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Capital social, aprendizagem organizacional e capacidades tecnológicas como fatores de sucesso para programas descentralizados de apoio a inovação: o caso Tecnova Goiás

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

MARCELO NEVES TORREÃO

CAPITAL SOCIAL, APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL E CAPACIDADES TECNOLÓGICAS COMO FATORES DE SUCESSO PARA PROGRAMAS DESCENTRALIZADOS DE APOIO A INOVAÇÃO: O CASO TECNOVA GOIÁS

Niterói 2015

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Dedicatória

Dedico este trabalho a meus pais, Abel e Hilda, por todo esforço que tiveram em buscar possibilitar uma boa educação e um ambiente repleto de cuidados e atenção. A minha mãe, sempre mais dedicada a cuidar de nós do que dela mesma. A meu pai (in memoriam) agradeço pelo sua demonstração de vontade de viver, jamais desistindo de superar todas as dificuldades que a vida lhe impôs, pelos inúmeros exemplos de buscar conciliar e cuidar de todos nós, ainda que, por muitas vezes, anonimamente.

(5)

Agradecimento

Agradeço a toda minha família, em especial a minha mãe Hilda, meu filho Paulo e minha companheira Naila por todo apoio nesta construção.

Agradeço também ao meu orientador Emmanuel Paiva de Andrade, que se mostrou sempre incansável em sua trajetória como educador, aos amigos do GECOP que buscaram contribuir, direta ou indiretamente, com o enriquecimento deste trabalho, seja através das leituras conjuntas, apresentação de seus trabalhos e aos Mestres do LATEC que contribuíram à minha formação.

Aos colegas de trabalho da FINEP e das FAPs, em especial ao Marcelo Camargo e à professora Maria Zaira Turchi, e colegas das incubadoras e das empresas que dispuseram de seu tempo participando das entrevistas e respostas aos questionários meu muito obrigado.

Em especial agradeço a DEUS, que tudo me proporcionou.

"O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Deita-me em verdes pastos e guia-me mansamente em águas tranqüilas. Refrigera a minha alma, guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo, a Tua vara e o Teu cajado me consolam. Prepara-me uma mesa perante os meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na casa do SENHOR por longos dias." Salmo 23

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CAPITAL SOCIAL, APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL E CAPACIDADES TECNOLÓGICAS COMO FATORES DE SUCESSO PARA PROGRAMAS DESCENTRALIZADOS DE APOIO A INOVAÇÃO: O CASO TECNOVA GOIÁS

RESUMO

A inovação tem se mostrado como um processo extremamente importante à sobrevivência e desenvolvimento de empresas e regiões, entretanto, diversas pesquisas apontam para dificuldades encontradas pelas empresas, independente de seu porte, em manter seu mercado ou desenvolver atividades de inovação. Estas dificuldades podem ser de ordem financeira, técnica, aversão ao risco ou falta de pessoal qualificado. Outros elementos como a rede de relacionamentos do empreendedor, os códigos e narrativas compartilhadas, bem como os níveis de confiança presentes entre os diversos atores que interagem em um ecossistema interferem na dinâmica do processo de inovação das empresas.

O Programa Tecnova, a partir da transferência de recursos de subvenção econômica, busca suprir uma lacuna relacionada ao risco de investimento no processo de inovação. Durante as fases de seleção, avaliação, contratação e acompanhamento dos projetos submetidos ao Programa Tecnova são solicitadas informações pelos parceiros estaduais da FINEP tanto dos projetos quanto das empresas beneficiadas pela subvenção econômica. Esse conjunto de informações é a base, em primeiro momento, do processo decisório que define se a empresa terá ou não o seu projeto apoiado e em seguida integram o acompanhamento da evolução do projeto, da empresa e do próprio programa.

Este trabalho parte da identificação dos atores de primeiro grau que operam o Programa Tecnova no nível nacional, avalia com maior profundidade os resultados obtidos pelo primeiro parceiro a efetuar as contratações com as empresas selecionadas e busca entender de que forma o capital social interfere na dinâmica do processo de inovação do empreendedor que recebeu tais recursos, agregando, dessa forma, maior conhecimento acerca da dinâmica do processo de inovação no nível local.

Tem por base revisão bibliográfica, documental e de campo, bem como a realização de estudo de caso múltiplo com foco na avaliação do capital social de micro e pequenas empresas, tomadoras de recursos de subvenção econômica operada de forma descentralizada.

(7)

 Capital social, Aprendizagem Organizacional e Capacitação Tecnológica influenciam positivamente o desenvolvimento do Programa Tecnova;

 O capital social é relevante para o parceiro que opera o programa, uma vez que a performance de suas ações são influenciadas pela interação com diversos atores do Sistema Regional de Inovação, como SEBRAE Estadual, Incubadoras, Associações, dentre outras entidades ou representações de classe, bem como para as empresas que se beneficiaram do programa, visto que contam com acesso a recursos e informações, além de resultados internos que são influenciados também pelo capital social em suas perspectivas estrutural, relacional e cognitiva;

 O processo de seleção conduzido pela FAPEG teve com resultado a contratação de empresas que apresentavam nível de maturidade em aprendizagem organizacional/capital social e capacidades tecnológicas satisfatório;

 A empresa com nível de maturidade em aprendizagem organizacional/capital social e capacidades foi a que necessitou de menos recursos para o desenvolvimento do projeto.

(8)

SOCIAL CAPITAL, ORGANIZATIONAL LEARNING AND TECHNOLOGICAL CAPABILITIES AS SUCCESS ELEMENTS FOR DECENTRALIZED SUPPORT

INNOVATION PROGRAMS: THE TECNOVA GOIÁS CASE ABSTRACT

Innovation has been shown to be extremely important to the survival and development of enterprises and regions process, however, several studies point to difficulties encountered by enterprises, regardless of size, to maintain its market or develop innovation activities. These difficulties may be financial, technical, risk aversion and lack of qualified personnel. Other elements such as network entrepreneur relationships, shared codes and narratives, as well as the confidence levels present among the different actors that interact in an ecosystem interfere with the dynamics of the corporate innovation process.

The Tecnova program from the transfer of economic support funds, seeks to fill a gap related to the risk of investment in the innovation process. During the phases of selection, evaluation, contracting and monitoring of projects submitted to Tecnova Program information is requested by state partners FINEP both projects as companies benefited from a subsidy. This set of information is the basis, in the first instance, the decision-making process that determines whether or not the company will have supported your project, and then integrate the monitoring of the evolution of the project, the company and the program itself.

This work of the identification of the first degree of actors who operate the Tecnova program at the national level, assesses in greater detail the results of the first partner to perform the contracts with the selected companies and seeks to understand how the social capital affects the dynamics of Entrepreneur of the innovation process that received such funds, adding thus more knowledge about the dynamics of the innovation process at the local level.

It is based on literature review, document and field as well as conducting multiple case study focused on the evaluation of the capital to micro and small companies, makers of economic support funds operated in a decentralized manner.

