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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ 5ª CÂMARA CÍVEL - PROJUDI RUA MAUÁ, ALTO DA GLORIA - Curitiba/PR - CEP:

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I.

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ 5ª CÂMARA CÍVEL - PROJUDI

RUA MAUÁ, 920 - ALTO DA GLORIA - Curitiba/PR - CEP: 80.030-901 Autos nº. 0022354-71.2018.8.16.0000

Recurso: 0022354-71.2018.8.16.0000 Classe Processual: Agravo de Instrumento Assunto Principal: Liminar

Agravante(s): Câmara Municipal de Londrina Agravado(s): RONY DOS SANTOS

RELATÓRIO

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto contra decisão proferida nos autos de , impetrada por

Mandado de Segurança nº 0035656-28.2018.8.16.0014 Rony dos Santos Alves.

mediante a qual o MM Juiz singular

em face do Prefeito da Câmara Municipal de Londrina,

deferiu o pedido liminar (mov. 7.1- autos principais) determinando a suspensão dos efeitos do ato da Mesa Executiva nº 1/2018 da câmara Municipal de Londrina, o qual determinou a suspensão do pagamento do dos subsídios do vereador temporariamente afastado (por 180 dias em face de medida cautelar ordenada pela Justiça Criminal, nº 0079742-21.2017.8.16.0014), ora agravado, a partir do mês seguinte, sob pena de multa diária de R$ 500,00..

A decisão agravada afirmou que não existe respaldo legal e constitucional para a medida de suspensão salarial, havendo em verdade respaldo que impossibilita a suspensão, com base no art. 20 da Lei nº 8.429/92 e no art. 87 do Regimento Interno da Câmara Municipal de Londrina. Em face do exposto concedeu a liminar em mandado de segurança entendendo haver violação a direito líquido e certo (mov. 7.1 – autos principais).

Em suas razões o agravante afirmou: que a decisão da Justiça Criminal que determinoua)

o afastamento do vereador nada falou sobre a continuidade do pagamento de seus subsídios, ficando a análise da questão nas mãos da Câmara Municipal, a qual, tendo em vista que não há previsão na Lei Orgânica e no Regimento Interno da Câmara, tomou a medida que considerou propícia, apesar da previsão do art. 5º, LVII da Constituição Federal; b) que a remuneração dos vereadores está vinculada a sua efetiva atuação na Câmara e que se basearam para sua decisão no artigo 87 do Regimento Interno da CML e no art. 23 da Lei Orgânica do Município de Londrina; c) que não se pode aplicar o art. 20 da lei nº 8.429/92 por analogia ao caso em questão pois, isso só ocorre em caso de lacuna legislativa, e o Regimento Interno da CML é expresso em vincular a remuneração do vereador à sua efetiva atividade na Câmara Municipal; d) que foi feita intimação às 399 Câmaras Municipais do Paraná, de autoria do Tribunal de contas do Estado do Paraná

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proibindo o pagamento de subsídios a vereadores que se encontrem presos e fixa penalidades em caso de descumprimento da medida; e) que o afastamento das atividades por decisão liminar da Justiça Criminal não foi entendido pela Câmara como motivo justo, sendo este a exceção que desvincula a efetiva atuação do vereador à sua remuneração; f) que a decisão da CML não entendeu pela culpa do agravado mas apenas analisou a questão objetiva de não comparecer às sessões; g) que existe perigo na demora pois os valores de subsídio serão logo pago e, uma vez pagos, tendem a ser irrepetíveis, pois seria legado seu caráter alimentar, o que tornaria irreversível o pagamento.

Requer seja concedida liminarmente a suspensão da decisão interlocutória que determinou o restabelecimento dos subsídios do vereador a partir do mesmo seguinte sob pena de multa. Ao final, requer o provimento do recurso para se cassar a decisão interlocutória.

II.DECIDO:

Em análise perfunctória e sem prejuízo de posterior reexame, os requisitos de admissibilidade se mostram presentes, eis que o recurso se enquadra dentro da hipótese prevista no art. 1.015, inciso I, do Código de Processo Civil, razão pela qual recebo o instrumental para regular processamento.

O art. 1.019, I c/c 995, parágrafo único e art. 300 do CPC possibilitam ao relator a atribuição de efeito suspensivo ao recurso, se houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso; ou a antecipação dos , nos casos em que haja a demonstração da existência de elementos que efeitos da tutela recursal

evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do recurso.

Em se tratando de uma tutela provisória com vistas à satisfação de um direito antes do provimento final, o êxito do requerimento dessa medida liminar se condiciona a presença dos seguintes requisitos: probabilidade do direito eo perigo de dano ou o risco ao resultado útil

. Assim, no presente caso, .

do recurso não verifico tais requisitos preenchidos

Cinge-se a questão em verificar se o vereador afastado temporariamente por meio de cautelar determinada pela Justiça Criminal deve ou não ter seus subsídios igualmente suspensos.

Pois bem.

A Constituição Federal de 1988, expressando o Princípio da Presunção da Inocência, determinou no inciso LVII do art. 5º que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Em face disso, não existe sentido em suspender os

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vencimentos do vereador, pois isso se configuraria como uma espécie de sanção, a qual não pode ocorrer, vez que não foi considerado culpado.

