• Nenhum resultado encontrado

O RENASCIMENTO AFRICANO NA SOCIEADE BRASILEIRA Gladys Saraiva*

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O RENASCIMENTO AFRICANO NA SOCIEADE BRASILEIRA Gladys Saraiva*"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

O RENASCIMENTO AFRICANO NA SOCIEADE BRASILEIRA Gladys Saraiva*

Gladys Saraiva 12/02/2016

(2)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

O RENASCIMENTO AFRICANO NA SOCIEADE BRASILEIRA

Gladys Saraiva*

RESUMO

Este trabalho propõe uma breve reflexão sobre a história do povo negro no Brasil com o objetivo de contribuir para uma discussão sobre o cenário das desigualdades entre negros e brancos que data desde o Brasil Colonial. Os dados foram trabalhados por ordem cronológica partindo da história da África e do funcionamento de suas sociedades antes da chegada dos europeus ao Renascimento Africano atual. A fonte deste trabalho é artigos científicos, discursos, vídeos e dados de Internet.

Palavras-chave: Renascimento Africano; Cultura Afro-brasileira; colonialismo; escravatura

(3)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

ABSTRACT

This paper proposes a brief reflection on the history of black people in Brazil with the objective of contributing to a discussion on the scenario of inequality between blacks and whites dating from the colonial Brazil. The data were worked in chronological order starting from the history of Africa and the functioning of their societies before the arrival of Europeans to the current African Renaissance. The source of this work is scientific articles, speeches, videos and Internet data.

Keywords: African Renaissance; Afro-Brazilian Culture; colonialism; slavery

(4)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

1 INTRODUÇÃO

De acordo com GNU Free Documentation o nome África foi introduzido no ocidente pelos romanos que usavam o termo África Terra para a porção nordeste do continente africano correspondente à moderna Turquia. Uma das hipóteses, é que o termo Afri (que é plural de Afer) vem da palavra fenícia “afar” que significa pó, mas há várias outras hipóteses como na palavra grega ‘aphrike’, que significa sem frio; ou ainda na palavra latina ‘aprica’ significando ensolarado.

Alguns autores dividem o continente africano em duas grandes partes: A África Negra (subsaarianos) refere-se aos países que estão ao sul do deserto do Saara, e a África Branca (norte africanos) situada entre o Mar Mediterrâneo e o grande deserto do Saara; a qual é composta, basicamente, por populações mediterrâneas algumas vezes misturadas com as etnias negras. São encontrados nessa área grupos populacionais como berberes etíopes e povos árabes, uma região que predomina o Islamismo, como religião dominante desde o século VIU. É essa a África original que será o pano de fundo dos acontecimentos históricos do qual vamos tratar nos próximos capítulos.

2 A exploração da África e a Escravidão.

Desde o século IX D.C. que se têm notícias do comercio de escravos pelos europeus. Neste período a África era composta de estados dinásticos organizados em pequenas vilas, cidades-impérios e até impérios. Alguns dos povos africanos negociavam seus escravos - devedores, criminosos comuns e de guerra tribais - com os comerciantes europeus em troca de bens como ferramentas de metal, tecidos finos e armas. A escravidão nestas cidades africanas substituía outras sentenças criminais; mas com o desenvolvimento e

(5)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

crescimento econômico das cidades, e o advento da industrialização na Europa, os escravos passaram a ser uma motivação para a guerra ao invés do resultado dela. Como já haviam perdido a maioria das colônias americanas, os europeus se redirecionaram a exploração dos países africanos disputando seus territórios e criando muitos estados coloniais. A partir dai o comércio escravo se tornou também uma corrida armamentista entre as colônias africanas alterando sociedades e economias por todo o continente. O domínio europeu na África durou até o final da segunda guerra mundial. O fato de a segunda guerra mundial ter enfraquecido os países europeus tanto economicamente como militarmente contribuiu para a luta pela independência de muitos países africanos que se tornaram independentes gradativamente iniciando assim o processo de descolonização da África.

2.1 O Comercio Escravo no Mundo

A escravidão já havia sido praticada na África muito antes do sec. VII; mas os árabes mulçumanos foram os primeiros a importar um grande número de africanos falantes da língua bantu em seus territórios como escravos. Entre o século VII e XX, O comércio árabe levou 18 milhões de escravos pelas rotas do Oceano Indico e da rota trans-Saariana. Os árabes também foram os primeiros que se tem registro a separar os grupos de escravos importados pela cor da sua pele; Este grupo que foi separado e denominado Zang liderou umas das primeiras grandes revoltas de escravos que se tem noticia em 869 DC.

