• Nenhum resultado encontrado

Estudo da resistência à tração por aderência em revestimentos argamassados submetidos à pintura em diferentes períodos de cura

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estudo da resistência à tração por aderência em revestimentos argamassados submetidos à pintura em diferentes períodos de cura"

Copied!
112
0
0

Texto

(1)

GRANDE DO SUL – UNIJUI

TANISE GABRIELA SCHMIDT

ESTUDO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR ADERÊNCIA EM

REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS SUBMETIDOS À PINTURA EM

DIFERENTES PERÍODOS DE CURA

Santa Rosa 2018

(2)

ESTUDO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR ADERÊNCIA EM

REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS SUBMETIDOS À PINTURA EM

DIFERENTES PERÍODOS DE CURA

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro(a) Civil.

Orientador(a): Ms. Éder Claro Pedrozo

Santa Rosa 2018

(3)

ESTUDO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR ADERÊNCIA EM

REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS SUBMETIDOS À PINTURA EM

DIFERENTES PERÍODOS DE CURA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRA CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa, 25 de Junho de 2018

Prof. Me. Éder Claro Pedrozo Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientador

Prof. Me. Diorges Carlos Lopes Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA Prof. Me. Rafael Aésio de Oliveira Zaltron (UNIJUÍ) Mestre pela UniversidadeFederal de Ouro Preto

(4)

À minha família, em especial à minha mãe por todo apoio durante a trajetória acadêmica.

(5)

À minha mãe Haidi, por toda dedicação e amor que teve comigo, para me educar, incentivar nessa conquista e que mesmo em tempos difíceis não se entregou ao desânimo.

À toda minha família pelo apoio que sempre me foi dado, especialmente meu irmão Felipe, avô Bruno e avó Lúcia por todo contato diário e ajuda em momentos de sufoco.

Ao meu orientador, Me. Eder Claro Pedrozo por todo suporte e orientação que tornaram este trabalho possível.

Ao professor Me. Lucas Fernando Krug por todas as dúvidas sanadas e também por tornar possível a execução do ensaio realizado.

Aos colegas, Rita de Cassia Miranda, Flávia Bandeira e Gustavo Utzig pela ajuda com o ensaio no laboratório.

Aos colegas e laboratoristas Marcos e Jeanine, que sempre foram dedicados e empenhados em ajudar no que fosse necessário no laboratório.

Para Alencar Schuster pela colaboração na execução do trabalho. Aos meus amigos Andressa Mallmann e Francis Brun, que estiveram comigo em cada etapa do desenvolvimento desta pesquisa.

A todos os amigos e colegas sempre presentes por todo apoio e incentivo dado.

A todos os professores da trajetória acadêmica que se dedicam e se empenham ao máximo para que possamos adquirir seus ensinamentos.

À UNIJUI e a todo corpo docente do curso de Engenharia Civil pela oportunidade de formação profissional, bem como a secretária Maidi Érickson por toda dedicação e suporte aos alunos do curso.

(6)

Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista. Aldo Novak

(7)

SCHMIDT, T. G. Estudo da resistência à tração por aderência em revestimentos argamassados submetidos à pintura em diferentes períodos de cura. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

Devido a grande incidência de manifestações patológicas na construção civil, cada vez mais se procura realizar o controle dentro dos canteiros de obra. Dentre todas as tecnologias de revestimentos empregadas nas construções, a mais utilizada ainda é a argamassa, sendo que até o momento o ensaio de determinação da resistência de aderência à tração, normatizado pela NBR 13528, ABNT (2010) é a única referência para avaliação dos revestimentos. Essa avaliação possibilita a melhoria da qualidade dos revestimentos, proporcionando aos usuários das edificações maior conforto e qualidade de vida, bem como a possibilidade de reduzir as incidências patológicas, que além de elevarem o custo do empreendimento também causam desconforto as pessoas que o utilizam. Essas patologias podem decorrer por diversas causas, porém os fatores que mais influenciam são os materiais e mão-de-obra utilizada. O presente trabalho visa avaliar a resistência de aderência à tração de revestimentos para paredes internas. Realizou-se a execução de seis painéis de alvenaria, todos eles receberam a aplicação de chapisco. Três painéis receberam revestimento em argamassa do tipo camada única e posterior pintura ao primeiro, terceiro e sétimo dia após execução do emboço. Uma face de um painel não recebeu o acamento de pintura, servindo este como referência para comparação com a NBR 13749, ABNT (2013) que estipula valores mínimos para resistência de aderência à tração. Os demais painéis de restimento em camada única foram comparados com o painel de referência e também com a referida norma. Os três painéis restantes receberam camada de emboço, reboco e posterior pintura, aos sete, quatorze e vinte e oito dias. No painel referência não foi aplicada a camada de pintura, sendo este comparado com a norma e os demais comparados com este. Os resultados obtidos nas paredes com revestimento de camada única mostraram um aumento de 30% da resistência quando a pintura é aplicada no sétimo dia, sendo um resultado mais satisfatório do que a parede referência que não possuía a aplicação de pintura. Nas paredes com revestimento de emboço e reboco a aplicação de pintura apresentou uma elevação máxima de 26,3% na resistência se comparada com a parede utilizada como referência.

(8)

SCHMIDT, T. G. Estudo da resistência à tração por aderência em revestimentos argamassados submetidos à pintura em diferentes períodos de cura. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

Due to the great incidence of pathological manifestations in civil construction, the control within the construction sites is increasingly requested. Among all the covering solutions used in construction, mortar is still the most used, and so far the test to determine the tensile strength has been standardized by the NBR 13528 (ABNT, 2010). This evaluation allows the quality of the coatings to be improved, providing the users of the buildings greater comfort and quality of life, as well as the possibility of reducing the pathological incidences, which in addition to raising the cost of the development also causes discomfort to whoever use it. These pathologies may be due to several causes, but the factors that influence the most are labor and the materials utilized. The present study aims at evaluating the adhesion resistance to traction of coatings for internal walls. Six masonry panels were executed, all of them received the application of slurry mortar. Three panels were coated in single-layer mortar and subsequent painting on the first, third and seventh day after the execution of the coating. One face of a panel did not receive the paint finish, serving as a reference for comparison with NBR 13749 (ABNT, 2013), which stipulates minimum values for tensile strength. The other single layer coating panels were compared to the reference panel and to the norm. The remaining three panels received plaster, plastering and subsequent painting at seven, fourteen and twenty-eight days. In the reference panel the paint layer was not applied, being then compared to the norm; the remaining panels were then compared to this reference panel. The results obtained on walls with single layer coating showed a 30% increase in resistance when the paint is applied on the seventh day, being a more satisfactory result than the reference wall that did not have the paint applied. In the walls with coating of plaster and plastering the application of paint presented a maximum increase of 26.3% in the resistance when compared with the wall used as reference.

(9)

Figura 1 ‒ Detalhe da aplicação do reboco... 26

Figura 2 ‒ Constituintes das tintas ... 27

Figura 3 ‒ Aderência da argamassa ao substrato ... 30

Figura 4 ‒ Delimitação do corpo-de-prova pelo corte ... 41

Figura 5 ‒ Formas de ruptura ... 43

Figura 6 ‒ Tijolos cerâmicos utilizados na pesquisa ... 46

Figura 7 ‒ Dimensões das paredes ... 49

Figura 8 ‒ Paredes para o estudo ... 49

Figura 9 ‒ Molhagem da parede ... 50

Figura 10 ‒ Paredes chapiscadas ... 50

Figura 11 ‒ Sarrafeamento do emboço ... 51

Figura 12 ‒ Paredes com emboço finalizado ... 51

Figura 13 ‒ Paredes finalizadas ... 52

Figura 14 ‒ Blocos identificados para ensaio ... 53

Figura 15 ‒ Blocos na estufa ... 53

Figura 16 ‒ Equipamento de tração ... 55

Figura 17 ‒ Dinamômetro digital ... 56

Figura 18 ‒ Pastilhas metálicas utilizadas ... 56

Figura 19 ‒ Furadeira utilizada ... 57

Figura 20 ‒ Pefuração do revestimento com auxílio de esquadro metálico ... 58

Figura 21 ‒ Pastilhas fixadas ... 59

Figura 22 ‒ Posicionamento do equipamento... 60

Figura 23 ‒ Aplicação do esforço de tração ... 61

Figura 24 ‒ Amostras prontas para pesagem ... 62

Figura 25 ‒ Amostras de umidade na estufa ... 63

Figura 26 ‒ Distribuição dos corpos-de-prova da MU-REF ... 68

Figura 27 ‒ Distribuição dos corpos-de-prova da MU-1 dia ... 70

Figura 28 ‒ Ruptura na interface chapisco/emboço ... 72

(10)

