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Análise e aplicação de politicas de estoque de materiais elétricos em uma distribuidora de energia

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Academic year: 2021

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ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANÁLISE E APLICAÇÃO DE POLÍTICAS DE ESTOQUE DE MATERIAIS ELÉTRICOS EM UMA

DISTRIBUIDORA DE ENERGIA

TAYANAN BORGES TORRES

ORIENTADOR DO TRABALHO RUBEN HUAMANCHUMO GUTIERREZ

NITERÓI JULHO / 2018

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TAYANAN BORGES TORRES

ANÁLISE E APLICAÇÃO DE POLÍTICAS DE ESTOQUE DE MATERIAIS ELÉTRICOS EM UMA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA

Projeto Final apresentado ao curso de graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para aquisição do Grau de Engenheiro de Produção.

Orientador: RUBEN HUAMANCHUMO GUTIERREZ, D. SC.

NITERÓI 2018

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TAYANAN BORGES TORRES

ANÁLISE E APLICAÇÃO DE POLÍTICAS DE ESTOQUE DE MATERIAIS ELÉTRICOS EM UMA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA

Projeto Final apresentado ao curso de graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para aquisição do Grau de Engenheiro de Produção.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________ Prof. Dr. RUBEN HUAMANCHUMO GUTIERREZ

Universidade Federal Fluminense

___________________________________________________________________ Prof. Dr. RICARDO BORDEAUX REGO

Universidade Federal Fluminense

___________________________________________________________________ Prof. Dr. RICARDO LUIZ FERNANDES BELLA

Universidade Federal Fluminense

NITERÓI 2018

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RESUMO

Devido à necessidade de alcançar eficiência operacional, visando à redução dos custos, as empresas buscam a otimização dos seus inventários, a fim de ter em estoque somente o suficiente para minimizar os riscos de não atender à demanda. O objetivo deste trabalho é utilizar técnicas de gestão de estoque e simulação para avaliar o impacto financeiro da aplicação de uma política de estoques na empresa estudada. A estratégia da pesquisa foi o estudo de caso, que tomou como unidade de análise o estoque de materiais elétricos de uma distribuidora de energia elétrica. O levantamento de dados foi feito através de extrações de informações do sistema, de arquivos disponibilizados pela empresa e de entrevistas com os responsáveis pelo processo. Tais dados foram essenciais para a construção dos cenários e parâmetros das simulações realizadas. Os resultados mostraram que o uso das políticas de estoque tem um grande potencial de gerar redução de custos, além de demonstrar que uma previsão coerente é um fator chave para a eficiência dos modelos.

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ABSTRACT

Due to the need to reach operational efficiency, aiming to decrease costs, companies are always trying to optimize their inventories in order to have in stock just enough to minimize the risks of being unable to attend the demand. The goal of the study is to use management and simulation techniques to evaluate the financial impact that results from using a stock policy in the company studied. The research strategy was a case study that used as unit of analysis the stock of electric materials of an electricity distribution company. The data collection was made with information from spreadsheets of the system, from files provided by the company and from interviews with those responsible for the process. These data were essential for the construction of the scenarios and parameters of simulation. The results show that the use of stock policies has great potential to reduce costs and testify that a coherent forecast is a key factor for the models efficiency.

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LISTADEFIGURAS

Figura 1 - Curvas de determinação do LEC. (Fonte: Ballou, 2006, p.87) ... 22 Figura 2 – Exemplo de Curva ABC. (Fonte: Lustosa et al, 2008, p.81) ... 25 Figura 3 – Fluxograma de informação do processo de gestão de estoques (Fonte: notas de campo) ... 32 Figura 4 – Curva ABC do estoque da empresa estudada (Fonte: elaborada pelo autor) ... 33 Figura 5 – Planilha utilizada para simulação do modelo ponto de pedido (Fonte: elaborada pelo autor) ... 46 Figura 6 – Planilha utilizada para simulação do modelo revisão periódica (Fonte: elaborada pelo autor) ... 47 Figura 7 – Gráfico do nível de estoque do cabo – cenário 1 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 49 Figura 8 – Gráfico do nível de estoque do medidor – cenário 1 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 50 Figura 9 – Grãfico do nível de estoque do isolador – cenário 1 (Fonte: elaborada pelo autor) 50

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação ABC – 46 primeiros materiais tipo A (Fonte: elaborada pelo autor)34

Tabela 2 – Classificação ABC por família de materiais (Fonte: elaborada pelo autor) ... 35

Tabela 3 – Classificação ABC dos materiais selecionados para o estudo (Fonte: elaborada pelo autor) ... 36

Tabela 4 – Histórico de consumo do cabo (Fonte: elaborada pelo autor) ... 39

Tabela 5 – Consumo mensalizado do cabo (Fonte: elaborada pelo autor) ... 39

Tabela 6 – Média e desvio padrão mensal e diária do cabo (Fonte: elaborada pelo autor) ... 39

Tabela 7 – Histórico de consumo do medidor (Fonte: elaborada pelo autor) ... 40

Tabela 8 – Consumo mensalizado do medidor (Fonte: elaborada pelo autor) ... 40

Tabela 9 – Média e desvio padrão mensal e diária do medidor (Fonte: elaborada pelo autor) 40 Tabela 10 – Histórico de consumo do isolador (Fonte: elaborada pelo autor) ... 41

Tabela 11 – Consumo mensalizado do isolador (Fonte: elaborada pelo autor)... 41

Tabela 12 – Média e desvio padrão mensal e diário do isolador (Fonte: elaborada pelo autor) ... 41

Tabela 13 – Composição do custo do pedido (Fonte: elaborada pelo autor) ... 42

Tabela 14 – Composição do custo de armazenagem (Fonte: elaborada pelo autor) ... 43

Tabela 15 – Custos do estoque do período de 2016 e 2017 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 43

Tabela 16 – Cálculo dos custos realizados – cenário 1 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 49

Tabela 17 – Indicadores – cenário 1 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 49

Tabela 18 – Informações para o cálculo do lote econômico de compras – cenários 2 e 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 50

Tabela 19 – Informações para o cálculo do ponto de pedido – cenários 2 e 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 51

Tabela 20 – Informações para o cálculo do período de compras – cenários 2 e 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 51

Tabela 21 – Informações para o cálculo do nível máximo de estoque – cenários 2 e 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 51

Tabela 22 – Resultados e cálculos dos custos do cenário 2 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 51

Tabela 23 – Indicadores – cenário 2 ... 52

Tabela 24 – Resultados e cálculos dos custos do cenário 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 52

Tabela 25 – Indicadores – cenário 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 52

Tabela 26 – Informações para o cálculo do lote econômico de compras – cenário 4 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 53

Tabela 27 - Informações para o cálculo do ponto de pedido – cenário 4 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 53

Tabela 28 - Informações para o cálculo do período de compras – cenário 4 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 53

Tabela 29 - Informações para o cálculo do nível máximo – cenário 4 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 54

Tabela 30 – Resultados e cálculos dos custos do cenário 4 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 54

Tabela 31 – Indicadores – cenário 4 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 54

Tabela 32 – Comparação de indicadores dos modelos de reposição – cenário 2 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 55

Tabela 33 - Comparação de indicadores dos modelos de reposição – cenário 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 55

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Tabela 34 - Comparação de indicadores dos modelos de reposição – cenário 4 (Fonte:

elaborada pelo autor) ... 56 Tabela 35 – Comparação de indicadores entre os cenários 2 e 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 57 Tabela 36 - Comparação de indicadores entre os cenários 1 e 3 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 58 Tabela 37 - Comparação de indicadores entre os cenários 3 e 4 (Fonte: elaborada pelo autor) ... 58

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SUMÁRIO

1 O PROBLEMA ... 11 1.1 INTRODUÇÃO ... 11 1.2 APRESENTAÇÃO AO PROBLEMA ... 13 1.3 OBJETIVOS ... 14 1.3.1 Objetivo Principal ... 14 1.3.2 Objetivos Específicos ... 14 1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ... 14 1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ... 15 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 16 2.1 GESTÃO DE ESTOQUES ... 16 2.1.1 Conceito de Estoque ... 16

