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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM RECORTE DE COMO SE DÁ A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO CONTEXTO DO SEMIÁRIDO PICOENSE.

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM RECORTE DE COMO SE DÁ A

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO

BÁSICA NO CONTEXTO DO SEMIÁRIDO PICOENSE.

Rógerio Leal de Sousa Lenice Sales de Moura

RESUMO

Vive-se atualmente no Brasil um período de graves e radicais mudanças no âmbito da educação. Estas mudanças partem de pressupostos conservadores e, de certo modo, ultrapassados, que representam retrocessos e perda de direitos adquiridos ao longo da história do país. Este cenário nos remete a reflexões sobre como proceder diante de tais transformações. Cuidar da formação dos professores talvez seja uma das vias de superação de tal cenário e de manutenção de um grupo capaz de refletir e criticar as decisões arbitrárias. A formação docente vem ostentando uma posição de destaque nos estudos referentes às políticas em educação. É uma inquietação que se demonstra nas reformas que vêm sendo implementadas nas políticas de formação continuada, bem como nas investigações a cerca do desenvolvimento profissional docente. Picos está situada no centro da região semiárida piauiense e é por isso que surge o interesse em verificar como se dá a formação dos professores que atuam dentro de uma região que apresenta características próprias e tão peculiares em relação as demais regiões. Portanto esse estudo se propõe investigar a cerca da formação continuada oferecida aos professores do Município de Picos-PI,, como ela vem acontecendo e sua contribuição para o desenvolvimento profissional docente. A investigação delineada nesse estudo contemplou estudos bibliográficos e uma pesquisa de campo. Essa pesquisa possibilitou-nos a refletirmos sobre a formação de professores suas causas e consequências no âmbito escolar e desenvolvimento docente instigando as autoridades a discutirem sobre as políticas educacionais e investir na formação continuada docente, como uma das alternativas de melhorar a qualidade da educação no Município de Picos-PI.

Palavras-chave: Formação Continuada. Formação docente. Educação. Semiárido

Introdução

A formação docente vem ostentando uma posição de destaque nos estudos referentes às políticas em educação. É uma inquietação que se demonstra nas reformas que vêm sendo implementadas na política de formação continuada, bem como nas investigações a cerca do desenvolvimento profissional docente. Nessa plenitude, a formação continuada integra à melhoria das práticas pedagógicas ampliadas pelos docentes no dia-a-dia do trabalho escolar.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9394/96, enfoca a disponibilidade a formação continuada quando faz referência a programas para professores de vários níveis o aumento no numero de cursos de formações e programas oferecidos pelo MEC( Ministério da Educação) voltados para formação professores como forma de melhorar a estrutura educacional oferecida nos município e estados.

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Tendo como principal elemento de estudo a formação docente, a presente pesquisa se dispõe analisar como ocorre as iniciativas de formação continuada oferecidas pela Secretária Municipal de Educação de Picos-PI aos professores do município.

Como diz Freire (2006, p.23) “quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser humano”. Ainda segundo Freire (2006), em “Pedagogia da Autonomia”, ensinar exige uma prática da pesquisa, e pesquisar também é fundamental para formação do professor.

Enquanto ensino, continuo buscando, procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 2006, p. 29).

Nesses termos, a formação continuada deve estimular os professores e coordenadores, a aprimorarem seus conhecimentos, através da construção de saberes, permitindo reconstruir e refletir sobre sua prática profissional. O educador como sujeito de sua própria aprendizagem, conhecedor de seu papel social e suas competências, poderá transformar a realidade através de suas ações, por meio da atitude de pesquisar como forma de aprender.

Sob o aparato da formação continuada, tecemos como objetivos específicos: compreender o modo como ocorrem às formações oferecidas pela Secretária Municipal de Educação de Picos-PI aos professores; discutir a correspondência entre as iniciativas de formação continuada e as demandas docentes; Discutir sobre o processo de formação continuada, observando se ele é condizente com as necessidades encontradas em sua prática pedagógica.

