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DISSERTACAO_Avaliação da qualidade dos estudos ambientais de pequenas centrais hidrelétricas na bacia hidrográfica do Rio Grande, Minas Gerais

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Academic year: 2021

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(1)ELTON MAGNO DE FREITAS. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS AMBIENTAIS DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE, EM MINAS GERAIS. LAVRAS – MG 2014.

(2) ELTON MAGNO DE FREITAS. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS AMBIENTAIS DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE, EM MINAS GERAIS. Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, área de concentração em Ecologia Florestal, para a obtenção do título de Mestre.. Orientador Dr. José Aldo Alves Pereira. LAVRAS – MG 2014.

(3) Ficha Catalográfica Elaborada pela Coordenadoria de Produtos e Serviços da Biblioteca Universitária da UFLA. Freitas, Elton Magno de. Avaliação da qualidade de estudos ambientais de pequenas centrais hidrelétricas na bacia hidrográfica do Rio Grande, em Minas Gerais / Elton Magno de Freitas. – Lavras : UFLA, 2014. 142 p. : il. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2014. Orientador: José Aldo Alves Pereira. Bibliografia. 1. Relatório de controle ambiental. 2. Plano de controle ambiental. 3. Avaliação de impacto ambiental. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título. CDD – 333.914.

(4) ELTON MAGNO DE FREITAS. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESTUDOS AMBIENTAIS DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE, EM MINAS GERAIS. Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, área de concentração em Ecologia Florestal, para a obtenção do título de Mestre. APROVADA em 09 de julho de 2014. Dr. Luis Antônio Coimbra Borges. UFLA. Dr. Geraldo Lúcio Tiago Filho. UNIFEI. ____________________________________ Dr. José Aldo Alves Pereira Orientador. LAVRAS – MG 2014.

(5) Aos meus pais, Luiz Carlos e Sandra, pela dedicação, amor e confiança de uma vida DEDICO.

(6) AGRADECIMENTOS A Deus, que mostra e auxilia o melhor caminho a seguir. Aos meus pais, exemplo de vida e de amor incondicional em todos os momentos. Aos meus irmãos, não os escolhi, mas não escolheria outros quaisquer. À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao Departamento de Engenharia Florestal (DEF), pela oportunidade concedida para a realização do Mestrado. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos. À Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), pelo apoio na construção deste trabalho, fornecendo os dados para este estudo. Ao meu orientador, professor Dr. José Aldo Alves Pereira, por acreditar na minha capacidade, pela paciência, pela confiança concedida e, acima de tudo, pela amizade firmada. Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, pela oportunidade e espaço concedido para que nosso trabalho fosse desenvolvido. Aos demais professores do Departamento de Engenharia Florestal, pelo auxílio no conhecimento adquirido. Aos irmãos de vida, que caminham comigo onde eu estiver. Cleber, Dora, Mingau, Jamilson, Kátia, Thaís, Nathália, Tati, Célio, Paulo, Guilherme, Weder, Leandra, Marta, Fernanda, Sofia, Cláudia, aos amigos do mestrado, aos amigos ourenses, aos amigos goianos... sem vocês essa caminhada não teria tanto brilho. A todos que cruzam meu caminho e marcam minha vida, amo de coração!.

(7) “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” Antoine de Saint-Exupéry.

(8) RESUMO GERAL Atividades que modifiquem o ambiente ao seu redor e/ou utilizem dos recursos naturais devem ser alvo de um processo de licenciamento ambiental, predito legalmente na Lei nº 6.938/1981 (BRASIL, 1981). No decorrer deste processo, é necessário que o órgão ambiental vigente defina o Estudo Ambiental necessário ao licenciamento e aprove o seu conteúdo, assim que entregue pelo empreendedor interessado. Entretanto, a qualidade destes Estudos Ambientais nem sempre condiz com o previsto, tendo deficiências técnicas e legais. Objetivou-se neste trabalho analisar estas deficiências de Estudos Ambientais pertencentes a 20 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), localizadas na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, em Minas Gerais, além de agrupá-los de acordo com a semelhança entre entres. A obtenção dos dados seguiu metodologia adaptada de Zanzini (2001), atendendo a indicadores legais e ambientais por meio de índices numéricos. Os resultados, oriundos das análises técnicas e dos agrupamentos, demonstram fragilidades no que tange ao cumprimento legal previsto e, também, na qualidade técnica ambiental. Palavras-chave: Relatório de Controle Ambiental. Plano de Controle Ambiental. Avaliação de Impacto Ambiental..

(9) GENERAL ABSTRACT Activities which modify the environment around it and/or use the natural resources must be the target of an environmental licensing, legally predicted in the Law no 6,938/1981 (Brasil, 1981). During this process, it is necessary that the present environmental organ define the Environmental Study necessary to the licensing and approve its content, just as the interested entrepreneur delivers it. However, the quality of these studies not always befits with the predicted, presenting technical and legal deficiencies. The objective in this work was to analyze these deficiencies of Environmental Studies belonging to 20 small hydroelectric power (SHP), located in the Rio Grande Watershed, in Minas Gerais, Brazil, in addition to grouping them according to the similarities between them. The data achievement followed the methodology adapted by Zanzini (2001), meeting legal and environmental indicators by means of numeric indexes. The results, derived from the technical analyses and from the groupings, demonstrated fragilities regarding the predicted legal fulfilment and, also, in the environmental technique quality. Keywords: Environmental Control Report. Environmental Control Plan. Environmental Impact Evaluation..