2.1.2 Funções do estoque; objetivos do gerenciamento do estoque ... 17

2.1.3 Classificação de estoque ... 18

2.1.4 Custos de estoque ... 19

2.1.5 Indicadores de Desempenho ... 20

2.1.6 Políticas de estoques - Modelos de reposição ... 21

2.1.6.1 Lote Econômico de Compras ... 21

2.1.6.2 Modelo de Revisão Contínua – Ponto de Pedido ... 23

2.1.6.3 Modelo de Revisão Periódica ... 24

2.1.7 Classificação ABC ... 25

2.2 SIMULAÇÃO ... 26

2.2.1 Simulação de Monte Carlo ... 27

3 METODOLOGIA ... 28

3.1 MÉTODO E ABORDAGEM DE PESQUISA ... 28

3.2 COLETA DE DADOS ... 28

3.3 AMOSTRA ... 29

3.4 ANÁLISE DE DADOS ... 29

4 ESTUDO DE CASO ... 30

4.1 INTRODUÇÃO ... 30

4.2 OPROCESSO DE GESTÃO DE ESTOQUES ATUAL ... 30

4.3 CLASSIFICAÇÃO ABC ... 32

4.4 ESCOLHA DOS MATERIAIS A SEREM ESTUDADOS ... 35

4.5 CARACTERÍSTICAS DE CONSUMO DOS MATERIAIS SELECIONADOS ... 37

4.5.1 Cabo ... 38

4.5.2 Medidor ... 39

4.5.3 Isolador ... 40

4.6 DEFINIÇÃO DOS INDICADORES E PARÂMETROS DE CUSTOS A SEREM ANALISADOS ... 41

4.7 ESCOLHA DAS POLÍTICAS DE GESTÃO DE ESTOQUES E OS CENÁRIOS A SEREM SIMULADOS ... 43

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4.8 SIMULAÇÃO DAS POLÍTICAS DE GESTÃO DE ESTOQUE ... 44

4.9 ENTRADAS E SAÍDAS DAS SIMULAÇÕES ... 48

4.9.1 Cenário 1: Resultado real da empresa ... 49

4.9.2 Cenário 2: Aplicação das políticas com a demanda determinística e previsão da demanda do período ... 50

4.9.3 Cenário 3: Aplicação das políticas com demanda estocástica e a previsão da demanda do período. ... 52

4.9.4 Cenário 4: Aplicação das políticas com demanda estocástica, utilizando a média de consumo como previsão de demanda. ... 53

4.10 COMPARAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES. ... 54

4.10.1 Comparação entre os modelos de reposição de estoque. ... 55

4.10.2 Comparação e análise dos resultados das simulações. ... 56

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ... 59

5.1 CONCLUSÕES ... 59

5.2 SUGESTÕES ... 59

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 60

ANEXO A- Área Sob a Distribuição Normal Padronizada ...62

ANEXO B – Gráficos da última iteração de cada simulação...63

ANEXO C – PLANILHA SIMULAÇÃO PONTO DE PEDIDO...68

ANEXO D – PLANILHA SIMULAÇÃO REVISÃO PERIÓDICA...69

ANEXO E – Programação VBA- Simulação Ponto de Pedido...70

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1 O PROBLEMA

1.1 Introdução

O aumento de competitividade entre empresas, resultado do crescente avanço da globalização, extrapola o nicho de mercado em que atuam. As empresas que possuem o capital aberto, independentemente do ramo, necessitam atingir resultados financeiros para que possam manter e aumentar a atratividade para investimentos, dentro de um vasto mercado de possibilidades, permitindo o crescimento continuo da organização.

Dentro desse contexto, empresas privadas que se enquadram como concessionárias de serviços públicos precisam garantir seu equilíbrio financeiro, podendo, dessa forma, gerar lucro para seus investidores. De acordo com Santos (2014), a gestão estratégica de operações é extremamente relevante para garantir o equilíbrio necessário para a manutenção do contrato de concessão, procurando transformar em ações a proposta estratégica da empresa e garantindo que os recursos produtivos deem sua máxima contribuição para a obtenção da competitividade. Porém, o autor ressalta que a fronteira que separa a organização dos seus clientes é tênue, e é através das operações que estes se relacionam, impondo-se, para tanto, usá-las como diferencial competitivo.

O setor de energia elétrica brasileiro passou por duas grandes mudanças desde a década de 90. A primeira, em 1996, teve início com a Lei nº 9.427, de dezembro de 1996, que instituiu a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e determinou que a exploração dos potenciais hidráulicos fosse concedida por meio de concorrência ou leilão, em que o maior valor oferecido determinaria o vencedor. Ainda no mesmo ano, ocorreu a privatização das distribuidoras de energia Light e CERJ no estado do Rio de Janeiro. A segunda mudança, em 2004, acontece com a introdução do Novo Modelo do Setor Elétrico, que teve como objetivos principais garantir a segurança no suprimento e promover a modicidade tarifária e a inserção social, através da universalização da energia, ampliando o acesso das pessoas a esse recurso (ANEEL, 2013).

Essas mudanças resultaram em uma reestruturação que possibilitou que o Estado reassumisse o controle do planejamento da energia elétrica, mesmo com a iniciativa privada à frente da operação. Para isso, foi necessário o desenvolvimento de um marco regulatório. Segundo Ferreira et al (2011, apud PICCININI et al, 1999), nesse novo contexto, a regulação deve, fundamentalmente, ter a missão de incentivar e garantir os investimentos necessários, promover o bem-estar dos consumidores e usuários e aumentar a eficiência econômica.

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Para Junior et al. (2007), como os investimentos na infraestrutura da energia elétrica servem de pilar para as demais atividades econômicas, permitindo a integração do espaço nacional, a relação custo-benefício privada é inferior à relação custo-benefício social, podendo gerar um volume de investimentos inferior ao socialmente desejável. Sendo assim, justifica-se o papel intervencionista do governo para garantir uma oferta satisfatória desses serviços para a sociedade.

A cadeia produtiva da indústria elétrica compreende as atividades de geração, transmissão e distribuição. A distribuição, por ser um serviço de utilidade pública e, ainda, por suas características técnicas, faz com que sua gestão seja monopólio natural e, portanto, objeto de regulação (Junior et al., 2007).

Sendo assim, o regulador tem controle sobre a quantidade do excedente social, garantindo à empresa a possibilidade de arrecadar o lucro necessário para continuar operando e, também, impedindo que a empresa utilize seu poder de mercado para praticar preços imoderados. Tal monitoramento da conduta dos agentes permite condições favoráveis para a realização de novos investimentos como premissa do negócio, incentivando a maximização técnica, econômica e ambiental da indústria como um todo.

Porém, o papel da reguladora de promover as garantias e obrigações da empresa não exime a concessionária distribuidora dos riscos econômicos como qualquer outro negócio. Sobre os riscos desse tipo de empreendimento, Mello (2013, p. 676) afirma:

Cumpre esclarecer que a garantia econômica do concessionário na concessão de serviço público não é, contudo, uma proteção total que lhe dá a concedente contra qualquer espécie de insucesso econômico ou diminuição de suas perspectivas de lucro. Com efeito, uma vez que o concessionário exerce um serviço estatal, mas por sua conta, risco e perigos, é natural que, à moda de qualquer empreendimento comercial ou industrial, se sujeite a certa álea, a certo risco. Pode, portanto, ser, como outro empreendedor, integralmente bem-sucedido, parcialmente bem-sucedido ou malsucedido em suas expectativas legítimas de sucesso econômico.

Portanto, para garantir o equilíbrio econômico e, ainda, maximizar os resultados financeiros da empresa, é imprescindível a busca pelas melhores práticas em suas operações, que, para Santos (2014), agregará valor a clientes, acionistas, empregados e sociedade, ressaltando que uma das práticas utilizadas para a busca constante dessa vantagem competitiva dá-se através da gestão eficiente da cadeia de suprimentos.

Parte integrante da cadeia de suprimentos, a gestão de estoques foi fundamental para o sucesso das organizações nas últimas décadas e surgiu como um grande diferencial competitivo a partir do Sistema Toyota de Produção (STP). Um dos alicerces do STP é a manutenção dos estoques ao menor nível possível, objetivando o estoque zero. O STP trouxe o

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método de gestão Just in Time (JIT), que salienta que os insumos só devem ser fornecidos quando realmente necessários, no tempo certo, pois os estoques são considerados desperdício, devendo ser reduzidos ao máximo ou eliminados.

