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CEFET - RJ CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA COM ÊNFASE EM TELECOMUNICAÇÕES

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CEFET - RJ

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA COM ÊNFASE EM TELECOMUNICAÇÕES

Sinalização por Canal Comum nº7

Leandro Guimarães Viegas

Renato Maluhy Bellan

Samory Mendes

Rio de Janeiro 2003

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SUMÁRIO

1 INTERCOMUNICAÇÃO DE CENTRAIS DE COMUTAÇÃO ... 3

2 PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO ... 6

2.1 PROTOCOLOS UTILIZADOS EM TELEFONIA... 8

2.1.1 SINALIZAÇÃO ACÚSTICA... 8

2.1.2 SINALIZAÇÃO DE LINHA ... 8

2.1.3 SINALIZAÇÃO DE REGISTRO ... 10

3 MODALIDADES DE SINALIZAÇÃO ... 11

3.1 SINALIZAÇÃO POR CANAL ASSOCIADO... 11

3.1.1 SINALIZAÇÃO DE REGISTRO MFC ... 11

3.1.2 SINALIZAÇÃO DE LINHA EM... 13

3.1.3 SINALIZAÇÃO R2 DIGITAL ... 13

3.2 SCC (SINALIZAÇÃO POR CANAL COMUM) ... 14

4 O SS7... 15

4.1 FUNDAMENTOS DA REDE SS7 ... 17

4.1.1 PROTOCOLOS DA REDE SS7 ... 19

4.1.2 O SUBSISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE MENSAGENS (MTP).... 20

4.1.3 NORMAS APLICÁVEIS... 22

(3)

1 INTERCOMUNICAÇÃO DE CENTRAIS DE COMUTAÇÃO

As centrais de comutação da rede telefônica são interligadas por circuitos ou troncos. Os circuitos ou troncos compreendem o meio de transmissão entre as centrais de comutação a serem interligadas e os seus respectivos juntores. Juntor é o circuito utilizado como interface entre a central de comutação e o meio de transmissão. Em relação ao fluxo de chamadas, pode-se classificá-los em três categorias: juntor de entrada, de saída e bidirecional. Cada grupo de circuitos que existe entre uma central de comutação e outra é chamado de rota.

Assim, quando um assinante da central “3669” disca para um assinante, por exemplo, “37411199”, sua central de comutação de origem irá analisar estes dígitos, e através de uma tabela, irá decidir qual rota deverá ser tomada. Decidida a rota, a central irá escolher um juntor disponível, para dar continuidade ao processo de comutação. A verificação do número chamado, para tomada de decisão de rota é chamada de “tradução de dígitos” ou “plano de encaminhamento”.

Para que os circuitos da central à frente sejam comutados de modo conveniente, as centrais de origem e de destino necessitam trocar algumas informações, como por exemplo, número do assinante chamado, número do chamador, categoria e estado dos assinantes. A esta troca de informações (e ao modo como é realizado) dá-se o nome de protocolo de comunicação.

Numa rede tão complexa quanto à de telefonia, podemos verificar a existência de diferentes tipos de protocolos, os quais precisam ser convenientemente tratados.

Por exemplo, uma central de comutação de pequeno porte (geralmente, para uso em clientes DDR) irá utilizar um protocolo compatível com a sua tecnologia (limitado, portanto); já as centrais públicas de comutação digitais (de grande porte, nas quais as operadoras podem investir mais), podem utilizar protocolos mais ágeis entre si, mas para conversar com centrais analógicas elas ainda precisam suportar os protocolos antigos.

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Assim, antes de detalharmos um pouco mais sobre protocolos, iremos assumir o seguinte:

1) Protocolos antigos como o MFC/R2 Digital (Multifrequencial Compelido/R2 Digital):

- Servem em geral para interconectar equipamentos PABX de clientes corporativos de operadoras à rede pública;

- Embora atendam muito bem às necessidades de clientes corporativos, são muito lentos para interconectar centrais de operadoras públicas;

- Manipulam menor quantidade de informações;

- Ocupam canais que poderiam ser utilizados para voz;

2) Uma modalidade mais recente, como a SCC (Sinalização por Canal Comum):

- É muito mais veloz;

- Trafega informações completas sobre o controle da chamada (o que antes era feito com a combinação das sinalizações de linha e de registro);

- É altamente estruturada e flexível a adaptações;

- Proporciona uma gerência de circuitos bastante eficiente. A figura a seguir mostra exemplos de juntores e tipos de protocolos envolvidos.

