• Nenhum resultado encontrado

Associação entre o polimorfismo na região promotora do gene IL10 (-819 T/C) e Lúpus Eritematoso Sistêmico em uma amostra brasileira

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Associação entre o polimorfismo na região promotora do gene IL10 (-819 T/C) e Lúpus Eritematoso Sistêmico em uma amostra brasileira"

Copied!
28
0
0

Texto

(1)

FACULDADE DE CEILÂNDIA CURSO DE FARMÁCIA

VINÍCIUS BRACELOTI VILHENA DE MOURA

ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO NA REGIÃO PROMOTORA DO GENE IL10 (-819 T/C) E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO EM UMA AMOSTRA

BRASILEIRA

Brasília 2016

(2)

VINÍCIUS BRACELOTI VILHENA DE MOURA

ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO NA REGIÃO PROMOTORA DO GENE IL10 (-819 T/C) E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO EM UMA AMOSTRA

BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Faculdade de Ceilândia, da Universidade de Brasília, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Farmácia.

Orientadora: Dr.ª Izabel Cristina Rodrigues da Silva _____________________________________________

Co-orientadora: Dr.ª Vivian Taís Fernandes Cipriano _____________________________________________

Brasília 2016

(3)

VINÍCIUS BRACELOTI VILHENA DE MOURA

ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO NA REGIÃO PROMOTORA DO GENE IL-10 (-819 T/C) E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO EM UMA AMOSTRA

BRASILEIRA

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ Orientadora: Dr.ª Izabel Cristina Rodrigues da Silva

(FCE/Universidade de Brasília)

___________________________________________________ Dr.ª Calliandra Maria de Souza Silva

(UnB) __________________________________________________ Msc. Daniel Oliveira (Faculdade LS) Brasília 2016

(4)

Dedico esse trabalho à Deus e ao Brasil, meu senhor e minha nação.

(5)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus.

À minha mãe, por me aguentar todos esses anos. À Tia Lucy, por ser uma madrinha presente e austera.

Ao meu padrasto Joaquim Oliveira, por proteger a família enquanto não estive pronto.

À Professora Izabel, por ser a mulher mais atenciosa da faculdade, mesmo tendo tantos orientandos e mestrandos sob sua proteção.

E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho, em especial aos Drs. Luzitano Ferreira e Carlos Lins pelas amostras dos pacientes, ao Renato e à Suzana por terem me ajudado nas minhas PCRs, corridas de gel e extrações de DNA.

(6)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição genotípica e frequência alélica do polimorfismo na região promotora do gene IL-10 (-819 T/C) em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). ... 18 Tabela 2 - Distribuição genotípica do polimorfismo da região promotora do gene IL-10 (-819 T/C) em pacientes com Lúpus eritematoso sistêmico (LES) conforme os critérios ACR. ... 19 Tabela 3 - Distribuição genotípica do polimorfismo da região promotora do gene IL-10 (-819 T/C) em pacientes com Lúpus eritematoso sistêmico (LES) conforme características clínicas. ... 19

(7)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A – Adenina G – Guanina

LES – Lúpus Eritematoso Sistêmico SNP – Single nucleotide polymorphism mg – Miligrama mL – Mililitro mm – Milímetro mM – Milimolar μl - Microlitro P – p-valor

PCR – Reação em cadeia da polimerase dNTPs – Desoxirribonucleotídeos Fosfatados

2 – qui-quadrado

NCBI – National Center for Biotechnology Information IC OR – Intervalo de Confiança para a Odds Ratio OR – Odds Ratio

(8)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 2 OBJETIVOS ... 13 2.1 Objetivo geral ... 13 2.2 Objetivos Específicos ... 13 3 JUSTIFICATIVA ... 14 4 MATERIAIS E MÉTODOS ... 15 4.1 Participantes da pesquisa ... 15 4.2 Extração de DNA ... 15

4.3 PCR (Reação em cadeia de Polimerase) Qualitativo ... 16

4.4 Digestão enzimática ... 17 4.5 Análise Estatística ... 17 5 RESULTADOS ... 18 6 DISCUSSÃO ... 20 7 CONCLUSÃO ... 23 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 24 ANEXO ... 28