Ainda cumpre colocar este Egrégio Tribunal de Justiça tem entendido pelo direito aos subsídios em situações como estas, inclusive valendo-se do art. 20 da Lei 8.429/92:

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

REEXAME NECESSÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR. VEREADOR QUE FOI AFASTADO DO CARGO

CAUTELARMENTE POR DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS DE

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. DECISÃO SUBSEQUENTE

PROFERIDA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES QUE DETERMINOU A SUSPENSÃO DOS VENCIMENTOS PERCEBIDOS

.

PELO IMPETRANTE SENTENÇA QUE CONCEDEU A SEGURANÇA PARA O FIM DE RESTABELECER O PAGAMENTO DOS SUBSÍDIOS

.

DO VEREADOR AFASTADO APLICAÇÃO CORRETA DO ARTIGO 5º, INCISO LVII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ARTIGO 20,

. CONFIGURAÇÃO DO

PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 8.429/1992

DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO IMPETRANTE.SENTENÇA

CONFIRMADA EM SEDE DE REEXAME NECESSÁRIO.O parágrafo único do artigo 20 da Lei 8.429/1992 é cristalino ao prescrever que o afastamento do agente público do --1Em Substituição a Des. Regina Afonso Portes.-- exercício de suas funções ocorre sem prejuízo da remuneração percebida.

(TJPR - 4ª C.Cível - RN - 1642865-4 - Cantagalo - Rel.: Hamilton Rafael Marins Schwartz - Unânime - J. 18.07.2017) (grifo nosso)

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS E MORAIS -

VEREADOR AFASTADO DE SUAS FUNÇÕES - RETORNO POR

- PRETENSÃO DE HAVER DANOS EM DESFAVOR

LIMINAR JUDICIAL

DA CÂMARA MUNICIPAL - DIREITO APENAS AOS SUBSÍDIOS PELO - LUCROS CESSANTES E

PERÍODO EM QUE RESTOU AFASTADO

DANO MORAL NÃO CONFIGURADOS - EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO DA CÂMARA MUNICIPAL NÃO CONFIGURA ATO ILÍCITO -INTELIGÊNCIA DO ART. 160, INCISO I, DO CÓDIGO CIVIL - RECURSO PROVIDO EM PARTE E SENTENÇA REFORMADA PARCIALMENTE EM REEXAME NECESSÁRIO. A Câmara Municipal ao instaurar Comissão Processante contra Vereador, diante de denúncias recebidas, atua no exercício regular de seu direito e não pratica ato ilícito (Código Civil, art. 160, inciso I).

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Não pode responder por lucros cessantes e dano moral, máxime porque não agiu com dolo ou má-fé.

(TJPR - 5ª C.Cível - ACR - 63698-0 - Quedas do Iguaçu - Rel.: Lauro Laertes de Oliveira - J. 15.08.2000) (grifo nosso)

Pois bem.

O agravado foi afastado por meio de Medida Cautelar pela Justiça Criminal, não havendo ainda condenação em seu desfavor e, portanto, não devendo ser ser penalizado de qualquer maneira antes de decisão penal condenatória transitada em julgado.

Quanto à intimação de autoria do Tribunal de Contas do Estado do Paraná feita às Câmaras Municipais que Estado, a qual proíbe o pagamento de subsídios à vereadores que se encontrem presos, tampouco se aplica ao caso concreto, vez que o agravado não se encontra preso.

Ainda, não se pode deixar de apontar que o agravado não exerce suas funções da vereança por razões alheias à ele, devendo ser considerada esta como um motivo justa, devendo se encaixar nas hipóteses do art. 87, § 2º do Regimento Interno da Câmara Municipal de Londrina.

Com base no exposto, não se verifica a probabilidade do direito do agravante e, consequentemente, não há razões, ao menos em análise prefacial, para deferir seu pedido liminar.

Assim, considerando os fundamentos declinados, indefiro a liminar postulada, a qual visava a determinação da suspensão dos subsídios do vereador Rony dos Santos Alves, temporariamente afastado. Mantenho, neste momento processual, a decisão do juízo singular, para que o ato da Mesa Executiva nº 1/2018 da Câmara Municipal de Londrina não produza seus efeitos e o vereador afastado continue a perceber os valores de eu subsídio a partir da folha de pagamento do presente mês (junho).

III. Comunique-se o MM. Juiz a quo sobre os termos da presente decisão.

IV. Intime-se a parte agravada Rony dos Santos Alves, pessoalmente, para apresentar, no prazo de 15 (trinta) dias, contrarrazões ao Agravo de Instrumento, nos termos do art. 1.019, inciso II do CPC, facultando-lhe a juntada da documentação que entender necessária ao julgamento do recurso.

V. Por fim, intime-se a Procuradoria Geral de Justiça, preferencialmente por meio

eletrônico, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 1.019, III, do Código de Processo Civil.

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Curitiba, 14 de Junho de 2018.

Juiza Subst. 2ºGrau Cristiane Santos Leite Relatora

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