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Sistema de processamento orgânico em indústrias produtoras de alimentos: um estudo de caso

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Julia Terezinha Martinelli

SISTEMA DE PROCESSAMENTO ORGÂNICO EM INDÚSTRIAS PRODUTORAS DE ALIMENTOS: UM ESTUDO DE CASO

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JULIA TEREZINHA MARTINELLI

SISTEMA DE PROCESSAMENTO ORGÂNICO EM INDÚSTRIAS PRODUTORAS DE ALIMENTOS: UM ESTUDO DE CASO.

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia de Alimentos, Departamento de Engenharia Química e de Engenharia de Alimentos do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Catarina apresentado como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Engenharia de Alimentos.

Orientador: Prof. Dr. José Miguel Müller.

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AGRADECIMENTOS

Sou grata a todos aqueles que de alguma forma me deram amparo durante a trajetória acadêmica, cada gesto de apoio foi fundamental para que eu me sentisse mais segura a superar os desafios do caminho.

Agradeço a minha família, especialmente meus pais por me fornecerem suporte, carinho, por se esforçarem a entender a profissão que escolhi e por, mesmo não entendendo a fundo, acreditarem em mim do começo ao fim.

Aos amigos com quem dividi dias e noites de estudo, momentos de descoberta, dúvidas sobre o futuro e principalmente alegrias.

À Simone, à Luiza e à Eloísa, diferentes profissionais da área de alimentos que me inspiraram, compartilharam seus conhecimentos comigo e me ajudaram a descobrir o amor pela profissão, mesmo com o pouco tempo de experiência.

Por fim gostaria de agradecer ao meu maior incentivador, Carlos, por todas as vezes em que me mostrou que sou capaz de conquistar tudo o que eu desejar.

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RESUMO

O mercado consumidor de alimentos, no Brasil e no mundo, tem se mostrado cada vez mais exigente quanto a qualidade nutricional e o fator segurança na hora de adquirir um produto. Quando se fala em qualidade de vida e saudabilidade advindas da alimentação, o sistema orgânico de produção surge como uma boa alternativa para os consumidores e uma boa oportunidade para a indústria de processamento. Isso se deve ao fato deste sistema, além de estar associado à questões de consciência socioambiental, possuir legislação rígida no que diz respeito ao uso de agroquímicos; e certificação perante os órgãos fiscalizadores. Desta forma é interessante que todo o profissional envolvido na cadeia de produção de alimentos, inclusive o engenheiro, compreenda os processos de cultivo, processamento e certificação de produtos orgânicos, bem como a legislação que rege esse sistema. Nesse contexto, o processo de implementação do sistema orgânico de processamento foi analisado através de um estudo de caso em uma indústria produtora de alimentos de Santa Catarina. O estudo iniciou com um diagnóstico da indústria para posterior criação de um plano de implementação, onde mudanças necessárias foram expostas e alternativas sugeridas para que a empresa alcançasse a possibilidade de se tornar orgânica perante a legislação. Quando se analisa a situação sem serem levadas em conta questões financeiras, por exemplo, a possibilidade é facilmente alcançada. Porém, quando a viabilidade econômica e logística é posta em questão as dificuldades e peculiaridade desse sistema, bem como as lacunas na legislação, são evidenciadas.

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ABSTRACT

Food consumer market - in Brazil and worldwide - is showing an increased demand for nutritional quality and safety as purchase decision factor. When it comes to life quality and health from food, organic production system emerges as a good alternative for consumers as well as a good opportunity for the processing industry. This happens due to the fact that this system, besides being associated with socio-environmental awareness issues, has rigid legislation regarding the use of agrochemicals and is certified under regulatory institutions. Regarding this subject it's important that all professionals involved in the food production chain, including the engineer, understands cultivation, processing and certification of organic products, as well as the legislation that rules it. In this context the implementation process of organic processing system was analyzed through a case study inside a food producing industry in the State of Santa Catarina. The study began with a diagnosis of this industry, it based the creation of an action plan. Changes were made and alternatives were suggested, so that the company could achieve becoming organic certified accordingly legislation. When scenario is analyzed with financial matters aside the goal is easily achieved. However when economic and logistical feasibility are considered in the scenario obstacles and singularity of this systems, as well as gaps in the legislation, are highlighted.

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SUMÁRIO 1. ​INTRODUÇÃO 7 2. ​OBJETIVOS 9 2.1. ​OBJETIVO GERAL 9 2.2. ​OBJETIVOS ESPECÍFICOS 9 3.​ ​REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10

3.1. ​SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO 10

3.2. ​A HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO 11

3.3. ​PROCESSAMENTO DE PRODUTOS ORGÂNICOS 14

3.4. ​CERTIFICAÇÃO 19

3.4.1. ​Organismo de controle social 20

3.4.2. ​Sistema participativo de garantia 21

3.4.3. ​Certificação por auditoria 22

3.5. ​CENÁRIOS NACIONAL E INTERNACIONAL 23

3.5.1. ​Mercado de produtos orgânicos processados 24

4.​ ​ESTUDO DE CASO 26 4.1. ​ANÁLISE PRELIMINAR 26 4.2. ​IMPLEMENTAÇÃO 27 4.2.1. ​Matérias primas 28 4.2.2. ​Descrição do processo 30 4.2.3. ​Resíduos 31 4.3. ​PERSPECTIVAS FUTURAS 32 5. ​DISCUSSÃO 33 6.​ ​CONSIDERAÇÕES FINAIS 35 7. ​REFERÊNCIAS 37

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1. INTRODUÇÃO

Os processos produtivos e as tendências e modificações no padrão de consumo de alimentos vêm sendo objeto de importantes estudos e debates ao longo dos últimos anos (HEMPEL; HAMM, 2016; KLEEMANN; ABDULAI, 2013), questões de caráter econômico e social relativas a produção de alimentos vêm sendo levantadas, por exemplo, pelas metas do milênio, definidas pela Organização das Nações Unidas. Entre seus oito objetivos estão itens como a sustentabilidade, erradicação da extrema pobreza, e uma parceria global para o desenvolvimento, mostrando que se fazem necessárias novas iniciativas de desenvolvimento econômico para suprir essas demandas (UNITED NATIONS, 2008).

