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RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICAS DA UNIFRA EM UM GRUPO DE CUIDADORES DE PESSOAS COM DOENÇA DE ALZHEIMER ¹

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Academic year: 2021

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RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICAS DA UNIFRA EM UM GRUPO DE

CUIDADORES DE PESSOAS COM DOENÇA DE ALZHEIMER ¹

SOUZA, Priscilla Costa de²; RODRIGUES, Suyane Oliveira Tavares³; VIERA,

Géssica Bordin

4

; OLIVEIRA, Felipe Schroeder

5

; FILIPPIN, Nadiesca Taisa

6

1 Relato de Experiência – Projeto de Extensão UNIFRA

² Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

³ Acadêmica do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil

4

Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro Uiversitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil

5

Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Santa Maria, RS, Brasil

6

Orientadora.Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa maria, RS, Brasil. Grupo de pesquisa Promoção da Saúde e Tecnologias Aplicadas à Fisioterapia E-mail: priscilla-costa@hotmail.com; nadifilippin@yahoo.com.br

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi relatar a experiência de acadêmicas no grupo Assistência Multidisciplinar Integrada aos Cuidadores de Portadores da Doença de Alzheimer (AMICA), do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Para tanto, foi descrita a atividade realizada pelo Curso de Fisioterapia junto aos cuidadores participantes do referido grupo, no primeiro semestre do corrente ano. Essa atividade envolveu a explanação sobre o tema exercício físico e cognição, dinâmica incluindo exercícios e memória e, relaxamento, no intuito de voltar a atenção ao cuidador. Assim, além de levar informações científicas aos cuidadores, essa atividade promoveu um momento de descontração, de bem estar e auto-cuidado, atendendo às necessidades relatadas por eles.

Palavras-chave: Cuidador; Grupo de Apoio; Doença de Alzheimer. 1. INTRODUÇÃO

A Doença de Alzheimer (DA) pode ser considerada uma demência primária, sendo uma enfermidade crônica, degenerativa e progressiva, onde há uma deterioração cognitiva e da memória. Isso leva à perda da autonomia e dependência do sujeito, já que haverá uma impossibilidade no desempenho das atividades diárias e prejuízo em seu convívio social. Os sintomas progridem ao longo da doença, sendo que podem ser distinguidas três principais fases: inicial, intermediária e avançada (LIMA; MARQUES, 2007; KATO; RADANOVIC, 2007). Com isso, o cuidador necessita aumentar o tempo gasto com os cuidados ao paciente, “sendo este um familiar, um profissional da saúde ou cuidador formal, um voluntário, enfim, alguém que possa intervir junto a essa pessoa” (SENA; GONÇALVES, p.233, 2008).

Na ampla área da saúde, o termo “cuidador” se aplica à realidade de pessoas que prestam cuidados em prevenção, proteção e recuperação da saúde de doentes, assumindo

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assim a responsabilidade, dedicando grande parte de seu cotidiano a rotinas de cuidado com a pessoa doente (MARQUES; LAMDIM, 2008). Conforme Araújo (2001), é um trabalho difícil para um profissional que é cuidador de um paciente com DA, pois ao mesmo tempo em que este deve participar por inteiro do cuidado, é importante certa neutralidade, se é que é possível, em relação aos aspectos emocionais que percorrem a doença, o doente e os familiares. Além disso, as demandas de cuidados produzidos pela DA e por necessidades de saúde do idoso influenciam o cotidiano do cuidador e alteram sua qualidade de vida, sendo que geralmente a função de cuidador é assumida por uma única pessoa, a qual é denominada cuidador principal. Esta função pode ser desenvolvida por instinto, vontade, disponibilidade ou capacidade. Quanto ao perfil do cuidador o predomínio é de mulheres, especialmente esposas e filhas (MOREIRA; CALDAS, 2007).