A pesquisa se considera de natureza qualitativa, elegendo como sujeitos da pesquisa: professores efetivos da Educação Básica lotados nas escolas municipais de Picos, lecionando nas séries iniciais do Ensino Fundamental I e os responsáveis pela formação continuada na SEME (Secretaria Municipal de Educação).

Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram questionários estruturados com questões abertas. A proposta de tais fundamentos foi prioritariamente resolver às questões do estudo, tecendo assim as devidas considerações.

Percebendo a ação docente como interventor das ações indispensáveis da formação humana e cidadania dos alunos, o docente como sujeito atuante deste processo contínuo de formação e a instituição como ambiente excepcional para esta pesquisa, o estudo poderá

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nortear aos profissionais da educação, mas também campos afins. Poderá, também, colaborar no campo da educação, instigando as autoridades a discutirem sobre as políticas de investimentos na formação de docentes, logo na qualidade da educação e para a SEME(Secretaria Municipal de Picos) na acepção de refletir a respeito de suas propostas, objetivando a formação continuada de seus professores.

Acreditamos que a presente pesquisa possa colaborar no campo da educação, instigando professores, profissionais que atuam na educação e as autoridades a discutirem sobre as políticas de investimentos na formação de docentes, logo na qualidade da educação e para a Secretária Municipal de Picos-PI, na acepção de refletir a respeito das propostas que objetivem a formação continuada de professores.

Metodologia

O trabalho de pesquisa exige a escolha de uma trajetória a ser percorrida para alcançar objetivos delineados. Nessa trajetória a realidade dos sujeitos pesquisados e o rigor metodológico devem ser minuciosamente pensados. Na abordagem qualitativa de pesquisa essa tarefa torna-se ainda mais delicada, pois corroborando com Minayo (1994, p. 21) trata de “questões muito particulares e trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, que não podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis”. A abordagem escolhida adequa-se à realidade em foco, pois comporta a complexidade, a variedade de aspectos que a conformam e o universo de significados apreendidos.

Os aspectos metodológicos que envolvem a temática de investigação foram fundamentados a partir da pesquisa qualitativa, com a aplicação de questionários a três professores, possibilitando o conhecimento da vida profissional destes professores avaliando a reflexão sobre a prática pedagógica e averiguando o processo de formação continuada oferecida pela SEME(Secretaria Municipal de Educação).

A investigação delineada nesse projeto contemplou estudos bibliográficos e uma pesquisa de campo realizada no período nos meses de maio e junho de 2016, proporcionando maiores informações sobre a formação continuada dos professores da rede Municipal de Picos-PI.

A pesquisa qualitativa de acordo com Marconi e Lakatos (2004, p.30) explana características mais profundas, apresentando a complexidades do comportamento humano. Segundo Gil (2002, p. 19) a pesquisa bibliográfica é feita com base em materiais já preparados, especialmente livros e artigos científicos. Deste modo, as informações deste

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estudo foram recolhidas por meio de livros e artigos, com o intuito de atender a finalidade proposta.

Para abarcar as finalidades da investigação, a partir do método teórico- metodológico, o lócus da pesquisa foi a Secretária Municipal de Educação, devido ser a responsável pela formação continuada dos professores que formam a rede municipal de ensino, tanto os distribuídos na Zona Rural e na Zona Urbana de Picos-PI e as Escolas Municipais Duque de Caxias e Frei Damião.

As escolas foram escolhidas devido as suas localizações e por serem de fácil acesso aos pesquisados. Além disso, levou-se em consideração o fato das escolas disporem de professores com ampla experiência no desenvolvimento da carreira docente.

Posteriormente, as analises dos dados foram feitas conforme as bases teóricas que fundamentam a pesquisa em estudo, buscando a relação com o conhecimento sistematizado em que os apoios teóricos proferem com o saber expresso na prática cotidiana dos docentes. Sendo assim, a partir das informações obtidas junto aos profissionais colaboradores, possamos obter uma formação mais adequada de forma que possa desenvolver o processo de desenvolvimento profissional.

