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Análise de risco de uma micro empresa do setor moveleiro no município de Ijuí – RS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

MÔNICA MARTINS MARQUES

ANÁLISE DE RISCO DE UMA MICRO EMPRESA DO SETOR

MOVELEIRO NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS

Ijuí 2019

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ANÁLISE DE RISCO DE UMA MICRO EMPRESA DO SETOR

MOVELEIRO NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientador(a): Caroline Daiane Radüns

Ijuí 2019

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MÔNICA MARTINS MARQUES

ANÁLISE DE RISCO DE UMA MICRO EMPRESA DO SETOR

MOVELEIRO NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, do Departamento de Ciências Exatas e Engenharias, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Ijuí, 28 de Janeiro de 2019

Prof. Caroline Daiane Radüns Mestre pela Universidade de Passo Fundo – Orientador

Prof. Lia Geovana Sala Coordenadora do Curso de Pós Graduação em Engenharia de Segurança do

Trabalho/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA Prof. Caroline Daiane Radüns Mestre pela Universidade de Passo Fundo – Orientador

Prof. Cristina Pozzobon Professora Assistente e Vice-Reitora de Graduação da UNIJUÍ

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Agradeço as pessoas mais especiais em minha vida.

Primeiramente a minha mãe Marlene e meu irmão Vinicius, por todo o apoio ao longo deste percurso e por serem sempre meus exemplos e meu porto seguro.

Ao meu marido José Paulo, pelo incentivo que me fortaleceu no decorrer do curso.

Ao meu filho Joaquim, que mesmo tão pequeno já me ensina tanto. Aquele que me acompanhou durante todas as aulas do último ano (na barriga), e após seu nascimento me acompanha durante a elaboração deste trabalho.

Aos meus colegas da pós graduação, por toda a experiência compartilhada durante as aulas

Aos professores do curso, que contribuíram para a minha formação, e em especial a professora orientadora, Caroline Radüns, pela disponibilidade, que mesmo em férias após a minha licença maternidade, dedicou-se em compartilhar seu conhecimento, o qual contribuiu para o desenvolvimento deste trabalho.

A empresa na qual se realizou o estudo de caso, que permitiu a execução deste trabalho, pois sem o auxílio e colaboração da mesma, o objetivo deste trabalho não seria alcançado.

Enfim, a todos que participaram na realização deste trabalho de conclusão de curso da Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, ficam aqui meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

MARQUES, M. M. PROPOSTA PARA ANÁLISE DE RISCO DE UMA MICRO EMPRESA DO SETOR MOVELEIRO NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS, 2019. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

A segurança no trabalho tem sido um assunto cada vez mais importante. Atualmente não é possível pensar em qualquer segmento de empreendimento, seja grande ou pequeno, sem se preocupar com a saúde e segurança dos trabalhadores. Uma das medidas adotadas para diminuir o índice de acidentes é a análise de risco. Esta medida tem como finalidade principal de identificar e avaliar os riscos. Essa identificação tem por objetivo identificar, discutir e avaliar as possibilidades de acidentes, na tentativa de evitar que estes ocorram. Este trabalho tem como principal objetivo analisar os riscos ambientais existentes em uma marcenaria, localizada em Ijuí, RS. A fim de atender este objetivo foram realizadas entrevistas com os profissionais envolvidos, possibilitando o diagnóstico dos riscos existentes. Após esta etapa foi possível elaborar tabelas, utilizando os métodos HAZOP, APR e What If. Os riscos, em sua maioria, foram de média e grande intensidade. Assim, é necessário lembrar que os trabalhadores estão expostos a situações de risco em seu dia-a-dia, e que portanto, adotar medidas de controlar os riscos não é questão somente de cumprir normas, mas evitar problemas e incômodos futuros não só para a empresa, mas também para os funcionários.

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MARQUES, M. M. PROPOSAL FOR ANALYSIS OF THE RISK OF A MICRO COMPANY OF THE MOVING INDUSTRY IN THE CITY OF IJUÍ - RS, 2019. Conclusion of the Lato Sensu Postgraduate Course in Work Safety Engineering, Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2019

Safety at work has been an increasingly important issue. Nowadays is not possible to think of any business segment, large or small, without worrying about the health and safety of workers. One of the measures adopted to reduce the accident rate is the risk analysis. The main objective of this measure is identifying and assessing risks. This identification aims to identify, discuss and evaluate the possibilities of accidents, in an attempt to prevent them from occurring. This paper has as main objective to analyze the environmental risks existing in a carpentry, located in Ijuí, RS. To accomplish this objective, interviews were conducted with the professionals involved, making it possible to diagnose the existing risks. After this step it was possible to elaborate tables, using the HAZOP, APR and What If methods. The risks were, for the most part, medium and high intensity. Thus, it is necessary to remember that workers are exposed to risk situations in their daily lives, and that therefore, adopting measures to control risks is not only a matter of complying with standards, but avoid future problems and inconveniences not only for the company , but also for employees.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Layout da empresa...43

Figura 2 – Showroom...44

Figura 3 – Esquadrejadeira...45

Figura 4 – Tupia...45

Figura 5 – Tupia...45

Figura 6 – Coladeira de borda...46

Figura 7 – Fita de borda...46

Figura 8 – Furadeira de bancada...47

Figura 9 – Janela basculante e telha de zinco...49

Figura 10 – Porta...49

Figura 11 – Coletor de pó...50

Figura 12 – Poeira no interior do ambiente...50

Figura 13 – Posto de trabalho...51

Figura 14 – Posto de trabalho...51

Figura 15 – Posto de trabalho...52

Figura 16 – Posto de trabalho...52

Figura 17 – Depósito...53

Figura 18 – Armário para ferramentas...53

Figura 19 – Instalações elétricas expostas...54

Figura 20 – Instalações elétricas expostas...54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Limite de tolerância para o ruído continuo ou intermitente...21

Tabela 2 – Elementos gráficos da arvore de falhas...30

Tabela 3 – Portas lógicas da arvore de falhas e suas funções...31

Tabela 4 – Lista de desvios HAZOP...33

Tabela 5 – Modelo de tabela What If...34

Tabela 6 – Categoria de severidade dos riscos ambientais...36

Tabela 7 – Modelo de tabela APR...37

Tabela 8 – Distribuição dos funcionários da empresa………...48

Tabela 9 – Dados da empresa………...57

Tabela 10 – Tabela APR………...57

Tabela 11 – Tabela HAZOP………...58

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AAF – Análise de Árvore de Falhas

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABIMOVEL – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário APR – Análise Preliminar de Risco

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear

DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho EPC – Equipamento de Proteção Coletiva

EPI – Equipamento de Proteção Individual FMEA – Failure mode effect analysis HAZOP – Hazard and Operability Study LER – Lesão por Esforço Repetitivo NR – Norma Regulamentadora

OIT – Organização Internacional do Trabalho

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SST – Saúde e Segurança do Trabalho

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ... 12 1.2 PROBLEMATIZAÇÃO ... 14 1.3 OBJETIVOS ... 15 1.3.1 Objetivo Geral ... 15 1.3.2 Objetivo Específico ... 15 1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ... 16 1.5 JUSTIFICATIVA ... 16 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 18 2.1 ANÁLISE DE RISCO... 18