Além do tráfico árabe, o comércio de escravos do Atlântico levou um estimado de 12 milhões de escravos para as Américas por cerca de 500 anos; números que por si só já adiantam o tamanho do impacto que tráfico de escravos teve na economia e história de grande parte do mundo. No entanto, o impacto que este comércio teve no continente africano e nos seus descentes foi simplesmente devastador: O continente perdeu população em idade de trabalho; Os homens eram traficados em numero esmagadoramente maior que o das mulheres causando desequilíbrio demográfico em longo prazo na

(6)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

população local. Quando o tráfico de escravos foi finalmente proibido e interrompido, os reinos dependentes deste comércio desmoronaram tornando-se vulneráveis à colonização e domínio de invasores; Esta situação delicada foi ainda mais degradada pela competição econômica crescente que direcionava um grande fluxo de armas europeias para dentro destes reinos e que acabou por estimular a guerra e a instabilidade que ainda hoje perduram nos países africanos.

2.2 O Brasil e o Tráfico de Escravos

A solução que Portugal encontrou para explorar as riquezas do Brasil Colonial foi o tráfico de mão-de-obra escrava captada na África. O trafico negreiro não só viabilizou a exploração das terras brasileiras, como também potencializou o desenvolvimento de outras atividades econômicas incrementando a produção naval para a realização do próprio serviço do tráfico além do consumo de tecidos e outros produtos manufaturados da metrópole. Se aproveitando do sistema já existente na África e das rivalidades internas os Portugueses se consorciaram a alguns dos monarcas ou chefes africanos que organizavam as expedições de capturas e os vendiam como mercadoria embarcando-os para além-mar. Ao chegarem ao Brasil eles eram expostos em pontos de comercialização como “bens semoventes”, eram separados das famílias ou conhecidos e finalmente eram alocados na senzala. Segundo Luiz Felipe Alencastro, já no Brasil os escravos podiam ser classificados em 3 grupos principais:

1. Boçal: aquele que acabou de chegar da África e que, por isso, tem pouco. Conhecimento da colônia;

2. Ladino: o nascido na África, mas que já tem amplo conhecimento da região; 3. Crioulo: aquele que nasceu e foi criado na colônia;

Além dessa divisão, os escravos se dividiam entre aqueles que

(7)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

Nas casas, no comércio e nas fazendas, ou seja, eram utilizados como mão-de-obra em todos os tipos de atividade laboral.

Muitos foram os fatores que contribuíram para a escravidão negra no Brasil, mas certamente em primeiro lugar deve-se mencionar a forma de domínio e dependência do Brasil em relação a Portugal (colônia-metrópole); e em seguida o contexto em que se desenvolve: a multiplicação dos engenhos contrapondo com a drástica redução da população nativa, a oposição jesuítica à escravidão dos nativos e consequente dificuldades na produção açucareira.

Os maus tratos, as excessivas horas de trabalho e a má alimentação fazia com que um escravo adulto tivesse uma expectativa de vida de, no máximo, 20 anos, situação que naturalmente motivou muitas revoltas, suicídios, destruição de propriedades, fugas e rebeliões que nada mais eram que parte da heroica resistência escrava. A partir destas fugas os escravos começaram a organizar comunidades independentes conhecidas como quilombos - que em banto significa fortaleza – sendo que o mais famoso deles foi o quilombo dos Palmares na região de Alagoas. Comandado por Zumbi o quilombo reuniu cerca de 20 mil quilombolas e até a sua destruição por Domingos Jorge Velho em 1695, 25 expedições enviadas foram bravamente desbaratas pelos quilombolas e, em homenagem a morte de Zumbi, herói da resistência negra, No dia 20 de novembro comemoramos o Dia da Consciência Negra no Brasil.

3 A África no contexto geopolítico e histórico atual

A estrutura moderna da África, em termos de divisão entre estados e línguas de trabalho, no entanto, resultou da partilha da África pelas potências coloniais europeias na Conferência de Berlim. Com exceção da Etiópia e da Libéria, todos os países da África conheceram a sua independência apenas na

(8)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

segunda metade do século XX. Hoje a África é composta de 54 países, a maioria deles republica que operam sob alguma forma de sistema presidencial apesar de nenhum deles ter conseguido sustentar um governo democrático de bases permanentes.

