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Criadouros naturais de flebotomíneos (Diptera : Psychodidae) em floresta de terra-firme na Vila do Pitinga, Estado do Amazonas

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(1)

Instituto Wdòn de

Pesquisas da Amazônia - INPA

Universidade Federal do

Amazonas

- UFAM

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Prosrama Intesrado de Pós-Graduação em Biolosia

I Tropical e Recursos Naturais - PIPG BTRN

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CRIADOUROS

NATURAIS

DE

FLEBOTOMÍNEOS

(DIPTERA:

PSYCHODIDAE)

EM FLORESTA DE

TERRA-FIRME NA VILA DO

PITINGA,

ESTADO

DO

AMAZONAS

I

RONILDO BAIATONE

ALENCAR

(2)

INSTITUTO NACIONAL

DE

PESQUISAS

DA

AMAZÔNIA

-

INPA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

BIBLIOTECA GO IBPA

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CRIADOUROS NATURAIS DE FLEBOTOMÍNEOS

(DIPTERA:

PSYCHODIDAE)

EM

FLORESTA DE

TERRA-FIRME NA

VILA DO

PITINGA,

ESTADO

DO

AMAZONAS

RONILDO

BAIATONE

ALENCAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e

Recursos Naturais do Convênio

INPA/UFAM, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - Área de Concentração em Entomologia.

MANAUS - AMAZONAS

(3)

INSTITUTO NACIONAL

DE

PESQUISAS

DA

AMAZÔNIA

-

INPA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

CRIADOUROS NATURAIS DE

FLEBOTOMÍNEOS

(DIPTERA:

PSYCHODIDAE)

EM

FLORESTA

DE

TERRA-FIRME NA

VILA DO

PITINGA,

ESTADO

DO

AMAZONAS

RONILDO BAIATONE ALENCAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e

Recursos Naturais do Convênio

. INPA/UFAM, como parte dos requisitos

O

^ para a obtenção do Titulo de Mestre em

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - Área de Concentração em Entomologla.

Orientador: Dr Raul Guerra de Queiroz

A / '

Lf\^, Q a

MANAUS

- AMAZONAS

(4)

FICHA CATALOGRÁFICA

Alencar, Ronildo Baiatone

CRIADOUROS NATURAIS DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA:

PSYCHODIDAE) EM FLORESTA DE TERRA-FIRME NA VILA DO PITINGA,

ESTADO DO AMAZONAS

Ronildo Baiatone Alencar - INPA/UFAM, 2003

xix + 94p.

Dissertação de Mestrado.

1. Ecologia 2. Criadouros naturais 3. Phlebotominae - Lutzomyia

4. Técnicas de extração 5. Amazônia brasileira

CDD 19. ed. 595.77045

SINOPSE

O presente estudo teve como objetivo investigar potenciais criadouros

naturais de flebotomíneos em uma floresta de terra-firme na Vila do Pitinga,

Estado do Amazonas. Amostras de solo e matéria orgânica de 14 micro-hábitats

foram processadas através de quatro técnicas de extração de imaturos e adultos

de flebotomíneos, além de armadilha de emergência. Cinco micro-hábitats foram

positivos. Um total de 194

flebotomíneos foram recuperados. Base de árvore foi

o micro-hábitat com maior número de imaturos (147).

Palavras-chave: Ecologia; Criadouros naturais; Phlebotominae - Lutzomyia]

Técnicas de extração; Amazônia brasileira

Key words: Ecology; Natural breeding sites; Phlebotominae - Lutzomyia]

(5)

DEDICATÓRIA

Aos meus familiares, em especial

aos meus pais Raimundo e MIraci,

pelo o amor e seus exemplos de vida.

À Harllen Cristina, pelo carinho e

compreensão em todos os momentos.

(6)

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Universidade Federal do

Amazonas, pela oportunidade concedida à realização do mestrado.

Ao Dr Raul Guerra de Queiroz, pela orientação, incentivo, críticas e sugestões

no desenvolvimento do presente estudo,

À MSc. Sílvia Justiniano, pela amizade, sugestões e apoio na realização do

presente trabalho.

Ao Dr Josimar Souza Pires, gerente geral da Mina de Pitinga (Mineração

Taboca S.A.), pela atenção dispensada durante os estudos.

Ao Dr Oscar Pavão Júnior, Diretor do hospital e Sistema Integrado de Saúde

de Pitinga (Logos Pró-Saúde S.A.), pela liberação e organização da sala para

laboratório/base durante os estudos em Pitinga.

Ao Sr Neugivan Nunes, Chefe Administrativo do Hospital de Pitinga, pela

atenção e agilidade no processo de transporte e estadia durante as idas à Pitinga.

Ao Sr Mendes, pela a hospitalidade e ajuda durante os períodos de coletas

(7)

Aos Srs Nelson Ferreira Fé

(IMTM)

e Rui Freitas (INPA), pela grande ajuda

na identificação dos espécimes.

Ao Dr Thierry Gasnier, pela colaboração que demonstrou na ajuda das

análises estatísticas.

Ao Sr Silvio Vieira, técnico da Microscopia Eletrônica -

INPA, pela fotografia

das larvas e pupas de flebotomíneos do presente trabalho.

Ao Sr Raimundo Nonato L. Santos, técnico da CPCS, pela ajuda nas coletas

das amostras e

confecção do aparelho de Berlese-Tullgren.

Ao instrutor de rapei, Raniere Garcez, pela subida nas árvores para coleta de

matéria orgânica.

Ao bolsista Walter Santos, pela ajuda no processamento das amostras,

criação dos imaturos e produção das

figuras do presente estudo.

Ao Sr Mozanei Trindade, técnico do Laboratório Temático de Solos e Planta,

pela ajuda nas medidas de pH das amostras de solo.

Aos membros da banca examinadora (Dra Elizabeth Frankiin, Dra Neusa

Mamada e Dr Tobby Barrett) pelas críticas e sugestões.

(8)

Ao Sr José Lima dos Santos, técnico da Coordenação de Pesquisas em

Botânica - ORBO, pela identificação das árvores.

Ao Sr João Vidal, técnico da Coordenação de Pesquisas em Entomologia

-CPEN, pelo o fornecimento da solução conservante utilizada na armadilha de

emergência.

Aos meus colegas de curso: Luiz Henrique, Tomaz, Edilson, Rosilete, Ivonei,

Liliane, Carlos Eduardo, Carlos Augusto, Marcus, Marcelo Creão e Fernando, pelos

momentos de companheirismo e descontração.

Aos financiadores deste Trabalho: Projeto INPA/PPI 3640 "Diversidade

faunística e infecções naturais e experimentais por Trypanosomatidae em

populações locais de Phlebotominae e Triatominae na Amazônia Central"; Convênio

INPA, Mineração Taboca S.A. e Logos Pró-Saúde S.A. (Proc. N® 171/02); e CAPES,

(9)

RESUMO

Informações sobre criadouros naturais de flebotomíneos são escassas, face

às dificuldades do isolamento dos imaturos do substrato onde se desenvolvem. O

presente estudo visou a investigação de criadouros em diversos micro-hábitats

numa floresta de terra-firme em Pitinga, Amazonas. Resultados de eficácia das

técnicas de extração de imaturos, temperatura, pH,

fauna associada, comparação

entre as faunas flebotomínicas imaturas e adultas, também são apresentados.

Amostras de solo e matéria orgânica de 14 micro-hábitats processadas por quatro

técnicas (flotação-peneiramento, exame direto, Berlese-Tullgren, gaiola de

incubação) revelaram, pela primeira vez na Amazônia, criadouros naturais em 5

micro-hábitats (base de árvore, chão desabrigado de floresta, solo sob tronco

caído, solo sob raiz, base de palmeira), de onde 167 imaturos foram recuperados.

Abundância de imaturos em criadouros de bases de árvores foi significativamente maior. Flotação e exame direto foram as técnicas mais eficazes para recuperação

de imaturos e emergência de adultos, respectivamente. Armadilha de emergência,

outra técnica utilizada neste estudo, rendeu 27 flebotomíneos. Quinze espécies do

gênero Lutzomyia foram identificadas, sendo L monstruosa (23,7%) e L georgii

(18%) as mais abundantes. Diferenças na composição específica e abundância

relativa das faunas flebotomínicas imatura e adulta de bases de árvores sugerem

criadouros localizados distantes do local de agregação e/ou repouso dos adultos.