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS ... 19

2.2.1 Agentes Físicos ... 19

2.2.1.1 Ruído ... 20

2.2.1.2 Vibrações ... 22

2.2.1.3 Pressões Anormais ... 22

2.2.1.4 Temperaturas Extremas ... 23

2.2.1.5 Radiações Ionizantes e Não Ionizantes ... 24

2.2.1.6 Umidade ... 25

2.2.2 Agentes Químicos ... 25

2.2.3 Agentes Biológicos ... 26

2.2.4 Agentes Ergonômicos ... 27

2.2.5 Agentes de Acidentes ... 28

2.3 METODOLOGIA DE ANÁLISE DE RISCO ... 28

2.3.1 Análise de Árvore de Falhas (AAF) ... 29

2.3.2 Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE) ... 31

2.3.3 Análise de Perigo e Operacionabilidade (HAZOP) ... 32

2.3.4 What If (WI) ... 33

2.3.5 Análise Preliminar de Risco (APR) ... 35

3 METODOLOGIA ... 38

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ... 38

3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA ... 39

3.2.1 Levantamento de Dados ... 39

3.2.2 Instrumento de Estudo de Caso ... 40

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4 RESULTADOS ... 43

4.1 PERÍODO DA PESQUISA ... 43

4.2 A EMPRESA ... 43

4.3 OS FUNCIONÁRIOS ... 47

4.4 RISCOS NA ATIVIDADE DA EMPRESA ... 49

4.5 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ... 53

4.6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ... 55

4.7 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) ... 56

4.8 ESTUDO DAS ANÁLISES DE RISCO ... 56

4.9 AÇÕES PROPOSTAS ... 59

4.9.1 Campanha Educativa ... 59

4.9.2 Ginástica Laboral ... 60

4.9.3 Realização de Treinamentos ... 61

4.9.4 Implementação dos 5S na Empresa ... 61

5 CONCLUSÃO ... 64

REFERÊNCIAS ... 66

Apêndice A - Questionário para os Colaboradores ... 70

Apêndice B - Questionário para o Proprietário ... 74

Apêndice C - Tabela APR ... 77

Apêndice D - Tabela HAZOP ... 85

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Analisando o setor moveleiro no estado do Rio Grande do Sul, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL (2015), este é formado por 2.750 empresas que geram em média 35 mil postos de trabalho. Segundo Santos, Pamplona e Ferreira (1999), o setor moveleiro é composto por indústrias tradicionais, cuja dinâmica produtiva e de desenvolvimento tecnológico é determinada por máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo, introdução de novos materiais e aprimoramento.

Assim, a partir do desenvolvimento dessas indústrias e com o uso cada vez maior da tecnologia nos meios de produção, as indústrias em todos os segmentos do mercado, acabam por utilizar equipamentos para realizar as atividades de forma mais rápida. Porém essas máquinas nem sempre estão protegidas, e em alguns casos podem causar acidentes de trabalho nos operadores.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT (2015), cita que acontecem por ano, cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho no mundo, com aproximadamente 1% de óbitos. O Brasil ocupa a sexta posição nos termos de acidentes de trabalho com óbito. Esses acidentes, são problemas que acontecem e geram inconvenientes para os empregados e empregadores.

Conforme o último Anuário Estatístico da Previdência Social (2018), ocorreram em 2017, 704.136 acidentes no país. O número representa decréscimo de 2,97% com relação ao ano anterior, quando foram registrados 725.664 acidentes. O Anuário também revela que os acidentes de trabalho provocaram 2.783 mortes no Brasil ao longo do mesmo ano. Isso significa que, a cada dia, mais de sete trabalhadores perderam a vida na sua atividade profissional.

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Já no Rio Grande do Sul, foram registrados 59.658 acidentes de trabalho em 2017. Com esse número, o Estado ocupa a terceira posição no ranking nacional, ficando atrás apenas de São Paulo (239.280) e Minas Gerais (73.649). Os acidentes de trabalho no território gaúcho resultaram em 159 mortes (19 a mais que em 2016) e 1.002 trabalhadores ficaram com incapacidade permanente. (ANUÁRIO ESTATISTICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2018)

Dessa maneira, o gerenciamento de riscos serve como uma ferramenta a fim de avaliar e controlar os riscos por meio da formulação e implementação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos. Pois, seu objetivo é reduzir os riscos por meio de prevenção (redução da frequência de ocorrências) e da proteção contra os riscos existentes (redução das consequências).

Os problemas e a preocupação com a saúde dos trabalhadores sempre foram objeto de estudo. A preocupação com o bem-estar, a saúde e a segurança do ser humano no trabalho, seja ele pesado ou leve, vem se acentuando no decorrer dos últimos anos. Os trabalhadores em marcenarias, de maneira geral, estão expostos a diversos riscos para a sua integridade física e psicológica. Existe um elevado risco de acidentes, que podem levar ao afastamento do trabalhador por períodos de tempo consideráveis, o que, além de prejudicar o funcionário, implica prejuízos para as empresas, em virtude de, na maioria das vezes, não haver mão-de-obra treinada para substituir o acidentado, interferindo, assim, nos processos de produção da empresa. (VENTUROLI, 2002).

No decorrer do processo de produção de uma marcenaria, há agentes ambientais presentes, tais como: Agentes Físicos, Agentes Químicos, Agentes Biológicos, Agentes Ergonômicos e Agentes de Acidentes. Por isso, os profissionais desse ramo devem realizar exames anualmente, a fim de evitar possíveis danos à saúde.

E, por conta disso, surge a necessidade de descrever as condições do ambiente de trabalho e analisar os fatores de riscos, responsáveis por acidentes de trabalho no setor moveleiro, tendo como objeto de estudo uma empresa, situada na

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cidade de Ijuí – RS. Com isso, buscou-se avaliar as principais atividades realizadas e a situação dos colaboradores com relação à segurança e aos riscos do trabalho. Isso envolve desde os riscos ambientais, nos quais os trabalhadores estão submetidos no decorrer de suas atividades; como a forma que a empresa adota medidas para a prevenção e treinamento dos funcionários sobre os riscos, além de orientá-los sobre a importância da utilização dos equipamentos de proteção.

1.2 Problematização

Os trabalhadores da área moveleira estão expostos a riscos de saúde ocupacional por falta de conhecimento e por manusear inadequadamente os equipamentos de proteção individual (EPIs) e os equipamentos de proteção coletiva (EPC).

Além do risco de acidentes com máquinas e equipamentos, os trabalhadores do setor estão expostos a riscos biológicos por exposição à poeira e aos riscos químicos, devido à produtos utilizados no trabalho com a madeira, sem falar nos problemas ergonômicos devido às posturas inadequadas e esforços da atividade. Os riscos físicos, como o ruído, por exemplo, está relacionado ao maquinário utilizado no processo produtivo.

Portanto, existe a necessidade de investigar e questionar as condições de exposição ocupacional daqueles que trabalham diretamente com o manuseio, corte e laminação dos materiais, verificando-se quais medidas de controle são adotadas no ambiente de trabalho. Dessa maneira, há algumas perguntas a serem respondidas no decorrer deste trabalho:

- Quais os riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho no setor moveleiro?

