UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT
YASMIM MAYURI ASAHIDE
ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DE UMA HABITAÇÃO FEITA
DE CONTÊINER MARÍTIMO PARA A CIDADE DE SINOP-MT
Sinop
2016/1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT
YASMIM MAYURI ASAHIDE
ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DE UMA HABITAÇÃO FEITA
DE CONTÊINER MARÍTIMO PARA A CIDADE DE SINOP-MT
Projeto de Pesquisa apresentado à Banca Examinadora do Curso de Engenharia Civil – UNEMAT, Campus Universitário de Sinop-MT, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.
Prof. Orientador: Dr. – Ing. Marlon Leão.
Sinop
2016/1
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Áreas mínimas de abertura para ventilação ... 24
Tabela 2 - Valores para as propriedades termofísicas das paredes exteriores, segundo o procedimennto simplificado da ABNT NBR 15575 ... 24
Tabela 3 - Critérios de cobertura, quanto à transmitância térmica ... 24
Tabela 4 - Valores para a constante a ... 26
Tabela 5 - Caracterização das habitações de interesse social em Sinop-MT ... 30
Tabela 6 - Pré-requisitos para os valores de transmitância térmica, atraso térmico e fator solar para a zona bioclimática ... 32
Tabela 7 - Critérios de avaliação de desempenho térmico para condições de verão 33 Tabela 8 - Critérios de avaliação de desempenho térmico para condições de inverno ... 34
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1: ... 20 Equação 2: ... 21 Equação 3: ... 21 Equação 4: ... 22 Equação 5: ... 24 Equação 6: ... 24LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Zonas bioclimáticas brasileiras ... 18
Figura 2 - Fluxograma para métodos alternativos de avaliação de desempenho térmico ... Error! Bookmark not defined.3 Figura 3: Intervalo para Temperatura Operativa aceitáveis para edificações naturalmente ventiladas ... 29
Figura 4: Esquematização da metodologia ... 29
Figura 5: ITWTG 2000 ... 35
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ASHRAE – American Society of Heating Refrigerating and Air Conditioning Engineers
ISO – International Organization for Standardizatio NBR – Norma Brasileira
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1. Título: Analise comparativa do desempenho térmico de uma casa de
contêiner marítimo
2. Tema: Desempenho térmico em edificações
3. Delimitação do Tema: Análise do desempenho térmico de uma casa
contêiner por meio da NBR 15575 E NBR 15220 e comparar com o desempenho de uma casa comum de interesse social.
4. Proponente: Yasmim Mayuri Asahide 5. Orientador: Dr. –Ing. Marlon Leão
6. Estabelecimento de Ensino: Universidade do Estado de Mato Grosso –
UNEMAT.
7. Público Alvo: Acadêmicos, docentes, pesquisadores e profissionais da
indústria da AEC
8. Localização: Avenida dos Ingás, n° 3001, Centro – Sinop – MT, CEP
78550-000
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ... I LISTA DE EQUAÇÕES ... II LISTA DE FIGURAS ... III LISTA DE ABREVIATURAS ... IV DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ... V 1 INTRODUÇÃO ... 8 2 PROBLEMATIZAÇÃO ... 10 3 JUSTIFICATIVA... 12 4 HIPÓTESES ... 13 5 OBJETIVOS ... 14 5.1 OBJETIVO GERAL ... 14 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 14 6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15
6.1 HABITAÇÕES EM CONTÊINER MARÍTIMO ... 15
6.2. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ... 15
6.3. NBR 15575 ... 16
6.4. NBR 15220 ... 17
6.4.1 Zoneamento Bioclimático Brasileiro ... 18
6.5 CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS DE MATERIAIS E AMBIENTES. ... 19
6.5.1 Condutividade térmica ... 19
6.5.2 Resistência térmica ... 19
6.5.2.1. Resistencia Térmica Superficial ... 20
6.5.2.2 Resistência térmica de câmaras de ar ... 20
6.5.3 Transmitância térmica. ... 20
6.5.4 Capacidade térmica ... 21
6.5.5 Fator Solar ... 21
6.5.6 Temperatura operativa e efetiva. ... 22
6. 6 DESEMPENHO TÉRMICO ... 22
6.7 ASHRAE STANDARD 55/2010 ... 25
6.8 SOFTWARES DE SIMULAÇÃO TERMO ENÉRGETICA ... 26
6.8.1 EnergyPlus ... 27
6.8.2 Design Builder ... 27
7 METODOLOGIA ... 29
7.1 MÉTODO DE AVALIAÇÃO ... 29
7.2 CARACTERIZAÇÕES DOS MODELOS DE HABITAÇÃO ... 30
7.2.2 Habitação em contêiner marítimo ... 30
7.3 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO ... 31
7.3.1 Calculo do tamanho das aberturas para ventilação ... 31
7.3.2 Sistema de vedações verticais internas e externas ... 31
7.3.3 Sistema de coberturas ... 32
7.4 AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO ... 32
7.5 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL... 33
7.6 PROCEDIMENTOS DE MEDIÇÃO... 34
8 CRONOGRAMA ... 37
1 INTRODUÇÃO
A indústria da construção civil brasileira é frequentemente criticada pela pouca utilização de novas tecnologias (equipamentos e processos produtivos) e um alto grau de desperdício. Por consumir muitos recursos naturais, ela é uma das que mais impacta o meio ambiente, gerando grande quantidade de resíduos que, segundo Santos et al (2010), representam cerca de 50% do volume de resíduos sólidos urbanos.
Esse enorme impacto causado pela construção civil no ambiente está relacionado com a extensa cadeia produtiva do setor, que se inicia pela extração de matérias-primas, produção, transporte de materiais, projeto, execução, ocupação de terra, destinação dos resíduos gerados durante o uso da edificação e ao final da vida útil. Além da utilização da água e energia durante seu processo de construção, uso e manutenção do edifício (AGOPYAN et al., 2011).
Edwards (2008) estima que a população mundial chegará em 2050 a 10 bilhões de habitantes, o que afetará drasticamente o ambiente (recursos naturais e resíduos) exigindo assim novas abordagens nos projetos de edifícios como a utilização de resíduos.
De acordo com Araújo (2012) para reduzir o impacto deste setor no meio ambiente devem ser estudados métodos construtivos que aproveitem o material disponível e ajudem a diminuir seus efeitos. Uma das soluções construtivas que vem se consolidando é o uso de materiais reciclados, que minimizam o impacto ambiental e contribuem para o incremento da sustentabilidade das construções. Umas destas alternativas é a reutilização de contêiner para habitação.
De acordo com os dados da World Shipping Council (WSC, 2014) cerca de dezoito milhões de contêineres ISO para o transporte marítimo estão circulando pelo mundo. Dos quais 5 % deles são descartados todos os anos. Segundo Araújo (2012) eles apresentam uma vida útil de dez a quinze anos no transporte de carga. Depois desse período eles se acumulam como extensos depósitos não operacionais nas regiões portuárias. Gerando, assim um problema para o meio ambiente.