Dessa forma, torna-se importante planejar ações integrais em saúde que contemplem soluções para minimizar os efeitos danosos da sobrecarga de cuidado vivenciada por eles (PINTO; et al., 2009). Logo, grupos de apoios ou grupos de ajuda mútua são ótimas intervenções para ajudar os cuidadores. Os grupos de apoio têm como base as técnicas dos grupos de suporte, ou seja, têm como objetivo o “reforço ou a reestruturação do self, elevação da auto-estima e da autoconfiança e uma conscientização maior do indivíduo sobre si mesmo” (CAMPOS, 2000). Segundo Yalom apud Oliveira et al. (2008) é necessário reforçar expectativas positivas, corrigir preconceitos, dar esclarecimentos sobre o poder do grupo para auxiliar e estimular o testemunho de integrantes que já frequentaram outros encontros. No grupo há variadas trocas e aprendizado, pois os familiares dos participantes estão acompanhando diferentes fases da doença. Assim, há um preparo em relação ao cuidado e um preparo psicológico para tal enfrentamento.

Portanto, este estudo teve como objetivo relatar a experiência de acadêmicas no grupo Assistência Multidisciplinar Integrada aos Cuidadores de Portadores da Doença de Alzheimer (AMICA), do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA).

2. METODOLOGIA

O presente estudo trata do relato de experiência de três acadêmicas de graduação, duas do curso de Fisioterapia e uma do curso de Psicologia, do Centro Universitário

Franciscano – UNIFRA, no município de Santa Maria, RS, envolvidas em um projeto de

extensão denominado Assistência Multidisciplinar Integrada aos Cuidadores de Portadores da Doença de Alzheimer (AMICA).

As atividades são desenvolvidas nas dependências da UNIFRA, quinzenalmente, às quintas-feiras e, contam com a participação de cuidadores, acadêmicos e docentes de

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educativas, troca de experiências, assim como, orientações dos docentes e acadêmicos aos cuidadores.

Neste estudo será relatada uma das ações que aconteceram no primeiro semestre do ano de 2012, coordenado pelo curso de Fisioterapia. Quinze pessoas, entre elas, alunos, cuidadores e docentes participaram da atividade que consistiu em apresentar a importância do exercício físico na função cognitiva de pessoas saudáveis e acometidas pela DA, realizar uma dinâmica envolvendo exercícios e memória e, ao final, promover um relaxamento.

A dinâmica com música foi realizada colocando-se em uma cartolina três sequências numéricas, as quais os participantes deveriam memorizar rapidamente e escrever em ordem em um papel. Em seguida, ainda utilizando a música, com o objetivo de promover o exercício físico foi proposta a dança geométrica, onde foram mostradas figuras geométricas, sendo que cada uma representava um movimento diferente. Conforme o andamento da atividade o grupo deveria memorizar o movimento correspondente à figura e executá-lo, acompanhando a música. No relaxamento realizado, todos os participantes foram convidados a deitar-se ao som de músicas calmas e refletir sobre palavras que eram ditas pelas coordenadoras do encontro.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir dos encontros pode-se observar a importância da participação no grupo para os cuidadores, sendo as atividades desenvolvidas pelos Cursos de Fisioterapia e Psicologia um grande incentivo no cuidado com o paciente. Essas atividades auxiliam na melhora da mobilidade; manutenção da orientação espaço-temporal; redução dos riscos de quedas; preservação da independência funcional e realização de atividades recreativas, proporcionando apoio e bem estar ao cuidador, o que reflete no cuidado. Os cuidadores participam de explanações a cerca da doença, dos cuidados com o paciente e do auto-cuidado; participam de momentos de descontração, além de compartilharem com o grupo suas experiências, vivências e dificuldades no acompanhamento do paciente e enfrentamento da doença.

Considerando-se especificamente a atividade relatada, foi repassado aos cuidadores que exercícios moderados melhoram a função cognitiva, uma vez que o exercício físico apresenta potencial na prevenção e tratamento de danos traumáticos cerebrais, assim como em doenças neurodegenerativas como a doença e Parkinson e a DA (AGUIAR; PINHO, 2007). Além disso, a prática de exercícios físicos pode desencadear a liberação de endorfinas, capazes de provocar um estado de euforia natural, o que causa um alívio dos sintomas da depressão (COSTA; SOARES; TEIXEIRA, 2007) e estresse.

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Com base nos benefícios da prática de exercício físico de intensidade moderada, foi desenvolvida a dinâmica, também associada com música, uma vez que a atividade com música pode criar um contexto positivo, contribuindo para que os indivíduos permaneçam em atividade, tornando-a mais agradável, podendo reforçar a sensação de “desligamento”, na qual o indivíduo estaria intrinsecamente motivado e totalmente envolvido (MIRANDA; GODELI, 2003).

