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Carboxiterapia no tratamento na calvície feminina: relato de caso

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL -UNIJUÍ

BIANCA EMANUELA HANZEL

CARBOXITERAPIA NO TRATAMENTO DA CALVÍCIE FEMININA:

RELATO DE CASO

IJUÍ/RS 2018

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BIANCA EMANUELA HANZEL

CARBOXITERAPIA NO TRATAMENTO NA CALVÍCIE FEMININA:

RELATO DE CASO

Monografia apresentada a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação em Estética e Saúde para obtenção do título de Especialista em Estética.

Orientador: Prof. Cristiane da Silva Locatelli

IJUÍ/RS 2018

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AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho primeiramente а minha mãe Irma, pоr ser a minha maior incentivadora e exemplo de vida, que mesmo tendo dúvidas do caminho que escolhi, nunca deixou de me apoiar, nunca medindo esforços para que eu alcançasse o dia de hoje.

Ao meu irmão Junior por todo seu carinho, e ao meu pai Daniel “In Memorian”, que levo em meu coração e sei que ele sempre iluminou meu caminho.

À Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul pelo ambiente criativo е amigável qυе proporciona.

Agradeço а todos оs professores que proporcionarem о conhecimento, nãо apenas racional, mas а manifestação dо caráter е afetividade dа educação.

A coordenadora do curso prof. Luana Dall Oglio pelo carinho e competência em organizar e dirigir o curso de Pós Graduação em Estética e Saúde.

A minha orientadora prof. Cristiane da Silva Locatelli, pelas suas correções, incentivos e apoio dedicado à elaboração deste trabalho.

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RESUMO

A perda de cabelo de forma difusa, decorrente da grande quantidade de pelos na fase telógena, resulta na diminuição da densidade capilar. A calvície é uma das alterações inestéticas que mais preocupa o ser humano, a alopecia androgenética (AAG) é a causa mais comum de calvície em ambos os sexos, sendo caracterizada pela alteração do ciclo capilar, levando à rarefação capilar, podendo atingir graus mais ou menos avançados. É de origem genética, com etiologia variada, podendo estar associada às doenças endócrinas, com predominância da testosterona. Nas mulheres, a Alopecia Padrão Feminino costuma aparecer a partir dos 30 anos, sendo a estimativa de que o pico de incidência ocorra após os 50 anos, com cerca de 30% de acometimento por volta dos 70 anos, com significativa piora após a menopausa. Buscando então um tratamento para a alopecia padrão feminino, foi iniciada a utilização da Carboxiterapia como técnica para minimizar a queda de cabelo e diminuir a rarefação capilar. Esta técnica consiste na administração do CO2 de forma subcutânea nas áreas afetadas, estimulando efeitos fisiológicos, como a vasodilatação periférica e melhora da oxigenação tecidual. A proposta do tratamento é aumentar o fluxo sanguíneo local e consequentemente a nutrição do bulbo capilar, possibilitando que novos fios se formem e cresçam, assim como que os fios já existentes se tornem mais fortes e duradouros. Para o estudo de caso foram realizadas 20 sessões, com registro fotográfico de antes, durante e depois do tratamento. Ao longo do tratamento a cliente observou a diminuição da seborreia no couro cabeludo, afirmou que a queda de cabelo diminuiu e, alem disso, relatou sentir um pouco de coceira na região. A cliente relatou também estar satisfeita com os resultados. É importante ressaltar que a carboxiterapia não é a cura da Alopecia, e sim uma opção de tratamento.

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Lista de abreviaturas

AAG Alopecia Androgenética APF Alopecia Padrão Feminino Cm Centímetro

CO² Gás Carbônico DHT Dihidrotestosterona H+ Hidrogênio

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica ml Mililitro

ml/min Mililitro por Minuto mm Milímetro

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Lista de figuras

Figura 1. Estrutura do folículo piloso... Figura 2. Estrutura do fio de cabelo... Figura 3: Rarefação Capilar no Vertex com preservação da linha frontal... Figura 4: Classificação de Ludwig para Alopécia Androgenética Feminina... Figura 5: Foto antes de iniciar o tratamento e após 8 sessões de Carboxiterapia... Figura 6: Resultado da aplicação de Carboxiterapia para alopecia (a. inicial, b. após 8 sessões, c. após 19 sessões)...

