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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA

ACÓRDÃO.

APELAÇÃO CÍVEL NI" 027.2006.000.738-5/002. ORIGEM : Juizo do I° Oficio da Comarca da Picui. RELATOR : Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. APELANTE : liai' Seguros S/A.

ADVOGADO: Edna Aparecida Fidelis de Assis. APELADO : Cícero José Pereira de Lima. ADVOGADO : Wamberto Balbino Sales.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. COBRANÇA DO SEGURO DPVAT. PROCEDÊNCIA. RECURSO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. PRÉVIO EXAURIMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA. LIVRE ACESSO AO JUDICIÁRIO. REJEIÇÃO. MÉRITO. LAUDO PERICIAL. INEXISTÊNCIA DE INVALIDEZ PERMANENTE. SITUAÇÃO QUE NÃO AUTORIZA O PAGAMENTO DO SEGURO DPVAT. APLICAÇÃO DO ART. 3°, "B", DA LEI N.° 6.194/74. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL. PROVIMENTO. Qualquer seguradora que opera no sistema DPVAT pode ser acionada para pagar a indenização.

Nào é obrigatório o prévio requerimento na via administrativa para o ingresso na via judicial, ante o princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição.

Inexistindo prova da incapacidade definitiva para o trabalho, necessária à obtenção do seguro obrigatório por acidente de veículo terrestre, a improcedência do pedido é medida de rigor.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível, processo n° 027.2006.000.738-5/002, em que figuram como partes Cícero José Pereira de Lima e a Raiá Seguros S/A.

ACORDAM os eminentes Desembargadores integrantes da Egrégia Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, acompanhando o Relator, conhecer da Apelação, rejeitar as preliminares de ilegitimidade passiva e de falta de interesse processual e, no mérito, dar-lhe provimento para julgar improcedente o pedido.

VOTO.

Cícero José Pereira de Lima ajuizou Ação de Cobrança c/c Reparação de Danos Materiais perante o Juízo de Direito da Comarca da Picuí, processo n.° 027.2006.000.738-5, em face da baú Seguros S/A.

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no dia 12 de novembro de 2005, quando retornava do trabalho para sua residência, conduzindo a Moto Yamaha YBR 125, placa HKQ 7879 PB, e foi submetido à intervenção cirúrgica no Hospital Antônio Targino, na Cidade de Campina Grande; (2) foi lesionado fortemente na cabeça, resultando debilidade neurológica; (3) não foi possível pleitear administrativamente o pagamento do seguro por não dispor do DUT do automóvel e as seguradoras exigem apresentação do documento do veículo envolvido no acidente, conforme Circular DPVAT n.° 05012000. da FENASEG; (4) e a cobertura do seguro por acidente de veículo automotor está regulada na Lei n.° 6.194/74, e por ela a indenização equivale a quarenta salários-mínimos.

Pugnou pela procedência do pedido para condenar a Promovida ao pagamento de quarenta salários-mínimos, corrigidos monetariamente e com incidência de juros de mora.

A Demandada foi citada pelos Correios, f. 32/33.

Nos autos consta uma Contestação oferecida pela BRADESCO SEGUROS S/A, f. 34/51, subscrita pelo advogado Alysson Filgueira Carneiro Lopes da Cruz, que recebeu poderes por meio do substabelecimento de f. 53, de advogada constituída pela 1taú Seguros. f. 54, não tendo havido decretação de revelia, ou mesmo arguição pelo Autor na Impugnação. f. 59/67, e na Audiência de Tentativa de Conciliação, f. 76.

Na Contestação foi arguida a falta de documento indispensável à propositura da Demanda, no caso o laudo do IML conclusivo de invalidez permanente.

No mérito, a Contestante alegou que (1) o salário-mínimo não pode ser vinculado para efeitos de pagamento do seguro DPVAT, uma vez que o Art. 1 0. da Lei n.° 6.205/74, não admite a sua utilização como fator de atualização monetária, o Art. 1°, da Lei n.° 6.423/77, proíbe expressamente a equiparação e o Art. 7 0, V, da Constituição Federal, que veda sua vinculação para qualquer fim; (2) a Lei n.° 11.482/2007, alterou o Art. 3 0, II e III, da Lei n.° 6.194/74, estabelecendo o limite máximo a ser pago pela cobertura do seguro DPVAT, que é de R$ 13.500,00, devendo ser observado o percentual indenizável segundo a invalidez resultante do acidente, para fins de enquadramento da indenização na - tabela prevista em Lei; (3) e, em caso, de condenação. o termo inicial para a correção monetária deve ser a data do ajuizamento da ação, e os juros moratórios deverão ser contados da citação.