Figura 31 ‒ Distribuição dos corpos-de-prova da MU- 7 dias ... 77

Figura 32 ‒ Distribuição dos corpos-de-prova da REB- REF ... 79

Figura 33 ‒ Ruptura na interface reboco/emboço ... 81

Figura 34 ‒ Distribuição dos corpos-de-prova da REB- 7 dias ... 82

Figura 35 ‒ Distribuição dos corpos-de-prova da REB- 14 dias ... 84

(11)

Tabela 1 ‒ Caracteristicas dos chapiscos ... 23

Tabela 2 ‒ Incidências patológicas mais frequêntes em pintura ... 37

Tabela 3: Nomenclatura das paredes para organização dos resultados ... 63

(12)

Equação 1 ‒ Teor de umidade ... 42 Equação 2 ‒ Resistência de aderência à tração... 42 Equação 3 ‒ Índice de absorção d'água ... 54

(13)

Gráfico 1 ‒ Resultados de umidade obtidos ... 65

Gráfico 2 ‒ Percentual de ruptua em cada região – MU-REF ... 69

Gráfico 3 ‒ Valores de Ra em cada região de ruptura – MU-REF ... 69

Gráfico 4 ‒ Percentual de ruptua em cada região – MU-1 dia ... 71

Gráfico 5 ‒ Valores de Ra em cada região de ruptura – MU-1 dia ... 71

Gráfico 6 ‒ Percentual de ruptua em cada região – MU- 3 dias ... 74

Gráfico 7 ‒ Valores de Ra em cada região de ruptura – MU- 3 dias... 74

Gráfico 8 ‒ Percentual de ruptua em cada região – MU- 7 dias ... 77

Gráfico 9 ‒ Valores de Ra em cada região de ruptura – MU- 7 dias... 78

Gráfico 10 ‒ Percentual de ruptua em cada região – REB- REF ... 80

Gráfico 11 ‒ Valores de Ra em cada região de ruptura – REB- REF ... 80

Gráfico 12 ‒ Percentual de ruptua em cada região – REB- 7 dias ... 82

Gráfico 13 ‒ Valores de Ra em cada região de ruptura – REB- 7 dias ... 83

Gráfico 14 ‒ Percentual de ruptua em cada região – REB- 14 dias ... 85

Gráfico 15 ‒ Valores de Ra em cada região de ruptura – REB- 14 dias ... 85

Gráfico 16 ‒ Percentual de ruptua em cada região – REB- 28 dias ... 87

Gráfico 17 ‒ Valores de Ra em cada região de ruptura – REB- 28 dias ... 88

Gráfico 18 ‒ Valores em MPa para ruptura no substrato ... 90

Gráfico 19 ‒ Ruptura em MPa na interface substrato/chapisco ... 91

Gráfico 20 ‒ Ruptura em MPa na interface chapisco/emboço ... 92

Gráfico 21 ‒ Ruptura em MPa na camada de emboço ... 93

Gráfico 22 ‒ Ruptura em MPa na camada de reboco ... 94

Gráfico 23 ‒ Ruptura em MPa na camada de reboco ... 94

(14)

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CM Centímetros

Kg Quilograma

Kgf Quilograma Força

LEC Laboratório de Engenharia Civil

M² Metro Quadrado M³ Metro Cúbico MM Milímetros MPa Megapascais MU Massa Única N Newtons

NBR Norma Brasileira Regulamentadora

Nº Número

ºC Grau Celsius

Ra Resistência de aderência à tração

REB Reboco

REF Referência UV Ultravioleta

(15)

1 INTRODUÇÃO ... 18

2 REVISÃO DA LITERATURA ... 21

2.1 SISTEMAS DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA ... 21

2.2 COMPONENTES ... 21 2.2.1 Substrato... ... 21 2.2.2 Chapisco... ... 22 2.2.2.1 Execução do Chapisco ... 23 2.2.3 Emboço... ... 24 2.2.3.1 Execução do Emboço ... 24 2.2.4 Reboco... ... 25 2.2.4.1 Execução do Reboco ... 25 2.2.5 Pintura... ... 26 2.2.5.1 Execução da Pintura ... 28

2.3 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA DE REVESTIMENTO ... 28

2.3.1 Propriedades no estado fresco ... 28

2.3.1.1Massa específcica ... 29 2.3.1.2 Teor de ar incorporado ... 29 2.3.1.3 Trabalhabilidade ... 29 2.3.1.4 Retenção de água ... 29 2.3.1.5 Aderência inicial ... 30 2.3.1.6 Retração na secagem ... 30

2.3.2 Propriedades no estado endurecido ... 31

(16)

2.3.2.3 Resistência mecânica ... 32

2.3.2.4 Durabilidade ... 32

2.4 CURA... ... 33

2.4.1Período de cura das camadas constituintes do revestimento argamassado ... 33

2.4.2Influência das condições ambientais na cura ... 33

2.5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ... 34

2.5.1 Definição.... ... 34

2.5.2Manifestações patológicas em revestimentos de argamassa ... 35

2.5.2.1Descolamentos ... 35

2.5.2.2Eflorescências ... 36

2.5.2.3Manchas de umidade, mofo, bolor ... 37

2.5.3 Manifestações patológicas em revestimentos por pintura ... 37

2.6 AVALIAÇÃO DA ADERÊNCIA DE REVESTIMENTO ARGAMASSADO - NBR 13528(ABNT, 2010) ... 41 3 MÉTODO DE PESQUISA ... 44 3.1 DELINEAMENTO ... 44 3.2 MATERIAIS ... 45 3.2.1 Tijolos... ... 45 3.2.2 Argamassa de assentamento ... 46 3.2.3 Chapisco.... ... 46 3.2.4 Argamassa de revestimento ... 46 3.2.5 Massa Fina ... 47 3.2.6 Selador... ... 47 3.2.7 Tinta... ... 48

(17)

3.3.1 Execução das paredes ... 49

3.3.2 Ensaio de absorção ... 53

3.3.3 Determinação da resistência de aderência à tração ... 54

3.3.3.1 Equipamentos e materiais utilizados ... 55

3.3.3.2 Realização do ensaio ... 57

4 RESULTADOS ... 65

4.1 RESULTADOS DO ENSAIO DE UMIDADE ... 65

4.2 RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO ... 66

4.2.1 Resultados obtidos na parede MU-REF ... 67

4.2.2 Resultados obtidos na parede MU-1 dia ... 70

4.2.3 Resultados obtidos na parede MU- 3 dias ... 72

4.2.4 Resultados obtidos na parede MU- 7 dias ... 76

4.2.5 Resultados obtidos na parede REB- REF ... 79

4.2.6 Resultados obtidos na parede REB- 7 dias ... 81

4.2.7 Resultados obtidos na parede REB- 14 dias ... 84

4.2.8 Resultados obtidos na parede REB- 28 dias ... 86

4.2.9 Avaliação de resultados no substrato ... 89

4.2.10 Avaliação de resultados na camada de interface substrato/chapisco ... 90

4.2.11 Avaliação de resultados na camada de interface chapisco/emboço... 91

4.2.12 Avaliação de resultados na camada de emboço ... 92

4.2.13 Avaliação de resultados na camada de reboco ... 93

4.2.14 Avaliação de resultados na interface reboco/tinta ... 94

4.2.15 Avaliação de resultados na camada de Pintura ... 95

(18)

APÊNDICE A – ENSAIO DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO DA PAREDE MU-REF ... 104

APÊNDICE B – ENSAIO DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO DA PAREDE MU-1 DIA ... 105

APÊNDICE C – ENSAIO DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO DA PAREDE MU-3 DIAS ... 106

APÊNDICE D – ENSAIO DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO DA PAREDE MU-7 DIAS ... 107

APÊNDICE E – ENSAIO DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO DA PAREDE REB-REF ... 108

APÊNDICE F – ENSAIO DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO DA PAREDE REB-07 DIAS .. 109 APÊNDICE G – ENSAIO DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO DA PAREDE REB-14 DIAS . 110 APÊNDICE H – ENSAIO DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO DA PAREDE REB-28 DIAS . 111

(19)

_____________________________________________________________________________________________

1 INTRODUÇÃO

Segundo Silva (1996), uma das principais finalidades de uma edificação é proteger o ambiente interno das intempéries do meio externo. Para que a mesma manifeste um desempenho adequado, deve ser estanque, estável, funcional e durável. Sendo assim um bom desempenho da edificação equivale ao atendimento das exigências do usuário, as quais se destacam segurança, habitabilidade e durabilidade (MASUERO, 2001).

A Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 13281/2005 da Assossiação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define argamassa como uma mistura de agregados miúdos, aglomerantes e água, capazes de apresentar propriedades de aderência e endurecimento, a qual pode ser dosada em obra ou instalação própria (argamassa industrializada).

Para Dubaj (2000 apud DAL MOLIN, 1988) um dos problemas mais importantes é o descaso pelas argamassas, tanto em escolha correta do traço, como na execução. Esses fatores podem levar ao desempenho inadequado do revestimento, propiciando ainda incidências patológicas precoces, altos custos de reparos, total insatisfação do usuário e por fim gerar uma imagem negativa da empresa responsável perante o mercado.

Dentre as causas que mais influenciam o desempenho de aderência nos revestimentos, pode-se citar os diferentes tipos de substratos, as propriedades dos materiais utilizados, as técnicas de execução e as condições ambientais à qual o revestimento está exposto (SELMO, 1989).

O autor ainda afirma que a falta de informações sobre as propriedades da argamassa é o principal fator na ocorrência de manifestações patológicas nos revestimentos, bem como a utilização de mão de obra desqualificada e execução em curtos prazos.

A análise de aderência em revestimentos de argamassa pode ser utilizada para comparação entre diferentes traços ou mesmo para inspeção da execução e monitoramento de revestimentos que apresentam incidências patológicas (SELMO, 1989).

(20)

Esse trabalho trata-se de um estudo e comparação em sistema de revestimento de argamassa de emboço único e revestimento de argamassa com camada de emboço e reboco, utilizando seis amostras com pintura aplicada em diferentes períodos, tendo como base uma amostra seguindo especificações das normas pertinentes ao revestimento.

O mesmo apresenta a seguinte questão principal de pesquisa: qual a influência do tempo de cura das camadas de revestimento, no desempenho da aderência da argamassa de revestimento?

E como questões secundárias: qual a influência da pintura precoce na resistência ao arrancamento da argamassa? Visando-se ganhar tempo, é possível acelerar o processo de pintura? Tem por objetivo uma avaliação de desempenho do sistema de revestimento de argamassa industrializada aplicada sobre substrato de alvenaria de vedação, avaliando a influência da pintura aplicada em diferentes períodos. Ainda visa realizar o ensaio de Resistência de aderência à tração, segundo a NBR 13528, ABNT (2010). E apresentar os resultados obtidos através dos ensaios laboratoriais e relacioná-los com as incidências patológicas que ocorrem nos revestimentos por falta de controle na qualidade de execução.

O presente trabalho está subdivido em 6 capítulos, sendo que o Capítulo 1 refere-se a uma breve introdução sobre argamassas e fatores que influem na aderência das mesmas, bem como, aborda a questão principal da pesquisa e objetivos. O Capítulo 2 apresenta conceitos sobre revestimentos de argamassa e suas camadas constituíntes, também suas propriedades no estado fresco e endurecido. Relata ainda uma breve explicação sobre cura e fatores que influem na mesma e aborda incidências patológicas mais frequentes em revestimentos de argamassa e pintura. Por fim descreve como proceder no ensaio de Resistência de aderência à tração.

O Capítulo 3 aborda os materiais utilizados nos ensaios, descreve todos ensaios e procedimentos utilizados nesta pesquisa e o Capítulo 4 relata todos resultados obtidos através dos ensaios, comparando-os entre si e com referências de autores que publicaram sobre o assunto.

O Capítulo 5 aborda as conclusões alcançadas ao final do estudo, respondendo as questões de pesquisa, vistas no Capítulo 1, ainda contém sugestões para trabalhos futuros. Por

(21)

_____________________________________________________________________________________________

fim o Capítulo 6 apresenta todo referencial teórico utilizado para o desenvolvimento desta pesquisa.

(22)

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste item são abordados temas como sistemas de revestimentos de argamassa, componentes, propriedades da argamassa em seu estado fresco e endurecido, cura das camadas constituintes do revestimento, incidências patológicas e avaliação da aderência de revestimento argamassado.

2.1 SISTEMAS DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

A NBR 13529, ABNT (2013, p. 2) define sistema de revestimento como “Conjunto formado por revestimento de argamassa e acabamento decorativo, compatível com a natureza da base, condições de exposição, acabamento final e desempenho, previstos em projeto.”.

Segundo Moura (2007) o revestimento em argamassa deve garantir proteção e acabamento estético dos componentes estruturais e de vedação da edificação. Sendo assim nota-se que o revestimento tem fundamental importância no denota-sempenho técnico, nota-sendo que este é o principal bloqueio entre o meio interno e externo da edificação.

Para Longhi (2012) o sistema de revestimento é caracterizado por uma camada denominada substrato, que pode ser em alvenaria ou concreto. Sobre o substrato é aplicada uma camada de preparação superficial, chamada chapisco e sobre este é aplicada a camada de argamassa de revestimento. O revestimento pode ser composto por argamassa de revestimento em camada única, ou pode ser composto por reboco e emboço.

2.2 COMPONENTES

Neste item será detalhado separadamente cada camada constituinte do revestimento argamassado, desde o substrato até a pintura.

2.2.1 Substrato

A NBR 13529, ABNT (2013, p.1) define substrato como “Parede ou teto constituídos por material inorgânico, não metálico, sobre os quais o revestimento é aplicado”.

(23)

_____________________________________________________________________________________________

Baía e Sabbatini (2002) relata que as características dos substratos interferem significativamente nas propriedades do revestimento de argamassa. Pode-se citar dentre essas características: absorção de água, porosidade, resistência mecânica, movimentações higroscópicas rugosidade e homogeneidade. Silva (2006) ainda complementa que essas propriedades podem ser avaliadas nos ensaios de aderência à tração, resistência ao cisalhamento e formação de fissuras.

Para Bauer (2001) a superfície do substrato deve apresentar-se regular, para que a argamassa possa ser aplicada em espessura uniforme. Deve ainda ser limpa, livre de pó, materiais soltos, óleos e graxas, bem como as eflorescências devem estar totalmente removidas.

2.2.2 Chapisco

A NBR 13529, ABNT (2013, p.2) define como chapisco a “Camada de preparo da base, aplicada de forma contínua ou descontínua, com a finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento”.

Segundo Azeredo (1990) o chapisco tem por finalidade possibilitar condições de fixação em superfícies lisas, melhorando a aderência.

Baía e Sabbatini (2002) citam diferentes tipos de chapisco, dentre eles: o tradicional, o industrializado e o rolado. Suas definições e características podem ser observadas na Tabela 1.

(24)

Tabela 1 ‒ Caracteristicas dos chapiscos

Chapisco Tradicional Argamassa de cimento, areia e água, adequadamente dosada

· Resulta em uma película rugosa, aderente e resistente.

· Apresenta um elevado índice de desperdício, em razão da reflexão do material.

· Pode ser aplicado sobre alvenaria e estrutura

Chapisco Industrializado Argamassa industrializada semelhante a argamassa colante

· Só é necessário acrescentar a água no momento da mistura na proporção definida.

· É aplicado com desempenadeira dentada somente sobre a estrutura de concreto. · Apresenta uma elevada produtividade e

rendimento

Chapisco Rolado Mistura de cimento e areia, com adição de água e resina acrílica

· Argamassa bastante plástica, aplicada com um rolo para textura acrílica em demãos.