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 2 Materiais e Métodos ... 3 Resultados e Discussões... CONCLUSÃO... REFERÊNCIAS... ANEXOS... 7 14 15 17 19 21

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1 INTRODUÇÃO

Em toda a extensão do corpo humano existem pelos de diferentes tamanhos, quantidade e colorações. O indivíduo adulto apresenta pelos pouco desenvolvidos (velus) que são similares ao pelo fetal; e os pelos terminais, maduros, espessos e pigmentados, que compõem os cabelos, sobrancelhas, cílios, barba, pilosidade axilar e pubiana (HALAL, 2012).

Uma das áreas com maior densidade é a região do couro cabeludo, ou seja, o cabelo, que tem por função proteção, regulação térmica, mas principalmente psicológica, já que este tem o poder de harmonizar a fisionomia de um individuo exercendo participação fundamental na autoestima, bem-estar e estética de cada pessoa (CASSIA, et.al).

O pelo compõe de uma parte livre, a haste, e de uma porção intradérmica, a raiz. Para a formação de cada fio de cabelo é necessária uma estrutura denominada folículo capilar, que possui suas divisões e especializações. Este resulta do crescimento de tecido epitelial no sentido do tecido dérmico, criando um canal profundo, onde o tecido epidérmico forma um bulbo capilar. Cada folículo possui um mecanismo de controle individual, ditado por diversas substâncias como hormônios, citocinas, fatores de crescimento e influências do meio ambiente como deficiências nutricionais e radiação ultravioleta (HALAL, 2012.; BRENNER et al. 2011).

O folículo piloso é uma estrutura dérmica tegumentar que é constituída por três invólucros (ou bainhas) epiteliais e é capaz de produzir um pelo. As bainhas rodeiam a raiz do pelo, na profundidade da pele. O ser humano tem em torno de 5 milhões de folículos por todo o corpo, 120.000 deles no couro cabeludo. O folículo piloso ou unidade folicular é uma estrutura complexa composta por 1 fio de pelo ou cabelo, com seu respectivo bulbo, glândula sebácea e sudorípara, músculo pilo-eretor e outros órgãos não menos importantes (HALAL, 2012).

Adjacente ao folículo piloso, mas de forma comunicativa, existem pequenas protuberâncias, uma delas possui formato parecido com um saco, sendo denominadas glândulas sebáceas, que tem por função secretar sebo; este é secretado para o folículo capilar, lubrificando, condicionado e protegendo tanto ao cabelo quanto a pele. Outra proeminência do folículo se prende ao músculo eretor do pelo, este tem por função direcionar e arrepiar o pelo (HALAL, 2012).

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Figura 1. Estrutura do folículo piloso

Fonte:https://www.google.com.br/search?q=Estrutura+do+fol%C3%ADculo+piloso&rlz=1C2GGRV_en BR751BR751&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjxu5Xw2srXAhWClJAKHY3ADuoQ_AUI CigB&biw=1366&bih=637

A estrutura do cabelo é formada por três camadas distintas e com funções diferenciadas. A Medula é a parte interna da haste capilar, segundo estudos é um espaço vazio e não tem função definida. O córtex é a camada intermediária, composto de células queratinizadas, tem por função proporcionar forma, flexibilidade, elasticidade e cor ao fio e a cutícula sendo a camada mais externa, é uma camada proteica fina e muito resistente, constituída de células sobrepostas transparentes, tem por função proteção da medula e do córtex (HALAL, 2012).