As a result of research it was observed that:

 Social Capital, Organizational Learning and Technology Skills positively influence the development of Tecnova Program;

(9)

 Social Capital is relevant to the partner who operates the program, since the performance of his actions are influenced by the interaction with different actors of the Regional Innovation System as State SEBRAE, Incubators, Associations, among other entities or class of representations as well as for companies that have benefited from the program, as they have access to resources and information, as well as internal results are also influenced by social capital in their structural, relational and cognitive perspectives;

 The selection process conducted by FAPEG result had with hiring companies that presented level of maturity in organizational learning / social capital and satisfying technological capabilities;

 The company with Maturity on organizational learning / social capital and skills was needed fewer resources for project development.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxo de seleção e contratação de Projetos no Programa Tecnova 28

Figura 02 – Modelo de Inovação Fechada 35

Figura 03 – Modelo de Inovação Aberta 36

Figura 04: Influência na trajetória de acumulação tecnológica e inovação em

empresas 62

Figura 05: Componentes da capacidade tecnológica 63

Figura 06: Capacidade Tecnológica e seus impactos 63

Figura 07: Foco da Pesquisa 69

Figura 08: Fluxo de fases do processo de pesquisa 71

Figura 09 - Etapas Do Programa Tecnova 79

Figura 10 - Posição da FAPEG em relação aos demais atores do sistema regional de

inovação 82

Figura 11 - Percepção do Gestor com relação ao papel da incubadora no

desenvolvimento da rede relacional da empresa 87

Figura 12 - Percepção do Gestor com relação ao papel da incubadora no

desenvolvimento da rede relacional da empresa 93

Figura 13 - Percepção do Gestor com relação ao papel da incubadora no

desenvolvimento da rede relacional da empresa 95

Figura 14- Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento em relação à expectativa da FINEP 97

Figura 15: Influência do capital social na aprendizagem organizacional e acúmulo de

capacidades 102

Figura 16 - Percepção do Gestor com relação ao papel da incubadora no

desenvolvimento da rede relacional da empresa 112

Figura 17 – Referências de suporte ao desenvolvimento do projeto apresentado ao

Programa Tecnova 115

Figura 18 - Frequência da ocorrência de praticas de aquisição de conhecimento em

(11)

LISTA DE FIGURAS

Figura 19 - Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento em relação à expectativa da FINEP 120

Figura 20 - Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de conhecimento

em relação à expectativa da FINEP 122

Figura 21 - Percepção do Gestor com relação ao papel da incubadora no

desenvolvimento da rede relacional da empresa 136

Figura 22 – Referências de suporte ao desenvolvimento do projeto apresentado ao

Programa Tecnova 139

Figura 23 - Frequência da ocorrência de praticas de aquisição de conhecimento em

relação à expectativa da FINEP 142

Figura 24 - Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de conhecimento

em relação à expectativa da FINEP 144

Figura 25 - Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de conhecimento

em relação à expectativa da FINEP 146

Figura 26 – Referências de suporte ao desenvolvimento do projeto apresentado ao

Programa Tecnova 162

Figura 27 - Frequência da ocorrência de praticas de aquisição de conhecimentos 165

Figura 28 - Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de conhecimento

em relação à expectativa da FINEP 167

Figura 29 - Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de conhecimento

em relação à expectativa da FINEP 170

Figura 30 – Referências de suporte ao desenvolvimento do projeto apresentado ao

Programa Tecnova 186

Figura 31 - Frequência da ocorrência de praticas de aquisição de conhecimentos da

empresa x importância da prática no Tecnova 188

Figura 32 - Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de conhecimento 190

Figura 33 - Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de conhecimento 191

(12)

Quadro 01 – Mapa da Literatura 32

Quadro 02 – Definição de Inovação 34

Quadro 03 – Definição de Inovação 35

Quadro 04: Fomento, Descentralização e Desconcentração 42

Quadro 05: Etapas do Processo de Criação de uma empresa 46

Quadro 06: Etapas do Processo de Criação de uma empresa 48

Quadro 07: Dimensões do Capital Social 54

Quadro 08: Influência na trajetória de acumulação tecnológica e inovação em

empresas 61

Quadro 09: Níveis de capacidades Tecnológicas Básicas 64

Quadro 10: Níveis de capacidades Tecnológicas Inovadoras 65 Quadro 11: Níveis de capacidades Tecnológicas Básicas de Rotina 66 Quadro 12: Níveis de capacidades Tecnológicas Básicas de Inovação 67

Quadro 13: Resumo das Macro características do estudo 70

Quadro 14 – Incidência dos processos de aprendizagem organizacional 73

Quadro 15 – Questões relacionadas ao Capital Social 74

Quadro16 – Nível de Maturidade em Processos de Aprendizagem

Organizacional/Capital Social 75

Quadro 17 – Nível de Maturidade em Processos de Capacidades Tecnológicas 76 Quadro 18 – Nível de Maturidade em Processos de Capacidades Tecnológicas 76 Quadro 19 – Indicadores de desempenho associados a cada etapa do Macro fluxo 80 Quadro 20 - Resumo dos recursos FINEP - Programa Tecnova 81 Quadro 21 – Demanda Excedente de Recursos Programa Tecnova – Estados Goiás e

(13)

LISTA DE QUADROS

Quadro 22 – Etapas Processo de seleção - Tecnova Goiás 83

Quadro 23 – Número de projetos por fase – Tecnova Goiás 83

Quadro 24 – Redes relacionadas às atividades das etapas de lançamento e

consolidação da empresa 88

Quadro 25 – Capacidade Social - Estrutural 90

Quadro 26 - Frequência da ocorrência de praticas de aquisição de conhecimentos 92 Quadro 27 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Aquisição de conhecimentos 93

Quadro 28 – Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento 94

Quadro 29 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Compartilhamento de conhecimento 95

Quadro 30 – Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento 96

Quadro 31 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Compartilhamento de conhecimento 97

Quadro 32 – Dimensão Relacional do Capital Social 98

Quadro 33 – Frequência da ocorrência de praticas de codificação e controle do

conhecimento 99

Quadro 34 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

Codificação e Controle de conhecimento 100

Quadro 35 – Capacidade Social - Cognitivo 100

Quadro 36 – Capacidade Social - Consolidado 101

Quadro 37 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada à Engenharia de Software 103 Quadro 38 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Engenharia de

Software 103

Quadro 39 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada à Gestão de Projetos 104 Quadro 40 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Gestão de Projetos 105

(14)

LISTA DE QUADROS

Quadro 41 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Produtos e Soluções 106 Quadro 42 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Produtos e Soluções 106 Quadro 43 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Ferramentas e Processos 108 Quadro 44 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Ferramentas e

Processos 108

Quadro 45 – Resumo da pontuação da empresa A 109

Quadro 46 – Redes relacionadas às atividades das etapas de lançamento e

consolidação da empresa 113

Quadro 47 – Capacidade Social - Estrutural 114

Quadro 48 – Frequência da ocorrência de praticas de aquisição de conhecimentos 117 Quadro 49 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Aquisição de conhecimentos 117

Quadro 50 – Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento 119

Quadro 51 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Compartilhamento de conhecimento 120

Quadro 52 – Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento 121

Quadro 53– IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Compartilhamento de conhecimento 122

Quadro 54 – Capital Social - Relacional 123

Quadro 55 – Frequência da ocorrência de praticas de codificação e controle do

conhecimento 124

Quadro 56 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

codificação e controle de conhecimento 124

Quadro 57 – Capacidade Social - Cognitivo 125

Quadro 58 – Capacidade Social - Consolidado 126

(15)

LISTA DE QUADROS

Quadro 60 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Engenharia de

Software 127

Quadro 61 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada à Gestão de Projetos 128 Quadro 62 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Gestão de Projetos 128 Quadro 63 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Produtos e Soluções 130 Quadro 64 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Produtos e Soluções 130 Quadro 65 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Ferramentas e Processos 131 Quadro 66 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Ferramentas e