(10) LISTA DE FIGURAS PRIMEIRA PARTE Figura 1. Matriz Energética Brasileira em operação em 2014 – Potência Fiscalizada em kW (BRASIL, 2014) .............................................. 16. Figura 2. Potencial. Hidrelétrico. Brasileiro. no. ano. de. 2012. (ELETROBRÁS, 2014). ................................................................. 22 SEGUNDA PARTE - ARTIGOS ARTIGO 1 Figura 1 -. Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BRASIL, 2007). ..................... 50. Figura 2 -. Localização das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) dentro da Bacia Hidrográfica do rio Grande. ............................................. 53. Figura 3 -. Nº de Estudos Ambientais em Classes de Concordância do ICL ... 65. Figura 4 -. Nº de Estudos Ambientais e suas Classes de Concordância em relação a cada Indicador Legal ....................................................... 69. Figura 5 - Nº de Estudos Ambientais em Classes de Concordância do Índice de Concordância Ambiental ................................................. 81 Figura 6 -. Nº de Estudos Ambientais e suas Classes de Concordância em relação a cada Indicador Ambiental. ............................................... 85. ARTIGO 2 Figura 1 -. Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BRASIL, 2007). ................... 109. Figura 2 -. Localização das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) dentro da Bacia Hidrográfica do rio Grande. ........................................... 112. Figura 3 -. Agrupamentos dos 20 Estudos Ambientais em função dos valores assumidos para Indicadores Legais e Ambientais. ........... 122.

(11) Figura 4 -. Agrupamentos dos Estudos Ambientais de empreendimentos que solicitaram ao órgão ambiental Licença Ambiental Corretiva ou Reativação, em função dos valores assumidos para Indicadores Legais e Ambientais. ......................................... 123. Figura 5 - Agrupamentos dos Estudos Ambientais de empreendimentos que solicitaram ao órgão ambiental Licença Prévia, em função dos valores assumidos para Indicadores Legais e Ambientais. ........... 124.

(12) LISTA DE TABELAS PRIMEIRA PARTE Tabela 1. Impactos ambientais (negativos ou benéficos) decorrentes da implantação de PCH e/ou UHE ...................................................... 28. Tabela 2. Impactos no meio físico decorrentes do planejamento, construção e operação de empreendimentos hidrelétricos .............. 30. Tabela 3. Impactos no meio biótico decorrentes do planejamento, construção e operação de empreendimentos hidrelétricos .............. 31. Tabela 4. Impactos no meio socioeconômico e cultural decorrentes do planejamento, construção e operação de empreendimentos hidrelétricos .................................................................................... 33. Tabela 5. Medidas típicas de um plano de gestão ambiental de uma barragem ......................................................................................... 35. SEGUNDA PARTE - ARTIGOS ARTIGO 1 Tabela 1 - Potência fiscalizada (kW) na BHRG – MG (IPT, 2008). ............... 51 Tabela 2 - PCHs analisadas e aprovadas entre 1986 e 2012 na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, Minas Gerais. ................................... 53 Tabela 3 - Número de itens e pesos assumidos para cada indicador legal ....... 57 Tabela 4 - Número de itens e pesos assumidos para cada indicador socioambiental. ............................................................................... 59 Tabela 5 - Número e porcentagem de RCAs de acordo com classes de concordância do Índice de Concordância Legal. ............................ 64 Tabela 6 - Número e porcentagem dos Estudos Ambientais de acordo com classes de concordância do ICLI. ............................................ 68 Tabela 7 - Exemplos de estratégias para alguns levantamentos de dados........ 76.

(13) Tabela 8 - Número e porcentagem de RCAs de acordo com classes de concordância do Índice de Concordância Ambiental ..................... 80 Tabela 9 - Número e porcentagem dos Estudos Ambientais de acordo com classes de concordância do ICAI. ............................................ 83 Tabela 10 - Potência instalada por km² das PCHs analisadas ............................ 95 ARTIGO 2 Tabela 1 - Potência fiscalizada (kW) na BHRG – MG (IPT, 2008). ............. 110 Tabela 2 - PCHs analisadas e aprovadas entre 1986 e 2012 na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, Minas Gerais. ................................. 112 Tabela 3 - Número de itens e pesos assumidos para cada indicador legal ..... 116 Tabela 4 - Número de itens e pesos assumidos para cada indicador socioambiental. ............................................................................. 118 Tabela 5 - Códigos para representação das PCHs .......................................... 119.

(14) SUMÁRIO. 1 2 2.1 2.2 2.3 2.3.1 2.4 2.5 2.6 2.6.1 3. 1 2 3 3.1 3.1.1 3.1.2 3.2 3.2.1 3.2.2 4. 1 2 3 4. PRIMEIRA PARTE INTRODUÇÃO ................................................................................... REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................. Exploração hidrelétrica no mundo .................................................... Exploração hidrelétrica no Brasil ...................................................... Licenciamento Ambiental ................................................................... Licenciamento Ambiental em Minas Gerais ..................................... Impactos socioambientais causados por empreendimentos hidrelétricos.......................................................................................... Medidas mitigadoras para empreendimentos hidrelétricos ............ Análise Multivariada ........................................................................... Método de Classificação ...................................................................... CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................ REFERÊNCIAS .................................................................................. SEGUNDA PARTE – ARTIGOS ....................................................... ARTIGO 1 Qualidade dos estudos ambientais de PCHs na bacia hidrográfica do Rio Grande, Minas Gerais ............ INTRODUÇÃO ................................................................................... MATERIAL E MÉTODOS ................................................................ RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................... Concordância com a Legislação ......................................................... Concordância dos RCAs com a Legislação ....................................... Concordância dos Indicadores com a Legislação ............................. Concordância com Parâmetros Socioambientais ............................. Concordância dos RCAs com Parâmetros Socioambientais ........... Concordância dos Indicadores com Parâmetros Socioambientais. CONCLUSÃO...................................................................................... REFERÊNCIAS .................................................................................. ARTIGO 2 Agrupamento de 20 estudos ambientais de PCHs na bacia do Rio Grande, Minas Gerais................................... INTRODUÇÃO ................................................................................... MATERIAL E MÉTODOS ................................................................ RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................... CONCLUSÃO...................................................................................... REFERÊNCIAS .................................................................................. ANEXOS ............................................................................................... 14 18 18 20 23 26 28 35 36 37 40 41 46 46 48 50 64 64 64 68 80 80 83 97 100 105 107 109 121 129 131 135.