No âmbito industrial alternativas têm sido buscadas para suprir essa exigência do mercado por maior qualidade de vida advinda da alimentação, associada a questões de consciência social e ambiental, e o sistema orgânico de produção vem ao encontro com este objetivo, pois evita o uso de defensivos químicos, procura preservar as condições de bem estar animal, incentiva a utilização racional dos recursos naturais, a incorporação de pequenos produtores no mercado além de exigir boas condições de trabalho a todos os envolvidos no processo. Porém ainda existem alguns desafios no desenvolvimento e processamento de produtos orgânicos como: a discreta oferta de matérias-primas, a proibição do uso da maioria dos aditivos sintéticos, a falta de conhecimento do consumidor sobre o tema e até mesmo a falta de confiança na hora da compra.

Atualmente a rotulagem desse tipo de produto é a principal ferramenta para sinalizar aos consumidores que o produto possui de fato as características anunciadas, contribuindo para aumentar a credibilidade e fortalecer a cadeia produtiva (JANSSEN & HAMM, 2012). Para isso, em diversos países incluindo o Brasil, foram desenvolvidas estruturas de certificação como garantia de idoneidade e qualidade, onde instituições acreditadas pelos órgãos reguladores avaliam, por meio de regulamentos específicos, se o produto é orgânico ou não, fornecendo certificados de conformidade e autorização para uso de selos que ajudem o consumidor a identificar os produtos que estão regulamentados (LOHR, 7 1998; ALVES et al, 2012).

É importante enfatizar também que, para que um produto alimentício atenda a todos os critérios para ser definido como orgânico, torna-se fundamental cumprir com alguns cuidados

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específicos durante todas as etapas do processamento desse. Nesse contexto, pode-se citar o controle de quaisquer operações que envolvam riscos de contaminação tanto das matérias-primas quanto do produto, além de preservar os requisitos que permitiram a certificação do produto como orgânico.

Assim sendo, as motivações principais deste trabalho são entender como o sistema de processamento e certificação de produtos orgânicos processados funciona na prática, acompanhando sua implementação em uma indústria alimentícia, observando quais são os principais pontos de melhoria em toda a cadeia produtiva; e salientar a importância do profissional da engenharia de alimentos na otimização desse processo.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo entender o papel da engenharia de alimentos na cadeia de produção e processamento orgânica, bem como as atividades do engenheiro de alimentos nesse âmbito através do acompanhamento da implementação de um sistema de processamento orgânico adequado às legislações vigentes em uma indústria alimentícia.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Estudar e compreender a legislação brasileira de processamento de alimentos orgânicos, regulamentada pelo ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (MAPA).

● Desenvolver um estudo de caso sobre a implementação do sistema de produção orgânico em uma indústria de alimentos de Santa Catarina com o objetivo de futura certificação.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO

Os processos produtivos e as tendências e modificações no padrão de consumo de alimentos vem sendo objeto de importantes estudos e debates ao longo dos últimos anos (HEMPEL; HAMM, 2016; KLEEMANN; ABDULAI, 2013), e nota-se que essas modificações vêm acompanhadas pela mudança de perfil do consumidor, que está cada vez mais adepto ao conceito de alimentação consciente, expressão que vai além da saudabilidade e abrange tanto questões nutricionais quanto sociais e ambientais (TENDÊNCIAS De consumo de hortifruti. REVISTA HORTIFRUTI BRASIL, São Paulo, n. 176, 2018).

O sistema de produção orgânico vêm ao encontro desse conceito, sendo caracterizado não só pela ausência do uso de agroquímicos prejudiciais a saúde do agricultor e do consumidor nos alimentos, mas também por incentivar a utilização racional dos recursos naturais, prover e garantir boas condições de trabalho a todos os envolvidos no processo, além de empregar diversas famílias de pequenas propriedades, evitar o êxodo rural e a formação de bolsões de pobreza nas cidades, respeitando sempre as relações sociais e culturais de cada região (BRASIL, 2009b; SANTOS, 2005).

No Brasil e no mundo esse tipo de sistema de produção vem crescendo ao longo dos anos, junto a busca dos consumidores por produtos orgânicos (LOCKIE, 2002). Estima-se que de 1999 até 2017 houve um aumento de cerca de 58 milhões de hectares manejados de acordo com a agricultura orgânica mundialmente (Figura 1), sendo aproximadamente 1,1 milhão de hectares advindos da produção Brasileira (WILLER; LERNOUD, 2019).

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Figura 1: Crescimento da agricultura orgânica de 1999 até 2017 em milhões de hectares

Fonte : Willer; Lernoud, 2019

Tal aumento na produção e no consumo gera uma demanda para a regulamentação e padronização do processo de produção de orgânicos, tanto no campo, nas unidades de beneficiamento quanto na indústria onde é feito o processamento, despontando também como um vasto campo de atuação para profissionais de áreas relacionadas ao setor agroindustrial (FAO, 2013; MILAN, 2007).

3.2. A HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO

No Brasil, até a década de 70, a produção de alimentos orgânicos ainda era vista como um movimento filosófico que buscava o retorno do contato com a terra como forma alternativa de vida, porém com o crescimento mundial da consciência de preservação ecológica e com a busca por uma alimentação cada vez mais saudável, houve uma expansão do consumo de produtos advindos desse tipo de produção, e na década de 80 iniciaram-se os primeiros movimentos e organizações cooperativas de produção e consumo de produtos naturais no país (FILHO et al. 2002).

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Anos mais tarde, com influência das discussões ocorridas na ECO-92 e após aprovação da legislação europeia para produtos orgânicos, em 1994 iniciou-se no Brasil o debate para a constituição de um marco legal para a agricultura orgânica (FONSECA, MEDAETS, 2005; SANTOS, 2005). Neste ano o Ministério da Agricultura foi procurado por ONGs que propuseram a regulamentação da certificação de produtos orgânicos no Brasil, o que resultou na Portaria MA nº 178 de agosto de 1994, que registrava a criação da Comissão Especial para propor normas de certificação de produtos orgânicos e um mês depois, em setembro, foi instituído o Comitê Nacional de Produtos Orgânicos, através da Portaria MA nº 190, responsável por propor as estratégias para a certificação de produtos. (CAMARGO, 2002).