Processos 132

Quadro 67 – Resumo da pontuação da Empresa B 133

Quadro 68 – Redes relacionadas às atividades das etapas de lançamento e

consolidação da empresa 135

Quadro 69 – Capacidade Social - Estrutural 136

Quadro 70 – Frequência da ocorrência de praticas de aquisição de conhecimentos 138 Quadro 71 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Aquisição de conhecimento 139

Quadro 72 – Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento 141

Quadro 73 - IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Compartilhamento de conhecimento 143

Quadro 74 – Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento 145

Quadro 75 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) -

Compartilhamento de conhecimento 145

Quadro 76– Capital social Relacional 147

Quadro 77 – Frequência da ocorrência de praticas de codificação e controle do

(16)

LISTA DE QUADROS

Quadro 78 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

Codificação e Controle de conhecimento 148

Quadro 79 – Capacidade Social - Cognitivo 149

Quadro 80 – Capacidade Social - Consolidado 150

Quadro 81 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada à Engenharia de Software 151 Quadro 82 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Engenharia de

Software 151

Quadro 83 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada à Gestão de Projetos 153 Quadro 84 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Gestão de Projetos 153 Quadro 85 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Produtos e Soluções 154 Quadro 86 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Produtos e Soluções 155 Quadro 87 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Ferramentas e Processos 156 Quadro 88 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Ferramentas e

Processos 156

Quadro 89 – Resumo da pontuação da Empresa C 156

Quadro 90 – Redes relacionadas às atividades das etapas de lançamento e

consolidação da empresa 160

Quadro 91 – Capacidade Social - Estrutural 161

Quadro 92 – Frequência da ocorrência de praticas de aquisição de conhecimentos 164 Quadro 93 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

Aquisição de conhecimentos 165

Quadro 94 – Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento 166

Quadro 95 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

(17)

Quadro 96 – Frequência da ocorrência de praticas de compartilhamento de

conhecimento 168

LISTA DE QUADROS

Quadro 97 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

Compartilhamento de conhecimento 169

Quadro 98 – Capital Social - Relacional 171

Quadro 99 – Frequência da ocorrência de praticas de codificação e controle do

conhecimento 171

Quadro 100 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

Codificação e Controle de conhecimento 172

Quadro 101 – Capacidade Social - Cognitivo 173

Quadro 102 – Capacidade Social - Consolidado 174

Quadro103 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Engenharia de Software 174 Quadro 104– Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Engenharia de

Software 175

Quadro 105 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada à Gestão de Projetos 176 Quadro 106 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Gestão de Projetos 177 Quadro 107 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Produtos e Soluções 177 Quadro 108 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Produtos e Soluções 178 Quadro 109 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Ferramentas e

Processos 179

Quadro 110 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Ferramentas e

Processos 180

Quadro 111 – Resumo da pontuação da Empresa D 181

Quadro 112 – Redes relacionadas às atividades das etapas de lançamento e

consolidação da empresa 184

Quadro 113 – Capacidade Social - Estrutural 184

Quadro 114 – IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações)

(18)

LISTA DE QUADROS

Figura 115 - IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

Compartilhamento de conhecimento 189

Figura 116 - IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

Compartilhamento de conhecimento 191

Quadro 117 – Capital Social - Relacional 192

Quadro 118 – Frequência da ocorrência de praticas de codificação e controle do

conhecimento 192

Figura 119 - IPA (Índice de prioridade de ações de aprendizagem em organizações) –

Compartilhamento de conhecimento 193

Quadro 120 – Capacidade Social - Cognitivo 194

Quadro 121– Capacidade Social - Consolidado 195

Quadro 122 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada à Engenharia de Software 195 Quadro 123– Capacidade tecnológica de inovação relacionada à Engenharia de

Software 196

Quadro 124 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada à Gestão de Projetos 197 Quadro 125 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Gestão de Projetos 198 Quadro 126 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Produtos e Soluções 199 Quadro 127 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Produtos e Soluções 199 Quadro 128 – Capacidade tecnológica de rotina relacionada a Ferramentas e

Processos 201

Quadro 129 – Capacidade tecnológica de inovação relacionada a Ferramentas e

Processos 201

Quadro 130 – Resumo da pontuação da Empresa E 202

Quadro 131 – Redes relacionadas às atividades das etapas de lançamento e

consolidação da empresa - Consolidado 204

Quadro 132 – Redes relacionadas às atividades das etapas de lançamento e

(19)

Quadro 133 – Processos de aquisição de conhecimento - Consolidado 206

LISTA DE QUADROS

Quadro 134 – Processos de compartilhamento de conhecimento - Consolidado 207 Quadro 135 – Processos de codificação e controle - Consolidado 208

Quadro 136 – Pontuação das empresas - Consolidado 208

Quadro 137 – Pontuação das empresas Capacidades Tecnológicas - Consolidado 210 Quadro 138 – Atividades de maior IPA, segmentadas por tipo de processo de

aprendizagem e situação da empresa (incubada ou não incubada) 212 Quadro 139 – Atividades de maior IPA, segmentadas por tipo de processo de

aprendizagem x Quadrantes relacionados à Aprendizagem organizacional/capital

(20)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Capacidade tecnológica relacionada à Engenharia de Software 104

Gráfico 02 – Capacidade tecnológica relacionada à Gestão de Projetos 105

Gráfico 03 – Capacidade tecnológica relacionada à Produtos e Soluções 107

Gráfico 04 – Capacidade tecnológica relacionada à Ferramentas e Processos 109

Gráfico 05 – Aprendizagem Organizacional/Capital Social versus

Capacidades Tecnológicas 110

Gráfico 06 – Capacidade tecnológica relacionada à Engenharia de Software 128

Gráfico 07 – Capacidade tecnológica relacionada a Gestão de Projetos 129

Gráfico 08 – Capacidade tecnológica relacionada a Produtos e Soluções 131

Gráfico 09 – Capacidade tecnológica a Ferramentas e Processos 133

Gráfico 10 – Aprendizagem Organizacional/Capital Social versus

Capacidades Tecnológicas 134

Gráfico 11 – Capacidade tecnológica relacionada à Engenharia de Software 152

Gráfico 12 – Capacidade tecnológica relacionada a Gestão de Projetos 154

Gráfico 13 – Capacidade tecnológica relacionada a Produtos e Soluções 155

Gráfico 14 – Capacidade tecnológica relacionada a Ferramentas e Processos 157

Gráfico 15 – Aprendizagem Organizacional/Capital Social versus

Capacidades Tecnológicas 158

Gráfico 16 – Capacidade tecnológica relacionada à Engenharia de Software 175

Gráfico 17 – Capacidade tecnológica relacionada a Gestão de Projetos 177

Gráfico 18 – Capacidade tecnológica relacionada a Produtos e Soluções 178

Gráfico 19 – Capacidade tecnológica relacionada a Ferramentas e Processos 180

Gráfico 20 – Aprendizagem Organizacional/Capital Social versus

Capacidades Tecnológicas 181

(21)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 22 – Capacidade tecnológica relacionada a Gestão de Projetos 198

Gráfico 23 – Capacidade tecnológica relacionada a Produtos e Soluções 200

Gráfico 24 – Capacidade tecnológica relacionada a Ferramentas e Processos 202

Gráfico 25 – Aprendizagem Organizacional/Capital Social versus

Capacidades Tecnológicas 203

Gráfico 26 – Aprendizagem Organizacional/Capital Social versus

(22)