(9)

RESUMO

O Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença auto-imune caracterizada pela perda da tolerância imunológica, produção de auto-anticorpos e amplo espectro de manifestações clínicas. Alguns estudos têm observado associação do polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) na região promotora do gene IL10 (-819 T/C)(rs1800871) como fator de risco para LES em diferentes grupos étnicos, embora a participação deste gene em LES não esteja esclarecida, o que já está descrito na literatura é um aumento da produção da citocina em pacientes com LES. Para investigar a possível associação entre o polimorfismo na região promotora do gene IL10 (-819 T/C)(rs1800871) com susceptibilidade para LES e suas manifestações clínicas em brasileiros, foi realizado um estudo caso-controle de base geográfica envolvendo 61 casos de LES em pacientes e 61 controles, pareados pelo sexo e idade. Para a genotipagem desta região foi utilizada a técnica PCR-RFLP (restriction fragment length polymorphism -polymerase chain reaction). Os resultados sugerem ausência de associação do SNP IL-10 rs1800871 e susceptibilidade ao LES. No grupo caso não houve diferença estatística em relação ao grupo controle quando comparados às distribuições genotípicas (P= 0,437). Com relação aos critérios ACR para uniformização dos estudos científicos de LES, também não foi observada associação entre qualquer um dos onze critérios em LES (P>0,05) e a presença do polimorfismo IL10 rs1800871. Por fim, foram executados estudos de associação entre características clínicas específicas, como: anemia, anemia hemolítica, abortamentos, morbidade obstétrica, trombose venosa e arterial e o polimorfismo. Para nenhuma dessas, a ausência do alelo C foi considerada fator protetor ou fator de risco (P>0,005).

(10)

ABSTRACT

Systemic lupus erythematosus (SLE) is an autoimmune disease characterized by loss of immune tolerance, autoantibody production and a broad spectrum of clinical manifestations. Some studies have observed the association of the single nucleotide polymorphism (SNP) in the promoter region of the IL10 gene (-819 T / C) (rs1800871) as a risk factor for SLE in different ethnic groups, although the participation of this gene in SLE is not clear, what is already described in the literature is an increase of cytokine production in patients with SLE. In order to investigate the possible association between the polymorphism in the IL10 (-819 T / C) promoter region (rs1800871) with susceptibility to SLE and its clinical manifestations in Brazilians, a case-control study was carried out on a geographic basis involving 61 cases of SLE in patients and 61 controls, matched by sex and age. For the genotyping of this region, the PCR-RFLP (restriction fragment length polymorphism -polymerase chain reaction) technique was used. The results suggest a lack of association of SNP IL-10 rs1800871 and susceptibility to SLE. In the case group there was no statistical difference in relation to the control group when compared to the genotypic distributions (P = 0.437). Regarding the ACR criteria for the standardization of SLE scientific studies, no association was observed between any of the eleven criteria in SLE (P> 0.05) and the presence of the IL10 polymorphism rs1800871. Finally, association studies were performed between specific clinical features, such as anemia, hemolytic anemia, abortion, obstetric morbidity, venous and arterial thrombosis, and polymorphism. For none of these, absence of the C allele was considered a protective factor or risk factor (P> 0.005). Keywords: IL10, polymorphism, lupus.

(11)

1 INTRODUÇÃO

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica caracterizada por vários danos aos órgãos, várias manifestações clínicas e títulos altos de autoanticorpos (ASKANASE et al. 2012). O LES tem patogênese multifatorial, com fatores ambientais e genes de susceptibilidade envolvidos no desenvolvimento da doença (BERTSIAS et al. 2012). O LES, por ter uma natureza sistêmica, se manifesta clinicamente de formas diversas, sendo as articulações, o sistema nervoso, a pele, os elementos sanguíneos e outros, fortemente envolvidos. As manifestações ocorrem de forma variada em cada paciente e ao longo do tempo podem mudar (MINA, BRUNNER. 2010). Assim, há um grande interesse na identificação de biomarcadores que são responsáveis pelo aparecimento e progressão da doença.

