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Prática pedagógica docente e a leitura em sala de aula dos anos iniciais

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Academic year: 2021

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(1)1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CAMPUS DE CAMPINA GRANDE CENTRO EDUCAÇÃO - CEDUC CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA. LUCIANA QUINTINO DE QUEIROZ. PRÁTICA PEDAGÓGICA DOCENTE E A LEITURA EM SALA DE AULA DOS ANOS INICIAIS. Campina Grande-PB 2016.

(2) 2 LUCIANA QUINTINO DE QUEIROZ. PRÁTICA PEDAGÓGICA DOCENTE E A LEITURA EM SALA DE AULA DOS ANOS INICIAIS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito parcial para a obtenção do título de licenciada em Pedagogia.. Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Cristina de Aragão Araújo.. Campina Grande-PB 2016.

(3) 3.

(4) 4.

(5) 5. RESUMO. Este estudo objetivou analisar como, no cotidiano de sala de aula, a professora de uma escola pública em Campina Grande trabalha em sua ação pedagógica a prática de leitura dos alunos no ensino fundamental I. Pretendemos ainda discutir sobre a formação do professor e a prática pedagógica, enfatizando o papel da leitura no contexto da sala de aula; refletir sobre a leitura e os desafios de trabalhar a prática leitora com alunos do fundamental I e analisar como a professora dos anos iniciais lida com a leitura, com alunos de uma escola pública campinense. Como procedimento metodológico, foi realizado uma pesquisa de campo de natureza qualitativa, utilizando-se de um questionário realizado com a professora da turma do 2º ano dos anos iniciais. Como referencial teórico, trabalhamos a partir das obras de autores como Libâneo (1994), Sônia Kramer (2001), Candau (2014), Dóris Bolzan (2002), além dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (BRASIL, 1997). O processo de leitura nos anos iniciais deve se iniciar com a conscientização da criança para entender por que ela precisar ler e para que ler. Exemplo disto é promover atividades de leitura através de diversos gêneros textuais, pois a criança entenderá que necessita da leitura constantemente no seu cotidiano. Conclui-se com a percepção de que existe, sim, a possibilidade de trabalhar com a leitura de uma forma diferenciada e prazerosa quando o professor oferece um suporte no auxílio à leitura.. Palavras-Chave: Leitura. Formação do professor. Prática pedagógica..

(6) 6. LISTA DE FIGURAS. FIGURA 01. Escola Estadual de Ensino Fundamental Santo Antônio .................. 16. FIGURA 02. Momento da roda de leitura na área externa da escola ..................... 17. FIGURA 03. Momento do jogo soletrando ............................................................ 18. FIGURA 04. Momento da leitura deleite na sala de vídeo ..................................... 18.

(7) 7 SUMÁRIO. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 08. 1. REFLEXÕES SOBRE OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE E A QUESTÃO DA LEITURA NA SALA DE AULA .......................................... 11 2. A LEITURA NOS ANOS INICIAIS E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA PROFESSORA: RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE PESQUISA.... 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 23. REFÊRENCIAS ................................................................................................. 24.

(8) 8 INTRODUÇÃO. A leitura como meio de se ter acesso às informações é de suma importância para o aprendizado e desenvolvimento humano. Na infância, a criança começa a despertar o interesse pela leitura, que surge muito antes de ela adentrar o ambiente escolar, pois são inúmeros os benefícios comprovados por pesquisas científicas que a criança obtém através do contato com a leitura. Entre eles, estão: o seu desenvolvimento intelectual, a capacidade de ordenar seu raciocínio lógico, o aprimoramento da capacidade de se expressar, o desenvolvimento da criatividade e do processo cognitivo, além do contributo para a ampliação do vocabulário. Nesse sentido, a escola tem um importante papel na formação desses novos leitores. Nos anos iniciais, a criança precisa ver a leitura como algo que lhe propicie prazer, e quem pode propiciar este tipo de atitude é o professor. O que ele lê é fundamental para a formação e também para o desenvolvimento do processo de aprendizagem dos seus alunos, ou seja, antes de tudo, o professor precisa ser um leitor, já que ele é um formador de leitores. Para tanto, temos como objetivo geral: Analisar como, no cotidiano de sala de aula, a professora de uma escola pública em Campina Grande-PB trabalha em sua ação pedagógica a prática de leitura dos alunos no ensino fundamental I. Nosso trabalho se situa no campo da educação nas discussões sobre formação de professor e prática pedagógica docente, no sentido de compreender como é a formação desse professor, sua prática pedagógica e como ele percebe a leitura no cotidiano escolar. De forma específica, pretende-se: a) discutir sobre a formação do professor e a prática pedagógica, enfatizando o papel da leitura no contexto da sala de aula; b) refletir sobre a leitura e os desafios de trabalhar a prática leitora com alunos do fundamental I e analisar como a professora dos anos iniciais lida com a leitura, com alunos de uma escola pública campinense. Portanto, definimos como problema de pesquisa a seguinte investigação: Entender como, na Escola Pública de Ensino Fundamental Santo Antônio, em uma sala do 2° ano dos anos iniciais, a leitura está sendo vivenciada pelos alunos a partir da prática pedagógica da professora, e de que modo a docente em sala de aula lida com as dificuldades dos alunos em relação à leitura. Para concretizar nosso intento, como referencial teórico, trabalhamos a partir das obras de autores como Libâneo (1994), Sônia Kramer (2001), Candau (2014) e Dóris Bolzan (2002)..