O pH, o qual revelou solo de acidez elevada a muito elevada, e a temperatura não

apresentaram correlação significativa com o n® de imaturos. A fauna

não-flebotomínica apresentou uma diversidade de artrópodes associados aos

criadouros.

(10)

ABSTRACT

' y

Information on natural breeding sites of phlebotomine sand files is scanty, due to the difficülties of isolation of immatures from the sol! where they occur. The present

study aimed at investigating breeding sites in severa! micro-habitats in a "terra-firme"

forest in Pitinga, State of Amazonas. Resuits on the efficacy of extraction techniques,

temperature, pH, associated fauna, comparison between the immature and adult

sand flies, are aiso presented. Samples of soil and organic matter of 14

micro-habitats processed by four techniques (Screening-flotation, direct examination,

Berlese-Tullgren, cage), revealed, for the first time in the Amazon, breeding sites in 5

micro-habitats (tree base, unsheltered ground of forest, soil under log, soil under root, palm-tree base), from which 167 immatures were recovered. Abundance of

immatures in breeding sites dose to tree bases was significantiy higher.

Screening-flotation and direct examination were the most effective techniques for immature

extraction and survival, respectively. Emergence trap, another technique used in this

study, produced 27 sand flies. Fifteen species of the genus Lutzomyia were

identified, L. monstruosa (23,7%) and L georgii (18%) being the most abundant.

Differences in the specific composition and relativa abundance of the immature and

adult sand flies on tree bases suggest breeding sites located away from resting or

aggregation sites of aduits. The pH, which revealed a soil of elevated to very

elevated acidity, and the temperature did not show a significant correlation with the

number of immatures. The non-phlebotomine fauna presented a diversity of

arthropods associated with the breeding sites.

(11)

4^ SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

1

1.1 Flebotomíneos 1 1.2 Importância médica 3 1.3 Criadouros naturais 4

1.4 Técnicas para identificação de criadouros naturais 8

2 OBJETIVOS 11

2.1 Geral 11

2.2 Específicos 11

3 MATERIAL E MÉTODOS 13

3.1 Área de estudo

13

3.2 Coletas de solo e matéria orgânica 15

3.3 Comparação entre amostras de base de árvore e chão desabrigado da

floresta 16

3.4 Processamento das amostras 18

3.4.1 Flotaçâo-peneiramento com solução saturada de açúcar

20

3.4.1.1 Amostra consistindo principalmente de solo 21

3.4.1.2 Amostra rica em pedaços de folhas, pequenos galhos, e cascas 22 3.4.1.3 Amostras consistindo principalmente de folhas e galhos 22

3.4.2 Aparelho de Berlese-Tullgren modificado 23

(12)

3.4.4 Exame direto

26

3.5 Criação de imaturos

26

3.6 Armadilha de emergência

27

3.7 Montagem e identificação

28

3.8 Fauna associada

29

3.9 Fatores microclimáticos

29

3.10 Confecção de equipamentos para estudo de criadouros de flebotomíneos

30

3.11 Determinação dos estádios dos imaturos de flebotomíneos no momento

da coleta das amostras de solo e matéria orgânica

31

3.12 Análises estatísticas 31

3.12.1 Eficácia das técnicas de extração

32

3.12.2 Comparação qualitativa e quantitativa da fauna imatura de

flebotomíneos entre base de árvore e chão de floresta 32

3.12.3 Fauna associada

32

3.12.4 Fatores microclimáticos (temperatura e pH)

33

3.12.5 Caracterização da fauna imatura de flebotomíneos extraídos do solo e a

de adultos coletados em bases de árvores 33

3.13 Licença para coleta de material zoológico

33

4

RESULTADOS

34

4.1 Produção por amostra, micro-hábitat e técnica de extração

34

4.1.1 Amostras de solo e matéria orgânica de micro-hábitats

34

4.1.2 Produção mensal das amostras de solo e matéria orgânica

(13)

w

4.2 Eficácia das técnicas de extração 37

4.2.1 Recuperação de imaturos e adultos de flebotomíneos 37

4.2.2 Tempo empregado em cada técnica de extração em relação ao volume

de amostras processado e

aos imaturos e adultos recuperados

38

4.2.3 Emergência de adultos obtidos a partir da criação de imaturos

recuperados 39

4.3 Comparação entre base de árvore e chão desabrigado (agosto

-dezembro/2002) 40

4.4 Imaturos recuperados 42

. /

4.4.1 Estádios do ciclo de vida 42

4.4.1.1 No momento da coleta 42

4.4.1.2 No momento da recuperação 44

4.4.2 Criação 44

4.5 Faunas imatura e adulta de flebotomíneos recuperados de potenciais

criadouros naturais 45

4.5.1 Espécies de flebotomíneos obtidas a partir de imaturos e adultos

recuperados de amostras de solo e matéria orgânica 45

4.5.2 Armadilha de emergência 49

4.5.3 Comparação entre a faunas flebotomínicas imatura e adulta de bases de

árvores 50

4.5.4 Comparação entre o período de emergência de adultos obtidos a partir

de imaturos de amostras de solo em base de árvore, produção de

adultos coletados em base de árvore, armadilha de emergência, e

pluviosidade

(14)

"V

" /

4.6 Produtividade e distribuição de flebotomíneos em amostras de solo e

matéria orgânica de base de árvore 53

4.6.1 Produtividade das amostras de solo e matéria orgânica de base de

árvore 53

4.6.2 Distribuição interespecífica de flebotomíneos em amostra de solo e

matéria orgânica de base de árvore 54

4.6.3 Distribuição intra-específica de flebotomíneos em amostra de solo e

matéria orgânica de base de árvore 57

4.7 Fauna associada 57

4.8 Fatores microclimáticos 58

5

DISCUSSÃO

62

6

CONCLUSÕES

77

7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

79

ANEXO

1 - Informações sobre amostras de solo e matéria orgânica coletas em

Pitinga 91

ANEXO 2 - Informações sobre os imaturos encontrados em amostras de solo

e matéria orgânica coletas 92

ANEXO 3 - Dados sobre fauna de solo 93

(15)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fases do ciclo de vida dos flebotomíneos 2

Figura 2 - Adulto de flebotomíneo 3

Figura 3 - Mapa com localização da Vila do Pitinga 14

Figura 4 - Vista aérea da Vila do Pitinga 14

Figura 5 - Coleta de amostra de solo em base de árvore em Pitinga 16

Figura 6 - Coleta em copa de árvore 17

Figura 7

-

Mapa esquemático da localização das árvores na área de estudo

em Pitinga 19

Figura 8

- Esquema das áreas de coleta em base de árvore e chão

desabrigado de floresta 20

Figura 9 - Etapas da técnica de flotação-peneiramento 21

Figura 10 - Esquema da retenção de imaturos de flebotomíneos em malhas

de peneira durante o processo de flotação-peneiramento 23

(16)

V

Figura 11 - Aparelho de Beriese-Tuilgren (modificado) 24

Figura 12 - Gaiola de incubaçâo 25

Figura 13 - Exame direto 26

Figura 14 - Potes de criação 27

Figura 15

-

Armadilha de emergência com esquema do funil e

do copo coletor

(corte longitudinal) 28

Figura 16 - Volume (L) das amostras processadas 34

Figura 17 - Produção mensal de flebotomíneos em amostras de solo e

matéria orgânica 37

Figura 18

-

Rendimento das técnicas de extração de imaturos em amostras

de solo e matéria orgânica de base de árvore e chão de floresta

coletadas de agosto-dezembro/2002 38

Figura 19 - Freqüências de morte e de emergência de imaturos recuperados

em relação às técnicas de extração 40

(17)

t,

relação ao número de flebotomíneos recuperados 41

Figura 21 - Produção mensal de flebotomíneos obtidos de amostras de base

de árvore 42

Figura 22 - Freqüência dos estádios em que provavelmente se encontravam

os imaturos no momento da coleta das amostras de solo 43

Figura 23

-

Pluviosiodade e

freqüência mensal dos estádios dos imaturos de

flebotomíneos no momento da coleta de amostras 43

Figura 24 - Freqüência de emergência e morte de imaturos em relação ao

estádio em que se encontravam no momento da recuperação 45

Figura 25 - Larva de L flaviscutellata, coletada em amostra de solo de base

de palmeira 47

Figura 26

-

Pupa de L

umbratilis coletada em amostra de solo

48

Figura 27

-

Pupa de L. serícea coletada em amostra de solo

48

Figura 28

-

Pupa de L

sordellH coletada em amostra de solo

48

Figura 29 -

Emergência de adultos capturados em base de árvore, adultos

(18)