Polimorfismos localizados dentro de regiões promotoras de genes de citocinas como TNF-a (ANGELO et al. 2012), IL8 (HUANG et al 2006), IL6 (CHUA et al. 2009), IL10 (SONG et al. 2013) e IFN-c (KIM et al. 2010), principalmente polimorfismos de nucleotídeo único, afetam a transcrição gênica, podendo causar elevadas variações na produção de citocinas e, por isso, têm se mostrado envolvidos nas características clínicas do LES, como susceptibilidade, gravidade e tipos de manifestação.

A interleucina 10 (IL-10) é uma citocina de vasta ação com fortes propriedades imunossupressoras e é incisiva na regulação da resposta imune, principalmente por meio da inibição de mediadores pró-inflamatórios. Esta proteína é produzida principalmente por células T ativadas, monócitos/macrófagos ativados, células B estimuladas e mastócitos (SABAT; ROBERT et al. 2010). Foi descrito certo número de polimorfismos do promotor do gene IL-10. A região promotora do gene IL-10 é polimórfica e se localiza em 1q31-32, tem três polimorfismos de nucleotídeo único em -1082 (G/A), -819 (C/T), e -592 (C/A) (LIU et al. 2013).

Algumas doenças autoimunes foram associadas aos polimorfismos de gene 10, como asma, artrite reumatoide e psoríase (LEE et al, 2012). Os níveis de IL-10 estão associados com a atividade ou susceptibilidade de doenças autoimunes. Os baixos níveis de expressão da 10 têm um papel na patogênese da asma, a

(12)

10 pode modular a gravidade da doença na artrite reumatoide e a deficiência de IL-10 é uma característica da psoríase (LEE et al. 2012; TARZI et al. 2006).

Os níveis de IL-10 no LES são significativamente elevados e correlacionam-se com a atividade da doença (GODSELL et al. 2016). Há relatos na literatura sobre a associação: produção de IL-10 e polimorfismos de IL-10 (LOPEZ, 2010). Uma vez que a IL-10 é um estimulador forte da maturação das células B e da produção de imunoglobulinas, a atividade aumentada de IL-10 é considerada uma característica principal da hiperatividade das células B no LES (KALAMPOKIS, 2013). Assim, a IL-10 é considerada um gene interessante no estudo do LES baseado em sua localização cromossômica e relevância funcional (LIU et al. 2013). É justificado então o estudo sobre os efeitos dos polimorfismos do gene IL10 em relação ao LES, como o investigado nesse trabalho: nucleotídeo único na região promotora, posição -819 T/C.

(13)

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

O objetivo deste estudo é investigar a associação do polimorfismo da região promotora do gene IL10 (-819 T/C)(rs1800871) com a ocorrência de LES em uma amostra brasileira.

2.2 Objetivos Específicos

a) Identificar a frequência do polimorfismo da região promotora do gene IL10 (-819 T/C), cromossomo 1, posição 1q31-q32, em pacientes com LES atendidos por um hospital do Distrito Federal, Brasil;

b) Investigar se o polimorfismo na região promotora do gene IL10 está associado com a susceptibilidade à patologia auto-imune LES e ao prognóstico dos pacientes.

(14)

3 JUSTIFICATIVA

Como o nível de produção da citocina IL-10 é fator de risco para o desencadeamento da patologia e que o polimorfismo da região promotora do gene IL10 -819 T/C (rs1800871) está associado com o aumento endógeno dessa citocina, é necessária a investigação de associação entre o polimorfismo e o desencadeamento dos quadros de LES, para o entendimento da etiopatogenia da doença e ajudar tanto no diagnóstico como no prognóstico de pacientes.

(15)

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Participantes da pesquisa

O estudo foi conduzido com 122 participantes, sendo pacientes diagnosticados como portadores de LES (61 mulheres, entre os 18 e 76 anos, idade de 37 ± 12 anos) e 61 controles. Estas pacientes portadoras de LES foram recrutadas em uma unidade hospitalar do Distrito Federal. As participantes selecionadas preencheram os critérios de classificação revisados e modificados pelo American College of Rheumatology (ACR), em 1982 (TAN et al., 1982) e 1997(HOCHBERG, 1997).