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- Os funcionários colaboram com sua segurança?

- A empresa possui sistema de proteção coletiva em máquinas, equipamentos e no layout interno?

- São necessários sistemas coletivos de proteção?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Realizar o levantamento dos riscos/perigos envolvidos na atividade de uma empresa de móveis, utilizando ferramentas de análises de riscos.

1.3.2 Objetivos Específicos

- Descrever os riscos ambientais existentes na empresa.

- Caracterizar o gerenciamento de risco da empresa, identificando os riscos ambientais existentes.

- Identificar as medidas de controle de proteção individual e coletiva dos funcionários e/ou máquinas e equipamentos utilizados na empresa em estudo.

- Estudar como a segurança do trabalho pode gerar um diferencial no processo produtivo de uma microempresa.

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1.4 Delimitação da pesquisa

Esta pesquisa aborda sobre os riscos ambientais existentes em uma marcenaria na cidade de Ijuí – RS, limitando-se as atividades de: levantamento dos riscos existentes no setor da marcenaria, levando em consideração a condição de trabalho dos funcionários; a realização de análises de riscos; e a construção de propostas, através de campanhas educativas para a conscientização dos trabalhadores, em relação os riscos existentes.

1.5 Justificativa

A importância do tema baseia-se no fato de que os empregados e empregadores, em sua maioria, não têm a consciência sobre os riscos que suas atividades laborais oferecem. De um modo geral, observa-se esse comportamento, pela falta de informação e conscientização dos riscos.

Assim, a questão da segurança no trabalho torna-se de extrema importância, uma vez que, a saúde e a proteção com este colaborador é fundamental para a evolução produtiva de uma empresa. Pois caso ocorra algum acidente, no qual o trabalhador tenha que se ausentar das suas atividades laborais, ele gera um custo elevado para a empresa, além de questões físicas e psicológicas que este acidente deixa no acidentado. Ou seja, a segurança no trabalho, além de diminuir os custos e prejuízos, tornam a empresa mais competitiva, auxiliando na sensibilização de todos para o desenvolvimento de uma consciência coletiva de respeito à integridade física dos trabalhadores e melhoria contínua dos ambientes de trabalho.

Observando-se a necessidade de uma discussão sobre a existência dos riscos dentro dos procedimentos dos serviços executados em uma marcenaria, e de analisar os riscos aos trabalhadores envolvidos na atividade de execução de móveis, tendo

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como premissa que a Engenharia de Segurança do Trabalho atua na prevenção de acidentes é que se optou por fazer o presente trabalho.

1.6 Estrutura do trabalho

O presente estudo está estruturado em cinco capítulos:

- O capitulo 1 apresenta a introdução, que é subdivida em contextualização, problematização, objetivos, delimitação e justificativa da pesquisa, bem como a apresentação de sua estrutura;

- O capitulo 2 trata da revisão da literatura, ou seja, a fundamentação teórica que aborda assuntos que são considerados relevantes para o estudo, como: análise riscos, classificação dos riscos ambientais e métodos de análise de risco.

- O capitulo 3 aborda os aspectos metodológicos da pesquisa, explicitando o método de abordagem, a classificação da pesquisa, população e amostra, bem como o instrumento da coleta de dados e a forma de análise;

- O capitulo 4 apresenta os resultados, as melhorias propostas e as considerações finais da pesquisa;

- O capitulo 5 apresenta a conclusão da pesquisa, as limitações encontradas durante o estudo e as recomendações para trabalhos futuros.

A seguir, será abordada a revisão da literatura, reforçando a abrangência dos assuntos desenvolvidos nessa pesquisa.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Análise de riscos

O termo “risco” faz parte do nosso cotidiano e a empregamos de diversas maneiras e com múltiplos significados, cujo o sentido predominante é o de representar uma certa chance de algo acontecer, como por exemplo: o risco de um acidente, o risco de algo dar errado ou o risco de algo que nos parece certo e com grandes chances de acontecer.

O risco pode ser resultante da combinação entre a frequência de ocorrência de um ou mais cenários acidentais e a sua consequência. A adequada composição destes fatores possibilita estimar o risco de um empreendimento, sendo o estudo de análise de risco a ferramenta utilizada para esse fim. (ALVES, 2015)

A análise de riscos é elaborada por meio de um conjunto de métodos e técnicas que buscam identificar e avaliar os riscos considerando o tipo, nível (análise qualitativa) e quantidade (análise quantitativa). Uma das principais finalidades de realizar uma análise de risco é representar interesses de segurança da comunidade, do meio ambiente e da empresa. Os resultados obtidos identificam o cenário, a frequência e as consequências dos riscos analisados. (ROJAS, 2015)

A análise de riscos fornece aos responsáveis pela segurança do trabalho nas empresas elementos básicos sobre os riscos existentes nas atividades para que sejam tomadas decisões e adotadas providencias para prevenir a ocorrência de acidentes.

A identificação desses riscos, tem por objetivo responder uma ou mais perguntas, a fim de identificar, discutir e avaliar as possibilidades de ocorrência de acidentes, na tentativa de evitar que estes aconteçam e, caso ocorram, identificar as alternativas que tornam mínimos os danos a estes acontecimentos.

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2.2 Classificação dos Riscos Ambientais

Independente do ramo de atividade laboral, os colaboradores podem estar expostos a uma série de riscos ambientais, ou seja, um conjunto de elementos, substâncias ou materiais que colocam em risco sua saúde e integridade física. Para efeito da Norma Regulamentadora (NR) 9, do Ministério do Trabalho que trata sobre o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), em sua definição, cita o seguinte:

“Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.” (NR9, item 9.1.1)

Dessa maneira, a presente normativa, cita os riscos ambientais ao qual um trabalhador pode ser exposto sendo eles os agentes físicos, químicos e biológicos além de riscos ergonômicos1 e riscos mecânicos (ou de acidentes) existentes no

ambiente de trabalho que em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

A seguir, a descrição detalhada de cada uma das categorias:

2.2.1 Agentes Físicos

Os agentes físicos representam formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, dispersas no ambiente por sua geração inerente associada a sistemas ou equipamentos, ou ainda por desvios ou vazamento dos mesmos (controláveis ou não), que venham a interagir com o homem e seu trabalho, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações

1 Os riscos ergonômicos e os riscos mecânicos (ou de acidentes), embora não contempladas pela NR 9, devem ser observadas da mesma maneira, já que o objetivo principal é garantir a segurança de toda a equipe.

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ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. (SALIBA, 2004)

2.2.1.1 Ruído

O ruído é um dos principais agentes físicos presentes nos ambientes de trabalho, em diversos tipos de instalações ou atividades profissionais, e que está presente em todos os lugares com maior ou menor intensidade2. Para Neto (2015), o

ruído varia na sua composição naquilo que se refere à frequência, intensidade e duração. Como conceito, o ruído é o som ou a mistura de sons que são capazes de causar danos à saúde de quem o percebe. Ou seja, ruído é um som ou um conjunto de sons desagradáveis ao ouvido dos indivíduos, tanto de forma física como de forma psicológica.

Conforme Oda e Avila (1998), as máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir altos níveis, podendo ser de curto, médio e longo prazo, e provocar sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional.