(15) 14. PRIMEIRA PARTE 1 INTRODUÇÃO A Energia é o ingrediente para o desenvolvimento de um país, sendo uma fonte de oportunidades sociais e econômicas. Sem o acesso mínimo a esse fator de produção, não haveria como acontecer o desenvolvimento além de uma economia de subsistência (OHUNAKIN; OJOLO; AJAYI, 2011; TIAGO FILHO; BARROSA; SILVA, 2012). A constatação de que os recursos provenientes de combustíveis fósseis, responsáveis pela geração de energia, tornam-se cada vez mais escassos, além de causar alterações climáticas globais, tem aumentado o interesse em economia de energia e na proteção do ambiente. Uma estratégia para esta proteção consiste na utilização de fontes renováveis para geração de energia, como, por exemplo, a utilização de recursos hídricos (BAÑOS et al., 2011). Entre estas fontes renováveis, a geração hidrelétrica contribui com um quinto da energia gerada no mundo (YUKSEL, 2010). Os recursos hídricos oferecem possibilidade de geração de energia em 159 países e cinco países representam mais da metade da produção hidrelétrica gerada no mundo: China, Canadá, Brasil, EUA e Rússia (SOITO; FREITAS, 2011). No Brasil, a produção energética, com destaque para fonte hidráulica, em operação, é apresentada na Figura 1. Em consequência das suas grandes dimensões e grande potencial hídrico, a maior parte da geração de energia elétrica no Brasil é decorrente de aproveitamentos hidrelétricos; ao final da década de 1990, esta energia compreendia mais de 90% da energia elétrica instalada (REIS, 2011)..

(16) 15. De acordo com Tundisi (2008), o Brasil possui 14% da água do planeta. Entretanto, Rosa (2007) demonstrou que apenas 25% desse potencial são explorados. Exemplo deste potencial ainda não explorado, Goldemberg e Lucon (2007) citam o caso do complexo das usinas do rio Madeira, com 6.450 MW e da usina hidrelétrica de Belo Monte, com 11.000 MW, demonstrando o grande potencial, ainda, a ser explorado na região, sendo alvos de conflitos entre o Ministério de Minas e Energia e determinados setores da sociedade, como as organizações não governamentais (ONG’s). Segundo dados de Brasil (2014), a capacidade instalada de hidroeletricidade no Brasil é de cerca de 82.000 MW, espalhados em 1127 empreendimentos de diferentes portes e 197 destas são reconhecidas como usinas hidrelétricas, 467 como pequenas centrais hidrelétricas e 463 como centrais geradoras hidrelétricas (Figura 1)..

(17) 16. EOL; 3751933,0 CGH; 286730,0 PCH; 4676836,0 UTN; 1990000,0 UFV; 11271,0 UTE; 37348523,0. UHE; 82428568,0. Figura 1. Matriz Energética Brasileira em operação em 2014 – Potência Fiscalizada em kW (BRASIL, 2014). Legenda:. Em que: UHE – Usina Hidrelétrica; UTE – Usina Termelétrica; UTN – Usina Termonuclear; CGH – Central Geradora Hidrelétrica; EOL – Central Geradora Eólica; PCH – Pequena Central Hidrelétrica; UFV – Central geradora Solar Fotovoltaica.. Entretanto, a exploração dos recursos hídricos, para a geração hidrelétrica, acentua os impactos ambientais decorrentes desta utilização, associados à grande diversidade biológica encontrada nas regiões brasileiras e, também, em relação à disponibilidade de água de cada uma destas regiões (SOITO; FREITAS, 2011). O presente trabalho foi estruturado em duas partes, sendo a primeira composta de uma Introdução Geral sobre o tema, uma Revisão de Literatura e Considerações Gerais. A segunda parte é composta de dois artigos a serem submetidos a revistas científicas da área de concentração. Pretendeu-se, no primeiro artigo, identificar e avaliar os Estudos Ambientais de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) apresentados ao órgão ambiental de Minas Gerais, no que diz respeito ao cumprimento legal pertinente e à qualidade técnica.

(18) 17. contida nos mesmos. No segundo artigo propõe-se um agrupamento dos Estudos Ambientais de 20 empreendimentos, demonstrando as fragilidades e similaridades existentes entre eles..

(19) 18. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Exploração hidrelétrica no mundo Recursos energéticos renováveis, como energia solar, eólica, hidrelétrica e biomassa, fornecem grande parcela da produção total de energia de muitos países e são capazes de atender às suas necessidades energéticas. Entre estes recursos, a energia produzida por fontes hídricas é tida como a mais importante, atualmente, sendo utilizada para gerar mais de 65% da eletricidade em cerca de 70 países, como Canadá, Estados Unidos, Noruega, Turquia, Rússia, países em desenvolvimento na América central e do Sul e África (BALAT, 2007). Ramachandra e Shruthi (2007) destacaram que as hidrelétricas, sendo elas de grande ou pequeno porte, são as mais importantes formas de ‘energias renováveis’ para produção de energia elétrica mundial, fornecendo 19% da eletricidade do planeta. Verifica-se que a energia proveniente de aproveitamentos hidrelétricos é dependente da geografia de um país. Por este fato, Alonso-Tristan et al. (2011) demonstraram que 90% da capacidade hidrelétrica, instalada na União Europeia, estão concentradas em seis países: Itália, França, Espanha, Alemanha, Áustria e Suécia. Além destes, os autores comentam que Suíça e Noruega, também, possuem uma elevada capacidade para construção de PCHs, assim como Bulgária, República Checa, Polônia e Romênia. Na União Europeia em geral, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (com Potências inferiores a 10 MW para estes países) foram alvo de um aumento de 259 MW de capacidade líquida no ano de 2009. No total, sua capacidade instalada atinge números superiores a 12.000 MW, merecendo destaque a Itália, com uma produção de 2.588 MW (ROMERO; SANTOS; GIL, 2012). Além deste, outros países líderes, nesta forma de geração de energia, são a República.