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Alocação de recursos – Tecnova Goiás 82

Tabela 02 - Alocação de recursos - Projetos contratados - Tecnova Goiás 84

Tabela 03 – Referências de suporte ao desenvolvimento do projeto apresentado ao

Programa Tecnova 116

Tabela 04 – Referências de suporte ao desenvolvimento do projeto apresentado ao

Programa Tecnova 139

Tabela 05 – Referências de suporte ao desenvolvimento do projeto apresentado ao

Programa Tecnova 163

Tabela 06 – Referências de suporte ao desenvolvimento do projeto apresentado ao

(23)

LISTA DE SIGLAS

FINEP - Financiadora da Estudos e Projetos

ABPMP - Association of Business Process Management Professionals CBPP® - Certified Business Process Professional

Comtec - Comunidade Tecnológica de Goiás

FAPEG – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás IEL - Instituto Euvaldo Lodi

ITIL - Information Technology Infrastructure Library MCTI – Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação MGE - Médias e Grandes empresas

MPE – Micro e Pequena Empresa

MPSBr - Melhoria do Processo de Software Brasileiro

PAPPE - Programa de Subvenção à Pesquisa em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

P, D & I - Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

PNI - Programa Nacional de Incubadoras

PROINE – Programa de Incubação de Empresas da UFG

PQL – Painel da Qualidade do Leite

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa UFG - Universidade Federal de Goiás

(24)

23

Sumário

1 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ... 25 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ... 25 1.2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ... 27 1.3. OBJETIVOS ... 29 1.3.1. Objetivo Geral ... 29 1.3.2. Objetivo Específico ... 29 1.4. QUESTÕES DE PESQUISA ... 30 1.5. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ... 30 1.6. JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ... 31 2 CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA ... 31 2.1. Inovação ... 32 2.1.1. Visão Geral ... 32 2.1.2. Sistema Nacional de Inovação ... 37 2.2. Políticas, Mecanismos e Agentes da Inovação ... 40 2.2.1. Subvenção Econômica à Inovação e a Descentralização ... 40 2.2.2. Mecanismos e Agentes da Inovação ... 42 2.2.3. Processo de criação de empresas, spin offs e Micro e Pequena Empresa ... 45 2.3. O Capital Social e as Capacidades Tecnológicas ... 48 2.3.1. As diversas definições de Capital Social ... 48 2.3.2. O capital social, a inovação, e a aprendizagem organizacional ... 54 2.3.3. Aprendizagem organizacional e Capacidades Tecnológicas ... 56 2.3.4. Capacidades tecnológicas ... 60 3. CAPÍTULO 3 - Metodologia ... 69 4. Capítulo 4: O Estudo de Caso do TECNOVA - Goiás ... 78 4.1. O Programa Tecnova ... 78 4.2. O TECNOVA em Goiás ... 81 4.3. Tecnologia da Informação e Comunicação no TECNOVA GOIÁS ... 84 4.4. As empresas estudadas ... 85 4.4.1. Empresa A ... 85 4.4.2. Empresa B ... 112 4.4.3. Empresa C ... 136

(25)

24 4.4.4. Empresa D ... 160 4.4.5. EMPRESA E ... 185 4.5. Breve Análise Comparativa entre as empresa ... 206 4.6. Conclusão ... 215 5.0 Bibliografia...217

(26)

25

1 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

A transformação da base produtiva a partir de processos de inovação tem se intensificado no Brasil. Ao longo dos últimos anos verifica-se a implementação de políticas de apoio à inovação, com objetivos de desenvolver junto às empresas uma cultura de inovação que leve a um salto de qualidade, competitividade e promoção do desenvolvimento nacional. Em regra, pode-se dizer que as empresas que inovam apresentam um diferencial frente às demais que não se valem desta estratégia, além de gerarem mais renda, pagarem melhores salários, exportarem mais e apresentarem maiores taxas de crescimento (SALERNO, KUBOTA, 2008).

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

O cenário que as empresas enfrentam é marcado pela globalização, pela elevada utilização de tecnologias da informação e comunicação e elevado quantitativo de pessoal altamente qualificado, caracterizando o que se tem chamado de “economia do conhecimento”. Neste contexto, capacitação de pessoas tem merecido cada vez mais atenção dos pesquisadores e dos formuladores de política. Como diz Almeida, Kickinger (2010), a diferença marcante é a presença do conhecimento como novo fator de produção além do capital e do trabalho.

Essa nova perspectiva da economia promove uma alteração do eixo da riqueza e do desenvolvimento, que anteriormente se concentrava em setores industriais tradicionais, com foco em mão-de-obra, materia-prima e capital, para setores onde o produto, os processos e serviços têm em sua essência tecnologia e conhecimento (CAVALCANTI e GOMES, 2001; ALMEIDA e KICKINGER, 2010).

Na busca por desenvolvimento econômico, uma das ações adotadas pelo Governo Federal é o lançamento de editais de subvenção econômica. Esta é uma ação embasada na Lei 10.973/2004 (BRASIL, 2004), que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. A operação da subvenção econômica pode ser feita de duas formas diferentes quanto ao seu modelo de operacionalização: centralizada, quando operada diretamente pela FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, ou descentralizada, quando operada por parceiros da FINEP. Alguns editais são direcionados para as micro e pequenas empresas (MPE) e outros não apresentam esta distinção.

As micro e pequenas empresas (MPE), por sua vez, demonstram importância no cenário nacional seja pelo seu número expressivo, uma vez que a maior parte das empresas nacionais

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pode ser enquadrada nesta classificação, seja por sua capacidade de gerar postos de trabalho. Segundo dados do Sebrae – Serviço Brasileiro de apoio à Micro e Pequena Empresa, em fevereiro de 2014 “...os pequenos negócios registraram saldo líquido de 148.152 novos empregos celetistas, respondendo por 56,8% dos empregos formais gerados no país neste mês (...) superando o saldo líquido das médias e grandes empresas (MGE) e da Administração Pública (...) que registraram respectivamente a criação líquida de 99.867 e de 12.804 postos de trabalho” (SEBRAE, 2014). Em junho de 2015, os pequenos negócios registraram saldo positivo na geração de empregos na ordem de 11.663 empregos (saldo líquido). As Médias e Grandes Empresas (MGE) computaram saldo negativo de 122.158 vagas e a Administração Pública, apresentou saldo negativo em 111.199 postos de trabalho (SEBRAE, 2015).