· Pode ser aplicado na fachada, tanto na estrutura como na alvenaria

· Proporciona uma elevada produtividade e um maior rendimento do material

· Necessita do controle rigoroso da produção da argamassa e da sua aplicação sobre a base. Fonte: Baía e Sabbatini (2002, p.63)

2.2.2.1 Execução do Chapisco

Para a aplicação do revestimento a alvenaria precisa estar pronta, ser preparada de forma a conferir se não há arames, pedaços de madeira, pregos ou materiais do tipo empregados e também retirar qualquer sujeira como eflorescências, óleos e desmoldantes, com escova e/ou jato da água (YAZIGI, 2014).

(25)

_____________________________________________________________________________________________

argamassa fluida de cimento e areia, de traço 1:3 e ser acrescido de aditivo adesivo que é aplicado na estrutura, porém se houver a disponibilidade de utilizar chapisco de argamassa industrializada, optar por tal, pois fornece uma aderência melhor. A argamassa para o chapisco deve ser projetada energicamente de baixo para cima contra a alvenaria. Nas estruturas de concreto deve ser executado com uma desempenadeira dentada e de baixo para cima sobre a superfície, sendo sua espessura máxima de 5 mm.

2.2.3 Emboço

De acordo com a NBR 13529, ABNT (2013 p. 2), com seu item 3.1.5.2, Emboço é a “camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a superfície da base ou chapisco, propiciando uma superfície que permita receber outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo, ou que se constitua no acabamento final”.

Para Azeredo (1990) o emboço deve atuar como proteção para chuvas, evitando infiltrações, mas ao mesmo tempo não impedindo a ação capilar que transporta a umidade da alvenaria à superficie exterior do revestimento. Ainda deve uniformizar a superficie, regularizando o prumo e alinhamento das paredes.

A granulometria da areia na argamassa não deve possuir variação, ser de granulometria média para se alcançar uma porosidade necessária que ofereça melhor aderência, não sendo necessário desempenar o emboço, mas simplesmente sarrafear (AZEREDO, 1990).

2.2.3.1 Execução do Emboço

Conforme a NBR 7200, ABNT (1998), em seu item 9.2, referente a execução de emboço ou revestimento de camada única, o plano de execução do revestimento é feito através de pontos de referência que sejam compatíveis com o tamanho da régua a ser utilizada no sarrafeamento, sendo fixadas taliscas nesses pontos com a mesma argamassa empregada no revestimento. Continua-se então a execução das mestras, que são faixas entre as taliscas, com posterior sarrafeamento das mesmas. Após o enrijecimento das mestras, são preenchidos com argamassa os painéis entre as mesmas com colher de pedreiro ou através de processo mecânico, sendo então retiradas as taliscas e preenchidos os vazios. Com todo o preenchimento concluído, é feito o

(26)

sarrafeamento com régua e a retirada do excesso de argamassa, até se adquirir uma superfície plana e homogênea.

2.2.4 Reboco

Isaia (2007, p. 870) define reboco como a “Camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo (por exemplo, pintura) ou que se constitua no acabamento final”.

Para Milito (2009) o reboco é uma capa fina de argamassa sobreposta sobre o emboço, onde sua finalidade é melhorar o aspecto da superfície e servir de base para a pintura. O autor ainda menciona que a espessura do mesmo não deve ultrapassar 5mm, por esta questão é chamada de massa fina.

Quando o material escolhido para este acabamento é industrializado Yazigi (2009) destaca algumas propriedades exigíveis para que o revestimento possa cumprir adequadamente com suas funções. O autor cita: trabalhabilidade, capacidade de aderência, capacidade de absorver deformações, restrição ao aparecimento de fissuras, resistência mecânica e durabilidade. 2.2.4.1 Execução do Reboco

A superfície necessita estar limpa, livre de poeira, gordura, tinta e qualquer material que impeça a aderência da massa fina. O primeiro passo é molhar abundantemente a superfície, logo após é realizada a aplicação da massa fina com espessura de 3 a 5 mm, de baixo para cima, utilizando desempenadeira comum de madeira, como pode ser observado na Figura 1. O acabamento é feito com a massa fina ainda úmida utilizando desempenadeira de espuma de borracha (YAZIGI, 2009).

(27)

_____________________________________________________________________________________________ Figura 1 ‒ Detalhe da aplicação do reboco

Fonte: Milito, 2009.

2.2.5 Pintura

Segundo Azeredo (1987, p. 149) “A pintura, além do seu valor estético, tem a finalidade de combater a deterioração dos materiais, formando superficialmente uma película resistente à

ação dos agentes de destruição ou de corrosão. Essas películas podem ser obtidas pela aplicação de tintas ou vernizes”.

Para Salgado (2014) dentre as principais funções da pintura, pode-se citar prevenir que a umidade decorrente das chuvas, de condensações e de limpeza infiltre nos elementos construtivos, impedindo assim fungos, bactérias e mofo em locais de pouca ventilação e insolação.

Tinta é uma composição líquida, pigmentada que, aplicada sobre um substrato, torna-se uma película protetora e decorativa. Ainda atuam como função sanitária e influem na distribuição da luz. Sua composição básica inclui pigmento, veículo, solventes e aditivos (MILITO, 2009).

Salgado (2014) separa os componentes das tintas em:

(28)

· Pigmentos: proporcionam cor e poder de cobertura à tinta. Também são responsáveis pela consistência e brilho;

· Solventes: proporciona viscosidade à tinta para que o nivelamento da camada aplicada seja uniforme;

· Aditivos: melhoram as propriedades físicas e químicas das tintas. Pode-se citar secantes, antissedimentantes, antiespumantes e plastificantes;

Uemoto (2008) descreve que a porção de cada constituinte da tinta varia de acordo com a função da mesma, seja ela de proteção ou decoração, isolante, antiderrapante, etc. Variando a composição pode-se criar várias variedades de tintas, como exemplo segue a Figura 2.

Figura 2 ‒ Constituintes das tintas

Fonte: Uemoto (2008)

Uemoto (2008) descreve a resina como sendo um veículo fixo com função de aglutinar as partículas de pigmentos, permitindo a formação da película sólida. É responsável ainda pelas propriedades mecânicas, como tração e elasticidade, resistência química, resistência ao intemperismo e radiação UV, impermeabilidade, brilho, dureza e aderência (ABRAFATI, 2009).

O sistema de pintura é composto por tintas ou produtos similares, aplicados em várias camadas em ordem adequada. Recomenda-se aplicar antes da pintura fundo preparador de superfície ou selador. Estes são tintas com diversas propriedades, sendo elas (SUDECAP, 2008):

· Devem possuir boa aderência à superfície que será aplicado. O selador, pelo processo de capilaridade, penetra no substrato arrastados pelo solvente no qual está dissolvido;

(29)

_____________________________________________________________________________________________

· Quando o solvente evapora, o selador fica aderido dentro da parede fixando o suporte;

· Proporciona boa aderência para as tintas subsequentes;

· Tapa os poros existentes, atuando como isolante em superfícies muito porosas; · Ajuda a cobrir manchas e diferenças de cor, pois uniformiza o processo de

formação de película da tinta; 2.2.5.1 Execução da Pintura

Yazigi (2009) sugere que todas as superficies a receber pintura deverão estar limpas, sem poeiras, gorduras e qualquer impureza. “A principal causa da curta durabilidade da película de tinta é a má qualidade da primeira demão, de fundo (primer) ou a negligência em providenciar boa base para a tinta” ( YAZIGI, 2009, p. 628).

Salgado (2014) apresenta como ordem de procedimento para pintura em superficies argamassadas, a aplicação de uma demão de selador ou fundo preparador de superfície, respeitando o tempo de secagem recomendado na embalagem do produto. Posterior secagem pode-se aplicar duas a três demãos de tinta de acabamento, seguindo instruções de diluição descrita na embalagem, bem como respeitar o tempo de secagem entre demãos sugerido pelo fabricante.

2.3 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA DE REVESTIMENTO

Neste item serão descritas as propriedades da argamassa tanto no estado fresco como no estado endurecido.