Essa necessidade de redução dos estoques deve-se aos custos associados a ele. Para Moreira (2009), são custos relacionados ao estoque: o custo do pedido, que envolve a manutenção da área de compras, custos de transporte e inspeção da mercadoria; e o custo unitário de manutenção, que abrange o custo de capital e o custo de armazenagem. Dos citados, destaca-se o custo de capital, que, de acordo com Ballou (2006), pode representar mais de 80% dos custos totais com estoque.

Porém, os estoques não representam apenas custos. Ainda segundo Ballou (2006), são razões a favor dos estoques a possibilidade de melhorar o nível de serviço ao cliente, podendo atendê-lo de forma mais rápida e satisfazer suas altas expectativas em matéria de disponibilidade, e, ainda, a redução de custos, que pode ocorrer em 5 aspectos:

• Permitir operações de produção mais prolongadas; • Economia em compras de escala e transporte; • Comprar a um preço menor que no futuro;

• Reduzir o lead time da produção, garantindo contra as incertezas ao longo do processo; e

• Autonomia de operação em momentos de contingência.

Portanto, a decisão dos níveis ideais de estoque são um trade-off, fazendo-se necessária uma análise específica da organização para que possa ser definida uma política de estoques que atenda suas necessidades da melhor forma possível. Para Bowersox et al (2001), a Política de Estoques consiste em normas sobre o que, quanto e quando comprar, além do alinhamento da estratégia de vendas com os centros de distribuição.

1.2 Apresentação ao Problema

A empresa estudada, Distribuidora X, concessionária de distribuição de energia elétrica, possui a concessão de distribuição de energia de 66 municípios, abrangendo 73% do território do estado do Rio de Janeiro. Por usufruir de uma concessão, não existem concorrentes que disputem o mercado das regiões onde a empresa atua. Contudo, isso não significa que não exista necessidade de busca por aperfeiçoamento.

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A concessão exige um nível de qualidade do serviço, que é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Quando determinados patamares não são atingidos, a empresa é multada, o que gera relevante impacto em seus resultados financeiros.

Dessa forma, a estratégia de aprimoramento de processos da empresa segue em duas frentes que se relacionam: atingir os níveis de qualidade de serviço nos diversos aspectos que envolvem a distribuição de energia, evitando sanções; e reduzir custos através do aumento da eficiência nos processos, não apenas o principal, mas também os de apoio, minimizando desperdícios nas diversas operações, o que possibilita um melhor resultado financeiro para a companhia.

Dentro desse contexto, a área de estudo escolhida foi a gestão de estoques dos materiais elétricos utilizados na rede de distribuição.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Principal

O objetivo principal deste trabalho é a aplicação de técnicas de gestão de estoque e simulação com a finalidade de verificar o impacto da aplicação das políticas de estoque na empresa em questão. Dentre as principais técnicas de gestão de estoque, estão aplicação da curva ABC, análise das diferentes Políticas de estoques e cálculos de indicadores de custos de estoque.

1.3.2 Objetivos Específicos

Como objetivo secundário, está a escolha da melhor política de estoques, baseada nos indicadores e custos, gerados através da simulação dos diferentes cenários de políticas de estoque.

1.4 Delimitação do Estudo

As informações necessárias para a realização do estudo foram obtidas a partir de dados históricos provenientes do sistema de controle interno utilizado pela área de logística.

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O estoque conta com cerca de 1.500 materiais divididos em 36 famílias. Devido ao elevado número, será aplicado o método de classificação de estoques ABC, no qual apenas alguns dos materiais de categoria “A” serão analisados.

No presente estudo, não serão aprofundadas as possíveis causas do desalinhamento da previsão com o consumo real.

1.5 Organização do Estudo

Neste primeiro capítulo, foram apresentados elementos introdutórios ao tema de estudo do trabalho. Esses elementos introdutórios abrangeram a formulação da situação problema, os objetivos a serem alcançados com o desenvolvimento desde trabalho, as informações relevantes para o entendimento do estudo e as questões a serem respondidas no decorrer do estudo.

No Capítulo 2, a base referencial e teórica do trabalho será descrita e discutida, tendo como base estudos anteriores, livros e artigos referentes ao tema de Gestão de estoques.

No Capítulo 3, serão apresentas a metodologia utilizada, o tipo de pesquisa e a descrição dos procedimentos empregados na construção deste trabalho.

No Capítulo 4, o projeto será desenvolvido com a apresentação da empresa, a priorização dos materiais, a aplicação das políticas de estoques escolhidas através de simulações e a análise dos seus resultados.

Por fim, no último capítulo, serão feitas as considerações finais sobre o estudo e sua importância.

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2 Revisão da literatura

Neste capitulo serão apresentadas algumas definições do conceito de estoque, sob a ótica de diferentes autores, bem como ferramentas para sua gestão.

2.1 Gestão de Estoques

2.1.1 Conceito de Estoque

O primeiro passo para o entendimento da gestão de estoque é a definição do conceito de estoque e qual o seu papel nas organizações. São encontradas diversas definições sobre o tema dentre as obras dos autores mais conceituados sobre o assunto, que, de maneira geral, não divergem entre si.

Para Moreira (2009), entende-se por estoque quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo, podendo ser produtos acabados, matérias-primas e componentes que aguardam utilização na produção.

Segundo Ballou (2006), os estoques são acumulações de matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais em processo e produtos acabados, que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logística das empresas, figurando, normalmente, em lugares como armazéns, pátios, chão de fábrica, equipamentos de transporte e armazéns das redes de varejo.

Slack, Chambers e Johnston (2013) definem estoque como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação, destacando que sua definição é voltada para produtos transformados, ao passo que outros autores usam o mesmo termo para definir produtos transformadores de capital, como quartos de hotel ou os carros de uma empresa de locação de serviços.

Viana (2006) também destaca a elasticidade do termo estoque. O autor comenta que, em organizações atípicas, o termo estoques pode adquirir outros significados, como estoque de livros, de dinheiro em banco, de professores, de consultores e outros. Do ponto de vista tradicional, ele define estoque como materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários, para a continuidade das atividades da empresa, sendo o estoque gerado como consequência da impossibilidade de se prever a demanda com exatidão.

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De acordo com Krajewski e Ritzman (1990) apud MOREIRA (2009), do valor investido em estoques na economia americana em 1987, um trilhão de dólares, apenas 37% pertenciam à indústria de transformação, sendo importante destacar que, embora a importância dos estoques seja fundamental para a indústria, não deixa de sê-lo para os outros setores.

2.1.2 Funções do estoque; objetivos do gerenciamento do estoque

Os estoques funcionam como ligações entre os vários fluxos dos processos produtivos, permitindo fluidez ao sistema e certas economias. É sabido, também, que os estoques podem ser observados sob dois aspectos, relacionados às suas vantagens e desvantagens, que serão abordadas de acordo com a perspectiva de alguns autores.

Segundo Moreira (2009), Ballou (2006), Slack (2013) e Bowersox (2001), é função do estoque possibilitar a produção e as compras em maiores escalas, que tendem a ser mais econômicas. O estoque permite que cada produto seja fabricado e distribuído em lotes econômicos maiores que a demanda, gerando economia na produção e no transporte. No caso de materiais comprados pela empresa, a compra feita em lotes pode ensejar o aproveitamento de descontos oferecidos em função das quantidades compradas.

Ainda de acordo com Moreira (2009), Ballou (2006), Slack (2013), Bowersox (2001) e Viana (2006), a proteção contra incertezas também é função do estoque. Essas incertezas dizem respeito ao momento em que se necessita de um determinado item, como, por exemplo, as faltas temporárias ou dificuldades na obtenção de insumos necessários à produção, variações não previstas na demanda de produtos acabados e dificuldades operacionais que podem interromper o fluxo normal da produção. Como não é possível prever a demanda exata, principalmente do cliente final, o estoque possibilita o atendimento imediato, melhorando o serviço prestado ao cliente.