obtidos da criação de imaturos extraídos solo de base de árvore

e armadilhas de emergência, em relação à pluviosidade em

Pitinga 52

Figura 30 - Diagrama de correlação entre temperatura e n® de imaturos

recuperados de amostras de bases de árvore 60

Figura 31 - Diagrama de correlação entre pH e n® de imaturos recuperados de

(19)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Sumário dos resultados do processamento por técnicas de extração de amostras de solo e matéria orgânica coletadas em

diferentes micro-hábitats em floresta de terra firme na Vila do

Pitinga-AM 36

Tabela 2 - Eficácia das técnicas de extração quanto ao tempo (h) empregado

no processamento das amostras e recuperação de imaturos e

adultos de flebotomíneos 39

Tabela 3

-

Espécies de imaturos de Lutzomyia encontradas em amostras de

solo e matéria orgânica em floresta de terra firme na Vila do

Pitinga-AM 49

Tabela 4

-

Espécies de adultos de Lutzomyia capturados em armadilha de

emergência no período de julho a dezembro/2002 em floresta de

terra firme na vila do Pitinga-AM

50

Tabela 5 - Abundâncias total e relativa de adultos de Lutzomyia obtidos da

criação de imaturos recuperados de amostras de solo de base de

árvore, e adultos coletados em base de árvore em uma floresta

de terra firme na Vila do Pitinga-AM 52

V ( >

(20)

Tabela 6 - Produção de imaturos de flebotomíneos recuperados de amostras

de bases de 20 árvores no período de agosto a dezembro/2002

em uma floresta de terra-firme na Vila do Pitinga-AM 55

Tabela 7 - Distribuição interespecífica de flebotomíneos por espécie de

árvore, de cujas bases os imaturos foram extraídos, no período

de agosto a dezembro/2002, em uma floresta de terra-firme na

Vila do Pitinga-AM 56

Tabela 8

-

Distribuição intra-específica de flebotomíneos por espécie de

árvore, de cujas bases os imaturos foram extraídos, no período

de agosto a dezembro/2002, em uma floresta de terra-firme na

Vila do Pitinga-AM 58

Tabela 9

-

Abundâncias total e relativa de artrópodes da fauna recuperada de

amostras de solo de base de árvore e chão desabrigado de

floresta coletadas em agosto e setembro/2002 em uma floresta

de terra-firme na Vila do Pitinga - AM 59

Tabela 10 - Temperatura e pH de criadouros naturais de flebotomíneos em

bases de árvores e chão desabrigado em uma floresta de

(21)

1 INTRODUÇÃO

1.1 Flebotomíneos

Os flebotomíneos do gênero Lutzomyia são dípteros cujas fêmeas possuem

hábitos hematófagos. No Brasil são conhecidos vulgarmente como mosquitos-palha,

biriguis, cangalinhas, tatuquiras, entre outros. Pertencem à família Psychodidae e à

subfamília Phlebotominae, a qual, além de Lutzomyia, apresenta outros dois gêneros

para o Novo Mundo (Brumptomyia e Waríleya) e três para o Velho Mundo

(Phlebotomus, Sergentomyia e Chinius). Mais de 400 espécies de flebotomíneos do

gênero Lutzomyia foram descritas até o presente (Young & Duncan, 1994), sendo que

a identificação destas somente pode ser realizada com segurança mediante a

verificação de caracteres morfológicos dos adultos. Estes insetos são holometábolos,

passando por sete fases ou estádios distintos no seu ciclo de vida (ovo, 4

de larva,

pupae adulto)

(Figurai).

Os ovos (Figura 1B) são escuros, elípticos, alongados, e na sua superfície são

observadas saliências ou outras protuberãncias que formam típicos padrões por

espécie ou complexo de espécies. A quantidade de ovos postos por uma

fêmea pode

variar de 40 a 70 ou mais, dependendo da espécie, tamanho do flebotomíneo,

natureza da fonte sangüínea, dieta larval e outros fatores (Young & Duncan, 1994). O

tamanho do ovo pode variar de 320 a 450pm (Ward & Ready, 1975; Queiroz, 1995). A

fase larval (Figura 1C) compreende quatro estádios larvais que diferem notavelmente

entre si quanto ao tamanho. As larvas são pequenas e no último estádio raramente

(22)

cerdas caudais, implantadas no último segmento abdominal. Sua movimentação, lenta

no primeiro estádio, aumenta consideravelmente com o desenvolvimento, sendo mais

móveis no quarto estádio (Forattini, 1973). As pupas (Figura 1D) caracterizam-se pela

posição ereta que normalmente assumem quando fixas ao substrato pela extremidade

posterior. São imóveis, porém reagem bruscamente quando estimuladas (Forattini,

1973). Os adultos (Figuras IA e 2) medem normalmente entre 2 e 4 mm de

comprimento, possuem corpo recoberto por numerosas cerdas com coloração que

varia de castanho-claro a escuro (Forattini, 1973).

Figura 1 - Fases do ciclo de vida dos flebotomíneos: A - Adulto; B - Ovo; C - Larva; D

-Pupa. Fotos: adulto (www.who.int/tdr); ovo (Queiroz, 1995); larva e pupa

(Silvio Vieira & Ronildo Alencar). Barras em A, C, e D indicam escala aproximada de Imm. Barra em B indica escala de lOOpm.

(23)

a:

1.2 Importância médica

Entre os gêneros do Novo Mundo, Lutzomyia possui maior importância médica,

pois inclui espécies que são hospedeiros vetores de arboviroses, bartonelose, e

lelshmaniose, esta última causada por protozoários tripanossomatídeos do gênero

Leishmania.

Figura 2 - Adulto de flebotomíneo. Foto;

www.who.int/tdr. Barra indica

escala de 1mm.

Lutzomyia umbratilis tem sido incriminada no Brasil como principal

transmissora de Leishmania guyanensis, no norte do Pará, Brasil (Lainson et al.,

1979; Ready et a/., 1986). e na região de Manaus, Amazonas, Brasil (Árias &

Freitas,

1977; 1978; Barrett et ai., 1991; Barrett, 1993), e na Vila do Pitinga (Queiroz, dados

não publicados). Populações desta espécie ocorrem em todo o norte da América do

Sul: Venezuela, Colômbia, Peru, Suriname, Bolívia, Guiana Francesa, e Brasil

(24)

(Estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Mato

Grosso) (Young & Duncan, 1994). Mais recentemente, sua ocorrência foi registrada em

Pernambuco (Balbino et ai, 2001).

Outras espécies de Lutzomyia têm sido apontadas como transmissoras potenciais ou comprovadas de leishmaniose tegumentar na Região Amazônica (Lainson et ai, 1994), entre a quais se destacam as seguintes: L wellcomei, vetor de

Leishmania braziliensis em Serra dos Carajás, Pará; L anduzei, vetor de Leishmania

guyanensis ao norte do Rio Amazonas e leste do Rio Negro; L flaviscutellata e L olmeca nociva, vetores de Leishmania amazonensis] L paraensis, L ayrozai e L.

squamiventris squamiventris, vetores de Leishmania naiffi. Populações de todas estas

espécies ocorrem na Amazônia Central.

1.3 Críadouros naturais

As poucas informações disponíveis sobre a biologia dos estádios imaturos de

flebotomíneos têm sido resultantes da criação de algumas espécies em laboratório.

Por sua vez, a manutenção em cativeiro de muitas espécies é dificultada ou até

impossibilitada pelo pouco conhecimento de seu comportamento de oviposição e as

particularidades de seus criadouros naturais. Algumas espécies de flebotomíneos parecem ser extremamente exigentes quanto a sua manutenção em cativeiro, o que sugere especialização a determinadas condições microambientais (nutrientes, pH,

umidade, temperatura, iluminação, etc.). Em tentativas recentes, a criação de L

umbratilis só foi possível com a utilização de uma ração larval especial que incluía

(25)

larvas dessa espécie criadas em laboratório apresentam antenas e cerdas caudais

relativamente curtas, características que as enquadrariam como "escavadoras" em

ambientes naturais (Hanson, 1961). De fato, parecem demonstrar uma tendência a

permanecerem sob a ração e

os detritos em potes de criação.