2.3.1 Propriedades no estado fresco

Para Do Ó (2004, p. 9) “O conhecimento das propriedades da argamassa no estado fresco e dos fatores que a influenciam são fundamentais para a produção de uma argamassa de revestimento com características controladas”.

Maciel et. al. (1998), destaca as propriedades da argamassa no estado fresco como: massa específica, teor de ar incorporado, trabalhabilidade, retenção de água, aderência inicial e retração na secagem, estes itens serão descritos nos tópicos a seguir.

(30)

2.3.1.1 Massa específcica

Isaia (2007, p.882) relata que “quanto mais leve for a argamassa, mais trabalhável será a longo prazo, o que reduz o esforço do operário na sua aplicação, resultando em um aumento de produtividade ao final da jornada de trabalho”.

O mesmo autor prescreve que a massa específica, sofre variação de acordo com o teor de ar e com a massa específica dos materiais utilizados na argamassa, principalmente os agregados.

A massa específica possui suma relevância na dosagem das argamassas para a transformação do traço em massa para traço em volume, que são empregadas na hora da produção de argamassas na obra (MACIEL ET. AL., 1998).

2.3.1.2 Teor de ar incorporado

Para Moura (2007, p. 39) “O teor de ar incorporado nas argamassas, como a própria nomenclatura caracteriza, refere-se as bolhas de ar que são incorporadas à mistura, diferenciando-se daquelas que são decorrentes dela (ou da evaporação de água) o que caracterizam o ar incorporado”.

Alves (2002) afirma que quanto maior o teor de ar incorporado menor será a resistência de aderência à tração, esse fator pode ser atribuído pelo fato de diminuir a área de contato com o substrato.

2.3.1.3 Trabalhabilidade

Isaia (2007, p. 875) define trabalhabilidade como “a propriedade das argamassas no estado fresco que determina a facilidade com que elas podem ser misturadas, transportadas, aplicadas, consolidadas e acabadas, em uma condição homogênea”.

2.3.1.4 Retenção de água

Segundo Do Ó (2004) a retenção de água corresponde à capacidade da argamassa de não alterar suas propriedades de trabalhabilidade, podendo manter-se aplicável mesmo quando sujeita a perda de água por evaporação, sucção do substrato ou reações de hidratação.

(31)

_____________________________________________________________________________________________

A retenção de água ainda influencia no tempo de aplicação, sarrafeamento e desempeno das argamassas, isto porque interfere na hidratação do cimento e carbonatação da cal, os quais são responsáveis pelo endurecimento da argamassa (TRISTÃO, 1995).

2.3.1.5 Aderência inicial

De acordo com Casal (2017, p. 50 apud Santos, 2008) aderência é a capacidade de a argamassa ancorar na superfície do substrato pela penetração da pasta nos poros, seguido do endurecimento contínuo da mistura, esse fenômeno pode ser observado na Figura 3.

Figura 3 ‒ Aderência da argamassa ao substrato

Fonte: Maciel et al. (1998).

2.3.1.6 Retração na secagem

“Está associada com a variação de volume da pasta aglomerante e apresenta papel fundamental no desempenho das argamassas aplicadas, especialmente quanto à estanqueidade e à durabilidade” (ISAIA, 2007, p.884).

“Se a secagem é lenta, a argamassa tem tempo suficiente para atingir uma resistência à tração necessária para suportar as tensões internas que surgem. Mas quando o clima está quente, seco e com ventos fortes, acelerando a evaporação, a perda de água gera fissuras de retração. Efeito semelhante é observado quando a argamassa é aplicada sobre uma base muito absorvente. Também no caso de revestimentos, quanto maior a espessura, maior a retração esperada” (ISAIA, 2007, p.884).

Um grande consumo de água na argamassa indica provável excesso de retração e surgimento de fissuras e trincas, estando o revestimento sujeito a incidências patológicas (LARA et al., 1995).

(32)

2.3.2 Propriedades no estado endurecido

Para Maciel et al. (1998) as propriedades da argamassa no estado endurecido são: aderência, capacidade de absorver deformações, resistência mecânica e durabilidade. Itens estes que serão abordados a seguir.

2.3.2.1 Aderência

É a capacidade de o revestimento permanecer aderido ao substrato, pela resistência as tensões normais e tangenciais que aparecem na interface base-revestimento (MACIEL ET AL, 1998). Ainda é primordial para garantir a durabilidade e o desempenho das funções do revestimento (SILVA, 2011).

Isaia (2007) conclui que quanto maior for a união do substrato com a argamassa, melhor será a aderência alcançada. Ainda cita os principais fatores que influem diretamente na aderência, os quais são: trabalhabilidade, energia de impacto na execução, propriedades do substrato (sucção de água, rugosidade, porosidade) e condições climáticas (temperatuta, vento).

A energia de impacto na hora da execução pode influenciar diretamente nos resultados obtidos de aderência, pois quando o profissional faz a aplicação manual, não consegue concentrar o mesmo nível de energia e força nos diferentes níveis da superfície, tendo um melhor desempenho na aplicação da argamassa no substrato que corresponde à altura do tórax. Analisando este fato consegue-se destacar uma maior aderência na faixa central de um pano de aplicação, sendo que a parte superior e inferior do mesmo apresentam aderências comprometidas (CARASEK, 2012).

2.3.2.2 Capacidade de absorver deformações

A capacidade de deformação da argamassa endurecida e a durabilidade da aderência são propriedades intrinsecamente relacionadas. Os revestimentos devem apresentar adequada capacidade de deformação para que, caso ocorram pequenos movimentos da alvenaria ou da estrutura, a camada de argamassa possa se deformar o suficiente sem se romper ou para que, no máximo, se reproduzam microfissuras, não havendo assim o comprometimento da aderência, bem como da estanqueidade e da durabilidade (CARASEK, 1996, p. 14).

(33)

_____________________________________________________________________________________________

Maciel et al. (1998) definem como sendo a capacidade que o revestimento possui quando submetido à esforços, sofrendo apenas deformações e não ruptura. Essas deformações podem ser de grande ou pequena escala, tendo o revestimento por finalidade suportar apenas as de pequenas escalas, que ocorrem pela ação da umidade ou temperatura.

Os autores ainda destacam que a capacidade de absorver deformações dependem de alguns fatores, como:

· Módulo de deformação: quanto menor for este fator, maior sera a capacidade de absorver deformações;

· Espessuras das camadas: maiores espessuras melhoram a capacidade de absorver deformações, exceto quando essas são muito espessas acabam prejudicando a aderência;

· Técnica de execução: a compressão realizada durante o acabamento superficial, se realizada no momento correto, ajudam ao não aparecimento de fissuras;

2.3.2.3 Resistência mecânica

Maciel et al. (1998, p. 9) “Propriedade dos revestimentos suportarem as ações mecânicas de diferentes naturezas, devida à abrasão superficial, ao impacto e a contração termohigroscópica”. Relata ainda que a resistência aumenta com a redução do agregado e varia inversamente com a relação água/cimento da argamassa.

Ainda depende do procedimento de execução do revestimento, pois quanto maior for a compactação, maior sera a resistência mecânica (SABBATINI, 1990).

2.3.2.4 Durabilidade

Para Recena (2011) é a capacidade que a argamassa possui em manter suas propriedades químicas e físicas exposta em condições de ambiente normal, sendo submetida aos esforços previstos no projeto, sem deixar de cumprir com as funções a qual foi projetada.

O mesmo autor afirma ainda que a durabilidade da argamassa está diretamente ligada às condições ambientais e solicitações físicas e mecânicas as quais é exposta.

(34)

2.4 CURA

Para Lorenzetti et al. (2002), cura em argamassas é definida como as condições usadas para a hidratação do cimento, pelo controle de temperatura e umidade. Ainda relata que dentre as finalidades da cura, destacam-se: hidratação do cimento, melhorar a resistência de aderência, diminuir a retração e evitar a pulverulência superficial.

“A cura correta da argamassa evita a perda precoce de umidade e ajuda a controlar a temperatura por um período suficiente, aumentando, assim, as propriedades mecânicas e reduzindo a absorção de água” (UNGERICHT e PIOVESAN, 2011 p. 75).

