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Monitoramento de data centers

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Academic year: 2021

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Monitoramento

de data centers

Aperture Technologies (EUA)

Os data centers são hoje um ambiente complexo, com inúmeras variáveis para gerenciar. Os métodos usados pelas empresas são

específicos e incapazes de fazer comparações adequadas e prever demandas futuras. É necessário um sistema que ofereça uma visão integrada de TI e infraestrutura, para que se tenha um quadro preciso e em tempo real do atual estado da instalação.

Os data centers desenvolveram-se na direção de um ambiente distribuído, extremamente complexo, com elevados requisitos computacionais, nem imagináveis há 20 anos. Da mesma forma, o monitoramento dessas instalações também progrediu rapidamente. Já se foram os dias em que a temperatura do ambiente era medida pela necessidade de se usar ou não uma blusa de frio ao verificar um mainframe. Sistemas de monitoramento simplistas deram lugar a protocolos sofisticados para a determinação do estado de dispositivos críticos.

A estrutura de gerenciamento do data center também se transformou. Surgiram dois grupos diferentes (TI e infraestrutura), com funções complementares, porém opostas. O grupo de TI engloba o lado da

demanda dos negócios, exigindo cada vez mais capacidade para rodar os servidores, hardware de rede e dispositivos de armazenamento. O grupo de infraestrutura, por outro lado, é responsável pelo suprimento de energia e resfriamento à instalação. Como observado pela EPA - Agência de Proteção Ambiental dos EUA, ao tratar dos desafios de eficiência energética nessas instalações, “em muitos data centers, os profissionais responsáveis pela compra e operação de equipamentos de TI não são os mesmos responsáveis pela infraestrutura de energia e climatização, os quais, por sua vez, são tipicamente os que pagam as contas de energia”.

A revolução e a maior complexidade dos data centers também foram bastante impactados

pela introdução de novas tecnologias – incluindo servidores blade, dispositivos inteligentes e virtualização – acabando com a prática comum de caminhar em pisos elevados para “sentir” o ambiente e conduzir o monitoramento ad hoc. Não é apenas pouco prático avaliar o uso da energia e resfriamento manualmente; o uso atual de dispositivos de alta densidade gera uma grande quantidade de calor, que afeta todos os recursos de infraestrutura. Assim, torna-se impossível a monitoração sem a ajuda de sistemas robustos.

A evolução geral do data center, tanto em complexidade quanto em estrutura, enfatiza a necessidade de reavaliação e atualização das soluções de monitoramento.

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Limitações do monitoramento tradicional

Há várias limitações nos sistemas de monitoramento atuais, como a complexidade operacional, o suporte inadequado a dispositivos da infraestrutura e a visão incompleta do data center como um todo. Mais importante, as informações relativas aos vários dispositivos e aplicações estão armazenadas em muitos sistemas diferentes, tornando ineficazes o monitoramento e a avaliação de problemas e impossibilitando uma análise proativa dos riscos ou uma previsão das necessidades futuras. Numa pesquisa recentemente realizada pelo Aperture Research Institute, 60% dos entrevistados disseram que um sistema de monitoramento capaz de trabalhar com equipamentos de vários fornecedores receberia uma nota 4, numa escala de 1 a 5. No entanto, apenas 25% deles contavam com sistemas de monitoramento, com 53% monitorando menos de 75% de sua infraestrutura crítica e 30% monitorando menos que 50%.

Complexidade operacional

As limitações relativas à complexidade operacional geralmente resultam do design da solução de monitoramento – em particular, a forma como se administram os diversos métodos de comunicação usados no data center. O uso desses métodos de comunicação tão variados complica bastante o desenvolvimento de uma solução capaz de monitorar dispositivos com protocolos díspares.