Circunstâncias como a baixa disponibilidade de recursos destinados à inovação, dificuldade em instituir ou manter um setor de pesquisa e desenvolvimento, instabilidade gerada por frequentes alterações na política econômica, redução do tempo de vida do produto, além da presença de concorrentes com maior vantagem competitiva, apontam para uma tendência em se pensar que a capacidade de inovar das micro e pequenas empresas é inferior à das grandes corporações (MELLO, MACHADO, JESUS, 2010). Entretanto, Nonaka e Takeuchi (1997) defendem o ponto de vista de que as situações de incerteza são favoráveis às micro e pequenas empresas, na medida em que as estimulam a buscar conhecimento externo, o que leva consequentemente a um processo de inovação contínua (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

Segundo La Rovere (2001), uma política de inovação voltada para as MPEs (micro e pequenas empresas) deve, necessariamente, considerar suas especificidades, exigindo a articulação entre os diferentes níveis de governo, ou seja, federal, estadual e local. Desta forma, seria correto afirmar que o processo de inovação requer fundamentalmente a colaboração, as inter-relações e as alianças entre organizações e governos. A capacidade inovadora das MPEs varia em função de sua percepção de risco do negócio, de sua capacidade interna de planejamento e de avaliação quanto aos benefícios que a inovação pode proporcionar. Por esta razão no processo de inovação, segundo Borges (2011), é necessário que o empreendedor tenha atenção tanto no processo de formação e mobilização de seu capital social quanto na formação de seu capital financeiro e humano, principalmente em uma empresa de base tecnológica. O desenvolvimento do conhecimento coletivo sobre o capital social, em uma perspectiva vinculada ao empreendedorismo tecnológico, contribui para o novo negócio. As perspectivas

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27

de sucesso, do empreendedor ou das instituições de apoio à criação de novas empresas podem ser elevadas pela presença capital social (BORGES, 2011).

Em sintonia com os desafios colocados pelo desenvolvimento do país e considerando as circunstâncias anteriores, a FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, respondendo a uma demanda do MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, propõe o Tecnova, um programa de subvenção, operado de forma descentralizada por parceiros estaduais previamente selecionados, voltado à micro e pequenas empresas. O programa tem por objetivo criar condições financeiras favoráveis e apoiar a inovação visando o crescimento acelerado de um conjunto significativo de empresas, com foco na inovação tecnológica.

1.2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

As MPEs demonstram sua importância no cenário nacional seja pelo seu número expressivo, seja por sua capacidade de gerar postos de trabalho (SEBRAE, 2015). Conforme visto anteriormente, o desenvolvimento de uma política de inovação que tenha por objetivo dar suporte às MPEs precisa considerar suas especificidades e necessita de articulação com diferentes níveis de governo (LA ROVERE, 2001).

O Programa Tecnova, lançado pela FINEP em 2012, selecionou 21 parceiros estaduais, capacitados a captar, selecionar, contratar e acompanhar projetos de inovação tecnológica, bem como repassar recursos da subvenção econômica e promover o desenvolvimento da inovação no país. Os parceiros foram indicados pelos respectivos governos estaduais e ficaram responsáveis pelo repasse de recursos totais FINEP, estimados em R$ 190.000.000,00 (cento e noventa milhões de reais), com possibilidade de inclusão de temas regionais, além de recursos dos estados, na ordem de R$ 89.500.000,00 (oitenta e nove milhões e quinhentos mil reais).

Considerando o somatório dos recursos Federais e Estaduais, a expectativa de aporte é de R$ 279.500.000,00 (duzentos e setenta e nove milhões e quinhentos mil reais), sem levar em conta as contrapartidas das empresas, elemento obrigatório no âmbito do programa, que variou entre as diversas chamadas públicas na faixa de cinco a dez por cento dos valores solicitados para o desenvolvimento do projeto.

De forma geral, o processo de contratação das empresas operado por estes parceiros é similar. Passa por diversas etapas, garantindo ao proponente a possibilidade de entrar com

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recurso contra a decisão divulgada. As etapas podem, ainda que com possíveis variações em função da dinâmica adotada pelo estado em face de sua autonomia, ser resumidas conforme o fluxo apresentado na Figura 01.

FLUXO DE SELEÇÃO E CONTRATAÇÃO DE PROJETO

Figura 1 - Fluxo de seleção e contratação de Projetos no Programa Tecnova Fonte: elaboração própria

Por um lado, observa-se que o Programa Tecnova, a partir da perspectiva dos parceiros, no âmbito nacional, apresenta diversos pontos fortes e oportunidades que sinalizam para existência de uma rede de parceiros mobilizada, com recursos capacitados, autônoma, que atua próxima ao setor empresarial, voltada ao fortalecimento de habitats e de uma cultura voltados à inovação, além de serem identificados outros benefícios, mais diretamente relacionados à FINEP, como o aumento de sua capilaridade, a redução de custos por operação e a maior integração entre as demandas dos sistemas regionais e do sistema nacional de inovação.

Entretanto, também se observam fraquezas e ameaças ao programa como as interferências e indefinições de natureza burocrática e administrativa por parte da contrapartida estadual, a indefinição quanto à continuidade do programa ou de alocação de recursos suplementares extra-orçamentários para contratação de demandas qualificadas e não contempladas.

Do ponto de vista das MPEs, também se identificam como pontos fracos o baixo grau de expertise e de estrutura física/operacional para gerenciar e executar projetos de inovação, fragilidade na aquisição de novos conhecimentos, baixa capacidade e ausência de articulação para o desenvolvimento de novos produtos/serviços. No caso dos agentes do SRI – Sistema Regional de Inovação observa-se a ainda incipiente atuação das incubadoras e demais parceiros para atração e capacitação de empresas nos estados. Acresce a isso o fato da descentralização,

Lançamento do Edital Recebimento das Proposta Enquadramento das propostas em função das regras

do edital Avaliação do Mérito do Projeto Aprovação Contratação Recurso

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pela sua própria forma de atuação, provocar distanciamento da FINEP em relação às MPEs, perdendo graus de informação, por vezes valiosos, para garantir alinhamentos estratégicos com políticas nacionais conduzidas pela FINEP.

Essas fragilidades fazem com que, no plano nacional, surjam diferenças de desempenho que implicam em atraso ou impossibilidade de lançamento dos editais de chamada da subvenção econômica ou, nas etapas subsequentes, dificuldades nas contratações e no acompanhamento das empresas selecionadas, além do risco elevado de contratação de empresas sem as competências necessárias para gerir projetos de inovação.

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é, estudando um caso de sucesso de implantação do Tecnova, identificar a presença e o papel de fatores que potencializem resultados inovadores, conforme previsto na literatura, tais como capital social, aprendizagem organizacional e capacitação tecnológica, capturando a inter-relação entre estes fatores, o seu papel na otimização dos resultados alcançados e o nível de alinhamento entre a expectativa da FINEP e a efetiva performance das empresas com relação a práticas relacionadas à aprendizagem organizacional.

1.3.2. Objetivo Específico

Na execução deste trabalho são trilhados os seguintes objetivos específicos:

1. Realizar um levantamento bibliográfico, a fim de buscar na literatura de gestão da inovação, capital social e micro e pequena empresa pontos relevantes que se relacionam ao tema em estudo;

2. Descrever e analisar os resultados no Programa Tecnova do primeiro Estado a efetuar contratações e apresentar cadastro de reserva;

3. Avaliar a distribuição proposta e contratada por área temática; 4. Identificar as tendências setoriais de concentração de projetos; 5. Situar o parceiro no Sistema Regional de Inovação;

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6. Avaliar a influência do capital social no processo de formação da empresa e na elaboração de projetos apresentados no âmbito Programa Tecnova;

7. Identificar a percepção dos empreendedores com relação à ocorrência de comportamentos orientados à aprendizagem organizacional e as capacidades tecnológicas;

8. Diagnosticar fragilidades relacionadas a comportamentos orientados à aprendizagem organizacional no âmbito da empresa em relação a percepção de gestores do Programa Tecnova;

9. Contribuir para o desenvolvimento de indicadores de monitoramento do capital social e metodologias para medir o seu impacto sobre o desenvolvimento de empresas inovadoras.