Moreira (2009) e Bowersox (2001) acrescentam ainda que o estoque tem como função assegurar o equilíbrio entre suprimento e demanda. Exemplo disso é o que ocorre no setor agrícola, em que a produção é sazonal e o consumo é contínuo. Outro exemplo é a produção de produtos cujo consumo é maior no verão, como sorvetes e cervejas, na qual o consumo é sazonal e a produção, contínua. Nesse último caso, os estoques asseguram o emprego uniforme de mão-de-obra, possibilitando a manutenção do quadro de funcionários. Para Moreira (2009), também integra a lista de funções do estoque a cobertura de mudanças previstas no suprimento e na

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demanda. Uma empresa pode, através do estoque, se preparar para um aumento indesejável de preços ou para uma campanha promocional junto aos clientes.

Bowersox (2001) acrescenta, ainda, que permitir a especialização geográfica, considerando cada unidade operacional, é, também, função do estoque. Por conta da demanda por fatores de produção como energia elétrica, mão-de-obra e matéria-prima, a localização mais econômica está frequentemente longe dos principais mercados. Dessa forma, são necessários estoques perto dos centros de consumo, assim como estoques em trânsito.

2.1.3 Classificação de estoque

Dentre os tipos de estoque considerados por Slack (2013) e Ballou (2006) está o estoque de ciclo (ou regular), que é o tipo de estoque necessário para suprir a demanda média durante o tempo transcorrido entre os sucessivos reabastecimentos. O montante do estoque é altamente dependente dos tamanhos de lote de produção, da capacidade de transporte, das quantidades econômicas (produção ou compra), das limitações no espaço e do lead-time de reposição.

Os autores citados consideram, ainda, como tipo de estoque, o estoque de segurança, que tem como propósito compensar as incertezas inerentes aos suprimentos e à demanda. Esse tipo de estoque é um acréscimo ao estoque regular necessário para suprir as condições da demanda média e do prazo de entrega médio, que são suscetíveis à natureza aleatória da variabilidade presente.

As classificações de Slack (2013) e Ballou (2006) concordam, ainda, quanto ao tipo de estoque chamado de estoque de canal ou em trânsito. Esse tipo de estoque compreende os materiais que estão em processo entre as operações ou sendo transportados entre os elos do canal de suprimentos.

A classificação elaborada por Slack (2013) abrange, ainda, o estoque de antecipação. Esse tipo de estoque pode ser usado para lidar com demanda sazonal e é mais comumente utilizado quando as flutuações da demanda são significativas, mas, relativamente previsíveis. Também pode ser usado quando as variações de suprimentos forem significativas.

Já Ballou (2006) inclui em sua classificação o estoque obsoleto, que é a parte do estoque que se deteriora, fica ultrapassada ou acaba sendo perdida ou roubada durante um armazenamento prolongado. Quando se trata de estoques de produtos de alto valor, perecíveis

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ou fáceis de serem roubados, é indispensável a adoção de precauções especiais para reduzir o seu volume.

2.1.4 Custos de estoque

Lustosa et al (2008) explica que os benefícios e funções do estoque não são gratuitos, pois implicam em custos que, se mal administrados, podem superar os ganhos obtidos com sua existência. O autor cita que os custos associados ao estoque podem ser tratados em três grupos: • Custos de pedido: os custos deste grupo não variam com o tamanho dos lotes e estão associados a decisão de repor os estoques. O custo da parte burocrática envolvida na emissão das ordens de compra e recepção do pedido e inspeção dos materiais são alguns dos custos deste grupo. Quanto maior a frequência de reposição dos estoques, maiores serão os custos incorridos.

• Custos de armazenagem: este grupo é composto pelos custos que variam com o volume de itens no estoque, ou seja, quanto maior o nível de estoque, maiores os custos de armazenamento. Para Lustosa et al (2018), esses custos podem ainda ser subdivididos em 3 categorias:

o Custo do capital: capital imobilizado como itens em estoque, que poderia ser utilizado para outras finalidades, ou seja, o custo de oportunidade. Em geral, é estimado com base nas taxas de juros praticadas no mercado financeiro; o Custo de estocagem e manuseio: Custo do pessoal, das instalações e dos

equipamentos dos armazéns, cuja maior parte varia de acordo com o volume dos estoques; e

o Custos de perdas de material por obsolescência e deterioração: também são custos associados à armazenagem e ao tamanho do estoque.

• Custos de falta: os custos deste grupo ocorrem quando o estoque não consegue atender à demanda no tempo ou na quantidade, deixando de exercer a sua função. É um custo de difícil estimativa, por incluir perdas futuras e intangíveis, como o impacto na imagem da empresa no mercado.

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2.1.5 Indicadores de Desempenho

Para Lustosa et al (2008), a utilização do estoque médio, medido em quantidade de itens ou em valor médio dos itens, geralmente, é o ponto de partida para a avaliação da gestão de estoques. Quanto menor o estoque médio, menor o capital investido. Porém, como medida de desempenho, a utilização sozinha desse indicador não é satisfatória, pois não considera os diferentes tipos de demandas dos itens. O autor cita, como exemplo, que um estoque médio de 150 unidades pode tanto ser excessivo para uma demanda estável de 50 unidades/mês, como pode ser insuficiente para um nível de demanda de 600 unidades/mês. Por isso, é importante que os indicadores de desempenho estejam ligados ao fluxo de materiais que entram e saem do estoque.

Lustosa et al (2008) cita dois indicadores que considera importante para o acompanhamento da gestão de estoque. O primeiro é o indicador cobertura de estoque, que é uma medida do tempo médio de duração do estoque, caso não houvesse novas reposições. Esse é um indicador que não mede o desempenho, mas serve como um importante indicador de monitoramento.

𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 = Estoque Médio do periodo Demanda Média do periodo

O autor cita o giro de estoque como outro indicador muito utilizado, tratando-se de uma medida do fluxo de itens que passam pelo estoque, tendo como base o estoque médio. Quanto mais alto o giro dos estoques, maior é a eficiência no dinheiro neles investido.

𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 = Demanda do periodo Estoque Médio do periodo

Porém, apenas esses indicadores também não são suficientes para uma gestão de estoques eficiente, pois eles não avaliam se a função do estoque está sendo cumprida. Por exemplo, ao aumentar o giro, ocorre a diminuição da cobertura do estoque, aumentando o risco ruptura do estoque.

Por isso, recomenda-se monitorar também o nível de atendimento da demanda juntamente com os indicadores de estoque médio, giro e cobertura de estoque, segundo Lustosa et al (2018).

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2.1.6 Políticas de estoques - Modelos de reposição

Modelos de reposição de estoque estabelecem regras que permitem decidir quando repor o estoque de um item. Lustosa et al (2008) identifica dois modelos principais: os modelos de período fixo (revisão periódica) e os de quantidade fixa (revisão contínua).

Para o modelo de revisão periódica, determina-se um período regular de revisão dos estoques, e a quantidade a ser comprada é aquela que repõe o estoque ao “nível cheio”. Esse parâmetro corresponde à demanda esperada até a próxima reposição, mais uma margem de segurança para cobrir as incertezas da variação da demanda e do tempo de entrega do item.

No caso dos modelos de revisão contínua, é estabelecido um nível mínimo de estoque que, quando atingido, é feito um pedido de compras. O ponto de reposição deve ser uma quantidade suficiente para cobrir a demanda durante o tempo de reposição, ou seja, o tempo da emissão do pedido até a entrega ser feita pelo fornecedor. Devido ao fato de a demanda ser variável, o intervalo entre pedidos será irregular. Porém, as quantidades compradas serão fixas. É importante destacar a diferença que Ballou (2006) e Lustosa et al (2008) definem para estoque físico e estoque efetivo. Estoque físico é o estoque que se encontra disponível para ser consumido no armazém. Já o estoque efetivo, também chamado de estoque do sistema, é a soma do estoque físico mais os pedidos a receber. Para ambos os modelos de reposição citados acima, o parâmetro utilizado para tomar decisões de momento de emitir ou tamanho do pedido será o nível de estoque efetivo.

2.1.6.1 Lote Econômico de Compras

De acordo com Lustosa et al (2008), o lote econômico determina o equilíbrio entre os custos de pedido e de estocagem. O autor define algumas premissas do modelo básico do lote econômico:

• Um único item; • Demanda constante; • Custos lineares;

• Capacidade de suprimento ilimitada; • Lead time fixo.