(9) 9 Nosso interesse pelas dificuldades enfrentadas pelo (a) professor (a) em sala de aula para trabalhar com a leitura surgiu através de observações feitas durante o estágio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID. Através desse programa, atuamos na Escola Estadual de Ensino Fundamental Santo Antônio, localizada no bairro do Castelo Branco, na cidade de Campina Grande-PB. A proposta do projeto que desenvolvemos através desse programa foi trabalhar intervenções pedagógicas individualizadas com os alunos do 2º ano, a fim de identificar os alunos que apresentavam mais dificuldades no processo de leitura e escrita e ajudá-los a superar tais dificuldades, avançando, consequentemente, no desenvolvimento da aprendizagem, juntamente com os demais alunos da turma. Com isto, surgiu a ideia de desenvolver uma pesquisa de final de curso sobre a questão da leitura, com ênfase principal na visão da professora. Isto se deu ao perceber a importância da leitura e reconhecendo a escola como espaço de formação permanente para todos os conteúdos envolvidos em uma prática escolar, dentre os quais figura a leitura, pois ela é muito importante para toda a formação escolar, desde a educação infantil até o final da escolaridade, bem como para toda a vida. Nossa pesquisa se configurou como um estudo realizado através de pesquisa qualitativa, que, segundo Schmidt (1994, p. 21), trata-se de uma pesquisa que possibilita estudar os fenômenos que envolvem os seres humanos e suas intrincadas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes. Dito de outro modo:. Consiste em um conjunto de práticas materiais e interpretativas que dão visibilidade ao mundo. A pesquisa qualitativa envolve uma abordagem naturalista, interpretativa, para o mundo, o que significa que seus pesquisadores estudam as coisas em seus cenários naturais, tentando entender, ou interpretar, os fenômenos em termos dos significados que as pessoas a eles conferem (DENZIN; LINCOLN, 2010, p. 17).. Quanto ao universo pesquisado, procuramos defini-lo de modo que sua análise se desenvolva como um Estudo de Caso, que, segundo Triviños (1987), é uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa aprofundadamente. Esta definição determina suas características, que são dadas por duas circunstâncias. Por um lado, a natureza e abrangência da unidade. Por outro lado, a sua complexidade está determinada pelos suportes teóricos que servem de orientação em seu trabalho ao investigador. Portando, a escolha por essa modalidade de pesquisa nos possibilitou o aperfeiçoamento e o desenvolvimento de novas ideias. A pesquisa de campo foi realizada em uma sala de aula com uma turma do 2° ano do fundamental I do turno da.

(10) 10 tarde, composta por 31 alunos na faixa etária adequada para a série, sendo eles nove meninos e 22 meninas. As aulas nesta turma são ministradas pela professora, sujeito de nossa pesquisa, a quem chamaremos de professora Orquídea, no intuito de respeitar a sua privacidade. Ela concluiu o magistério no ano de 1999 e o curso de Pedagogia no ano de 2008. Tem Especialização em Supervisão e Orientação Escolar e começou a atuar como professora mesmo antes da formação docente, iniciando como auxiliar de sala de aula. Além disso, teve experiência com a Educação Infantil - Maternal. Embora confessando não ser uma leitora assídua, desenvolve e propicia aos seus alunos momentos de leitura deleite. Inicialmente, desenvolvemos um questionário com nove perguntas feitas à professora, para que pudéssemos ter um diagnóstico, na visão dela, de como estava sendo realizado o processo de aprendizagem da leitura na turma e de que maneira ela estava desenvolvendo o seu método de trabalho. Observamos que, no momento da leitura deleite, ao iniciar o ano letivo, a professora sentia dificuldade em chamar a atenção dos alunos para o momento da leitura, talvez pela escolha do livro, que não despertava tanto o interesse das crianças. Outro ponto que observamos é que muitas crianças, em casa, não costumavam ter o incentivo dos pais em relação ao hábito de ler. Porém, no decorrer dos bimestres e com a nossa ajuda no desenvolvimento do Projeto Leitura em Movimento, e após o avanço de cada aluno, já era possível haver sorteio para o leitor do dia. Com o intuito de estimular a leitura, nós e a professora confeccionamos uma sacolinha, através da qual os alunos tinham acesso aos livros de literatura infantil uma vez por semana por meio de empréstimos. Dentro da sacola, seguia um comunicado aos pais e responsáveis a respeito do apoio e da contribuição com a leitura em família, além de uma ficha de leitura, na qual o aluno deveria escrever ou ilustrar algo sobre o livro. O livro, por sua vez, obedecia aos critérios para a seleção de acordo com o nível de leitura identificada na turma. Isto aconteceu inicialmente; mas, no decorrer do projeto, os alunos escolhiam qual livro desejariam ler. Caso o aluno não conseguisse realizar este tipo de leitura, ele se comprometeria a pedir para, em casa, outra pessoa ler. Os livros, para alguns, por não terem o hábito da leitura, tornavam-se desinteressantes e complicados. Por isso, algumas crianças sentiram grande dificuldade para escrever sobre o que entenderam da leitura feita. Essas atividades foram realizadas na perspectiva de que quem lê escreve bem, fala bem, interpreta bem, raciocina melhor. A professora Orquídea realizava um sorteio para dar a oportunidade a todos de lerem o livro escolhido por eles na frente da turma..