(20) 19. Checa, Romênia, Polônia, Turquia, Bulgária, Eslovênia e Eslováquia (PUNYS; PELIKAN, 2007). Na Turquia, a exploração hidrelétrica teve seu início após o fim da Segunda Guerra Mundial. Desde então, a construção de usinas hidrelétricas (UHE) vem aumentando, juntamente com a evolução de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), sendo estas negligenciadas em razão da prioridade na construção de UHE’s. A Turquia possui uma potência hídrica bruta anual na casa de 433.000 GWh, o que representa quase 1% da potência mundial. Em 2010, quase a metade do seu potencial bruto estava sendo explorado e 45% das UHE’s concentravam-se na região do rio Tigre e Eufrates, com um total de 22 barragens (BALAT, 2007). Na Espanha, Alonso-Tristan et al. (2011) apresentaram que, em 2009, foi gerado um total de 23.862 GWh de fonte hidráulica e 23% foram produzidos por meio de PCH. O país possui um total de 18.682 MW em hidrelétricas instaladas, dos quais 1.974 MW são provenientes de PCH. A Noruega, nos últimos anos, está colocando em prática o Plano de Ação Nacional de Energia Renovável, onde uma das principais iniciativas é o mercado de certificação conjunta com a Suécia, estimulando a produção de eletricidade por fontes renováveis, estima-se um total de 26,4 TWh, incluindo a utilização de energia hídrica. Exemplo disso é o fato que, nos últimos 10 anos, houve um aumento significativo no desenvolvimento de centrais hidrelétricas com potência até 10 MW (BAKKEN et al., 2012). No continente africano, a Nigéria possui a nona posição em potencial hidrelétrico, utilizando no ano de 2001, cerca de 20% do seu potencial. Em dados mostram-se que 14.000 MW são provenientes de grandes hidrelétricas. Já as PCHs recebem pouco destaque, concentrando suas construções em apenas três estados do país (Plateau, Sokoto e Kano), sendo sua capacidade subexploradas (OHUNAKIN; OJOLO; AJAYI, 2011)..

(21) 20. Na Ásia, a China obteve um considerável sucesso com a construção de PCHs. Entre 1994 e 2004, foram construídas 19.000 microcentrais hidrelétricas (Potência menor que 0,1 MW para este país), totalizando uma capacidade instalada de 687 MW e mais 19.606 minicentrais hidrelétricas (Potência entre 0,1 e 1 MW neste país), totalizando uma capacidade instalada de 7.171 MW (KUCUCALI; BARIS, 2009). Na Índia, observa-se uma experiência de mais de 100 anos explorando pequenos empreendimentos hidrelétricos. Atualmente o país possui mais de 15.000 MW de potências instalada referente às PCHs, espalhados em 420 projetos com até 25 MW de potência cada (YÜKSEL, 2010). Anderson, Pringle e Rojas (2006) mostram que, aproximadamente, 50% da eletricidade na América Central é proveniente de fontes hidráulicas, com pelo menos 37 grandes barragens. Metade destes projetos se localiza na Costa Rica e Honduras, favorecidos por grandes cadeias de montanhas associados a altas quantidades de precipitação. Pelo estudo demonstra-se uma capacidade instalada na Costa Rica de 1.300 MW, valor muito abaixo do potencial hidrelétrico teórico do país, que chega a 25.500 MW. Além disso, há um número considerável de pequenas e médias barragens em número desconhecido. 2.2 Exploração hidrelétrica no Brasil O Brasil destaca-se, notoriamente, no ramo hidrelétrico, em função da força dos recursos renováveis em seu setor de energia. Entretanto, observa-se que foram explorados apenas pouco mais de 30% do seu potencial hidrelétrico até o ano de 2005, havendo, ainda, cerca de 126.000 MW a serem explorados, concentrando. 70%. desta. potência. na. bacia. do. Amazonas. e. do. Tocantins/Araguaia (BRASIL, 2007). O país possui cerca de 40 projetos hidrelétricos em curso e um adicional de 28.600 MW de capacidade planejada,.

(22) 21. com futuros projetos incluindo esforços em pequenas e médias hidrelétricas (TIAGO FILHO; BARROSA; SILVA, 2012). Em relação às grandes hidrelétricas, os cinco maiores empreendimentos em operação em território brasileiro são: Tucuruí (rio Tocantins), com 8.370 MW; Itaipu - Parte brasileira (rio Paraná), com 7.000 MW; Ilha Solteira (rio Paraná), com 3.444 MW; Xingó (rio São Francisco), com 3.162 MW; e Paulo Afonso (rio São Francisco), com 2.462 MW (SPERLING, 2012). Para Centrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRÁS (2014), o potencial hidrelétrico brasileiro, entre empreendimentos estimados, estudados, em construção e em operação, gira em torno de 248.000 MW e deste total mais de 99.000 MW concentram-se na região Norte (Figura 2)..

(23) 22. Figura 2. Potencial Hidrelétrico Brasileiro no ano de 2012 (ELETROBRÁS, 2014).. Caso o país continue dando ênfase à participação hidrelétrica na geração de energia, será necessário expandir as UHEs na região Norte, onde o potencial é significativo, mas em contrapartida, os impactos ambientais merecem atenção redobrada (PEREIRA JÚNIOR et al., 2008). Segundo dados disponíveis pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), até a presente data há 1106 empreendimentos hidrelétricos em operação, entre Centrais Geradoras Hidrelétricas – CGH (aproveitamentos com até 1 MW de potência instalada); Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCH (aproveitamentos entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada) e Usinas.