O cálculo do tamanho do lote econômico é fundamentado na minimização do custo total do estoque. Para Lustosa et al (2008), o custo total pode ser decomposto em três parcelas:

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𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐴𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çã𝑜 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚

Considerando que o preço unitário de compra do produto não varie de acordo com o tamanho do pedido, a parcela Custo de Aquisição não será influente na decisão do tamanho do pedido.

Figura 1 - Curvas de determinação do LEC. (Fonte: Ballou, 2006, p.87)

Na Figura 1, Ballou (2006), demonstra, de forma simplificada, que o valor mínimo da curva de custos totais coincide com a interseção das curvas de custo de manutenção e custos de aquisição.

Desta forma, sendo Q o tamanho do pedido de reposição, é possível montar uma equação para encontrar Q de forma tornar a igualdade abaixo verdadeira:

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Considerando que o custo dos pedidos é o resultado do custo de emitir um pedido (S) multiplicado pela quantidade total de pedidos e que a quantidade total de pedidos é a demanda (D) dividida pelo lote de compras (Q) e, ainda, que o custo de armazenagem é o resultado do estoque médio, que pode ser considerado o lote de compras (Q) dividido por dois, multiplicado pelo custo percentual de manutenção (I) e pelo custo unitário do material (C), a seguinte equação é encontrada:

𝑆𝐷 𝑄 = 𝐼𝐶

𝑄 2

Ao isolar o Q, a fórmula correspondente ao Lote econômico de compra é encontrada:

𝑄 = √2. 𝐷. 𝑆 𝐼. 𝐶

Em que:

D = demanda anual dos itens ocorrendo a uma taxa determinada no tempo S = Custo de emissão por pedido

C = Valor Unitário do item no estoque

I = Custo de manutenção como percentagem de Valor (Ballou, 2006)

2.1.6.2 Modelo de Revisão Contínua – Ponto de Pedido

De acordo com Ballou (2006) e Lustosa et al (2008), o Ponto de Pedido é o nível de estoque que, quando atingido, deverá ser emitido um pedido de reposição do tamanho do lote econômico Q. Segundo os mesmos autores, o Ponto de pedido deve ser um nível de estoque equivalente para suprir a demanda durante o tempo de emissão do pedido até a chegada do material. Se a demanda e o Lead Time forem fixos, a fórmula do Ponto de pedido seria ROP = d × LT. Porém, na maioria dos casos, existe variação tanto na demanda quanto no lead time, o que traz um risco de que a demanda exceda a quantidade em estoque durante esse período de espera da chegada do pedido. A probabilidade de que isso venha a ocorrer é controlada mediante um aumento do ponto de pedido.

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Esse aumento é referente ao estoque de segurança, que será uma quantidade extra no estoque que funcionará como um amortecedor para a variação da demanda e do Lead Time de entrega do material. Ballou (2006) define o estoque de segurança pela equação:

𝐸𝑆 = 𝑍(𝑠′𝑑)

Na qual:

𝑠′𝑑 = √𝐿𝑇. 𝑠𝑑2 + 𝑑2. 𝑠𝐿𝑇2

Na primeira equação, Z é o número de desvios padrão da média da distribuição normal da demanda no período de entrega do material, para nos dar a probabilidade que desejamos de presença em estoque durante o período do prazo de entrega. O valor de Z é encontrado na tabela de distribuição normal (anexo A) para área sob a curva p, de acordo com a Probabilidade de presença em estoque desejada.

Portanto, Ballou (2006) conclui que:

ROP = d × LT + Z(𝑠′𝑑)

2.1.6.3 Modelo de Revisão Periódica

Ballou (2006) apresenta duas novas variáveis, em relação as já apresentadas no modelo anterior, que serão o ponto de nível máximo (M), e o intervalo de revisão (T).

O intervalo T será definido de acordo com o Q calculado para o modelo do ponto de pedido, dividido pela taxa de demanda.

𝑇 = 𝑄 𝐷

O Ponto de nível máximo (M) também é encontrado por uma equação simples. Ballou (2006) define:

𝑀 = 𝑑(𝑇 + 𝐿𝑇) + 𝑍(𝑠′𝑑)

Para o cálculo do estoque de segurança, neste caso, será considerado: 𝑠′𝑑 = √(𝑇 + 𝐿𝑇). 𝑠𝑑2 + 𝑑2. 𝑠𝐿𝑇2

Portando, a cada período T, a quantidade a ser colocada em um pedido a quantidade de materiais a ser colocada em um pedido é a diferença entre a quantidade máxima (M) e estoque efetivo.

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2.1.7 Classificação ABC

Ballou (2006) explica que nem todos os produtos têm a mesma importância para uma empresa em termos de venda, margem de lucro, fatia de mercado ou competitividade. Por isso, é recomendado dividir os materiais de um estoque em um grupo limitado de categorias, para que se possa avaliar e aplicar diferente políticas para cada um. Para Lustosa et al (2008), o objetivo da aplicação da classificação ABC em estoques é determinar a importância de cada item e concentrar a maior parte dos esforços da gestão nos mais importantes.

Lustosa et al (2008) explica que o conceito da curva ABC, também conhecida como lei 80/20 ou lei de Pareto, foi criada em 1897 por Vilfredo Pareto. Segundo o autor, a lei estabelece que, para um grande número de fenômenos, a maior parte dos efeitos (aproximadamente 80%) está associada a poucas causas (20%).

Para Lustosa et al (2008) e Ballou (2006), este princípio aplicado a gestão de estoques, permite a concentração dos esforços do gestor nos itens principais (Itens A), aplicando um controle menos rigoroso aos itens de importância intermediaria (itens B), e ainda menos ao grande grupo de matérias de menor importância (itens C).

Figura 2 – Exemplo de Curva ABC. (Fonte: Lustosa et al, 2008, p.81)

De acordo com Hong (1999), para calcular a representatividade de cada item em estoque, deve-se multiplicar o consumo anual de cada item pelo seu respectivo custo, e em

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seguida, listar em ordem decrescente de valor e calcular o percentual relativo de cada item em relação ao custo total do estoque (100%).

Ching (1999) afirma, ainda, que a experiência deve ser utilizada como referência para determinar quais produtos são designados como os dos grupos A, B e C, entretanto, uma separação em 20-30-50% dos itens em estoque que representam 80-15-5% do valor do estoque pode ser usada como fronteira dos grupos A, B e C, respectivamente. Já Ballou (2006), além de ressaltar também que as proporções são variáveis e devem ser analisadas em cada caso, cita, em um exemplo, que pode ser feita a separação em 10-40-50% dos itens do estoque para obter a classificação em A, B e C.

2.2 Simulação

Para Chung (2004), uma simulação é um sistema que coleta um grupo de entradas (também chamadas de inputs) que geram saídas (outputs), de acordo com as entradas inseridas. Segundo Cardoso (2000), o termo simulação serve para designar qualquer método analítico que tem como objetivo imitar um sistema real, principalmente quando outros métodos de análise matematicamente muito complexos ou muito difíceis de reproduzir.

Segundo Campos e Guaraldi (2009), as simulações podem ser classificadas em dois aspectos: estáticos ou dinâmicos e estocásticos ou determinísticos. Os modelos estáticos se comportam da mesma forma durante todo o período da simulação, enquanto o dinâmico varia com o tempo. Os modelos estocásticos geram números aleatórios para os inputs do modelo, enquanto o determinístico considera os dados de entrada não aleatórios.

Dias e Corrêa (1998) citam algumas vantagens em utilizar a simulação para a resolução de problemas:

• Permite que os gerentes avaliem, através dos resultados, os recursos necessários e como os existentes devem ser alocados;

• É uma técnica flexível com relação às restrições de cada modelo; • Permite analisar períodos grandes em um espaço curto de tempo;

• Possibilita a análise de sensibilidade, permitindo que as políticas sejam testadas e comparadas;

• Torna possível a análise individual de cada componente ou variável do modelo; e • É uma ótima ferramenta de apoio a decisão.

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2.2.1 Simulação de Monte Carlo

Para Junqueira e Pamplona (2002) o Método de Monte Carlo é uma expressão muito geral, cuja utilização pode ser verificada em diversas áreas, como economia, física, química e medicina entre outras. Ainda para os autores, para que uma Simulação de Monte Carlo esteja presente em um estudo basta que este faça uso de números aleatórios na verificação de algum problema.