Corbas (2012) afirma que o uso de contêineres nas edificações além de ser ambientalmente correto, tem como característica uma obra limpa, que gera o mínimo de resíduos além de economia de recursos naturais. Slawik et al. (2010) apresenta outras características que podem trazer benefícios à construção desse tipo de
edificação como sua modularidade, visto que são pré-fabricados. Além da possibilidade de serem transladados, instalados provisoriamente e facilmente empilhados, conferindo assim uma flexibilidade ao projeto, possibilitam agilizar o processo de montagem e desmontagem, adaptando-se às etapas de construção das edificações e às necessidades do usuário.
Os contêineres apresentam na sua constituição o aço, que ao mesmo tempo em que da a eles uma elevada resistência mecânica e uma grande durabilidade, apresentam dois comportamentos térmicos característicos: a baixa inercia térmica, que acarreta bruscas oscilações de temperatura, e a alta condutividade térmica.
Ao serem revestidos com materiais isolantes térmicos eles podem se transformar em excelentes moradias, pois segundo Lamberts et al (2014) o uso de materiais que melhor se adaptam as características de clima e região é de suma importância para garantir às condições de conforto térmico do ambiente construído.
Com a combinação adequada de materiais adicionados na sua envoltória, pode-se alcançar grande capacidade de isolamento térmico. Pensando nisso, muitas empresas no Brasil estão começando a utilizar contêineres como lojas, escritórios ou moradias. Em 2010 foi construída a primeira loja em contêiner para a empresa
Container Ecology Store. A primeira residência foi constituída em 2011 na cidade de
São Paulo, pelo arquiteto Danilo Corbas com um design e arquitetura de elevado nível ( METALICA, 2015).
Atualmente obras importantes e maiores estão sendo construídas com contêineres marítimos como é o caso do hostal denominado Tetris, localizado em Foz do Iguaçu-PR, outro exemplo também de grande abrangência nacional são os restaurantes denominados Madero Contêiner, que contam cerca de oito unidades só no sul do país, com previsão de vir para Sinop-MT ainda neste ano.
Ao se utilizar um contêiner como moradia, percebe-se a grande importância desse tipo de construção não somente quanto ao meio ambiente, mas também quanto à qualidade da habitação. Observa-se uma tendência nacional no aumento e diversificação dos projetos com contêiner, o motivo no qual proporciona a crescente aceitação do público, devido ao seu apelo sustentável e em outras funções como a redução do custo final da obra e velocidade de execução.
2 PROBLEMATIZAÇÃO
A construção civil é responsável pelo grande espaço construído em que vivemos e para que este ambiente consiga se atualizar, a indústria da construção consome cerca de 50% dos recursos mundiais, o que faz com que esse setor exerça uma das atividades menos sustentáveis do planeta (EDWARDS, 2008).
No Brasil construímos tradicionalmente usando os mesmos materiais e componentes, projetando da mesma forma por muitos anos. Dificilmente se pensa em construir algo com qualidade, que garanta uma maior economia e desempenho ao usuário.
As habitações mais construídas atualmente são as de interesse social, feitas com materiais de baixo custo e em muitas vezes o desperdício não é controlado. Elas não levam em consideração as variáveis climáticas da região e nem seguem recomendações para garantir conforto ao usuário.
Diversos estudos apontam que as habitações de interesse social não são produzidas com o intuito de reduzir o desperdício de materiais de construção, diminuir a geração de resíduos, utilizar recursos regionais, aperfeiçoar processos e reduzir os prazos de execução. Por conta disso a sociedade carece de uma nova forma de construção sustentável.
Entre os materiais residuais que poder ser utilizados como habitação, há o contêiner marítimo. Porém ao se questionar sobre a possibilidade de se construir habitações, surgem problemas quanto ao seu desempenho térmico, conforme afirmado por Fossoux et Chevriot (2013), que o isolamento térmico é indispensável quando se constrói em containers, pois o material que mais o constitui, o aço Cortén, é um ótimo condutor de calor.
Também se deve observar que os contêineres estão projetados pra o transporte de cargas e não para serem habitados. Figuerola (2013) afirma que para serem utilizados na construção de edifícios eles necessitam passar por um processo de seleção que exige conhecimento técnico especializado e cuidados com relação a riscos químicos, biológicos e físicos.
Outra questão quanto à utilização de contêiner como habitação seria seu conjunto de características térmicas extremamente insatisfatórias, o que acarretara a utilização constante de climatizadores de ar.
Esse fato contribui para o aumento do consumo de energia dos contêineres comparativamente a outros sistemas construtivos, que, segundo Santamouris e Kalokotsa (2013), demanda por condicionamento de ar correspondente a 15% do consumo mundial de energia.
3 JUSTIFICATIVA
Sem uma habitação adequada é impossível ter-se uma vida digna. Um país só consegue se desenvolver quando sua população reside em moradias de qualidade, visto que a habitação interfere em outras áreas da vida do homem, por exemplo, a saúde. As habitações de interesse sociais apresentam uma série de deficiências, entre as quais podemos citar a baixa qualidade arquitetônica, a localização é fora dos centros urbanos, além de uma má inserção no espaço urbano por serem isoladas da cidade. Além disso, essas habitações não são sustentáveis, visto que as características dos terrenos e suas condições bioclimáticas não são levadas em consideração. (LIMA, L; SILVA, J. W., 2015).
Para diminuir o déficit da qualidade das casas de interesse social e englobar novas práticas sustentáveis, deveria ocorrer a substituição de sistemas construtivos convencionais (como o de alvenaria) por sistemas construtivos alternativos, como o contêiner, a fim de melhor a qualidade das habitações.
É de suma importância que um contêiner para uso como edificação, passe por um processo de revestimento térmico nas suas paredes e coberturas. O estudo do desempenho térmico das edificações se faz pela avaliação de alguns fatores, tais como: a satisfação do ser humano em se sentir termicamente confortável; a produtividade do morador apresenta um rendimento bem melhor quando realizadas em conforto térmico e a conservação de energia, visto que, devido à crescente mecanização e industrialização da sociedade, as pessoas passam grande parte de suas vidas em ambientes condicionados. (LAMBERTS et al, 2016).
Ao ser avaliado o desempenho térmico de habitações feitas de contêiner marítimo pelo método prescritivo, há a necessidade se verificar ou readequar o projeto por meio da simulação computacional. Percebem-se diversos estudos já realizados no Brasil sobre este tema, como por exemplo, o de Lima e Silva (2015), Krebs et al (2015) e Carbonari (2015) porém muitos autores apenas verificam o modelo simplificado ou o de simulação da NBR 15575 (ABNT, 2013) o processo de medição muitas vezes não é realizado, e por conta disso, esses dados não podem ser validados.
4 HIPÓTESES
A habitação feita de contêiner marítimo apresenta desempenho térmico igual ou superior as atuais moradias de interesse social.
5 OBJETIVOS
5.1 OBJETIVO GERAL
Analisar o desempenho e conforto térmico de uma habitação de contêiner marítimo.
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Simular a modelagem da casa contêiner no software DesignBuilder.
