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GÊNERO TEXTUAL GUIA DE VIAGEM: CAMINHOS E POSSIBILIDADES

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Academic year: 2021

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II COLÓQUIO DE PRÁTICAS DOCENTES

Método e Metodologias do Ensino: teoria e prática em sala de aula 09 e 10 de fevereiro de 2017

Unioeste – Campus Marechal Cândido Rondon

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GÊNERO TEXTUAL GUIA DE VIAGEM:

CAMINHOS E POSSIBILIDADES

Tania Salete Führ Griebeler (UNIOESTE) 1 Luciane Thomé Schröder (Orientadora - UNIOESTE) 2

Resumo: Este trabalho apresenta um recorte das atividades realizadas no decorrer do estágio de Língua Portuguesa com uma turma do 7 º ano do Ensino Fundamental. A partir do gênero textual guia de viagem, obtiveram-se condições de propiciar que os alunos se valessem dos conhecimentos em relação ao seu próprio espaço (no caso, a cidade onde residem) para provocar o interesse em investigar e conhecer outros locais. O resultado desse processo constitui-se na organização de textos publicitários e guias de viagem em conformidade ao proposto por Geraldi (2013).

Palavras-chave: Guia de viagem. Gênero textual. Ensino-aprendizagem.

Breve relato de uma experiência

Este trabalho compreende as atividades desenvolvidas no estágio supervisionado no Ensino Fundamental como componente obrigatório da disciplina de Prática de Ensino de Língua Portuguesa e Literatura I, pertencente à grade do 3º ano de Letras da UNIOESTE - Campus de Marechal Cândido Rondon.

Os estágios supervisionados são estabelecidos pelas Diretrizes Curriculares e Bases da Educação Nacional (lei nº 9.394/96) e no caso do curso de Letras – Português /Alemão/ Espanhol /Inglês do campus de Marechal Cândido Rondon, pela Resolução Nº 227/2005 CEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão).

O estágio objetiva estabelecer relação entre a prática e teoria, visando oportunizar ao acadêmico vivências teorizadas no decorrer da graduação, compreendendo como a teoria se concretiza no cotidiano da sala de aula. A atividade objetiva, ainda, contribuir para o amadurecimento profissional do acadêmico, como afirmam Souza, Bonela e Paula (2009, p.11):

1

Acadêmica do 3º ano do curso de Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus – Marechal Cândido Rondon.

2 Docente do Curso de Graduação em Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de

Marechal Cândido Rondon. Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (2012). Sua área de pesquisa é a Análise de Discurso de linha francesa. Email: ltschroder@gmail.com

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O estágio supervisionado na formação de professores tem sido alvo de grandes estudos que revelam suas dificuldades e seu potencial, gerando transformações na vida desses profissionais. Está é um momento na formação em que o graduando pode vivenciar experiências, conhecendo melhor sua área de atuação.

O tema proposto pela professora regente do 7 º ano ‘A’ do Colégio Estadual Paulo Freire, conforme a sequência do livro didático, foi o gênero textual guia de viagem. Os gêneros textuais compreendem ações discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo, lidam com a língua em seus diversos usos, conforme afirma Bakhtin (1992 apud RODRIGUES, p.1): “é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum texto”.

O gênero textual guia de viagem tem por objetivo informar às pessoas sobre uma determinada localidade por meio de imagens, descrições de ambientes, informações turísticas, históricos de localidades, mapas e etc. O gênero, comumente, se vale de uma linguagem persuasiva de modo a atrair possíveis clientes. Assim, pode-se afirmar que pensar o trabalho com guias de viagem é pensar, também, práticas de argumentação.

As atividades citadas nos planos de aula e no relatório foram elaboradas com intuito de construir aulas interativas, nas quais os alunos expusessem suas opiniões a partir da leitura de diversos textos sobre a temática. Nesse sentido, eles puderam falar sobre lugares conhecidos ou não, bem como de sua própria cidade. Geraldi (1996, p.125) afirma que “a leitura é um encontro de sujeitos, enquanto tais, sujeitos situados numa sociedade e por ela influenciados, não como resultados mecânicos de suas condições, mas como sínteses destas condições históricas e de suas ações sobre elas”.

Na primeira aula os alunos foram apresentados a várias imagens de locais turísticos do mundo e provocados a observar e dialogar sobre suas impressões. Neste momento, o material que dispunham eram recortes que continha informações sobre diferentes cidades.

Apesar da simplicidade da atividade, o objetivo era de que cada aluno lesse a descrição da imagem que recebeu e pudesse interagir com os demais. Possivelmente, desconheceriam alguns locais, mas com a atividade passariam a conhecer outros lugares do mundo sem sair da sala de aula.

