ENFERMAGEM VETERINÁRIA
DE ANIMAIS DE PRODUÇÃO
2015/2015
DIGESTIVO EQUINOS
Escola Superior Agrária
Instituto Politécnico de Viana do Castelo
CÓLICAS
CARACTERÍSTICAS
• Animal forrageiro
• 2 regiões distintas em função da
digestão
• Digestão enzimática vs. Digestão
microbiana esófago fígado rim I. D. base do ceco recto cólon menor diafragma faringe
2 esófago fígado rim I. D. recto estômago Flexura diafragmática coração diafragma faringe Flexura esternal
CÓLICAS
ESTÔMAGO • 10 a 15 L de capacidade • Digestão enzimática• capacidade digestão proteica
http://www.youtube.com/watch?v=maWXVKI -gq4&feature=related
CÓLICAS
INTESTINO DELGADO
• > processo digestivo e de absorção dos HC • Digestão enzimática
• Avanço ingesta a ritmo elevado (30 cm/min)
• Importância da eficiência da digestão e absorção no ID
• Local principal de absorção de Cálcio
CÓLICAS
INTESTINO GROSSO
• Responsável pelo processo fermentativo
• Ceco – 25 a 35 L
• Cólon – dobro da capacidade
• Sem produção de enzimas digestivas • Principal local de digestão de fibra,
4
CÓLICAS
EXAME CLÍNICO • Anamnese • Inspecção visual • Comportamento/ postura • Estado de hidratação • Exame cardiovascular• Auscultação Ap. Digestivo + percussão
• Entubação nasogástrica
• Palpação rectal
CÓLICAS
ANAMNESE
• Quantas vezes come por dia
• Quantidade de comida (palha, feno, ração)
• Qualidade da comida
• Alterações na alimentação
• Cama
• Actividade - há quanto tempo está parado
• Ambiente a que está submetido stress
CÓLICAS
INSPECÇÃO VISUAL
• Avaliação do contorno abdominal • O abdómen pode estar distendido por
gás, ingesta ou líquido
• Os contornos abdominais são avaliados observando o cavalo de cada lado e por trás
• Distensão nos flancos e fossa paralombar
CÓLICAS
SINAIS CLÍNICOS
• Raspar contínuo/intermitente • Rebolar
• Decúbito esternal/ lateral intermitente • Visualizar frequentemente o flanco • Falta de apetite
• Ausência de fezes • Agitação/depressão
CÓLICAS
6
Olhar para o flanco Rolar dor severa
YouTube - Colic in Horses YouTube - colica equina 01
http://www.youtube.com/watch?v=f ptaSP6x0rM&feature=related CÓLICAS ESTADO DE HIDRATAÇÃO • Mucosas • TRC • Elasticidade da pele
8
CÓLICAS
EXAME CARDIOVASCULAR E SANGUÍNEO
• Frequência – geralmente quanto mais
elevada maior a dor • Hemograma
• Hematócrito - avalia o grau de
desidratação
CÓLICAS
AUSCULTAÇÃO
• Lado esquerdo, direito e a parte ventral do abdómen
• Auscultar no mínimo 3 locais • Auscultar pelo menos durante um
minuto cada local (em muitos casos é necessário muito mais tempo) • Sons de mistura 2-4 vezes por
minuto
• Sons de progressão 1 em cada 2-4 minutos SONS: Normais Ausentes Reduzidos Aumentad os
CÓLICAS
ENTUBAÇÃO NASOGÁSTRICA
• Descompressão gástrica
• Diagnóstico da função intestinal • Administração de medicamentos,
hidratação e lubrificação • Desobstrução esofágica
Impossível aspirar o ar
Resistência ao avanço do tubo
Parede do esófago Ar aspirado Sem resistência Traqueia
YouTube - SONDEO
NASOGASTRICO CABALLO
10
CÓLICAS
PALPAÇÃO RECTAL
• Flanco esquerdo - bordo caudal do baço, rim esquerdo, ligamento nefroesplénico e, em cavalos pequenos, a raiz cranial do mesentério (prega que corre na direcção ventral)
• Lado direito - ceco mole e viscoso
(consistência semelhante à massa do pão) contendo algum gás
CÓLICAS
TIPO DE CÓLICAS • Obstrutivas • Isquémicas • InflamatóriasCÓLICAS
OBSTRUTIVAS• Geralmente devido a massa de comida desidratada
12
CÓLICAS
OBSTRUTIVAS
• Incompletas vs Completas (+ graves)
• Sinais clínicos mais exuberantes nas cólicas
completas
• ID sempre de prognóstico reservado
• ID – hipertrofia do íleo, aderências
• Ceco – impactação por alimento, partículas
grosseiras, qualidade da forragem
• Cólon – ração, desrregulação do programa de
treino, areia, enterólitos, fecalomas
Saliva Secreções gástricas Secreções intestinais I. D. I. G. Absorção secreções e água Ciclo enterossistémico