O Brasil, apesar de estar começando a se organizar e se estruturar para a regulação de produtos orgânicos, estava atrasado em comparação com outros países. As certificadoras internacionais passaram a atuar em território brasileiro em um momento em que os países importadores definiam suas leis, e as exportações de orgânicos no Brasil cresciam sem que houvesse no país uma legislação específica. Este movimento fez com que em 1999 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criasse a Instrução Normativa 07/1999 (IN 07/1999) onde a denominação "Orgânica" poderia ser usada para todas as correntes de agricultura alternativa que atendessem aspectos do processo produtivo previstos na respectiva Instrução Normativa (SANTOS, 2005).

Com aumento da demanda por esta classe de produtos e crescimento considerável no mercado internacional, a produção e a comercialização de produtos orgânicos no Brasil foram aprovadas em dezembro de 2003 pela Lei 10.831, que apresentou a finalidade e o conceito legal de sistema orgânico de produção e de produtor orgânico. Porém a regulamentação de tal lei só ocorreu em 2007 com a publicação do Decreto número 6.323, normatizando a situação do produtor e condicionando os produtos para sua garantia e segurança no mercado (BRASIL, 2007; SANTOS, 2005).

Desde então adequações têm sido feitas e Instruções Normativas auxiliares criadas (Tabela 1), como por exemplo a IN 18/2009 que regulamenta o processamento, o transporte e o armazenamento de alimentos orgânicos e a IN 19/2009 que trata dos mecanismos de controle e informação da qualidade orgânica.

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Quadro 1: instruções normativas e suas descrições

Instrução normativa Descrição

IN 54 de 22/10/2008 Cria e normatiza as comissões da produção orgânica.

IN 17 de 28/05/2009 Aprova as normas técnicas para a obtenção de produtos orgânicos oriundos do extrativismo sustentável orgânico. IN 18 de 28/05/2009 Aprova o regulamento técnico para o processamento,

armazenamento e transporte de produtos orgânicos. IN 19 de 28/05/2009 Regulamenta os mecanismos de controle e informação da

qualidade orgânica.

IN 50 de 05/11/2009 Institui o selo único oficial do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, e estabelece os requisitos para a sua

utilização nos produtos orgânicos.

IN 23 de 01/06/2011 Estabelece o Regulamento Técnico para Produtos Têxteis Orgânicos Derivados do Algodão.

IN 28 de 08/06/2011 Estabelece Normas Técnicas para os Sistemas Orgânicos de Produção Aquícola.

IN 37 de 02/08/2011 Estabelece o Regulamento Técnico para a Produção de Cogumelos Comestíveis em Sistemas Orgânicos de Produção. IN 38 de 02/08/2011 Estabelece o Regulamento Técnico para a Produção de Sementes

e Mudas em Sistemas Orgânicos de Produção.

IN 46 de 06/10/2011 Estabelece o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção, bem como as listas de substâncias e práticas permitidas para uso nos Sistemas Orgânicos de Produção. IN 17 de 18/06/2014 Estabelece o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos

de Produção, bem como as listas de substâncias e práticas permitidas para uso nos Sistemas Orgânicos de Produção. IN 18 de 20/06/2014 Cria e regulamenta o uso do selo federal (SisOrg).

IN 13 de 28/05/2015 Referente aos produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica.

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3.3. PROCESSAMENTO DE PRODUTOS ORGÂNICOS

Os alimentos orgânicos são constantemente relacionados com alimentos in natura, frescos e não processados. Segundo pesquisa do conselho brasileiro de produção orgânica e sustentável em parceria com a Market analysis (ORGANIS, 2017) o alimento orgânico mais consumido pelos brasileiros é o alface, seguido pelo tomate e verduras em geral. Porém, sabe-se que atualmente a base alimentar de um indivíduo não é estruturada somente em produtos hortifruti e que o processamento se tornou uma necessidade para quem vive em um mundo com pouco tempo para se dedicar ao preparo dos alimentos. Outro viés a ser observado é a agregação de valor, pois o processamento pode contribuir na extensão da vida útil de hortifrutis e outras matérias-primas advindas do cultivo orgânico, que costumam ser mais perecíveis em comparação com o cultivo tradicional (VILCKAS; NANTES, 2007).

Além disso, o mercado alimentício é frequentemente impulsionado por inovações técnicas e científicas, que em geral têm como objetivo fornecer uma maior diversidade de produtos para o público consumidor, e dentre essas inovações é possível citar o processamento de alimentos orgânicos (BIANCO, 2008), mesmo que esse sistema enfrente desafios e dificuldades.

Então para que o processamento, assim como o cultivo, se diferenciasse do convencional, em maio de 2009 foi aprovado pelo MAPA e pelo ministério da saúde o regulamento técnico para processamento, armazenamento e transporte de produtos orgânicos na forma de instrução normativa, a IN 18. Dentre as instruções para o processamento estão detalhamentos que estabelecem que:

- O processamento dos produtos orgânicos deverá ser realizado de forma separada dos não-orgânicos, em áreas fisicamente separadas ou, quando na mesma área, em momentos distintos;

- Os equipamentos e instalações utilizados devem estar livres de resíduos de produtos não orgânicos;

- São proibidos o emprego de radiações ionizantes, emissão de micro-ondas e nanotecnologia em qualquer etapa do processo produtivo;

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- Em caso de indisponibilidade de ingredientes agropecuários obtidos em sistemas orgânicos de produção, poderá ser utilizada matéria-prima de origem não-orgânica em quantidade não superior a 5% em peso;

- É proibido o uso de organismos geneticamente modificados ou produtos em cujo processo de obtenção aqueles organismos tenham sido utilizados.

- É proibida a aplicação de produtos químicos sintéticos para controle de pragas nas instalações de processamento, armazenamento e transporte de produtos orgânicos. O controle deve ser feito através de métodos mecânicos, físicos e biológicos (MAPA, 2009).

Além disso, a instrução normativa indica os produtos de higienização de instalações e equipamentos empregados no processamento de produtos orgânicos (Quadro 2), os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia permitidos no processamento de produtos de origem vegetal e animal orgânicos (Quadro 3) e os produtos de limpeza e desinfecção permitidos para uso em contato com os alimentos orgânicos (Quadro 4).