Muitos são os problemas que ainda grassa o continente africano: problemas ambientais, problemas sociais, exploração de recursos energéticos, questões relacionadas ao desenvolvimento sócio econômico e conflitos étnicos, ainda persistem em fazer da África um continente fragilizado e de seus descentes escravos expatriados mergulhados na discriminação racial.

3.1 A Renascença Africana

A Wikipedia-enciclopedia livre nos diz que “A Renascença Africana é um conceito de que o povo e as nações da África devem superar os atuais desafios com que se defronta o continente, promovendo uma renovação cultural, científica e econômica.”.

Foi o antropólogo e historiador senegalês Cheikh Anta Diop que formulou a noção de Renascença Africana em uma série de ensaios elaborados a partir de 1946; mas foi o então vice-presidente sul africano Thabo Mbeki quem, em abril de 1997, iniciou e articulou os seus elementos constitutivos: coesão social, democracia, reconstrução econômica e crescimento e a inserção da África no cenário geopolítico mundial de forma mais significativa. Atualmente o conceito continua sendo um item-chave da agenda política pós-Apartheid; O Apartheid por si um exemplo da segregação racial que surgiu em razão do embate entre diferentes sociedades presentes dentro de uma mesma fronteira.

O substrato do Renascimento Africano é a conquista de melhor qualidade de vida aos africanos a partir de projetos e planejamentos próprios,

(9)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

objetivando fazer renascer uma Nova África tanto Continental como entre os movimentos sociais negros em toda diáspora.

Segundo Doip alguns dos elementos que sustentam a tese do Renascimento Africano são:

1. Explosão demográfica que atingiu a cifra de um bilhão de habitantes, segundo relatório de Population Reference Bureau.

2. Avanço da democracia com a colocação de um processo de ascensão de forças democráticas, no lugar dos governantes corresponsáveis pela maioria dos conflitos que assolaram a África nos últimos trinta anos.

3. Instituição da União Africana (UA) com a tarefa de constituir os Estados Unidos da África, diluindo os cinquenta países em apenas um, construindo assim uma nação forte.

4. Presença de líderes africanos comprometidos com o Renascimento Africano na direção de todas as instituições multilaterais (ONU, UNESCO, UNICEF, OMC.

5. Fim dos conflitos armados e busca de resolução dentro do próprio continente africano.

6. Forte presença do Estado no planejamento, fomento e execução do desenvolvimento.

7. Implantação de projeto inspirado nas experiências chinesas e indianas que prevê a formação de um corpo técnico qualificado nos próximos quinze anos e estimativa de um mínimo de 80% de repatriação.

8. Exploração dos recursos naturais (petróleo, diamante, urânio, cobre, cobalto, etc.) e agregação de valores de comercialização.

(10)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

4 Influencia Africana na Cultura Brasileira

O Brasil recebeu 40% dos negros escravizados enviado para as Américas entre os séculos XVI e XIX; também fomos o último país a abolir a escravidão; africanos de diversos grupos principalmente bantos, nagôs, jejes, hauçás e malês vieram compor uma matriz significativa na formação populacional do Brasil, na sua miscigenação com índios e europeus em diversas áreas como na arte, música, culinária e até na língua portuguesa falada no Brasil;

- Palavras como Moleque, capoeira, quiabo, fubá, caçula Cachaça, dengoso, quitute expressam a grande influência africana que há na cultura brasileira;

- Quase 400 anos de escravidão africana fez da cultura escravagista uma das bases da economia material da sociedade brasileira com todas as suas ramificações possíveis, influência as quais vão além do vocabulário:

- A influencia das escravas africanas responsáveis pela cozinha dos engenhos, fazendas e casas-grandes do campo e da cidade difundiu a cultura africana na alimentação;

- O sincretismo religioso nasceu da necessidade de adaptação das religiões africanas ao catolicismo, pois os africanos tiveram sua cultura repreendida pelos colonizadores, tiveram que aprender a língua portuguesa, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converterem ao catolicismo;

- Os escravos que trabalhavam como barbeiros do Rio de Janeiro e Bahia foram os responsáveis por difundirem a música popular urbana como o samba no Brasil Imperial;

Segundo o historiador João José Reis, essa cultura dos africanos saídos do continente, a diáspora negra, caracterizada pelo otimismo, pela coragem, musicalidade, ousadia estética e política, foi incomparável no contexto da chamada Civilização Ocidental. No Brasil a cultura africana encontra-se em geral mescladas a outras referencias culturais dos europeus e índios nativos.