Os primeiros relatos sobre criadouros naturais de flebotomíneos referem-se

ao encontro de Phlebotomus mascittii na Itália (Grassi,1908). Desde então, outros

autores dedicaram-se à procura dos possíveis criadouros naturais na Europa, índia e

Sudão: Marett (1910), Newstead (1911), Howlett (1913), King (1914), Mitter (1919),

Whittingham & Rook (1923), McCombie-Young et ai (1926), Shortt et ai (1930),

Smith et ai (1936), Jerace (1939), Nájera (1946), Ghosh (1950), Quate (1964) e

Kiilick-Kendrick (1987).

Na América, o primeiro registro de recuperação de imaturos de flebotomíneos

ocorreu no Brasil (Ferreira et ai, 1938). Destacam-se ainda os trabalhos de

Coutinho & Barretto (1941), Forattini (1954; 1960), Deane (1956). Deane & Deane

(1957a,b) e Sherlock (1962), também no Brasil, além de Pifano (1941) e Scorza et

ai (1968), na Venezuela, e Hertig (1942) no Peru. Até então os resultados obtidos não eram considerados satisfatórios, devido à pouca quantidade de larvas

encontradas em relação ao esforço de coleta, contrastando com a grande

abundância de adultos normalmente encontrados nos mesmos locais.

Entretanto, um importante passo foi dado ao estudo de criadouros naturais,

quando Hanson (1961) relatou o encontro de 2.258 larvas e pupas de flebotomíneos,

das quais 600 foram criadas até o estádio adulto (75,3% do gênero Brumptomyia e

24,7% do gênero Lutzomyia). Das 13 espécies do gênero Lutzomyia, nove foram

encontradas em raízes tabulares (sapopemas), seis das quais somente nesse

(26)

micro-hábitat, destacando-se L serrana e L ovallesi (35 e 24 indivíduos respectivamente),

^

ambas do grupo Verrucarum, e L dysponeta (23 indivíduos), do subgênero

Pressatia. Outra importante informação, advinda desse estudo, refere-se às

espécies L panamensis e L carrerai carrerai (ambas do subgênero

Psychodopygus), L trapidoi e L ylephiletor (ambas do subgênero Nyssomyia), as

quais foram recuperadas exclusivamente de folhas mortas no chão da floresta

(serapilheira), com 8, 4, 10 e 2 indivíduos respectivamente, com exceção de L

trapidoi que apresentou um indivíduo em raízes tabulares. A maioria (94%) das

larvas encontradas por Hanson

(1961)

foi de sapopemas

(raízes tabulares), embora

o autor tenha também examinado amostras de buracos em árvores, tocas de animais silvestres, bases de árvores, chão desabrigado de floresta, entre outros

locais.

As raízes tabulares são extensões achatadas da parte superior das raízes

superficiais, que funcionam como estruturas de sustentação das árvores (Ribeiro et aí., 1999). Essas raízes podem muitas vezes proporcionar uma ampla variedade de condições. Em muitos casos fornecem proteção contra a luz solar, chuva e vento, ' f além de acumularem matéria orgânica, constituída por folhas, detritos vegetais,

restos de artrópodes, fezes de animais, etc. São também normalmente freqüentadas

por comunidades animais muito variadas (moluscos, aracnídeos, lepidópteros,

ortópteros, dípteros e pequenos vertebrados) (Hanson, 1961).

Rutiedge & Ellenwood (1975a) sugerem que o solo desabrigado de floresta

seja um ambiente de difícil desenvolvimento para as larvas de algumas espécies,

pois de 67 espécies conhecidas no Panamá, apenas seis foram encontradas

(27)

Assim como outros flebotomíneos adultos de comportamento dendrobático\

L umbratilis parece apresentar uma limitada amplitude de vôo, desenvolvendo uma lenta migração vertical sobre troncos de árvores (ascendente ao final da tarde e

descendente no início da manhã), o que pode sugerir que os criadouros naturais

desta e de outras espécies se localizem próximo a esses locais de repouso ou de

agregação de adultos (Chaniotis et ai., 1974; Ready et ai., 1986). Há evidências de

que não só as fêmeas recém-emergidas ou ingurgitadas^, mas também as fêmeas

grávidas de L

umbratilis, apresentam o mesmo comportamento migratório (Ready et

ai, 1966). Em áreas de extração seletiva de madeira em Itacoatiara, AM, Pessoa

(2000) observou que as populações de flebotomíneos dendróbatas foi menos

abundantes em áreas nas quais haviam sido extraídas árvores que serviam de

abrigos ou locais de agregação de fêmeas grávidas. É possível que a dispersão de

adultos para áreas não alteradas e/ou a destruição de eventuais criadouros em

micro-hábitats arbóreos ou em solo antes sombreado pelas árvores extraídas

tenham provocado tal impacto sobre as populações dendróbatas.

Apesar de sugerida por esses estudos mais recentes, Thatcher (1968) foi o único até o presente momento a demonstrar a existência de criadouros arbóreos de

flebotomíneos, tendo conseguido recuperar, em floresta do Panamá,

larvas de duas

espécies (L. micropyga, L dysponeta), entre 6

e 12m acima do solo, sendo esta

última encontrada também por Hanson (1961) e Rutiedge & Ellenwood (1975a).

Imaturos da primeira espécie, até onde se sabe, ainda não tinham sido encontrados.

Todavia, segundo Thatcher (1968), não se conhece espécie que oviposite

exclusivamente em matéria orgânica acumulada em galhos de árvores. Em seu

^ Ocorrem mais abundantemente sobre troncos e em copas de árvores.

(28)

estudo, concluiu que condições favoráveis a potenciais criadouros possam ser

criadas mediante o acúmulo de folhas mortas, insetos mortos, fezes de animais e outros detritos em galhos e buracos de árvores, e que em um eventual controle

destes insetos os criadouros arbóreos também sejam considerados.

A relativa escassez de imaturos de

flebotomíneos encontrados, até agora, em

seus potenciais criadouros na floresta tropical, contrasta com a grande abundância

de adultos observados sobre troncos de árvores ou capturados em armadilhas.

Apesar de bem-sucedido em suas tentativas de recuperar imaturos de amostras no

Panamá, Hanson (1961) concluiu que o resultado mostra pouca relação entre o

número de larvas e

adultos das espécies encontradas nas raízes tabulares.

Em estudos realizados por Árias &

Freitas (1982) na região de Manaus, L.

umbratilis foi apenas a quarta espécie em número de adultos capturados em

armadilhas de emergência, apesar de ser normalmente a população de adultos

dendróbatas mais abundante na mesma área. No mesmo estudo, não foi registrada

a emergência de nenhum indivíduo de L shannoni, outra espécie considerada

dendróbata e freqüentemente encontrada sobre troncos de árvores.

1.4 Técnicas para identificação de

criadouros naturais

O baixo rendimento resultante de estudos sobre criadouros naturais de

flebotomíneos na região neotropical é devido principalmente às dificuldades de

extração dos imaturos das amostras de solo e matéria orgânica onde normalmente

são encontrados (Forattini, 1973). Entre as técnicas mais utilizadas para

identificação dos criadouros estão: flotação com solução saturada de açúcar e

(29)

*7'

armadilha de emergência e com menos freqüência gaiola para incubação de amostras de solo para emergência de adulto, aparelho de Berlese-Tullgren e exame

direto.

A técnica de flotação com solução saturada de açúcar foi aplicada pela

primeira vez por McCombie-Young et al. (1926) na índia. Mediante o uso dessa

mesma técnica, Hanson (1961) recuperou 95,7% das larvas encontradas em amostras de solo. Rutiedge & Mosser (1972) processaram 111 amostras de solo de

bases de árvores, obtendo 117 larvas e pupas de três espécies: Brumptomyia

hamata, L ovallesi e L

insólita. Mais recentemente, Gosh & Bhattacharya (1991)

analisaram 131 amostras, recuperando 19 larvas de Phlebotomus argentipes.

A armadilha de emergência é a técnica mais utilizada para busca indireta dos criadouros. Rutiedge & Ellenwood (1975a), usando esta técnica no Panamá,

apontaram as camadas superficiais do chão da floresta como sendo os criadouros

preferenciais de algumas espécies, sugerindo inclusive que as populações são mais

ou menos gregárias e que cada espécie é caracterizada por um padrão particular do

local de ocorrência, resultando em adaptações das espécies (ou especialização).