As características clínicas de cada paciente com LES foram avaliadas cuidadosamente a partir dos respectivos prontuários. Comprometimento renal, perfil de auto-anticorpos, e ademais características clínicas também foram registradas. O comprometimento renal foi definido como proteinúria considerada maior que 0,5g/24 horas ou comprovada por biópsia de nefrite lúpica. Foram utilizados os altos índices para o título de anti-dsDNA e reduzidos para o nível C3. Para cada paciente foram determinados o número de critérios do ACR, o índice de SLE Disease Activity (SLEDAI) e o Lúpus Internacional de Colaboração Clínicas (SLICC) / Índice de Danos ACR.

Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da FEPECS (ANEXO 1).

4.2 Extração de DNA

O DNA foi extraído de sangue periférico com uso do kit Invisorb Spin Blood Mini Kit (250) da empresa Invitek (catálogo #CA10-0005, lote #1031100300). A concentração de DNA foi determinada em corrida eletroforética em gel de agarose a 1%, corado com brometo de etídio. O rendimento médio alcançado foi de 20 ng/µL.

(16)

4.3 PCR (Reação em cadeia de Polimerase) Qualitativo

A PCR é um método baseado na habilidade da enzima DNA polimerase em sintetizar novas cadeias de DNA complementar a uma cadeia molde. Este quesito permite delinear uma região específica da sequência do molde que se pretende amplificar. Ao final da reação de PCR, a sequência específica é replicada em milhões de cópias.

As sequências de oligonucleotídeos utilizadas neste trabalho foram (Invitrogen Inc):

Senso 5-TCATTCTATGTGCTGGAGATGG-3' Antisenso 5'-TGGGGGAAGTGGGTAAGAGT-3'

Este par de oligonucleotídeos flanqueia a região promotora do gene IL-10, no qual ocorre uma troca do nucleotídeo T por C (rs1800871).

As condições de termociclagem foram: 94˚C por 5 minutos (desnaturação inicial), seguida por 35 ciclos de desnaturação a 94˚C por 30 segundos, anelamento dos oligonucleotídeos a 59˚C por 45 segundos e 72˚C por 55 segundos para a extensão dos fragmentos. A extensão final foi realizada a 72˚C por 8 minutos e resfriamento por 4 minutos. O equipamento utilizado foi o termociclador Life Express Thermal Cycler TC-96/G/H(b).

Em cada reação, foram utilizados 4,0 µL de DNA genômico na concentração de 2,5 ng/µL; 2,5 µL de tampão 10x (10 mM de Tris e 50 mM de KCl); 0,75 µL de MgCl2 (Ludwig Biotech®), 2 µL de dNTPs (2,5mM; Ludwig Biotech ®); 0,4 µL de Taq-Polimerase (Ludwig Biotech®, 5U/µL), 1 µL de cada oligonucleotídeo foward e reverse (IDT®, 10 pM); completando com água Milli-Q para um volume final de 25 µL por reação.

(17)

4.4 Digestão enzimática

O produto da PCR (fragmento, 209pb) foi digerido com a enzima MaeIII (Sigma Aldrich®). O alelo 1 (C) cria um novo sítio de restrição, e o fragmento de 209 pb é clivado em dois de 125 pb e 84pb; o alelo 2 (T) não é clivado pela enzima, e assim, o polimorfismo foi dividido em genótipo de clivagem (CC), heterozigoto (CT) e genótipo de não clivagem (TT). Para montagem do sistema de digestão foram utilizados: 10,0 µL da PCR; 5µL de tampão 10x UB; 1 µL de enzima NcoI (10U/µL), completando com água Milli-Q para um volume final de 50 µL por reação. O sistema foi mantido a 37˚C por 3 horas.

Os produtos da digestão foram submetidos a uma corrida eletroforética em um gel de agarose a 3%, com brometo de etídio 0,1% em uma potência de 100W por 20 minutos.

4.5 Análise Estatística

As frequências genotípica e alélica dos pacientes foram descritas em termos de frequências absolutas e relativas (em porcentagem). Para associação das características clínicas para cada genótipo foi aplicado o teste qui-quadrado e o nível de significância adotado foi de 5%. Foi calculado o Odds ratio (OR) das frequências alélicas e genotípicas e utilizado intervalo de confiança (IC) de 95%. O programa estatístico utilizado foi o SPSS (versão 20.0, SPSS Inc., Chicago, IL, USA).