Comparar o desempenho térmico da casa contêiner com uma casa tradicional de referência aplicando a NBR 15.575, por meio de simulação;
Comparar o conforto térmico da habitação de contêiner com uma casa tradicional de referência utilizando a ASHRAE 55 por meio de simulação; Comparar a demanda de eletricidade para climatização entre a casa contêiner
e uma casa tradicional de referência por meio de simulação;
Determinar os materiais mais eficientes e economicamente viáveis da envoltória da casa de contêiner por meio de simulação;
Determinar e comparar os custos financeiros da casa contêiner em relação à uma casa tradicional de referência por meio de simulação.
Replicar as análises anteriores para todas as zonas bioclimáticas brasileiras por meio de simulação.
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6.1 HABITAÇÕES EM CONTÊINER MARÍTIMO
A ideia de se reutilizar um contêiner para a construção civil proporciona a retirada, no meio ambiente, de um entulho que foi desperdiçado. Observando o potencial do material, engenheiros e arquitetos passaram a projetá-los como uma forma de habitação, de modo que esse viabilizasse uma redução no preço final da obra, além de outras vantagens que ele apresenta como a modularidade, e sua trabalhabilidade, permitindo assim agrupá-lo e empilhá-lo.
Os contêineres são normalizados em suas dimensões e características pela International Organization for Standardization (ISO, 668:2013). Os modelos mais utilizados no transporte marítimo são os de 20 pés e 40 pés. Na face frontal do contêiner, há duas portas com travas. O piso é composto por chapas de compensado de madeira de 28 mm, fixadas por parafusos .Na sua estrutura, os perfis verticais e horizontais são em aço. Os fechamentos nas faces laterais e na posterior são de painéis em chapa corrugada. Observa-se, desse modo, que grande parte de sua constituição é o aço, um material de baixa resistência térmica.
Ressaltando então, a possibilidade de revesti-los tanto as paredes quanto a cobertura com materiais adequados que garantam maior conforto ao usuário.
6.2. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
A habitação é um bem de características únicas, além de conter um espaço confortável, seguro e salubre, ela tem que estar integrada de forma adequada ao entorno, ao ambiente que a cerca (ABIKO, 1995, p. 3). Por ser geralmente um produto muito caro, a população deve ter renda para enfrentar os gastos com habitação. Por isso as classes menos privilegiadas tendem a ter diversos problemas. A repercussão do problema da habitação de interesse social vai além da simples construção da mesma. Os principais problemas encontrados nas áreas com população de baixa renda são de natureza urbana que vão desde sistemas elétricos, abastecimento de água e iluminação pública precária até a ausência de programas geradores de emprego e renda, e de cursos de profissionalização da mão-de-obra (ABIKO, 1995, p. 4).
Habitação de interesse social é um termo usado pelo extinto Banco Nacional da Habitação (BNH) nos seus programas para faixas de menor renda. Este termo continua a ser utilizado por varias instituições e agências na área habitacional. (ABIKO, 1995, p.12).
Alguns requisitos básicos que caracterizam a Habitação de Interesse social são que elas são financiadas pelo poder publico, outra que ela é destinada, sobretudo a faixas de baixa renda e por fim, embora o interesse social da habitação se manifeste, sobretudo em relação ao aspecto de inclusão das populações de menor renda, pode também manifestar-se em relação a outros aspectos, como situações de risco, preservação ambiental ou cultural.
6.3. NBR 15575
A norma brasileira NBR 15575: Edificações habitacionais – Desempenho (ABNT,2013) teve sua primeira versão publicada em 2008. Como o setor não se considerava preparado para absorver as mudanças que ela impunha solicitou sua revisão. Após um longo período de discussões, o texto original sofreu modificações, até resultar em uma versão atual, publicada em 19 de fevereiro de 2013 e válida a partir de 19 de julho de 2013.
Essa norma trata do desempenho das residências, qualquer que seja seu número de pavimentos. Ela não é uma norma prescritiva, ou seja, não indica como o prédio deve ser construído, mas sim ao que ele deve atender para que tenha o desempenho desejado (mínimo intermediário ou superior). O objetivo final é atender as necessidades do usuário, as quais por sua vez traduzem os seguintes aspectos:
(a) Segurança: segurança estrutural, contra fogo, no uso e na operação; (b) Habitabilidade: estanqueidade, desempenho térmico, acústico e lumínico, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidades, acessibilidades, conforto tátil e antropodinâmico; e
(c) Sustentabilidade: durabilidade, manutenibilidade e impacto ambiental. A norma é composta de seis partes. Na primeira, requisitos gerais, são estabelecidas as exigências do desempenho com relação aos aspectos acima citados, considerando-se o prédio com um todo. Nas partes seguintes, são
apresentadas as exigências específicas para os sistemas que compõem a edificação:
(a) Sistemas estruturais (parte 2); (b) Sistemas de piso (parte 3);
(c) Sistemas de vedações verticais internas e externas (parte 4); (d) Sistemas de cobertura (parte 5)
(e) Sistemas hidrossanitários (parte 6).
O método de avaliação do desempenho térmico, objeto de estudo deste trabalho, é apresentado nas partes 1, 4 e 5. A edificação deverá atender as exigências do local de implantação da obra (ABNT, 2013).
6.4. NBR 15220
A norma NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações (ABNT,2005), se restringe a habitações unifamiliares de interesse social (Parte 3 – Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social). O primeiro documento normativo surgiu em 2005 e nele se apresenta o zoneamento bioclimático brasileiro e recomendações de projeto para cada uma dessas zonas. É composta pelas seguintes partes:
(a) Definições, símbolos e unidades (parte 1);
(b) Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator de calor solar do elemento e componentes de edificações (parte 2);
(c) Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social (parte 3);
(d) Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo principio da placa quente protegida (parte 4);
(e) Medição da resistência térmica e da condutividade térmica em reime estacionário pelo método fluximétrico (parte 5) (ABNT, 2005).
Este trabalho utilizará as partes 2 e 3 das norma. A parte 2 da Norma apresenta métodos de cálculo de características térmicas dos elementos e componentes das edificações que serão utilizados para escolher os materiais que se adequem as exigências da NBR 15575 (ABNT, 2013).
A parte 3 da Norma estabelece o Zoneamento Bioclimático Brasileiro e recomendações quanto ao desempenho térmico de habitações unifamiliares de interesse social que podem vir a ser aplicada na fase de projeto. A Norma não dispõe sobre métodos de avaliação do desempenho térmico de edificações, os quais podem ser elaborados através de cálculos, medição in loco e simulações computacionais.
6.4.1 Zoneamento Bioclimático Brasileiro
A norma ABNT Desempenho Térmico de Edificações estabeleceu uma subdivisão das condições climáticas brasileiras para projeto em 8 zonas bioclimáticas. A Figura 1 mostra o zoneamento bioclimático do Brasil apresentado pelo Projeto de Norma – 135 (ABNT, 2003). São oito zonas bioclimáticas definidas de acordo com o clima e com as necessidades humanas de conforto. Para cada zona, são relacionadas as estratégias consideradas adequadas para adoção nas edificações.