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Figura 2. Estrutura do fio de cabelo

Fonte:https://www.google.com.br/search?q=Estrutura+do+fol%C3%ADculo+piloso&rlz=1C2GGRV_en BR751BR751&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjxu5Xw2srXAhWClJAKHY3ADuoQ_AUI CigB&biw=1366&bih=637

Cerca de 100 mil fios compõem mais ou menos o couro cabeludo de um adulto, e em média cresce 1cm por mês. O ciclo de crescimento do cabelo se divide em três fases, a Anágena (fase proliferativa) que consiste no período de crescimento intenso e há intensa atividade mitótica, cerca de 90% dos pelos estão nesta fase; o bulbo é escuro e profundo e o pelo jovem adquire raiz, durando de 2 a 6 anos. Na fase Catágena (involutiva) a atividade das células matrizes e melanógena (produção de melanina) cessa. É a fase na qual o cabelo para de crescer e vai enfraquecendo, tem duração de 2 a 3 semanas e corresponde mais ou menos a 1% dos pelos. Na fase Telógena (repouso) o fio está mais superficial, o bulbo torna-se mais claro e o pelo completamente queratinizado, progride para a superfície; o bulbo é atrofiado e há queda. Em média 80 a 100 fios diários (cerca de 10 a 20%) estão nesta fase que ocorre durante 2 a 3 meses. Nesta fase final já começou o novo pelo anágeno (HALAL, 2012).

A perda de cabelo de forma difusa, decorrente da grande quantidade de pelos na fase telógena, resulta na diminuição da densidade capilar. A queda dos fios é um processo natural do corpo, porem o problema inicia quando o equilíbrio entre a perda e crescimento é afetado e a perda de cabelo começa a ficar evidente, dando origem a falhas de fios no couro cabeludo. Pode ter origem em varias causa como estresse, doença sistêmica crônica, parto, doenças febris, ente outras. A calvície é

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uma das alterações inestéticas que mais preocupa o ser humano, podendo ocorrer de maneira precoce em ambos os sexos (CASSIA, et.al; KEDE e SABATOVICH, 2004).

A alopecia androgenética (AAG) é a causa mais comum de calvície em ambos os sexos, sendo caracterizada pela alteração do ciclo capilar, levando à rarefação capilar, podendo atingir graus mais ou menos avançados. É de origem genética, com etiologia variada, podendo estar associada às doenças endócrinas, em que há predominância da testosterona (BRENNER et al. 2011. BASTO JR, 2006).

Alem disso, segundo observações morfológicas a Alopecia pode ser cicatricial ou não cicatricial. A primeira resulta de mal-formações, danos ou destruição dos folículos pilosos os quais deixam de produzir o cabelo, ocorrendo assim a substituição da unidade pilossebácea por fibrose, causando perda capilar definitiva e irreversível, produzindo em casos avançados o aspecto típico de pele lisa e brilhante no local. Já a alopecia não cicatricial resulta principalmente da redução da fase anágena e iniciação precoce da fase telógena, sem que haja atrofia cicatricial da unidade pilossebácea, causando acelerada queda dos fios, esta caracterizando a Alopecia Androgenética (STEINER e BARTHOLOMEI, 2013.; WEIDE e MILÃO, 2009).

Nas mulheres, a Alopecia Padrão Feminino costuma aparecer a partir dos 30 anos e a estimativa é de que o pico de incidência ocorra após os 50 anos, com cerca de 30% de acometimento por volta dos 70 anos, com significativa piora após a menopausa, nesse período os níveis de estrogênio diminuem, instalando-se o período androgenético, que levará a calvície se a mulher apresentar fatores genéticos. Existem variações em diferentes etnias, com relatos de prevalência menor em asiáticos e afrodescendentes em relação aos caucasianos. No sexo masculino o processo é andrógeno dependente, entretanto, nas mulheres, a interferência hormonal é incerta e o termo Alopécia Padrão Feminino (APF) parece definir melhor (KEDE e SABATOVICH, 2004;BRENNER et al. 2011).