Saliva
Secreções gástricas
Secreções intestinais
I. D.
Obstrução do Intestino delgado
I. D. Refluxo gástrico
Distensão do I. D.
da pressão intra luminal
Ausência de sons intestinais
CÓLICAS
14 I. D. I. D. Refluxo gástrico Distensão do I. D. Compressão dos capilares ↓ da drenagem venosa Ausência de movimentos intestinais
CÓLICAS
SINAIS CLÍNICOS• Dor frequência cardíaca ( >50 bpm) • TRC, Proteínas Totais e Hematócrito
desidratação
• Isquémia da mucosa alteração fluído peritoneal ( GV e GB)
• Ausência de sons intestinais • Distensão abdominal • Endotoxémia choque
Obstrução do intestino Delgado
Bloquei do ciclo enterossistá mic o
Distenção do in testino delgado Au mento da pressão intra luminal Diminuição da drenagem venosa Aumento da
pressão tecid ular
Compressão dos capilares
Secreção de fluidos para o intestino e através
da serosa
Desidr atação
Degener escência da mucosa intestinal
Refluxo gástrico Palpaçã o rectal I. D. distendido
Ilio par alítico Dor
Aum ento das pr oteínas do fluido p er ito nia l
Aumento do PCV Aumento pro teín as totais Aum entoda frequência cardiaca Aumento do tempo de re ple cção capilar
Ilio par alítico Fluido peritonial Aumento RBC e W BC não passam p ara o inte stino gro sso para ser em abso rvid as Saliva, secreções gástricas,
secrçõe s intestinais
CÓLICAS
DIAGNÓSTICO
• Sinais clínicos
• Entubação nasogástrica refluxo gástrico
• Palpação rectal • Hemograma
• Bioquímica sanguínea e peritoneal • Ecografia abdominal
16
CÓLICAS
OBSTRUÇÃO INTESTINO GROSSO
• Incompleta - permite a passagem de gás
• tónus muscular cranialmente à obstrução pressão intraluminal
• Ligeiro aumento na frequência cardíaca
• Desidratação ligeira
Dor intermitente
Distensão dos segmentos intestinais craniais à obstrução
Dor severa Ausência de movimentos
intestinais da pressão intra
abdominal
Dificulta os movimentos do diafragma
Hipoxémia da pressão intra torácica
Retorno venoso
Out put cardíaco Oxigenação arterial circulatório Choque Morte
OBSTRUÇÃO INTESTINO GROSSO
CÓLICAS
SINAIS CLÍNICOS
• Ritmo cardíaco muito elevado • Mucosas pálidas/ cianóticas • Distensão abdominal • Ausência de sons intestinais • Dor severa
CÓLICAS
DIAGNÓSTICO
• Sinais clínicos
• Entubação nasogástrica refluxo gástrico
• Palpação rectal • Hemograma
• Bioquímica sanguínea e peritoneal • Ecografia abdominal
CÓLICAS
ISQUÉMICAS
• ID e Cólon - mudança brusca da dieta,
18
CÓLICAS
ISQUÉMICAS
• Exemplos - torção, volvo intestinal,
encarceração do intestino delgado (foramen epiplóico, anel inguinal, fendas no mesentério)
As lesões intestinais e sinais clínicos são devidas à combinação dos efeitos da
obstrução, isquémia e endotoxémia
CÓLICAS
SINAIS CLÍNICOS
• Ritmo cardíaco muito elevado • Mucosas pálidas/ cianóticas • Distensão abdominal • Ausência de sons intestinais • Dor severa
• Desidratação
Choque hipovolémico
Movimento de fluidos dos compartimentos intra e extra celular
para o intestino
Resposta inflamatória à endotoxémia Frequência cardíaca, influxo
de fluido extra celular para a rede vascular, vasoconstrição
intensa
Falta de perfusão tecidular
da oxigenação
Metabolismo anaeróbio
Ácido láctico
Acidose Taquicardia, membranas
mucosas pálidas e cianóticas, hipotensão e extremidades
Endotoxémia- danos relacionados com quantidade de toxinas