O Juízo proferiu Sentença, f. 85/88, julgando procedente o pedido para condenar a Itaú Seguros S/A ao pagamento de indenização na importância de R$

14.000,00.

A baú Seguros S/A interpôs Apelação, f. 91/104, que foi provida por esta Quarta Câmara Cível, na Decisão em que foi Relator o Desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos, f. 151/156, anulando a Sentença por cerceamento de direito de defesa, determinando a realização de perícia médica.

No Laudo Traumatológico, f. 244, o Perito íconcluiu na resposta ao quarto quesito. que houve debilidade nas funções neurológifas, e em relação aos sétimo e

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oitavo quesitos, respondeu, respectivamente, que não resultou perda ou inutilização de membro, sentido ou função e que não originou incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade incurável.

Sentenciando f. 258/262, o Juízo rejeitou a preliminar de falta de documento indispensável à propositura da Demanda, ao fundamento de que o Autor instruiu o processo com documento atestando a ocorrência do acidente e, no mérito, embasado na prova pericial, julgou procedente o pedido para condenar a Ré a pagar ao Autor a importância de R$ 14.000,00, acrescidos de juros de mora de 1% ao mês, contados da citação. custas processuais e honorários advocatícios que arbitrou em 15% sobre o valor da causa.

A baú Seguros S/A interpôs Apelação, f. 283/294, arguindo, preliminarmente.

(1) a carência do direito de ação por falta de interesse processual, por não ter o Apelado requerido administrativamente a indenização ora pleiteada; (2) e ser parte ilegitima para figurar no polo passivo da Demanda, tendo requerido a sua substituição pela Seguradora Líder dos Consórcios Seguro DPVAT S/A, por ser ela a responsável pela arrecadação e pagamento da indenização.

No mérito, alegou que (1) a fixação do total da indenização com base em quarenta salários-mínimos reveste-se de ilegalidade, uma vez que a Lei n.° 6.194/74, que previa o limite da indenização em quarenta salários foi derrogada pelo Art. 10 da Lei n.° 6.205/74, e, ainda, não é compatível com o Art. 7 0, IV, da Constituição Federal, que veda a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim; (2) a Lei n.° 11.482/2007 alterou o valor do seguro DPVAT previsto na Lei n.° 6.194/74, estabelecendo o limite máximo de R$ 13.500,00 a ser pago pela cobertura; (3) o Laudo constante do processo não especifica o grau de invalidez do Apelado, e que deveria ter sido expedido ofício ao IML com finalidade de sanar as omissões descrevendo sobre a existência de debilidade; (4) na hipótese de admitida a comprovação da invalidez parcial, deve ser observada a tabela constante da Lei n.° 11.482/07, para enquadrar a indenização na proporção da invalidez; (5) e os juros moratórios devem ser contados da citação, na forma da Súmula n.° 426, do STJ, e a correção monetária tem termo inicial a contar da data do ajuizamento da ação.

Nas Contrarrazões, f. 307/313, o Apelado refutou as preliminares de falta de interesse de agir, ao argumento de que não estava obrigado a exaurir a via administrativa como condição de acesso ao judiciário para satisfação do seu direito, e de ilegitimidade passiva, arguindo que a Apelante é parte legítima no processo, pelo fato de que o beneficiário do seguro DPVAT pode pleitear a indenização contra quaisquer das seguradoras que exploram a atividade de seguros por acidentes de veículos terrestres.

No mérito, alegou que (1) o Laudo Pericial comprova a debilidade decorrente do acidente; (2) o Art. 5°. da Lei n.° 6.194/74, estabelece o dever de pagamento da indenização do seguro, independente de culpa; (3) a Circular n.° 50/?„000 e a Resolução n.° 56, do CNSP, não podem ser aplicadas, pelo fato de reduzirem o seguro, que e estabelecido em Lei; (4) e que o Juízo decidiu corret ente ao mensurar o montante da indenização, não havendo o que ser modificado na ente ça.