Entre as espécies obtidas por esses autores destacaram-se L trapidoi e L

rorotaensis, com 90 e 42 indivíduos, respectivamente. Essa característica de criadouros preferenciais é observada nos dados de Hanson (1961), ao coletar

espécies do subgênero Psychodopygus (L panamensis e L carrerai carrerai)

somente em folhas caídas no chão da floresta e espécies do grupo verrucarum (L.

ovallesi e L serrana) apenas em bases de raízes tabulares. Já na Amazônia Central,

(30)

m

16 espécies no solo da floresta, incluindo L umbratilis, L anduzei, L georgii, L

rorotaensis e L trichopyga, as quais somaram 83,2% de toda a amostragem.

No presente estudo são apresentados os resultados da investigação de

criadouros naturais de flebotomíneos em diversos micro-hábitats de uma floresta de

terra-firme na área de Pitinga, Estado do Amazonas. Diversas técnicas de extração

de imaturos e recuperação de adultos a partir de amostras de matéria orgânica e

solo foram empregadas e sua eficácia avaliada. Também são apresentados e

discutidos os resultados de análises comparativas de temperatura e pH e da fauna

imatura flebotomínica e da fauna imatura e adulta não-flebotomínica de diferentes

micro-hábitats, assim como de diversidade específica e abundância relativa entre as

populações imaturas e adultas de flebotomíneos presentes na mesma área.

Espera-se que as informações advindas desse estudo possam contribuir para

caracterizar os potenciais criadouros naturais de flebotomíneos, principalmente de L.

umbratilis, em área de floresta de terra-firme, e oferecer subsídios para o

aprimoramento das técnicas atualmente utilizadas na criação em laboratório,

visando aumentar a produtividade de colônias e viabilizar a criação em massa de

espécies mais exigentes. Caso seja detectada agregação de imaturos de

flebotomíneos em determinados micro-hábitats, novas estratégias de controle focai

poderão ser propostas, inclusive utilizando eventuais inimigos naturais presentes na

(31)

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Investigar os potenciais criadouros de flebotomíneos em floresta de

terra-firme em Pitinga, Estado do Amazonas.

2.2 Específicos

(i)

Comparar quantitativamente e qualitativamente os imaturos encontrados em

bases de árvores e os encontrados entre as árvores (chão desabrigado de

floresta), a

fim de testar as seguintes hipóteses:

Ho: Não há diferenças qualitativas e quantitativas entre os imaturos de flebotomíneos

encontrados em bases de árvores e aqueles encontrados entre as árvores (chão

desabrigado de floresta).

Hi: Há diferenças qualitativas e quantitativas entre os imaturos de flebotomíneos

encontrados em bases de árvores e aqueles encontrados entre as árvores (chão

desabrigado de floresta).

(ii)

Comparar a diversidade específica e a abundância relativa da fauna imatura

encontrada em amostras de bases de árvores com as da fauna adulta de

flebotomíneos capturados em bases de árvores.

(32)

(iii)

Detectar outros potenciais criadouros de flebotomíneos em diversos

micro-hábitats na floresta, tais como matéria orgânica acumulada em cascas e

galhos do dossel, ocos em troncos, tocas de animais, cupinzeiros e solo sob

troncos caídos.

(iv) Avaliar a eficácia das técnicas utilizadas para extração de imaturos de

flebotomíneos das amostras de solo e matéria orgânica.

(v) Caracterizar os fatores microclimáticos (temperatura, pH) dos potenciais

criadouros.

(vi) Caracterizar a fauna associada aos potenciais criadouros naturais de

(33)

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área de estudo

As coletas de solo e matéria orgânica foram realizadas em floresta de

terra-firme do tipo floresta de platô na Vila do Pitinga, Município de Presidente Figueiredo,

Amazonas, Brasil (00°47'28.7" S; 60°04'12.2" W)

(Figuras 3

e 4). A Vila do Pitinga

situa-se a 280 km ao norte de Manaus e 55 km a leste da BR-174, pela qual é

acessada. Sua principal atividade é a exploração de minério de estanho, realizada

pela empresa Mineração Taboca S.A. É uma área de acesso restrito, onde apenas

os empregados da empresa (e de suas associadas) e suas famílias têm acesso, assim como os visitantes, mediante autorização. Essa Vila, atualmente com 2.758

habitantes, foi construída para dar apoio ao projeto de mineração que ali se instalou.

A geração de empregos diretos e indiretos e a implantação de infra-estruturas de

habitação, educação, saúde, energia e telecomunicações fizeram de Pitinga um dos

mais importantes projetos de mineração do país.

Toda a região da Mineração Taboca, com exceção da área urbanizada e

daquelas devastadas pelas atividades de mineração, é coberta por vegetação

arbórea do tipo floresta tropical úmida, com dossel normalmente de 35-40 m e

árvores emergentes (>45 m), como o angelim {Dinizia excelsa). Apresenta um clima

caracterizado pela ausência de uma estação seca definida e sua pluviosidade

média, nos últimos 11 anos, é de 2.432 mm/ano. A temperatura é bastante estável

durante todo o ano oscilando em torno de 28®C.

(34)

60° »-V-^«^.-- -•-■ -A - ■■ •••\''- <••' /-^ " fe'l'^.>*^''-^."'»afeít¥ ^lOwA.Orr .v r?»,. ->-BRASL ^«Pí^nso^tn ■■•Ç • ■'• > rV ■" ^ '•• " iV " ■ •" ^ -!-. w - -. -V .; OK£BK(OOUATifiU fp-ífep.A,!'Jí¥ríí,rilí. „ .-.^/

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Figura 3 - Mapa com localização da Vila do Pitinga. Fonte; Instituto Brasileiro de

(35)

Geomorfologicamente a área é dominada por feições do tipo platô de cotas

próximas a 280 metros, correspondente a uma superfície de aplainamento de idade

antiga. Essa superfície de aplainamento, com o soerguimento relativo ao nível do

mar, passou a ser erodido com profundo entalhamento das drenagens, formando

vales com talvegues de até 150 metros abaixo do topo da superfície. Esta feição tipo

platò é sustentada por espessa camada de laterita, que ocorre em toda a superfície,

com espessura de 15 a 20 metros.

3.2 Coletas de solo e matéria orgânica

As coletas foram realizadas no período de março/2002 e de junho a

dezembro/2002. As amostras foram coletadas de vários micro-hábitats nas matas

próximas à Vila: bases de árvores (Figura 5), chão desabrigado de floresta, matéria

orgânica acumulada em galhos em copas de árvores, buraco em tronco de árvore,

solo sob tronco caído, cupinzeiro abandonado, casca de tronco, toca de animal, solo

sob raiz, oco em base de árvore, solo sobre raiz, solo sobre cipó, buraco em raiz e

base de palmeira.

As amostras foram retiradas a uma profundidade de até 15 cm com o auxílio

de equipamentos como pá, ancinho, facão e outros, sendo imediatamente

armazenadas em potes plásticos com capacidade, cada um, de 1 L, devidamente

etiquetados e cuidadosamente fechados para evitar perda de umidade. Em seguida,

foram transportadas até o laboratório em caixas de isopor e mantidas a temperatura

de 27®C até seu processamento.

(36)

Figura 5 - Coleta de amostra de solo em base de árvores em

Pitinga. Foto: Raul Queiroz.

Para coletas de matéria orgânica acumulada sobre ramificações ou em

buracos próximos ao dossel, foi utilizado equipamento para "rape!" (corda,

mosquetão, freio em oito. ascensor, lançador de corda, capacete, etc.)

(Figura 6).

Todas as observações de campo foram anotadas em uma caderneta e em

seguida repassadas para uma ficha de dados no laboratório (Anexo 1).

3.3 Comparação entre amostras de base de árvore e chão desabrigado da

floresta

Para fins de comparação da fauna imatura de flebotomíneos entre base de

árvore e chão de floresta, as coletas no período de agosto a dezembro/2002 foram

sistematizadas: 30 árvores ou pontos de coleta foram previamente selecionados

pela presença de adultos em repouso sobre seus troncos durante as horas

iluminadas do dia. Destas, 20 foram sorteadas e marcadas para as devidas

(37)

m

Figura 6 - Coleta em copa de árvore. A Início da subida; B -Subida em curso; 0 - Coleta em ramificações da

copa da árvore. Fotos: Raul Queiroz.