1.4. QUESTÕES DE PESQUISA

1. Como a presença de fatores como capital social, aprendizagem organizacional e capacitação tecnológica potencializam resultados inovadores no âmbito do Programa Tecnova?

2. De que forma a inter-relação entre estes fatores e o nível de alinhamento entre a expectativa da FINEP e efetiva performance das empresas com relação a práticas relacionadas à aprendizagem organizacional contribui na otimização dos resultados a serem alcançados?

1.5. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Esta pesquisa, limitada a uma das áreas temáticas de um dos Estados que participa do programa Tecnova, aprofunda o estudo do capital social do parceiro e de empresas beneficiadas por subvenção econômica descentralizada, mais especificamente do Programa Tecnova Goiás. Avalia de que forma o capital social influencia o desenvolvimento do programa, da empresa e do projeto subvencionado, em especial na acumulação de capacidades tecnológicas. Também observa a percepção do parceiro quanto a sua posição no sistema regional de inovação e a consequência desta posição para o desenvolvimento do programa.

O capital social é visto em sua perspectiva estrutural e como um conjunto de bens relacionais que o empresário ou a empresa detém, desenvolvidos em uma rede de relações sociais, internas e externas, que gera competência organizacional para coordenação e cooperação em prol do benefício e aperfeiçoamento mútuo dos membros da rede. Não há a intenção de aprofundar o estudo em outros aspectos do capital social, particularmente, seus efeitos negativos de exclusão de determinados perfis de um grupo, tampouco no contexto de

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outros estados e áreas temáticas como um todo (BORGES, 2007; LIN, 2005; NAHAPIET & GHOSHAL, 1998; BOURDIEU, 1980).

1.6. JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

O desenvolvimento de novas competências, resultado de processos relacionados à aprendizagem organizacional, bem como a acumulação de conhecimento e capacidades inovadoras e sua transformação em produtos e processos inovadores são fundamentais à sustentabilidade da empresa e ao desenvolvimento do país. O processo de acumulação de capacidades e construção de conhecimento se dá através da interação entre os membros da própria empresa e o ambiente externo.

Nesta dinâmica, fundamentada em processos de interação internos e externos, o capital social tem grande importância. Esta importância relacionada à capacidade de desenvolver e mobilizar seu capital social foi apontada por diversos autores (BORGES, 2007; NEERGARD E MADSEN, 2004; DAVIDSON E HONING, 2003; JULIEN, 2000 e BAKER, 2000) em diferentes momentos como relevante no sucesso ou fracasso do processo de criação de um novo negócio ou como um ativo intangível, considerado por Stoeckicht e Soares (2010), crítico no processo de inovação.

Estudar elementos que potencializam os resultados pretendidos de um programa como o Tecnova constitui, portanto, tarefa desejável, mormente quando feita por pesquisador, visto que integra o grupo que acompanha o desenvolvimento do Programa Tecnova Goiás e que desenvolve atividades profissionais na área de descentralização, atuando, portanto, como observador do contexto do problema e participante do cenário da pesquisa.

2 CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura é uma etapa necessária ao embasamento do trabalho a ser desenvolvido identificando o que já foi discutido sobre os assuntos relacionados aos temas centrais da pesquisa e avaliando de que forma a presente pesquisa amplia os conhecimentos existentes. O mapa da literatura é uma representação gráfica mostra uma visão geral da

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literatura existente, identificando as principais áreas e embasamentos teóricos relacionados a estas áreas, que convergem para questão principal de pesquisa.

2.1. Inovação

2.1.1. Visão Geral

O tema inovação, suas características, natureza e fontes, bem como o conhecimento de sua relação com o desenvolvimento econômico tem sido objeto de pesquisa ao longo dos últimos anos (LEMOS, 1999). Na última década este interesse tem se intensificado, aparecendo

BORGES, FILION e SIMARD (2010), BORGES, FILION (2012), NAHAPIET e GHOSHAL (1998), SCRIVENS e SMITH (2013), TSAI e GHOSHAL (2007), FIGUEIREDO (2009), ISIDRO FILHO (2009). BRASIL (2004, 2005), MANUAL DE OSLO (2005), DOSI (1998), SALERNO E KUBOTA (2008)

Como a presença de fatores como capital social, aprendizagem organizacional e capacitação tecnológica potencializam resultados inovadores no âmbito do Programa Tecnova?

De que forma a inter-relação entre estes fatores e o nível de alinhamento entre a expectativa da FINEP e efetiva performance das empresas com relação a práticas relacionadas à aprendizagem organizacional contribui na otimização dos resultados a serem alcançados?

CASSIOLATO E LASTRES (2005), Brasil (2004, 2005, 2006), BANCO MUNDIAL (2014), RANGA E ETZKOWITZ (2013), BORGES, FILION e SIMARD (2010), BORGES, FILION (2012), Inovação Políticas, Mecanismos, Agentes de Inovação, SRI,

SNI, MPE Aprendizagem Organizacional, Capital Social e Capacidade Tecnológica Mapa da Literatura

Quadro 1 Mapa da Literatura

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nos debates dos pesquisadores, governos e empresários. O progresso técnico, diretamente associado à inovação é fundamental no entendimento da dinâmica capitalista, atualmente conhecida como economia do conhecimento. A inovação é também fundamental à criação de vantagem competitiva e ao desenvolvimento econômico, seja de empresas, regiões ou países (CARIJO e BOTELHO, 2013).

A inovação, enquanto conceito, pode ser entendida como resultado de algo novo, seja um produto ou um processo, associado a um fato econômico. A base da inovação são as invenções e descobertas, consequências do processo criativo e, muitas vezes, de difícil planejamento e previsão. Seja o pesquisador de uma universidade, seja de uma empresa, trabalhando em uma metodologia específica, ou mesmo o curioso que cria com flexibilidade metodológica, todos contribuem, a seu modo, para a dinâmica das invenções e descobertas. A inovação, no entanto, é um processo, onde a pesquisa científica sistemática, seja básica ou aplicada, desempenha um papel relevante (BURGELMAN, CHRISTENSEN, WHEELWRIGHT, 2013).

Segundo Figueiredo (2009), na percepção de Schumpeter, a inovação é relevante ao desenvolvimento econômico e extrapola a simples mudança tecnológica, envolvendo novos arranjos interpretados de maneira ampla. Desta forma, os casos relacionados à introdução de um novo bem ou produto, método de produção, abertura de novo mercado ou conquista de uma nova fonte de matéria prima estariam abarcados neste conceito, sendo o foco principal para o sucesso da inovação o retorno ao investimento efetuado. Observa-se também, quanto aos estudos de Schumpeter, que o aprofundamento e a modelagem ao nível de empresas não foram suficientemente elaborados, deixando uma lacuna conceitual e teórica quanto à dinâmica de funcionamento das empresas inovadoras e ao processo de inovação em empresas e economias de países em desenvolvimento (FIGUEIREDO, 2009).

Com a evolução do conceito, que leva a ampliação de sua compreensão, a inovação deixa de ser percebida como a um ato isolado, para ser vista como um processo de aprendizado não-linear, que é cumulativo e apresenta relação direta com a localidade onde se desenvolve o processo (CASSIOLATO e LASTRES, 2005). A relação entre inovação e desenvolvimento econômico é observada com maior profundidade em trabalhos elaborados pelos autores neoschumpeterianos e evolucionistas (CARIJO e BOTELHO, 2013 e OCDE, 2005). O Quadro 02 apresenta um recorte com algumas das diferentes visões acerca do conceito de inovação.