(18)

5 RESULTADOS

A frequência genotípica do polimorfismo IL10 rs1800871 nos controles estava em equilíbrio Hardy-Weinberg (P = 0,399). Ainda sobre a distribuição genotípica, os resultados sugerem ausência de associação do SNP da região promotora do gene IL-10 (-819 T/C) e susceptibilidade ao LES. O grupo caso não houve diferença estatística do grupo caso em relação ao grupo controle quando comparados às distribuições genotípicas (P= 0,437) (Tabela 1).

Com isto, o genótipo dominante TT esteve presente em mais da metade da amostra estudada, independente de qual grupo o participante foi disposto. Ainda, o alelo dominante estava presente em 70% da população, e também estava distribuído equitativamente entre os grupos (P = 0,192; OR = 1,46).

Tabela 1 – Distribuição genotípica e frequência alélica do polimorfismo na região promotora do gene IL10 (-819 T/C) em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). IL10 1800871 Grupo Lupus Controle N % N % P OR IC TT 38 62,3 31 50,8 CT 18 29,5 23 37,7 0,437 NA# NA CC 5 8,2 7 11,5 Total 61 100,0 61 100,0 TT 38 62,3 31 50,8 CT+CC 23 37,7 30 49,2 0,201 1,8 0,78-3,29 Total 61 100,0 61 100,0 T 94 77,0 85 69,7 C 28 23,0 37 30,3 0,192 1,46 0,82-2,59 Total 122 100,0 122 100,0

#NA= não se aplica

Com relação aos critérios ACR para uniformização dos estudos científicos de LES, também não foi observada associação entre qualquer um dos onze critérios e a presença do polimorfismo IL10 rs1800871 (P>0,05). Os estudos de associação estão descritos na tabela 2.

(19)

Tabela 2 - Distribuição genotípica do polimorfismo da região promotora do gene IL10 (-819 T/C) em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) conforme os critérios ACR. Critérios - ACR IL10 rs1800871 TT CT+CC Contagem N % da linha da camada Contagem N % da linha da camada P

ARTRITE NÃO EROSIVA - ACR 29 54,7% 24 45,3% 0,117

RASH MALAR - ACR 19 54,3% 16 45,7% 0,531

LESÕES DISCOIDES - ACR 3 42,9% 4 57,1% 0,654

FOTOSSENSIBILIDADE - ACR 19 46,3% 22 53,7% 0,316

SEROSITES - ACR 10 41,7% 14 58,3% 0,249

NEFRITES - ACR 19 57,6% 14 42,4% 0,252

HEMATOLÓGICO - ACR 27 50,0% 27 50,0% 0,722

ÚLCERAS ORAIS/NASAIS - ACR 6 50,0% 6 50,0% 0,949

FAN - ACR 31 50,8% 30 49,2% NA

ALTERAÇÃO IMUNOLÓGICA -

ACR 18 47,4% 20 52,6% 0,488

PSICOSE CONVULSÕES - ACR 4 44,4% 5 55,6% 0,679

Por fim, foram executados estudos de associação entre características clínicas específicas, como: anemia, anemia hemolítica, abortamentos, morbidade obstétrica, trombose venosa e arterial e o referido polimorfismo. Para nenhuma dessas, a ausência do alelo C foi considerada fator protetor ou fator de risco (P>0,005).

Tabela 3 - Distribuição genotípica do polimorfismo da região promotora do gene IL10 (-819 T/C) em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) conforme características clínicas Características clínicas IL10 rs1800871 TT CT+CC N % N % P ANEMIA 14 45,2% 13 43,3% 0,886 ANEMIA HEMOLÍTICA 4 12,9% 6 20,0% 0,454 ABORTAMENTOS 10 32,3% 4 13,3% 0,079 MORBIDADE OBSTÉTRICA 7 22,6% 2 6,7% 0,081 TROMBOSE VENOSA 1 3,2% 3 10,0% 0,285 TROMBOSE ARTERIAL 1 3,2% 2 6,7% 0,534

(20)

6 DISCUSSÃO

A análise de associação é uma abordagem eficaz na identificação de genes candidatos que contribuem para susceptibilidade à uma determinada doença. Uma associação positiva surge se uma das variantes testadas (genótipos ou alelos) está diretamente envolvida patogênese da doença, e esta associação deve ser válida na maioria ou todas as populações para que seja considerada como ponto relevante para o acompanhamento do diagnóstico ou do prognóstico do paciente (JORDE, 2004).