(11) 11 Com esta metodologia, era possível diagnosticar quem realmente fez a leitura em casa e qual deles apenas levou o livro, mas não cumpriram a atividade de leitura. Muitos relatos eram registrados, ou de esquecimento ou de falta de apoio e ajuda de alguém da família para direcionar a atividade. O presente artigo está dividido em três tópicos. No primeiro, abordaremos a questão da “Formação do professor e as práticas de leitura”. Trazemos reflexões a respeito de como está acontecendo a formação dos professores para os anos iniciais do ensino fundamental e, em contrapartida, analisar quais práticas pedagógicas esses professores estão utilizando no processo de formação de novos leitores. Num segundo momento, buscamos relacionar como a prática leitora da professora Orquídea tem influenciado os seus alunos em sala de aula. Por fim, no terceiro e último tópico, discutiremos, através de um questionário realizado com a docente, a importância do hábito da leitura e os desafios enfrentados por ela para trabalhar com o ensino e a aprendizagem da leitura em sala de aula.. 1. REFLEXÕES SOBRE OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE E A QUESTÃO DA LEITURA NA SALA DE AULA No desenvolvimento da leitura, o professor tem uma importante participação na construção do ensino e da aprendizagem dos seus educandos. Sua função é ser o principal mediador desse processo de conhecimento. Logo, temos como objetivo neste tópico promover uma reflexão a respeito da formação do professor e as dificuldades vivenciadas por ele no seu cotidiano em sala de aula, no que se refere ao incentivo da leitura entre os alunos, e verificar se a prática pedagógica realizada propicia favorecer o gosto e o prazer pela prática da leitura, a fim de possibilitar um ensino de mais qualidade. No Brasil, a necessidade de ser ter um professor com formação satisfatória é algo que vem sendo alvo de discussão. Sobre este assunto, Candau (2014) afirma que:. Multiplicam-se congressos, seminários, mesas-redondas, fóruns, e publicações sobre esses temas. Talvez possamos afirmar que nunca houve tanta inquietude em relação a esta problemática. Exaltados, às vezes romanticamente, ou negados e acusados de serem os principais responsáveis pelo baixo desempenho dos alunos nos testes nacionais e internacionais, os professores estão em evidência e no centro das controvérsias sobre a problemática atual educação brasileira [...] (CANDAU, 2014, p. 34)..

(12) 12 Entendemos, aqui, que a situação da formação dos professores é dramática em nosso país, gerando uma crise no meio educacional. Segundo Candau (2014, p. 34), “o magistério foi considerado durante muito tempo uma profissão valorizada socialmente, de prestígio e reconhecimento pelo seu potencial humanizador e seu compromisso com a formação para a cidadania”. Porém, nos últimos tempos, essa realidade mudou. Vários fatores têm contribuído para o fracasso da profissão. Dentre eles, a autora aponta para:. As condições de trabalho precárias que a grande maioria dos professores enfrenta, é possível detectar um crescente mal-estar entre os profissionais da educação. Insegurança, estresse, angústia parecem cada vez mais acompanhar o dia a dia dos docentes (CANDAU, 2014, p. 34).. No entanto, juntamente a essas condições, destacamos também as lacunas presentes na formação do professor, pois muitos, ao concluírem a formação, sentem dificuldades em enfrentar a sala de aula por medo de não conseguir atrelar sua base teórica à prática. Sobre essa problemática, Libâneo (1994, p. 28) assevera que “a formação profissional para o magistério requer, assim, uma formação teórico-prática”. Há uma forte tendência de se acreditar que o desempenho do professor em sala de aula só será possível se ele conseguir ter uma boa desenvoltura em sua prática. Entretanto, é preciso que exista o domínio das duas modalidades para que o professor consiga aperfeiçoar cada vez mais a qualidade do seu trabalho. Por sua vez, Libâneo (1994, p. 42) “evidencia que é preciso enfrentar e derrotar o fracasso escolar se se quer, que de fato, uma escola pública democrática”. Para tanto, é necessário rever a concepção de qualidade de ensino. O referido autor afirma ainda que “a escola e os professores têm sua parte a cumprir na luta contra o fracasso escolar” (LIBÂNIO, 1994, p. 42). E complementa:. O domínio da leitura e da escrita, tarefa que percorre todas as séries escolares, é a base necessária para que os alunos progridam nos estudos, aprendam a expressar suas ideias e sentimentos, aperfeiçoem continuamente suas possibilidades cognoscitivas e ganhem maior compreensão da realidade social (LIBÂNEO, 1994, p. 43).. O que podemos extrair das palavras de Libâneo (1994) é que ler e aprender a escrever são atividades indissociáveis e ambas estão associadas ao fracasso escolar. Portanto, no que tange aos professores, temos um desafio e uma grande.