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Exemplo de Interconexão entre Centrais de Comutação

É interessante notar como uma central de comutação digital é capaz de admitir diversos protocolos para interligar-se a outras centrais, públicas ou privadas.

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2 PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO

Vimos que em toda e qualquer chamada telefônica, existe um conjunto de regras que deve ser obedecido, e que a este conjunto de regras, dá-se o nome de protocolo.

Para começarmos a compreender como esta idéia funciona, vejamos o seguinte: quando alguém deseja efetuar uma ligação de um aparelho da rede fixa convencional, identificamos o seguinte protocolo:

- O assinante solicita permissão para discar (ao retirar o fone do gancho, a central de comutação reconhece a diferença resistiva na linha do assinante);

- A central devolve uma informação ao assinante, confirmando a sua solicitação com um tom de 425Hz (também chamado “tom de discagem”).

Em resumo, houve uma solicitação e uma confirmação daquela solicitação. No caso de não haver a confirmação, o assinante entenderia a situação como sendo uma falha – no caso, “telefone mudo”.

Devido ao fato de que esta regra (a de se esperar por um “tom de linha”) sempre esteve inculcada na mente de quem usa telefones, algo muito singular aconteceu há alguns anos: bem no início das operações do serviço de telefonia móvel, muitos usuários necessitaram ser esclarecidos sobre como proceder para efetuar chamadas. Isso ocorreu porque estes assinantes não sabiam como fazer para “pegar o tom de linha”.

Ora, todos sabemos (hoje) que em telefonia móvel não há “tom de linha”... Então, podemos classificar o problema daqueles assinantes como sendo uma “falha de protocolo”, afinal, uma determinada ação não obteve uma resposta esperada. E esta falha foi solucionada da seguinte maneira: os assinantes receberam a instrução de que não se deve esperar pelo tom de linha. Tendo estabelecido esta nova regra, o problema foi resolvido.

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Assim também ocorre entre equipamentos. Todos eles se comunicam através de protocolos. Uma central telefônica, após receber todos os dígitos discados pelo assinante, verifica em uma tabela (chamada de plano de encaminhamento) qual é o caminho (ou, rota) que ela deverá utilizar para encaminhar aquela chamada. Tendo descoberto a rota, a central de comutação toma um juntor (ou tronco) daquela rota e através dele (juntamente com o meio de transmissão) irá estabelecer o caminho entre o assinante originador até atingir o seu destino. Cada trecho deste caminho requer a utilização de um protocolo conhecido de ambas as partes.

Quando se constata uma falha ocasionada por este(s) protocolo(s), não resta outra maneira a não ser pesquisar uma solução mais razoável possível, quer seja uma adaptação no seu funcionamento (como foi feito no caso dos “assinantes sem tom de discagem”, onde os assinantes foram “adaptados” a não esperarem pelo tom de discagem nas chamadas de telefones móveis), quer seja a sua substituição (num caso extremo).

Um exemplo de “caso extremo” seria este: imaginemos uma empresa fabricante de automóveis, com algumas filiais espalhadas, e que a comunicação entre matriz e filiais era feita através de linhas privativas e modems de baixa velocidade. Com o passar dos anos, o volume de negócios aumentou e houve a necessidade de se trocar informações mais rapidamente.

Foram sendo realizadas algumas adaptações de acordo com as possibilidades, até chegar a um ponto onde já não era mais possível adaptar-se coisa alguma. A solução foi substituir aqueles modems antigos por outros mais rápidos.

E a rapidez dos novos modems reside justamente no fato de que o protocolo utilizado por eles é muito mais eficiente do que o antigo: se o modem antigo necessitava de 10 bytes para transmitir uma unidade de informação, com apenas 5 bytes os novos modems transmitem aquela mesma unidade. Sem que houvesse alteração na taxa de transmissão, ainda assim os modems novos são duas vezes mais rápidos do que os antigos.