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Pugnou pelo desprovimento do Recurso.

A remessa dos autos à Procuradoria de Justiça é desnecessária por não se vislumbrar quaisquer das hipóteses previstas no Art. 82, do CPC.

É o relatório.

Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço da Apelação.

A Recorrente arguiu a carência do direito de ação do Apelado aduzindo que ele não requereu, administrativamente, o pagamento do seguro obrigatório, faltando-lhe, assim, interesse processual, no entanto, não procede a alegação. uma vez que inexiste a obrigatoriedade de esgotamento da via administrativa para que a parte possa buscar o Judiciário, e o Art. 5°, XXXV, da CF, que dispõe expressamente que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Rejeito a preliminar de falta de interesse processual.

A Apelante é parte legítima para figurar no polo passivo, tendo em vista que é integrante do grupo de seguradoras que recebe os valores oriundos do seguro obrigatório DPVAT, portanto, responde solidariamente pelo pagamento do seguro.

Assim, rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva.

Ultrapassadas as questões trazidas por meio de preliminares, passo a analisar o mérito da causa.

O Laudo Traumatológico realizado, f. 244, não comprova a incapacidade permanente para o trabalho do Apelado, tampouco a perda ou inutilização de membro, sentido ou função, e consoante a resposta ao quarto quesito, "houve debilidade nas funções neurológicas".

É incontroverso o nexo de causalidade entre o acidente automobilístico e as lesões sofridas e não foi diagnosticado quadro de invalidez permanente do Recorrido para o desempenho de trabalho, não autorizando o recebimento do seguro obrigatório. pois a invalidez que impossibilita ao Apelado exercer atividade laboral é requisito para deferimento do seguro, conforme estabelece o Art. 3 0, "b", da Lei n.° 6.194/74, vigente à época do acidente, que tinha a previsão de indenização no equivalente a quarenta vezes o salário-mínimo, se o acidente resultasse invalidez permanente.

Sobre o tema, decidiu este Tribunal de Justiça:

INDENIZAÇÃO —AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO DPVAT. INDENIZAÇÃO. ART. 3° DA LEI N. 6.194/74. INVALIDEZ PERMANENTE. NÃO COMPROVAÇÃO. LAUDO MÉDICO. DEBILIDADE QUE NÃO RODE SER RECONHECIDA COMO INVALIDEZ CAPAZ DE ENSEJAR INDENIZAÇÃO. NÃO COBERTURA. DESPROVIMENTO DO RECURSO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. É indevida a indenização securitária quando há nos autos laudo do IML atestando pela inexistência de

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invalidez do apelante. Para o pagamento de indenização de seguro DPVAT, necessário que seja comprovada a invalidez do requerente, nos exatos termos da regra disposta no art. 3° da Lei N° 6.194/74. (TJ-PB, Apelação Cível N° 001.2006.018.818-01001, Relator Des. José Di Lorenzo Serpa, publicado DJ 12/02/2011, p. 06).

Ante o exposto. conhecido o Recurso e rejeitadas as preliminares, dou-lhe provimento para reformar a Sentença, julgando improcedente o pedido inicial, com inversão da sucumbência, ficando eventual execução condicionada aos requisitos do Art. 12 da Lei n.° 1.060/50.

É o voto.

Presidi o julgamento, com voto, realizado na Sessão Ordinária desta Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba no dia 24 de abril de 2012, conforme Certidão de Julgamento, dele participando além de mim, Relator, a Dra. Vanda Elizabeth Marinho (Juíza de Direito convocada para substituir o Desembargador João Alves da Silva) e a Dra. Maria das Graças de Morais Guedes (Juíza de Direito convocada para substituir o Des. Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho). Presente a sessão, a Exma. Sra. Dra. Marilene Campos de Carvalho, Procuradora de Justiça.

Gabinete no TJ/PB em João Pessoklirk de maio de 2012. • ,-'>c / 'Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira

Relator

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Diretoria Judiciária

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