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Autores Inovação é a...

BRASIL, Lei 10.973 (2004)

introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços.

Manual de Oslo (2005)

implantação de um novo ou significantemente melhorado produto (bem ou serviço) ou processo, um novo método de marketing ou um novo método organizacional nas práticas de negócio, na organização do ambiente de trabalho ou nas relações externas.

DOSI (1988)

aplicação de novas idéias para os produtos, processos ou outros aspectos das atividades de uma empresa que levam a aumento de valor. Esse valor é definido de forma ampla para incluir maior valor agregado para a empresa além de benefícios para os consumidores ou outras empresas.

Quadro 2 - Definição de Inovação

Fonte: Adaptado de Narcizo et all (2012), Manual de Oslo (2005), DOSI (1988)

O Manual de Oslo (2005) atualmente define quatro tipos de inovações que encerram um amplo conjunto de mudanças nas atividades das empresas: inovações de produto, inovações de processo, inovações organizacionais e inovações de marketing. O Quadro 03 detalha essas definições.

Inovação Definição

Produto introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais. As inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes.

Processo implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares. As inovações de processo podem visar reduzir custos de produção ou de distribuição, melhorar a qualidade, ou ainda produzir ou distribuir produtos novos ou significativamente melhorados.

Organizacional implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. Inovações organizacionais podem visar a melhoria do desempenho de uma empresa por meio da redução de custos administrativos ou de custos de transação, estimulando a satisfação no local de trabalho (e assim a produtividade do trabalho), ganhando acesso a ativos não transacionáveis (como o conhecimento externo não codificado) ou reduzindo os custos de suprimentos.

Inovação Definição

Marketing implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços. Inovações de marketing são voltadas para melhor atender as necessidades dos consumidores, abrindo novos mercados, ou reposicionando o produto de uma empresa no mercado, com o objetivo de aumentar as vendas.

Quadro 03 – Definição de Inovação Fonte: Manual de OSLO (2005)

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Outras classificações podem ser observadas, seja com relação à perspectiva local, mostrando-se novas para a empresa, a região, o país ou mesmo mundial ou sob a ótica relacionada ao grau de novidade incorporado no produto ou processo, permitindo a classificação da inovação como incremental, quando incorpora uma nova funcionalidade ao produto já existente ou radical, quando um produto totalmente novo é criado, além de perspectivas relacionadas à existência ou não de interação com agentes externos (inovação aberta ou fechada).

O processo inovador desenvolvido em um modelo de inovação fechada traz em sua dinâmica a limitação seja dos conhecimentos, conexões e tecnologias internas a organização, sem promover a interação com agentes externos, ou seja, outras empresas, universidades. Este modelo era hegemônico antes da globalização, quando as posições das empresas no mercado eram mais consolidadas e os custos iniciais de desenvolvimento de novas tecnologias eram elevados devido a verticalização do processo (SANTOS; FAZION e MEROE, 2011). A figura 02 ilustra a dinâmica da inovação fechada num ambiente pobre de agentes de inovação.

Figura 02 – Modelo de Inovação Fechada Fonte: Chesbrough, 2003

O modelo de inovação aberta apresenta dinâmica diferente em seu processo de inovação. Leva em consideração conhecimentos e tecnologias externas à organização bem como a possibilidade de interação e troca de informações com universidades, outras empresas, consumidores, fornecedores, etc. Ideias consideradas valiosas no processo podem ter sua origem de dentro ou de fora da empresa. Essa abordagem faz com que as ideias externas e caminhos externos para o mercado sejam percebidos no mesmo nível de importância que as ideias e caminhos internos (CHESBROUGH, 2003). As entradas e saídas de conhecimento são utilizadas para acelerar a inovação interna e permitir a expansão dos mercados para utilização

Limites da Firma Mercado s Projetos de Pesquisa Pesquisa Desenvolvimento

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externa da inovação (CHESBROUGH, 2006). A inovação aberta é um processo que tem por base a gestão intencional do conhecimento que passa através das fronteiras da organização e utiliza mecanismos (pecuniários e não pecuniários) em linha com o modelo de negócio da organização (CHESBROUGH e BOGERS de 2014). A figura 03 ilustra a dinâmica da inovação aberta num ambiente repleto de agentes de inovação.

Figura 03 – Modelo de Inovação Aberta Fonte: Chesbrough, 2003

As práticas de inovação aberta apresentam dependência da capacidade interna das empresas em alavancar a entrada e a saída de conhecimento e da disponibilidade de conhecimento suficiente no ambiente externo. Quanto maior a qualificação profissional, maiores seriam as chances de uma melhor absorção das inovações por parte das empresas (WANG, VANHAVERBEKE, ROIJAKKERS, 2012).

Na medida em que a qualificação profissional interfere diretamente no desempenho da transferência de conhecimento entre organizações, esta assume papel de destaque na inovação aberta (CHESBROUGH, 2003). Além disso, as práticas de inovação aberta também reforçam a importância do SNI, das redes de inovação, da educação e da formação profissional no contexto de políticas públicas, além de fornecer diversos mecanismos que viabilizam a melhoria do próprio sistema e possibilitam o surgimento de novas estruturas (WANG, VANHAVERBEKE, ROIJAKKERS, 2012).

Apresentado como um tema recorrente nas agendas das empresas e dos governos, independente do grau de desenvolvimento destes países, ou seja, desenvolvidos ou em desenvolvimento, a inovação consolida sua relevância perante diversos estudos, de diferentes estratégias metodológicas, de cunho técnico ou científico, que apresentam sua vinculação a

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questões como a elevação de produtividade e competitividade das economias contemporâneas (ARBIX e DE NEGRI, 2009).

No Brasil, a transformação da base produtiva a partir de processos de inovação tem sido aspecto central para o desenvolvimento nacional. Ao longo dos últimos anos a implementação de políticas de apoio à inovação com objetivos de desenvolver junto às empresas uma cultura de inovação que leve a um salto de qualidade, competitividade e promoção do desenvolvimento nacional tem sido uma prática constante (SALERNO e KUBOTA, 2008). Tal fato se deve aos benefícios, diretos e indiretos, da presença no mercado de empresas inovadoras.

Em regra pode-se dizer que as empresas que inovam apresentam um diferencial frente às demais que não se valem destas estratégias, além de gerarem mais renda, pagarem melhores salários, exportarem mais e apresentarem maiores taxas de crescimento (SALERNO e KUBOTA 2008).

Essa nova perspectiva da economia, promove uma alteração do eixo da riqueza e do desenvolvimento, que anteriormente se concentrava em setores industriais tradicionais, com foco em mão-de-obra, materia-prima e capital, para setores onde os produtos, os processos e os serviços têm em sua essência tecnologia e conhecimento (CAVALCANTI e GOMES; 2001).

Para Salerno e Kubota (2008) as expressões “economia do conhecimento” e “sociedade do conhecimento” caracterizam uma dinâmica baseada em atividades intensivas em conhecimento, a qual é, simultaneamente, econômica, política e social. Sendo considerada econômica por gerar riqueza com produtos de alta tecnologia; social, pois os produtos gerados interferem na vida das pessoas (jogos em computadores, votação eletrônica, internet, etc); e política porque os governos, de todos os principais países do mundo, e daqueles aspirantes a tal posto, desenvolvem instrumentos de apoio ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação pelas empresas.