As coletas consistiram na retirada de 1 L de amostras de solo ou matéria

orgânica de cada micro-hábitat (base de árvore e cháo desabrigado da floresta) uma

vez por mês, durante todo o período de coleta sistemática. As amostras de base de

árvores foram retiradas aleatoriamente de um só ponto em uma área de até 1 m de

(38)

raio a partir da base de cada uma das 20 árvores, e as amostras do chão da floresta

em área localizada entre 5 m a 10 m a partir das mesmas árvores (Figura 8).

Quarenta amostras foram coletadas mensalmente (20 por micro-hábitat),

totalizando 200 amostras durante todo o período de coleta sistemática. Tomou-se

ainda o cuidado para que as amostras do chão não fossem retiradas de área

próxima a outras árvores (incluindo as 30 originalmente selecionadas).

3.4 Processamento das amostras

O processamento das amostras foi realizado no Insetário de Flebotomíneos

(Casa 14) do Laboratório de Leishmaniose e Doença de Chagas, da Coordenação

de Pesquisas em Ciências da Saúde - CPCS/INPA, Manaus, Amazonas.

Quatro técnicas foram utilizadas para a extração de imaturos de amostras de

solo e matéria orgânica: (1) flotação-peneiramento com solução saturada de açúcar;

(2) aparelho de Berlese-Tullgren modificado; (3) gaiola de incubação e

(4) exame

direto sob microscópio estereoscópio.

Cada amostra das coletas sistemáticas foi dividida em quatro partes, sendo

1/2 (0,5 L) destinado á flotação e 1/6 (0,17 L) a cada uma das demais técnicas de

extração.

Devido ao limitado tempo de estudo e por não se dispor de suficiente auxílio técnico para o rápido processamento das amostras, optou-se por se processar

(39)

AEROPORTO I-l Estrada — Trilha Escala I—rr 1 Árvore do estudo sistemático Árvore não incluída no estudo sistemático

Figura 7 - Mapa esquemático da localização das árvores na área de

estudo em Pitinga.

(40)

Chão

Base

Area de coleta

Árvore

lOm 5m 1m Om

Figura 8 - Esquema das áreas de coleta em base de árvore e chão desabríaado de floresta.

3.4.1 Flotação-peneiramento com solução saturada de açúcar

O uso desta técnica foi baseada no modelo de Hanson (1961), com algumas

modificações no procedimento conforme o tipo de material coletado. Esta técnica foi

usada para isolar imaturos com a menor quantidade de material possível. As

amostras processadas eram constituídas de material que se enquadravam em três

categorias: (i) partículas de solo, que afundam por serem mais densas; (ii) insetos

vivos e outros membros da fauna de solo que afundam em água, mas que flutuam

em um líquido denso, como a solução saturada de açúcar; (iii) material leve, como

pedaços de folhas, galhos e cascas, os quais estiveram presentes em considerável

quantidade, dificultando a busca pelos imaturos. A seguir o detalhamento do

(41)

3.4.1.1 Amostra consistindo principalmente de solo

Era colocada em um recipiente plástico, transparente, com capacidade para 2

L, ao qual era adicionado uma solução saturada de açúcar, cobrindo-a por até 5

centímetros de profundidade. Em seguida, era realizada uma considerável agitação

por meio de ar injetado através de um tubo (Figura 9A) e a mistura deixada em

repouso por 10 minutos. Após o repouso retirava-se o material flutuante com uma

pequena concha, colocando-o sobre um conjunto de 2 peneiras com liem de

diâmetro, cada uma com número de malha progressivamente maior (36 e 1936/cm )

(Figura 9B).

Figura 9

-

Etapas da técnica de flotação-peneiramento. A - Agitação da amostra e

solução açucarada; B - Transferência do material flutuante para as

peneiras; C - Lavagem do material sobre a peneira. Fotos: Raul

Queiroz.

(42)

3.4.1.2 Amostra rica em pedaços de folhas, pequenos galhos, e cascas

Para este tipo de material, uma flotação preliminar apenas com água era

realizada e o material flutuante descartado. A água do recipiente era em seguida

lançada no conjunto de peneiras, pois alguns imaturos poderiam estar em

suspensão. O material depositado no fundo do recipiente era misturado com a solução açucarada e em seguida repetido o mesmo processo citado anteriormente.

3.4.1.3 Amostra consistindo principalmente de folhas e galhos

Esta era ligeiramente lavada com água. As folhas e galhos eram descartados e o material flutuante juntamente com a água era lançado no conjunto de peneiras. Este tipo de material não apresentava partículas de solo, ou apresentava muito

pouco, não sendo necessária a sua mistura com solução saturada de açúcar.

A primeira peneira tinha como principal finalidade evitar a passagem de

material, tais como pequenos galhos e pedaços de folhas, permitindo, no entanto, a

passagem de larvas, pupas de flebotomíneos e outros organismos menores que o

diâmetro da abertura da malha. No entanto, o material retido nesta primeira peneira

era ainda banhado com leves jatos de água para o caso de haver algum imaturo

preso (Figura 9C). Na segunda peneira eram retidos os imaturos, e também

algumas impurezas (Figura 10). A segunda peneira era então colocada dentro de

outro recipiente contendo solução açucarada, de modo que o material retido na

malha se desprendesse e ficasse sobrenadando na solução, facilitando a

(43)

1® Peneira

processamento de uma amostra de solo com volume de 0,5 L foi estimado em

aproximadamente 40 minutos.

funis do aparelho de Berlese-Tulígren (Figura 11 A), modificado a partir de Lincoln &

Sheals (1979). Nessa técnica, as amostras iam sendo dessecadas gradualmente

pela constante ação do calor (gerado por lâmpadas incandescentes) (Figura 11B),

com intensidade regulada por um dispositivo ("dimmer"). A temperatura inicial na

3.4.2 Aparelho de Berlese-Tulígren modificado

Logo após a chegada ao laboratório, parte das amostras era colocada nos Figura 10 - Esquema da retenção de imaturos de flebotomíneos em

malhas de peneira durante o processo de flotação-peneiramento. Fonte: Larva do esquema (Young &

Duncan, 1994).

(44)

parte superior das amostras no funil era de 29°C, sendo aumentada 1°C a cada dia

do período de processamento (total de 10 dias) A medida da temperatura era feita

por um termômetro (Figura 11C) munido de uma pequena sonda, a qual ficava

deixada permanentemente sobre um das amostras no interior do aparelho de

Berlese-Tullgren para maior controle. Ao migrarem para a parte inferior das amostras

nos funis, as larvas caiam em potes coletores (Figura 11 D) situados logo abaixo, na

parte externa do aparelho. Os potes coletores foram preparados especialmente para

manterem a umidade interna adequada para a sobrevivência dos imaturos, com

fundo forrado em gesso e sobre uma placa de petri com areia umedecida. Esses

potes eram monitorados diariamente, e as larvas encontradas transferidas

imediatamente para potes de criação.

m

Figura 11 - Aparelho de Berlese-Tullgren (modificado). A - Funil; B

-Lâmpada; C - Termômetro; D - Pote coletor. Foto: Raul

(45)

3.4.3 Gaiola para incubação de amostras

Esta outra técnica consistiu na incubação de parte das amostras no interior de

gaiola de armação metálica e rede de filó (20x20x20 cm)

(Figura 12A), sobre a qual

foi colocada uma placa de petri com algodão umedecido e em seguida envolvida por

um saco plástico para evitar a perda de umidade (Figura 12B). As gaiolas eram

mantidas à temperatura de 27°C e umidade relativa do ar (U.R.A.) de 90% por 2

meses para a emergência de adultos, sendo as mesmas observadas diariamente.

Os adultos recém-emergidos eram retirados por meio de um capturador manual e

em seguida preservados em álcool 70% para serem posteriormente montados e

identificados.

iá»

Figura 12 -

Gaiola de incubação. A Amostra no interior da gaiola; B

-Gaiola envolvida por saco plástico. Fotos: Raul Queiroz.