Por outro lado, também é possível que a associação seja observada não com o estudo de um marcador não envolvido diretamente na patogênese, e sim com um desequilíbrio de ligação entre este marcador e uma região gênica próxima, o que resulta no surgimento do desfecho.

Neste último caso, a possibilidade de uma associação é fortemente dependente do nível de desequilíbrio de ligação entre o marcador e a outra região gênica putativa, e isso pode variar muito conforme a história da população em particular que foi testada. Fatores como o isolamento genético, mistura entre diferentes grupos étnicos, e a deriva genética podem alterar as frequências genéticas dos haplótipos e, assim, modificar os desequilíbrios de ligação duas regiões gênicas (KRUGLYAK, 1999). Portanto, é importante que diferentes populações sejam analisadas para verificar se as associações relatadas anteriormente são verdadeiras, e para aumentar a probabilidade de detectar novas associações.

O presente estudo apontou que não há associação estatisticamente significante entre o polimorfismo IL10 rs1800871 e susceptibilidade ao LES em uma população atendida em unidade hospitalar do Distrito Federal. Até o presente momento, não há estudos brasileiros que associam este polimorfismo e o desfecho lúpico. Há outro estudo latino americano (em colombianos) que também apontou que não há associação deste polimorfismo com LES (CRAWLEY; WOO; ISENBERG, 1999). Também não foi verificada esta associação em uma amostra anglo-saxônica (GUARNIZO-ZUCCARDI et al. 2007).

No entanto, um recente estudo egípcio com 96 mulheres verificou que esta região polimórfica esteja relacionada à ocorrência de LES, sendo que há uma

(21)

redução da frequência dos genótipos CC e CT nos pacientes com LES em relação ao grupo controle (TALAAT, R. M. et al., 2016). Uma meta-análise desenvolvida por Song et al. (2013) apontou também o alelo C como fator de risco para desenvolvimento de LES em pacientes asiáticos.

Portanto, a literatura é divergente no tocante à associação: polimorfismo IL10 rs1800871 e susceptibilidade ao LES, e assim não é conclusivo o efeito desta mutação sobre o desfecho.

Outros estudos que envolvem este polimorfismo tratam de dificuldades relacionadas à gestação. Por exemplo, um estudo francês relatou que as portadoras do alelo Rs1800871 (T) foram três vezes mais propensas a terem suas gestações interrompidas no ínício da gestação (<10 semanas) do que as portadoras do alelo (C), com base em um estudo de aproximadamente 500 gravidezes (COCHERY-NOUVELLON et al., 2009).

As mulheres portadoras de lúpus cursam com gestações de alto risco, pois exibem maiores taxas de abortamento (com registros de 20 a 22%), partos prematuros, restrição do crescimento fetal, mortalidade perinatal. Como consequência clínica, o momento para a concepção deve ser programado em período fora de atividade da doença, quando a paciente, possivelmente, estará utilizando pequenas doses de corticosteroide (RUIZ-IRASTORZA, G. et al. 2004).

Como geralmente estas pacientes apresentam presença anticorpos antifosfolípides, e isto pode ser a principal causa destes abortamentos; e a superexpressão de IL-10 afeta a biossíntese de autoanticorpos que ocorre em pacientes com LES (CIGNI et al, 2014), o presente estudo também verificou a associação do polimorfismo da região promotora de IL10 e a presença de abortamentos nas pacientes, e não apontou associação estatisticamente relevante entre a mutação genética e o desfecho clínico desfavorável.

Outras características clínicas também não foram associadas ao desfecho lúpico. É importante ressaltar que a ainda, a participação da IL-10 em LES permanece não esclarecida, o que já está descrito na literatura é um aumento da produção da citocina foi observado em pacientes com LES (MCCARTHY et al., 2014). Porém, para este polimorfismo, o aumento da expressão da proteína não estava associado a um tipo específico de genótipo analisado, estando sempre

(22)

aumentado em relação a produção em controle para o mesmo genótipo (TT, CT ou CC) (TALAAT, R. M. et al., 2016).