As duas principais abordagens de monitoramento incluem uma solução baseada em hardware e uma solução

baseada em software. A solução de hardware exige que se escolha um protocolo como método de comunicação (o Modbus e SNMP são as opções mais usadas). Um conversor então transforma o protocolo do dispositivo em um protocolo de método primário de comunicação. Os pontos negativos de uma solução de hardware incluem:

• o custo dos conversores de protocolo (incluindo os custos de energia e de sua conexão a um UPS);

• maior complexidade, uma vez que se acrescentam mais dispositivos; e • introdução de outro ponto de falha potencial.

Numa solução baseada em software, o aplicativo de monitoramento comunica-se diretamente com o dispositivo do hardware, usando o seu protocolo nativo e assim eliminando a necessidade de conversão.

Suporte limitado para dispositivos

Outra importante limitação dos sistemas de monitoramento tradicionais é o suporte inadequado para os dispositivos da infraestrutura. A maioria das soluções de monitoramento foi projetada pelos fabricantes de hardware, com o objetivo principal de vender seu produto específico. Essa abordagem tão centrada no fornecedor impede que os clientes obtenham suporte de produtos concorrentes, deixando as empresas presas a um determinado fabricante de hardware.

A distância entre os grupos de TI e de infraestrutura também tem impacto sobre o limitado suporte para os dispositivos. Em geral, as soluções de monitoramento

tradicionais reforçam a separação entre esses dois grupos ao projetar soluções específicas para TI ou infraestrutura, mas não para ambos. As soluções de monitoramento baseadas em TI concentram-se no hardware de TI – como servidores, armazenamento e dispositivos de energia no nível do rack. De outro lado, as soluções de monitoramento baseadas em infraestrutura são bastante focadas no hardware gerenciado pelo grupo – como UPS, sistemas de energia, etc. Essa dicotomia de responsabilidades e soluções limita a capacidade de se criar um sistema de suporte integrado, capaz de monitorar todos os dispositivos e a infraestrutura dentro do data center.

Além disso, a maioria das soluções de monitoramento carece de suporte para múltiplos protocolos. Se uma solução suporta somente o SNMP, por exemplo, ela simplesmente não é capaz de monitorar dispositivos Modbus. Essa característica faz com que as organizações implantem várias soluções de monitoramento para grupos específicos de dispositivos. Os custos intrínsecos da compra de hardware e software – cobranças anuais de manutenção, despesas com treinamento e pessoal adicional para o gerenciamento de cada um dos vários sistemas – quase sempre se tornam um investimento significativo. E ainda, há também outros custos menos óbvios. A consolidação de dados de múltiplos sistemas em informações úteis em um relatório e em tempo hábil para a tomada de decisões é quase sempre extremamente difícil, se não impossível – deixando a empresa sem a capacidade de compreender de forma abrangente a relação entre os vários componentes da

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infraestrutura. Como resultado, os gerentes dos data centers não podem tomar as decisões inteligentes necessárias ao gerenciamento eficiente de toda a instalação.

Visão fragmentada

Assim, os sistemas de monitoramento tradicionais fornecem uma visão parcial e quase sempre fragmentada do data center. Não oferecem uma visão abrangente, holística, da instalação, o que é fundamental para as organizações de hoje. É insuficiente apenas identificar a carga em uma determinada PDU - unidade de distribuição de energia; o gerenciamento também deve compreender o impacto comercial caso aquela PDU seja desligada. Por exemplo, que servidores e aplicações são diretamente afetados como resultado?

O gerenciamento do complexo ambiente dos data centers atuais requer o planejamento e gerenciamento dos recursos, o controle operacional do pessoal e dos processos que rodam o centro de dados; e o monitoramento e automação — a interação em tempo real com os equipamentos. Cada um desses pilares do gerenciamento de serviços do data center reforça os outros e melhora o retorno do investimento.

