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COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
Expectativas
Inflação
Condições financeiras comprometem a retomada
A manutenção da crise cambial na Turquia refletiu-se na alta volatilidade dos ativos financeiros e na aversão ao risco. Assim, o dólar apreciou-se 1,19% em relação ao real, fechando a semana em R$ 3,91. Com as condições financeiras se deteriorando, aumentam-se os entraves para o processo de retomada econômica. Mesmo com a recuperação em junho, o IBC-Br para o 2T18 mostrou baixa de 1,0% na comparação com o trimestre anterior, reduzindo as estimativas do crescimento do PIB no mesmo período. Com uma alta mensal de 6,59%, o setor de serviços, ainda apresenta desempenho anual (-1,25%) inferior ao verificado na produção industrial e no comércio. Apesar da taxa de desocupação em 12,4% no 2T18 ter registrado uma queda de 0,7 p.p. na margem, o conjunto dos indicadores da PNAD não mostra um cenário tão favorável. A taxa de subutilização da força de trabalho mantém-se em nível elevado alcançando 24,6% da força de trabalho e a de desalento foi de 4,4%, o maior patamar da série histórica iniciada em 2012.
Fonte: Focus BCB Fonte: Focus BCB
Fonte: Ambima
De acordo com o Boletim Focus, as medianas das projeções para a inflação dos meses de agosto e de setembro registraram estabilidade (0,05% e 0,22%, na ordem). Já a inflação esperada para os próximos 12 meses configurou um ligeiro aumento de 0,01 p.p. para 3,67%. Com maior intensidade, a inflação implícita na negociação de títulos públicos subiu 0,12 p.p. para 4,29%. Após registrar recuo na semana anterior, a projeção para o crescimento do PIB em 2018 ficou estável em 1,49% e em 2,50% para 2019. As projeções para a taxa meta Selic para o encerramento de 2018 é de 6,50% a.a. e de 8,00% para 2019. Finalmente, as cotações projetadas do dólar prosseguem em 3,70 para 2018 e 2019. 1 7 /0 8 /2 0 1 8 H á 1 s e m a n a H á 4 s e m a n a s a g o / 1 8 0 ,0 5 0 ,0 5 0 ,0 7 s e t / 1 8 0 ,2 2 0 ,2 2 0 ,2 1 2 0 1 8 4 ,1 5 4 ,1 5 4 ,1 1 2 0 1 9 4 ,1 0 4 ,1 0 4 ,1 0 IP C A ( % ) M e d ia n a - a g re g a d o 3,67% 3,4% 3,6% 3,8% 4,0% 4,2% 4,4% 4,6% jan /18 fev/18 mar/18 abr/ 18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18
IPCA
Próximos 12 meses 4,29% 3,5% 4,0% 4,5% 5,0% 5,5% jan /18fev/18 mar/18 abr
/18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18
Inflação Implícita
Em 12 mesesCOMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
Taxa de Juros
Fonte: B3 Fonte: B3
Apesar da volatilidade verificada na semana, com o cenário externo mais tenso e o doméstico sendo impactado pela corrida eleitoral, a taxa de juros do swap DI prefixado de 360 reduziu-se em 0,18 p.p. para 7,68% a.a.. Diante desta redução, e da alta de 0,01 p.p. do IPCA esperado para os próximos 12 meses, a taxa real de juros ex-ante situou-se em 3,87% a.a. (queda de 0,18 p.p.). Com isto, o diferencial entre as taxas de juros de um e cinco anos elevou-se em 0,11 p.p. na semana, para 3,55%.
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7,68% 6,2% 6,6% 7,0% 7,4% 7,8% 8,2% 8,6% jan /18 fev/18 mar/18 abr/ 18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18 a.a.
Swaps DI pré - 360
3,87% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% jan /18 fev/18 mar/18 abr/ 18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18 a.a.Taxa Real de Juros
Ex- ante Fonte: Anbima 3,55% 2,5% 2,7% 2,9% 3,1% 3,3% 3,5% 3,7% 3,9% 4,1% jan /18 fev/18 mar/18 abr/ 18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18Spread da taxa de juros
COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
Fonte: Bloomberg
Câmbio
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg
A tensão externa, provocada pela crise cambial na Turquia, eleva a volatilidade dos mercados de ativos financeiros. Ainda que com alívio na sexta-feira, a maioria das moedas perdeu na semana valor em relação ao dólar. Neste sentido, o real registou forte depreciação, com dólar saindo de R$ 3,85 para R$ 3,91 (+1,19%). O índice que mensura o desempenho das moedas emergentes recuou de 62,20 pts para 62,16 pts. (-0,1%). No que tange aos países avançados, o Dollar Index reduziu-se em 0,3%, encerrando o período em 96,10 pts.. Na semana, ainda, o Banco Central não ofertou contratos adicionais de swaps cambiais, apenas renovando os com vencimento em setembro, de modo que a sua exposição permanece em US$ 67 bilhões. Ainda na semana, ganhou destaque o nível de instrumentos cambiais negociados na B3, mais especificadamente o elevado nível das posições compradas dos investidores internacionais em contratos de dólar futuro e cupom cambial.