Resultados e discussões

Na vida sempre se encontram novas dificuldades, novos desafios. Na educação não é diferente. A atividade de ensinar precisa ser constantemente reavaliada para que possam ser superadas essas dificuldades. É inaceitável que um docente se acomode com sua prática enquanto os desafios se reconstroem a cada minuto. Para isso o educador deve sustentar suas mudanças principalmente em três pilares, que são: educando, contexto social e a sua práxis pedagógica.

No mundo contemporâneo as dificuldades, os desafios da educação se renovam bem mais rápido pela presença da tecnologia. Assim, surgem novos desafios ao educador impondo a missão de a cada dia estar renovando e aprimorando o conhecimento, de modo a poder reinventar novas práticas educativas capazes de realizar transformações que ponha o educando como um sujeito ativo do processo de ensino aprendizagem.

O professor que vive alheio a tais transformações está fadado ao fracasso, não há como o profissional de educação continuar trabalhando no mundo de hoje se ele não reavalia sua prática e a renovar periodicamente. Pimenta (1999, p. 27) discute a importância dos

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saberes como uma das características principais a ser avaliada nas pesquisas sobre identidade da profissão do professor. Parte dos elementos que servem de base para construção dessa identidade, é partir da

significação social; da revisão constante dos significados sociais da profissão; da revisão das tradições. Mas também da reafirmação das práticas consagradas culturalmente e que permanecem significativas. Práticas que resistem a inovações porque prenhes de saberes válidos as necessidades da realidade. (PIMENTA, 1999, p.19)

Desse modo a formação docente entra com o papel de capacitar o educador para desenvolver estratégias dentro e fora da escola e ser capaz de intermediar o conhecimento. Assim, compreende-se que o estabelecimento do ensino profissional não se dá apenas na sala de aula, ou simplesmente nas cadeiras da Universidade, é inegável a necessidade de uma ampliação fiel para aperfeiçoar a sua qualidade. Deste modo, tem a necessidade de uma opção que promova a tomada de consciência por parte dos professores, com relação a sua prática docente, independentemente do ambiente e do período em que concretiza o desenvolvimento profissional a partir da formação continuada.

Para Perrenoud (1993, p. 35) devido aos costumes incomuns das ocorrências do dia-a-dia escolar, o exercício docente não pode ser visto como uma consolidação de técnica. Deste modo, o docente habitua-se com ocasiões sempre novas para as quais, muitas vezes, não obtém formas de reorganizar táticas para ampliar seu trabalho e alcançar suas finalidades. Neste sentindo, investigamos de que modo ocorrem as iniciativas de formação continuada oferecida pela Secretária Municipal de Picos aos professores da rede Municipal de Picos.

No intuito de identificar as iniciativas por parte da SEME de Picos, perguntamos sobre as formações oferecidas durante o ano de 2016 ao responsável pelo departamento. Este nos informou que ocorreram formações bimestralmente através de palestras e encontros pedagógicos. Esse modo de trabalho condiz com o pensamento de Perrenoud (2000) que na implantação de qualquer recomendação pedagógica que tenha resultados em novas maneiras frente ao conhecimento, dirigindo a uma renovação das práticas no método ensino-aprendizagem, a formação continuada de docentes assume um espaço de grande importância.

Com essa mesma finalidade, perguntamos aos professores se eles participaram das formações oferecidas pela SEME de Picos. O sujeito A respondeu: “Não, pois estava de licença e ocorreram formações no início do ano”. O Sujeito B – “Não, mas ofertaram umas duas”. Neste caso, o desinteresse e a má vontade dos docentes para com as palestras oferecidas, vem ocasionando dificuldades ao desenvolvimento educacional do Município.