Quadro 2: Produtos de higienização de instalações e equipamentos empregados no processamento de produtos orgânicos

Produto Condições de uso

Água Vapor

Hipoclorito de sódio em solução aquosa Hidróxido de cálcio (Cal hidratada)

Óxido de cálcio (Cal virgem)

Ácido fosfórico Uso exclusivo em leiterias Ácido nítrico Uso exclusivo em leiterias

Ácido cítrico Ácido acético Ácido lático Ácido peracético

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Álcool etílico

Permanganato de potássio Hidróxido de Sódio (Soda Cáustica)

Peróxido de hidrogênio Carbonato de sódio

Extratos vegetais ou essências naturais de plantas Micro-organismos (Biorremediadores)

Sabões (potassa, soda) Detergentes Biodegradáveis

Sais Minerais Solúveis Oxidantes Minerais

Iodóforo e soluções à base de iodo Fonte: MAPA, 2009

Quadro 3: Aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia permitidos no processamento de produtos de origem vegetal e animal orgânicos

Aditivo alimentar Condições de uso

Ácido algínico Ácido ascórbico (L-)

Ácido cítrico

Ácido láctico (L-, D- y DL-)

Ácido tartárico (L(+)-) Somente para vinhos, com limite máximo de 0,15g/100mL Ágar

Alginato de sódio

Aromatizantes Somente os naturais

Carbonato de amônio Carbonato de cálcio

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Carbonato de magnésio, carbonato básico de magnésio

Carbonato de potássio

Carbonato de sódio

Carragena (inclui a furcelarana e seus sais de sódio e potássio),musgo irlandês Cera de abelha (branca e amarela) Citrato trissódico, citrato de sódio

Cloreto de cálcio Cloreto de magnésio

Cloreto de potássio

Corantes Somente os naturais (não sintéticos) Dióxido de carbono

Dióxido de enxofre, anidrido sulfuroso Somente para vinhos, com limite máximo de 0,01g/100g

Dióxido de silício, sílica

Edulcorantes Somente os naturais (não sintéticos) Gelatina

Goma arábica, goma acácia Goma guar

Goma garrofina, goma caroba, goma alfarroba, goma jataí

Goma xantana Hidróxido de cálcio

Hidróxido de sódio Lecitinas

Pectina, pectina amidada Sulfato de cálcio

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Tartarato dipotássico, tartarato de potássio Somente para produtos de panificação, com limite máximo de 0,5g/100g (expresso como

ácido tartárico) Fonte: MAPA, 2009

Quadro 4: Produtos de limpeza e desinfecção permitidos para uso em contato com os alimentos orgânicos

Produto Condições de uso

Ácido acético Álcool etílico (etanol) Álcool Isopropílico (isopropanol) Hidróxido de Cálcio (cal hidratada)

Hipoclorito de Cálcio Óxido de Cálcio (cal virgem)

Cloretos de cálcio (oxicloreto de cálcio, cloreto de cálcio e hidróxido de cálcio)

Oxicloreto de cálcio e cloreto de cálcio são permitidos desde que não haja substitutos Dióxido de Cloro Permitido desde que não haja substitutos

Ácido Cítrico

Dicloro -S- Triazinatriona de Sódio Ácido Fórmico

Peróxido de Hidrogênio (água oxigenada)

Ácido Lático

Essências Naturais de Plantas Ácido Oxálico

Ozônio Ácido Peracético

Ácido Fosfórico Somente para uso em equipamentos de laticínios

Extratos Vegetais Sabão Potássico

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Carbonato de Sódio

Hidróxido de Sódio (soda cáustica) Proibido para descascamento de frutas e hortaliças

Hipoclorito de Sódio Como alvejante líquido Sabão sódico

Fonte: MAPA, 2009

3.4. CERTIFICAÇÃO

A semelhança física e até mesmo sensorial entre um produto orgânico e um produto advindo da produção convencional, sendo ele processado ou não, é dificilmente percebida e identificada pelo consumidor mediante simples observação. Desta forma, alguns autores caracterizam os produtos orgânicos como "bens de crença", e atentam para a necessidade da existência de algum mecanismo de controle para que o consumidor tenha a segurança e a garantia do que está consumindo (BATALHA; SILVA, 2001; FONSECA; MEDAETS, 2005).

Evidências indicam a falta de confiança de que o produto é realmente orgânico como uma das causas para consumidor não adquiri-lo (SCHMIDT, 2004; SOARES, 2007), já que o mercado que envolve esses bens de crença depende de uma relação de confiança estabelecida em toda a cadeia. Souza (2000), Fischer (2007) e Cunha (2013) apontam que a assimetria de informações trocadas entre vendedores e compradores pode estimular ações oportunistas e fraudes por parte dos vendedores, reforçando mais uma vez a indispensabilidade de um esquema certificador.

Assim sendo, em diversos países foram desenvolvidas estruturas de certificação de produtos orgânicos como garantia de idoneidade e qualidade, onde instituições acreditadas pelos órgãos reguladores avaliam, por meio de regulamentos específicos, se o produto é orgânico ou não, fornecendo certificados de conformidade e autorização para uso de selos que ajudem o consumidor a identificar os produtos que estão regulamentados (LOHR, 7 1998; ALVES et al, 2012). Os selos variam de acordo com as normas de certificação da origem do produto (Figura 2).

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Figura 2: Selos internacionais de garantia da qualidade do produto orgânico

Selo europeu Selo norte americano Selo canadense Selo Japonês Selo Suíço Fonte: IBD, 2018 (adaptado)

No Brasil foi instituído em 2009 o selo único do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, o SisOrg, (Figura 3) que deve constar nos produtos submetidos ao processo de certificação e que garante a conformidade com a legislação (CENTRO ECOLÓGICO, 2014;BRASIL, 2009).

Figura 3: Selo SisOrg

Fonte: Brasil, 2009

O Brasil admite hoje, através de sua legislação três tipos de garantia da qualidade de um produto orgânico: credenciamento através de Organismos de Controle Social; Certificação Participativa e Certificação por auditoria, sendo que o selo deve constar nos produtos certificados conforme manual de aplicação.

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3.4.1. Organismo de controle social

Para possibilitar a venda direta de produtos orgânicos oriundos da agricultura familiar ao consumidor final, como em feiras, a lei brasileira abriu uma exceção à obrigatoriedade da certificação do uso do selo do SisOrg através de um mecanismo chamado "Controle Social na venda Direta" baseado na relação de confiança entre quem vende e quem compra.