(24) 23. Hidrelétricas – UHE (aproveitamentos com mais de 30 MW de potência instalada), gerando cerca de 87.000 MW, além de 38 aproveitamentos ainda em fase de construção, somando mais 14.389,7 MW na geração hidrelétrica brasileira. Nessa somatória, as PCHs representam 41,86% dos empreendimentos hidrelétricos em operação, correspondendo a 3,61% da geração de energia hidrelétrica no país. No que diz respeito aos projetos em fase de construção, as PCHs representam 78,94% dos projetos em andamento (BRASIL, 2014). Esse potencial poderia ser mais bem explorado, uma vez que PCHs apresentam inúmeras vantagens em relação a Usinas Hidrelétricas (UHEs), como uma menor área de alagamento, a geração de energia limpa, por meio de projetos com menor tempo para construção, com equipamentos oriundos de fabricação nacional. Além disso, há uma evolução dos estudos em PCHs ancorados. em. financiamentos. fornecidos. pelo. Banco. Nacional. de. Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dentre outros públicos e privados (CASTRO et al., 2009). 2.3 Licenciamento Ambiental O Licenciamento Ambiental do Brasil é exigido para a realização de atividades que venham a utilizar os recursos ambientais ou que tenham potencial para degradação ambiental. O licenciamento é um dos instrumentos mais importantes da política nacional pública, tendo caráter preventivo, ou seja, evita a ocorrência de danos ambientais (SÁNCHEZ, 2013). O início do licenciamento ambiental no Brasil data de meados da década de 1970, mas somente foi incorporado à legislação federal como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), sancionado pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (SÁNCHEZ, 2013)..

(25) 24. A PNMA estabelece em seu Art. 2º, o objetivo da “preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida [...]”. Adiante, a mesma Lei, pelo seu Art. 9º, inciso IV, apresenta como um dos seus instrumentos o “licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras”. E, em seu Art. 10, afirma que quaisquer atividades utilizadores dos recursos ambientais, seja na fase de construção, instalação, ampliação ou funcionamento do empreendimento, dependerão do prévio licenciamento ambiental (BRASIL, 1981). Também, instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e seu órgão consultivo e deliberativo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O CONAMA entra realmente em vigor em 1984, com a aprovação do Regimento Interno do CONAMA, que resultou na Resolução 001, de 05 de junho de 1984. A primeira legislação, a respeito do sistema de licenciamento ambiental e avaliação dos impactos ambientais, foi instituída pela Resolução CONAMA 001, de 23 de janeiro de 1986, em que se dispôs sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) (BRASIL, 1986). Com o Art. 2º da Resolução CONAMA 001/86, todas as atividades modificadoras do meio ambiente, tal como obras hidráulicas com fins energéticos, acima de 10 MW, dependerão da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), sendo este Estudo submetido à aprovação do órgão competente (BRASIL, 1986). No caso específico do órgão ambiental vigente no estado de Minas Gerais, a exigência do Estudo Ambiental, para empreendimentos hidrelétricos de até 30 MW (Pequenas Centrais Hidrelétricas), é a elaboração de Relatório de Controle Ambiental e Plano de Controle Ambiental (RCA-PCA) (MINAS GERAIS, 2004)..

(26) 25. O Art. 5º da mesma Resolução CONAMA 001/86 exige que o EIARIMA deverá atender à legislação e aos objetivos contidos na PNMA, além disso: I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto; II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade; III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade (BRASIL, 1986).. Outras exigências que o EIA-RIMA, também, deve conter, instituída pelo Art. 6º, são: I) o diagnóstico ambiental da área de influência do empreendimento, considerando informações sobre o meio físico, meio biótico e seus destaques e particularidades; II) a análise dos impactos ambientais, com a previsão da magnitude, discriminando os impactos negativos e positivos, diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazo, temporários e permanentes; III) a análise das medidas mitigadoras (preventivas ou corretivas) para os impactos negativos, descrevendo a fase do empreendimento em que será adotada, a qual fator ambiental se destinam (físico ou biótico), seu tempo de permanência de aplicação e a responsabilidade por sua implementação; e IV) a elaboração de programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos (BRASIL, 1986). Posteriormente, a Resolução CONAMA 237/1997 confirma os pressupostos citados na CONAMA 001/86 e acrescenta procedimentos e critérios para o licenciamento ambiental, como a descrição das competências entre os órgãos ambientais, sendo responsabilidade do Instituto Brasileiro do.

(27) 26. Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): o licenciamento ambiental de empreendimentos localizados ou desenvolvidos no Brasil e em país limítrofe; em dois ou mais Estados; com impactos ultrapassando os limites brasileiros ou de um ou mais estados; quando utilizem de energia nuclear; ou em bases e empreendimentos nucleares (BRASIL, 1997). Aos órgãos ambientais estaduais ou distrital cabe o licenciamento ambiental de empreendimentos localizados ou desenvolvidos em mais de um município de domínio estadual ou do Distrito Federal; ou cujos impactos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais municípios; ou quando delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal, por convênio ou por acordo de cooperação técnica (BRASIL, 1997). 2.3.1 Licenciamento Ambiental em Minas Gerais Em Minas Gerais, a coordenação da política estadual de proteção do meio ambiente e gerenciamento de recursos hídricos é de responsabilidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), sendo destas integrantes o Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM); Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH); Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM); Instituto Estadual de Florestas (IEF); e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) (MINAS GERAIS, 2011). Atualmente,. tais. órgãos. executam. de. forma. conjunta. nas. Superintendências Regionais de Regularização Ambiental (SUPRAM), os processos de licenciamento ambiental de empreendimentos potencialmente modificadores do meio ambiente, entre eles, empreendimentos hidrelétricos, com a finalidade comum de planejar, supervisionar, orientar e executar as atividades relativas à política estadual de proteção do meio ambiente e de gerenciamento dos recursos hídricos (MINAS GERAIS, 2013)..