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Porém, mesmo aqueles que participam, muitas ocasiões regressam à sala de aula sem conseguir articular aquilo que foi discorrido ou ainda optam agir como antes, desfrutando de práticas que já vem empregada por eles há muito tempo.

Segundo Nóvoa(1997, p.38), se faz imprescindível que o docente da contemporaneidade, desvincule-se das ligações que os distingui como técnicos, tendo como objetivo uma nova identidade profissional, pois, toda formação determina um investimento particular, um trabalho aberto e criador sobre os caminhos e as concepções próprios. Deste modo, a formação precisa instigar a desenvolvimento de um docente crítico-reflexivo, que colabore para o crescimento do pensamento independente e que promova as dinâmicas de auto formação continuada.

É fundamental a formação continuada aos professores, a partir de referências deles próprios sobre a importância e a necessidade de incorporá-la a sua profissão, a sua vida, a fim de que possam na prática docente conduzir a uma intervenção na prática social. A formação continuada de professores, na maioria dos casos, é entendida como preparação dos futuros profissionais da educação. Atualmente, com as críticas a má qualidade da educação e os interesses para melhorá-la têm sido entendidos como preparação para profissionais da educação e profissionais já atuando.

Esta problemática leva a colocar em questão a formação tradicional dos educadores, concebida fundamentalmente como desvinculada da situação político-social e cultural do país, visualizando o profissional de educação exclusivamente como um “especialista de conteúdo”, um “facilitador de aprendizagem”, um organizador das condições de ensino aprendizagem, ou um “técnico da educação”. (CANDAU, 2008, p.50)

O pensamento a respeito das transformações do contexto de trabalho e as transformações na formação dos professores efetiva-se, conforme Barroso (2003.p. 57), pelo esforço e pela percepção de que as qualidades em que o docente desempenha seu trabalho são comprometidos pela solidificação de um padrão escolar fundamentado em costumes, que não tem como base a crescente diversidade de seu publico, e pelo uso de um padrão hierárquico que não inclui a multiplicidade de funções e de ocupação da instituição escolar. Deste modo, qualquer transformação nos padrões e o que contem na formação continuada de professor não pode desconhecer o predomínio que este estado tem sobre o exercício profissional.

A partir deste pressuposto procuramos analisar a existência da correspondência entre a formação continuada oferecida pela SEME de Picos e as demandas docentes. A responsável pelo departamento respondeu que é feito um levantamento junto a gestão das escolas sobre as

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maiores dificuldades existentes e enfrentadas pelo professor, para que daí possa ser planejada ações que venham a sanar essas dificuldades. Ao perguntar aos professores, o sujeito A respondeu que “São escolhidas a partir do que a secretaria julga ser uma maior dificuldade” Deste modo, a pouca participação do professor com o método utilizado para escolha da formação continuada, como afirma Pimenta (2002, p. 22) realiza-se a partir de como os:

diversos autores tem apresentado preocupações quanto ao desenvolvimento de um possível praticismo, daí decorrente, para a qual bastaria a prática para a construção do docente; de uma possível hegemonia autoritária, se considerada que a perspectiva da reflexão é suficiente para a resolução dos problemas da prática; além de um possível modismo, com uma apropriação indiscriminada e sem críticas, sem compreensão das origens e do contexto que a gerou, o que pode levar à banalização da perspectiva da reflexão.

Percebe-se que o levantamento de dados é feito diretamente aos gestores, sem saber se a gestão realmente faz esse levantamento junto aos professores da escola. Evidencia-se por parte da rede de ensino a inexistência de mecanismos de acompanhamento continuo da prática pedagógica, de avaliação periódica dos resultados das ações desenvolvidas e de identificação de demandas de formação, onde os professores possam colocar as dificuldades que encontram no exercício profissional, haja vista que essas informações são fundamentais para o planejamento e redimensionamento dos programas.