Essa disfunção é caracterizada pelo afinamento difuso dos cabelos, ocorrendo o término prematuro da fase anágena pela redução da expressão de fatores estimulantes, levando ao aumento do número de folículos em repouso, além disso, ocorre a minimalização folicular, com consequente conversão de fios terminais em velos, mais finos, curtos, frágeis e menos pigmentados. Portanto, a diminuição

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da cobertura do couro cabeludo não se deve à destruição de folículos pilosos, mas sim ao referido processo de miniaturização (LOBO et al 2008.; BRENNER et al. 2011).

Figura 3: Rarefação Capilar no Vertex com preservação da linha frontal

Fonte: BRENNER, Fabiane Mulinari.; SEIDEL, Gabriela.; HEPP, Themis.2011.

A testosterona livre na mulher é em torno de 1% e qualquer alteração que eleve a concentração deste hormônio provoca distúrbios na pele e no pelo. O excesso de testosterona na mulher pode causar queda de cabelo, acne, seborreia, distúrbios menstruais, hirsutismo, virilismo, infertilidade, acantose nigricante, hipertrofia muscular e hipertrofia do clitóris. Apesar de os androgénios serem necessários para o desenvolvimento da APF, a maioria das mulheres os tem em níveis normais. O mecanismo de hereditariedade ainda não está bem esclarecido (LOBO et al 2008; BASTO JR, 2006.;BRENNER et al. 2011)

Na mulher, a testosterona é produzida nas glândulas suprarrenais e nos ovários. A matriz do bulbo capilar contém uma enzima, a 5-alfa-redutase, que transforma o hormônio testosterona em di-hidrotestosterona (DHT) e este penetra no folículo, transformando seu metabolismo, enfraquecendo-o e, consequentemente, acelerando a queda dos cabelos (BASTO JR, 2006).

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Na literatura existem algumas classificações distintas da Alopecia Androgenética. Em 1977 Ludwig propôs uma classificação exclusiva para o padrão de acometimento feminino, ele separou o processo de perda de cabelos em três graus. No primeiro ocorre a rarefação capilar, com preservação da linha frontal; no segundo a rarefação na coroa é visivelmente acentuada; e no terceiro observa-se a rarefação total dos cabelos (KLEINHANS, 2012).

Figura 4: Classificação de Ludwig para Alopecia Androgenética Feminina

Fonte: Fonte: BRENNER, Fabiane Mulinari.; SEIDEL, Gabriela.; HEPP, Themis. 2011.

Buscando uma alternativa de tratamento para a alopecia padrão feminino, iniciou-se a utilização da Carboxiterapia como técnica para minimizar a queda de cabelo e diminuir a rarefação capilar (SIMPLICIO e MEJIA).

A carboxiterapia é uma técnica recentemente introduzida na área da estética, porem a utilização terapêutica do anidro carbônico (gás carbônico ou CO2) teve início na França na década de 30. Seu uso era feito através de banhos de imersão em água carbonada para o tratamento de arteriopatias periféricas (SCORZA e BORGES, 2008). Atualmente, a carboxiterapia consiste na administração do CO2 de forma subcutânea nas áreas afetadas, estimulando efeitos fisiológicos, como a vasodilatação periférica e melhora da oxigenação tecidual (BORGES, 2010).

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O CO2 é um gás atóxico, incolor e inodoro. É o produto endógeno natural do metabolismo das reações oxidativas celulares, sendo produzido no organismo diariamente e eliminado pelos pulmões durante a respiração. Devido ao seu alto poder de difusão, este gás é rapidamente absorvido e eliminado, ficando apenas o efeito vasodilatador, o que reduz o risco de embolia gasosa fatal (SCORZA e BORGES, 2008).