Endotoxinas Alterações no endotélio pulmonar com formação de agregados de plaquetas Ligam-se aos macrófagos Produção de citocinas (IL1, TNF)
Alterações nas células endoteliais, quimiotaxia
Alterações nas membranas celulares Libertação de ácido araquinóide
Via ciclooxigenase Tromboxano A2 Prostaciclina Libertação imediata de tromboxano Hipertensão pulmonar e vasoconstrição noutros órgãos
Prostaciclina é produzida mais lentamente Vasodilatação e da pressão arterial
Inicialmente temos uma vasoconstrição seguida por um longo período de vasodilatação
A produção de tromboxano e prostaciclina pode ser inibidas pela a administração de AINES (principalmente Fulnixina
Meglumina)
CÓLICAS
DIAGNÓSTICO
• Sinais clínicos
• Entubação nasogástrica refluxo gástrico
20
CÓLICAS
DIAGNÓSTICO
• Desidratação, grande distensão intestinal, output cardíaco e endotoxémia podem ser rapidamente fatais
• Prognóstico reservado
• Fluído peritoneal indicativo para cirurgia
CÓLICAS
INFLAMATÓRIAS
• Duodenite e Jejunite Proximal
• IBD
• Colite - infecciosa, parasitária, tóxica
CÓLICAS
SINAIS CLÍNICOS
• Frequência cardíaca • Borborisgmus variáveis • Dor
• Distensão Abdominal variável • > TRC
• Diarreia – desequilíbrios electrolíticos
CÓLICAS
DIAGNÓSTICO
• Sinais clínicos
• Entubação nasogástrica refluxo gástrico
22
CÓLICAS
TRATAMENTO
• Idealmente deve-se num curto espaço tempo decidir por T. médico vs T. cirúrgico
• Precoce e agressivo –Fluidoterapia –Laxativos/Lubrificantes –Analgésicos –Anti-inflamatórios –Moduladores da motilidade
CÓLICAS
FLUIDOTERAPIA • Reposição de volémia • Descompressão • Administração oral • Administração IV –Lactato de Ringer –NaCl 0,9% –Hipertónicos –ColóidesCÓLICAS
FLUIDOTERAPIA • Taxa de fluidos: 2ml/Kg/h: 500kg – 1L/h até 40 L/h• Cateter venoso central:
12-14-16 G
CÓLICAS
DESCOMPRESSÃO
• dor e promover a reposição do peristaltismo
• Libertar gás e refluxo gástrico
• Administrar fluidos:
–Sem refluxo: 8L/h + 60g NaCl + 30g KCl
passeios
• Laxativos:
–Óleo Mineral/ Parafina 1L/Dia
–lubrificação da impactação e protecção da
24
CÓLICAS
AINEs/ ANALGÉSICOS
• Dor variável com a gravidade da cólica • Importante no controlo da dor
• dor espasmo Intestinal • Protecção do cavalo
• Reconhecer e respeitar os limites máximos dos fármacos
• Efeito negativo mascarar sintomas
CÓLICAS
AINEs
• Flunixina meglumina
–Efeito anti - endotoxémia
–A duração do efeito depende do tipo de
lesões (0,5 a 24 h)
–Pode ser dada com intervalos de 6 a 12 h
– dor ritmo cardíaco, melhorias na cor
das mucosas, o cavalo fica mais calmo
–Cuidado pode mascarar os sintomas
CÓLICAS
AINEs
• Dipirona
–Analgésico de curta acção para dores
viscerais médias
–Não mascara os sintomas
CÓLICAS
ANALGÉSICOS
• > analgesia
• Agonista α2 adrenérgico hipotensão e
movimentos intestinais –Xilazina
–Detomidina/Romifidina: + potentes 0,01-0,08 mg/ Kg IV/IM
• Opióides efeitos secundários
–Butorfanol 0,05-0,1 mg/Kg IV/IM
–Combinação com Detomidina efeito sinérgico
• Detomidina + Butorfanol IV/IM
CÓLICAS
MODULADORES DE MOTILIDADE
• Estimulam directamente o intestino
• Bloquear os mecanismos que inibem a
motilidade
• Fundamental em caso de Íleo paralítico
–Metoclopramida –Lidocaina –Eritromicina –Cisapride –Betanecol –Yohimbina