Figura 1 - Zonas bioclimáticas brasileiras Fonte: NBR 15220-3/2005
Os parâmetros e diretrizes para cada uma das zonas são:
a) tamanho das aberturas para ventilação (expressas como percentual de área de piso);
b) proteção das aberturas;
c) vedações externas, parede externa e cobertura, informando o tipo de vedação (leve ou pesada, refletora ou isolada).
d) estratégias de condicionamento térmico passivo.
A cidade de Sinop não faz parte das 330 cidades brasileiras cujos climas estão classificados no Zoneamento Bioclimatico Brasileiro, neste caso a NBR 15575 determina que se utilize a classificação do município mais próximo. Como já realizado por Laco (2013) a cidade de Sinop pode ser classificada com os dados climáticos da cidade de Vera – MT (Zona bioclimática 5).
6.5 CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS DE MATERIAIS E AMBIENTES.
Como visto anteriormente a NBR 15.220-2 (ABNT 2005) exemplifica os cálculos de resistência térmica de materiais homogêneos e heterogêneos, capacidade térmica, transmitância térmica, fator solar e atraso térmico. Para entender que os materiais e elementos construtivos se comportam termicamente em função dessas propriedades térmicas, devemos conhecê-las primeiramente.
6.5.1 Condutividade térmica
A condutividade térmica (λ) é a capacidade do material em conduzir maior ou menor quantidade de calor por unidade de tempo.
6.5.2 Resistência térmica
A resistência térmica (R) é o quanto o material resiste á passagem de calor. Materiais com espessuras maiores irão resistir melhor à passagem de calor. Analogamente, quanto maior a condutividade térmica (λ) de um material, menor sua
resistência térmica. (LAMBERTS et al, 2014, p.210). A equação 1 que determina a resistência térmica é: Equação 1: 𝑅 = 𝐿 λ ; [𝑚 2𝐾/ 𝑊] Onde,
R= resistência térmica do material (m²K/W); L = espessura do material (m);
λ = condutividade térmica do material (W / m K).
6.5.2.1. Resistencia Térmica Superficial
A resistência térmica superficial ocorre por motivo das trocas de calor por radiação e convecção na superfície do material. O valor da resistência superficial externa (𝑅𝑠𝑒 ) é em função da velocidade do vento, adotando-se 0,04 [m²K/W] (ABNT 2005). A perdas de calor por convecção dependerão também da resistência superficial interna do fechamento ( 𝑅𝑠𝑖) e as perdas por radiação, da emissividade
superficial do material (ɛ). O valor de 𝑅𝑠𝑖 é obtido no anexo A.1 da NBR 15.220-2 (ABNT, 2005).
6.5.2.2 Resistência térmica de câmaras de ar
Podem-se reduzir consideravelmente as trocas de calor com um fechamento opaco empregando materiais com condutividades mais baixas ou até construindo fechamentos com múltiplas camadas, podendo uma das quais conter uma câmara de ar. As trocas térmicas por convecção dependem da inclinação do fechamento e da direção do fluxo e as trocas térmicas por radiação dependem da emissividade da superfície do material em contato com a camada de ar (LAMBERTS et al, 2014, p. 213). A resistência térmica de câmeras de ar não ventiladas são encontradas no Anexo B.1 da NBR 15.220-2 (ABNT, 2005).
A transmitância térmica (U) é o inverso da resistência térmica. É a capacidade que os materiais possuem em transmitir o calor recebido, pode ser calculada por meio da seguinte equação 2 (ABNT, 2005):
Equação 2: 𝑈 = 1 𝑅 ( 𝑊 𝑚2𝐾 ) 6.5.4 Capacidade térmica
A capacidade térmica indica a capacidade que um material possui em reter calor. O cálculo da capacidade térmica é através da equação 3 abaixo: (ABNT, 2005) Equação 3: 𝐶𝑡𝑎 = ∑ 𝑒𝑖. 𝑐𝑖 𝑛 𝑖=0 . 𝑝𝑖 = (𝑒1. 𝑐1. 𝑝𝑖) + (𝑒2. 𝑐2. 𝑝2) + ⋯ + (𝑒𝑛. 𝑐𝑛. 𝑝𝑛) [ 𝐽 𝑚2. 𝐾] Onde, e= espessura do elemento [m];
c = calor especifico do elemento [KJ/KgK]; p = densidade do elemebto [Kg/m³];
n = numero de camadas de elementos.
6.5.5 Fator Solar
O fator solar (Fs) de uma abertura é a razão entre a quantidade de energia solar que atravessa a janela pelo que nela incide. Este valor é característico para cada tipo de uma abertura e varia conforme o ângulo de incidência de radiação solar. A equação 4 que melhor simplifica, é dada por: (LAMBERTS et al, 2014, p. 222)
Equação 4:
𝐹𝑠 = 100. 𝑈. ∝. 𝑅𝑠𝑒 Em que,
U = transmitância térmica do vidro (W/m²K);
∝ = absortividade da superfície externa do fechamento.
6.5.6 Temperatura operativa e efetiva.
Temperatura operativa corresponde a uma temperatura uniforme de um fechamento imaginário, na qual um ocupante trocaria a mesma quantidade de calor por radiação e convecção, do que se ele estivesse em um ambiente real, não uniforme. (LAMBERTS et al, 2011, p.28)
Um ambiente possui uma temperatura efetiva quando possui 50% de umidade relativa, resultando dessa maneira a mesma troca de calor do corpo humano que um ambiente real (ABNT 2005).
6. 6 DESEMPENHO TÉRMICO
O desempenho térmico repercute no conforto das pessoas, como em condições adequadas para o sono e outras atividades normais em uma habitação. Além disso, contribui ainda para a economia de energia.
A NBR 15575 (ABNT,2013) considera duas alternativas para a obtenção do nível de desempenho: o procedimento simplificado e o método de medição (informativo). Se no método simplificado, a avaliação da transmitância térmica e capacidade térmica, conforme os critérios e métodos estabelecidos nas ABNT NBR 15575-4 e ABNT NBR 15575-5, resultarem em desempenho térmico insatisfatório, deverá ser feita a avaliação do desempenho térmico da edificação pelo método da simulação computacional.
A figura 2, a seguir, apresenta de uma forma simples, como o desempenho térmico poderá ser avaliado em uma habitação:
Figura 2 - Fluxograma para métodos alternativos de avaliação de desempenho térmico Fonte: IPT
O desempenho térmico depende de diversas características do local da obra (topografia, temperatura e umidade do ar, direção e velocidade do vento, entre outros fatores) e da edificação (materiais constituintes, número de pavimentos, dimensões dos cômodos, pé direito, etc). A sensação de conforto térmico depende muito das condições de ventilação dos ambientes, havendo grande influência do posicionamento e das dimensões das aberturas de janelas - o que é considerado na NBR 15575. Os materiais e elementos construtivos se comportam termicamente em função de suas propriedades térmicas. A norma NBR15520-2 (2005) fornece tabelas com as principais propriedades térmicas dos materiais que compõe os elementos construtivos e apresenta os métodos de calculo, para elementos homogêneos e heterogêneos, de transmitância térmica, fator solar e atraso térmico.
