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ESTRUTURA DA ATENÇÃO BÁSICA PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU EM 2011

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VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Centro de Educação e Letras.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do

Iguaçu, PR.

ESTRUTURA DA ATENÇÃO BÁSICA PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU EM 2011 Janaína Pauli1, Carline Slovinsk Acordi1, Daiane Sampaio Sosa2, Mayara Silveira Almeida2,Reinaldo A. Silva-Sobrinho3, Tereza Cristina Scatena Villa4

Formanda do Curso de Enfermagem, Unioeste1

(jana_pauli@hotmail.com); (carline_slovinski@msn.com);

Egresso Curso de Enfermagem, Unioeste2

Professor Orientador Curso de enfermagem, Unioeste3

(reisobrinho@yahoo.com)

Professor Titular Universidade de São Paulo – USP4

Palavras-chave: acessibilidade, atenção básica, descentralização. Introdução

Na segunda metade da década, o processo de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) caminhou para a adoção de uma série de medidas governamentais voltadas para o fortalecimento da atenção básica de saúde (ESCOREL et al., 2007).

O processo de descentralização do setor saúde no Brasil fomentou grandes mudanças na organização, financiamento e oferta dos serviços de saúde (SS), com a introdução de programas inovadores e estratégicos, centrados na Atenção Primária à Saúde (APS), família e comunidade, articulando-os aos outros níveis de atenção (VILLA et al., 2007).

A Atenção Básica (AB) caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilidade, da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2006).

O Programa de saúde da Família (PSF), desde 1999, passou a ser considerado pelo Ministério da Saúde (MS) como uma estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde, com vistas a reorientar o modelo assistencial e imprimir uma nova dinâmica na organização dos serviços e ações de saúde. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) encerra, em sua concepção, mudanças na dimensão organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe multiprofissional responsável pela atenção à saúde de uma população circunscrita, definir o generalista como o profissional médico de atenção básica e instituir novos profissionais, a saber, os agentes comunitários de saúde, voltados para a ação comunitária, ampliando a atuação da equipe sobre os determinantes mais gerais do processo saúde-enfermidade (ESCOREL et al., 2007).

As diretrizes nacionais de controle da tuberculose (TB) estão sendo nos dias atuais, operacionalizadas pelas ESF por meio do Tratamento

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Diretamente Observado de curta-duração (DOTS) o que reafirma a política de descentralização dos serviços estabelecidos pelo SUS (GOMES et al., 2007).

O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) compreende estratégias inovadoras que visam ampliar e fortalecer a estratégia DOTs e privilegia a descentralização das medidas de controle para a AB, ampliando o acesso da população em geral e das populações mais vulneráveis ou sob risco acrescido de contrair a TB (BRASIL, 2010).

Nesse sentido, o controle da TB está sendo implementado no município de Foz do Iguaçu através da descentralização das ações de controle como detecção de sintomáticos respiratórios, oferta do exame, diagnóstico, tratamento e controle de contatos, para as equipes de saúde da família (SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE FOZ DO IGUAÇU, 2010 – 2013).

A TB permanece como um dos maiores desafios às políticas de saúde pública, visto que o tratamento medicamentoso, de forma geral, é efetivo contra o bacilo, no entanto, o desafio que se faz constante volta-se aos constituintes organizacionais dos serviços de saúde (BRUNELLO et al., 2007).

A obtenção do sucesso terapêutico vai além da eficácia farmacológica, existindo diversos obstáculos que dificultam a acessibilidade ao cuidado em saúde durante o tratamento da TB. Estes obstáculos estão relacionados com fatores intrínsecos à terapêutica, ao paciente e ao modo como o serviço se organiza para prestar assistência (ARAKAWA et al., 2006-2007).

A acessibilidade é considerada como um dos principais atributos da Atenção Primária á Saúde - APS, sendo compreendida como a ausência ou presença de barreiras financeiras, organizacionais e/ou estruturais que dificultam a obtenção do cuidado (ARAKAWA et al., 2006-2007).

Segundo Volmink e Garner, 2009, a adesão a um programa de tratamento da TB exige acesso e cuidados de saúde adequados. Mas mesmo onde estes serviços estão disponíveis, os doentes não aderem ao regime pretendido. Para melhorar a aderência dos doentes ao tratamento é importante o desenvolvimento de medidas específicas destinadas a influenciar o comportamento do doente de TB, assim como a organização do serviço.

Nesse sentido, esse problema persiste não devido às formas de diagnóstico e de tratamento da doença, mas sim, à forma como os serviços de saúde se organizam para possibilitar o acesso ao diagnóstico por parte da população e para tratar os casos de TB (OLIVEIRA et al., 2007).

Objetivo

Avaliar a estrutura da AB para o tratamento da TB, na perspectiva dos profissionais de saúde, no município de Foz do Iguaçu em 2011.

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Esta pesquisa está articulada com um projeto de âmbito nacional, intitulado: Estratégia DOTS no Tratamento da Tuberculose: Desempenho da

Atenção Básica em Municípios da Região Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil,

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – PR, financiada pelo CNPq e desenvolvida pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP em parceria com outras Universidades do Brasil, entre elas a Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste.

Trata-se de uma pesquisa de avaliação da estrutura da AB no controle da TB utilizando uma investigação com abordagem quantitativa.

A população do estudo para a pesquisa foi constituída pelos profissionais de saúde das unidades de AB de Foz do Iguaçu que aceitaram participar da pesquisa, mediante a aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, em cumprimento da Resolução n.° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Foram entrevistados 225 profissionais de saúde, sendo, 25 enfermeiros, 28 médicos, 57 auxiliares/ técnicos de enfermagem e 115 agentes comunitários de saúde (ACS).