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2.1 Protocolos utilizados em telefonia

Em telefonia, os protocolos são comumente referenciados pela utilização do termo sinalização. A seguir, serão descritos alguns tipos de sinalização utilizados nas redes telefônicas.

2.1.1 Sinalização Acústica

É o tipo de sinalização existente entre o ser humano e a central de comutação telefônica. Como o próprio nome sugere, é realizado por intermédio de sinais audíveis. Compreende os seguintes sinais:

- Tom de discar;

- Corrente de toque de campainha;

- Tom de controle de chamada;

- Tom de ocupado;

- Tom de número inacessível. 2.1.2 Sinalização de linha

É a que estabelece a comunicação entre centrais nas linhas de junções (juntores) e que agem durante toda a conexão. São trocas de informações relacionadas com os estágios da conexão e supervisão dos juntores. Nas centrais analógicas (antigas), esta sinalização era praticada utilizando pulsos de terra (Estes pulsos eram de 150 e 600 milissegundos, os quais eram enviados através de 2 fios: E e M).

Na prática, a sinalização de linha realiza as seguintes tarefas:

- Tomada de circuitos de junção (entre uma central e outra). Consiste em se enviar um sinal “para frente”, de modo a informal a central remota que aquele juntor será tomado;

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- Atendimento. A central remota envia um “sinal para trás”, indicando que o assinante chamado atendeu a ligação e a chamada deve permanecer estendida;

- Desligar para frente. Quando o assinante chamador desliga o telefone, sua central de comutação envia este sinal “para frente”, informando a central remota que a chamada está sendo desligada;

- Desligar para trás. A central remota envia este sinal “para trás”, de modo que a central do assinante chamador deverá temporizar 90 segundos até desconectar a chamada (ou aguardar que o assinante chamador desligue seu aparelho, neste período);

- Confirmação de desconexão. Pode ocorrer de três maneiras: a) A central do assinante chamador está, confirmando a

solicitação de desligar para trás, após ter decorrido a temporização;

b) A central do assinante chamado está confirmando a solicitação de desconexão devido ao assinante chamador ter desligado seu aparelho;

c) A central (seja ela qual for) está confirmando a solicitação de desconexão forçada.

- Desconexão forçada. Quando ocorre uma falha na sinalização de registro (ou qualquer outra falha que mantenha o juntor tomado sem que nele exista uma chamada estabelecida ou sendo processada), este sinal é enviado para que o circuito não fique retido. Juntores retidos não trafegam coisa alguma, e em última instância, representam perda de receita para a operadora;

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- Bloqueio. Este sinal é enviado por uma das centrais, para informar à outra que ele não deverá ser utilizado. Este bloqueio pode ser tanto manual ( o técnico bloqueia o juntor para realizar manutenção), ou automaticamente (quando uma das centrais detecta uma falha naquele circuito);

- Tarifação. Pulsos de tarifa eram utilizados nas centrais eletromecânicas (analógicas). As centrais digitais utilizam um outro método para tarifa, nos dias de hoje;

- Re-chamada. Muito pouco utilizado mesmo no passado. 2.1.3 Sinalização de registro

Consiste na troca de informações entre centrais, para que uma central de comutação informe à outra qual assinante deseja chamar, qual assinante está chamando e a classe destes assinantes, bem como o estado destes.

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3 MODALIDADES DE SINALIZAÇÃO

3.1 Sinalização por Canal Associado

É o tipo de sinalização a qual está sempre associada a um canal telefônico específico. A seguir, serão descritas as sinalizações MFC/R2 Digital, como exemplos de Sinalização por Canal Associado.

3.1.1 Sinalização de Registro MFC

O MFC (Multifreqüencial Compelido) é um tipo de sinalização de registro que foi amplamente utilizado entre centrais de comutação da rede pública, mas que hoje restringe-se praticamente à conexão entre centrais públicas e clientes DDR.

Seu princípio baseia-se na conversão dos dígitos em pares de freqüências, que são enviados de uma central para a outra através dos canais de voz. O nome multifreqüencial compelido se deve ao fato de que cada par de freqüências é enviado sempre após a recepção da confirmação do par previamente enviado.