(11)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

“Eles partiram sem esperança de retorno e sem saber que iam criar um povo: os africanos da Diáspora”. Ilha

de Gorée, Senegal

4.1 Renascimento Africano no Brasil

O patrimônio intelectual africano e sua contribuição na história e desenvolvimento do Brasil foram galgados no bem mais precioso que um país pode ter: o seu povo; um povo que foi subtraído, arrancado de sua cultura, do seu convívio social original. Está é uma hipoteca que nos fez beneficiários e debêntures e que nos faz compartilhar de uma identidade única e comum, a identidade afro brasileira.

Na época colonial e durante o século XIX a cultura europeia era a cultura pop, de ponta e mais valorizada no Brasil; nesta época a maior parte das manifestações culturais afro-brasileiras eram proibidas em solo brasileiro. As religiões afro-brasileiras e artes marciais como a capoeira frequentemente eram perseguidas pelas autoridades. Apenas algumas manifestações de origem folclóricas, como as congadas e expressões musicais como o lundu, eram estimuladas. A partir do inicio do século XX, as expressões culturais afro-brasileiras começaram a ser gradualmente mais aceitas e admiradas pelas sociedade como expressões artísticas genuinamente nacionais e encontrou caminhos de aceitação oficial quando do incentivo oficial a politicas de incentivo ao nacionalismo desenvolvida pelo Estado Novo.

A partir da década de 1950 as perseguições religiões afro-brasileiras diminuíram e religiões como a umbanda passaram a ser celebradas pela elite intelectual. Finalmente em 2003 a lei no. 10.639 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) tornando compulsório o ensino da história da cultura afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio. O Brasil é o país onde se encontra uma das maiores diásporas africanas do mundo! A importância de inserir o estudo da África dentro da história brasileira é vital para

(12)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

que os jovens possam ter o conhecimento sobre a composição e a importância da diversidade étnico-racial da sociedade brasileira para que, como brasileiros, possamos identificar nossas próprias culturas e tradições, redescobrir assim a nossa própria alma, para que tenhamos orgulho de quem somos.

Thabo Mbeki descreve a Renascença Africana como um instrumento progressista capaz de levar a cultura africana para o novo milênio, de modo a que ela seja respeitada e compreendida. Ressoando as suas palavras, esperamos que tenhamos dado um passo à frente para que as nossas linguagens, tradições, a base do que somos como povo, do que defendemos, conte ao mundo sobre nós e nossos laços africanos(1).

5 CONCLUSÃO

Já 21 séculos se passaram desde os primeiros acordes da escravidão sobre os negros africanos. No entanto as opressões coloniais à África e às diásporas continuam latentes, - agora de forma até mais sofisticada, através de aliados eletrônicos midiáticos que muitas vezes constroem representações deformadas do povo e da alma africana, como que num gesto de continuação às especulações Hegelianas que, em suas formulações da filosofia da historia universal produzidas entre 1822 e 1831, considera a África Negra como desprovida de historicidade, discurso este que prontamente praticado foi e muito serviu de justificativa ao colonialismo escravagista europeu;

É impossível falar de Renascimento Africano sem tocar em temas como colonialismo, escravidão e racismo porque estes temas estão no coração de todo o problema de marginalização do negro africano e diásporas.

No Brasil a regulamentação da lei LDB vem timidamente resgatar um pouco da nossa própria alma brasileira que em sua brasilidade é metade africana, lançando um novo horizonte sobre o caminho dos brasileiros de afro-descendência que, na sua incansável procura pelo seu lugar de direito - o lugar de cidadão respeitado, orgulhoso da sua origem cultural - nos remete a nada menos que ao berço da civilização, onde os mais antigos fosseis humanos

(13)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br

foram descobertos e as mais diversas culturas desabrocham em um leque de muitas e muitas línguas diferentes e centenas de povos diversos.

Como educadora que sou não posso me eximir de citar o exemplo da política das cotas para negros no estudo superior– uma politica execrada por muitos que não compreendem a dívida do nosso povo com a nossa própria essência – a qual busca corrigir mesmo de maneira ainda tão singela, um dos desequilíbrios mais monstruosos que persistem na sociedade brasileira: a desigualdade de oportunidades de brancos e negros na educação, mal disfarçada pelo velho jargão de harmonia racial, vocabulário construído sobre os ombros de todos os anos em que nós, a última nação do mundo a acabar com a escravatura, continuou, na prática, o que o tinha abolido no papel e que amargamente nos comprova de que ainda hoje continuamos fomentando o racismo em músicas, brincadeiras, piadas e outras formas de discriminação.