Para Lustosa, Ponte e Dominas (2004) a simulação de Monte Carlo tem como principal característica as repetições, que devem ocorrer no mínimo cem vezes para que seja obtida uma amostra representativa. No entanto, os autores destacam que não há recomendação quanto ao número máximo de simulações a serem realizadas.

Segundo Saraiva et al (2011), a cada iteração, o resultado é armazenado e, ao final de todas as repetições, os resultados são transformados em uma distribuição de frequência que possibilita calcular estatísticas descritivas, como média, valor esperado, desvio padrão e outras.

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3 Metodologia

3.1 Método e Abordagem de Pesquisa

A metodologia utilizada neste estudo segue os procedimentos descritos por Gil (2002). Inicialmente, foi definido o tipo de pesquisa a ser realizada. Foi, então, determinada a técnica para coleta e análise de dados, e, por fim, foi delimitada a população e amostra a serem analisadas.

Segundo Gil (2002), as pesquisas são classificadas em três grupos: exploratória, descritiva e explicativa. A pesquisa exploratória visa a proporcionar maior familiaridade com o problema ao torná-lo explícito ou construir hipóteses sobre o mesmo. Já a pesquisa descritiva tem por objetivo principal descrever características de um grupo ou evento, enquanto que a pesquisa explicativa é aplicada quando o objetivo é definir os fatores que ocasionaram tais eventos. Para este estudo, foi utilizada a pesquisa descritiva, pois o objetivo foi descrever um processo existente para testar hipóteses de políticas de gestão de estoques no contexto da empresa analisada empresa analisada e testar as hipóteses de aplicação de Políticas.

A análise foi dividida em análise quantitativa e análise qualitativa. A análise quantitativa foi realizada através da avaliação do histórico de consumo dos materiais para a obtenção de parâmetros e, posteriormente, na análise comparativa dos resultados. A análise qualitativa foi realizada para identificar as possíveis causas que podem influenciar nos resultados das aplicações das políticas de estoque.

O presente trabalho encaixa-se no procedimento estudo de caso. Segundo Yin (2001), o estudo de caso é definido como a investigação empírica de um fenômeno que, dificilmente, pode ser isolado do seu contexto e procura estudar o conjunto das variações produzidas de modo natural, em um determinado meio.

3.2 Coleta de dados

As informações necessárias para a realização do estudo foram obtidas a partir de solicitações para os responsáveis pelo processo, da disponibilização de dados históricos provenientes do sistema de controle interno utilizado pela área de logística e de planilhas eletrônicas.

A demanda utilizada como parâmetro para as simulações estocásticas realizadas foi obtida através da análise do histórico de cada material. Já a previsão de demanda utilizada como

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dado de entrada para o cálculo dos parâmetros do estoque é a mesma previsão disponibilizada para a equipe responsável no período analisado.

3.3 Amostra

Os dados são referentes à série histórica do consumo de materiais desde o início de 2016 até o final de 2017. Esse mesmo período será o parâmetro temporal das simulações.

3.4 Análise de dados

A abordagem da situação-problema foi iniciada por um diagnóstico da gestão de materiais. Para isso, foram utilizados os dados coletados para mapear o consumo total e escolher, com o auxílio da classificação ABC, três materiais do grupo A, com condições de serem estudados, tendo como requisito a aplicabilidade dos modelos de reposição de estoque.

Após a seleção dos materiais a serem estudados, foi analisado o comportamento do consumo e dos níveis de estoque, servindo de parâmetro de comparação para verificar se houve melhorias nos custos com a aplicação dos modelos utilizando as simulações.

Foram definidos cenários com diferentes tipos de parâmetros de simulação, para que, ao final, pudessem ser comparados.

As simulações foram realizadas com o uso de planilhas eletrônicas e linguagem de programação, utilizando os parâmetros coletados na análise do histórico de consumo e os calculados conforme proposto pelos principais autores do tema.

Por fim, foi feita a análise dos resultados, comparando os cenários e tendo como principal fator comparativo o cenário real.

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4 Estudo de caso

4.1 Introdução

A área de Logística é responsável pela compra dos materiais utilizados na manutenção e implementação de toda a rede de alta, média e baixa tensão, como postes, transformadores, cabos medidores, etc. Tais produtos são recebidos e armazenados pelo Almoxarifado Central e distribuídos para armazéns locais, ficando à disposição dos usuários, que são as áreas que realizam as obras de manutenção e implementação de redes. As compras são feitas pelos Gestores de Material, que têm a atribuição de gerenciar os níveis de estoque de suas famílias de materiais e são responsáveis por fazer os pedidos de compra, a gestão dos contratos de fornecedores e as solicitações de novas licitações para obtenção de novos contratos.

As demandas são geradas através de modelos de previsão baseados no histórico de consumo para o setor de manutenção corretiva. Nos outros casos, que englobam manutenção preventiva e implementação de redes, a demanda é prevista de acordo com o planejamento das áreas.

Nos últimos anos, devido a uma transição da gestão de toda a companhia, a política de estoques da empresa esteve voltada a garantir a continuidade dos serviços, deixando em segundo plano a preocupação com os excessos de estoque e, consequentemente, seus custos. Porém, no presente momento, os excessos de estoque voltaram a preocupar a alta gestão da empresa e passaram a ser vistos como um problema a ser resolvido.

4.2 O Processo de Gestão de Estoques Atual

Para prosseguir com as análises propostas no estudo, é importante, antes, explicitar algumas características do funcionamento da gestão de estoques e de seu funcionamento.

Os níveis dos materiais são geridos pelos analistas gestores de estoque. Cada um é responsável por uma carteira de materiais, que são definidas de acordo com as famílias que lhe são atribuídas.

Em uma visão geral do processo de compras, desde o início, o planejamento da demanda é feito pelas áreas usuárias dos materiais e as necessidades são passadas para a área de logística. Existem dois tipos de planejamentos: o trianual, que é um planejamento realizado para os próximos 3 anos e atualizado anualmente, e o anual, que é um planejamento realizado

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para o período de um ano e atualizado mensalmente, porém, com modificações permitidas apenas para três meses à frente.

Um programador da área de logística é responsável por tratar todas as informações da área. Uma de suas atribuições é compilar a necessidade de todas as áreas para fornecer uma informação mais organizada para os gestores de estoque. Em posse dessa informação, o gestor de estoque analisa as demandas solicitadas e envia para a área de compras um pedido de licitação por família de matérias.

A área de compras é responsável por fazer as negociações com os fornecedores através das licitações, gerando, por fim, contratos com as quantidades de materiais solicitadas pela área de logística, por períodos de até 3 anos.

Em posse desses contratos, os gestores de materiais passam a emitir ordens de compras para os fornecedores de acordo com o que julgam necessário para atender a demanda do planejamento anual.

De modo geral, as aquisições das áreas, seja de materiais ou de serviços, são feitas através de contas que remetem ao orçamento liberado para cada área. Essas contas são inseridas nos pedidos de compra, que, quando são contabilizados para pagamento das notas fiscais, consomem o orçamento da área.

Porém, os materiais elétricos que vão para o estoque têm um funcionamento um pouco diferente. As áreas usuárias do material não fazem o pagamento das notas fiscais referente aos materiais que elas consomem. Quem faz o pagamento dos materiais que vão para o estoque é a própria área de Logística, através de uma conta sem limite estabelecido de orçamento. Quando as áreas vão consumir os materiais, é necessária a criação de um pedido de retirada de estoque. Nesse pedido, a conta é informada pela área e o valor referente aos materiais retirados é consumido de seu orçamento. Seria como se a área estivesse pagando o material para área de logística.

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Figura 3 – Fluxograma de informação do processo de gestão de estoques (Fonte: notas de campo)

4.3 Classificação ABC

A empresa possui mais de 50.000 tipos de materiais elétricos cadastrado no sistema, porém, nem todos são considerados itens de estoque e muitos estão despadronizados, ou tiveram seu uso descontinuado. Analisando os materiais consumidos do estoque nos anos de 2016 e 2017, foram contabilizadas 689 matrículas, que equivalem a um montante consumido de R$ 522.520.179,32.