Nas centrais de comutação antigas, isto era feito através de juntores de seis fios, como sugere a figura abaixo:

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A troca de sinalização MFC (Não é do escopo deste trabalho entrar em detalhes sobre o funcionamento do MFC) pode ser mais bem visualizada através da figura abaixo, onde cada seta representa um par de freqüências.

Assinante 36681234 Chamando Para 37891234 (MFC).

Cada um destes sinais tem duração mínima da ordem de décimos de segundo. Se somarmos todos os 38 sinais envolvidos no exemplo, considerando a menor duração possível, veremos que somente neste trecho de sinalização houve uma perda de 3,8 segundos.

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É sabido também que os órgãos que controlam este tipo de sinalização estão sujeitos à falhas a medida em que se aumenta a demanda. Isto significa que, em horários de alto tráfego, podem ocorrer falhas que acarretem numa demora ainda maior para a troca de informações (se um sinal enviado não recebe a confirmação da outra ponta, este permanece na linha por um tempo maior que o padrão). Se houver uma demora muito grande na resposta de um desses sinais, a chamada simplesmente será interrompida.

O MFC, por suas características, é dito como sendo uma sinalização por canal associado. Isto significa que a sinalização de registro está sempre associada a um canal de voz, e ainda, necessita de um dispositivo (também associado) que controle a conexão/desconexão destes canais de voz, através de sinalização de linha.

3.1.2 Sinalização de linha EM

Nas centrais de comutação antigas, que utilizavam os juntores à seis fios, a sinalização de linha utilizada chamava-se EM. Este nome é uma alusão à sua própria funcionalidade, pois:

- Os sinais “para frente” eram transmitidos sob forma de pulsos de terra através do fio “M” (mouth, do inglês “boca”);

- Os sinais “para trás” eram recebidos através do fio “E” (ear, do inglês “ouvido”).

Pelo fato de que o EM está em desuso, mencionaremos um outro tipo de sinalização de linha: o R2 Digital.

3.1.3 Sinalização R2 Digital

Este tipo de sinalização é utilizado para interconectar centrais telefônicas através de E1s. E1 é um sistema de transmissão PCM (Pulse Code Modulation), que utiliza o padrão Europeu de 2Mbits/s divididos em 32 intervalos de tempo (também chamados “canais”), de “0” à “31”. Ele utiliza um código de 4bits para sinalização de linha, e MFC para sinalização de registro. Sua estrutura obedece ao esquema a seguir:

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E1 preparado para a sinalização por canal associado R2 Digital

Todos os E1s de uma rota obrigatoriamente utilizam o canal 16 para sinalização de linha. Cada canal 16 sinaliza apenas os canais do próprio E1.

3.2 SCC (Sinalização por Canal Comum)

A sinalização por canal comum utiliza um canal separado e independente dos canais de voz. A idéia consiste em através deste único canal, enviar todos os sinais necessários para o estabelecimento de uma conexão entre centrais telefônicas, resumindo em apenas um só protocolo aquilo que até então era separado em sinalização de linha e sinalização de registro.

Dessa maneira, podemos ter, por exemplo, uma rota composta por 2000 circuitos. Se utilizássemos sinalização por canal associado, teríamos 2000/30=66,6, portanto, 67 E1s na rota. Mas, se utilizarmos a sinalização por canal comum, um único canal seria suficiente para sinalizar todos os circuitos, e o cálculo ficaria (2000-1/31)=64,4, portanto 65 E1s.

Mesma quantidade de canais, menos E1s (devido à não utilização dos demais canais 16 de uma rota), e maior confiabilidade. Eis a CCS (Common Channel Signaling).

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Entroncamento utilizando SCC

Com a evolução tecnológica, as modernas centrais CPAs (Central por Programa Armazenado - são as centrais de comutação da era digital) passaram a fazer uso de processadores modulares, exclusivos para tratar a sinalização por canal comum. Isto proporcionou rapidez e eficiência muito superiores na troca de informações.

4 O SS7

O sistema de sinalização por canal comum adotado em nível mundial, especificado e padronizado mundialmente pelo ITU-TSS (International Telecommunication Union -Telecommunication Standardization Sector), chama-se SS7 (Signaling System Number 7 – Sistema de Sinalização Número 7). Este sistema é altamente flexível (permitindo uma boa variação de protocolos e futuras adaptações).