No procedimento simplificado, deverão ser atendidas as três exigências a seguir:
a) A área de abertura efetiva das janelas e dos dormitórios e salas devem atender a um valor mínimo, em função da área de piso. Por meio da equação 5:
Equação 5: 𝐴 = 100 . (𝐴𝑎
𝐴𝑝) (%)
Essa exigência só é indicada caso não haja legislação especifica para o local da obra.
Conforme a NBR 15575 (ABNT, 2013) o valor das áreas mínimas de aberturas para ventilação deve se restringir a valores específicos para cada zona bioclimática, conforme mostra a tabela 1:
Tabela 1 - Áreas mínimas de abertura para ventilação
Nível de
desempenho Abertura para ventilação (A)
Mínimo
Zonas 1 e 7 -
Aberturas médias Zona 8 - Aberturas grandes
A ≥ 7% da área do piso
A ≥ 12% da área do piso região norte do Brasil A ≥ 8% da área do piso região nordeste e sudeste do
Brasil Fonte: ABNT, 2013 (Adaptado).
b) As paredes exteriores devem atender aos valores prescritos da Tabela 2, para sua transmitância térmica (U) e absortancia (α) de sua superfície exterior. Sua capacidade térmica (Ct) também deve ser igual ou superior a 130 kJ/m².K (exceto para a zona bioclimática 8);
Tabela 2 - Valores para as propriedades termofísicas das paredes exteriores, segundo o procedimennto simplificado da ABNT NBR 15575
Transmitância térmica U (W/m².K) Zonas 1 e 2 Zonas 3,4,5,6,7 e 8 U ≤ 2,5 α≤ 0,6 αᵃ > 0,6 U≤ 3,7 U≤ 2,5 Capacidade térmica Ct (kJ/m².K) Zona 8 Zonas 1,2,3,4,5,6 e 7 Sem exigências ≥ 130
Fonte: ABNT, 2013 (Adaptado).
c) A cobertura deve se atender aos valores da Tabela 3, com o nível de desempenho mínimo (M) intermediário (I) e superior (S) também são indicados critério para sua transmitância térmica (U) e a absortância (α) de sua superfície exterior.
Tabela 3 - Critérios de cobertura, quanto à transmitância térmica
Transmitância térmica U (W/m².K) Níveis de
desempenho
α≤ 0,6 α > 0,6 α≤ 0,4 α > 0,6
M ≤2,3 ≤2,3 ≤1,5 ≤2,3 FT ≤1,5 FT
I ≤1,5 ≤1,5 ≤1,0 ≤1,5 FT ≤1,0 FT
S ≤1,0 ≤1,0 ≤0,5 ≤1,0 FT ≤0,5 FT
Fonte: ABNT, 2013 (Adaptado). Nota: o fator de transmitância, FT, é definido pela NBR 15520-3.
6.7 ASHRAE STANDARD 55/2010
A ASHARAE Standard 55 é uma norma americana (American Society of Heating Refrigerating and Air Conditioning Engineers) que especifica as condições ambientais térmicas aceitáveis em espaços internos. A norma apresenta um método para determinação das condições térmicas aceitáveis em espaços ocupados que é dividido em duas partes: a primeira é voltada para espaços condicionados artificialmente (ar condicionado) e a segunda para espaços ventilados naturalmente.
Segundo a ASHRAE 55 (2010) , “conforto térmico é a condição da mente (ou estado de espirito) que expressa satisfação com as condições térmicas do ambiente”. DeDear e Brager (2002) propuseram um modelo adaptativo da analise do conforto térmico para ambientes naturalmente ventilados, exclusivos de países de clima quente. Esse modelo dos autores passou a integrar a norma ASHARAE 55 no ano de 2004.
DeDear e Brager (2002) afirmam que as sensações térmicas sofrem influencias da expectativa que se tem sob o clima local. Assim, os parâmetros de conforto variam conforme o contexto que se inserem. Esse método utiliza os valores de Temperatura de Bulbo Seco para ambiente externo e dos valores de Temperatura Operativa, segundo Costa, D. Prado, R. (2014) e são obtidos por meio da Equação 6:
Equação 6 - 𝑇𝑜 = 𝑎 . 𝑇𝑎 + (1 − 𝑎). 𝑇𝑟 Em que:
𝑎 – contante, a ser obtido pela Tabela 4
Ta – temperatura de bulbo seco ou temperatura do ar ambiente (°C) Tr – temperatura radiante média (°C)
Tabela 4 - Valores para a constante a
Velocidade do ar
(m/s) 0- 0,2 0,2 - 0,6 0,6 - 1,0
a 0,5 0,6 0,7
Fonte: ASHARAE Fundamentals (2010)
O Modelo Adaptativo estabelece uma faixa onde se localiza a sensação de conforto térmico que compreende a satisfação de até 90% dos usuários, e duas faixas para valores acima e abaixo dessa, cujo porcentual de satisfeitos atinge os 80%, conforme a figura 3:
Figura 3 - Intervalo para Temperatura Operativa aceitáveis para edificações naturalmente ventiladas Fonte: Costa, D. Prado, R. (2014)
6.8 SOFTWARES DE SIMULAÇÃO TERMO ENÉRGETICA
Muitas ferramentas computacionais de simulação têm sido desenvolvidas com o objetivo de facilitar a analise e avaliação de projetos e edifícios quanto ao seu comportamento energético, térmico, acústico e de iluminação, e entre outros. Elas estão se tornando cada vez mais importante, ganhando destaques em pesquisas de diversos países. (LAMBERTS et al, 2010, p.15).
Para a realização das simulações computacionais devem ser utilizadas como referencia o Anexo da parte 1 da NBR 15220 (ABNT, 2005), sobre a localização geográfica de algumas cidades brasileiras e os dados climáticos que correspondem aos dias típicos de projeto de verão e de inverno. Caso houver a falta de dados para a cidade onde se encontra a habitação, recomenda-se utilizar os dados de uma cidade próxima com características climáticas semelhantes. Para a realização das simulações computacionais recomenda-se o emprego do programa EnergyPlus.
80 % 90 % acei.
Outros programas de simulações também podem ser utilizados, desde que consigam determinar o comportamento térmico de edificações sob condições dinâmicas de exposição ao clima, sendo capazes de reproduzir os efeitos de inercia térmica e que também sejam validados pela ASHRAE Standard 140 (LAMBERTS et
al, 2016, p.124).
6.8.1 EnergyPlus
O EnergyPlus é um software de simulação termo dinâmica ofertado de forma gratuita desenvolvido pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. Ele foi criado com o objetivo de estimar trocas térmicas, níveis de iluminação e consumo energético de edifícios, por meio da modelagem física do edifício e seus sistemas de ventilação, iluminação, aquecimento e resfriamento. Com o Energy Plus é possível realizar simulações para diferentes climas, conforme o interesse do usuário, a partir de um arquivo climático com dados horários. O resultado é uma série de dados calculados, tais como: temperaturas internas, temperaturas superficiais, fluxo de calor pelos componentes do edifício, ganhos internos de calor, consumo energético, trocas de ar, etc (LAMBERTS et al, 2010, p.15).