(23)

7 CONCLUSÃO

Em conclusão, este estudo preliminar indicou que nenhum dos genótipos do polimorfismo IL10 rs1800871 podem ser considerados como fator de risco para LES, e que, portanto, este polimorfismo não teria um papel na suscetibilidade ao LES nos pacientes. A presença do polimorfismo também não se associa ao prognótico ou manifestações clínicas descritas, como os critérios ACR ou abortamentos.

A complexidade do polimorfismo das citocinas evoca a necessidade de uma meticulosa análise do seu papel no LES, a fim de especificar associações com diferentes desfechos, particularmente sob aspectos funcionais, no contexto da fisiopatologia do LES. Contudo, o número de pacientes e controles saudáveis neste estudo foi relativamente pequeno, portanto estudos com mais pacientes e controles devem ser conduzidos.

(24)

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASKANASE, Anca; SHUM, Katrina; MITNICK, Hal. Systemic lupus erythematosus: an overview. Social work in health care, v. 51, n. 7, p. 576-586, 2012.

BERTSIAS, George; CERVERA, Ricard; BOUMPAS, Dimitrios T. Systemic lupus erythematosus: pathogenesis and clinical features. EULAR textbook on rheumatic

diseases, Geneva, Switzerland: European League Against Rheumatism, p.

476-505, 2012.

MINA, Rina; BRUNNER, Hermine I. Pediatric lupus—are there differences in presentation, genetics, response to therapy, and damage accrual compared with adult lupus?. Rheumatic Disease Clinics of North America, v. 36, n. 1, p. 53-80, 2010.

ANGELO, Hildson Dornelas et al. Tumor necrosis factor alpha promoter polymorphism− 308 G/A in Brazilian patients with systemic lupus erythematosus. Human immunology, v. 73, n. 11, p. 1166-1170, 2012.

HUANG, Chung‐Ming et al. Lack of association of interleukin‐6 and interleukin‐8 gene polymorphisms in Chinese patients with systemic lupus erythematosus. Journal of clinical laboratory analysis, v. 20, n. 6, p. 255-259, 2006.

CHUA, K. H. et al. Interleukin-6 promoter polymorphisms (-174 G/C) in Malaysian patients with systemic lupus erythematosus. Brazilian Journal of Medical and

Biological Research, v. 42, n. 6, p. 551-555, 2009.

SONG, Gwan Gyu et al. Associations between interleukin-10 polymorphisms and susceptibility to systemic lupus erythematosus: a meta-analysis. Human

(25)

KIM, Kwangwoo et al. Interferon-gamma gene polymorphisms associated with susceptibility to systemic lupus erythematosus. Annals of the Rheumatic Diseases, v. 69, n. 6, p. 1247-1250, 2010.

SABAT, Robert et al. Biology of interleukin-10. Cytokine & growth factor reviews, v. 21, n. 5, p. 331-344, 2010.

LIU, Ping et al. IL-10 gene polymorphisms and susceptibility to systemic lupus erythematosus: a meta-analysis. PLoS One, v. 8, n. 7, p. e69547, 2013.

LEE, Young Ho et al. Associations between interleukin-10 polymorphisms and susceptibility to rheumatoid arthritis: a meta-analysis. Molecular biology reports, v. 39, n. 1, p. 81-87, 2012.

LEE, Young Ho et al. Associations between interleukin-10 polymorphisms and susceptibility to psoriasis: a meta-analysis. Inflammation Research, v. 61, n. 7, p. 657-663, 2012.

TARZI, M. et al. Induction of interleukin‐10 and suppressor of cytokine signalling‐3 gene expression following peptide immunotherapy. Clinical & Experimental

Allergy, v. 36, n. 4, p. 465-474, 2006.

NIE, Wei et al. Interleukin-10 promoter polymorphisms and asthma risk: a meta-analysis. Cytokine, v. 60, n. 3, p. 849-855, 2012.