2.4.1 Período de cura das camadas constituintes do revestimento argamassado

Seguindo as diretrizes da NBR 7200, ABNT (1998) em seu item 5.2 as idades mínimas para execução das camadas de revestimento segue a seguinte ordem:

· 14 dias para a aplicação do chapisco em alvenarias não armadas, sem função estrutural sendo elas de tijolos, blocos cerâmicos, blocos de concreto e concreto celular;

· 3 dias para aplicação de emboço ou camada única, após a execução do chapisco; · 7 dias de idade de emboço de argamassas mistas ou hidráulicas para execução do

reboco;

· 21 dias de idade do reboco para execução de revestimentos decorativos; 2.4.2 Influência das condições ambientais na cura

A incidência de raios solares, calor de hidratação do cimento e condições ambientais afetam a cura de materiais contiuídos por cimento Portland (ARAFAH et al., 1996). Iserhard (2000) menciona que um fator importante no processo de cura como sendo a umidade do ar, responsável por regular a quantidade de água da pasta na hidratação do cimento.

A água presente na pasta tem por finalidade a hidratação dos produtos a base de cimento portaland, sendo assim a umidade presente no ar deve ser suficiente para manter essa água da pasta sem que ela seja perdida ao ambiente por evaporação (LORENZETTI et al., 2002).

(35)

_____________________________________________________________________________________________

Pereira et al. (2005) apresentou em seu trabalho revestimentos com cura úmida e constatou que os mesmos atingiram resistência mecânica já nos primeiros dias após aplicação, sendo assim comprova-se o efeito da reação adequada de hidratação sendo beneficiado pela cura.

Outro fator que influencia o processo de cura é a temperatura do ambiente, no que se refere a maior velocidade nesse processo e assim as propriedades mecânicas da argamassa são atingidas logo nos primeiros dias (ISERHARD, 2000 ; PEREIRA et al., 2005).

Mesmo com esse ganho nas idades iniciais Neville (1997) relata que após 7 dias as propriedades são prejudicadas, pois a hidratação de modo acelerado ocasiona uma estrutura mais pobre.

Confirmando o que os autores acima citados relatam, Candia (1998) fez uma avaliação de revestimentos de argamassa produzidos em obra com efeito de insolação, constatou que a argamassa curada a exposição do sol apresentou menor resistência de aderência que a curada na sombra. Justificou este fato pela aceleração da evaporação ocasionada pelo sol, reduzindo a hidratação. Ainda em canteiro de obra se relata outra situação que é a maior sucção da base por estar exposta ao sol, também perde água por evaporação mais facilmente.

2.5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Serão abordados neste item definição de patologias na construção civil, bem como as principais incidências patológicas ocorrentes nos revestimentos de argamassa e por pintura. 2.5.1 Definição

O termo patologia tem origem grega e é um derivado de “pathos” que tem seu significado como: sofrimento, doença, e de “logia”, que significa ciência, estudo. A medicina classifica patologia como estudo das doenças, suas causas, seus sintomas (AZEVEDO, 2011).

Segundo Degussa (2008) a patologia dentro do contexto da engenharia estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos dos elementos das construções civis e à terapia cabe estudar a correção e a solução desses problemas patológicos.

(36)

2.5.2 Manifestações patológicas em revestimentos de argamassa

Neste item serão abordadas as manifestações patológicas mais comuns em revestimentos, dentre eles: descolamentos, Eflorescências, manchas de umidade, mofo, bolor. 2.5.2.1 Descolamentos

É a desagregação das camadas constituíntes do revestimento, podendo se apresentar em pequenas ou grandes áreas (BAUER, 1994). Podem ocorrer por empolamento, em placas ou com pulverulência. O mesmo autor afirma que o descolamento por empolamento ocorre nas camadas do revestimento com maior proporção de cal, descolando o reboco do emboço e formando bolhas. Já Verçosa (1991, p. 58) descreve o seguinte fato sobre descolamento por empolamento:

Uma espécie de descolamento caracteriza-se pela formação de um bolsão localizado sob o reboco. Esse descolamento vai-se acentuando com otempo, e depois o reboco cai. Este tipo de defeito pode ser causado por infiltraçao de umidade pela outra face da parede, que produz pressão.

Outras causas prováveis de descolamento por empolamento são: presença de óxido de magnésio não hidratado, expansibilidade da argamassa devido ao cal livre, argamassas de cimento muito rígidas (BAUER, 1994). Ainda relata que o descolamento por placas ocorre quando o revestimento descola totalmente ou em porções da alvenaria, esse fenômeno ocorre devido à falta de aderência do revestimento com o substrato e em revestimentos com camadas muito espessas (BAUER, 1994).

Analisando esse fato de descolamento por placas devido as camadas espessas, Verçosa ( 1991, p. 59) afirma:

A espessura de um reboco não pode passar de 4 cm; de preferência deve se limitar a 2 cm. Se o reboco é de argamassa de cal ( caso mais comum) há uma demora em carbonatar as camads mais internas que permanecem plásticas, tanto maior quanto mais espresso é o reboco. Se o reboco é de argamassa de cimento haverá uma retração hidráulica mais acentuada quanto mais espessa a camada, com a proporcional perda de

(37)

_____________________________________________________________________________________________

Bauer (1994) define descolamento com pulverência como a desagregação do revestimento, que receberam pintura, a camada de tinta se descola facilmente carregando consigo partes de reboco no verso.

Segat ( 2005, p. 51) define que o descolamento com pulverência ou esfarelamento ocorre pelo fato de “utilizar materiais substitutos da cal sem propriedades de aglomerante, hidratação inadequada do cimento da argamassa, argamassa utilizada após o tempo de pega do cimento”.

Bauer (1994) cita que um dos principais motivos da causa de descolamento com pulverência ou esfarelamento é a carbonatação insuficiente do cal, principalmente quando se aplica a pintura em intervalo menor que trinta dias.

2.5.2.2 Eflorescências

Na grande maioria dos casos, as eflorescências em materiais de construção são causadas por sais de cálcio, de sódio, de potássio, de magnésio ou de ferro: raramente por outros. E também na maioria dos casos, esses sais já fazem parte integrante do material de construção que, ao ser atravessado pela umidade, os dissolve na água. Então a água com material dissolvido vem à superfície. Ali a água evapora, mas o sal se deposita formando as manchas (VERÇOSA, 1991, p.28-29).

Cincotto (1988) relata que as principais incidências de eflorescências possuem a presença de manchas de úmidade e aparecimento de pó branco na superfície. Esse fenômeno também pode ser caracterizado por alteração de cor com a superfície do revestimento, apresentando tons esbranquiçados, acizentados, esverdeados, amarelado ou preto (SOUZA, 1997).

Bauer (1994) cita como exemplo a utilização de soluções ácidas no processo de limpeza do revestimento, ocorrendo assim reações químicas e acúmulo de deposições na superfície.

(38)

2.5.2.3 Manchas de umidade, mofo, bolor

Cincotto (1988) destaca que a presence de umidade possibilita a aparição de mofo ou bolor, principalmente quando ocorre em áreas sem exposição ao sol, esse fato pode ocasionar o desagregamento do revestimento.

Shirakawa (1995) prescreve que a ocorrência de mofo ou bolor além de causa incômods estéticos, também podem causar problemas respiratórios, deixando a desejar em questão de qualidade quando se refere a ambientes internos.

A água absorvida pelos materias é a principal causa do aparecimento de fungos e extensão de bolor, sendo a temperature outro fator condicionante. Nessa lógica os principais fatores que causam concentração de bolor nos revestimentos são: umidade de condensação, ventilação insuficiente e permeabilidade quanto à umidade externa (BARROS et al., 1997). 2.5.3 Manifestações patológicas em revestimentos por pintura

Este item considera um breve resumo dos defeitos mais comuns que ocorrem num revestimento por pintura, demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2 ‒ Incidências patológicas mais frequêntes em pintura

Manifestação Patológica

Características Causas

Eflorescências Manchas esbranquiçadas nos acabamentos Cristalização à superfície dos revestimentos, dos sais solúveis e insolúveis, transportados pela água de constituição e/ou de infiltração. Amarelamento Desenvolvimento de uma cor amarelada

durante o envelhecimento da película de tinta

Ação dos agentes ambientais sobre o

veículo fixo da pintura, alterando a

sua estrutura molecular.