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3,10 3,20 3,30 3,40 3,50 3,60 3,70 3,80 3,90 4,00
jan/18 fev/18 mar/18 abr/
18 mai /18 ju n /18 ju l/18 ag o /18
Real/US$
96,10 88 90 92 94 96 jan /18 fev/18 mar/18 abr/ 18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18Dollar Index
60 62 64 66 68 70 72 jan/18 fev/1 8 mar/18 ab r/ 18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18Índice Emergentes*
62,16*Cesta de Moedas: Lira turca, Rublo russo, Rand sul-africano, Florim húngaro, Real, Peso mexicano, Peso chileno, Reminbi chinês, Rupia indiana e Dólar de Singapura.
COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
Fonte: Bloomberg Fonte: S&P
Fonte: Blommberg
Aversão ao Risco
Na semana, o conturbado cenário internacional refletiu-se fortemente na volatilidade dos mercados e na aversão ao risco. Com isto, o prêmio do CDS de cinco anos da economia brasileira terminou o período em 241,00 ante os 237 pts. verificados no encerramento da semana anterior. Com a maior apreensão dos investidores, dado o estresse externo, o índice de volatilidade VIX – que mede a volatilidade esperada para o S&P 500 ao longo dos próximos 30 dias – alcançou o patamar de 14,78 pts. na terça-feira (13/08/2018), contudo, fechou a semana em 12,64 pts.. Por fim, a cotação do petróleo apresentou uma queda na semana, de US$ 72,81 para US$ 71,83.
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241 130 150 170 190 210 230 250 270 jan /18 fev/18 mar/18 abr/ 18 m ai/18 ju n /18 ju l/18 ag o /18
Credit Default Swap (CDS)
Pontos-base 73,21 62 67 72 77 jan /18
fev/18 mar/18 abr
/18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18
Petróleo
Brent última cotação US$
5 10 15 20 25 30 35 40
jan/18 fev/18 mar/18 abr/
18 mai/18 jun /18 ju l/18 ag o /18
VIX S&P500
12,64COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
PMS – jun/18
Após configurar um recuo de 5,03% no mês anterior, na esteira da crise dos caminhoneiros, o setor de serviços mostrou em junho uma alta de 6,59% na série dessazonalizada da pesquisa mensal do IBGE. O avanço mais intenso adveio do setor dos Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (+15,66%). Contudo, a alta não foi generalizada em todos componentes, com queda nos serviços prestados às famílias (-2,46%). Pela quarta vez consecutiva, a média móvel trimestral das variações mensais dessazonalizada foi negativa (-0,26%). Com retração em 12 meses em 1,25% a.a., o segmento de serviços apresenta desempenho inferior ao ritmo lento de recuperação da produção industrial (3,20% a.a.) e do comércio (6,70%).
Fonte: IBGE
Fonte: IBGE
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3,86% 15,66% 0,37% 2,45% -2,46% 6,59% Outros Transp., auxiliares e correio Profissionais, adm e compl. Informação e comunicação Prestados à família Geral
Variação mensal
por segmento -1,2% 3,2% 6,7% -12% -8% -4% 0% 4% 8% ju n /15 o ut /15 fev/1 6 ju n /16 o ut /16 fev/1 7 ju n /17 o ut /17 fev/1 8 ju n /18Variação em 12 meses
Serviços Indústria Varejo Ampliado -0,3% -3% -2% -1% 1% 2% ju n /15 d e z/15 ju n /16 d e z/16 ju n /17 d e z/17 ju n /18Média móvel trimestral
série dessazonalizada
COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
IBC-BR – jun/18
Calculado a partir de outros indicadores econômicos setoriais, de agricultura, indústria, comércio e serviços, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontou alta de 3,29% em junho na série dessazonalizada, recuperando-se do forte recuo de 3,28% em mai/18. No 2T18, o indicador mostrou baixa de 1,0% na comparação com o trimestre anterior. A evolução anual do índice acumulado em 12 meses exibiu alta de 1,30% a.a. (ante 1,11% em mai/18). Todavia, a expectativa do Banco Central é que o Produto Interno Bruto (PIB) teria permanecido estável no trimestre, dado que o IBC-Br apresenta características conceituais e metodológicas distintas em relação à medida do PIB. Com a gradual dissipação dos efeitos da crise dos caminhoneiros, o impacto mais efetivo na atividade foi refletido na perda de confiança na já lenta recuperação econômica.
