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ANÁLISE CRÍTICA E CIENTÍFICA DO FILME FEITA POR DENISE SIMÕES RODRIGUES DA UFPA

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA

DOCENTE: DENISE SIMÕES RODRIGUES

ELIETE CRISTINA OLIVEIRA DA CUNHA GIOVANNI DIAS DE MORAES

JOÃO VITOR CORREA DINIZ JOSÉ AUGUSTO OLIVEIRA DIAS

THAÍS DE LIMA LINS

WILLIAM TEIXEIRA GONÇALVES

ANÁLISE CRÍTICA-CIENTÍFICA DE FILME: O GAROTO SELVAGEM

BELÉM-PARÁ 2011

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ELIETE CRISTINA OLIVEIRA DA CUNHA GIOVANNI DIAS DE MORAES

JOÃO VITOR CORREA DINIZ JOSÉ AUGUSTO OLIVEIRA DIAS

THAÍS DE LIMA LINS

WILLIAM TEIXEIRA GONÇALVES

ANÁLISE CRÍTICA-CIENTÍFICA DE FILME: O GAROTO SELVAGEM

Trabalho apresentado à disciplina, Introdução à Sociologia como requisito parcial da 1ª avaliação, orientado pela docente Denise Simões Rodrigues.

BELÉM-PARÁ 2011

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ANÁLISE CRÍTICO-CIENTÍFICA DE FILME I – INTRODUÇÃO

1.1 – Ficha técnica do Filme

- Título do filme: O Garoto Selvagem (L’enfant Sauvage) - Trilha sonora: Antoine Dultanel

- Roteirista: François Truffaut / Jean Grualt - Fotografia: Nestor Almendros

- Produção: Marcel Berbert para Les Productions Artistics Associés / Les Films Du Caross

- Distribuição: United Artists - Duração: 83 min

1.2 – Elenco

- Atores Principais: Jean-Pierre Cargol ... Victor (O Garoto Selvagem) François Truffaut ... Dr. Jean Itard

- Atores Coadjuvantes: Françoise Seigner ... Madame Guerin Jean Dasté … Profº Phillipe Pinel

Annie Miller … Madame Lemeri Claude Miller … Sr Lemeri Paul Villé … Remy

1.3 – Sinopse do Filme

Em 1798, durante o verão na França, mas precisamente na floresta de La Caune, foi encontrado um garoto um garoto de aproximadamente 12 anos, que acaba sendo alvo de curiosidade e especulações a respeito de sua origem. Ele apenas emitia sons, porém sem gesticular qualquer palavra, aparentando assim ser surdo-mudo. Em seguida o garoto selvagem é levado para uma Instituição destinada a doentes e indigentes: o asilo de Saint Affrique, porém sem maiores receber cuidados maiores cuidados. Após algum tempo é transferido para a Escola Central de Rodez, onde recebe assistência do professor Bonaterre, que ficou responsável pelo menino pro algum tempo.

Em agosto de 1800, é levado a Paris para a Instituição Nacional de Surdos e Mudos, que na época era dirigida pro Sicard (1742-1822). Durante as analise feitas por Pinel na época, a respeito da suposta origem do Selvagem de Aveyron, ele acaba concluindo que o menino “teria sido abandonado por ser

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idiota e que portanto, não havia a possibilidade de educá-lo”. Entretanto um dos médicos que estavam analisando o garoto, o Dr. Jean-Marc-Gaspard Itard (1774-1838), que fora aluno de Pinel, que tomado de uma opinião contrária a seu mestre, acaba se interessando pelo caso do Selvagem. Algum tempo depois, Itard se encarrega diretamente da educação e da (re) integração do menino à sociedade.

Ao tomar frente à educação do garoto, Itard torna este compromisso ético com a seguinte afirmação: “Como se a sociedade tivesse direito de arrancar uma criança a uma vida livre e inocente, para enviá-la a morrer de tédio num hospício, e ali espiar a infelicidade de ter enganado a curiosidade púbica. Julguei que existia uma solução mais simples e, sobretudo mais humana; era a de usar para com ela bons tratos e muita condescendia com seus gostos e suas inclinações.”

Itard trabalhou durante nove meses, para a (re) integração social do selvagem que após algum período e convivência com o médico e a governanta Madame Guerin, passou a atender pelo nome de Vitor. No seu relato, Itard aponta todas as experiências, estudos e analises, além de fatos relacionados à convivência diária que teve com Victor durante todo este período.