Nesta técnica há o trauma mecânico causado pela agulha e o provocado pelo gás. Devido à lesão provocada, a resposta inflamatória é imediata e atua com o objetivo de destruir o agente agressor e esta, por sua vez, desencadeia uma série de eventos bioquímicos e fisiológicos. A vasodilatação acarreta na neoangiogênese, estimulando a formação de novos fibroblastos, elastoblastos e angioblastos, com o objetivo de cicatrizar e reconstruir o tecido lesado. Devido a reparação tecidual aumenta o aporte sanguíneo, gerando assim o aumento da nutrição e oxigenação local (BORGES, 2010).

Com o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) no meio, ocorre a diminuição da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. A presença de níveis mais altos de CO2 nos capilares promove a liberação de O2 da hemoglobina, o efeito recíproco ocorre nos capilares dos alvéolos do pulmão, a alta concentração de O2 libera CO2 e H+ da hemoglobina. Essas relações são conhecidas como efeito Bohr. Com o aumento significativo da concentração de oxigênio (O2) local após a infusão subcutânea de CO2, é disponibilizando mais oxigênio às células, o que favorece o metabolismo dos tecidos da região tratada (SCORZA e BORGES, 2008).

O aparelho de carboxiterapia liga-se a um cilindro de ferro por meio de um regulador de pressão de gás carbônico e é injetado por via de um equipo com uma agulha pequena. Para a aplicação correta deve-se levar em consideração alguns parâmetros como o fluxo, que é a velocidade da entrada de gás no organismo em ml/min, variando de 20 até 180 ml/min. E o volume, que é a quantidade total de gás injetado no organismo (ml), que pode ser de 400ml a 3000ml. Estes parâmetros variam de acordo com o objetivo do tratamento e a sensibilidade do paciente e os efeitos terapêuticos da carboxiterapia dependerão do local anatômico onde vai ser aplicado o gás (BORGES, 2010).

A carboxiterapia pode ser considerada um tratamento seguro, sem efeitos adversos ou complicações importantes, tanto locais, como sistêmicas. Durante a aplicação pode ocorrer aumento da temperatura no local da aplicação do gás e

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hiperemia. Os efeitos secundários apresentados limitam-se em dor no local da aplicação, pequenos hematomas ou equimoses devido às várias punturas e sensação de crepitação devido à formação de um enfisema local. Na estética esta técnica é utilizada para tratar diferentes disfunções, como gordura localizada, celulite, estrias, flacidez de pele, rugas e calvície (SCORZA e BORGES, 2008)

2 Materiais e Métodos

Para o presente estudo, foi realizado o acompanhamento de uma paciente do sexo feminino, 33 anos de idade, que apresentava acentuada queda de cabelo, com falhas já visíveis localizadas na região do topo da cabeça, poupando a linha de implantação frontal, pelo período entre setembro de 2016 a janeiro de 2017. O procedimento foi realizado em Clínica Estética sob supervisão de um profissional Biomédico habilitado pelo CRBm.

A paciente foi submetida à anamnese e observou-se que a mesma não era fumante, consumia bebidas alcoólicas esporadicamente, não era portadora de diabetes, hepatite, lúpus, câncer ou hemofilia, não estava em processo gestacional e não apresentava problemas cardíacos. A paciente em questão não tinha histórico de queloide, não fazia uso de anticoagulante sistêmico mas de método contraceptivo oral. Observou-se o histórico de asma e a cliente é portadora de endometriose. Anteriormente ao tratamento a cliente já havia feito uso tópico de minoxidil e uso oral de finasterida, em ambos os casos relatou não notar resultados para a queda de cabelo e calvície.

É relevante ressaltar que a paciente não apresentou contraindicações a realização do procedimento como: diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS), doenças autoimunes, infecção no local de aplicação, uso de medicação ou outra que pudesse impedir o tratamento.

Após leitura, explicação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido realizou-se o registro fotográfico para acompanhamento do caso.

Ficou estabelecido que a paciente realizaria um total de 20 sessões, comparecendo semanalmente à clínica para receber a administração da técnica de Carboxiterapia, que foi realizada na região do vertex. O aparelho utilizado foi o Ares, da marca Ibramed®.