(39)

_____________________________________________________________________________________________ Manifestação Patológica Características Causas Presença de impurezas

Aparecimento de manchas e ou asperezas na película de tinta, originadas pela presença de impurezas, provenientes da própria tinta, do meio ambiente e ou do suporte de aplicação.

Amolecimento do veículo fixo a temperaturas ambientais elevadas. Elevada concentração volumétrica de pigmentos. Descoloração Destruição total ou parcial da matéria corante

numa superfície pintada.

Ação dos agentes de exposição (radiação solar), sobre o ligante e ou pigmentos. Desenvolviment o de microorganismos

Aparecimento de microorganismos, como algas, líquens ou fungos sobre a película de

tinta.

Grande quantidade de umidade existente

no suporte. Destacamento Separação da interface película de tinta e

suporte por falta de aderência.

Falta de aderência por

incompatibilidade com o material. - Teor de água levado

no suporte; Infiltração de umidade para a base; Eflorescências; Ausência de aplicação de selador; Presença de partículas e impurezas na base; Aplicação do produto em condições ambientais inadequadas; Incompatibilidade físico-química do produto de pintura com a base; Desrespeito do intervalo de tempo

(40)

de secagem entre demãos; Envelhecimento

natural. Enrugamento Desenvolvimento de rugas numa película

durante a sua secagem.

Aplicação da segunda camada antes da primeira

estar totalmente seca; Pintura ao calor do sol ou sobre superfície demasiado

fria. Empolamento Aparecimento de bolhas num revestimento

por pintura, ocorrido durante o seu envelhecimento. Deficiente preparação da base; Umidade relativa e temperaturas elevadas durante a aplicação e a secagem; Bases úmidas; Insuficiente permeabilidade ao vapor de água; Incompatibilidade química do produto de pintura com a base de aplicação; Infiltração e acesso de umidade para a base; Desrespeito do intervalo de tempo de repintura; Execessiva espessura da camada de produto; Exsudação Defeito caracterizado pela difusão na camada

de acabamento de um ou mais constituintes da subcamada ou dosuporte de aplicação.

Inadequada preparação da base; Reduzido tempo de espera entre demãos; Elevada umidade relativa apósaplicação. Fissuração Presença de fissuras em um revestimento por

pintura que podem ser superficiais ou em toda a suaespessura.

Produto mal formulado; Incompatibilidade

(41)

_____________________________________________________________________________________________ físico-química e ou mecânica do produto de pintura com a base; Desrespeito do intervalo de tempo de repintura; Revestimento duro e quebradiço aplicado sobre revestimento mais macio. Manchas Zona de cor ou brilho diferente que aparecem

na película de tinta. Teor de água elevado no suporte; Heterogeneidade do suporte; Aplicação de um produto de pintura com baixo poder de

cobertura sobre manchas de reparação anteriores;

Exposição da película ainda úmida

a chuva ou condensações. Pulverulência Alteração que envolve a libertação de um ou

mais dos constituintes de uma película seca, durante o seu envelhecimento, sob a forma de

pós finos e pouco aderentes.

Ação de agentes atmosféricos; Produtos inadequados às condições de exposição; Incompatibilidade do produto de pintura com a base;

(42)

2.6 AVALIAÇÃO DA ADERÊNCIA DE REVESTIMENTO ARGAMASSADO - NBR 13528(ABNT, 2010)

A NBR 13528, ABNT (2010 p. 1) é quem “prescreve o método de ensaio para determinação da resistência de aderência à tração de revestimentos de argamassa aplicados em obra ou laboratório sobre substratos inorgânicos não metálicos”.

A referida norma ainda descreve na página 1 o conceito de aderência como a “propriedade do revestimento de resistir às tensões atuantes na interface com o substrato”.

Descreve ainda que o ensaio deve ser realizado nos revestimentos com 28 dias de idade para casos de argamassa mista e 56 dias para argamassa de cal e areia.

Os corpos-de-prova devem ser dispostos simultaneamente, de forma a abrangir pontos em juntas e blocos, devem ainda estar espaçados entre si no mínimo 50 mm.

O corte deve ser executado com o equipamento sempre em ortogonal à superfície e deve ser extendido de 1 mm a 5 mm dentro do substrato, como pode ser observado na Figura 4.

Figura 4 ‒ Delimitação do corpo-de-prova pelo corte

Fonte: NBR 13528 (ABNT, 2010)

Para efetuar a colagem da pastilha, deve-se limpar a superficície do corpo de prova. A pastilha deve ser colada com cola a base de resina epóxi e fixada totalmente no centro do corpo-de-prova.

Antes de realizar o ensaio deve-se extrair corpos-de-prova para execução de ensaio de umidade do revestimento, o qual é dada pela Equação 1.

(43)

_____________________________________________________________________________________________ Equação 1 ‒ Teor de umidade

ܷ ൌ݉ݑ െ ݉ݏ݉ݏ ݔͳͲͲ

Onde:

mu= massa úmida; ms= massa seca.

Para execução do ensaio deve-se aplicar o esforço de tração de forma perpendicular ao plano do revestimento, com força de carregamento constante até a ruptura do corpo-de-prova. Posteriormente anota-se a carga N de ruptura e avalia-se a forma de ruptura obtida na hora do ensaio.Calcular a resistência de aderência à tração para cada corpo de prova através da Equação 2.

Equação 2 ‒ Resistência de aderência à tração

ܴܽ ൌܨܣ

Onde:

Ra= resitência de aderência à tração, expressa em Megapascais (MPa);

F= força de ruptura em Newtons (N);

A= área do corpo-de-prova em milímetros quadrados (mm²);

Os valores de força e área devem ser utilizados na equação na forma de números inteiros, sendo que a resistência de aderência à tração deve ser expressa com duas casas decimais. A referida norma destaca os tipos de ruptura como sendo: ruptura no substrato, ruptura na interface substrato/chapisco, ruptura no chapisco, ruptura na interface chapisco/argamassa, ruptura na argamassa, ruptura na interface argamassa/cola e ruptura na interface cola/pastilha, as quais podem ser observadas na Figura 5.

(44)

Figura 5 ‒ Formas de ruptura

Fonte: NBR 13528 (ABNT, 2010)

Quando ocorrer a ruptura na interface substrato/chapisco e chapisco/argamassa a norma descreve que o valor da resistência à tração é o mesmo que o valor obtido na hora do ensaio. Já no caso das demais rupturas a resistência de aderência é maior que a obtida na hora do ensaio e deve ser precedida pelo símbolo “>”. Quando ocorrer a ruptura na interface cola/pastilha significa que houve falha no procedimento de colagem desta, e o valor deve ser desprezado.

(45)

_____________________________________________________________________________________________

3 MÉTODO DE PESQUISA

O presente trabalho define-se como uma pesquisa bibliográfica e experimental, onde se buscou avaliar através de ensaio laboratorial o desempenho de revestimentos argamassados quanto à aderência e assim comparar com as normas que preconizam os requisitos mínimos para revestimentos.

Os ensaios laboratoriais citados neste trabalho foram realizados nas dependências do Laboratório de Engenharia Civil, pertencente à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, campus Santa Rosa.

3.1 DELINEAMENTO

O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação dos dados. Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em que são coletados os dados, bem como as formas de controle das variáveis envolvidas (GIL, 1989, p. 70).

A organização da pesquisa pode ser observada a seguir:

· Definição do tema: Nesta etapa ocorreram encontros com o orientador para discussão do tema e de como se procederia a referida pesquisa;

· Objetivos e questões da pesquisa: Foram definidos os principais objetivos do presente trabalho, objetivando realizar uma comparação o mais próxima do real executado nas construções civis;

· Revisão Bibliográfica: Foi realizada por meio de pesquisa em livros, artigos, dissertações, normas e trabalhos publicados;

· Aquisição de materiais: Nesta etapa foram calculados e adquiridos todos os materiais necessários para a execução das paredes, sendo que esses foram adquiridos na cidade de Santa Rosa/RS;

(46)

· Realização dos experimentos: Nesta etapa foram realizadas as paredes e os demais ensaios mencionados mais adiante neste trabalho;

· Ensaio de aderência à tração: Realização do ensaio conforme prescrito na NBR 13528, ABNT (2010);

· Análise dos resultados: Nesta etapa é realizada uma comparação entre as paredes com tempo de cura interrompido pela pintura e as paredes utilizadas como referência, bem como comparativo com a NBR 13749, ABNT (2013) no que se refere aos valores mínimos para aderência em revestimentos argamassados. Buscando sempre justificar os resultados obtidos com literaturas existentes;

· Conclusões: Nesta etapa é avaliado se os objetivos da pesquisa foram atingidos, relacionando com os resultados apresentados;

3.2 MATERIAIS

Neste item serão descritos todos os materiais utilizados na execução das seis paredes que foram objeto de estudo neste trabalho.