A Tabela 1, extraída da NR 15 anexo 1, estabelece o limite de tolerância para o ruído continuo ou intermitente, a exposição dos trabalhadores aos diversos ruídos ocupacionais o limite de 85dB para um período de 8 horas diárias.

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Tabela 1. Limite de tolerância para o ruído continuo ou intermitente

Nível de ruído dB (A) Máxima exposição diária

permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 40 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Fonte: NR 15 – Anexo 1

O ruído age diretamente sobre o corpo humano do trabalhador, ocasionando alterações em sua saúde, como por exemplo: cansaço, irritação, dores de cabeça, alterações mentais, perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar ideias, hipertensão, modificação do ritmo cardíaco, entre outros.

Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído nos locais de trabalho, pode ser adotadas alguma medidas de controle, como a proteção coletiva (enclausuramento da máquina produtora do ruído; isolamento do ruído) e a proteção

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individual (fornecimento do equipamento de proteção individual – EPI3, como por

exemplo, o protetor auricular).

2.2.1.2 Vibrações

A vibração é qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto fixo. Esse movimento pode ser regular ou irregular, quando não segue um padrão determinado. As vibrações são agentes físicos nocivos que afetam os trabalhadores e que podem ser provenientes das máquinas ou ferramentas portáteis a motor ou resultantes dos postos de trabalho. (IIDA, 2005)

Na indústria é comum o uso de equipamentos e máquinas manuais, elétricas e pneumáticas que produzem vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador. As vibrações podem ser localizadas ou de corpo inteiro. A primeira remete-se a vibrações que ocorrem apenas em algumas partes do corpo (mãos, braços e os ombros). Como consequências, teremos alterações neurovasculares nas mãos; problemas nas articulações das mãos e braços; osteoporose (perda da substância óssea). Já a segunda, também conhecida como generalizada, refere-se a lesões que atingem o corpo com a pessoa sentada, em pé ou deitada. As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores. Como consequências, podemos encontrar algumas lesões na coluna vertebral e dores lombares. (FIEDLER, 2007)

Como medida de controle para evitar ou diminuir as consequências das vibrações é recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição).

2.2.1.3 Pressões Anormais

Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a

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que normalmente estamos expostos. As pressões anormais podem ser classificadas em dois tipos: baixas pressões (hipobárica) ou altas pressões (Hiperbárica). (NETO, 2015)

As baixas pressões são aquelas que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são raros os trabalhadores expostos a este risco. Esse tipo de pressão traz ao trabalhador os sintomas de coceira na pele, dores musculares, vômitos, hemorragias pelo ouvido e ruptura do tímpano.

Já, as altas pressões são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores.

A exposição a pressões anormais pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sanguíneos podendo levar até a morte. O trabalho em pressões anormais por ser uma atividade de alto risco, e exige legislação específica (NR-15) a ser obedecida.

2.2.1.4 Temperaturas Extremas

Podemos classificar as temperaturas extremas em dois tipos: calor e frio. O calor, é a troca de temperatura entre corpos com temperatura diferentes. Quando se tem dois corpos com temperaturas diferentes, pode-se notar que o corpo mais frio normalmente recebe energia do calor e se aquece. O trabalhador exposto ao calor, pode sofrer de exaustão, esgotamento ou desfalecimento, insolação, câimbras, desidratação, fadiga física e problemas cardiocirculatórios.

Já o frio, refere-se a sensação produzida pela falta de calor em um corpo ou matéria, causada pela baixa temperatura atmosférica ou por meios artificiais através da refrigeração. O trabalho em ambientes de baixa temperatura representa um risco a saúde dos trabalhadores, o que pode ocasionar desconforto, doenças ocupacionais, acidentes de trabalhos, podendo inclusive, levar até a morte. A lesão mais grave

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decorrente do frio, é a perda excessiva de calor no corpo, conhecida como hipotermia. (RAPIN, 2001)

Logo, o trabalhador exposto ao frio extremo, podem sofrer de feridas, que segundo Esteves (2003), tendem a ser rachaduras e necrose na pele, enregelamento (ficar congelado), agravamento de doenças reumáticas, predisposição para acidentes e predisposição para doenças das vias respiratórias.

Para o controle das ações nocivas das temperaturas extremas ao trabalhador é necessário que se tome medidas como por exemplo, a utilização de proteção coletiva (ventilação local exaustora com a função de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio) e de proteção individual (fornecimento de EPI - avental, botas, capuz, luvas, vestimenta especiais para trabalhar no frio).

2.2.1.5 Radiações Ionizantes e Não Ionizantes

De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN (2012), a radiação ionizante é qualquer partícula ou radiação eletromagnética que, ao interagir com a matéria, desloca elétrons dos átomos ou moléculas produzindo íons.

Conforme Neto (2015), a radiação pode ser dividida em radiações ionizantes e radiações não ionizantes. A primeira refere-se as emissões de energia em diversos níveis, ultravioleta, raios-X, raio gama e partículas alfa e beta, capazes de contato com elétrons de um átomo, provocando a ionização dos mesmos. Os operadores de raios-X e radioterapia estão frequentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas.

Já as radiações não ionizantes, ao contrário da radiação ionizante, são aquelas que não possui energia suficiente para ionizar, ou seja, não possuem energia suficiente para arrancar elétrons dos átomos do meio por onde está se deslocando, mas mesmo assim tem o poder de quebrar as moléculas e ligações químicas. Entre os tipos de radiação não ionizantes mais conhecidas, estão o micro-ondas e

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radiofrequências (televisão, radio, etc), radiação infravermelho (fornos e fundições) e radiações ultravioletas (sol).

O anexo 7, da NR 15, cita que “As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não-ionizantes, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. E que, as atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz negra (ultravioleta na faixa - 400- 320 nanômetros) não serão consideradas insalubres.”

2.2.1.6 Umidade

A umidade pode ser definida como a quantidade de vapor presente na atmosfera. Perante a NR 15, a umidade é um local molhado. Dessa maneira, o anexo 10 da normativa cita que “as atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.” A umidade pode ser encontrada em locais como, lavanderias, lava a jato, frigoríficos, cozinhas, entre outros, causando riscos à saúde do trabalhador.

2.2.2 Agentes Químicos

O risco químico é o perigo a que está exposto o trabalhador ao manipular produtos químicos ou se expor de alguma forma a agentes químicos agressores ao organismo. Os compostos químicos podem causar uma infinidade de males ao organismo.

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“As substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.” (NR9, item 9.1.5.2)

Ou seja, são todos aqueles produtos, substâncias ou ainda compostos químicos que estão sujeitos a absorção por parte do organismo, seja através do contato direto, pelas vias respiratórias ou ainda ingeridos, como gases ou vapores, névoas, fumaça ou poeira. (CHAVES, 2016)

Para Neto (2015), esses agentes constituem a maior fonte de preocupação para a medicina ocupacional, pois são riscos invisíveis e muitas vezes difíceis de serem controlados. Eles se mantêm em suspensão no ar durante longos períodos causando desconforto, comprometendo a produtividade dos trabalhadores, causando doenças dos mais variados tipos, levando a aposentadoria precoce, invalidez temporária ou permanente e podendo provocar até a morte.