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II – CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Embora os franceses tinha acabado de protagonizar a queda da bastinha, em 14 de julho de 1789, com a revolução que pós fim ao absolutismo e posteriormente ser proclamada a declaração dos direitos do homem e do cidadão (uma espécie de documento que estabelece a liberdade e igualdade de todos perante a lei), do qual no artigo IV está que – A liberdade consiste em fazer tudo que não pertube a outrem; a vida do garoto selvagem, não foi tão pacífica como a dos franceses desses tempos, pois além de ter sido “arrancado” da sua vida livre e inocente da floresta, seus primeiros dias na cidade foi uma verdadeira pertubação, visto que o mesmo não estava acostumado com o dia-a-dia social dos paricienses da época.

Após a revolução francesa a França, além de estar sendo comandada pelo governo, estava sob o comando do diretório (orgão composto por 5 pessoas). Portanto nesse período o país enfrentava graves dificuldades financeiras e o diretório pediu ajuda ao exército do qual enviou um jovem general para organizar a defesa interna do país, chamado Napoleão Bonaparte que com sucesso reprimiu as revoltas dando a ele o título de general da França. Posteriormente, no dia 18 brumário (9 de novembro de 1799), Napoleão dissolveu o diretório e redigiu uma nova constituição, que deu a ele o título de 1º cônsul da França cujo conquistou um grande império. Esa consquista refletiu até no Vaticano, com a república romana, que foi uma invasão ao Vaticano pelas tropas francesas, declarando o fim ao poder temporal do Papa Pio IV.

Em 1798 no Brasil (na época, colônia de Portugal), principalmente na Bahia, alimentava-se ideais de liberdade e igualdade entre a população; que levaria a um movimento, devido a alguns jovens locais pertencentes a elite, terem estudado na Europa e voltando de lá defendiam o sonho de autonomia, germinadas pelas leituras de obras iluministas. Porém esse sonho não ocorreu, já que o movimento foi delatado. Logo nesse caso os baianos não tiveram a mesma sorte de conquistar a independência, como os haitianos.

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III – REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 – Como a educação das crianças surdas é apresentada no filme? Qual seria a principal característica da educação praticada na época?

Justificativa: Observa-se no filme, uma educação pautada na dedicação cuidadosa pelo Dr. Jean Itard a Victor, se percebe que o menino “dispusera-se” em analisar, conhecer e seguir as vontades e ordens de Itard, consequentemente tal fato se deve ao afeto e carinho com que construíram uma relação afetiva.

A finalidade do médico no aprendizado do Selvagem seria no sentido de (re) integrá-lo a civilização, mudando seus hábitos de selvagem para hábitos humanos, ensinando-o a comunicar-se. A educação da época retratada pelo filme caracteriza-se primordialmente por métodos aplicados e na capacidade de conhecimento do aprendiz.

Nessa perspectiva, é perceptível a relevância do processo interativo para a constituição da pessoa humana, este fator atua como um aspecto influente para o desenvolvimento pessoal e interpessoal de qualquer ser humano, como sujeito cognoscente. As relações humanas refletem a construção do processo interativo. A idéia de conexão entre as pessoas, ou seja, as chamadas relações humanas são fundamentais.

Se considerarmos cada indivíduo como portador de conhecimentos únicos e de estruturas de pensamento únicas de acordo com sua constituição biológica, oportunidades sociais e culturais, aprendizados experimentais. É comum à espécie humana, mas que para esse desenvolvimento ocorra é imprescindível a ação, torna-se inquestionável a exigência das relações interpessoais nessa perspectiva. Acredito que por meio das relações interpessoais, pode-se trabalhar a maioria das grandes mazelas que castigam a humanidade.

Tais como: ignorância, preconceito, discriminação, conflitos religiosos, corrupção, estresse, guerra, destruição ambiental, exploração, entre outras problemáticas. O processo de aprendizagem encontra-se intimamente atrelado às relações interpessoais e nesse âmbito se nota um número infindável de sujeitos, espaços, circunstâncias, e tempos.

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3.2 – Em sua opinião qual a importância do processo interativo para a constituição da pessoa humana?

Justificativa: São notórias as convivências de Victor do Aveyron, no Instituto Nacional de Surdos em Paris juntamente a outros internos, o garoto está no início do processo de uma aproximação “forçada” com seres humanos. Tal ocasião nos demonstra o filme como uma convivência tumultuada, pois apesar de estar na companhia de outras crianças no Instituto, por seu comportamento ele se sentia sozinho ainda mais por conta da perseguição de observadores curiosos que o atormentavam.

Após, o médico Itard se interessa pelo caso, considerando possível recuperar os hábitos humanos do menino e que seu comportamento era conseqüência da privação social, nesse contexto veio a se chamar de Victor. Passando então a conviver com Itard e Madame Guérin, Dr.Itard passou a desenvolver com ele atividades voltadas para o desenvolvimento sensorial e da sensibilidade, ampliação do campo mental, criação de necessidade e emprego da palavra.