A psicologia nos diz que conceitos e preconceitos não são inerentes ao ser humano e sim aprendidos... ainda temos uma longa estrada pela frente! Mas podemos começar por aprender a educar as nossas crianças para que não cometam os mesmos erros dos mais velhos, e que cresçam adultos que entendam que cada pessoa pode e deve fazer a sua parte com a certeza de que cada passo dado nos levará em direção ao respeito que devemos aos direitos dos brasileiros afrodescendentes, e isto sim é apoiar e fomentar o verdadeiro Renascimento Africano na Sociedade Brasileira.

"Devo meu ser aos montes e vales, às montanhas e clareiras, aos rios e desertos, às árvores, às flores, aos mares e às inconstantes estações que delineiam a face de nossa terra natal. Sou Africano. Nasci dos povos do continente da África..."

(14)

Pedagoga, Assessora para o Desenvolvimento da língua Inglesa PRODAM – Empresa de Tecnologia do Município de São Paulo Pós Graduada em Ensino de Língua Inglesa e Novas Tecnologias Universidade Estácio de Sá

E-mail: gladysteacher6@yahoo.com.br 6 BIBLIOGRAFIA

ALBUQUERQUE, Wlamyra R. de; FILHO, Walter Fraga. Uma História do Negro no Brasil. KOK, Glória Porto. A escravidão no Brasil Colonial. São Paulo:

Saraiva, 1997.

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes. São Paulo: Cia das Letras, 2005.

Bongmba, Elias K., 2004, “Reflections on Thabo Mbeki’s African Renaissance”, Journal of Southern African Studies, 30:2 (291-316).

(1)CARVALHO, Leandro. "Comércio de escravos na África"; Brasil Escola. Disponível em<http://brasilescola.uol.com.br/historiab/comercio-escravos-na-Africa.htm>. Acesso em 29 de janeiro de 2016.

COSTA E SILVA, Alberto. A manilha e o limbambo – a África e a escravidão de 1500 a 1700. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Fundação Biblioteca Nacional, 2002.

REIS, João José. “Notas sobre a escravidão na África pré-colonial”. Estudos Afroasiáticos,nº 14 (1987), pp. 5-21.

Fundação Palmares

http://africas.com.br/site/index.php/archives/6401?utm_source=feedburner&utm _medium=email&utm_campaign=FeJosé Flávio Sombra Saraiva

Hegel 1953 (vol. I, 134-135, 177, 188, 196-203; vol. II, 13). “Statement of Deputy President T.M. Mbeki, 1996’

http://www.anc.org.za/ancdocs/history/mbeki/1996/sp960508.html

SANTOS, JT. O poder da cultura e a cultura no poder: a disputa simbólica da herança cultural negra no Brasil [online]. Salvador:

EDUFBA, 2005, pp. 77-128. ISBN 978-85-232-0895-0. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.

Referências

Documentos relacionados

As linhas com centímetros de comprimento são usadas como parte integrante de circuitos de alta frequência, enquanto que as de milhares de quilômetros para o transporte

Após o pequeno-almoço, visita da cidade de Osaka onde se terá uma vista panorâmica sobre a cidade com visita do Castelo de Osaka e onde também passaremos pela zona

Continuando a leitura, o verso 24 vem-nos dizer que uma das principais missões de Yeshua era a de resgatar a Casa de Israel/Efraim, pois Ele mesmo o afirma: “Eu não fui

Praia Preta, Praia Real, Pau Seco, Porto Cais, Boca do Morro ou Praia da Lagoa, entre muitas outras, fazem da ilha do Maio um lugar repleto de areais dourados

Celle-ci doit donc avoir une vie propre en fran- çais, présenter une correction parfaite de la syntaxe et de l'orthographe, et, en même temps, être exactement fidèle à sa source,

¾ Desconfortáveis quando usados durante períodos longos de tempo Protecção do Tronco ¾ vestuário confeccionado em diferentes tecidos ¾ Atenção uso gravata ou cachecol

Como área jovem da ciência e que sofre constantes ataques de várias frentes, especialmente da política partidária, precisamos defender o conceito real e discutido do que é comunicar,

As empresas de cargas e logística ficam obrigadas a descontar de todos os seus empregados associados ao Sintrocern, a partir de 01º de Maio de 2018, um percentual de 2% (dois por