Porém a sua principal limitação é a falta de interface gráfica para os seus usuários. Por conta disso, outros softwares foram desenvolvidos para facilitar o emprego do Energy Plus a fim de se superar essa limitação.
O Energy Plus é um software gratuito, já os que geralmente fornecem a interface são normalmente comerciais, como é o caso do DesignBuilder.
6.8.2 Design Builder
O DesignBuilder é um software comercial desenvolvido pela empresa britânica DesignBuilder Ltda. Esta ferramenta consiste em uma interface gráfica de modelagem para suprir a defasagem do EnergyPlus. Contém um grande acervo de materiais de construção para modelagem de edifícios e mais de 2.000 arquivos climáticos em diversas regiões do mundo.
O software combina as funcionalidades de modelação de edifícios de uso do mesmo, com simulações energéticas dinâmicas de ponta, oferecendo uma
plataforma de modelagem de habitação em 3d de rápida manipulação. Nele não há restrições de limitações geométricas tridimensionais e estão disponíveis elementos realísticos que fornecem de forma visual e imediata detalhes como espessura de paredes, janelas, lajes, entre outros.
Ao criar um modelo, o DesignBuilder permite que sejam definidos automaticamente os dados do mesmo mediante as plantas baixas definidas. Uma vez criado, é possível fazer alterações no nível global ou específico, no nível edifício, bloco e zona. Também é possível controlar o nível de detalhe de cada modelo, o que faz do referido software uma ferramenta útil em qualquer etapa do processo de projeto.
7 METODOLOGIA
7.1 MÉTODO DE AVALIAÇÃO
A proposta desta pesquisa consiste em avaliar o desempenho térmico de uma casa feita com contêiner marítimo, por meio das NBR 15575 (ABNT, 2013), NBR 15220 (ABNT, 2005) e ASHRAE 55 comparando os resultados com o desempenho de uma casa de interesse social. A Figura 4 mostra os passos que serão seguidos para que consiga atingir tais objetivos:
Figura 4: Esquematização da metodologia Fonte: Autoria própria (2016). Metodologia
Estudo Bibliográfico
Etapa 1
Comparar o desempenho térmico da casa contêiner com uma
casa tradicional de referência aplicando a NBR 15.575 Determinar os materiais mais eficientes e economicamente viáveis da envoltória da casa de contêiner; Validar a modelagem da casa contêiner no software DesignBuilder Análise dos resultados. Etapa 2 Medição in loco
Coleta dos dados: temperatura de bulbo seco, temperatura bulbo úmido e umidade relativa
do ar.
Calibrar o modelo computacional
Etapa 3
Comparar o conforto térmico da casa contêiner com uma
casa tradicional de referência utilizando a
ASHRAE 55 Comparar a demanda de
eletricidade para climatização entre a casa
contêiner e uma casa tradicional de referência
Replicar as análises anteriores para todas as zonas bioclimáticas brasileiras
7.2 CARACTERIZAÇÕES DOS MODELOS DE HABITAÇÃO
Serão estudados dois modelos de habitação: o modelo 1 já verificado por Laco (2015) e o modelo 2 feito de um contêiner marítimo.
7.2.1 Habitação de interesse social.
Segundo um estudo realizado por Laco (2015) a habitação do tipo 1 caracteriza-se conforme a Tabela 5 .
A escolha dos materiais constituintes foi feita por meio da caracterização das habitações de interesse social existente no município de Sinop-MT. Essas habitações possuem tamanhos que variam de acordo com a renda de cada família, e mesmo sendo constituídas por construtoras diversas, apresentam as mesmas características em relação aos materiais utilizados.
Tabela 5 - Caracterização das habitações de interesse social em Sinop-MT
Aspectos Caracterização
a) Fundação Blocos de fundação de concreto e vigas baldrame de concreto armado
b) Esquadrias Metálicas, Janelas com 3mm e Portas com 6mm de espessura os vidros
c) Materiais de revestimento do piso
Piso cerâmico
d) Materiais de vedação Tijolos oito furos ( 9 x 19 x 19cm) Reboco com 1,5cm de espessura
Pintura externa e interna com cores claras e)Materiais de cobertura Telha cerâmica e forro de PVC.
Fonte: Laco (2015)
7.1.2 Habitação em contêiner marítimo
Para as habitações de tipo 2 será utilizado um escritório de advocacia no bairro Maringá da cidade de Sinop-MT, um contêiner Refeer de 40 pés. Com 2,438 metros de largura, 12,192 metros de comprimento e 2,59 metros de altura. Esse contêiner foi dividido ao meio, e feito de dois andares, a parte de baixo é a recepção
do escritório de advocacia e a parte de cima o escritório, na lateral foi fechado com vidro temperado.
7.3 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO
7.3.1 Cálculo do tamanho das aberturas para ventilação
De acordo com a NBR 15575 (ABNT, 2008), as habitações devem apresentar aberturas em suas fachadas com dimensões adequadas para a ventilação interna dos ambientes. Para este requisito, analisam-se os ambientes de longa permanência, como salas, cozinhas e dormitórios.
A porcentagem da área do piso por ambiente será feita por meio da Equação 5.
Para ser verificado sua adequação frente as normas, os valores mínimos admissíveis para as áreas de abertura para ambientes de longa permanência devem ser adotados. A NBR 15520 (ABNT, 2005) traz o tamanho das aberturas para cada zona bioclimática e sua porcentagem máxima e mínima. Para a zona bioclimatica 5 (cidade de Sinop-MT) as aberturas para a ventilação devem ser médias, ou seja, a área do piso com relação ao ambiente deve ser maior que 15% e menor que 25%. Já para a verificação da NBR 15575 (ABNT, 2013) irá ser feita por meio da Tabela 2. O ambiente banheiro, também será analisado. Para este ambiente não é obrigatório a análise do tamanho da abertura, pois não se trata de um ambiente de longa permanência de uma residência, contempla grande importância em se tratando de ventilação natural. A dimensão correta de abertura para esse tipo de ambiente possibilita uma melhor manutenção da qualidade do ar proporcionando maior higiene com renovação do ar interno, melhorando o suprimento de oxigênio, a desconcentração de odores, vapores e poluentes como gás carbônico, gerando então, maior conforto aos usuários.
Os requisitos e critérios para verificações dos níveis mínimos de desempenho térmico de vedações verticais externas e internas se encontram na parte 4 da NBR 15575.
O cálculo da transmitância térmica e capacidade térmica será realizado por meio das equações 2 e 3, mencionados anteriormente. O método de avaliação será feito através de cálculos conforme apresentados na NBR 15220-2. Os valores máximos admissíveis para a transmitância térmica (U) das paredes externas irão ser comparados com os valores prescritos na tabela 3.
De acordo com a NBR 15220/2005, o desempenho térmico das vedações externas- paredes para a Zona bioclimática de Sinop-Mt, é verificado conforme especificado na tabela 6 os valores da transmitância térmica (U), do atraso térmico (ᵠ) e fator solar (FS).