(13) 13 responsabilidade em desenvolver práticas que estimulem um ensino mais eficaz. Ao mesmo tempo, precisamos rever se a escola está proporcionando ao professor um ambiente favorável para que ele consiga colocar a sua prática pedagógica em ação, pois a escola tem a obrigação de assegurar a todos o acesso ao conhecimento e garantir condições para que a prática de leitura e escrita aconteça de forma satisfatória. À medida que a escola oferece condições para o exercício da leitura, os alunos são convidados a adentrar positivamente no mundo fascinante da leitura. Para que isto aconteça, é preciso que o ambiente escolar disponha de recursos apropriados que favoreçam esse incentivo. Para este desenvolvimento, os PCN1 descrevem algumas condições. Dentre elas, destacamos as seguintes:. Dispor de uma boa biblioteca na escola; dispor de um acervo de livros de classe e outros materiais de leitura; organizar momentos de leitura livre [...]; planejar as atividades diárias de leitura [...]; oportunizar aos alunos a escolha de suas leituras [...]; possibilitar aos alunos o empréstimo de livros na escola [...]; construir na escola uma política de formação de leitores nos quais todos possam contribuir com sugestões (BRASIL, 1997, p. 58).. É importante que o docente disponha de uma metodologia diferenciada, para que as crianças se aproximem da leitura de maneira prazerosa. Os temas devem ser escolhidos juntamente com as crianças para que elas sintam prazer em estudar e pesquisar, e saber, assim, que a leitura é uma troca de conhecimentos. Ademais, devemse realizar rodas de leitura ao menos uma vez por semana. Ler com as crianças favorece seu entusiasmo em aprender a ler. O educador precisa ter disposição para dar mais atenção às crianças nessa fase da aprendizagem, pois cada docente vai descobrindo a sua própria maneira de explorar melhor a hora da leitura. Assim, a criança perceberá que também se beneficia do que vem escutando. Nesse sentido, é muito importante que o professor escolha livros que também a encantem. Somente nessas condições o livro deverá ser levado com entusiasmo para a criança. Portanto, o que faz a diferença é a prática e o esforço de cada educador. Nos anos iniciais, a criança começa a ter contato com a leitura a partir das imagens, pois elas adoram figuras, desenhos e cores. Por isso, é interessante que se mostre a elas os livros coloridos. Nesse primeiro momento da educação inicial, quando as crianças devem ter um arsenal de diferentes contextos de leitura, é importante que 1. Parâmetros Curriculares Nacionais..

(14) 14 elas não fiquem presas a recursos metodológicos tradicionais, como, por exemplo, leitura de textos sem contexto e desgastantes. É preciso que sejam inovados esses recursos, de modo diferente e atrativo, de uma forma lúdica e significativa, e não cansativa. As crianças se desenvolvem em situações de interação social nas quais conflitos e negociações de sentimentos, ideias e soluções são elementos indispensáveis. Ao ter essa vivência na educação, a criança se tornará um futuro leitor crítico, podendo assim, contribuir melhor para a sociedade em que vive. Destarte, é fundamental que a escola tenha a proposta de desenvolver projetos que estimulem o hábito pela leitura. Tal incentivo deve prosseguir também nas demais fases da educação. Em pesquisa sobre a importância do papel da leitura na formação do professor, Kramer (2001, p. 182) assinala que seria impossível ser professor sem ser leitor ou escritor. A autora evidencia que não vê a prática da leitura em segundo plano. Ela chama a atenção para a necessidade de o professor ser um constante leitor. Contudo, ele deve contribuir de forma positiva com o processo de despertar um olhar crítico e reflexivo em torno da sua prática docente. Partindo desse pressuposto, verifica-se a necessidade de qualificação dos docentes, já que o educador deve sempre estar em busca de uma formação contínua, que o subsidie no desenvolvimento do seu campo de trabalho. Ou melhor: Ao refletir sobre sua ação pedagógica, ele estará atuando como um pesquisador da sua própria sala de aula, deixando de seguir cegamente as prescrições impostas pela administração impostas pela administração escolar (coordenação pedagógica e direção) ou pelos esquemas preestabelecidos nos livros didáticos, não dependendo de regras, técnicas, guias de estratégias e receitas decorrentes de uma teoria proposta/imposto de fora, tornando-se ele próprio um produtor de conhecimento profissional e pedagógico (BOLZAN, 2002, p. 17).. A partir dessas reflexões, entende-se que muitos professores acham que seu papel é o de fazer a formação, não assumindo a responsabilidade de se autoatualizar, pois é preciso investigar a própria formação para construir o progresso profissional. No entanto, o que precisa ficar bem claro é que aquilo que aprendemos na formação inicial não é o suficiente para toda a carreira. É preciso que o professor esteja sempre em busca de uma formação continuada. Vivemos em uma sociedade em constantes mudanças, e, para acompanhá-las, é necessário que em todas as áreas da educação estejamos devidamente atualizados, o que é essencial para atuar como educador..