(28) 27. Os critérios, para classificação das atividades passíveis de licenciamento ambiental no Estado de Minas Gerais, são definidos pela Deliberação Normativa nº 74, de 09 de setembro de 2004. Seu Art. 1º destaca que empreendimentos e atividades modificadoras do meio ambiente, sujeitas ao processo de licenciamento ambiental em nível estadual, são aquelas enquadradas nas Classes 3, 4, 5 e 6 (MINAS GERAIS, 2004). O. Art.. 16. desta. mesma. Deliberação. apresenta. a. seguinte. correspondência para classificação de empreendimentos modificadores do meio ambiente: I – Pequeno porte e pequeno ou médio potencial poluidor: Classe 1. II - Médio porte e pequeno potencial poluidor: Classe 2. III – Pequeno porte e grande potencial poluidor ou médio porte e médio potencial poluidor: Classe 3. IV – Grande porte e pequeno potencial poluidor: Classe 4. V – Grande porte e médio potencial poluidor ou médio porte e grande potencial poluidor: Classe 5. VI – Grande porte e grande potencial poluidor: Classe 6.. Segundo a Deliberação Normativa nº 74 (MINAS GERAIS, 2004), Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) se encaixam na Classe 3, com pequeno porte e grande potencial poluidor. A viabilidade ambiental do empreendimento deverá ser atestada, após a análise dos Estudos Ambientais, seja por meio do EIA/RIMA ou pelo RCA/PCA, culminando com a expedição da Licença Prévia, concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento, que atestará a viabilidade ambiental e estabelecerá os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. Posteriormente, o empreendimento investirá na obtenção da Licença de Instalação, que autoriza a instalação do empreendimento de acordo com as exposições contidas nos planos, programas e projetos aprovados. A Licença de Operação deverá ser obtida, antes do fechamento da barragem, autorizando a.

(29) 28. operação do empreendimento, após o órgão ambiental verificar o cumprimento das condicionantes contidos nas licenças anteriores (BRASIL, 1997). 2.4 Impactos socioambientais causados por empreendimentos hidrelétricos Os impactos causados por aproveitamentos hidrelétricos dependem da dimensão do empreendimento e do local onde o mesmo está inserido(PINHO; MAIA; MONTERROSO, 2007). Lista-se abaixo uma série de impactos, negativos ou benéficos, levantados por este autor, causados por UHE ou PCH e o momento de sua ocorrência (Tabela 1):. Tabela 1 Impactos ambientais (negativos ou benéficos) decorrentes da implantação de PCH e/ou UHE Impactos. Fase de ocorrência. Perda de área para pastagem. Operação do empreendimento. Diminuição da pesca. Operação do empreendimento. Perda de patrimônio arqueológico e cultural. Operação do empreendimento. Prejuízo da produção florestal. Operação do empreendimento. Novas oportunidades para a economia. Operação do empreendimento Construção e operação do empreendimento. Oportunidades de emprego Contribuição para a redução de custos relacionados a aspectos sociais e de segurança Contribuição para a redução de custos relacionada a outras fontes de energia (biogás, petróleo, carvão) Maior oferta de energia. Operação do empreendimento Operação do empreendimento Operação do empreendimento. Em casos específicos, Kliemann et al. (2009) observam que para a UHE Itaipu, localizada na bacia do rio Paraná, houve perdas irreparáveis para os municípios lindeiros ao empreendimento, relacionados à desapropriação dos moradores que foram atingidos pela área do reservatório. Houve, também,.

(30) 29. impacto direto sobre a fauna e flora, não sendo suficientes as ações de resgate e salvamento do que estava sendo submerso. Além disso, descrevem-se, também, impactos relacionados à desestabilização climática, mas de forma leve. Em estudo desenvolvido por Sovacool e Bulan (2012), explorando os empreendimentos hidrelétricos da Malásia, observou-se que, entre os desafios ambientais enfrentados pós-implantação de hidrelétricas, o desmatamento e as inundações foram sempre apresentados como os impactos ambientais mais significativos. Em. uma. visão. geral,. Brasil. (2007). apresenta. os. impactos. socioambientais decorrentes de empreendimentos hidrelétricos, tanto em sua fase de planejamento, construção e/ou operação. Ressalta-se, ainda, que estes impactos são impactos gerais, uma vez que os impactos específicos, causados por um determinado empreendimento hidrelétrico, dependem do tipo e do local de implantação do mesmo. Nas Tabelas 2, 3 e 4 demonstram-se estes impactos nos meio físico, biótico e socioeconômico/cultural, respectivamente:.

(31) 30. Tabela 2 Impactos no meio físico decorrentes do planejamento, construção e operação de empreendimentos hidrelétricos Fator Ambiental. Recursos Hídricos. Impacto. UHE PCH. Alteração do regime hídrico, provocando atenuação de picos de cheia/ vazantes e aumento do tempo de residência das águas no reservatório. Alteração da descarga a jusante em função do período de enchimento e/ou de desvio permanente do rio. Assoreamento do reservatório e erosão das encostas a jusante e a montante.. X. Construção/ Operação. Interferência nos usos múltiplos do recurso hídrico: navegação, irrigação, abastecimento, controle de cheias, lazer, turismo, etc. Elevação do lençol freático.. X. Construção/ Operação. X. Construção/ Operação. Interferência no clima local.. X. Construção/ Operação. Indução de sismos.. X. Construção/ Operação. Interferência e perda na atividade mineral.. X. X. Construção. Erosão das margens.. X. X. Construção/ Operação. Degradação das áreas utilizadas pela exploração de material de construção e pelas obras temporárias de construção civil.. X. X. Construção/ Operação. Interferência no uso do solo.. X. X. Construção. X. X. Construção/ Operação. X. X. Construção/ Operação. Clima. Sismicidade. Solos e Recursos Minerais. Fase do empreendimento.