GODSELL, Jack et al. Clinical associations of IL-10 and IL-37 in systemic lupus erythematosus. Scientific Reports, v. 6, 2016.

LÓPEZ, Patricia; GUTIÉRREZ, Carmen; SUÁREZ, Ana. IL-10 and TNF α Genotypes in SLE. BioMed Research International, v. 2010, 2010.

(26)

KALAMPOKIS, Ioannis; YOSHIZAKI, Ayumi; TEDDER, Thomas F. IL-10-producing regulatory B cells (B10 cells) in autoimmune disease. Arthritis research & therapy, v. 15, n. 1, p. 1, 2013.

TAN, Eng M. et al. The 1982 revised criteria for the classification of systemic lupus erythematosus. Arthritis & Rheumatism, v. 25, n. 11, p. 1271-1277, 1982.

HOCHBERG, M. C. Updating the American College of Rheumatology Revised criteria for the classification of Systemic Lupus Erythematosus. Arthritis & Rheumatism, v. 40, n. 9, p. 1997, 1997.

JORDE, Lynn B. Genética médica. Elsevier Brasil, 2004.

KRUGLYAK, Leonid. Genetic isolates: Separate but equal?. Proceedings of the

National Academy of Sciences, v. 96, n. 4, p. 1170-1172, 1999.

CRAWLEY, Esther; WOO, Patricia; ISENBERG, David A. Single nucleotide polymorphic haplotypes of the interleukin‐10 5′ flanking region are not associated with renal disease or serology in caucasian patients with systemic lupus erythematosus. Arthritis & Rheumatism, v. 42, n. 9, p. 2017-2018, 1999.

COCHERY-NOUVELLON, Eva et al. Interleukin 10 gene promoter polymorphisms in women with pregnancy loss: preferential association with embryonic wastage. Biology of reproduction, v. 80, n. 6, p. 1115-1120, 2009.

GUARNIZO‐ZUCCARDI, P. et al. Cytokine gene polymorphisms in Colombian patients with systemic lupus erythematosus. Tissue antigens, v. 70, n. 5, p. 376-382, 2007.

TALAAT, R. M. et al. Genetic polymorphisms of interleukin 6 and interleukin 10 in Egyptian patients with systemic lupus eythematosus. Lupus, v. 25, n. 3, p. 255-264, 2016.

(27)

RUIZ‐IRASTORZA, G. et al. Measuring systemic lupus erythematosus activity during pregnancy: validation of the lupus activity index in pregnancy scale. Arthritis Care &

Research, v. 51, n. 1, p. 78-82, 2004.

CIGNI, Alessandro et al. Interleukin 1, interleukin 6, interleukin 10, and tumor necrosis factor α in active and quiescent systemic lupus erythematosus. Journal of

Investigative Medicine, v. 62, n. 5, p. 825-829, 2014.

MCCARTHY, Eoghan M. et al. The association of cytokines with disease activity and damage scores in systemic lupus erythematosus patients. Rheumatology, v. 53, n. 9, p. 1586-1594, 2014.

(28)

ANEXO

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho objetivou avaliar as características da inflorescência de cultivares de coqueiro nas épocas seca e chuvosa do ano.O ensaio foi conduzido no Platô de Neópolis/SE através

Considerando estes critérios, foi possível concluir através deste trabalho que a Pilha Dupla é a técnica que permitiu a melhor adequação do IPV6 em uma

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

No capítulo 2, a fundamentação teórica basea-se em temas como: trabalho, trabalho nas indústrias, divisão do trabalho, relações de trabalho, organização do trabalho,

Os artigos que compõe essa dissertação buscaram investigar de diferentes formas a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos sob a ótica da Economia Circular. As questões de

Dendogramas resultantes da análise de agrupamento hierárquico dos modelos do IPCC-AR4, para precipitação nos meses de janeiro a junho (A) e de julho a dezembro (B) do

uma região cujo potencial é nulo. No ponto, x = 0, essa partícula atingi uma barreira cuja energia potencial é metade da energia cinética inicial dessa partícula, essa barreira

The North, Northe- ast and Central-West regions, precisely the regions with the lowest HDI,presented LGBT homicide rates above the national rate.LGBT homicides are typically