(15) 15 A formação do profissional da educação é um desafio. Por isso, ao terminar o curso de graduação, o professor se depara com a barreira da continuidade profissional. Nesse momento, ele tem a oportunidade de refletir sobre seu trabalho em sala de aula. Logo, o professor deve ter um conhecimento abrangente, de modo que ele não se limite apenas aos conteúdos propostos, mas busque ultrapassar a mera reprodução de conhecimento que resultará em uma qualidade de ensino melhor. Quanto mais o professor buscar se atualizar, ou seja, participar de palestras, seminários, congressos e outros cursos de capacitação, mais ele terá condições de apresentar resultados positivos com os seus alunos. A escola, por ser um espaço que atua como agente estimulador na vida desse profissional, deve ser sua principal incentivadora e promover capacitações contínuas a fim de favorecer ao professor agregar conhecimentos que o ajudem no desenvolvimento do seu trabalho, pois a formação do professor se dá quando ele analisa sua prática e, ao mesmo tempo, pensa em como poderia torná-la melhor.. 2. A LEITURA NOS ANOS INICIAIS E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA PROFESSORA: RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE PESQUISA Através da prática pedagógica da professora Orquídea, participante de nossa pesquisa, tivemos como eixo neste tópico analisar como ela consegue propiciar o estímulo pela leitura entre os alunos e observar quais critérios ela utiliza para oferecer suporte ao ensino e aprendizagem da leitura. O processo de leitura nos anos iniciais deve se iniciar com a conscientização da criança para entender por que ela precisar ler e para que ler. Exemplo disto é promover atividades de leitura através de diversos gêneros textuais, pois a criança entenderá que necessita da leitura constantemente no seu cotidiano. Embora a professora saiba das dificuldades enfrentadas em sala de aula para desenvolver o hábito e o gosto pela leitura, sendo a sala de aula um ambiente marcado pela heterogeneidade, deve-se contemplar atividades diversificadas e diferenciadas, como promover atividades de leitura através de diversos gêneros textuais, conforme orientam os PCN. Nesse sentido, a professora Orquídea, em sua prática pedagógica, não se restringia apenas ao método tradicional, a partir do qual a leitura é transmitida apenas pelo livro didático. A docente variava ao máximo seu recurso didático como forma de facilitar a aprendizagem e torná-la mais significativa para o aluno. Contudo, para que isto seja.

(16) 16 possível, é necessário que o professor esteja muito bem capacitado e preparado para explorar os recursos didáticos de uma forma bastante criativa. Na atuação da professora Orquídea, percebe-se que o desempenho dela na sala de aula estimula os seus alunos a querer participar de forma ativa em todas as atividades propostas. Como exemplo, foi observado que, na atividade de leitura do gênero poema, a professora dividiu a turma em grupos e distribuiu poemas variados a respeito do tema “Água”. Propôs que o grupo recitasse a poesia para a turma. Cada aluno realizava a leitura de uma estrofe do poema. Foi possível perceber nesta atividade a inibição de muitos e a desenvolturas de outros. Os alunos, que estão em processo no sistema de aquisição da leitura, identificaram apenas algumas palavras do texto, mas mostraram interesse de estar à frente realizando sua leitura. Com o auxílio da professora, eles conseguiram declamar sua estrofe da poesia.. FIGURA 01: Escola Estadual de Ensino Fundamental Santo Antônio.. Fonte: Arquivo pessoal de Luciana Quintino de Queiroz.. Outro momento em que pudemos observar o estímulo e o incentivo dado pela professora aos momentos de leitura foi que, diante da realidade da biblioteca da escola, que se encontrava em construção, ela aproveitou alguns livros do acervo da antiga biblioteca e os dividiu entre a turma, juntamente com os livros do acervo do PNAIC2 que faz parte do “Cantinho da Leitura”. Nesse dia, em especial, a professora convidou os alunos para a área externa da escola para fazer uma leitura deleite abaixo de uma castanhola existente na escola. Foi muito proveitoso, pois nessa atividade ela proporcionou aos alunos um acolhimento diferente, levando as crianças a observar a. 2. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa..

(17) 17 natureza ao seu redor e favorecendo relaxamento para que o entendimento e a interpretação da leitura acontecessem com mais entusiasmo. FIGURA 02: Momento da roda de leitura na área externa da escola.. Fonte: Arquivo pessoal de Luciana Quintino de Queiroz.. Em outro momento, ela se utilizou do jogo como uma ferramenta lúdica no processo de aprendizagem da leitura. Segundo os PCN (BRASIL, 1997, p. 87), “a criança inicia seu processo de alfabetização aprendendo a unir elementos, por exemplo, ao juntar as palavras formam-se frases”. Neste direcionamento, foi executado em sala de aula o jogo do soletrando pela professora Orquídea. Ela apresentou aos alunos uma lista com várias palavras e solicitou que eles realizassem leituras constantes dessas palavras em casa. No dia seguinte, foram selecionadas algumas palavras e trabalhada a separação silábica. Na próxima aula, foi executada a competição: a professora trouxe uma caixa com todas as palavras. Convidou o aluno para retirar uma palavra da caixa sem ver qual era e entregá-la à professora. Então, ela lia e o aluno repetia a palavra, dizia suas letras e as escrevia no quadro. Assim foi o processo com todos os alunos. Os que erravam a ortografia da palavra se sentavam, permanecendo na competição quem acertava. Houve premiação para o 1º e o 2º lugar. Registramos aqui a escolha da imagem anterior, que mostra um dos alunos que nos chamou a atenção. No entanto, todos se encontravam no processo do domínio da leitura e apresentaram avanços diante das atividades propostas. Eles não se negavam a tentar, realizavam suas atividades ao serem chamados a ir à frente da sala com auxílio e.