CÓLICAS
Decisão para a cirurgia baseada na:
•História clínica •Exame físico
•Análise do fluido abdominal
26 Cirurgia Torção Intussuscepção Deslocamento / Encarceramento Obstrução que não se resolve
Diagnosticar atempadamente estas situações
CÓLICAS
CIRURGIA
• Evolução
–Rápida geralmente obstrução completa/ enfarte/ estrangulamento cirurgia
–Frequência respiratória e pulso normal geralmente não têm obstrução completa/ enfarte /estrangulação tratamento médico
• Temperatura rectal
–Febre infecção cirurgia contra
indicada
CÓLICAS
CIRURGIA
• Dor constante tracção no mesentério, isquémia, estrangulamento geralmente associados a doenças que requerem tratamento cirúrgico
• Dor intermitente cólicas espasmódicas, flatulentas, impactações, enterites e outras cólicas que não requerem tratamento cirúrgico • Não resposta aos analgésicos torção, volvo,
estrangulamento/obstrução cirurgia
• Necessidade da frequente repetição das doses
CÓLICAS
CIRURGIA
• Entubação nasogástrica
–Refluxo > 4 L
–Embora o refluxo contínuo seja um bom
indicador para o tratamento cirúrgico, não deve ser usado sozinho
–Algumas situações com refluxo contínuo
podem ser resolvidas sem tratamento
cirúrgico (enterite proximal, ileo adinâmico)
CÓLICAS
CIRURGIA
• Palpação rectal
–Extremamente útil
–Bandas mesentéricas tensas e dolorosas,
distensões intestinais, massas abdominais não específicas
–Deslocamentos do cólon, estrangulamento
/obstrução do jejuno ou do íleo no canal inguinal, enterolítiase, impactações do íleo, intussuscepções, vólvulos
Rim Ligamento
28
CÓLICAS
CIRURGIA
• Abdominocentese
Normal Amarelo claro < 2 < 7,5 2 neutró. : 1 mononucle. Obstrução não estrangulada Amarelo claro a turvo < 3 3-15 Predom. Neutró. não degenerados Obstrução estrangulada serosanguinole nto 2,5 -6 5 – 50 Predom. Neutró. degenerados Peritonite Amarelo esbranquiçado turvo > 3 >20 Predom. Neutró. degenerados Ruptura Amarelo acastanhado com restos alimentares 5 - 6,5 >20 Predom. Neutró. Degenerados, bactérias Celsµl *1000 Proteínas g/dl Aparência Citologia
Fluido serosanguinolento ou alaranjadoou
concentração das proteínas totais > 3,5g/dl
cirurgia GV GV + GB Isquémia, enfarte, estrangulamento cirurgia Peritonite GB
CÓLICAS
CIRURGIAObstrutivas/ Isquémicas
1ª hora ↑ proteínas 3-4 horas células sanguíneas
6 horas leucócitos Inflamação Necrose intestinal Compromisso da parede intestinal Isquémia
Não esperar pelas alterações para a decisão
CÓLICAS
Indicações para cirurgia:
•Dor persistente que não responde aos analgésicos; •Aparecimento súbito •Deterioração rápida da condição •Refractário ao tratamento médico
Contra indicações para cirurgia •Temperatura rectal > 39,5ºC
•Sons intestinais •Leucopénia •Dor controlada por analgésicos
(médios)
CÓLICAS
30
CÓLICAS
PROGNÓSTICO
• Indicadores de mau prognóstico
–Marcada depressão mental
–TRC > 4 seg
–Incapacidade de sentir o pulso na artéria
facial –Frequência cardíaca > 100bpm –Hematócrito > 60% –Lactato sanguíneo > 100mg/dl
DÚVIDAS?...
BIBLIOGRAFIA
• Reed, S., Bayly, W., McEachern, R. (1998) “Equine Internal Medicine” 1st Edition. W. B. Saunders
• Radostitis, O., Gay, C., Blood, D. (1994) “Veterinary Medicine. A textbook of the diseases of cattle, sheep, pigs, goats and horses” 8th Edition. W. B. Saunders