ambientais, nem mesmo a São Roque que já possui projeto verdes bem desenvolvidos. No entanto, com a utilização de metodologias, os créditos de carbono gerados pelos projetos verdes desenvolvidos puderam ser mensurados para possível evidenciação e contabilização do balanço social e ambiental nessas empresas, levando em consideração o novo modelo proposto que destaca as características climáticas de cada região de desenvolvimento do projeto e, com isso, comprova que a hipótese levantada nesse estudo é verdadeira.

Essa pesquisa atendeu o objetivo proposto, provando que a hipótese levantada é falsa, já que o modelo matemático proposto mostrou-se mais preciso e parcimonioso para mensuração dos créditos de carbono (toneladas por ano), já que utilizam apenas três variáveis de decisão e de fácil monitoramento, sem contar que considera a dinâmica do local analisado, como foi descrito na metodologia. Foi identificada, por meio dos resultados, a eficácia do novo modelo quando comparados com os resultados obtidos do modelo AMS–III. D Versão 14, aprovado pela Convenção das Nações Unidades para Suinocultura. Após a validação, foi observado que o modelo da ONU superestima a quantidade de dejetos nas categorias dos leitões em creches e em maternidades, comprovando que está longe da realidade brasileira.

O modelo desenvolvido permite ainda auxiliar as empresas que investem na área ambiental a evidenciar os valores dos ativos ambientais caso ocorram negociações destas commodities (RCEs) no mercado da bolsa de valores. Essa metodologia também permite conhecer a contabilização de gás carbono evitada em toneladas por ano para atmosfera.

Para tanto, os resultados, a partir da contabilização de 23.860 matrizes suínas da granja São Roque, foram totalizados em 4.334 créditos de carbono, dos que foram passíveis de cálculo levando em consideração a fase de maturação do ativo biológico para o ano exercício de 2009. Além disso, das 6.500 matrizes suínas pertencentes à granja Agrosuínos foram obtidos um total de 4.376 créditos de carbono para o ano exercício de 2005. Ambos os resultados foram oriundos do novo modelo proposto, mas que têm valores próximos ao do modelo AMS–III. D Versão 14, usado como parâmetro para esta pesquisa.

Contudo, percebe-se que a mensuração dos créditos de carbono e a possível contabilização das receitas ambientais pelas empresas que possuem projetos de MDL é uma demanda necessária para a consolidação de um balanço ambiental eficiente, bem como uma orientação mundial para as empresas que buscam manter seu diferencial competitivo de empresa sustentável.

Diante de algumas limitações encontradas para obtenção dos resultados dessa pesquisa, no que se refere a entrada dos dados para alimentar a equação 01 (Mo), sugiro que em futuros trabalhos

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Proposta de um modelo matemático para mensuração dos créditos de carbono da suinocultura brasileira

seja feito o monitoramento de dados experimentais para obter os valores da quantidade produzida de dejetos suínos (Qe), bem como da temperatura e pressão atmosférica no referido local em estudo. Assim, acredita-se que seriam obtidos resultados cada vez mais precisos, com menores riscos devido às incertezas na estimativa. Outra questão interessante para ser pesquisada são as variações que ocorrem no preço dos créditos de carbono nos mercados primários e secundários, pois traria melhores informações para as empresas e governos envolvidos nessas operações, tendo em vista que não foi possível uma melhor visualização das negociações nesses dois mercados por meio dos trabalhos já publicados na literatura.

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_____________________ Recebido em: 25/02/2015 Publicado em: 30/04/2015

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