3.2.1 Tijolos

Na execução das paredes de estudo foram utilizados tijolos cerâmicos seis furos, nas dimensões de 9x14x19 cm, adquiridos na cidade de Santa Rosa, que podem ser observados na Figura 6. Conforme indicado pela NBR 8545 (ABNT, 1984) todos os tijolos foram molhados antes do seu assentamento.

(47)

_____________________________________________________________________________________________ Figura 6 ‒ Tijolos cerâmicos utilizados na pesquisa

Fonte: Autoria Própria (2018)

3.2.2 Argamassa de assentamento

Foi utilizada argamassa pronta para rebocar e assentar tijolos e blocos, sendo esta uma mistura homogênea de cimento portland, agregados minerais com granulometria controlada e aditivos químicos que melhoram o desempenho da argamassa.

Para efetuar a mistura o fabricante recomenda utilizar de 3,1 a 3,3 litros de água a cada 20 kg de argamassa industrializada, deve-se misturar até formar uma argamassa homogênea, caso se faça necessário pode-se acrescentar mais água para corrigir a plasticidade. O tempo de uso recomendado é de duas horas após o início da mistura e para iniciar o acabamento com pintura ou impermeabilização recomenda-se 28 dias após aplicação.

3.2.3 Chapisco

Chapisco composto de cimento Portland CP IV-32 e areia média adquirida na cidade de Santa Rosa. Foi utilizado um traço de 1:3 (cimento: areia) e com bastante fluidez como recomenda Yazigi (2014).

3.2.4 Argamassa de revestimento

A argamassa de revestimento utilizada foi a mesma utilizada na execução do assentamento das alvenarias, a mesma já foi descrita no item 3.2.2 deste trabalho.

(48)

3.2.5 Massa Fina

Foi utilizada massa fina especial para reboco, composta por cal hidratada CH-II, cimento CP-II e areia. Classificada pela NBR 13281, ABNT (2005) como: P1-M5-R2-D4-U5-A2.

· P1: Resistência à compressão ≤ 2,0 MPa;

· M5: Densidade de massa aparente no estado endurecido = 1600 a 2000 Kg/m³; · R2: Resistência à tração na flexão = 1,0 a 2,0 MPa;

· D4: Densidade de massa no estado fresco = 1600 a 2000 Kg/m³; · U5: Retenção de água = 91 a 97%;

· A2: Resistência potencial de aderência à tração ≥ 0,20 MPa;

O fabricante recomenda a aplicação sobre emboço limpo e firme, com espessura máxima de 0,3 cm utilizando desempenadeira e feltro.

3.2.6 Selador

Foi utilizado um selador acrílico pigmentado, trata-se de uma tinta a base de água. Foi diluído em 10% de água, sendo homogeneizado dois minutos antes da aplicação. É recomendado pelo fabricante um intervalo de 4 horas entre as demãos, sendo que no referido trabalho usou-se duas demãos em cada face a ser pintada. A seguir algumas propriedades técnicas do produto descritas pelo fabricante:

· Aspecto da película: Fosco;

· Cores disponíveis: Branco e cores pelo sistema bsesystem; · Sólidos por volume: 25% +/- 3;

· Massa específica: 1,322 Kg/litro (+/- 2); · Ponto de fulgor: 25º C

· Tempo de secagem ao toque a 25ºC: 30 minutos; · Tempo de secagem ao manuseio a 25ºC: 6 horas; · Tempo de secagem final a 25ºC: 24 horas; · Tempo de cura: 15 dias;

(49)

_____________________________________________________________________________________________

· Rendimento teórico por demão: 30m²/galão/demão; · Temperatura: 10º a 40º C;

· Umidade relativa do ar: inferior a 80%; 3.2.7 Tinta

Foi utilizado produto a base de água, com excelente qualidade e cobertura, fino acabamento com tripla proteção fungicida, bactericida, algícida. Indicada para pintura em alvenaria, concreto, ambientes internos, externos e repintura.

É recomendado pelo fabricante um intervalo entre demãos de 4 horas, a diluição foi realizada em 15% de água e no presente trabalho usou-se duas demãos em cada face a ser pintada. A seguir algumas especificações técnicas do produto descritas pelo fabricante:

· Aspecto da película: Semibrilho, fosco e acetinado;

· Cores disponíveis: Branco e cores do catalogo tintométrico; · Sólidos por volume: 30% +/- 3;

· Massa específica: 1,255 Kg/litro (+/- 2); · Ponto de fulgor: 25º C

· Tempo de secagem ao toque a 25ºC: 30 minutos; · Tempo de secagem ao manuseio a 25ºC: 4 a 6 horas; · Tempo de secagem final a 25ºC: 24 horas;

· Tempo de cura: 15 dias;

· Solvente recomendado: água limpa e potável; · Rendimento teórico por demão: 35m²/galão/demão; · Temperatura: 10º a 40º C;

· Umidade relativa do ar: inferior a 80%; 3.3 EXPERIMENTOS

Neste item será abordado o procedimento de execução das paredes, ensaio de absorção e ensaio de determinação da resistência de aderência à tração.

(50)

3.3.1 Execução das paredes

Foram executadas seis paredes com dimensões de 60x60cm (conforme Figura 7), as alvenarias foram erguidas conforme indicação de Borges (2009), iniciando pelos cantos, observando o prumo e nível a cada fiada, bem como a amarração das juntas. Esse procedimento pode ser observado na Figura 8. Após a execução aguardou-se 14 dias para execução do chapisco.

Figura 7 ‒ Dimensões das paredes

Fonte: Autoria Própria (2018) Figura 8 ‒ Paredes para o estudo

(51)

_____________________________________________________________________________________________

Antes da aplicação do chapisco as paredes foram abundantemente molhadas (Figura 9), o chapisco foi aplicado com colher de pedreiro no traço 1:3 e em espessura de 5 mm, confome recomendações dos autores já citados no item 2.2.2.1 deste trabalho. Esse procedimento pode ser observado Figura 10.

Figura 9 ‒ Molhagem da parede

Fonte: Autoria Própria (2018) Figura 10 ‒ Paredes chapiscadas

Fonte: Autoria Própria (2018)

Após a execução do chapisco respeitou-se um tempo de cura de 3 dias, conforme recomendado pela NBR 7200, ABNT (1998). Depois de passado esse tempo de cura foram

Referências

Documentos relacionados

Agora, que entramos na fase em que a taxa de crescimento da população como um todo e também a da população em idade para trabalhar são baixas, somente conseguiremos crescer

Considerando o exposto, o principal objetivo deste trabalho é analisar as diversas etapas envolvidas na produção de embarcações de madeira de médio e grande portes utilizadas

Diante desta constatação, o objetivo desta pesquisa é analisar o desempenho da resistência de aderência à tração de argamassas colantes industrializadas tipo

As argamassas deste estudo são da classe A1, segundo o requisito resistência potencial de aderência à tração – Tabela 7 da norma NBR 13281 (ABNT, 2005) podendo ser utilizadas

Figura 12 – Perfil do talude dimensionado pelo método de análise de estabilidade (Morgensten e

Comércio Internacional, Bilateral com Portugal e Oportunidades Apoio à Internacionalização do GBES: Unidade Internacional Premium Oferta Internacional do

Os membros da equipe de emergência devem ser informados quando onde haverá um Os membros da equipe de emergência devem ser informados quando onde haverá

A telepatia mental também pode ser usada para isso, mas é recurso dos que ainda não estabeleceram con- tato mais profundo, de alma, com a essência espiritual ou