(18) 18 mostraram desenvoltura na escrita e leitura de palavras simples. Trata-se de um grande avanço, visto que antes não reconheciam sequer as letras do alfabeto.. FIGURA 03: Momento do jogo soletrando.. Fonte: Arquivo pessoal de Luciana Quintino de Queiroz.. Por fim, outro momento registrado da prática pedagógica da professora Orquídea foi a leitura deleite com vídeo, uma oportunidade inovadora de fazer uso da tecnologia na sala de aula, que vem contribuindo cada vez mais, pois é um método de prender a atenção da criança à leitura, seja em forma de filme ou em forma de slide.. FIGURA 04: Momento da leitura: deleite na sala de vídeo.. Fonte: Arquivo pessoal de Luciana Quintino de Queiroz.. Todo educador deve explorar cada recurso para que as crianças possam explorar um novo mundo no conhecimento. Desse modo, observamos que a professora Orquídea.

(19) 19 usa diferentes didáticas no trabalho com a leitura. Porém, essa didática deve ser uma prática constante e ela se inicia a partir do professor, que precisa ser um exemplo de bom leitor, proporcionando às crianças um convívio estimulante com a leitura. A sala de aula traz inúmeros desafios, que vão desde a questão metodológica à didática. Mas, um desafio que se torna cotidiano na vida da professora é como trabalhar a leitura em sala de aula. Tal atividade tem sido um dos grandes desafios para os professores. Desse modo, em nossa pesquisa na escola e durante nossa prática no PIBID, nós verificamos que a leitura tem sido um desafio muito grande para a professora da escola onde fizemos a pesquisa. Com relação à leitura, a professora Orquídea encontra inúmeros desafios em sua fala. Ao ser questionada sobre o que seria ser professora na visão dela, a professora Orquídea escreveu: “É uma profissão que exige além do nosso profissionalismo, exige o lado social e sentimental, para podermos exercer nossas atividades de acordo com o objetivo proposto nesta profissão3”. Dessa forma, Orquídea enfatiza que, para ser professor, é preciso ir além do profissionalismo, ou seja, ser professor é uma profissão que exige vários papéis, e um deles é dar condições ao sujeito para que ele se insira na sociedade de modo significativo. O professor tem como função social ajudar a formar esses sujeitos para a cidadania e para a vida de um modo geral. Ser professor é muito mais que transferir conhecimentos: é dar uma grande contribuição para a construção do ensino e da aprendizagem dos educandos. Sobre este assunto, constatamos que a questão do ser professor, tanto para Candau (2014) como para a professora colaboradora, trata-se de uma profissão que exige mais que profissionalismo, uma vez que o docente deve se posicionar criticamente em relação à sociedade e estar sensível à necessidade do aluno. Numa sociedade em que o hábito de leitura vem se tornando cada vez menos expressivo, julgamos ser importante saber da professora como ela observa a leitura dos alunos no cotidiano em sala de aula. A docente respondeu: “Precária, o ato de leitura, ou de aprender a ler, para muitas famílias se torna atividades restritas a escola, faltando então o incentivo e o apoio da família no estímulo a leitura4”. Ao dizer isto, Orquídea faz uma crítica de forma sutil à falta de estímulo por parte da família. O papel da família é vital no processo de construção do conhecimento da criança, principalmente no processo de aprendizagem da leitura. Infelizmente, muitos 3 4. Resposta concedida pela professora no questionário aplicado pela pesquisadora. Idem..