Dentro deste contexto foi possível repassar aos participantes do encontro informações a respeito da mudança de estilo de vida, com a introdução da prática do exercício físico, que contribui para a manutenção da saúde física e mental, podendo ser desenvolvida em qualquer faixa etária. Além disso, foi proporcionado um momento de relaxamento, no intuito de produzir alívio das tensões e a volta à calma.

Essa atividade promoveu um momento de descontração e reflexão, em que o cuidador, bem como os demais participantes, puderam pensar um pouco em si e no que fazem para o próprio bem estar e descanso. Os relatos dos cuidadores foram, neste encontro, todos direcionados à falta de tempo enfrentada por eles para conseguir realizar atividades relacionadas ao cuidado pessoal. Outra situação bastante relatada é a de que quando há tempo disponível, não há disposição física nem emocional para dedicar-se a outra atividade se não a do cuidado. A função de cuidador é assumida por um familiar que sofre diariamente uma sobrecarga emocional e física, pois vivencia sentimentos de frustração, culpa e amor. Além disso, o familiar que, por algum motivo, direciona para si todas as atividades que envolvem o cuidado ao doente pode manifestar ainda sentimentos de desconforto e solidão pela falta de apoio dos familiares (MOREIRA; CALDAS, 2007), falta de tempo para suas atividades pessoais e de auto-cuidado.

4. CONCLUSÃO

Diante do exposto, as atividades desenvolvidas no grupo permitem o convívio com os cuidadores e demais participantes e a troca de informações, tornando-se fontes importantes de conhecimento sobre a DA e de percepções sobre o cuidado e o cuidador. Isso permite o desenvolvimento de estratégias direcionadas às necessidades do paciente e do cuidador. A área da saúde necessita de profissionais que saibam escutar as pessoas e construir um elo entre quem cuida e quem é cuidado, proporcionando uma atenção integral.

REFERÊNCIAS

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ARAÚJO, Paulo B. de. Alzheimer – o idoso, a família e as relações humanas. Rio de Janeiro: O Autor, 2001.

CAMPOS, Eugênio P.Grupos de suporte. IN: MELLO FILHO, J. de. Grupo e corpo: psicoterapia de grupo com pacientes somáticos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

COSTA, Rudy Alves; SOARES, Hugo Leonardo Rodrigues; TEIXEIRA, José Antônio Caldas. Benefícios da Atividade Física e do Exercício Físico na Depressão. Revista do Departamento de

Psicologia – UFF, v. 19, n. 1, p. 269-276, Jan./Jun. 2007.

KATO, Eliane M.; RADANOVIC, Márcia. Fisioterapia nas demências. São Paulo: Atheneu, 2007.

LIMA, Liliane D. de; MARQUES, Juracy C. Relações interpessoais em famílias com portador da doença de Alzheimer. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 38, n. 3, p. 157-165, Maio/Ago. 2007.

MARQUES, Ana Karina Monte Cunha; et at. Apoio social na experiência do familiar cuidador. Ciência

& Saúde Coletiva, v. 16, p. 945-955, 2011.

MIRANDA, Maria Luiza de Jesus; GODELI, Maria Regina C. Souza. Música, atividade física e bem-estar psicológico em idosos. Rev Bras Ci e Mov, Brasília v. 11 n. 4 p. 87-94 Out./Dez. 2003.

MOREIRA, Marcia Duarte; CALDAS, Célia Pereira. A importância do cuidador no contexto da saúde do idoso. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 11, n. 3, p. 520-525. Universidade Federal do Rio de Janeiro, septiembre, 2007.

OLIVEIRA, Lizete M. De A. C. et al. Uso dos fatores terapêuticos para avaliação de resultados em grupos de suporte. Acta Paul Enfermagem, v. 21, n. 3, p. 432-438, 2008.

PINTO, Fernanda Pinto; et al. Qualidade de vida de cuidadores de idosos com doença de Alzheimer.

Acta Paul Enferm, v. 22, p. 652-657, 2009.

SENA, Edite L. da; GONÇALVES, Lucia H. T. Vivências de familiares cuidadores de pessoas idosas com doença de Alzheimer – Perspectiva da filosofia de Merleau-Ponty. Texto Contexto

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