Tal mecanismo é caracterizado pela existência de um Organismo de Controle Social (OCS), organização que deve estar devidamente cadastrada no MAPA e que é representante dos produtores de uma determinada região (BRASIL, 2009b). A credibilidade do controle social é ainda assegurada por uma declaração chamada “responsabilidade solidária”, assinada por todos os membros do grupo que forma a OCS, onde comprometem-se a cumprir os regulamentos técnicos da produção orgânica e responsabilizam-se solidariamente nos casos de não cumprimento das exigências técnicas por alguns de seus membros (MAPA/ACS, 2009).

Nessa categoria de garantia de qualidade, além de poder vender seus produtos diretamente para os consumidores, também é permitida a venda à merenda escolar (através do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE) ou à CONAB (Programa de Aquisição de Alimentos - PAA).

3.4.2. Sistema participativo de garantia

Além dos organismos de controle social para a garantia da qualidade de um produto orgânico, existem ainda ordenamentos sociais mais complexos, na forma de redes, onde se enfatiza a importância das interdependências horizontais que ocorrem entre os agentes de um mesmo segmento do sistema. No caso do Brasil, desenvolveu-se uma alternativa ao sistema formal de certificação por auditoria externa, denominada Certificação Participativa (FONSECA; MEDAETS, 2005).

O Sistema Participativo de Garantia (SPG) teve início na região sul do Brasil e está previsto na legislação brasileira, através da Instrução Normativa n° 19 de 28 de Maio de 2009 do MAPA. Compõe, junto com a Certificação por auditoria, o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) (BRASIL, 2009b; FONSECA; MEDAETS, 2005) e é caracterizado pela atividade exercida pelos agricultores participantes, técnicos e consumidores no grupo, onde têm participação direta comprometendo-se com o cumprimento

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de exigências técnicas para produção orgânica e fiscalizando as ações de todo o grupo, o que dá credibilidade aos produtos gerados em diferentes realidades sociais, culturais, e políticas.

Para que um SPG seja formado, deve-se organizar sua estrutura básica que consiste em reunir os membros do Sistema e o Organismo Participativo da Avaliação da Conformidade (OPAC), que será o responsável jurídico perante o MAPA, podendo ser uma entidade não governamental, associação ou outra organização social (BRASIL, 2009). A partir do momento em que está credenciado, o OPAC pode autorizar os fornecedores por ele controlados a utilizar o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (Figura 4).

Figura 4: Selo SisOrg para produtos certificados por sistema participativo de garantia

Fonte: Brasil, 2009a

3.4.3. Certificação por auditoria

A certificação por auditoria é executada por uma empresa (terceira parte) que assume a responsabilidade pela conformidade dos produtos certificados, sendo contratada por diferentes clientes interessados em certificar sua produção. A certificadora, diferente das OPACs,deve ser acreditada pelo MAPA e também pelo INMETRO, de quem sofre regulares auditorias. A certificação é um mecanismo de garantia da qualidade usado nos sistemas agroindustriais, e transmite informações sobre a segurança de um determinado produto, processo ou serviço, através de um certificado emitido pela terceira parte. Neste caso quem dá

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a garantia não é nem o Estado e nem o produtor, mas sim a empresa contratada, em um processo de intermediação da confiança (FONSECA; MEDAETS, 2005; MILAN, 2007).

A certificadora controla os documentos e procedimentos, seleciona inspetores e realiza inspeções a campo e análises laboratoriais para verificar a conformidade da produção em relação à legislação vigente, não sendo necessária a formação de grupos de produtores. Geralmente é um procedimento mais oneroso, muitas vezes inviável para produtores da agricultura familiar, com menor receita em sua unidade de produção (BRASIL, 2009b; BRASIL, 2015c; FONSECA; MEDAETS, 2005).

Produtos orgânicos certificados por auditoria também devem utilizar o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica em sua rotulagem (Figura 5).

Figura 5: Selo SisOrg para produtos certificados por auditoria

Fonte: Brasil, 2009a

3.5. CENÁRIOS NACIONAL E INTERNACIONAL

A agricultura orgânica vem se desenvolvendo rapidamente em todo o mundo. Segundo dados divulgados pelo relatório anual 2018 da IFOAM, atualmente 1,4% da área agrícola mundial é destinada à produção orgânica, sendo a Oceania líder em área de cultivo, seguida por Europa, América latina, Ásia, América do norte e África, respectivamente.

Na américa latina o número de áreas com culturas orgânicas passou por um crescimento considerável desde a sua primeira medição, em 2000. Argentina e Uruguai

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aparecem como os principais países em termos de área de cultivo (STATISTA, 2019), seguidos pelo Brasil, que atualmente utiliza aproximadamente 1,1 milhão de hectares de terra para a agricultura orgânica, além de se destacar como o país com maior mercado de alimentos orgânicos do seu continente.

Monetariamente falando, o volume de vendas de produtos orgânicos também apresenta crescimento a cada ano. Segundo a IFOAM, o mercado global de alimentos e bebidas orgânicas apresentou crescimento de aproximadamente 10% entre os anos de 2016 a 2017, movimentando cerca de US$ 97 bilhões em 2017. Os continentes que mais contribuem para este crescimento são a América do Norte e a Europa, responsáveis por 90% do valor de vendas mundial. Estados Unidos se destaca como o país com maior mercado consumidor de orgânicos do mundo, apresentando dimensão de mercado superior à Europa e retendo aproximadamente 52% do mercado global de orgânicos (WILLER; LERNOUD, 2019).

3.5.1. Mercado de produtos orgânicos processados

Assim como no Brasil, a categoria de produtos orgânicos mais vendida nos Estados Unidos é a de frutas e verduras, representando aproximadamente 43% do valor de vendas total, de acordo com a Nutrition Business Journal. Nota-se então que os 57% restantes são equivalentes a produtos processados orgânicos, distribuídos em sete categorias, como exposto na Figura 6. Dentre os industrializados, os laticínios lideram as vendas, seguidos das categorias de alimentos prontos para o consumo, bebidas, pães e grãos, snacks, condimentos e carnes, como ilustrado na figura 6 (USDA, 2018).