(20) 20 fatores têm contribuído para que ela não tenha contato com a leitura a partir do ambiente familiar. Hoje em dia, muitas vezes as crianças são educadas em casas sem a presença do pai ou da mãe, pois o perfil das famílias tem mudado bastante com os altos índices de divórcios. Diante disto, as crianças terminam por não ter alguém que as incentive ou em quem possam se espelhar como um exemplo de leitor, pois a leitura também é transmitida pelo exemplo, e isto para o professor torna-se algo bastante desafiador. Candau (2014, p. 34) “disserta que atualmente ser professor tornou-se uma atividade que desafia a sua resistência, saúde e equilíbrio emocional”, além da capacidade de enfrentar conflitos e construir diariamente experiências pedagógicas que tenham significado na vida do aluno. Concluímos que a visão da professora converge com o pensamento de Candau (2014), pois ambas apontam para a necessidade de uma formação docente voltada para a necessidade do aluno, formando-a como cidadão crítico. Sobre esta questão, a professora Orquídea afirmou que não basta a criança ter contato com os livros apenas na escola. É preciso que a prática leitora seja continuada e acompanhada pelos pais em casa. A professora, em sua fala, sugeriu como forma de fixação à leitura que os pais separassem um lugar da casa com a exposição de vários livros atrativos aos quais a criança possa ter acesso, bem como a importância de eles terem sempre um momento de leitura com seus filhos, jamais castigando-os com a punição através de leituras, pois, dessa forma, a criança terá uma visão negativa do livro. É preciso que seja mostrado o lado lúdico e atrativo do livro. Assim, a criança se conscientizará da importância dos livros para a sua educação e formação como cidadã. Diante de um país com tantas desigualdades e dificuldades, reconhecemos que muitos professores, em sua trajetória de formação, tiveram pouco acesso a um bem cultural tão importante como a leitura. Sobre esta questão, perguntamos à professora quais dificuldades ela teve em sua formação inicial com relação a trabalhar a leitura em sala de aula. Ela respondeu: “Como criar estratégias para atuar com aqueles alunos que apresentavam dificuldade em compreender o ato de ler5”. Constatamos que, com frequência, os professores em sua formação não dispõem de um subsídio que os prepare para as dificuldades enfrentadas no cotidiano da sala de aula no processo do desenvolvimento da leitura. Partindo desse pressuposto, verifica-se a necessidade de qualificação dos docentes através de uma formação continuada que lhe será útil na evolução de seu campo de trabalho, pois é preciso que o professor esteja 5. Resposta concedida pela professora no questionário aplicado pela pesquisadora..

(21) 21 apto a propiciar melhoria, mudanças e transformações no ensino. Sobre este assunto, Candau (2014, p. 34) “afirma que o professor precisa ressignificar saberes, práticas e atitudes e compromissos cotidianos orientados a promoção de uma educação de qualidade social para todos”. Outra dificuldade enfrentada no processo do ensino e aprendizagem da professora está no perfil de seus alunos em relação à leitura. A este respeito, perguntamos como ela identifica se os alunos gostam do momento de leitura ou se eles sentem dificuldade na compressão dessa atividade. Sua avaliação sobre essa pergunta foi a seguinte: “Estamos numa fase de metade da turma com leitura e escrita de bom domínio, outra parte dividida entre sendo alfabetizado e outro em processo de leitura de pequenas e simples frases6”. A construção de um ambiente alfabetizador é um desafio constante para o professor. Ele tem a tarefa árdua de ensinar a uma classe totalmente homogênea, onde se encontram várias crianças com níveis diferenciados. Desse modo, alguns alunos, por ainda não dominarem o processo de leitura, podem não sentir interesse pelo momento da leitura, pois, para eles, torna-se algo difícil e complicado. Questionamos também a professora sobre o perfil socioeconômico de seus alunos com o intuito de saber se ele contribuía no processo de aprendizagem da leitura. Ela nos respondeu que a maioria era composta de: “Alunos de famílias de baixa renda, filhos de mães solteiras, de pais desempregados, em sua maioria tirando seu sustento das ajudas de planos sociais7”. Percebemos que o afastamento das crianças da classe popular com relação à leitura, por ter pouco acesso a livros, jornais e até mesmo a ajuda dos próprios pais alfabetizados, leva essas crianças a precisar de um tempo e uma atenção maiores por parte da escola para que elas compreendam a importância da leitura em suas vidas. Ao considerar as condições socioeconômicas dos alunos, os professores podem criar estratégias interessantes para trabalhar de forma positiva com o processo de aprendizagem da leitura, como, por exemplo, trabalhar com subgrupos em sala de aula, identificando os alunos que têm a mesma dificuldade de aprendizagem. Assim, as crianças conseguirão ajudar-se mutualmente e ter um bom desempenho na aprendizagem. Como vimos, as crianças que, desde cedo, são incentivadas pelos seus responsáveis, professores e até mesmo pelo ambiente escolar a ter contato com os livros de literatura infantil com certeza terão um bom desenvolvimento no processo de ensino6 7. Resposta concedida pela professora no questionário aplicado pela pesquisadora. Idem..

(22) 22 aprendizagem. Observamos, na prática pedagógica da professora Orquídea, o quanto ela contribuiu de maneira prazerosa para o incentivo da leitura através das atividades propostas, as quais favoreceram o envolvimento das crianças a terem hábitos de leitura constantes, colaborando na interação e troca de experiências com os colegas. Através dos momentos de leitura, as crianças tiveram a oportunidade de desenvolver a imaginação e a competência narrativa, pois a professora não apenas lia para as crianças: ela incentivava que elas recontassem a história oralmente ou fazendo a representação da história através de desenhos. Com isto, as crianças foram desenvolvendo uma série de habilidades. Portanto, quando o professor, em sua prática pedagógica, oferece suporte para seus alunos, como acervo de livros, baús de leitura, entre outros benefícios para auxílio e incentivo à leitura, o aluno tem como desenvolver suas habilidades literárias e ampliar sua visão de mundo, desde que o educando trabalhe de forma adequada para que isto aconteça. Outro momento importante é permitir que a criança participe da escolha dos livros que serão lidos para elas. Assim, elas terão mais prazer em participar do momento de leitura e não ficarão presas a textos cansativos e não despertam o real gosto pela leitura. Devemos utilizar diferentes didáticas no trabalho com a leitura, ou seja, o professor deve trabalhar atividades com rótulos, embalagens, música, textos de música, enunciados de fatos interessantes retirados de jornais e revistas. Uma dica interessante é solicitar esta atividade durante o final de semana, pois, dessa forma, a criança terá a oportunidade de realizar a atividade juntamente com seus familiares, podendo aproveitar o momento em que o pai está lendo um jornal ou revista, o que desperta na criança o prazer de se aproximar da leitura. Dando continuidade a este processo de aprendizagem, a meta do ensino da leitura também é importante para criança romper as barreiras da timidez e expressar-se com clareza diante do público. Logo, o planejamento e a seleção das atividades pedagógicas da professora observada foram desenvolvidos de acordo com a necessidade de cada aluno. Diante destas considerações, o professor, na condição de mediador responsável pela transmissão de conhecimentos, deve estar aberto a novas perspectivas de ensino, tendo consciência de que deve propor conteúdos de acordo com a realidade social e cultural de cada educando..