2.2.3 Agentes Biológicos

Os agentes biológicos não são de natureza ocupacional, mas as condições ou as circunstâncias em que o trabalhador é encontrado, é que são favorecedoras do contato, contágio ou transmissão. Ou seja, são as diferentes formas de micro-organismos aos quais os colaboradores possam estar expostos, e cujo contato se dá através da pele, da ingestão ou ainda pelas vias respiratórias, conforme cita Sherique (2004).

“Os agentes biológicos surgem do contato do homem com bacilos, bactérias, fungos parasitas, vírus, protozoários e especialmente com insetos, cobras, aranhas, escorpiões, etc, quando presentes no ambiente de trabalho.” (SHERIQUE, 2004, p.66)

Para Chaves (2016), os riscos biológicos são classificados em: exposição (determina a existência dos riscos biológicos em cada etapa do processo),

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probabilidade (deve-se levar em consideração as condições nas quais o trabalho é realizado) e a consequência (de acordo com o nível dos riscos representados pela virulência e a gravidade da contaminação pelos micro-organismos possivelmente envolvidos em um acidente). A NR 32, em seu anexo 1, classifica os riscos biológicos em 4 classes:

- Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doenças ao ser humano.

- Classe de risco 2: Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

- Classe de risco 3: Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

- Classe de risco 4: Risco individual elevado para o trabalhador e com a probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

2.2.4 Agentes Ergonômicos4

São os riscos de natureza física ou psicológica, causados pela não adequação do ambiente de trabalho às limitações fisiológicas dos indivíduos, como sobrecarga de peso, intenso esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, jornada excessiva de trabalho, exigência de produtividade desproporcional, trabalho noturno,

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repetição de movimentos, entre outros fatores que causam estresse físico ou mental. (CHAVES, 2016)

Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos, podendo causar danos à saúde do trabalhador, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança (SALIBA, 2004).

2.2.5 Agentes de Acidentes5

Conforme Chaves (2016), os riscos de acidentes, são aqueles relacionados a máquinas, equipamentos e outros elementos que podem causar danos. Estes riscos estão diretamente ligado a integridade física dos trabalhadores, ou seja, são riscos que podem lesionar fisicamente o funcionário, podendo em casos extremos levar a óbito.

Dentre eles, a ausência de equipamento de proteção, ferramentas com defeito ou inadequadas, risco de explosão ou incêndio, luminosidade inadequada, armazenamento e estocagem inadequados, animais peçonhentos, entre outros fatores que aumentem o risco de acidentes.

De acordo com Saliba (2004), para que estes riscos sejam evitados é necessário que os colaboradores tenham treinamento adequado, com equipamentos e ferramentas em boas condições de uso, e com a manutenção atualizada.

2.3 Metodologia de análise de riscos

As técnicas de análise de risco são fundamentais para o gerenciamento de risco, no sentido de evitar acidentes ou então a repetição deles, assim como também,

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evitar perdas e danos. O gerenciamento de riscos é um processo de controle de risco compreendendo a formulação e a implantação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar o risco, bem como manter uma instalação operando dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil.

Existem muitas metodologias de trabalho para identificar os riscos e realizar ações efetivas para corrigi-las. A seguir será apresentado algumas análises.

2.3.1 Análise de Árvore de Falhas – AAF

A AAF, do inglês fault tree analysis (FTA), é uma técnica de identificação de perigos e análise de riscos que parte de um evento topo escolhido para estudo e estabelece combinações de falhas e condições que poderiam causar a ocorrência desse evento. A técnica é dedutiva e pode ser qualitativa e quantitativa. O objeto da AAF são os sistemas (falhas humanas, falhas de equipamentos, falhas de organiza-ção), o foco é o evento topo (acidente ou eventos perigosos) e as sequências de eventos que o produzem. Dessa maneira, esta análise é resultantes de uma falha específica de um equipamento ou erro humano, denominada evento iniciador, para determinar um ou mais estados subsequentes de falhas possíveis. (BARROS, 2013)

É apropriada para análise de sistemas, onde a complexidade de variáveis da operação poderá ser melhor visualizada na forma de cenários de interações (ex.: temperatura x pressão x viscosidade x vazão), que inicialmente serão simples hipóteses.

A árvore de falhas é um modelo gráfico de combinações paralelas e sequenciais de falhas que podem resultar na ocorrência do efeito (cabeça da árvore). Os elementos gráficos empregados na construção da árvore de falhas, estão na tabela a seguir. (ROJAS, 2015)

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Tabela 2. Elementos gráficos da árvore de falhas

Símbolo lógico Evento Observações

Evento intermediário ou de

topo -

Evento Básico

Acontecimento inicial, falha inicial ou que não precisa de

maior atenção.

Evento condicional

Condição especifica ou restrições que se aplicam a

qualquer porta lógica.

Evento Exterior Evento que ocorre habitualmente.

Evento por Desenvolver

Não é objeto de maior desenvolvimento por não ser

importante ou por não haver informação suficiente que o

fundamente. Fonte: Adaptada de Baptista (2008).

A aplicação do método consiste na criação de um diagrama (árvore), que terá em sua raiz o problema que deverá ser analisado. Dessa maneira, empregando a lógica booleana (lógicas E e OU), cada uma das causas que poderá originar o problema é colocada no nível seguinte, e assim sucessivamente. O diagrama é uma técnica de integração de sistemas top down, uma vez que os eventos maiores se desdobram em consequências específicas (ROJAS, 2015). Os símbolos utilizados para indicar as portas lógicas são representadas na tabela 3.

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Tabela 3. Portas lógicas da árvore de falhas e suas funções

Símbolo lógico Definição - Porta Observações

Porta “OU” O evento de saída ocorre se pelo menos um evento ocorrer.

Porta “E”

O evento de saída ocorre se todos os eventos anteriores

ocorrerem.

Porta de Entrada

O evento advém de outra sequência (folha) e tem continuidade na sequência

presente (folha).

Porta de Saída

Este símbolo representa uma transferência, ou seja, que a árvore continua em outra folha.

Fonte: Adaptada de Baptista (2008).

2.3.2 Análise de Modos de Falhas e Efeitos – AMFE

A AMFE (Failure mode effect analysis - FMEA) é uma técnica de análise de riscos que consiste em identificar os modos de falha dos componentes de um sistema, os efeitos dessas falhas para o sistema, para o meio ambiente e para o próprio componente. Nesta análise, os modos de falhas de cada componente do sistema são identificados e os efeitos destas falhas no sistema são avaliados, sendo propostas medidas de eliminação, mitigação ou controle das causas e consequências destas falhas. Trata-se de técnica bastante objetiva e com foco localizado.

A FMEA para Rojas (2015), é aplicada a projetos e processos, ou seja, é uma técnica eficiente quando aplicada para sistemas simples ou em falhas simples. Sua

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principal função é avaliar a frequência esperada da ocorrência de determinados tipos de danos nos equipamentos e suas consequências. Essa técnica não considera os erros cometidos pelos operadores nos processos operacionais, pois é uma ferramenta exclusiva de análise de falhas em equipamentos e máquinas. Para sistemas mais complicados recomenda-se a aplicação da análise de árvore de falhas.