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Figura 6: Venda de alimentos orgânicos por categoria nos Estados Unidos de 2006 a 2016

Fonte: USDA, 2018

Para entender melhor sobre a oferta de produtos orgânicos processados, é interessante observar o comportamento das principais redes de varejo do país, no caso a Whole Foods Market e o Walmart. O setor oferece uma vasta gama de produtos, com notável diversidade de sabores. No setor de laticínios, por exemplo, há grande diversidade de queijos, sorvetes e iogurtes, que apresentam, além de produtos tradicionais, itens voltados para público infantil e versões com redução de gordura, sem lactose e sem glúten. O mesmo acontece na categoria de panificação que, além de oferecer produtos não encontradas no Brasil, como, waffles e bases para tortas, traz opções de produtos para consumidores celíacos. A seção de produtos prontos para o consumo também merece destaque, é uma das mais desenvolvidas no mercado norte-americano, contando com opções para todos os tipos de refeição, desde café da manhã até refeições completas, saladas, aperitivos, sanduíches e sobremesas (ALTMANN, 2017).

No Brasil, presença de produtos processados orgânicos no mercado ainda é muito recente e percebe-se que o principal foco é destinado a produtos minimamente processados, (CAMPOS; PALHARES, 2009). Porém, algumas empresas estão surgindo e ganhando viabilidade no setor.

Analisando o mercado brasileiro, pode-se citar a rede Pão de Açúcar, que criou recentemente sua marca própria de orgânicos, a Taeq, que oferta no mercado iogurtes, cereais e hortifrutis embalados. Outras empresas como a Mãe Terra e a Native, oferecem uma ampla gama de produtos orgânicos como cereais em grãos, snacks, achocolatados, sucos e outras

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bebidas não alcoólicas (EUROMONITOR, 2017). No setor de bebidas as indústrias Fazenda da Toca, a empresa Bio Frutas e a Vinícola de Cezaro se destacam na produção de orgânicos. Produzem sucos, polpas de frutas congeladas e vinhos que podem ser encontrados em diversas regiões do Brasil.

É interessante observar que a empresa Native faz parte do Grupo Empresarial Balbo e cultiva cana-de-açúcar, sendo considerada a maior produtora de açúcar orgânico do Brasil, e uma das principais do mundo (ORGANICSNET, 2017). Além disso, tem em sua lista de produtos os derivados da cana-de-açúcar, que são comercializados no Brasil e em mais de 60 países (NATIVE ORGÂNICOS, 2017)

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4. ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso foi desenvolvido em conjunto com uma indústria de alimentos, onde deseja-se implementar o sistema orgânico de processamento para futura certificação dos produtos e durou cerca de dois meses.

A empresa exerce atividade no município de Palhoça, grande florianópolis, desde o ano de 2017 e tem como princípio fornecer alimentos saudáveis ao mercado. Produz atualmente nove sabores de suco prensado a frio, seis sabores de sopa, dois sabores de chá e uma bebida vegetal.

A proprietária demonstrou interesse em certificar seus produtos no início do ano de 2019, quando este estudo foi proposto, e desde então vêm executando as mudanças pensadas para seu processo com o intuito de adequar sua empresa às normas exigidas pelos órgãos reguladores.

4.1. ANÁLISE PRELIMINAR

Primeiramente foi realizada uma análise preliminar na indústria, a fim de observar conformidades e não conformidades com os sistema orgânico de processamento. Com base nos resultados dessa análise foi possível definir quais práticas precisariam sofrer mudanças para adequação.

A análise foi feita com auxílio de uma checklist de verificação construída com base nos requisitos legais da IN 18 de 2009, que aprova o regulamento técnico para o processamento, armazenamento e transporte de produtos orgânicos (Tabela 1).

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Tabela 1: Análise de conformidades e não conformidades de acordo com a IN 18 de 2009 Item analisado Conforme Não conforme Não se aplica Observações Boas práticas de manuseio e

processamento x Registros atualizados assegurando a rastreabilidade dos ingredientes, matéria-prima, embalagens e produto final x

Ingrediente orgânicos oriundos do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade orgânica x Possui apenas duas matérias-prima s orgânicas Processamento de produtos orgânicos separados dos não -

orgânicos (área/tempo)

x

Não processa produtos orgânicos Produtos orgânicos devem

ser acondicionados e identificados, assegurando a separação dos não-orgânicos

x

Não possui produtos orgânicos

Higienização de ingredientes e produtos conforme Anexo IV da IN 18 de 2009 (Quadro 4)

x

Produtos de higienização de equipamentos e das instalações utilizadas para o processamento

dispostos no Anexo II da IN 18 de 2009 (Quadro 2)

x

Uso de aditivos autorizados para a produção orgânica conforme Anexo III da IN 18

de 2009 (Quadro 3)

x

Não utiliza aditivos químicos

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métodos permitidos pela IN 18 de 2009 com produtos químicos Fonte: a autora, 2019 4.2. IMPLEMENTAÇÃO

Após a análise preliminar foi possível ter um diagnóstico da indústria no que diz respeito ao processamento e armazenamento dos alimentos, ao controle de pragas, à higienização das matérias primas e à limpeza dos equipamentos e da unidade fabril em geral. A partir deste momento um plano de implementação, com mudanças que serão expostas detalhadamente nos itens subsequentes, foi proposto.

Apesar de a indústria em questão produzir quatro tipos diferentes de produto, apenas os nove sucos prensados a frio participarão do estudo para implementação do processo com futura certificação orgânica. A escolha se deve ao fato de esses produtos possuírem menos ingredientes que os demais e por serem compostos de matérias-primas de mais fácil acesso na região de Santa Catarina.

4.2.1. Matérias primas

A escolha das matérias-primas é fator determinante na qualidade final de qualquer produto alimentício. No caso de produtos orgânicos, além dos ingredientes serem de boa procedência, devem ser rastreáveis e certificados de acordo com o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica.

Segundo as diretrizes da IN 19 de 2009, que dispõe sobre os mecanismos de controle e informação da qualidade orgânica, para fins de certificação os produtos podem ser classificados em três categorias de acordo com a porcentagem de ingredientes orgânicos que possuem, excluindo do cálculo a água e o sal cloreto de sódio (NaCl). A classificação do produto deve constar no rótulo de acordo com as orientações técnicas de rotulagem e as três categorias são demonstradas na tabela abaixo:

Tabela 2: Classificação dos produtos de acordo com a porcentagem de ingredientes orgânicos Porcentagem de ingredientes

orgânicos

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95% - 100% Produto orgânico

75% - 94% Produto com ingredientes orgânicos

0% - 74% Produto convencional

Fonte: Brasil, 2009 (adaptado)

Na unidade produtiva em questão a maioria das matérias-primas é de origem convencional. Os ingredientes são selecionados pessoalmente e a responsável opta por adquiri-los em estabelecimentos confiáveis tentando manter uma relação de proximidade com os distribuidores e produtores. Porém, até o presente momento, apenas duas das onze frutas utilizadas possuem certificação orgânica, o que não classifica nenhum dos sucos como “produto orgânico” ou “produto com ingredientes orgânicos”. A busca por novos fornecedores foi então o ponto de partida para executar mudanças relacionadas a esse tópico.