(46)

m

3.4.4 Exame direto

Parte das amostras era colocada sobre uma placa de petri e cuidadosamente

analisada sob uma lupa com auxílio de pinças e estiletes (Figura 13). Mediante esta

técnica, parte (0,17 L) de cada amostra de solo e matéria orgânica era processada

em cerca de 30 minutos.

Figura 13 - Exame direto. Foto:

Raul Queiroz.

3.5 Criação de imaturos

Todos os imaturos (larvas e pupas) obtidos nos processos de

flotação-peneiramento, Berlese-Tullgren e exame direto eram mantidos separadamente em

potes de criação, devidamente etiquetados (procedência da amostra)

(Figura 14). As

larvas eram alimentadas com ração usada no Insetário de

(47)

pote uma pequena quantidade do substrato natural do qual o Imaturo era extraído.

Foram anotados, em uma planilha, os seguintes dados: data de coleta das amostras,

data de recuperação dos imaturos, estádio em que se encontrava cada imaturo no

momento da recuperação, data de emergência e método pelo qual o imaturo foi

extraído (Anexo 2). Os adultos emergidos deste processo foram preservados em

álcool para posterior identificação.

Figura 14 - Potes de criação de Imaturos extraídos de amostras de solo e

matéria orgânica. Foto: Raul Queiroz.

3,6 Armadilha de emergência

A armadilha de emergência foi mais uma ferramenta utilizada em campo, na

tentativa de localizar potenciais criadouros (Figura 15). Esta consiste em uma

estrutura piramidal de armação metálica, à qual é fixada uma rede de filó. Sua base

(48)

quadrada apresenta lados de 50 cm. Na parte superior encontra-se um funil plástico

0, sobre este, um recipiente coletor com solução conservadora ("Solução de Vidal")

composta por água, álcool 96%, ácido acético 10% e caulim (João Vidal,

comunicação pessoal). As armadilhas foram mantidas no chão da floresta (em um

mesmo ponto), por até 60 dias para a captura de adultos recém-emergidos, sendo

transferida para um ponto adjacente após esse período. Sobre a armadilha é

colocada, ainda, uma cobertura plástica para evitar chuva direta e/ou respingos das

copas das árvores que pudesse danificá-la. A retirada dos adultos capturados e a

troca de solução era realizada uma vez por mês, sendo os espécimes preservados

em álcool 70% para posterior identificação.

Copo

coletor Solução

de Vidal

I

Figura 15 - Armadilha de emergência com esquema do funil e do copo coletor (corte

longitudinal). Foto: Raul Queiroz.

3.7 Montagem e identificação

Todos os adultos de flebotomíneos conservados em álcool foram montados e

(49)

fêmea) de cada espécie foram depositados na coleção de invertebrados do IN PA, e

os demais na coleção de lâminas do Insetário de Flebotomíneos (Casa 14) da CPCS.

3.8 Fauna associada

Para o estudo da fauna associada, foram considerados somente indivíduos

capturados pelo aparelho de Berlese-Tullgren das amostras sistemáticas. Estes

eram retirados diariamente e preservados em álcool para posterior identificação ao

nível de classe, ordem ou família (Anexo 3).

3.9 Fatores microcllmáticos

As medidas de temperatura foram realizadas com o auxílio de um termômetro

no momento da coleta. Uma pequena sonda era introduzida no solo no ponto da

retirada da amostra e a leitura feita após a estabilização dos dígitos.

Para a medição do pH utilizou-se o método adotado no Laboratório Temático

de Solos e Plantas da Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas

-CPCA/INPA. Esse método consistiu na extração de 10 g da amostra coletada, desidratada em estufa (45°C) e passada em peneira de 2 mm de malha. Esse

material foi em seguida misturado com 25 ml de água destilada por cerca de 30

segundos e deixado em repouso por 30 minutos. Antes da leitura do pH mediante o

uso de um potenciômetro, a mistura foi novamente agitada. Os valores do pH de

cada amostra foram inicialmente anotados em uma planilha (Anexo 4).

(50)

A umidade relativa do ar (U.R.A.) era um dos fatores microclimáticos dos

potenciais criadouros naturais de flebotomíneos a ser investigado no presente

estudo. Entretanto, por motivos técnicos não foi possível essa averiguação.

3.10 Confecção de equipamentos para estudo de criadouros de flebotomíneos

Todos os equipamentos utilizados no campo e no laboratório para a extração

e recuperação de imaturos e adultos de flebotomíneos foram construídos com material disponível no mercado local e previamente testados utilizando imaturos e adultos das colônias do Insetário de Flebotomíneos (Casa 14/CPCS/INPA). As

peneiras da técnica de flotação-peneiramento foram montadas com potes de

Naigene® (500 ml). Suas tampas foram cortadas no centro, o qual foi preenchido

com malhas de nylon.

O aparelho de Berlese-Tullgren (modificado), foi construído com folha de

compensado e peças de madeira e apresentava as seguintes dimensões: altura =

0,5 m; largura = 0,5 m; comprimento = 1 m. Os funis no seu interior eram de

garrafas PET

(2 L), das quais foi aproveitada a metade superior.

As gaiolas de íncubação de solo e matéria orgânica são as mesmas utilizadas

no insetário, contendo uma bandeja plástica no seu interior sobre a qual era

colocada a amostra de solo.

A armadilha de emergência foi construída utilizando-se em parte o mesmo

tipo de material das gaiolas de incubação: eixos de ferro galvanizado (2 mm),

cantoneiras de cobre, e rede suspensa de filé de formato piramidal. Era

(51)

parte superior era fixado um estojo, formado por 2

potes de Naigene® (125 e

500 ml)

e um funil plástico.

3.11 Determinação dos estádios dos imaturos de flebotomíneos no momento

da coieta das amostras de solo e matéria orgânica

Para a determinação dos prováveis estádios em que se encontravam os

imaturos de flebotomíneos no momento da coleta das amostras, foram consideradas

as seguintes informações sobre cada um dos indivíduos que atingiram o estádio

adulto: (i) tempo decorrido entre as coletas das amostras até a recuperação dos

imaturos pelas técnicas de extração (flotação-peneiramento, exame direto,

Berlese-Tullgren), ou emergência de adulto em gaiola de incubação; (ii) estádios em que se

encontravam no momento da recuperação; (iii) tempo decorrido desde o início da

criação até a emergência. Estes parâmetros foram comparados com o tempo de

cada estádio do ciclo de vida das mesmas espécies ou de espécies do mesmo

subgênero criadas em laboratório (Johnson & Hertig, 1961; Forattini, 1973; Ward &

Kiilick-Kendrick, 1974; Ward, 1977; Queiroz, 1995; Justiniano ef a/, 2003, no prelo).

3.12 Análises estatísticas

As análises estatísticas foram realizadas utilizando os programas estatísticos

SYSTAT® 9.0 e EXCEL®

(WINDOWS® 98) para as análises Inferencíal e descritiva,

respectivamente.

(52)

3.12.4 Fatores microclímâticos (temperatura e pH)

Para estes fatores foi realizada uma análise de regressão linear somente com

os dados de bases de árvores, já que chão de floresta apresentou um número muito

reduzido de imaturos e poucas amostras positivas.

3.12.5 Caracterização da fauna imatura de flebotomíneos extraídos do solo e a

de adultos coletados em bases de árvores

Todos os imaturos extraídos de amostras de bases de árvores e que se

desenvolveram até a fase adulta foram comparados, quanto à diversidade específica e abundância relativa, aos adultos coletados na mesma área no período de 1999-2000 (Queiroz, dados não publicados).

3.13 Licença para coleta de material zoológico

Este projeto foi realizado em conformidade com a Portaria N® 332, de 13 de março de 1990, do Ministério de Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, e amparado legalmente pela licença N° 40/2001 (Processo N®

02005004063/0166), concedida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos

(53)

4 RESULTADOS

4.1 Produção por amostra, micro-hábitat e técnica de extração

4.1.1 Amostras de solo e matéria orgânica de micro-hábitats

Um total de 384 amostras equivalente a aproximadamente 371 L foi

processado por meio das quatro técnicas (flotação-peneiramento, Berlese-Tullgren,

gaiola de incubação e exame direto) para extração de imaturos e adultos de

flebotomíneos. As amostras positivas representaram 16% (59 L) e as negativas 84%

(312,1 L)

(Figura 16).

59,0 312.1 Amostra positiva Amostra negativa

Figura 16 - Volume (L) das amostras processadas.