2.3.3 Análise de Perigos e Operacionabilidade (HAZOP)

O estudo de riscos operacionais, conhecido como HAZOP, (Hazard and

Operability Study), é uma metodologia que conforme Brown (2014) favorece

oportunidades para se desenvolver a imaginação dos componentes do grupo de trabalho, de modo a se estudar todas as possíveis maneiras de ocorrência de perigos e problemas operacionais. Seus principais objetivos são identificar todos os desvios operacionais possíveis do processo e também identificar todos os perigos e/ou riscos associados a esses desvios operacionais.

Essa ferramenta de análise de risco de processos é válida no sentido de minimizar ou até eliminar problemas operacionais que tendem geralmente a conduzir o operador a cometer um erro operacional que, muitas vezes poderá conduzir a uma acidente industrial de graves proporções para o empreendimento industrial.

Para Brown (2014), a aplicação do HAZOP consiste na criação de uma tabela com dois campos principais: o das palavras-guias e o dos parâmetros. O primeiro seria a respeito de uma combinação de palavras com as variáveis do processo, resultando no desvio a ser analisado, propondo recomendações de segurança, como por exemplo: nenhum, mais, menos, também, etc. Já a segunda consiste em focar nas variáveis, como por exemplo: temperatura, pressão, fluxo, nível, reação, etc. E por fim, consideram-se os objetivos do processo, os seus possíveis desvios, as eventuais consequências desses desvios e os perigos representados por essas consequências, conforme pode-se observar na tabela abaixo.

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Tabela 4. Lista desvios HAZOP

Parâmetro Palavra-Guia Desvio

Fluxo Nenhum Menos Mais Reverso Também Nenhum fluxo Menos fluxo Mais fluxo Fluxo reverso Contaminação Pressão Menos Mais Pressão baixa Pressão alta Temperatura Menos Mais Temperatura baixa Temperatura alta Nível Menos Mais Nível baixo Nível alto Viscosidade Menos Mais Viscosidade baixa Viscosidade alta Reação Nenhum Menos Nenhuma reação Reação incompleta Fonte: Barros, 2013. 2.3.4 WHAT-IF (WI)

A técnica What-if (WI) é uma ferramenta bastante simples e de fácil compreensão pelos funcionários. Ela costuma ser utilizada como o primeiro passo na identificação de potenciais riscos que possam passar despercebidos em outras fases do estudo de segurança. Após seu uso, uma análise mais profunda dos riscos e de suas causas e consequências pode ser feita com o auxílio de outras técnicas. (ROJAS, 2015)

Essa técnica é desenvolvida a partir de checklists6 sobre uma ação operacional

ou mudança de processo ou de conceituação de projeto, como um procedimento de revisão dos riscos de processos que se desenvolve através de reuniões e procedimentos de um processo, gerando também soluções para os problemas

6 Checklist é um instrumento de controle composto por um conjunto de condutas, nomes, itens ou tarefas que devem ser lembradas e/ou seguidos. Esse instrumento é aplicado a várias atividades e usado frequentemente como ferramenta de segurança no trabalho, em inspeções de segurança.

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levantados. Assim, este método prevê conduzir um exame sistemático de uma operação ou processo através de perguntas, como por exemplo: “O que aconteceria se...” e, com isto, permitir a troca de ideias entre os participantes das reuniões, favorecendo e estimulando a reflexão e a associação dessas ideias. (Barros, 2013)

Para Brown (2014), a limitação da técnica se deve algumas vezes aquelas propostas de difícil condição de realização, quer na prática ou quer economicamente, porém, o julgamento da implementação de qualquer ação proposta deve ser o do consenso do grupo de análise (uma equipe técnica multidisciplinar). Os riscos, causas, consequências, ações existentes e recomendações de segurança correspondentes a essas questões também devem ser registradas em uma planilha. Geralmente, o estudo procede desde as entradas do processo até as respectivas saídas. As questões de segurança também devem ser anotadas durante a análise. Após o registro das ações a serem tomadas, é efetuado uma avaliação dos potenciais de riscos identificados pela aplicação da técnica. A seguir, a implementação dessas ações é priorizada conforme a sua categoria de risco. Conforme pode-se observar na tabela abaixo.

Tabela 5. Modelo de tabela What if

E se...?

Identificação dos Perigos

E se...? Perigo/Consequência Medidas de controle de risco e de emergência

Vierem mais pessoas que o esperado?

Falta de espaço, falta de bebidas

Avaliar a possibilidade de comparecerem mais convidados e prever alimentos e bebidas com

folga.

As pessoas não encontrarem o local da

festa?

Desagradar amigos, criar clima de insatisfação, não receber presentes, perda de

alimentos.

Anexar mapa aos convites, acrescentando um número

de telefone.

Chover? Dificuldade na chegada Adquirir guarda-chuva

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2.3.5 Análise Preliminar de Risco (APR)

A Análise Preliminar de Risco (APR) é uma metodologia indutiva estruturada para identificar e analisar em forma abrangente a existência de perigos e riscos nas operações empresariais que envolvam materiais perigosos ou então, de novos perigos e riscos que passarão a existir em virtude de ampliação das instalações ou alterações em processos produtivos. Por meio dela é possível investigar os eventos perigosos nas instalações, tanto na parte mecânica quanto nos sistemas e nas operações de produção e manutenção. Os perigos identificados pela APR são avaliados com relação a sua frequência de ocorrência, grau de severidade e nível de suas consequências considerando os potenciais danos resultantes à pessoas, materiais (equipamentos e edificações) e a comunidade em geral. (NETO, 2015)

Para Rojas (2015), o contexto da APR é um cenário de acidente, definido como sendo o conjunto formado pelo risco identificado, suas causas e cada um de seus efeitos. De acordo com a metodologia da APR, os cenários de acidente devem ser classificados em categorias de frequência, as quais fornecem uma indicação qualitativa da frequência esperada de ocorrência para cada um dos cenários identificados.

Esta avaliação de frequência poderá ser determinada pela experiência dos componentes do grupo ou por banco de dados de acidentes (próprio ou de outras empresas similares). Os cenários de acidente também devem ser classificados em categorias de severidade, as quais fornecem uma indicação qualitativa da severidade esperada de ocorrência para cada um dos cenários identificados.

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Tabela 6. Categoria de severidade dos riscos identificados

Categoria Denominação Descrição/Características

I Desprezível

- Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos,

à propriedade e/ou ao meio ambiente;

- Não ocorram lesões/mortes de funcionários, de terceiros (não

funcionários) e/ou pessoas (indústrias e comunidade); o máximo que pode ocorrer são casos de primeiro socorros ou tratamento médico menor.

II Marginal

- Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio ambiente (os danos materiais são

controláveis e/ou de baixo custo de reparo);

- Lesões leves em empregados, prestadores de serviço ou em

membros da comunidade.

III Crítica

- Danos severos aos equipamentos, à propriedade e/ou

ao meio ambiente; - Lesões de gravidade moderada

em empregados, prestadores de serviço ou em membros da comunidade (propriedade remota

de morte);

- Exige ações corretivas imediatas.