Através do site da Comissão de Produção Orgânica de Santa Catarina, a CPOrg, foi possível acessar a relação de entidades agroecológicas do estado e então localizar e contatar alguns produtores de frutas e verduras. Os retornos trouxeram a possibilidade de mudar a classificação dos produtos, já que quase todos os ingredientes necessários foram encontrados. O próximo passo foi analisar as formulações dos sucos levando em conta as novas matérias-primas para fazer a classificação. A tabela abaixo (Tabela 3) mostra o balanço de massa utilizado para a análise, considerando ingredientes orgânicos e convencionais, excluindo NaCl a água.

Tabela 3: Balanço dos ingredientes com as novas matérias-primas e classificação para cada formulação Suco analisado Total de ingredientes - NaCl e água (Kg) Ingredientes orgânicos (Kg) Porcentagem de orgânicos Classificação 1 13,96 13,96 100% Produto orgânico 2 14,2 13,8 97,18% Produto orgânico 3 7,18 6,84 95,26% Produto orgânico

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4 10,47 7,95 75,93% Produto com ingredientes orgânicos 5 8,1 7,85 96,91% Produto orgânico 6 10,55 6,75 63,98% Produto convencional 7 5,85 3,5 40,12% Produto convencional 8 17,4 17,4 100% Produto orgânico 9 14,8 14,8 100% Produto orgânico Fonte: a autora, 2019

Os produtos que não atingiram a classificação orgânica levam em sua composição ingredientes como água de coco, cúrcuma, pimenta e outros que não são facilmente encontrados certificados como orgânicos e por essa razão serão substituídos por ingredientes de cultivo convencional. Ainda assim, a maior parte dos sucos pode vir a ser classificada como orgânica, pela disponibilidade das matérias-primas na região onde está situada a indústria e sem levar em conta questões de ordem econômica.

4.2.2. Descrição do processo

O processamento de um suco prensado a frio é relativamente simples (Figura 7) e o fluxograma em si não muda do processo convencional para o processo orgânico, porém os produtos advindos desses dois tipos de fabricação devem seguir separados do início ao fim da cadeia.

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Fonte: a autora, 2019

A IN 18 de 2009 relata que o processamento e armazenamento de produtos orgânicos deve ser realizado de forma separada dos não-orgânicos, seja em áreas fisicamente separadas ou quando na mesma área, em horários distintos. Na indústria em questão é possível fazer o armazenamento em locais separados, mas atualmente não é possível dividir o espaço produtivo fisicamente para os dois processamentos. A separação terá que ser no tempo e é facilmente possível programar a produção de forma que os produtos orgânicos sejam produzidos em períodos ou dias diferentes dos produtos não-orgânicos, evitando assim a contaminação cruzada.

4.2.3. Resíduos

O sistema orgânico de produção é um mecanismo que reforça a responsabilidade socioambiental das unidades produtivas, e suas instruções foram pensadas para que os processos ofereçam o mínimo de impacto negativo ao ambiente. Nas indústrias de processamento a geração de resíduos é inevitável e, se tratando de uma indústria de sucos prensados a frio, eles podem ser tanto sólidos, advindos das etapas de seleção, porcionamento e prensagem; quanto líquidos provenientes das etapas de higienização de matérias primas, limpeza dos equipamentos e da unidade fabril, e do controle de pragas.

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A instrução normativa sobre o processamento de produtos orgânicos não dispõe sobre o tratamento de resíduos sólidos, porém aborda o controle de pragas e sugere os produtos a serem usados nos processos de higienização e limpeza que acontecem em uma indústria (Quadro 2 e Quadro 4).

No estudo em questão a indústria é adepta ao controle integrado de pragas, o CIP, que pode ser definido como um conjunto de ações que previnem e corrigem a infestação de parasitas no ambiente. Apesar de ser um mecanismo com boas práticas preventivas, o CIP permite a utilização de produtos químicos praguicidas, diferente do que instrui a legislação brasileira para processamento de produtos orgânicos. Então, para que possa ser certificada, a indústria terá de migrar para os métodos permitidos pela IN 18 de 2009, como por exemplo o uso de ratoeiras e de repelentes à base de vegetal.

Os processos de higienização podem ser separados em duas classificações de acordo com seus objetivos: higienização de instalações e equipamentos empregados no processamento de produtos orgânicos, e higienização e desinfecção de matérias primas. A indústria faz uso de produtos de limpeza e higienização específicos para cada classificação, em sua maioria não permitidos pela legislação de processamento orgânico, então sugestões baseadas na IN 18 de 2009 foram feitas, como explicitado no quadro abaixo:

Quadro 5: Produtos de limpeza e higienização utilizados na indústria atualmente e sugestões permitidas pela legislação orgânica

Produto usado atualmente

Finalidade Permitido pela

legislação orgânica

Sugestão Detergente neutro a base

de alquil benzeno e sulfonato de sódio

Limpeza de utensílios, equipamentos superfícies e piso

não Sabão a base de soda ou detergente

biodegradável

hipoclorito de sódio Desinfecção do piso sim -

Sanitizante de sais inorgânicos e composto de cloro Higienização e desinfecção de matérias primas

não Ácido acético ou peracético

Álcool 70% Higienização de utensílios e superfícies

sim -

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4.3. PERSPECTIVAS FUTURAS

A próxima etapa na busca do selo orgânico será provavelmente a escolha do método de certificação, que deve levar em conta questões econômicas como o tipo de venda exercido pela empresa, já que um dos métodos de certificação é para a venda direta; a disponibilidade de tempo caso seja escolhido o método de certificação participativa de garantia, já que nele estão envolvidos encontros, reuniões e participação direta dos membros envolvidos; e questões financeiras quando se diz respeito à certificação por auditoria, já que ela é feita a partir de contrato com uma empresa privada.

Passados os dois meses, o estudo chegou ao fim com a possibilidade de certificação dos sucos. Para o futuro espera-se também alcançar a possibilidade de certificação das sopas, chás e leite, o que aumentaria consideravelmente o número de matérias-primas provenientes do manejo orgânico a serem fornecidas. Para facilitar esse processo, uma parceria direta com produtores locais pode ser pensada.

