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SITUAÇÃO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO LITORAL PARAIBANO

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Academic year: 2021

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SITUAÇÃO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO LITORAL

PARAIBANO

Edmilson Fonseca(1)

Engenheiro civil, 1966, Escola de Engenharia da UFPB; mestrado em Saúde Pública, 1967, Escola Nacional de Saúde Pública - Rio de Janeiro - RJ; Atual Tesoureiro Geral da ABES Nacional; Diretor Presidente da DESAGUA - EF - Desinfecção e Higienização das Águas de Reservatório e Piscina.

Virgílio Gadelha Pinto

Químico Industrial e Engenharia de Alimentos formado pela UFPB; Atual Chefe Div. de Análises Laboratoriais da SUDEMA.

Endereço(1): Av. Padre Pinto, 338 - Expedicionários - João Pessoa - PB - CEP: 58048-231 -

Brasil - Tel: (083) 225-1197.

RESUMO

Sendo o mar uma inesgotável fonte de alimentos, além de oferecer ao homem inúmeras opções de divertimento e entre elas, o banho de mar se constitui numa forma de lazer altamente preferida por grande parte da população. Por esta razão nada mais justo, que os usuários do mar sejam informados da qualidade das águas das praias por eles utilizadas.

Assim sendo, este trabalho mostra a situação de Balneabilidade das Praias do Litoral Paraibano, caracterizando-as de acordo com a Resolução CONAMA nº 20/86, dando ênfase aos critérios relacionados com o grupo Coli, com finalidade de prevenir os freqüentadores de praias dos possíveis riscos de saúde, quando por ocasião do banho de mar. Detecta ainda áreas carentes de infra-estrutura de saneamento ambiental e a falta de preparo das Prefeituras dos municípios litorâneos no que diz respeito ao Gerenciamento Costeiro.

PALAVRAS -CHAVE: Balneabilidade, Poluição, Praias do Litoral.

INTRODUÇÃO

Durante toda história da humanidade o homem foi atraído, até por necessidade, a se estabelecer nas proximidades de coleções hídricas.

O mar além de fonte inesgotável de alimentos, oferece também ao homem inúmeras opções de entretimento e entre elas, o banho de mar se constitui numa forma de lazer altamente preferida por uma grande parcela da população, não apenas aquela que reside nas cidades litorâneas,

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Considerando esta preferência e considerando também que a saúde e o bem estar devem ser preservados, não podendo ser afetados pela má qualidade das águas, é de suma importância que os Órgãos de meio ambiente que controlam a poluição ambiental, orientem e mantenham o público sempre bem informado das reais condições de balneabilidade das praias utilizadas por este público.

Para que as informações mereçam fé o monitoramento das praias é de fundamental importância, tendo em vista, como já foi mencionado, serem as praias as áreas mais procuradas pela população durante o ano inteiro, principalmente no Nordeste, em função do clima favorável da região nordestina. Outro aspecto a considerar é o fluxo de turistas no período de dezembro a março quando ocorre o veraneio.

Além disso, o monitoramento também é útil, pois detecta a falta de infra-estrutura de saneamento, que tem como causa o crescimento desordenado e a ocupação do solo sem planejamento, trazendo como conseqüência efeitos indesejáveis, dos quais merece destaque o lançamento de esgotos “in -natura” comprometendo a qualidade das águas para todos os usos e principalmente o de recreação por contato primário.

OBJETIVOS

Tendo como objetivo principal a informação aos usuários da qualidade das águas do litoral paraibano, o Governo do Estado da Paraíba firmou em 1983, um Convênio com a SUDENE, permitindo assim a formação de uma proposta de classificação das águas oceânicas da Paraíba e que obedecesse a Portaria nº 536/76 do então Ministério do Interior, portaria essa ainda vigente. Coube a Superintendência de Administração do Meio Ambiente - SUDEMA, desenvolver o trabalho o qual foi realizado no trecho litorâneo compreendido entre Cabedelo e Pitimbú, municípios limítrofes do Estado da Paraíba com os Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte, respectivamente.