Das 384 amostras processadas, 59 (59 L) foram positivas e renderam 167

indivíduos (Tabela 1). Todas as amostras positivas procederam de 5

micro-hábitats,

dentre os quais base de árvore foi aquele de onde se coletou a maior quantidade de

amostras (197), e destas, 45 (22,8%) foram positivas e renderam 147 indivíduos.

(54)

IP

Chão de floresta foi o segundo micro-hábitat com maior número de amostras (101),

totalizando 8 (7,9%) amostras positivas.

O maior número de flebotomíneos obtido por volume de amostra positiva foi

observado para base de palmeira (4/L), seguido de base de árvore (3,3/L) e em

terceiro, solo sob tronco caído (2/L). O número de flebotomíneos obtido por volume

total foi maior também para base de palmeira (4/L) seguida de solo sob raiz (0,8/L) e

base de árvore (0,75/L). O número total de flebotomíneos por volume de amostra

positiva foi de 2,8/L, enquanto que por volume total de amostras processadas esta

relação foi de 0,45/L.

4.1.2 Produção mensal das amostras de solo e matéria orgânica

(março-dezembro/2002)

Os meses de março e

julho/2002 foram os de menor

(15)

e maior (62) número

de amostras coletadas, respectivamente (Figura 17). Julho e dezembro/2002 foram

os que apresentaram maior número de amostras positivas (12 e 13,

respectivamente), enquanto que junho e dezembro/2002 renderam maior quantidade

de imaturos (38 cada). Março e outubro foram os meses com menor número de

amostras positivas (3 cada), e outubro o que rendeu o menor número de

(55)

m

Tabela 1 - Sumário dos resultados do processamento por técnicas de extração de amostras de solo e matéria orgânica coletadas em diferentes

micro-hábitats em floresta de terrafirme na Vila do Pitinga

-Amostra Micro-hábitat Cód. Volume (L)

N° de imaturos recuperados Ind./L Ind./L

(amostra (amostra

Total Positivo %

Positivo Negativo Flotação

Exame Direto

Berlese-Tullgren Gaiola Total

total) positiva)

Base de árvore BA 197 197,0 45 22,8 152,0 58 47 14 28 147 0,75 3,3

Chão desabrigado CH 101 101,0 8 7,9 93,0 7 0 0 1 8 0,08 1.0

Copa de árvore CO 33 26,7 0 0,0 26,7 0 - - - 0 0,00 0.0

Buraco em tronco BT 13 9,4 0 0,0 9,4 0 - - - 0 0,00 0,0

Solo sob tronco caído TC 10 9,7 2 20,6 7,7 4 - - - 4 0,41 2,0

Cupinzeiro abandonado CA 7 7.0 0 0,0 7,0 0 0 0 0 0 0,00 0,0

Casca de tronco CT 7 5,8 0 0,0 5,8 0 0 0 0 0 0,00 0,0

Toca de animal TA 5 4.1 0 0,0 4,1 0 - - - 0 0,00 0,0

Solo sob raiz SR 5 6,0 3 60,0 2,0 1 2 1 0 4 0,80 1.3

Oco em base de árvore GB 2 2.0 0 0,0 2,0 0 0 0 0 0 0,00 0,0

Solo sobre raiz RA 1 1.0 0 0,0 1.0 0 - - - 0 0,00 0,0

Solo sobre cipó SC 1 0.8 0 0,0 0.8 0 - - - 0 0,00 0,0

Buraco em raiz BR 1 0,6 0 0.0 0,6 0 - - - 0 0,00 0,0

Base de palmeira'**^ BR 1 1.0 1 100,0 0,0 4 - - - 4 4,00 4,0

Total - 384 371,1 59 16,0 312,1 74 49 15 29 167 0,45 2,8

Período: Março/2002 e Junho a Dezembro/2002. (**) Provavelmente Attalea sp.

Cód. = Código para micro-hábitat; Ind. = n" de flebotomíneos imaturos.

CO

(56)

@ Total de amostras lü Amostra positiva □ N°de indivíduos

MAR JUN JUL AGO SEF OLTT NOV DEZ

Mês

Figura 17 - Produção mensal de flebotomíneos em amostras de solo e matéria

orgânica.

4.2 Eficácia das técnicas de extração

4.2.1 Recuperação de imaturos e adultos de flebotomíneos

Das quatro técnicas de extração utilizadas para recuperação de imaturos ou

adultos de flebotomíneos, flotação-peneiramento e exame direto foram as que

renderam maior número de indivíduos do total recuperado durante todos os meses

de coleta, 74 (44,3%) e 49 (29,3%), respectivamente. Berlese-Tullgren foi a técnica

que rendeu menor número de indivíduos, 15 (9%) (Tabela 1).

Com base nos dados dos meses de coleta sistemática (agosto a

dezembro/2002) para base e chão, flotação-peneiramento e gaiola de Incubação

foram as técnicas de extração mais produtivas, rendendo 42 e 20 flebotomíneos,

(57)

(Figura 18). Para as demais técnicas esta relação foi de 0,36 e 0,33 para exame

direto e Beríese-Tuligren. respectivamente.

-'■o 30 F.P. E.D. B.T. Técnicas de extração T • 0,6 • 0.5 H Volume (L) ■0,4_, O -0.3 3 >

■■ 0.2^

11 N" de indivíduos » Indívíduo/L -■ 0,1 -• 0,0

Figura 18 - Rendimento das técnicas de extração de Imaturos em amostras de solo e matéria orgânica de base de árvore e chão de floresta

coletadas de agosto-dezembro/2002. F.P. -

Flotação-peneiramento; E.D. - Exame direto; B.T. - Beriese-Tullgren; G.l.

- Gaiola de incubação.

4.2.2 Tempo empregado em cada técnica de extração em relação ao volume de amostra processado e aos Imaturos e adultos recuperados

Levando-se em consideração volume total de amostras processado por cada

técnica de extração no período de coleta sistemática (agosto-dezembro/2002),

flotação-peneiramento foi a técnica pela qual se processou maior volume de

amostras e rendeu maior número de flebotomíneos por unidade de tempo (hora).

(58)

m

m

0,75 L/h e 0,32/h, respectivamente (Tabela 2). Exame direto foi a segunda, com

0,333 L/h e 0,12/h, enquanto que gaiola de incubação foi a menos eficaz com 0,005

L/h e 0,003/h.

Tabela 2 ~ Eficácia das técnicas de extração quanto ao tempo (h) empregado no

processamento das amostras e recuperação de imaturos e adultos de

flebotomíneos/*^ Técnica Volume de amostra (L) de indivíduos Tempo (h) Volume de amostra/h N° de indivíduos/h Flotação-peneiramento 100,0 42 133 0,750 0,320 Gaiola de incubação 33,3 20 7200 0,005 0,003 Exame direto 33,3 12 100 0,333 0,120 Berlese-Tullgren 33,3 11 1200 0,030 0,009 Total 200,0 85 8633 0,023 0,010

Dados referentes às coletas sistemáticas (agosto - dezembro/2002).

4.2.3 Emergência de adultos obtidos a partir da criação de imaturos

recuperados

A técnica de flotaçâo-peneiramento foi a mais rentável na produção de

imaturos, porém a taxa de emergência de adultos oriundos de imaturos extraídos por

esta técnica foi menor, aproximadamente 60% (Figura 19). Exame direto rendeu 49

(59)

Berlese-Tullgren foi a que menos rendeu imaturos (14), porém apresentou uma taxa

de emergência superior à flotação-peneiramento. cerca de 71%.

3 O E c (<ü ^ e .2 I = «> <0) 0) :3 -0 a-0) 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% i 30 ^ '1' • 12 -iri,-/ m -Vei.áj' B Morte ■ Emergência F.P. E.D. B.T. Técnicas de extração

Figura 19 - Freqüências de morte e de emergência de imaturos recuperados em relação às técnicas de extração. F.P. Flotaçãopeneiramento; E.D. Exame direto; B.T. -Berlese-Tullgren. N° absoluto de indivíduos indicado nas

barras.

4,3 Comparação entre base de árvore e chão desabrigado (agosto

-dezembro/2002)

O número de larvas foi significativamente (Mann-Whitney. U2020, P = 0,001)

menor em criadouros distantes de base de árvore. De 86

flebotomíneos (imaturos e

adultos) recuperados de amostras de solo das coletas sistemáticas desses dois

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