Tabela 6 - Pré-requisitos para os valores de transmitância térmica, atraso térmico e fator solar para a zona bioclimática ZONA Vedação externa da parede Transmitância
térmica - U (W/m²K) atraso térmico (ᵠ) Fator solar (FS)
5 Leve U≤3,6 ≤ 4,3 Hrs ≤ 4%
Fonte: ABNT, 2005 (Adaptativo)
7.3.3 Sistema de coberturas
Será realizado com base na parte 5 da NBR 15575, lá são apresentadas as exigências dos usuários e aos requisitos referentes aos sistemas de coberturas de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos. Na qual os valores limites terão que estar de acordo com a Tabela 3.
7.4 AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO
Por meio da Equação 6 é possível de se calcular o valor da temperatura operativa. A ASHRAE 55 (2004) determina que sejam estabelecidos parâmetros de conforto para temperaturas operativas situadas dentro do intervalo 10°C a 33,5°C para a ventilação natural. Já a temperatura de Bulbo seco será encontrada pelo método de simulação a seguir.
Ao realizar a verificação por meio da Figura 3, será possível determinar os meses com as maiores temperaturas e os horários que apresentam as temperaturas adequadas ao usuário. Com a obtenção dos pontos de medição corresponde a cada mês, é possível de se encontrar a ocorrência de parâmetros fora do conforto, ou seja, localizadas acima ou abaixo dos limites superior e inferior de 80% de satisfação.
7.5 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Caso ao menos umas das exigências relatas não for cumprida, o estudo do desempenho térmico será realizado por meio de simulação computacional. Essa será executada pelos programas EnergyPlus e DesignBuild de simulação dinâmica, validado pela ASHRAE 140 ( 2011). A ventilação das moradias serão constantes e igual a 1 renovação de ar por hora. A simulação é feita para dias típicos de verão e de inverno.
A orientação solar deve estar de acordo com o projeto, como ela não irá ser definida, irá se adotar para o dia típico de verão, a janela do quarto ou da sala voltada ao oeste e a outra face voltada para o norte. Para o dia típico de inverno, a janela do quarto ou da sala irá estar voltada para o sul, e a outra face, se possível, ao leste. A absortância da cobertura será de acordo com o material adotado.
Os critérios para a classificação dos níveis de desempenho se dão em função da diferença entre a temperatura mínima do ar no interior do ambiente em questão e a temperatura mínima do ar no exterior, para o inverno (Tabela 8), ou tomando-se como referencia a temperatura máxima, para o verão (Tabela 7).
Tabela 7 - Critérios de avaliação de desempenho térmico para condições de verão
Nível de
desempenho Zonas 1,2,3,4,5,6 e 7 Zona 8
Insuficiente Ti,max>Te,max Ti,max>Te,max
Mínimo Ti,max≤Te,max Ti,max≤Te,max
Intermediario Ti,max≤ (Te,max - 2°C) Ti,max≤ (Te,max - 1°C) Superior Ti,max≤ (Te,max - 4°C) Ti,max≤ (Te,max - 2°C)
Fonte – Adaptada da NBR 15575 (ABNT,2013).
Nota – Ti, máx: valor máximo diário da temperatura do ar no interior da edificação (C°); e Te, máx: o valor máximo diário da temperatura do ar exterior a edificação (C°)
Tabela 8 - Critérios de avaliação de desempenho térmico para condições de inverno
Nível de desempenho Zonas 1,2,3,4 e 5. Zonas 6,7 e 8 Insuficiente Ti,min < (Te,min + 3°C)
Nestas zonas, este critério não precisa ser verificado. Mínimo Ti,min ≥ (Te,min + 3°C)
Intermediario Ti,min ≥ (Te,min + 5°C) Superior Ti,min ≥ (Te,min + 7°C)
Fonte – Adaptada da NBR 15575 (ABNT,2013).
Nota – Ti, min: valor minimo diário da temperatura do ar no interior da edificação (C°); e Te, min: o valor minimo diário da temperatura do ar exterior a edificação (C°)
Caso os modelos das habitações não atinjam o desempenho mínimo para o verão, é possível de se refazer as simulações, considerando uma das opções a seguir:
a) adoção de proteção solar interna ou externa que reduza ao menos 50% da radiação solar direta;
b) adoção de uma taxa de ventilação igual a 5 renovações de ar por hora; ou c) combinação das duas opções acima.
As saídas dos resultados irão ser solicitadas para o atendimento das horas de conforto estabelecidas pela Norma americana ASHRRAE 55 (2004) em 80% dos limites (ASHRAE, 2004). Podendo assim fazer a comparação direta das horas em conforto e desconforto entre as duas habitações estudadas. Também será possível de se verificar as saídas em consumo energético total (anual) para as habitações.
7.6 PROCEDIMENTOS DE MEDIÇÃO
Por meio desta medição, poderá ser comparada a temperatura interna e externa com os critérios de temperaturas estabelecidos no método feito na simulação computacional. Para assim conseguir a validação dos dados.
Irão ser utilizados dois confortímetros da marca INSTRUTEMP. Para a realização das medições das temperaturas internas de cada habitação será utilizado o modelo ITWTG 2000 mostrado a seguir na Figura 5 .
Figura 5: ITWTG 2000 Fonte: Instrutemp
Para certificar que ambos os protótipos estejam sob a mesma velocidade do vento, irá ser utilizado um anemômetro de fio quente modelo Itan-740, mostrado na Figura 6.
Figura 6 : ITAN-740 Fonte: SoloStocks
Os dados do clima externo aos protótipos serão medidas por meio de uma estação meteorológica que se encontra instalada nas dependências da universidade, a Davis Vantage Pro2 Cabo (Rad. Solar e UV) K6162C.
De acordo com a ISSO 7726/98 as medições devem ser feitas conforme o ambiente de estudo. Nas habitações que serão estudadas as variações dos parâmetros físicos do ambiente serão praticamente constantes, sendo considerado
então um ambiente homogêneo, permitindo assim que o termômetro seja posicionado em apenas um ponto do ambiente garantindo a representatividade do mesmo. (LAMBERTS; XAVIER, 2002).
Os instrumentos de medição irão ser posicionados a 1,10m em relação ao piso de acordo com a ISO 7726. Os dados coletados irão ser a principio, a temperatura de bulbo seco, a temperatura de bulbo úmido e a umidade relativa do ar. Com os dados simulados e organizados ira ser possível analisar o consumo energético nas habitações durante o período de ocupação.
O cálculo dos custos financeiros com a construção de uma casa de interesse social de alvenaria e os custos com uma casa feita com o contêiner marítimo será feita por meio das tabelas da TCPO e o preço de cada insumo ira ser baseado (SINAPI).
8 CRONOGRAMA
ATIVIDADES 2016 2017
JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN Pesquisa e leitura de
bibliografia relacionada com o tema
Caracterização dos modelos de habitações a serem estudados
Calculo e avaliação simplificada do desempenho térmico das habitações
Simulação computacional dos modelos de habitação pelo DesignBuilder
Análise e organização dos dados Medição in loco Calibrar o modelo computacional
Realizar a análise para todas as zonas bioclimáticas brasileiras Redação do artigo Conclusão do artigo
Apresentação para a banca
Entrega final do artigo
9 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ABIKO, A. K. Introdução à gestão habitacional. São Paulo, EPUSP, 1995. Texto técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, TT/PCC/12.