Fonte: Banco Central do Brasil
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-0,4%-0,2% -0,8% 1,6% 0,1% 0,4% 0,8% 0,2% -1,0% 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18
Variação no trimestre
com ajuste sazonal
-3,28% 3,29% -5,0% -3,0% -1,0% 1,0% 3,0% 5,0% ju n /17 ju l/17 ag o /17 se t/17 o u t/17 n o v/17 d e z/17 jan /18
fev/18 mar/18 abr
/18
mai/18 jun
/18
Variação mensal
com ajuste sazonal
1,30% -6% -5% -4% -3% -2% -1% 0% 1% 2% ju n /15 ju n /16 ju n /17 ju n /18
Variação anual
Acumulado em 12 mesesFonte: Banco Central do Brasil
COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
Demanda do consumidor por crédito – jul/18
O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito mostrou que a quantidade de pessoas que buscou crédito, avançou 3,7% em jul/18 (ante -7,0% em jun/18). Na comparação com jul/17 verifica-se uma dinâmica mais positiva na busca por crédito (8,8% a.a. em jul/18 ante 4,7% em jul/17). No ano, até julho, a demanda teve aumento de 10,1% ante os sete primeiros meses do ano anterior. Em termos anuais, por sua vez, o arrefecimento no crescimento é verificado desde mai/18. A análise da Serasa Experian é de que os consumidores voltaram a buscar crédito em julho após os impactos da paralisação dos caminhoneiros no mês de junho.
Fonte: Serasa Experian
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-1,6% 5,9% -6,9% 5,3% 1,3% -4,2% 5,3% -13,2% 13,2% -0,3% 4,3% -7,0% 3,7% -20% -15% -10% -5% 0% 5% 10% 15% ju l/17 se t/17 n o v/17 jan /18 mar/18 mai/18 ju l/18
Variação mensal
Fonte: Serasa Experian
Fonte: Serasa Experian
8,8% 3% 5% 7% 9% 11% ju l/17 se t/17 n o v/17 jan /18 mar/18 mai/18 ju l/18
Variação anual
Acumulado em 12 meses 10,1% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% ju l/17 se t/17 n o v/17 jan /18 mar/18 mai/18 ju l/18Acumulado no ano
COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
Pnad – 2T18
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Fonte: IBGE Fonte: IBGE Fonte: IBGE 4,4% 1% 2% 3% 4% 5% 2T 12 4T 12 2T 13 4T 13 2T 14 4T 14 2T 15 4T 15 2T 16 4T 16 2T 17 4T 17 2T 18
Taxa de desalento
24,6% 14% 16% 18% 20% 22% 24% 26% 2T 12 4T 12 2T 13 4T 13 2T 14 4T 14 2T 15 4T 15 2T 16 4T 16 2T 17 4T 17 2T 18Subutilização da Força de Trabalho
Apesar da taxa de desocupação em 12,4% no2T18 ter registrado uma queda de 0,7 p.p. namargem, o conjunto dos indicadores referentes ao mercado de trabalho da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua não mostram um cenário tão favorável, mostrando que a desocupação pode ser muito maior. A taxa de subutilização da força de trabalho – que leva em consideração a população desocupada, a quantidade de pessoas que trabalham menos de quatro horas diárias e gostariam de trabalhar mais – mantém-se em nível elevado alcançando 24,6% da força de trabalho (27,6 milhões de pessoas), mesmo com queda de 0,1 p.p. na margem. Por fim, a taxa de desalento, ou a parcela de quem gostaria de trabalhar, mas não procurou emprego no trimestre, foi de 4,4% no período, o maior patamar da série histórica iniciada em 2012 (4,8 milhões de pessoas). 12,4% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 2T 12 4T 12 2T 13 4T 13 2T 14 4T 14 2T 15 4T 15 2T 16 4T 16 2T 17 4T 17 2T 18
Taxa de desocupação
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COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
O IGP-M registrou aumento de 0,67% no segundo decêndio de agosto, configurando variação superior à verificada em julho (+0,53%). No primeiro decêndio de agosto o aumento verificado foi de 0,70%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) fechou em 0,95% ante 0,52% no mesmo período de coleta do mês de julho. Na abertura do IPA, o destaque ficou para o aumento expressivo dos produtos industriais, que registram alta de 0,81% ante queda de 0,21% no segundo decêndio do mês de julho. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) encerrou o segundo decêndio em 0,05% (ante 0,39% em jul/18) e a variação do Índice Nacional da Construção Civil (INCC) em 0,36% (ante 0,90% em jul/18). Em 12 meses, a segunda prévia do IGP-M totalizou um crescimento de 8,86%, sendo mais expressivo para o IPA (+11,61%).
Fonte: FGV
IGP-M – 2º prévia ago/18
Fonte: FGV Fonte: FGV 1,35% -0,21% 1,37% 0,81%
Produtos Agrícolas Produtos Industriais
IPA – Variação Segundo Decêndio
Abertura jul/18 ago/18 8,86% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% a g o /1 7 o u t/ 1 7 d e z /1 7 fe v /1 8 abr /18 jun /1 8 a g o /1 8
Variação anual
Abertura IGP-M 0,53% 0,52% 0,39% 0,90% 0,67% 0,95% 0,05% 0,36% IGP-M IPA IPC INCCVariação – Segundo Decêndio
Por grupo