(23) 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS. Nossos hábitos e comportamentos podem mostrar muito do que somos. Por isso, no processo de incentivo à leitura, o ideal é que o professor seja um exemplo de leitor para seus alunos. É certo que o hábito de ler é muito mais saudável e prazeroso quando incentivado desde os primeiros anos de vida. Considerando que a leitura possivelmente renderá frutos para toda a vida, é função da escola desenvolver o seu papel nesse processo, seja, possibilitando a toda criança o contato com a leitura antes mesmo de chegar à escola. Infelizmente, a realidade na grande maioria das escolas é bem diferente. Quanto à formação do professor, não podemos deixar de enfatizar que, diante das lacunas deixadas na formação inicial, o professor necessita de uma formação continuada, capaz de inspirá-lo a adotar uma postura comprometida com a prática, de maneira a tornar-se um profissional reflexivo em sua prática pedagógica. Nesse panorama, é imprescindível que educadores e educadoras, em um século considerado o da tecnologia, busquem qualificação por meio de formação continuada, uma vez que esta possibilita ao professor o aprimoramento da prática docente quanto ao preparo para enfrentar mudanças, principalmente no que diz respeito à utilização do método tradicional. Por esse motivo, faz-se necessário que o professor esteja qualificado, proporcionando para seus alunos novos saberes. A partir dessa compreensão, foi-nos possível perceber a importância de atividades diferenciadas e diversificadas para a construção do trabalho com a leitura, tornando-a, além de diferenciada e prazerosa, essencial como um suporte para o professor. Observar a sala de aula e a prática pedagógica da professora foi algo extremamente enriquecedor para a nossa vida profissional e, com certeza, nos servirá de auxílio para pôr em prática tudo o que for necessário quando estivermos exercendo a profissão. Entre outras, não podemos deixar de considerar as relevantes contribuições para a nossa formação, ao nos proporcionar refletir sobre a prática docente, a necessidade de não se acomodar apenas com uma formação inicial e saber que todo professor deve ter uma formação pedagógica que o ajude a enfrentar o novo contexto educacional vigente. Portanto, este trabalho nos permitiu vivenciar e conhecer de perto a realidade do cotidiano escolar e os problemas educacionais que os profissionais enfrentam no contexto atual em relação ao processo de leitura. Diante disto, trabalhar com a prática de.

(24) 24 leitura na sala de aula requer do professor propor atividades que contribuam para a leitura de mundo do aluno.. ABSTRACT This study aimed to analyze how, in classroom routine, a public school teacher from Campina Grande (Paraíba, Brazil) works in her pedagogical action elementary school students’ reading practice in the early years. We intend to discuss teacher education and teaching practice with emphasis to reading importance for classroom context; to reflect on reading and reading practice challenges for elementary school students, as well as to analyze how the teacher handles reading in early years with such students. Methodological procedure performed a qualitative field research trhough a questionnaire filled in by the 2nd year teacher. Theoretical framework is grounded in authors such as Libâneo (1994), Sonia Kramer (2001), Candau (2014) and Doris Bolzan (2002). Besides, we consulted Portuguese National Curriculum Parameters (BRAZIL, 1997). Reading process during early years should start with child's awareness to understand why s/he needs to read and what to read. As an example, one can promote reading activities through various genres, because the child will understand that reading is in constant need in his/her daily life. We conclude with the perception that there is indeed the possibility of working with reading in a different and enjoyable way when the teacher offers support in order to do so.. Keywords: Reading. Teacher’s training. Pedagogical practice. REFERÊNCIAS. BOLZAN, Dóris Pires Vargas. Formação de professores: compartilhando e reconstruindo conhecimentos. Porto Alegre: Mediação, 2002. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 1997. CANDAU, Vera Maria Ferrão. Ser professor/a hoje: novos confrontos entre saberes, culturas e práticas. Educação, Porto Alegre, v. 37, n. 1, jan./abr. 2014. DENZIN, Norma K.; LINCOLN, Yvonna S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. KRAMER, Sônia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professores em curso. São Paulo: Ática, 2001. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987..

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