(32) 31. “Tabela 2, conclusão” Fator Ambiental. Impacto. UHE PCH. Alteração do ambiente de lótico para lêntico.. X. Alteração da estrutura físico-quimica e biológica do ambiente.. X. Construção/ Operação. X. Construção/ Operação. X. Construção/ Operação. X. Construção/ Operação. Deteriorização da qualidade da água Qualidade da (comprometimento abastecimento de água, os equipamentos da usina, etc). Água Criação de condições propícias ao desenvolvimento de vetores e dos agentes etiológicos de doenças de veiculação hídrica. . Contribuição de sedimentos, agrotóxicos e fertilizantes face à ocupação da bacia.. X. Fase do empreendimento Construção/ Operação. Fonte: Adaptado de Brasil (2007). Tabela 3 Impactos no meio biótico decorrentes do planejamento, construção e operação de empreendimentos hidrelétricos Fator Ambiental. Vegetação. Impacto. UHE PCH X. Fase do empreendimento. Inundação da vegetação com perda de patrimônio vegetal.. X. Redução do número de indivíduos com perda de material genético e comprometimento da flora ameaçada de extinção.. X. Construção/ Operação. Interferência do potencial madeireiro.. X. Construção/ Operação. Perda de habitats naturais e da disponibilidade alimentar para a fauna.. X. Interferência em unidades de conservação.. X. Construção/ Operação. Aumento da pressão sobre os remanescentes de vegetação adjacentes ao reservatório.. X. Construção/ Operação. Interferência na vegetação além do perímetro do reservatório, em decorrência da elevação do lençol freático ou de outros fenômenos. X. Construção/ Operação. X. Construção/ Operação. Construção/ Operação.

(33) 32. “Tabela 3, conclusão” Fator Ambiental. Impacto. X. X. Construção/ Operação. Fauna Aquática. Interferência na composição qualitativa e quantitativa da fauna aquática com perda de material genético e comprometimento da fauna ameaçada de extinção. Interferência na reprodução das espécies (interrupção da migração, supressão de sítios reprodutivos, etc). Interferência das condições necessárias à sobrevivência da fauna.. X. X. Construção/ Operação. X. Construção/ Operação. Interferência na composição qualitativa e quantitativa da fauna terrestre e alada com perda de material genético e comprometimento da fauna ameaçada de extinção. Migração provocada pela inundação com adensamento populacional em áreas sem capacidade de suporte. Aumento da pressão sobre a fauna remanescente por meio da fauna predatória.. X. Construção/ Operação. X. Construção/ Operação. X. Construção/ Operação. Fauna terrestre e Alada. Fonte: Adaptado de Brasil (2007).. UHE PCH. Fase do empreendimento.

(34) 33. Tabela 4 Impactos no meio socioeconômico e cultural decorrentes do planejamento, construção e operação de empreendimentos hidrelétricos Fator Ambiental. Impacto. UHE PCH. Fase do empreendimento. Inundação/interferência em cidades, vilas, distritos, etc. (moradias, benfeitorias, equipamentos sociais e estabelecimentos comerciais, industriais, etc). Mudança compulsória da população.. X. Planejamento/ Construção/ Operação. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Interferência na organização físico-territorial, sóciocultural e política.. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Interferência nas atividades econômicas.. X. Planejamento/ Construção/ Operação. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Alteração demográfica dos núcleos populacionais próximos à obra.. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Surgimento de aglomerados populacionais.. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Sobrecarga de equipamentos e serviços sociais (saúde, saneamento, educação, segurança, etc).. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Inundação/interferência em terras, benfeitorias, equipamentos e núcleos rurais.. X. Aspectos populacionais Intensificação do fluxo populacional urbanos (imigração e emigração).. Mudança compulsória da população. Aspectos populacionais rurais Interferência na organização físico-territorial.. X. Planejamento/ Construção/ Operação. X. Planejamento/ Construção/ Operação. X. Planejamento/ Construção/ Operação.

(35) 34. “Tabela 4, continuação” Fator Ambiental. Impacto Interferência na organização sóciocultural e política.. UHE PCH. Fase do empreendimento. X. Planejamento/ Construção/ Operação. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Intensificação do fluxo populacional (imigração e emigração).. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Alteração na demanda populacional.. X. Construção/ Operação. Alteração na demanda educacional.. X. Construção/ Operação. Interrupção/desativação dos sistemas de comunicação, estradas, ferrovias, aeroportos, portos, sistemas de transmissão/distribuição, minerodutos, oleodutos, etc.. X. Construção. Interferências em populações indígenas e/ou outros grupos étnicos.. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Alteração na organização sócioeconômica e Comunidades cultural. indígenas e/ou outros Mudança compulsória dos grupos grupos populacionais (aldeias/povoados). étnicos. X. Planejamento/ Construção/ Operação. X. Planejamento/ Construção/ Operação. X. Planejamento/ Construção/ Operação. Interferência nas atividades econômicas. Aspectos populacionais rurais. Habitação. Educação. Infraestrutura. Desequilíbrio nas condições de saúde e alimentação.. “Tabela 4, conclusão”.

(36) 35. Fator Ambiental. Patrimônio Cultural. Impacto. UHE PCH. Fase do empreendimento. Inundação de sítios arqueológicos.. X. X. Construção/ Operação. Desaparecimento de sítios paisagísticos.. X. Construção/ Operação. Desaparecimento de edificações de valor cultural.. X. Construção/ Operação. Inundação de sítios espeleológicos.. X. X. Construção/ Operação. Interferência no potencial turístico.. X. X. Construção/ Operação. Alteração da dinâmica histórica regional.. X. Construção/ Operação. Fonte: Adaptado de Brasil (2007).. 2.5 Medidas mitigadoras para empreendimentos hidrelétricos Pode-se definir como medidas mitigadoras, o conjunto de ações a serem executadas com a finalidade de reduzir a magnitude ou a importância dos possíveis impactos negativos decorrentes de um empreendimento. Interligada a essa definição, outro ponto capaz de reduzir tais impactos é o plano de monitoramento, que se define como uma descrição dos procedimentos que deverão ser adotados durante toda a fase ativa do empreendimento (implantação, operação e, também, sua desativação) (SÁNCHEZ, 2013). Na Tabela 5 apresentam-se as medidas que fazem parte de um plano ambiental incluídos em um EIA de empreendimento hidrelétrico, segundo Sánchez (2013).. Tabela 5 Medidas típicas de um plano de gestão ambiental de uma barragem.