Os dados foram coletados através de um instrumento estruturado aplicado aos profissionais de saúde, elaborado com base no The Primary Care Assessment Tool (PCAT) validado no Brasil (ALMEIDA; MACINKO, 2006) e adaptado para avaliar a atenção a TB no Brasil (VILLA; RUFFINO NETTO, 2009).

Foi realizado estudo piloto nos locais do estudo para teste e adequação do instrumento quanto à forma de organização do tratamento da TB nos serviços de saúde.

As variáveis foram analisadas em tabelas de frequências com aplicação do teste qui-quadrado para proporções.

A estrutura dos serviços de AB contempla a capacidade instalada e organização do serviço. Para classificar e descrever a estrutura destes serviços foi avaliado os seguintes indicadores: recursos físicos; recursos humanos e a organização do serviço com enfoque nas ações de tratamento medicamentoso e tratamento supervisionado.

Resultados e Discussão

Tabela 1 - Função exercida por profissionais entrevistados no serviço de Atenção Básica à Saúde em Foz do Iguaçu, PR, 2011.

Categoria Número Percentagem

Enfermeiro assistencial 10 4,4 Enfermeiro coordenador 16 7,1 Auxiliar/técnico de enfermagem 57 25,3

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Agente Comunitário de Saúde 113 50,2

Total 225 100,0

Tabela 2 - Distribuição das categorias de respostas sobre a estrutura da Atenção Básica à Saúde em Foz do Iguaçu, PR, 2011.

Categoria Sim N % Não N % Não sabe N % Vale alimentação 6 2,7 170 75,2 49 21,8 Vale transporte 4 1,8 174 77,3 47 20,9 Medicamentos para tuberculose 220 97,8 2 0,9 3 1,3 Atendimento fora do horário comercial 190 84,4 35 15,6 0 0,0

No que tange ao oferecimento de vale alimentação e vale transporte, identificou-se semelhanças significantes nas respostas, visto que a maior porcentagem dos profissionais entrevistados apontaram que não é ofertado o benefício para os doentes de TB. Deve-se reconhecer que essa situação é desfavorável à acessibilidade, constituíndo-se de uma barreira econômica ao cuidado.

No que diz respeito à disponibilidade de medicamentos para TB na AB de Foz do Iguaçu nos últimos 12 messes, a maioria dos respondentes apontaram que a entrega da medicação atendeu a demanda e que os serviços de saúde atendem fora do horário comercial, após as 17:00 horas.

A disponibilidade de medicamentos para TB nas unidades e o atendimento dos usuários fora do horário comercial são pontos favoráveis para a continuidade terapêutica.

Conclusões ou Considerações Finais

O estudo mostra as dificuldades enfrentadas pelo doente na acessibilidade ao tratamento, como despesas de transporte e alimentação durante os deslocamentos aos serviços de saúde. Em contrapartida, a disponibilidade de medicamentos contribuiu para a continuidade do tratamento. E o atendimento dos usuários fora do horário comercial, contribuiu para que o doente não perca o dia de trabalho ou atrase no emprego.

Referências

ALMEIDA C; MACINKO J. Validação de uma metodologia de avaliação rápida das características organizacionais e do desempenho dos serviços de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) em nível local. Macinko.

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VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Centro de Educação e Letras.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do

Iguaçu, PR.

ARAKAWA T, et al. A Acessibilidade de Doentes de Tuberculose ao Tratamento em Serviços de Saúde no Município de Ribeirão Preto – São Paulo. Tuberculose: pesquisas operacionais, Ribeirão Preto, SP: FUNPEC Editora. 2009; 48:55.

BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Atenção Básica. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Séries Pactos pela Saúde, Brasília. 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. 2010.

BRUNELLO et al. O Desempenho dos Profissionais de Saúde para o Estabelecimento do Vínculo na Atenção ao Doente de Tuberculose, Ribeirão Preto, 2007. Tuberculose: pesquisas operacionais, Ribeirão Preto, SP: FUNPEC Editora. 2009; 132:137.

ESCOREL, et al. O Programa de Saúde da Família e a Construção de um novo modelo para a atenção básica no Brasil. Rev Panam Salud

Publica/Pan Am J Public Health 21(2/3), 2007.

GOMES ALC, et al. O Vínculo e a Relação com as Ações de Controle da Tuberculose: Concepções de Profissionais das Equipes de Saúde da Família. Tuberculose: pesquisas operacionais, Ribeirão Preto, SP: FUNPEC Editora. 2009; 132:137.

OLIVEIRA, et al. O Acesso ao Diagnóstico da TB nos Serviços de Saúde no Mnunicípio Ribeirão Preto – SP (2007). Tuberculose: pesquisas operacionais, Ribeirão Preto, SP: FUNPEC Editora. 2009; 132:137.

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE FOZ DO IGUAÇU. Plano Municipal de Saúde – 2010/2013.

VILLA, et al. Desempenho dos Serviços de Saúde na Atenção à Tuberculose em Ribeirão Preto, Estado São Paulo – Brasil. Tuberculose: pesquisas operacionais, Ribeirão Preto, SP: FUNPEC Editora. 2009; 132:137.

VOLMINK J, GARNER P. Directly observed therapy for treating tuberculosis. Cochrane Database Syst Ver. 2007.

Fontes de Financiamento

Esta pesquisa foi financiada e apoiada pelo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Referências

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