Na tabela 1, observa-se o topo da lista que contem a análise da classificação ABC onde há 74 materiais, que são os classificados na categoria A. Estes 74 materiais são o equivalente a 10,7% do total de materiais, representando 80,1% do montante total que é o equivalente a R$418.349.300,66. Para os materiais de Classificação B, foram selecionados 270 materiais, que representam 18,8% do montante total, que é o equivalente a R$98.154.574,08. E, por fim, para os materiais de Classificação C, foram selecionados 344 materiais, que representam 1,2% do montante total, que é o equivalente a R$6.015.588,94.

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Tabela 1 – Classificação ABC – 46 primeiros materiais tipo A (Fonte: elaborada pelo autor) Os materiais são agrupados em 36 famílias, que caracterizam o grupo funcional em que cada material se enquadra. Para efeito de informação, na tabela abaixo, é demonstrada a técnica da classificação ABC aplicada em uma visão das famílias de materiais, sendo possível observar a representatividade de cada uma dentro do total consumido. Algumas características destas famílias que são relevantes para a escolha dos materiais a serem estudados serão discutidas no próximo tópico.

# Material Família Consumo Total 2016 e 2017 Preço médio Montante (MR$) % Consumo % Acumulado % de Nº de materiais Acumulado Clasificação ABC 1 4664820 CONCENTRADORES 10.769 1.983,57 21.361,06 4,1% 4,1% 0,1% A 2 6764371 SECCIONADORES 2.263 9.179,33 20.772,90 4,0% 8,1% 0,3% A 3 6771955 CONCRETOS 32.815 558,55 18.328,90 3,5% 11,6% 0,4% A 4 6772485 TRANSFORMADORES 1.677 10.462,70 17.545,93 3,4% 14,9% 0,6% A 5 6790663 CONDUTORES 8.124.359 2,03 16.502,20 3,2% 18,1% 0,7% A 6 4683465 CONDUTORES 215.743 66,33 14.310,38 2,7% 20,8% 0,9% A 7 6772439 TRANSFORMADORES 1.736 7.410,94 12.865,33 2,5% 23,3% 1,0% A 8 6794396 MEDIDORES 99.476 128,23 12.755,61 2,4% 25,7% 1,2% A 9 4549592 RELIGADORES 327 37.289,79 12.193,84 2,3% 28,1% 1,3% A 10 6791081 CONDUTORES 3.326.224 2,70 8.981,80 1,7% 29,8% 1,5% A 11 4545815 ISOLADORES 82.952 104,76 8.689,82 1,7% 31,4% 1,6% A 12 6810357 PROTECCIONES 2.069 4.150,40 8.587,20 1,6% 33,1% 1,7% A 13 6806196 CONDUTORES 548.788 15,61 8.564,99 1,6% 34,7% 1,9% A 14 4669041 CONCENTRADORES 3.481 2.243,32 7.809,01 1,5% 36,2% 2,0% A 15 6808986 CONDUTORES 1.614.156 4,66 7.514,87 1,4% 37,7% 2,2% A 16 6811878 CONDUTORES 97.133 77,14 7.493,19 1,4% 39,1% 2,3% A 17 6808987 CONDUTORES 724.565 10,26 7.433,82 1,4% 40,5% 2,5% A 18 4635482 CONCENTRADORES 2.485 2.771,39 6.886,91 1,3% 41,8% 2,6% A 19 6808357 PROTECCIONES 1.504 4.500,02 6.768,05 1,3% 43,1% 2,8% A 20 6771994 CONDUTORES 704.565 9,41 6.628,62 1,3% 44,4% 2,9% A 21 6772349 CONJUNTOS DE MEDIÇÃO 611 10.746,74 6.566,34 1,3% 45,7% 3,0% A 22 6771956 CONCRETOS 9.839 653,59 6.430,63 1,2% 46,9% 3,2% A 23 4545215 CONDUTORES 757.386 8,39 6.352,05 1,2% 48,1% 3,3% A 24 6771968 CRUZETAS 86.660 71,14 6.165,24 1,2% 49,3% 3,5% A 25 6794397 MEDIDORES 43.951 136,25 5.988,17 1,1% 50,4% 3,6% A 26 6772437 TRANSFORMADORES 1.107 5.096,36 5.641,66 1,1% 51,5% 3,8% A 27 6781666 MEDIDORES 125.960 43,99 5.541,07 1,1% 52,6% 3,9% A 28 6806198 CONDUTORES 131.854 41,81 5.512,94 1,1% 53,6% 4,1% A 29 6772438 TRANSFORMADORES 899 6.097,74 5.481,88 1,0% 54,7% 4,2% A 30 6806197 CONDUTORES 210.740 23,90 5.036,85 1,0% 55,6% 4,4% A 31 4546443 REGULADORES 204 23.492,45 4.792,60 0,9% 56,6% 4,5% A 32 6771995 CONDUTORES 312.117 14,80 4.617,89 0,9% 57,4% 4,6% A 33 6772263 ISOLADORES 148.830 30,97 4.609,87 0,9% 58,3% 4,8% A 34 6812982 CONDUTORES 47.310 94,61 4.475,92 0,9% 59,2% 4,9% A 35 6772291 CHAVES 33.884 128,99 4.370,66 0,8% 60,0% 5,1% A 36 6783638 TRANSFORMADORES 1.413 3.087,34 4.362,39 0,8% 60,8% 5,2% A 37 4665200 MEDIDORES 39.375 103,50 4.075,31 0,8% 61,6% 5,4% A 38 6771996 CONDUTORES 203.992 19,82 4.043,61 0,8% 62,4% 5,5% A 39 4665231 MEDIDORES 18.859 207,01 3.904,00 0,7% 63,1% 5,7% A 40 6771953 CONCRETOS 8.928 419,80 3.747,96 0,7% 63,9% 5,8% A 41 4614682 MEDIDORES 2.570 1.448,44 3.722,48 0,7% 64,6% 6,0% A 42 6783635 TRANSFORMADORES 1.454 2.540,16 3.693,38 0,7% 65,3% 6,1% A 43 6812981 CONDUTORES 39.363 92,37 3.635,83 0,7% 66,0% 6,2% A 44 6811877 CONDUTORES 52.908 68,12 3.604,24 0,7% 66,7% 6,4% A 45 6783633 TRANSFORMADORES 1.603 2.171,88 3.481,51 0,7% 67,3% 6,5% A 46 4545937 PÁRA-RAIOS 47.006 72,85 3.424,27 0,7% 68,0% 6,7% A 47 6772488 TRANSFORMADORES 135 24.415,47 3.296,04 0,6% 68,6% 6,8% A 48 4608928 CONJUNTOS DE MEDIÇÃO 397 7.951,47 3.156,80 0,6% 69,2% 7,0% A 49 6782554 CONDUTORES 479.807 6,43 3.085,16 0,6% 69,8% 7,1% A 50 4664823 MEDIDORES 55.804 53,20 2.968,96 0,6% 70,4% 7,3% A

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Tabela 2 – Classificação ABC por família de materiais (Fonte: elaborada pelo autor)

4.4 Escolha dos materiais a serem estudados

Para seguir com a análise proposta pelo presente estudo, foram selecionados três materiais. O primeiro critério a ser utilizado para a escolha foi a representatividade financeira do material em relação ao montante total consumido. O segundo critério são as características

# Família Quantidade de Materiais Montante (MR$) % Consumo % Acumulado % de Nº de materiais acumulado 1CONDUTORES 78 145.403,31 27,8% 27,8% 11,3% 2TRANSFORMADORES 39 68.659,76 13,1% 41,0% 17,0% 3MEDIDORES 28 49.800,65 9,5% 50,5% 21,0% 4CONCRETOS 37 40.099,78 7,7% 58,2% 26,4% 5CONCENTRADORES 8 38.454,77 7,4% 65,5% 27,6% 6SECCIONADORES 7 25.978,60 5,0% 70,5% 28,6% 7FERRAGENS 150 19.089,02 3,7% 74,2% 50,4% 8ISOLADORES 10 17.542,36 3,4% 77,5% 51,8%

