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Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904

TÍTULO: A REINSERÇÃO SOCIAL DOS EGRESSOS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: DIREITO SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): SHIMENE CARLA GOMES MELO SANTOS, JESSICA SILVA LOPES AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): LUCIA MARIA CURVELLO STUDART ORIENTADOR(ES):

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A REINSERÇÃO SOCIAL DOS EGRESSOS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

1)RESUMO

A população carcerária no Brasil já chegou a ultrapassar a marca de meio milhão de presos. Como recuperar um preso que é submetido a um sistema prisional arcaico e falido? Como amparar esse preso ao retornar a sociedade, se aos olhos da maioria esse indivíduo não merece perdão?Ao invés deacontecer nos presídios: a ressocialização; o que na realidade acontece é uma constante afronta direta ao princípio da dignidade da pessoa humana (amparado pela Constituição/1988), um descaso à vida daqueles indivíduos, rotulando-os para sempre de “criminoso”, ou “marginal”.Diante desse grave problema é preciso discutir e mudar urgentemente a questão. Aplicar corretamente as legislações pertinentes como a Lei de Execução Penal (LEP), criando novos projetos como o “Começar de Novo”, desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em que propõe a capacitação profissional e recolocação no mercado de trabalho; porém o mais importante está na educação, na conscientização de toda a sociedade.

Palavras-chave: sistema penitenciário brasileiro, egresso, reinserção social 2)INTRODUÇÃO

A Lei de Execução Penal (LEP), Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984), prescreve os princípios e as regras que possibilitam a ressocialização do preso. A referida lei tem a preocupação em respeitar o preso como pessoa, como cidadão, e não simplesmente como criminoso. Nesta linha de respeito da pessoa do preso, a lei prevê o exame de personalidade, que visa uma análise do histórico de vida deste indivíduo, procurando compreender, portanto, o preso como pessoa, diferente do exame criminológico, que investiga a relação crime-criminoso.

Destarte, a reabilitação social constitui a finalidade precípua do sistema de execução penal, portanto os presos devem ter direito aos serviços que possibilitem e facilitem a reinserção social do condenado, não podendo faltar assistência material, moral e intelectual, indispensáveis para a efetivação da readaptação social.

Leis, programas, projetos só terão o efetivo resultado, se encontrarem no meio social o devido aceite, se a sociedade coadunar dos mesmos objetivos, se compartilhar dos ideais, ou seja,para que haja a eficácia deste processo será necessário a participação de todos. Serão necessárias mudanças de paradigmas, da “mentalidade social”, como descreve a autora Neder,1 assim como rompimento do conceito, da ideia cristalizada, de que o infrator condenado é um verdadeiro

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CANENA, Márcia Denise de. Pena Alternativa: Intervenção Mínima do Direito Penal ou

Ampliação do Estado Penal? Dissertação Mestrado em Ciências Jurídicas e Sociais.Niterói: UFF,

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delinquente, um ser sem recuperação que deve ser banido, ou melhor, exterminado do meio social. São essas visões distorcidas que herdamos e que marcaram as origens do pensamento jurídico do Brasil e que hoje são alimentadas e incentivadas por uma imprensa cada vez mais sensacionalista. Frequentemente, a televisão apresenta notícias que envolvem os crimes cometidos nas cidades, estimulando o sentimento de vingança e ódio pelas camadas mais pobres.

A questão é polêmica, atual e faz-se necessária a discussão. É preciso pensar na reinserção do egresso prisional como compromisso da sociedade para a sociedade em si, pois se acreditamos no sistema de justiça, temos que dar condições para que pessoas que cometeram um delito e pagaram sua dívida com a sociedade tenham condições de receber uma segunda chance.

3)OBJETIVOS

 Conhecer os aspectos históricos do sistema Penitenciário do Brasil;

 Demonstrar a essência autoritária do controle social contemporâneo por meio das políticas de encarceramento;

 Conhecer a característica do preso brasileiro;

 Compreender a importância da recolocação do egresso no mercado de trabalho, da assistência social, e do apoio do governo nessa fase;

 Conhecer e analisara Lei de Execução Penal (LEP);

 Analisarprojetos pertinentes ao egresso, como o “Projeto Começar de Novo” do CNJ;

 Conhecera vida dentro do cárcere através do contato direto com uma ex-detenta;

 Realizar pesquisa de campo, em Volta Redonda,para levantamento do percentual de ex-presidiários contratados nas indústrias e no comercio local. 4)METODOLOGIA

Metodologia interdisciplinar, de modo que se realize uma coordenação de conteúdos pertencentes às disciplinas diferenciadas, do campo da Sociologia, da Criminologia, do Direito, da História. Serão aliadas da pesquisa as propostas à investigação teórica, à pesquisa empírica e pesquisa de campo.