A leitura das imagens é realizada pelos leitores conforme sua condição de interação/interpretação. Brággio (1992, p. 43) declara que “a leitura é vista como um ato

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3 construtivo, no qual todos os leitores elaboram sobre as ideias selecionadas de um texto, construindo um significado para ele. Portanto, a construção do significado é concebida como um produto da interação entre o leitor e o texto. ”

Outra atividade desenvolvida foi a integração entre dois gêneros textuais: guia de viagem e publicidade. A publicidade tem por objetivo convencer os sujeitos a adquirir um produto, ou seja, ela objetiva criar necessidades. Neste caso, o guia de viagem e a publicidade relacionada a viagens se encontram no sentido de persuadir seus leitores, convencendo-os a viajar.

A partir do vídeo institucional de Marechal Cândido Rondon, elaborado pela prefeitura municipal, os alunos puderam observar as semelhanças entre os dois gêneros, além de discutir os lugares turísticos do seu próprio município. Após assistirem ao vídeo, os alunos integraram as informações sobre o município de Marechal Cândido Rondon e as características do gênero guia de viagem e elaboraram uma publicidade que tinha por título Conheça Marechal Cândido Rondon. A atividade permitiu observar a importância de o aluno ter o que dizer, para quem dizer e ter uma razão para fazê-lo.

Com o conhecimento do gênero textual guia de viagem os alunos puderam entender sua importância nos meios de comunicação, como também conhecer profissões ligadas ao tema viagem. Na sequência das atividades os alunos passaram a pesquisar sobre guia de viagem e a observar que informações são imprescindíveis neste tipo de texto.

Os educandos produziram, então, seu guia de viagem a respeito do lugar que desejassem. Deveriam atentar às discussões feitas e abordar no trabalho as principais características do gênero, sempre observando a importância das imagens de modo que o espaço se tornasse atrativo aos leitores dos guias.

Estudar um tema e ter condições de colocar em prática o conhecimento adquirido é essencial na aprendizagem, pois:

não basta que os alunos se encontrem frente a conteúdos para aprender; é necessário que diante destes possam atualizar esquemas de conhecimento, compará-los com o que é novo, identificar semelhanças e diferenças e integrá-las em seus esquemas, comprovar que o resultado tem certa coerência etc. Quando acontece tudo isso – ou na medida em que acontece – podemos dizer que está produzindo uma aprendizagem significativa dos conteúdos apresentados. [...] (ZABALA, 1998, p. 37)

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4 Por fim, a última atividade buscou desenvolver o trabalho em grupo. A partir da pesquisa de alguns países, os alunos organizaram cartazes como meio de divulgação do país escolhido.

Para a realização plena de um trabalho em grupo, o professor deve estar atento a todas as atividades que o grupo desenvolve. Observou-se que os alunos interagiram e procuraram da melhor forma possível cumprir com o trabalho proposto. Em relação à interação, Davis, Silva e Espósito (1989, p. 50) afirmam que:

Quando se fala em interação social, desloca-se a ênfase das ações – físicas ou mentais – do sujeito, para se ressaltar a ação partilhada, ou seja, processos cognitivos realizados não por um único sujeito e sim por vários. Nesse sentido, interações sociais fazem–se necessárias sempre que não for possível se alcançar, em isolado, a solução para um dado problema: cada aluno deve se incumbir de parte do processo de construção de conhecimentos para que, num esforço conjunto, a solução seja alcançada.

Essa viagem ao conhecimento propiciou aos estudantes e a estagiária um período de aprendizagem de um gênero textual desconhecido e levou-os a perceber sua importância como objeto de ensino-aprendizagem. O conhecimento de mundo dos alunos contribui constantemente na construção do saber e as atividades multimídias colaborou na construção de aulas significativas, atrativas e interativas.

Referências:

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

BRAGGIO, S. L. B. Leitura e alfabetização: da concepção mecanicista a sociopsicolinguística. Porto alegre: Artes Médicas, 1992, p.102

DAVIS, C; SILVA, M; e ESPÓSITO, Y. Papel e valor das interações na sala de aula. Cadernos de pesquisa, 71.1989. p. 49-54.

GERALDI, W. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1992, p.252

SOUZA, J.C.A.; BONELA, L.A.; PAULA, A.H. A importância do estágio supervisionado na formação do profissional de educação física: uma visão docente e discente. Movimentum-Revista eletrônica de educação física [on-line] Ed.2. Ipatinga:

Unileste – MG, 2009. Disponível em: <

http://www.unilestemg.br/movimentum/index_arquivos/movimentum_V2_N2_souza_janu a_l uciane_bonela_2_2006.pdf>

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5 ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar – O papel dos objetivos educacionais. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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