Perguntado a gestão se os professores do município participam de alguma formação ou curso de formação de professores oferecida pelo governo Federal, a mesma afirmou que sim, o município aderiu em 2013 ao pacto nacional de alfabetização na idade certa e que os mesmo passam por uma formação mensal desde então, destacou ainda que é um programa que vem surtindo efeito, e que o resultado é perceptível nos números apresentados pelo ideb das escolas municipais que só cresceram desde então. Perguntado ao sujeito “A” se recebe ou recebeu alguma formação ou participou de alguma formação oferecidas pelos programas do governo federal? Foi respondido que sim, durante apenas um ano e não soube explicar o porque de não ter continuado nos anos seguintes, já que se trata de um programa de formação continuada e que a mesma atinge as exigências do programa. Já o sujeito “B” diz que não trabalha com o publico que o Pacto, portanto não passou pela formação oferecida, mas que tinha conhecimento dessas formações por ouvir as colegas comentarem. Através desses depoimentos é possível perceber que não há uma preocupação com sistematização da formação continuada, que o município oferece de forma desordenada, sem a preocupação de dá prosseguimento as atividades desenvolvidas pelas formações e nem há a preocupação do professor iniciar e terminar a formação.

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Tais informações instiga a refletir a respeito da formação de docentes de uma maneira mais vasta, percebendo como um método de desenvolvimento docente autônomo, que congrega a respeito de trajetória profissional, não como uma caminho simples, mas, como progresso, como seguimento de conhecimentos; direção essa apontada por etapas e momentos nos quais diversos elementos (igualitárias, particulares, políticos, familiares). Intervêm, não como controles, mas como auxiliadores ou prejudicadores do método de aquisição da profissão. Consequentemente, esse método de ser e ser professor vai se arquitetando desde as primeiras relações dos sujeitos com as chamadas „fontes pré-profissionais do saber ensinar‟(TARDIF; RAYMOND, 2000, p. 23), tendo experimento como alunos-docentes nos cursos de formação inicial, até as prometidas influências com as particularidades das estabelecimentos escolares.

Para que a formação continuada constitua uma ação transformadora da apreensão dos fatos educativos, das caráteres do docente e da sua obrigação com a aprendizagem dos alunos, é indispensável avaliar os métodos pelos quais os docentes se adequam e desenvolve seus saberes, suas particularidades pessoais e seus conhecimentos profissionais e de vida.

Dando continuidade ao estudo, verificamos se o processo de formação continuada está sendo de acordo com as necessidades encontradas na prática docente. Ao perguntarmos a responsável pela formação dos professores quais critério(s) de escolha para a oferta de formações dos professores, ela respondeu que : “são feitos de modalidades de ensino”, com temas considerados mais importantes a partir dos levantamento de dados, das dificuldades dos professores.

Perguntarmos aos professores de que modo percebem as formações continuadas para a sua prática pedagógica o sujeito B respondeu que : “Seriam positivas, porém são ofertadas para alguma parte do corpo docente”. Entretanto percebe-se que a SEME não oferece a formação a todos os professores da rede municipal de Picos-PI.

O sujeito B afirma que a secretaria não disponibiliza capacitações para todos os profissionais, mas apenas para um pequeno grupo de docentes. Isso poderia indicar que a Secretaria de Educação ainda precisa investir em Formações que possam englobar um maior número de professores.

Isso condiz com o que discorre , Ibiapina (2004, p.127) diz que: “a educação contínua deve representar um investimento feito aos professores no sentido de aprimoramento das suas ações docentes, ao longo de toda carreira pessoal e profissional”. Vale destacar, porém, que a

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LDB (9394/96) preconiza a formação e preparação de homem de acordo com os interesses do mercado.