AGOPYAN, V., JOHN, V. M., & GOLDEMBERG, J. O desafio da sustentabilidade
na construção civil: volume 5. São Paulo : Blucher, 2011.
AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR-CONDITIONING ENGINEERS, INC. ASHRAE STANDART 55-2010. Thermal Environmental
Conditions for Human Occupancy.. 2010
ARAÚJO, C. Conteiner ganha espaço em projetos de construção civil. 2012. Disponivel em: <http://www.sindusconrio.com.br/sindusletter/sindusletter_2803
12/n7.htm>. Acesso em: 10 mai. 2016
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho
térmico de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações
habitacionais - Desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
ATIRA. Atira unveils Canada's first recycled shipping container social housing
development (2013). Disponível em:
<http://www.atira.bc.ca/press-release-atira-unveils-canadas-first-recycled-shipping-container-social-housing-development-0>. Acesso em: 30 abr. 2016
BARBOSA, M. J; et al. Aperfeiçoamento e desenvolvimento de novos métodos
de avaliação de desempenho para subsidiar a elaboração e revisão de normas técnicas. In: ROMAN,H.R.; BONIN, L. C. (Ed) Coletânea Habitare, v.3,
Normatização e certificação na construção habitacional. 2003, p.43-53
BRIAN, Edwards. O guia básico para a sustentabilidade. Barcelona: Gráficas, v. 92, 2008.
CARBONARI, L. T. Reutilização de conteiners ISSO na arquitetura: Aspectos
projetuais, construtivos e normativos do desempenho térmico em edificações no sul do Brasil. 2015. Dissertação (Mestrado). Programa de pós-graduação em
Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis – SC.
CORBAS, D. Entrevista Jornal Band. 2012. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=ZjUK3cvJPCU>. Acesso em: 16 mai. 2016
COSTA, Débora Cristina Rosa Faria da; PRADO, Racine Tadeu Araujo.
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, CONFORTO TÉRMICO E IBUTG EM CONTÊINERES METÁLICOS PARA CANTEIROS DE OBRAS. In: XV ENCONTRO
NACIONAL DE TECNOLOGIAS DO AMBIENTE CONSTRUIDO, 2014, Maceió,
DEAR, R. J. DE; BRAGER, G. S. Thermal comfort in naturally ventilated buildings: revisions to ASHRAE Standard 55. Energy and buildings, v. 34, n. 6, p. 549-561, 2002.
DESIGNBUILDER. Eath Tubes. S.d.. Stroud – Gloucestershire – United Kingdom.
Disponível em:
<http://www.designbuilder.co.uk/helpv4.2/Content/EarthTubes.htm#Flow>. Acesso em: 10 abr. 2016.
FOSSOUX, E.; CHEVRIOT, S. Construire sa maison container. 2. ed. Paris: Eyrolles, 2013.
FIGUEROLA, Valentina. Containers de Navio se tornam material prima para a
construção de casas. TÉCHNE, São Paulo, edição 201. Dezembro/ 2013 Editora
Pini, Disponivel em: < http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/201/conteineres-de-navio-se-tornam-materia-prima-para-a-construcao-de-302572-1.aspx>. Acesso em: 5 mai. 2016.
GUEDES, Rita; BUORO, Anarrita Bueno. Reuso de containers marítimos na
construção civil. Revista de Iniciação Cientifoca, Tecnologica e Artistica. Edição
temática e sustentabilidade, v. 5, 2015
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDZATION – ISO. ISO 7726: Ergonomics of the thermal environment -- Instruments for measuring physical quantities. Geneva – Switzerland, 1998.
KREBS, Lisandra Fachinello; MOURA, Paula Wrague; DA CUNHA, Eduardo Grala.
HABITAÇÃO EM CONTAINER: UM ESTUDO PARAMÉTRICO PARA A ZONA BIOCLIMÁTICA 3. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 4, p. 90-101,
2015.
KOTNIK, J. Container architecture: Este libro contiene 6441 contenedores. Barcelona: Links Books, 2008.
LACO, M. Avaliação do desempenho térmico de habitações de interesse social:
estudo de caso da NBR 15575 para o municio de Sinop-Mt. Artigo (Trabalho de
Conclusão de Curso para a Graduação em Bacharel em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Estado de Mato Grosso, Sinop.
LAMBERTS, R; DUTRA, L; PEREIRA,F.O.R. Eficiência Energética na Arquitetura 3ª. Ed. Rio de Janeiro,2014. V.3.
LAMBERTS, R.; GHISI,E.; ABREU, A. L.; CARLO, J.C. Desempenho Térmico de
Edificações. 2016. Apostila da Disciplina ECV 5161 – Desempenho Térmico de
Edificações. Curso de Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis – SC.
LAMBERTS, R.; XAVIER, A. A. P.; GOULART, S; VECCHI, R. (2011). Conforto e
LAMBERTS, R.; GHISI, E.; PEREIRA C.; BATISTA, J; (2010). Casa Eficiente:
Simulação Computacional do Desempenho Termo-Energético. Florianópolis:
LabEEE, UFSC. v.4.
LIMA, Luiz Felipe de; SILVA, José Wilson de Jesus. A substituição de casas
populares de alvenaria, feitas pelo governo federal, por casas containers: uma medida possível, v. 12, n. 21, 2016.
MENEZES, M. S. Avaliação do desempenho de habitações sociais de Passo
Fundo – RS. 2006. Dissertação (Mestrado). Programa de pós-graduação em
Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis – SC.
METALICA, Container City: um novo conceito em arquitetura sustentável, Portal Metalica. Disponível em: < http://wwwo.metalica.com.br/container-city-um-novo-conceito-em-arquitetura-sustentavel>. Acesso em : 05 mai. 2016.
ORDENES, M; LAMBERTS, R.; GUTHS, S. Transferência de calor na envolvente
da edificação. 2008. Apostila de Programa de pós-graduação em Engenharia Civil.
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis – SC.
PEÑA, José A.; SCHUZER, Kurt. Design of reusable emergency relief housing units using general-purpose (Gp) shipping containers. International Journal Of
Engineering Research and Innovation, v. 4, n. 2, p. 55-64, 2012.
SANTAMOURIS, M.; KOLOKOTSA, D. Passive cooling dissipation techniques for buildings and other structures: The state of the art. Energy and Buildings, v. 57, p. 74-94, 2013.
SANTOS, H. N.; CÂNDIDA, A.; FERREIRA, T. K. S. Ações referentes a gestão de resíduos da construção civil em Araguari-MG. In: ENCONTRO NACIONAL DOS GEÓGRAFOS, 16, 2010, Porto Alegre, Anais eletrônicos… Porto Alegre.
SLAWIK, H et al. Container atlas: a practical guide to container architecture. Berlin: Gestalten Verlag, 2010.
WORL SHIPPING COUNCIL. Containers. 2014. Disponível em: <
http://www.worldshipping.org/about-the-industry/containers>. Acesso em: 15 mai. 2016