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5. DISCUSSÃO

O estudo de caso apresentado teve o intuito de mostrar à proprietária da empresa quais mudanças teriam de ser feitas em seu processo para que houvesse a possibilidade de certificação de seus sucos. A possibilidade foi alcançada sem levar em conta alguns aspectos, como o de viabilidade financeira, que serão discutidos neste tópico.

Quando se trata do fornecimento das matérias-primas, existem algumas peculiaridades no sistema orgânico de produção. Uma delas é a sazonalidade das culturas, termo utilizado para esclarecer que o momento de plantio e colheita de certas espécies estão limitados a certos períodos do ano, já que o sistema respeita a capacidade de produção natural de acordo com as características climáticas de cada estação.

Durante esse estudo a questão da sazonalidade foi comprovada através do contato com os produtores, pois a maioria deles apresentou uma tabela contendo todos os produtos com que trabalham e uma coluna sinalizando a disponibilidade dos mesmos para aquele momento. As atualizações da tabela chegam a acontecer semanalmente, o que exige da indústria um bom planejamento de compra de matérias-primas e de produção. Para contornar o problema da disponibilidade, é importante também pensar no armazenamento congelado de grandes quantidades de horti-frutis, quando possível, para que a mudança de estações não influencie na oferta dos produtos.

Além disso, períodos curtos de safra para cada cultura acarretam em pequenas quantidades produzidas por vez, e a capacidade de armazenamento no produtor ou no ponto de venda é defasada por fatores de maturação e injúrias de um produto onde defensivos químicos não são utilizados. Tais consequências remetem o produtor orgânico a uma desigualdade de condições competitivas em relação aos produtores convencionais. Isso se reflete diretamente no preço das matérias-primas consumidas pela indústria, que em vezes chegam a ser quatro vezes mais caras do que as convencionais. É importante então avaliar economicamente cada substituição de ingrediente nas formulações para que o preço de custo e de venda dos produtos seja viável.

Em se tratando de outros insumos, também são encontradas dificuldades. A escassa oferta de produtos de limpeza e higienização em conformidade com o sistema orgânico de produção no mercado é uma delas, em conjunto com os altos preços dos produtos disponíveis. Outra dificuldade a ser citada é a lacuna presente na legislação no que diz respeito ao modo de

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uso desses insumos, visto que alguns deles são utilizados diretamente nas matérias-primas, em sua higienização, podendo haver contaminação se utilizados de maneira incorreta ou na diluição errada.

Por fim, é válido refletir sobre a falta de orientação na legislação quanto às embalagens de produtos industrializados orgânicos, pois hoje no Brasil é perfeitamente possível processar um produto dentro das normas do sistema orgânico de produção e acondicioná-lo em uma embalagem plástica de difícil reciclagem, degradabilidade e potencialmente poluidora, contradizendo a responsabilidade socioambiental que esse sistema de produção carrega.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produção de alimentos orgânicos vem crescendo no Brasil e no mundo junto ao aumento do consumo desse tipo de produto, que antes era considerado um bem de crença e hoje em dia está sendo associado à saúde e à sustentabilidade de modo geral. As mudanças no comportamento do consumidor trazem muitas oportunidades, e é importante que os profissionais de todas as áreas relacionadas à produção de alimentos se atentem às que o sistema orgânico de produção apresenta.

O processamento é uma delas, e tem ficado cada vez mais evidente a participação das indústrias nesse movimento, porém se compararmos a oferta de processados orgânicos no Brasil com a oferta norte-americana, percebe-se ainda uma falta de variedade de produtos e de sabores. Algumas questões podem explicar esse fato, como por exemplo a dificuldade em encontrar insumos, devido à sazonalidade das matérias-primas e devido a produção orgânica ainda ser realizada em menor escala, majoritariamente por agricultura familiar. Neste sentido é preciso atuar de forma a contornar essa situação.

Na esfera industrial seria interessante apostar em maior variedade de categorias, na ampliação das categorias existentes e na utilização de ingredientes diferenciados, objetivando uma maior visibilidade do setor no mercado e, consequentemente, um alcance maior de consumidores. No âmbito tecnológico é possível trabalhar com operações unitárias que preservem os ingredientes e possibilitem sua oferta durante todo o ano, como o congelamento e a secagem das matérias-primas, por exemplo. Outro viés que pode ser desenvolvido por indústrias é a conscientização dos consumidores quanto às diferenças no processo produtivo orgânico, quanto à importância dos selos de garantia e quanto a responsabilidade socioambiental que esse sistema de produção prega.

Em questão de normas técnicas e legislação também há muito a evoluir. Como explicitado no trabalho, questões como o tratamento e reaproveitamento de resíduos, bem como as embalagens, ficam de fora da instrução normativa 18 de 2009, que diz respeito ao processamento de alimentos orgânicos. Nessa perspectiva é importante que questionamentos sejam feitos na busca da melhoria contínua. Atualmente o MAPA disponibiliza em seu site um espaço de ouvidoria onde todo cidadão pode registrar manifestações, dar sugestões e registrar denúncias, uma iniciativa simples, mas que pode trazer muitos benefícios.

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O desenvolvimento desse trabalho trouxe muitos aprendizados sobre o sistema orgânico de produção, e aliando-os ao conhecimento técnico adquirido na graduação em engenharia de alimentos, foi possível explorar com olhar crítico um mercado que está em constante desenvolvimento e entender que é preciso investir tempo e conhecimento para ajudar sua ascensão, pois iniciativas que preconizam a saúde da população, dão ênfase à questões relacionadas ao meio ambiente e valorizam toda a pessoa que faz parte da cadeia, sem dúvida valem a pena.

(39)

7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir do desenvolvimento do presente trabalho, foi possível delinear algumas sugestões para a realização de trabalhos futuros:

● Fazer um comparativo entre os custos de produção convencional e produção orgânica em uma indústria de alimentos

● Explorar o uso de energias renováveis como forma de diminuir os custos de operação em uma indústria de alimentos orgânicos

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8. REFERÊNCIAS

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BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Decreto No 6.323, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2007. Publicado no Diário Oficial da União, Brasília, 28 de dezembro de 2007. Seção 1 , Páginas 2 a 8.

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Referências

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