Para cada sessão, ficou estabelecido que a cliente viria com os cabelos higienizados. Previamente à realização da Carboxiterapia, era feita a aplicação da

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alta frequência com utilização da ponteira em forma de pente, por aproximadamente um minuto, para potencializar a higienização dos fios e auxiliar na diminuição da seborreia no couro cabeludo.

Para a aplicação da carboxiterapia, o cabelo foi separado em mechas de 1 a 2cm, onde foi feita a punturação entre e ao longo das mechas. Para a técnica intradérmica, apenas o bisel da agulha é introduzido, mantendo uma angulação de 15º em relação a pele. Aos poucos o gás era infundido, podendo observar a formação de pequenas pseudopápulas esbranquiçadas, após isso a agulha era removida, e consequentemente recolocada em outra região, seguindo assim até completa aplicação na região do tratamento. A agulha utilizada foi de 0,30x13mm, com um fluxo variável de infusão do gás entre 70 a 100ml/min, e um fluxo total variando de uma sessão para a outra, dependendo da sensibilidade da cliente.

Ao longo do tratamento a cliente não referiu sentir grande desconforto e sensibilidade durante as aplicações da carboxiterapia. Na primeira sessão, numa escala de 0 a 10, sendo zero nenhuma dor e dez é muita dor, a cliente referiu nota 5, ao longo das demais sessões referiu media 4, nenhuma vez passando da média 5. Relatando que o desconforto era bem suportável.

3 Resultados e Discussões

O tratamento com Carboxiterapia foi proposto objetivando aumentar o fluxo sanguíneo local e consequentemente a nutrição do bulbo capilar, possibilitando que novos fios se formassem e crescessem, mas também que os fios já existentes se tornassem mais fortes e duradouros.

Inicialmente, na primeira sessão foi possível notar que a circulação sanguínea local estava diminuída, pois em um pequeno número das punturações realizadas observou-se a formação de orvalho sanguíneo. Ao longo das sessões o sangramento ficou mais evidente, o que significa que a circulação sanguínea foi restaurada e o couro cabeludo estava sendo melhor nutrido.

Antes de iniciar a oitava sessão um novo registro fotográfico foi realizado, para comparação entre a foto antes do tratamento e durante. Com dois meses de aplicação da Carboxiterapia já foi possível notar os resultados iniciais, novos cabelos estavam crescendo, cabelos já existentes ficaram mais resistentes e a falha no vertex começou a ser preenchida.

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Figura 5: Foto antes de iniciar o tratamento e após 8 sessões de Carboxiterapia

Fonte: a autora do trabalho.

Ao longo do tratamento a paciente notou a diminuição da seborreia no couro cabeludo, afirmou que a queda de cabelo diminuiu, e alem disso, relatou sentir um pouco de coceira na região.

Antes de iniciar a ultima sessão foi realizado novo registro fotográfico, fazendo a comparação entre inicio, meio e fim do tratamento. Com isso foi possível afirmar que a Carboxiterapia tem seu efeito terapêutico para auxiliar na queda de cabelo e Alopécia. A paciente relatou estar satisfeita com os resultados, percebendo a diminuição da rarefação capilar, pois já havia feito outros tratamentos, mas sem resultados efetivos e satisfatórios. Porem, não é possível afirmar qual a durabilidade dos resultados adquiridos, uma vez que a paciente não retornou ao consultório para fazer a manutenção e acompanhamento do procedimento.

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Figura 6: Resultado da aplicação de Carboxiterapia para alopecia (a. inicial, b. após 8 sessões, c. após 19 sessões)

Fonte: a autora do trabalho.

É importante ressaltar que a carboxiterapia não é a cura da Alopecia, e sim uma forma de tratamento. Para sua realização é imprescindível fazer uma avaliação adequada e saber que as causas da queda de cabelo são multifatoriais, desta forma o procedimento pode trazer bons resultados ou mesmo ausência de resultado.