Não é mais apenas uma questão de alertar

É essencial que a nova geração de soluções de monitoramento do data center ajude a quebrar as barreiras entre os grupos de TI e de infraestrutura, promovendo a colaboração. Além disso, essas soluções devem servir diretamente

aos diferentes grupos de usuários no que diz respeito às suas funções e perspectivas multidimensionais: • Operações de TI: são responsáveis pela manutenção dos equipamentos dentro dos racks. Assim, a solução de monitoramento ideal oferece uma visão de TI na infraestrutura sobre as informações dos dispositivos existentes; permite que o grupo forneça equipamentos de forma eficiente quando necessário; e gera relatórios de capacidade para garantir que os recursos adequados estejam disponíveis no futuro. Embora as operações de TI não “tenham a propriedade” dos equipamentos, elas precisam de informações para responder proativamente e com agilidade às necessidades dos negócios.

• Centro de operações: gerencia o estado atual do data center como um todo – identificando quaisquer riscos e avaliando como responder aos alertas. Para esse grupo, o monitoramento do data center exige que os alarmes sejam correlacionados com os ativos de TI apropriados e no contexto da organização de TI, de forma que possam agir. Por exemplo, se surge um problema com o UPS, o centro de operações não pode tratar oficialmente do problema. Entretanto, se for possível avaliar o impacto sobre os servidores, poderá responder como se tivesse havido um problema de TI. Além disso, a solução fornece um alerta proativo, de forma que o centro de operações tome conhecimento de problemas potenciais antes que realmente ocorram.

• Infraestrutura: o grupo realmente tem a propriedade dos equipamentos no data center. A capacidade de ter acesso a todas as informações relativas aos problemas e às causas

em um sistema integrado, holístico, permite que o grupo responda a eles de forma eficiente.

Os grupos não podem utilizar múltiplos sistemas com uma variedade de interfaces para gerenciar o data center de forma eficaz. A solução de monitoramento ideal fornece dados abrangentes, em tempo real, para integrar as informações de diferentes sistemas em um único painel, e encoraja processos de gerenciamento holísticos do data center. Os dados podem ser extraídos de forma inconsistente ou até mesmo de sistemas externos, mas o monitoramento fornece dados e relatórios precisos, em tempo real, para permitir que todos respondam proativamente aos problemas mais importantes. Em alguns setores, como o de energia, o prejuízo chega a US$ 3 milhões por hora parada.

O fator ambiental

O consumo de energia dos data centers nos EUA dobrou entre 2001 e 2006 e espera-se que dobre uma vez mais até 2011, a menos que a eficiência energética dessas instalações torne-se uma prioridade. Esse fator, sozinho, tem levado muitas organizações a investigar os benefícios de uma solução de monitoramento abrangente, que forneça informações capazes de medir o desempenho dos data centers em resposta ao movimento “TI verde”, permitindo reduções de custo, aumento da eficiência operacional e otimização dos recursos. Como declarado pelo Green Grid, um consórcio não lucrativo de empresas e profissionais de tecnologia da informação, “dado que o acesso ilimitado à energia é improvável e que o custo de

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construir ou reformar data centers é alto, os clientes devem receber ferramentas para aumentar a eficiência das instalações atuais. Medir e melhorar essas instalações usando métricas de desempenho e energia apropriadas, ao lado de um conjunto de melhores práticas, pode ajudar as empresas a projetar um data center mais eficiente”.

Vendo através de um único painel

A capacidade de sentir e responder proativamente a um evento do data center em tempo real é essencial para a eficácia da instalação. Um gerenciamento holístico da instalação, incluindo monitoramento em tempo real, permite que as empresas compreendam melhor a relação entre os recursos de espaço, potência e climatização e reajam rapidamente às mudanças no ambiente.

A compreensão do futuro do data center é uma prioridade para que as empresas alcancem seus objetivos comerciais. Para tanto, deve-se implantar um sistema robusto, com uma visão das tendências passadas e dos recursos atuais e a capacidade de prever requisitos futuros.

As ferramentas e os processos de melhores práticas inerentes ao monitoramento de infraestrutura podem fornecer o nível ideal de monitoramento e controle do data center. Com elas, as organizações estarão capacitadas a:

• Equilibrar a oferta de recursos de infraestrutura para satisfazer as demandas da empresa.