5)DESENVOLVIMENTO

Diversas leituras foram realizadas sobre a questão proposta no projeto, o tema“reintegração social o processo pelo qual “a sociedade (re)inclui aqueles que

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ela excluiu, através de estratégias nas quais esses 'excluídos' tenham uma participação ativa, isto é, não como meros “objetos de assistência”, mas como sujeitos.”2

Conhecer de perto o egresso, a ex-detenta, foi fundamental para comprovar os dados das pesquisas teóricas, dos registros dos diversos textos analisados e discutidos no grupo, o descaso e as condições precárias do sistema penitenciário brasileiro, ou seja, o desrespeito da dignidade humana.

A organização da pesquisa de campo foi necessária, pois a mesma será realizada no decorrer do segundo semestre, visando responder :

Será que a sociedade (Volta Redonda) recebe, incluio egresso prisional?

Como estes indivíduos etiquetados3, após cumprirem suas penas e deixarem o cárcere, poderão ser reinseridos à sociedade que os excluiu?

Como mudar o estigma da condenação, carregado pelo egresso, impedindo-o de retornar ao normal convívio em sociedade?

Em sociedades democráticas, de uma legislação eficaz com relação a ressocialização do infrator, ocorre de forma positiva o estreitamento deste em seu meio social?

6)CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme o avanço de nosso estudo, pudemos constatar que o retorno do egresso ao seio da sociedade é carregado de falhas e preconceitos. Existe uma cultura de “não aceitação” daquele indivíduo que errou, e mesmo cumprindo a pena determinada pelo juiz como pagamento desse erro, ele é rotulado de criminoso para sempre. Há um descaso total do Estado para com esse preso, não só quando se trata de seu egresso, mas sim, em todo o processo prisional. No cárcere, os apenados da pena privativa de liberdade têm vários de seus direitos violados desde o momento em que começam o cumprimento da pena. São humilhados, tratados com desdém, espancados, vivem em celas superlotadas, sem acesso à saúde e sem higiene.

Seus direitos fundamentais garantidos pela Constituição Brasileira de 1988são constantemente violados; a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84 – LEP) não é observada. O preso é privado não só da sua liberdade, mas do mínimo do que

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MELO, Felipe Athayde. Estratégias de atendimento ao egresso prisional e ao familiar de preso no Estado

de São Paulo análise de experiências e proposta de mobilização.Funap/SP.2007

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Rotulação do agente em criminoso, levando-o à estigmatização, à discriminação e à perda total de identidade. MAÍLLO, Alfonso Serrano. Introdução à Criminologia.São Paulo: Ed.Revista dos Tribunais, 2004.

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precisa um ser humano: sua dignidade. Um princípio universal, e um princípio fundamental para o Direito Penal, é o da dignidade da pessoa humana. Mas, infelizmente, não tem sido aplicado a todos.

A pena privativa de liberdade foi criada para separar, por um determinado tempo, um indivíduo do seio da sociedade, por este, estar descumprindo as regras para o bom convívio, essencial para qualquer convivência pacífica. A meta é ressocializar esse indivíduo para que ele possa retornar a essa sociedade sem apresentar risco a sua integridade. Mas como ressocializar alguém que é tratado com descaso em todo esse processo?

O egresso que retorna ao meio social com a intenção de acertar, de seguir um novo caminho se depara com incontáveis dificuldades para segui-lo, daí o índice altíssimo de reincidentes, de uma violência que não acaba, e de vidas que não são recuperadas por um sistema falido que não desempenha aquilo para o que foi criado.

7)FONTES CONSULTADAS

BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal. 8º ed.Rio de Janeiro:Revan,2002.

Brasil, Declaração Universal dos Direitos Humanos/1948- http// portal.mj.gov.br – Acesso em 20/02/2012

CANENA, Márcia Denise de. Pena Alternativa: Intervenção Mínima do Direito Penal ou Ampliação do Estado Penal? Dissertação Mestrado em Ciências Jurídicas e Sociais.Niterói: UFF, 2007.

FOUCAULT,Michel.Vigiar e Punir. Petrópolis:Editora Vozes.2005.

MAÍLLO, Alfonso Serrano. Introdução à Criminologia.São Paulo: Ed.Revista dos Tribunais, 2004.

MELO, Felipe Athayde. Estratégias de atendimento ao egresso prisional e ao familiar de preso no Estado de São Paulo análise de experiências e proposta de mobilização. Funap/SP.2007

MENDES,Gilmar. Mutirões Carcerários, uma aula de Brasil.CNJ.www.cnj.jus.br/index. Acesso em: 21/01/2012.

Referências

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