CONCLUSÃO

Para as mulheres o cabelo é um sinônimo de beleza e feminilidade. A Alopécia Androgenética Padrão Feminino vem afetando um número considerável de mulheres e estas se encontram diante de uma situação que lhes causa constrangimento e baixa estima, devido as falhas de cabelos no couro cabeludo. Apesar de suas características serem bem definidas, sua etiologia ainda gera dúvidas; existem pesquisas que investigam a relação entre o envolvimento genético e alterações hormonais. Estas dúvidas não impedem o surgimento de vários tratamentos diferenciados para reduzir a queda de cabelo e a rarefação capilar e minimizar o prejuízo psicossocial que esta disfunção acarreta. Um recurso que vem

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sendo implantado como tratamento é a carboxiterapia, que visa estimular a irrigação sanguínea local do couro cabeludo, aumentando a nutrição e oxigenação capilar, consequentemente estimulando a fase anágena, levando a formação de novos pelos, diminuindo o processo de miniaturização, gerando então um aumento da densidade capilar.

Para resultados mais conclusivos é necessário que seja realizado um novo estudo com acompanhamento de um número maior de mulheres que apresentem a Alopécia Androgenética Padrão Feminino e que as mesmas retornem após o tratamento para revisão e manutenção dos resultados obtidos. Também deve ser considerada a utilização da microscopia capilar para diagnóstico e acompanhamento da progressão dos resultados, uma vez que é possível realizar a contagem dos fios e observação das estruturas capilares.

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REFERÊNCIAS

BASTO JÚNIOR, Fernando Teixeira. Calvície feminina: classificação proposta. Rev. Soc. Bras. Cir. Plást.2006; 21(4): 196-202.

BORGES, Fabio dos santos. Dermato funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed, São Paulo: phorte, 2010.

BRENNER, Fabiane Mulinari.; SEIDEL, Gabriela.; HEPP, Themis. Entendendo a alopecia androgenética. Surg Cosmet Dermatol, 2011. Disponível em http://www.academia.edu/27209746/Entendendo_a_alopecia_androgen%C3%A9tica .Acesso em 19 Nov. 2017.

CASSIA, Danielle de.; OLIVEIRA, Silvia Patricia de.; ARAUJO. Fernanda Quaresma de. ALOPÉCIA AREATA: a importância do conhecimento na estética. Disponível online: http://tcconline.utp.br/media/tcc/2015/01/ALOPECIA-AREATA-A-IMPORTANCIA-DO-CONHECIMENTO-NA-ESTETICA.pdf. Acesso em: 19 out., 2017.

HALAL, John. Tricologia e a química cosmética capilar. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

KEDE, Maria Paula Villarejo.; SABATOVICH Oleg. Dermatologia Estética. São Paulo: Atheneu, 2004.

KLEINHANS, Andréia Cristina dos Santos. Estress e raiva em mulheres com alopecia androgenética. Dissertação de Mestrado, 2012.

LOBO, Inês.; MACHADO, Susana.; SELORES, Manuela. A alopecia androgenética na consulta de tricologia do Hospital Geral de Santo António (cidade do Porto, Portugal) entre 2004 e 2006: estudo descritivo com componente analítico. An Bras Dermatol, 2008.

SCORZA, Flavia Acedo.; BORGES, Fabio dos Santos. CARBOXITERAPIA: uma revisão. Revista Fisioterapia Ser, 2008.

SIMPLICIO, Pollyanna Carvalho.; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Carboxiterapia no

tratamento da alopecia. Disponível online:

http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/18/80_-_Carboxiterapia_no_tratamento_da_alopecia_1.pdf . Acesso em: 20 out., 2017.

STEINER, Denise.; BARTHOLOMEI, Sarita. Alopecia na mulher, 2013. Disponível online: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=5514&fase=imprime Acesso em: 11 fev., 2018.

WEIDE, A. C.; MILÃO, D. A utilização da Finasterida no Tratamento da Alopécia

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http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/graduacao/article/view/5035/3718

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Referências

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