Dessa forma, o início de sua adolescência é marcado pelo isolamento social, impossibilitando seu processo de desenvolvimento humano, principalmente no que se refere ao processo de humanização ou da formação das funções psicológicas superiores. A partir de pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, que aborda a importância da interação social, do coletivo e da mediação no processo de apropriação do conhecimento elaborado historicamente pela humanidade. Os fatos apresentados no filme evidenciam o papel fundamental do convívio de Victor entre os homens, por mais que Victor não tenha satisfatoriamente correspondido a todas as possíveis esperanças de aprendizado despertadas por Jean Itard e tenha oferecido “condições adequadas e ajustadas às necessidades especiais da criança, privilegiando as potencialidades e não as dificuldades”.

É por meio da interação social e pela comunicação que a criança se apropria de forma ativa dos objetos humanos com os quais reproduz as ações humanas, revelando suas necessidades, seus motivos e seu desenvolvimento intelectual, referente a tais convivências do menino selvagem, observa-se a importância dos processos de interação pelos quais Victor foi submetido na finalidade de constituí-lo como pessoa humana, ser humano civilizado.

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IV – ANÁLISE CRÍTICO-CIENTÍFICA DO FILME 4.1 – Qual o gênero do filme?

(X) Drama ( ) Aventura ( ) Ficção ( ) Suespense ( ) Documentário Científico ( ) Comédia

4.2 – A reconstituição da realidade sócio-cultural está adequada? Estaria à altura de outros filmes que retratam a mesma época? Se acha necessário fundamente e ilustre com exemplos sua opinião.

( ) Excelente ( ) Muito Boa (X) Boa ( ) Razoável ( ) Fraca ( ) Péssima

Justificativa: As informações contidas em documentos da época, o relatório preciso de Jean Itard unidos ao que se tem de conhecimento da história daquele período possibilitaram reconstituir maior parte da realidade daquele período a nível sócio-cultural. Isto permite-nos diferenciar este filme de outros que por falta de informações seguras acerca de fatos históricos, resultam em produções de caráter superficial e às vezes são capazes de apelar para o lado da ficção com forma de solucionar possíveis omissões dentro de uma narrativa que apenas se baseia em fatos reais, mas não é a realidade propiamente dita. 4.3 – O filme apresenta uma abordagem inovadora do assunto tratado? Explique sua resposta.

(X) Sim ( ) Não

Justificativa: Este filme foi produzido durante o século XX e neste mesmo período vários outros casos envolvendo crianças selvagens foram adaptadas para o cinema, muitas desses casos foram apresentados de forma romantizada. O tema ainda serviu de inspiração para diversos autores, que através da ficção, criaram os seus próprios “selvagens”. O filme de Truffaut não se coloca acima de tantas outras produções que abordam este assunto se formos levar em consideração o temática do filme, porém o cineasta teve a felicidade de seguir fielmente boa parte dos acontecimentos graças a vasta documentação existente sobre este caso além do detalhado relatório de Jean Itard, que tornou possível a escrita de um roteiro seguro acerca dos fatos e longe de qualquer tipo de especulação. Algo que torna-se muito complicado na maioria de filmes deste gênero, e que tratam de casos onde a ausência de muitas informações deixa diversas lacunas no roteiro e que acabam sendo preenchidas por uma série de deduções, podendo apelar até mesmo para o lado da ficção.

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4.5 – Analisando-se das relações sociais, como o filme apresenta a interação das pessoas com necessidades especiais de comunicação na sociedade da época? Quais os personagens que podem ser categorizados como capazes de efetivamente “humanizarem” o garoto selvagem? Escolha a melhor caracterização de personagem, aquele que verdadeiramente está adequado ao roteiro proposto e ao tema abordado no filme e dê sua opinião.

Justificativa: O filme nos mostra claramente o total desprezo pelas pessoas que possuíam algum tipo de deficiência dentro daquela sociedade que é retratada, sendo expostas algumas vezes a tratamentos bestiais e de humilhação. Essas pessoas não eram tratadas igualmente como humanos, mas como seres inferiores e irracionais comparados a animais.

Se pensarmos em quem seria de fato o responsável pela “humanização” do garoto selvagem, teremos que destacar o trabalho do personagem Dr. Jean Itard. Sua sensibilidade para as questões humanas e sua paixão pela educação e a infãncia permitiram-lhe buscar a melhor forma de educar Victor para que este pudesse interagir com aquela sociedade, apesar de todas as dificuldades que viessem surgir durante este trabalho. Muitos viram o esforço de Itard com maus olhos, pois acreditavam que este esforço seria inútil e que o caso do garoto não tinha mais solução. Entretanto, Itard ignorou as críticas e dedicou-se ao máximo nesta missão e foi capaz de construir laços afetivos com Victor e que contribuiram de forma significativa em sua educação.

4.6 – Qual sua avaliação do filme?

Referências

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