A estrutura da SS7 prevê a “montagem” de mensagens, contendo informações completas sobre o assinante chamador, o assinante chamado e o canal de voz pelo qual a chamada irá ser completada.

Voltemos ao exemplo onde o assinante 36681234 chama o assinante 37891234. Se a conexão entre as centrais “3668” e “3789” fosse através de SS7, a chamada ficaria assim:

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Troca de informações via SS7 entre centrais de comutação

Sim; apenas duas informações:

- IAM: Initial Address Message – Mensagem Inicial de Endereçamento;

- ACM: Address Acknowledgement Message – Mensagem de Reconhecimento de Endereço.

E ainda, um detalhe: estas informações foram trocadas em um tempo inferior a 3,25 milissegundos - IAM composta neste caso por 200 bits, e ACM composta por 12 bits, considerando que o canal é de 64kbps, 212/64000 = 0,00325 segundos.. Isto significa que a chamada foi estabelecida em um tempo inferior ao simples envio de um primeiro dígito MFC. Aliás, para que seja trocado o MFC, é necessário antes a tomada do canal (via sinalização de registro). E esta tomada irá requerer ainda mais tempo...

A figura abaixo tenta exemplificar visualmente as diferenças básicas do SS7 em relação ao MFC.

Canais de sinalização e voz entre centrais telefônicas (a) Sinalização associada a canal (E&M, MFC)

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4.1 Fundamentos da rede SS7

Uma rede de telecomunicações servida por uma sinalização por canal comum é composta por um número de nós de processamento e comutação interconectados por enlaces (vias) de transmissão.

Todo nó na rede SS7 é chamado genericamente de Ponto de Sinalização (PS). Todo ponto de sinalização tem a capacidade de realizar a discriminação de mensagens (ler o endereço e determinar se a mensagem é para este nó). Existem várias classificações de pontos de sinalização, de acordo com sua função na rede de sinalização. Entre elas, podemos destacar:

• STP (Signaling Transfer Point): ponto de sinalização com função de transferência, isto é, capaz de ser "intermediário" (nem a origem nem o destino final da mensagem), podendo receber uma mensagem vinda de outro PS e passá-la adiante. • SSP (Service Switching Point): é uma designação comum para

um PS que provê apenas acesso local à rede de sinalização. Além disso, nas Redes Inteligentes (RI) e nas Advanced Intelligent Networks (AIN), temos o SCP (Service Control Point) responsável pelo acesso à base de dados da RI e o SMS (Service Management System) que provê a interface humana à base de dados, bem como a capacidade de atualizá-la quando preciso.

Todo ponto de sinalização em uma rede SS7 é identificado por um código de endereçamento único, conhecido como point code.

A sinalização por canal comum usa vias bidirecionais de sinalização que transportam mensagens entre dois pontos de sinalização, denominados enlaces de sinalização (signaling links). Dois pontos de sinalização (PS) SS7 são ditos adjacentes se são diretamente interconectados por um enlace.

É importante destacar que se usa o termo enlace de sinalização ou apenas enlace para designar a conexão entre dois pontos de sinalização a nível funcional (lógico) e o termo enlace de dados de sinalização para se referir à conexão física por onde passa o enlace.

Os enlaces são dispostos em conjuntos que interconectam diretamente os mesmos dois PS, chamados conjuntos de enlace (linksets, em inglês). Pode haver até 16 enlaces associados a um só conjunto de enlaces. Embora tipicamente um conjunto de enlaces inclua todos os enlaces paralelos (enlaces entre os mesmos dois PS), é possível haver mais de um conjunto de enlaces entre dois PS.

Um grupo de enlaces dentro de um mesmo conjunto de enlaces que têm características idênticas é chamado grupo de enlaces.

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Além de linksets, um PS (ponto de sinalização) deve definir rotas. Rota é uma seqüência de linksets usada para atingir um certo destino. Um linkset pode pertencer a mais de uma rota. Uma coleção de rotas é chamada conjunto de rotas (routeset, em inglês) e um conjunto de rotas é associado a um só destino, permitindo que exista mais de uma rota para o destino de forma que, caso uma rota fique indisponível, haja uma rota alternativa.