2.1.2. Sistema Nacional de Inovação

O conceito de Sistema de Inovação, segundo Lundvall (2004), foi elaborado na década de oitenta simultaneamente na Europa e nos Estados Unidos. Este autor foi o primeiro a usar a expressão Sistema Nacional de Inovação a partir da ideia do modelo elaborada por Friederich List (1841), denominado “Sistema Nacional de Economia Politica”.

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Cassiolato e Lastres (2005) definem o SNI como:

...um conjunto de instituições distintas que contribuem para o desenvolvimento da capacidade de inovação e aprendizado de um país, região, setor ou localidade - e também o afetam. Constituem-se de elementos e relações que interagem na produção, difusão e uso do conhecimento (CASSIOLATO e LASTRES, 2005).

As premissas básicas do conceito de sistemas nacionais de inovação estão baseadas na compreensão das ligações entre os atores envolvidos no processo de inovação como chave para melhorar o desempenho da tecnologia. Além disso, tanto a inovação quanto o progresso tecnológico resultam do conjunto de relações entre atores e da produção, distribuição e aplicação de vários tipos de conhecimento. Portanto a forma com que estes atores interagem e a qualidade de suas relações interferem no desempenho de inovação de um país (OCDE, 1997).

Na mesma perspectiva, Cassiolato e Lastres (2005) afirmam que a capacidade de inovação relacionada a um país ou região é resultante “...das relações entre os atores econômicos, políticos e sociais, e reflete condições culturais e institucionais próprias” (CASSIOLATO e LASTRES, 2005).

Daí decorre que os processos de inovação que acontecem no âmbito da empresa são, em geral, gerados e sustentados por suas relações com outras empresas e organizações, ou seja, a inovação consiste em um fenômeno sistêmico e interativo, caracterizado por diferentes tipos de cooperação que ocorrem em um sistema onde estão presentes não apenas “...as organizações diretamente voltadas ao desenvolvimento científico e tecnológico, mas também, e principalmente, todas aquelas que, direta ou indiretamente, afetam as estratégias dos agentes” (CASSIOLATO e LASTRES, 2005).

Esta perspectiva é reforçada por Arbix (2010), que destaca dois termos relevantes, rede e ecossistema. Segundo o autor, de forma geral o processo de inovação não se concentra exclusivamente na empresa, passa de seu contexto, tendo seu desenvolvimento em um ambiente mais amplo, marcado por uma rede de colaboradores de diversos perfis. A dimensão desta rede não se mostra restrita à dimensão comercial, apresentando diversas faces. Neste ecossistema, altamente complexo e diverso, são observados atores como empresários, empresas, instituições de ensino, pesquisadores, governo.

A partir da perspectiva de Sistema Nacional de Inovação, a produção baseada na criatividade humana, a inovação e o aprendizado passam a ser caracterizados como processos

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interativos de múltiplas origens. As inovações incrementais e radicais e a complementaridade entre elas assume relevância, assim como “...as inovações organizacionais e técnicas e suas distintas fontes internas e externas à empresa” (CASSIOLATO e LASTRES, 2005).

As empresas, entendidas como entes singulares que integram em ambientes socioeconômicos e políticos, apresentam trajetórias específicas, devendo cada caso “...ser entendido de acordo com suas peculiaridades, sua posição e seu papel nos contextos nacional e internacional, para que se avalie qual deve ser a estratégia mais apropriada a seu desenvolvimento” (CASSIOLATO e LASTRES, 2005).

A incerteza está presente no ambiente, marcado pela complexidade e diversidade. Tal circunstância torna altamente desejável a presença de recursos humanos de qualidade, a existência de fluxo contínuo de ideias e informações sem preconceitos para que o empreendedorismo se traduza em inovação. O avanço no conhecimento do ecossistema da inovação traz como efeito positivo a mitigação da incerteza e dos riscos associados ao processo (ARBIX, 2010).

A abordagem do SNI revela-se útil a países em desenvolvimento, pois são levadas em consideração as especificidades dos diferentes contextos e atores locais, exigindo sua captação e analise. A percepção do contexto e sua influência na análise do processo de aprendizagem e capacitação são extremamente importantes para países e regiões menos desenvolvidos. Outro ponto que merece destaque é o tratamento da inovação como um processo cumulativo e que sofre influência do contexto. Essa perspectiva leva a perceber a necessidade de amadurecimento do capital humano para o aumento da capacidade tecnológica (CASSIOLATO e LASTRES, 2005).

No SNI o envolvimento e a integração entre três principais agentes se faz presente: o estado, responsável pelo desenvolvimento, aplicação e acompanhamento de políticas públicas voltadas ao apoio à ciência e tecnologia; as universidades e institutos de pesquisa, que participam no processo de criação, disseminação do conhecimento e desenvolvimento de atividades de pesquisas; e as empresas, responsáveis pelo desenvolvimento de produtos, pesquisa e incorporação de conhecimento (SANTOS, BOTELHO e SILVA, 2006). Confiança, valores e normas assumem importância neste contexto pois influenciam a dinâmica das relações externas e da troca de conhecimentos no interior da empresa (Manual de OSLO, 2005).

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Finalmente o conceito de SNI serve como base à formulação de políticas de desenvolvimento tecnológico de um país. A presença do Estado fica mais evidente na medida em que este se mostra responsável pela definição de políticas de apoio ou mesmo apoio financeiro à rede de ciência, tecnologia e inovação (DALMARCO, 2012).

2.2. Políticas, Mecanismos e Agentes da Inovação

2.2.1. Subvenção Econômica à Inovação e a Descentralização

A subvenção econômica à inovação é uma modalidade de financiamento que tem se tornado um dos principais instrumentos de política pública, amplamente utilizado em países desenvolvidos no estimulo e promoção à inovação (MCTI, 2014). Países como Coréia do Sul, Finlândia, França e Japão mesclam financiamentos com taxas diferenciadas e subvenções econômicas. Outra prática comum é o uso intensivo do poder de compra governamental, como no caso dos Estados Unidos (ARBIX e DE NEGRI, 2009).

A subvenção econômica à inovação “busca mitigar uma deficiência ou ausência de ânimo por parte dos agentes privados por determinadas oportunidades de produtos inovadores apontados pelo interesse público” (FINEP, 2013). Ela cria a possibilidade de aplicação de recursos públicos não-reembolsáveis em empresas, independente de sua natureza, pública ou privada, uma vez que estas sejam responsáveis pelo desenvolvimento de projetos de inovação de interesse estratégico ao país e que os custos sejam compartilhados. Seu objetivo está vinculado à ampliação das atividades de inovação e ao crescimento da competitividade das empresas e da economia do País (MCTI, 2014).

Quando é operada com base na Lei da Inovação, a subvenção econômica destina-se à cobertura das despesas relacionadas ao custeio das atividades de inovação, como por exemplo, despesas com pessoal, matéria prima, serviços de terceiros, patentes, além de despesas relacionadas à conservação e adaptação de bens imóveis que estejam destinados especificamente às atividades de inovação. Quando se relaciona à Lei do Bem, destina-se “ao ressarcimento de parte do valor da remuneração de pesquisadores titulados como Mestres ou Doutores que venham a ser contratados pelas empresas” (FINEP,2013).

Segundo Araújo (2013), a criação da subvenção econômica permitiu o direcionamento de uma maior quantia de recursos da FINEP para as empresas. O comprometimento

Referências

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