IV Catastrófica

- Danos irreparáveis aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio ambiente (reparação lenta

ou impossível);

- Provoca morte e lesões graves em várias pessoas (empregados,

prestadores de serviço). Fonte: Barros, 2013

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Os resultados da APR, são apresentados em planilhas de análise elaboradas de acordo com as definições, conforme a tabela 7.

Tabela 7. Modelo de tabela APR

APR

Análise Preliminar de Riscos

Evento Indesejado Causas Consequências

Medidas de controle de riscos e de emergências Atraso na chegada do aeroporto Quebra do táxi; Transito congestionado; Sair atrasado.

Falta de tempo pra despedida; Correria; Perda do vôo. Escolher táxi de qualidade; Sair com antecedência; Levar celular. Esquecer bilhete aéreo Falta de planejamento e controle Perda do vôo Fazer lista de verificação; Colocar bilhete aéreo

junto com a documentação. Fonte: Barros, 2013

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3. Metodologia

Segundo Cervo e Bervian (2007), o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Como este trabalho se trata de uma pesquisa cientifica, que se define como uma atividade voltada para a solução de problemas ou busca por respostas, através do emprego de processos científicos, tornam-se necessário estabelecer os procedimentos metodológicos necessários para se alcançar os objetivos propostos. Portanto, este capítulo tem por finalidade apresentar as características do estudo, os métodos e as técnicas aplicadas no desenvolvimento do mesmo.

3.1 Caracterização do estudo

Para a realização do estudo, foi necessário estabelecer uma visão geral a respeito da segurança do trabalho em uma empresa, dando ênfase para as análises de risco, e a utilização de métodos de riscos, assim como a classificação dos agentes ambientais. O trabalho contou com um levantamento bibliográfico e documental e entrevistas.

O método escolhido para a elaboração deste trabalho foi o estudo descritivo, pois segundo Gil (2008), este estilo de estudo tem como objetivo principal descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. Como o presente estudo visa analisar e descrever o grau de inserção de segurança do trabalho dentro de uma micro empresa, este método torna-se o mais apropriado.

A natureza da pesquisa é aplicada, ou seja, objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. Assim, este trabalho teve como objetivo geral realizar um levantamento dos riscos e perigos envolvidos na

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atividade de uma micro empresa de fabricação de móveis, utilizando ferramentas de análises de riscos.

Assim, a pesquisa foi realizada em uma microempresa, na cidade de Ijuí – RS, acompanhando a elaboração dos móveis produzidos pela mesma, no período de 15 à 17 de Agosto de 2018. O presente trabalho, trata-se de um estudo de caso, que segundo Cervo e Bervian (2007) é pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade que seja representativo do seu universo, para examinar aspectos variados.

A abordagem do problema ocorreu pela forma de uma pesquisa qualitativa, pois teve o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento-chave. Segundo Gil (2008), nas pesquisas qualitativas, as descrições dos acontecimentos são produtos de uma visão subjetiva e estão carregadas de significados que o ambiente lhe concebe. Dessa maneira, a avaliação qualitativa ocorreu através de observações in loco, coleta de dados, entrevista com o proprietário da empresa e os empregados e registros fotográficos. Após foi elaborado e aplicado um questionário aos funcionários, com a finalidade de obter informações sobre o nível de conhecimento dos mesmos, em relação aos riscos oferecidos durante o processo laboral.

3.2 Técnicas de pesquisa

3.2.1 Levantamento de dados

Segundo Lakatos e Marconi (1998), uma pesquisa é realizada, inicialmente, por meio de documentação indireta de duas fontes: bibliográfica e documental. E, posteriormente através de documentação direta, que pode ser realizada mediante pesquisa de campo. As principais formas de levantar dados documentais e que foram utilizadas neste trabalho são:

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- Pesquisa bibliográfica: desenvolvida a partir de material já elaborado constituído principalmente de livros, monografias e artigos científicos;

- Pesquisa documental: vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser re-elaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. (GIL, 2008)

3.2.2 Instrumento do estudo de caso

Para a realização do estudo foi levado em consideração os dados obtidos nas avaliações, principalmente, através de entrevistas. Segundo Lakatos e Marconi (1998), a entrevista consiste em um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação da natureza profissional.

Nesta pesquisa foram utilizados dois estilos de entrevista: estruturada e semiestruturada. Onde a primeira refere-se a seguir um roteiro estabelecido pelo pesquisador e é executada, principalmente através de questionário. Já a entrevista semiestruturada, baseia-se em uma conversa informal com o entrevistado.

A observação sistemática corresponde a outro sistema de coleta de dados utilizado nesta pesquisa. Para Gil (2008), a observação desempenha papel imprescindível no processo da pesquisa, desde a escolha e formulação do problema, passando pela coleta, análise e interpretação dos dados. Na observação sistemática, o pesquisador utiliza-se de instrumentos para a coleta de dados e a observação realiza-se sob condições controladas, para responder a propósitos pré-estabelecidos. Nesta pesquisa foram utilizadas anotações, sobretudo, na observação do processo de desenvolvimento dos produtos e da segurança na empresa analisada.

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3.2.3 Elaboração do instrumento

Para a elaboração da entrevista, foi elaborado um questionário com base no referencial teórico e nos objetivos propostos pela pesquisa. Segundo Gil (2008), o questionário é uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, sentimentos, expectativas, temores e comportamento presente ou passado.

Logo, foram estabelecido questões orientadoras, baseadas em tópicos que se desejavam abordar no questionário. Os tópicos foram:

- Dados gerais da empresa;

- Segurança no trabalho desenvolvido;

- Utilização dos equipamentos de proteção individual; - Riscos ambientais a qual estão expostos;

- Treinamentos.

Em relação à forma das questões, optou-se por um questionário destinado ao proprietário da empresa e outro para os funcionários, a fim de analisar diferentes pontos de vista, sendo composta por questões abertas7 e fechadas8. O questionário

compôs de 40 questões para os funcionários e 13 questões para o proprietário da empresa.

3.3 Aplicação do questionário

Para realização da pesquisa, primeiramente foi estabelecido um contato com o proprietário da empresa analisada, com o intuito de explicar os objetivos da pesquisa,

7 As questões abertas são aquelas que permitem liberdade ilimitada de respostas ao informante. Nelas poderão ser utilizadas linguagens própria do entrevistado. Elas trazem a vantagem de não haver influência das respostas pré-estabelecidas pelo pesquisador, pois o informante escreverá aquilo que lhe vier à mente.

8 As questões fechadas são aquelas em que o entrevistado terá apenas alternativas específicas para a escolha. Têm como aspecto negativo a limitação das possibilidades de respostas, restringindo, pois, as possibilidades de manifestação do entrevistador.

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informa-lo sobre o conteúdo do questionário, o tempo previsto para o seu preenchimento e o agendamento da visita.

A aplicação do instrumento da pesquisa foi realizada pessoalmente pelo pesquisador na empresa, no mês de Agosto de 2018, conforme será demonstrado posteriormente. Procurou-se escolher pessoas com os cargos relacionados ao desenvolvimento do produto e o próprio proprietário da empresa.

No início, os funcionários mostraram-se receosos e apreensivos no preenchimento do questionário. Mas, com a explanação e presença do pesquisador, esse receio se dissipava. Houve por parte do pesquisador, o comprometimento de enviar uma cópia dos resultados obtidos à empresa.