Um destino é um endereço presente na tabela de roteamento de um PS. Destinos não precisam ser diretamente adjacentes ao PS, mas devem ser um código de endereçamento (point code) de um PS que pode ser atingido a partir deste. O PS não precisa conhecer todos os point codes entre ele e o destino, apenas seu próprio conjunto de enlaces que levará ao destino.

Para quaisquer dois pontos de sinalização para os quais há possibilidade de comunicação entre seus usuários, diz-se que há uma relação de sinalização entre eles. O modo de sinalização refere-se à associação entre o caminho tomado por uma mensagem de sinalização e a relação de sinalização a qual a mensagem se refere. Existem dois modos de sinalização possíveis em uma rede SS7:

• Associado: a mensagem referente a uma relação de sinalização em particular ente dois pontos adjacentes é transportada por um conjunto de enlaces que interconecta diretamente estes dois pontos, como mostrado na figura abaixo.

• Quase-associado: a mensagem de uma certa relação de sinalização é levada por dois ou mais conjuntos de enlace em seqüência, passando por um ou mais PS intermediários (o que caracteriza modo não-associado), mas há uma limitação: o caminho percorrido por uma mensagem na rede de sinalização é predeterminado e, numa determinada configuração, fixo. Um exemplo de modo quase-associado é ilustrado na figura abaixo.

O modo totalmente não-associado não é previsto para redes SS7, uma vez que os protocolos não incluem recursos para evitar chegada de mensagens fora de seqüência ou outros problemas que tipicamente surgem em um modo de sinalização não associado com roteamento de mensagens dinâmico.

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4.1.1 Protocolos da rede SS7

Os protocolos do SS7 são organizados em níveis, de maneira análoga às camadas do modelo de transporte de dados OSI (Open Systems Interconnections) para redes de computadores, publicado em 1992 pela ISO (International Standards Organization). São 4 os níveis no SS7; os três níveis de menor hierarquia compõem o Subsistema de Transferência de Mensagens (Message Transfer Part - MTP) e correspondem, em essência, aos três primeiros níveis do modelo OSI. No nível 4 do SS7 (que corresponde à camada de Aplicação do modelo OSI) podemos ter vários subsistemas de usuário (User Parts), como o Telephone User Part (TUP) e o ISDN User Part (ISUP).

Para suportar outras aplicações na rede, dois componentes foram criados no SS7: o Signaling Connection Control Part (SCCP), que complementa os serviços do MTP para torná-lo funcionalmente equivalente ao nível de rede do modelo OSI, e o Transaction Capabilities Application Part (TCAP), que fornece um conjunto de protocolos e funções usados por aplicações distribuídas na rede para que essas possam se comunicar. A relação entre os níveis do SS7 e o modelo OSI é ilustrada na figura abaixo.

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4.1.2 O Subsistema de Transferência de Mensagens (MTP)

O Subsistema de Transferência de Mensagens (Message Transfer Part - MTP) é o protocolo de transporte usado pelos outros protocolos de nível acima no SS7. O MTP provê às demais camadas do SS7 os seguintes serviços:

• transmissão de dados nó a nó;

• esquema de detecção e correção de erros básicos; • seqüenciamento de mensagens;

• roteamento de mensagens; • discriminação de mensagens;

• funções de distribuição de mensagens.

O MTP é subdividido em três camadas: níveis 1, 2 e 3, que correspondem respectivamente ao níveis físico, enlace e rede do modelo OSI.

O nível físico do MTP (MTP1) é o responsável pela conversão de dados digitais em uma seqüência de bits para transmissão através da rede. O padrão SS7 não especifica qualquer interface ou taxa de transmissão de dados para esse fim. Desta forma, estes parâmetros ficam determinados principalmente pelo requerimento de custo/desempenho da rede sobre a qual o sistema será implantado.

O nível 2 (MTP2) provê detecção e correção de erros e seqüenciamento de todos os pacotes de mensagens do SS7. Assim como no modelo OSI, este nível é responsável apenas pela transmissão e recepção de dados entre dois nós adjacentes na rede. Este nível não tem conhecimento do destino final da mensagem.