• Rastrear o uso e as métricas da infraestrutura crítica ao longo do tempo.

• Prever caminhos e espaços para aplicações futuras para prever o consumo dos recursos do data

center.

• Determinar quando os recursos do data center acabam.

• Proporcionar tempo hábil para o planejamento futuro do data center. • Compreender as tendências futuras com base no uso passado e nos relatórios sobre as métricas essenciais da capacidade.

• Minimizar os riscos associados à inatividade ou à interrupção de serviços.

• Preencher a lacuna entre TI e infraestrutura.

Conclusão

Muitas empresas precisam satisfazer demandas operacionais numa instalação que usa todo o limite de sua capacidade. É fundamental que as organizações aperfeiçoem o monitoramento de seus data centers para planejar e alocar recursos, assim como para fornecer uma infraestrutura suficiente, mantendo os custos baixos. Atualmente, muitas empresas usam múltiplos sistemas com métodos específicos de extração e armazenamento de informações, que carecem da capacidade de fazer comparações adequadas. É necessário um sistema que ofereça uma visão integrada de TI e infraestrutura para que se obtenha um quadro preciso, em tempo real, do atual estado da infraestrutura essencial e capaz de prever as necessidades futuras.

BOXE

Métodos mais comuns de comunicação

Protocolos para infraestrutura: • Modbus: desenvolvido em 1979, o protocolo é usado em configurações mestre/escravo para fornecer

comunicação com dispositivos, com dados e controles definidos em um conjunto de registros. Embora seja mais frequentemente usado numa configuração “daisy chain”, cabeada, com RS-422 ou RS-485, o Modbus também suporta instalações sem fio e em rede (Modbus TCP sobre Ethernet). Estima-se que, atualmente, mais de 7 milhões de dispositivos Modbus estão em uso em milhares de dispositivos diferentes de centenas de fabricantes.

• BACnet - Building Automation Control network: foi projetado, especificamente, para gerenciar sistemas prediais, como aquecimento, condicionamento de ar, iluminação, acesso físico e detecção de incêndio. Proposto em 1987, porém não amplamente aceito até 1996, o BACnet pode ser implantado de várias maneiras, incluindo configurações de rede (BACnet/IP), ponto a ponto por RS-232 e em configurações mestre/escravo usando RS-485. Estima-se que existam mais de 4 mil instalações de BACnet nos EUA. • OPC: OLE para Controle de Processo, do inglês OLE for Process Control, é um conjunto de interfaces padrão usadas em sistemas de automação e empresariais implantados com servidores OPC numa rede Ethernet. Originalmente baseadas na tecnologia OLE/COM da Microsoft, as novas especificações foram propostas em 2004 depois de a Microsoft retirar a ênfase em COM, em favor de serviços da web em plataformas cruzadas.

• Fechamento de contato:

normalmente usado em

equipamentos já existentes, refere-se a um conjunto de relés ligar/desligar de hardware, que fornecem

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informações sobre o estado do dispositivo naquele momento. Uma interface de hardware lê o estados dos relés e passa essa informação a um sistema de monitoramento por meio de outros protocolos, como Modbus ou SNMP.

Protocolos para TI:

• SNMP - Simple Network Management Protocol: é o protocolo mais usado no domínio de TI. Uma MIB - base de informações de gerenciamento define os controles de dados e alarmes – um arquivo de texto é carregado dentro de um NMS - sistema de gerenciamento de rede e transmitido por meio de uma rede Ethernet.

• XML - Extensible Markup Language: passa dados estruturados através de diferentes sistemas de informação por uma rede Ethernet. Principalmente usado para passar dados entre aplicações, garantiu o seu lugar como um meio de enviar e receber dados de dispositivos, como testemunhado pelo desenvolvimento de placas XML por certos fabricantes.

Fig. 1 – Gerenciamento do serviço de data center

Referências

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