9PROTECCIONES (RELÉS, UP, RGDAT) 4 15.415,98 3,0% 80,5% 52,4%

10CONECTORES 101 15.053,55 2,9% 83,3% 67,1% 11RELIGADORES 4 13.167,84 2,5% 85,9% 67,6% 12CONJUNTOS DE MEDIÇÃO 6 11.071,31 2,1% 88,0% 68,5% 13REGULADORES 9 8.894,54 1,7% 89,7% 69,8% 14CRUZETAS 4 8.835,17 1,7% 91,4% 70,4% 15CAIXAS 21 6.528,22 1,2% 92,6% 73,4% 16CHAVES 4 5.432,95 1,0% 93,7% 74,0% 17DIVERSOS 8 5.256,63 1,0% 94,7% 75,2% 18PÁRA-RAIOS 2 4.572,26 0,9% 95,5% 75,5% 19PRÉ-FORMADOS 62 3.151,01 0,6% 96,2% 84,5% 20POSTES 11 3.128,80 0,6% 96,7% 86,1% 21GRAMPOS 9 3.103,69 0,6% 97,3% 87,4% 22SEGURANÇA 15 2.530,00 0,5% 97,8% 89,6% 23BATERIAS 1 1.997,25 0,4% 98,2% 89,7%

24SEM FAMÍLIA ASSOCIADA 2 1.741,49 0,3% 98,5% 90,0%

25FUSÍVEIS 13 1.553,12 0,3% 98,8% 91,9% 26DISJUNTORES BT/MT 10 1.415,55 0,3% 99,1% 93,3% 27FERRAMENTAS 2 1.355,40 0,3% 99,4% 93,6% 28PRENSA-CABOS 5 999,93 0,2% 99,6% 94,3% 29ABRAÇADEIRAS 5 902,32 0,2% 99,7% 95,1% 30PVC 3 572,18 0,1% 99,8% 95,5% 31BARRAMENTOS 1 308,62 0,1% 99,9% 95,6% 32CAPACITORES 3 279,30 0,1% 100,0% 96,1% 33ILUMINAÇÃO PÚBLICA 13 104,92 0,0% 100,0% 98,0% 34ETIQUETAS 10 55,63 0,0% 100,0% 99,4% 35EPI/EPC 1 46,01 0,0% 100,0% 99,6% 36QUADROS 2 17,55 0,0% 100,0% 99,9%

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de armazenamento e utilização dos materiais. O terceiro critério, levando em conta a escolha da utilização de três materiais para o estudo, é a variedade, evitando a escolha de materiais da mesma família.

Olhando para o topo da tabela da Curva ABC, observamos 11 materiais, classificados nas Famílias de Concentradores, Seccionadores, Religadores, Transformadores, Concretos, Condutores, Medidores e Isoladores. Dessas Famílias mencionadas, algumas dificultariam uma análise com a aplicação de políticas de estoque devido a certas características de cada uma. As Famílias de Concentradores, Seccionadores, Religadores e Transformadores, apesar de serem itens de estoque, são geridas de forma integrada pela área usuária, com uma política de estoque

Just in Time. Além de serem itens com alto custo unitário, necessitam de condições de

armazenamento especiais e têm uma área limitada, restringindo a capacidade total de armazenamento. Algumas destas áreas especiais de armazenamento ficam dentro do pátio das empresas prestadoras de serviços de instalação e manutenção das redes, o que faz com que, muitas vezes, o material tenha registro de entrada sistêmico no estoque central e, imediatamente, um registro de saída. Então, apesar de os materiais ainda estarem armazenados, uma visão desse quantitativo, através dos registros sistêmicos, torna-se complicada.

Já a Família de Concretos é formada pelos postes de concreto. A maioria dos contratos dos materiais dessa família são FOB (FreeOnBoard), o que significa que o Frete é de responsabilidade do cliente, não do fornecedor. Dessa forma, o Fornecedor acaba sendo utilizado como armazém e os materiais só têm sua entrada registrada no sistema quando são coletados. Porém, na maioria das vezes, eles são coletados e levados direto para a obra onde serão utilizados, fazendo com que a entrada e a saída do estoque ocorram de maneira simultânea, o que não é interessante para análise que será feita neste estudo.

Diante do descarte das Famílias citadas, restaram, dentre as famílias dos materiais que figuram no topo, Condutores, Medidores e Isoladores. Dessas famílias, os materiais de consumo mais significativos foram os escolhidos para o estudo e estão listados na tabela abaixo:

Tabela 3 – Classificação ABC dos materiais selecionados para o estudo (Fonte: elaborada pelo autor) # Material Família Consumo Total 2016 e 2017 Preço médio Montante (MR$) % Consumo % Acumulado % de Nº de materiais Acumulado Clasificação ABC 5 6790663 CONDUTORES 8.124.359 2,03 16.502,20 3,2% 18,1% 0,7% A 8 6794396 MEDIDORES 99.476 128,23 12.755,61 2,4% 25,7% 1,2% A 11 4545815 ISOLADORES 82.952 104,76 8.689,82 1,7% 31,4% 1,6% A

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Doravante, para facilitar a descrição do estudo, os materiais selecionados serão referenciados como o Cabo, o Medidor e o Isolador.

4.5 Características de consumo dos materiais selecionados

Para analisar as características dos materiais selecionados, foram feitas extrações de relatórios de movimentação dos materiais no sistema, relativos a entradas e saídas do estoque para a área usuária e fornecedores, possibilitando a medição do consumo, da chegada dos materiais comprados e dos níveis dos estoques. Essas bases foram extraídas em formato de planilha e tratadas no MS Excel, através de uma planilha “espelho” de cada material, em que as informações são organizadas de acordo com os objetivos do trabalho. É possível observar uma parte dessas planilhas “espelho”, mais abaixo nas figuras 5 e 6, e, em maior formato, no anexos C e D.

Com essas informações, foi possível calcular indicadores importantes para a análise das políticas de estoque que foram testadas e alguns parâmetros para as simulações. Dentre as informações coletadas e calculadas sobre cada material, destacam-se:

• “Frequência de Zeros”: é o percentual correspondente ao número de dias em que a demanda foi nula. Essa informação foi importante para a simulação do consumo dos materiais de forma mais real, o que será melhor explicado posteriormente, na parte pertinente ao desenvolvimento da simulação;

• Consumo Total: é a soma do consumo diário durante os 731 dias correspondentes aos dois anos estudados;

• Quantidade de pedidos: é o número de pedidos que foram recebidos dentro do período analisado. É um dado importante para o cálculo do custo do custo total de pedido;

• Média do Estoque: é a média aritmética da quantidade em estoque nos 731 dias da análise. Trata-se de dado importante para o cálculo do custo de armazenamento; e

• Compras Totais: é a soma das quantidades de todos os pedidos de compra que chegaram ao estoque ao longo do período analisado.

Além dos pontos citados acima, duas informações muito relevantes são extraídas deste levantamento: a demanda média diária e o seu desvio padrão. Como a abertura da informação é feita por dia, há a possibilidade de, através de uma fórmula do MS Excel, extrair essas duas

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informações de forma direta. A média diária é útil se extraída dessa forma, porém, o desvio padrão, para todos os materiais analisados, tem como resultado um valor maior que a média, o que dificultaria a utilização desse dado para o estudo. Isso acontece por dois motivos. O primeiro é que, em muitos dias, a demanda é nula, ou seja, há muitas amostras longe da média. O outro motivo é que nem sempre os registros de retirada de materiais do sistema são precisos. É comum que as áreas usuárias não tenham orçamento liberado em sistema para retirar os materiais do estoque no momento em que necessitam. Para não prejudicar o andamento do serviço, o estoque é liberado administrativamente, o que dificulta a precisão do registro no sistema. Quando a área libera o orçamento, a baixa de todo material que já foi utilizado é feita de uma só vez, gerando picos de consumo. Para minimizar o impacto causado por esses dois fatores, o consumo foi mensalizado nos 24 meses da análise e calculada a média mensal e seu desvio padrão e, depois, passados para dia, dividindo cada um por 30.

4.5.1 Cabo

O cabo foi o quinto material mais consumido no período de 2016 e 2017. As retiradas deste cabo do estoque totalizaram um montante de R$ 16.502.197,75, o que representa 3,2 % de todo o dinheiro gasto com consumo de material durante os dois anos.

O consumo planejado do cabo previsto para o período era de 15.858 metros por dia, e o consumo realizado foi de 10.353 metros. Ou seja, foram consumidos apenas 68,47% do previsto.

Considerando a demanda planejada como parâmetro e o estoque inicial de 2.146.346 metros, o estoque teria uma autonomia de 135 dias.

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