3.4 Coleta e análise dos dados

Inicialmente, foi realizada a tabulação dos dados por categorias, ou seja, através da separação dos tópicos abordados no questionário. A partir desses dados foi elaborado, no software Excel, visando a interpretação e a análise dos mesmos.

Segundo Lakatos e Marconi (1998), a interpretação é uma atividade intelectual que procura das significado mais amplo as respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Na análise, o pesquisador entra em contato com maiores detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatístico, a fim de conseguir resposta as suas indagações.

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4. RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados do estudo realizado na empresa. O nome da empresa será mantida em sigilo, de modo a preservar os fornecedores das informações. Inicialmente será descrito um panorama geral da empresa e depois será apresentado a análise abordada nos questionários com seus respectivos comentários. E posteriormente a análise dos riscos através dos métodos: HAZOP, APR e What if.

4.1 Período da pesquisa

A pesquisa foi realizada durante o acompanhamento da elaboração dos móveis produzidos na propriedade da empresa, situada na localidade de Ijuí – RS, no período de 15 à 17 de Agosto de 2018.

4.2 A empresa

A marcenaria em estudo, tem cinco anos de empresa, onde fabrica móveis para áreas residenciais e comerciais, bem como móveis para dormitórios, cozinhas, banheiros, etc. Abaixo pode-se observar o layout da empresa, bem como a setorização dos ambientes e suas funções.

Figura 1. Layout da empresa.

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A marcenaria tem aproximadamente 125m², e possui um galpão com ventilação e iluminação inadequada (janelas laterais). Possui uma jornada de trabalho de 8 horas diárias de segunda a sábado (8h00 às 18h00, com intervalo para refeições entre das 12h00 às 14h00). Abaixo pode-se observar figuras do showroom.

Figura 2. Showroom

Fonte: O autor.

O processo de produção dos móveis na empresa é bastante simples. Primeiramente, é realizada a compra da matéria prima (madeira semibruta), que é uma madeira pré-beneficiada e transformada em pedaços menores através de máquinas (esquadrejadeira, tupia, furadeira de bancada e coladeira de borda), de acordo com o produto que se deseja. Assim, o processo consiste basicamente por 3 etapas: corte, acabamento e furação.

O princípio baseia-se no corte das chapas, utilizando a esquadrejadeira (a empresa possui duas esquadrejadeiras iguais da marca Maksiwa 3.000mm com eixo inclinável e riscador, que pode ser observado na figura abaixo). Percebe-se que o maquinário não possui a devida proteção para a serra.

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Figura 3. Esquadrejadeira Maksiwa.

Fonte: O autor.

Após o processo de corte, as chapas passam pela tupia (de mesa) para dar acabamento nas laterais das madeiras, assim como cortes redondos, retos, frisos, machos e fêmeas para encaixe e união de tábuas, além de desenhos e escavações para aplicações. (Figura 4 e Figura 5)

Figura 4. Tupia Figura 5. Tupia

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A próxima etapa de acabamento, é colocar a fita de borda nas chapas, através da coladeira de borda (Imagem X). A Coladeira de Bordas, CBC Maksiwa cola fitas de borda de materiais como PVC (Policloreto de vinil), ABS (Copolímero de acrilonitrila, butadieno e estireno), papel e madeira que não possuam cola, com o limite de largura de até 80mm, somente em peças retas.

Figura 6. Coladeira de Borda

Fonte: O autor.

Pode-se optar por diversas fitas de borda de acordo com a chapa escolhida, conforme pode-se observar na figura 7.

Figura 7. Fitas de Borda

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A última etapa na fabricação dos móveis, é a fase de furação. Para isso, é realizado furos em madeira ou metais mais espessos, com a furadeira de bancada (Figura 8). Geralmente os modelos possuem grampos na bancada, que também é chamada de plataforma, para ajudar a fixar as peças e garantir trabalhos mais precisos.

Figura 8. Furadeira de bancada.

Fonte: O autor.

4.3 Os funcionários

A empresa emprega seis funcionários, sendo um deles o proprietário. Dos 5 funcionários que responderam o questionário, apenas um deles está na empresa desde seu início. Os demais possuem em média 2 ou 3 anos de vínculo empregatício. A idade média dos funcionários é de 36 anos, sendo o mais jovem com 23 anos e o mais velho com 50 anos. Quanto ao estado civil, 3 são casados e 3 são solteiros. Todos afirmaram que possui experiência na fabricação de móveis, exceto a secretária. Em relação ao grau de escolaridade dos empregados entrevistados, 5 possuem o nível médio completo e 1 o nível médio incompleto. Abaixo a relação dos funcionários.

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Tabela 8. Distribuição dos funcionários da empresa Função Nº funcionários Marceneiro 1 Auxiliar de marcenaria 3 Secretária 1 Proprietário 1 TOTAL 6 funcionários Fonte: O autor.

O marceneiro tem como função coordenar todas as atividades junto aos auxiliares, desde a chegada da matéria-prima, até a confecção dos móveis. A secretária faz o atendimento ao público e os agendamentos de visitas. Já o proprietário é responsável pelos projetos executivos (3D para os clientes, e 2D com dimensões e especificações do móvel, que é encaminhado para a execução), utilizando o software Promob.

Quando indagados se foi oferecido treinamento ou alguma palestra por parte do empregador, todos responderam que não, porém é exigido que os funcionários já tenham realizado algum treinamento, anterior ao ato da contratação.

Quando questionados sobre quais EPI’s utilizam no decorrer das atividades (plano de corte, colagem de borda, furação, montagem, revisão, desmonta e expedição), todos responderam que não fazem o uso de nenhum equipamento de proteção individual, apesar de serem fornecidos pelo proprietário. Na pesquisa in loco, observou-se que não há uma fiscalização a respeito do assunto. A maioria dos entrevistados afirmaram que, não utilizam os EPI’s, porque “não gostam”, “incomoda muito” e “nunca aconteceu nada pela falta do equipamento de proteção”. Porém todos citaram que, reconhecem o risco existente no processo de produção.

Em relação aos acidentes sofridos pelos trabalhadores, todos afirmaram que nunca sofreram nenhum acidente, nem no local de trabalho, nem nos outros serviços.

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4.4 Riscos na atividade da empresa

De acordo com as observações realizadas ao local de estudo, o que se pode avaliar é que o ambiente contém todos os riscos, dentre eles o risco físico, com níveis de ruídos elevados. Outro agente seria o calor, pois a temperatura no ambiente é precária em dias mais quentes, principalmente por sua cobertura conter telhas de zinco. A falta de aberturas vazadas é outro fator a ser analisado. As janelas do tipo basculante e as portas são insatisfatória, assim como a iluminação e a ventilação, conforme pode-se observar abaixo.

Figura 9. Janela Basculante e Telha de zinco Figura 10. Porta

Fonte: O autor. Fonte: O autor.

Os riscos químicos presente na marcenaria são as colas, vernizes e solventes. Já os riscos biológicos encontrados são em relação aos resíduos de pó, pois a situação das dependências é precária e rudimentar. O pó de serragem é armazenado no interior do ambiente em grandes quantidades (figura 12), sendo o coletor de pó insatisfatório (figura 11).

Referências

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