O trabalho sofreu solução de continuidade no ano de 1986, sendo reiniciado no ano de 1987, graças ao apoio da extinta SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente do Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Nesta segunda etapa, o programa sofreu alterações, inclusive com aumento dos pontos de pesquisa, passando de doze para dezesseis, com finalidade de monitoramento de todas as praias utilizadas por banhistas.

O Convênio SUDEMA/SEMA findou em 1989 e a partir daí até o momento a SUDEMA assumiu o controle da balneabilidade fazendo monitoramento semanal em todo litoral paraibano. No decorrer desses anos, os objetivos inicialmente citados foram se alterando, apesar de se manter o objetivo básico - a classificação das águas - adotando-se também como objetivo prioritário a caracterização das águas quanto aos possíveis riscos à saúde dos usuários e alertando-os ao mesmo tempo, quais as praias onde o banho não constituí problema.

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Outro objetivo perseguido e alcançado foi a identificação de áreas onde a falta de sane amento ambiental constitui sérios problemas para qualquer Programa de Gerenciamento Costeiro que se queira desenvolver.

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Por último deseja-se esclarecer que para efeito balneabilidade considerou-se apenas o aspecto bacteriológico sem se considerar o aspecto estético por não influenciar no fator saúde.

Em alguns casos foram pesquisados outras fontes de poluição como: lixo, óleos, águas pluviais, esgotos domésticos e industriais.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do trabalho foram duas metodologia, a saber:

? Metodologia de Amostragem e Análises;

? Metodologia Classificatória.

Para realização de coleta de amostra d’água ao longo da costa paraibana, onde o critério de seleção foram: Existência de Porto Marítimo; aproximação de pontos prováveis de poluição (galerias, córregos, riachos, etc.) e intensidade do fluxo de banhistas.

As estações de coleta ficaram assim distribuídas, por munic ípios:

Município de João Pessoa 8(oito) estações

Município de Cabedelo** 4(quatro) estações

Município de Baia da Traição 1(uma) estação

Município de Lucena 1(uma) estação

Município de Conde 1(uma) estação

Município de Pitimbú 1(uma) estação

**Em Cabedelo está localizado o Porto flúvio -marítimo.

Ficou ainda estabelecido que a freqüência da coleta para efeito de análise, seria realizada em intervalos de sete dias.

As amostras foram coletadas em frascos de vidro de 125 ml, devidamente esterilizados e fechados com papel alumínio. A coleta foi feita a uma profundidade nunca superior a 1(hum) metro e nunca inferior a 20 cm da superfície da água e mantidas em depósitos com gelo até o momento de ser analisada, sendo que o tempo máximo entre coleta e análise não ultrapasse oito horas.

Para efeito de estabelecimento do Padrão de Balneabilidade, o parâmetro básico e único utilizado foi a análise bacteriológica da água, considerando exclusivamente o Grupo Coli Fecal. Não com a mesma freqüência da determinação do NMP de Coli Total foram feitas determinações do potencial Hidrogeniônico (pH) é da temperatura da água.

Nos exames bacteriológicos foi a técnica da membrana filtrante, que consiste na filtração de um volume definido da amostra numa película com porosidade de 0,45 mm ficando nela retidas as bactérias, de onde são incubadas em placas de petri, na presença de um meio de cultura

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seletivo e colocado em estufa por 24 horas a uma temperatura de 44,5º C. A leitura foi dada em número de coliforme por 100 ml.

A Metodologia Classificatória obedeceu a Resolução CONAMA nº 20 de 18 junho de 1986, que de acordo com artigos 26 e 34, as águas marinhas destinadas a balneabilidade, devem ser assim classificadas:

? PRÓPRIA - EXCELENTE (***) - Quando em 80% ou mais de um conjunto de cinco

amostras obtidas em cada um das 5 semanas anteriores houver no máximo 250 coliformes fecais em 100 ml de água.

? PRÓPRIA - MUITO BOA (**) - Quando em 80% ou mais de um conjunto de cinco

amostras obtidas em cada um das semanas anteriores houver no máximo 500 coliformes fecais em 100 ml de água.

? PRÓPRIA - SATISFATÓRIA (*) - Quando em 80% ou mais de um conjunto de cinco

amostras obtidas em cada um das semanas anteriores houver no máximo 1000 coliformes fecais em 100 ml de água.