Ao conversarmos, os professores ressaltaram o problema de expor opiniões sobre a formação que apresentem um direcionamento à área especifica de instância dos docentes. Isso apresenta que todos os docentes compartilham dos mesmos encontros e cursos sem separação da sugerida. Docentes de matérias diferentes, docentes de séries/anos diferentes, docentes de colégios diferentes, são todos incluídos na mesma temática de formação

Para Nóvoa (1998, p. 56), toda ação de formação necessita ter como norteamento o conhecimento docente, a importância e valorização desse conhecimento. Não é conveniente se prosseguir na formação continuada sem levar em conta o crescimento profissional do docente. À formação continuada cabe a responsabilidade pela atualização e desenvolvimento docente, aprofundando nas capacidades educacionais indispensáveis à atuação docente. Essa atualização deve estar sustentada na reflexão sobre a prática e gerar uma ação de auto avaliação como guia da construção contínua do desenvolvimento profissional.

Considerações Finais

Entre alguns aspectos que têm sido discutidos a respeito das ações de formação continuada, ao realizamos este estudo acerca das propostas oferecidas pela SEME de Picos, destacam-se alguns pontos que julgamos serem importantes considerarmos, ressaltadas as próprias limitações inerentes ao recorte metodológico dessa pesquisa: 1)a falta de continuidade das propostas e ações, muitas vezes realizadas fora da instituição; 2) ausência de unidade em relação ao referencial teórico e metodológico oferecidos, visto que o professor é exposto, durante as ações de formação, a diferentes tendências pedagógicas, fundamentadas em diferentes referenciais, não obedecendo uma unidade; 3) em muitas das ações de formação continuada, há uma discordância na qual se separa o processo de aprendizagem do aluno do processo de formação do professor, o que ao nosso ver pode causar grandes implicações nesse processo. 4) percebe-se nas falas dos professores e como também da gestão que não há preocupação em oferecer uma formação que leve em consideração o meio ao qual está inserido os sujeitos, não tem a preocupação de formar os professores para fazerem a discussão de temas tão peculiares a nossa região. Sabemos que os livros não fazem uma discussão que seja contextualizada com a realidade vivenciada no semiárido picoense.

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Diante disso, a partir dos dados, defendemos o seguinte pressuposto: uma formação continuada de qualidade que responda as dificuldades dos docentes e uma formação que possibilite os docentes promover uma educação que possibilite o desenvolvimento dos que fazem parte desse processo no âmbito social, cultural e econômico ou seja uma educação capaz de transformar os agentes que dela fazem parte, tornado os sujeitos, críticos e reflexivos de suas ações.

Essa relação expõe que a formação é composta de uma pluralidade de meios que, se de uma forma a tornam complicada, de outra forma mostra seu modo de constante desenvolvimento. Uma conjuntura política e social com muitas limitações apresentam impossibilidades que podem impulsionar ações transformadoras. Os meios da carreira e da profissionalização, mesmo que modificados pelas percepções e políticas limitativas, vêm sendo recauchutados nas mais distintas épocas e cenários; as histórias e analogias são alteráveis e estabelecidas historicamente.

A formação continuada vem adotando forma com percepções, a partir das respostas de cada uma das entrevistadas e da importância que delas decorrem. Nesses pontos, fomos verificando que a analise da totalidade e a compreensão política dos docentes não foram elementos atualizados nas atuações de formação continuada desenvolvidas; a questão dos métodos formativos e desempenho dos formadores ainda há falhas graves; o desenvolvimento docente praticamente não foi avaliado no sentido dos artifícios e atuações de formação. De outro modo, compreende-se um aumento na apreensão dos métodos com a formação mais direcionada ao fato das escolas e com a ampliação da reflexão da prática pedagógica.

De tal modo, a formação continuada dos professores é um direito e uma necessidade desses profissionais, e dever dos responsáveis das escolas, em particular da secretaria de educação, no caso das redes públicas de ensino, cabe à composição legal do país garantir que tal ação aconteça de maneira satisfatória e significativa para os sujeitos que dela fizerem parte.

REFERÊNCIAS

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rede escolar: de uma regulação pela oferta a uma regu-lação pela procura. Educação &

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