O último e mais complexo nível é o MTP3. Nesta camada - nível de rede - encontram-se as funções necessárias para a transferência de mensagens entre pontos de sinalização (PS). As funções da rede de sinalização podem ser divididas em duas categorias básicas:

• tratamento de mensagens de sinalização, que abrange três funções

• gerência da rede de sinalização, dividida em gerenciamento de A próxima figura ilustra a estrutura funcional do MTP nível 3, mostrando o fluxo das mensagens provenientes dos níveis 2 e 4 e a relação entre as funções de tratamento de mensagens e de gerência da rede de sinalização.

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MTP Nível 3 - Funções e fluxo de mensagens

O tratamento de mensagens de sinalização consiste em rotear, discriminar e distribuir as mensagens. Quando uma mensagem é recebida, ela é passada pelo MTP2 ao MTP3 para que seja discriminada. A discriminação de mensagens determina a quem a mensagem é endereçada. Caso o destino da mensagem seja o endereço local (do nó receptor), a mensagem é passada para a distribuição; caso contrário, esta é passada para o roteamento. A distribuição consiste em identificar o destinatário da mensagem - seja um componente da gerência ou um usuário no nível 4 - e repassá-la para este destinatário, ou realizar o tratamento necessário caso o usuário não esteja disponível. Já o roteamento determina o enlace de sinalização de saída baseado no destino da mensagem, procurando manter uma boa partição de carga.

O objetivo da parte de gerência de rede do MTP3 é possibilitar reconfiguração da rede de sinalização no caso de falhas nos enlaces ou pontos de sinalização e controlar o tráfego no caso de congestionamentos ou bloqueios. A gerência da rede de sinalização consiste de 3 funções: gerenciamento de tráfego, gerenciamento de rota e gerenciamento de enlaces. Sempre que ocorre a mudança do status de um ponto de sinalização, rota ou enlace, essas funções são ativadas.

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4.1.3 Normas aplicáveis

A especificação mundial do SS7 está na série Q.700 de recomendações da ITU Telecommunication Standardization Sector (ITU-T), órgão permanente da International Telecommunication Union (ITU), originalmente publicadas no "Livro Azul CCITT" (CCITT Blue Book) em Melbourne, novembro de 1988, Fascículos VI.7-9. A maior parte das recomendações da série Q.700 foram revisadas pelo ITU-T Study Group XI (1988-1993) e aprovadas em Helsinki, em março de 1993.

As principais recomendações da ITU-T de especificação da rede SS7 e seus componentes estão relacionadas abaixo, por assunto.

Assunto Recomendações ITU-T Introdução ao Sistema de Sinalização Nº 7 (SS7) Q.700

Message Transfer Part (MTP) Descrição funcional do MTP do SS7 Enlace de dados de sinalização (MTP1) Enlace de sinalização (MTP2)

Funções e mensagens da rede de sinalização (MTP3)

Q.701-Q.704, Q.706 e Q.707 Q.701

Q.702 Q.703 Q.704 Telephone User Part (TUP) Q.721-Q.725

Data User Part (DUP) Q.741 (detalhada: X.61) ISDN User Part (ISUP) Q.761-Q.764, Q.766-Q.768 Serviços suplementares de ISDN Série Q.73x

Signaling Connection Control Part (SCCP) Q.711-Q.714, Q.716 Transaction Capabilities (TC/TCAP) Q.771-Q.775 Gerenciamento da rede SS7 (OMAP, ASE) Q.750-Q.755

As seguintes recomendações da ITU descrevem outros aspectos mais específicos, relacionados ao sistema de sinalização SS7:

Assunto Recomendações ITU-T Estrutura da rede de sinalização Q.705

Numeração de point codes de sinalização internacionais Q.708 Hypothetical signaling reference connection Q.709 MTP Simplificado para pequenos sistemas (aplicação PABX) Q.710 Especificação de teste para os diversos componentes do SS7 Série Q.78x

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CENTRO NACIONAL DE CAPACITAÇÃO TELEBRÁS. Básico de Sinalização por Canal Comum nº7. 2ª Edição, Julho de 1994. Unidade 1

Introdução ao Sistema de Sinalização por Canal Comum no 7 e à Central Batik ELCOM 4KT - Relatório Técnico DCC.028/96. SETEMBRO/96

http://www.inet.com.br/~mhavila/ss7/reltec28.html

SS7 Tutorial Network Architecture – SS8 2001.

Referências

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