? IMPRÓPRIA - POLUÍDA (P) - Quando não se enquadrar em nenhuma das categorias

anteriores, por ter ultrapassado os índices bacteriológicos nelas admitidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a Resolução CONAMA nº 20/86 já citada anteriormente e para efeito de informação ao público, depois de apurado os resultados e feito as leituras das amostras de água, a situação da balneabilidade é expressa em praias PRÓPRIAS e IMPRÓPRIAS, sendo esses resultados divulgados semanalmente.

Durante o período trabalhado as praias monitoradas nos municípios de Cabedelo, João Pessoa, Pitimbú, abaixo relacionadas, apresentaram situação de balneabilidade de forma variada; ora permanecendo 100% PRÓPRIAS, ou apresentando pequenas oscilações de balneabilidade, ora melhorando os índices de poluição, ora apresentando índices crescentes de poluição e algumas delas se mantiveram por todo o período em situação IMPRÓPRIA de balneabilidade. Quadro 1 - Comportamento da Situação de Balneabilidade nos municípios de João Pessoa, Cabedelo e Pitimbú durante o período.

JOÃO PESSOA CABEDELO PITIMBÚ

Própria 100% Balneabilidade Variável Própria 100% Balneabilidade Variável Própria 100% Imprópria Bessa Do Sol Gramame Seixas Arraial Cabo Branco Manaíra Penha Seixas Camboinha Intermares Poço Ponta de Mato Jacaré Miramar Acaú Guarita Pontinha Santa Rita Maceió

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A presença de Coliforme fecal é mais sentida naqueles pontos de praia, onde existe dessaguamento de rios, riachos, córregos, galerias e canais de águas pluviais devido ao lançamento de esgoto domésticos nestas coleções hídricas.

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Merece comentário as praias de:

1. Maceió, que durante todo período permaneceu IMPRÓPRIA, devido ao lançamento de efluente de fossas no córrego existente na cidade;

2. as praias de Miramar, em Cabedelo, e Manaíra, em João Pessoa, que apresentam poluição sazonal, mais precisamente no período chuvoso quando dejetos humanos lançados clandestinamente em galerias de água pluvial e córregos são arrastados para o mar.

Dos 16 pontos monitorados no período 50% se localizam em João Pessoa, que concentra, aproximadamente, 93% da população dos municípios costeiros monitorados e apresentam 75% de suas praias em condições ótimas de balneabilidade.

CONCLUSÃO

Observando os dados acumulados durante os anos de duração da pesquisa (1987-1996), concluiu-se que as principais fontes de poluição das praias do litoral paraibano são os lançamentos indiscriminados de esgoto domésticos e industriais (menos freqüente) sem prévio tratamento, bem como e mais discretamente os resíduos sólidos e alguns casos esporádicos de óleos e graxas na região do Porto de Cabedelo.

É evidente que a falta de saneamento ambiental se constitui na maior causa de poluição das praias, principalmente naquelas onde se localizam os aglomerados humanos.

Pode-se constatar que algumas das praias pesquisadas apresentaram um alto índice de coliforme, mesmo assim não pode relacionar o banho marítimo com a incidência de doenças de

veiculação hídrica. Para uma segura afirmação dessa relação banho ? doença de veiculação

hídrica contraída em praias contaminadas, seria preciso que os Órgãos de Saúde Pública e Meio Ambiente fizessem um criterioso estudo, com finalidade de obter dados precisos que comprovem a relação da doença adquirida com o banho em local contaminado.

Semanalmente, mais precisamente nos domingos, a imprensa falada, escrita e televisada, divulga a tabela das praias monitoradas. E através dessa divulgação foi que se verificou a importância do Programa de Balneabilidade, pois, quando por um fato qualquer os result ados não são divulgados, a população procura o Órgão do Meio Ambiente para saber qual a praia que está imprópria para o banho de mar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- CETESB - Balneabilidade das praias do litoral paulista - Relatório CETESB 1991;

2- CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - Resolução Nº 20, publicado em

18 de junho de 1986;

3- LACERDA, José Antônio Almeida - Diagnóstico da balneabilidade das Praias da

Região Metropolitana de Salvador - Anais de 13º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental - Maceió - Alagoas, 1985;

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