(37) 36. Medidas mitigadoras para empreendimentos hidrelétricos Remoção da vegetação antes da inundação Compensação pela perda de habitats mediante a proteção de uma área equivalente e/ou da recuperação de áreas degradadas Extrair os materiais de construção das áreas a serem inundadas Adotar medidas de controle de poluição durante as obras Adotar medidas de controle de erosão durante as obras Recuperar as áreas degradadas Educação Ambiental e treinamento de mão de obra Salvamento arqueológico na área diretamente afetada Reassentamento das populações atingidas Provisão de infraestrutura e serviços na área de reassentamento Indenização de benfeitorias perdidas Indenização de direitos de exploração mineral Assistência técnica para os reassentamentos Regularização jurídica das propriedades Manutenção da vazão mínima a jusante Regularização da vazão a jusante de forma a reproduzir o regime hídrico pré-existente Construção de escada de peixes para passagem de peixes Desenvolvimento de produção pesqueira no reservatório Desenvolvimento de potencial turístico e recreativo Reconstrução da infraestrutura inundada (estradas, linhas de transmissão, armazéns, infraestrutura social) Documentação cultural e programa de valorização da cultura local Documentação e registro de patrimônio natural perdido Medidas de proteção da bacia hidrográfica (revegetação das margens do reservatório, programas de conservação de solos, etc.) Fonte: Sánchez (2013).. 2.6 Análise Multivariada De acordo com Hair et al. (2009), o termo análise multivariada se refere a todos os métodos que sejam capazes de analisar múltiplas medidas de um dado objetivo estudado de forma simultânea. Complementando, Gauch (1982 apud CAPELO, 2003) afirma que a análise multivariada pode ser definida como um conjunto de técnicas matemáticas que são utilizadas para se reduzir a complexidade, eliminar ruídos e representar as relações internas mais distintas..

(38) 37. Esta análise é empregada na medicina, na geologia, na agricultura, nas ciências sociais e em outras disciplinas (JAMES; MCCULLOCH, 1990). Nesta revisão serão abordadas as análises multivariadas com seus diferentes métodos de classificação, sua definição, suas importâncias e contribuições para o meio acadêmico e para a proteção do ambiente, suas vantagens e limites e as principais técnicas aplicadas na vegetação. 2.6.1 Método de Classificação Método analítico que desenvolve subgrupos entre indivíduos, com o objetivo de classificar as amostras em um pequeno número de grupos mutuamente excludentes, identificados ao longo da aplicação da técnica, levando em consideração a similaridade entre indivíduos (HAIR et al., 2009). Busca agrupar amostras que contenham as mesmas características bióticas e abióticas, a fim de reconhecer entre elas o grau de similaridade suficiente para mantê-las no mesmo conjunto. O método pode destacar a semelhança entre indivíduos de um mesmo grupo, deixando de lado os pontos intermediários, que, geralmente, permanecem entre grupos (VALENTIN, 1995). O método pode ser divisivo ou aglomerativo. Quando dito divisivo, parte do conjunto total de objetos e divide-o, consecutivamente, de forma dicotômica. Já quando nomeado como aglomerativo, parte dos objetos individuais, que vão sendo combinados em grupos, por inclusão sucessiva de mais objetos individuais (CAPELO, 2003). A técnica de classificação ou agrupamento se subdivide em pelo menos três etapas (HAIR et al., 2009): a) Medição de alguma forma de similaridade entre os indivíduos, a fim de determinar quantos grupos existem na referida amostra;.

(39) 38. b) Agrupamento, onde haverá uma subdivisão em grupos de indivíduos (modo Q) ou de variáveis (modo R); c) Estabelecimento do perfil dos indivíduos da amostra, para determinar sua composição. Após o cumprimento dessas e outras etapas, com consequentes agrupamentos, é possível produzir uma árvore de agrupamento binária, ou seja, um dendrograma, onde a raiz é a classe que contém todas as observações (CAPELO, 2003). Verifica-se que existem diversas técnicas de classificação e para Sneath e Sokal (1973 apud VALENTIN, 1995) seguem a seguinte divisão: a) Sequenciais: onde os objetos são reunidos um após o outro, seguindo etapas; ou b) Simultâneos: onde o agrupamento é realizado numa única etapa. c) Aglomerativos: onde os objetos estão, inicialmente, isolados e são progressivamente reunidos em grupos sucessivos; ou d) Divisivos: onde se inicia com um único grupo que, seguindo determinados critérios, passa a ser dividido em subgrupos. e) Monotéticos: baseado num único descritor por vez; ou f) Politéticos: baseado em vários descritores. g) Hierárquicos: onde os elementos de um grupo têm ligação com um grupo superior, constituindo uma série hierarquizada; ou h) Não-hierárquicos: quando se busca a homogeneidade entre os grupos, sem considerar características de hierarquia entre eles. i). Probabilísticos: pouco utilizados, em razão de sua complexidade, permitem definir todos os grupos cuja matriz de associação entre os grupos possuam certa probabilidade homogênea..

(40) 39. O método utilizado neste trabalho, explorado no Artigo 2, será a de classificação aglomerativa..

(41) 40. 3 CONSIDERAÇÕES GERAIS Esta revisão buscou embasar o presente trabalho com fundamentos a respeito da exploração hidrelétrica no Brasil e no mundo, assim como os impactos decorrentes destes empreendimentos e as formas de mitigar os mesmos, além de apresentar a legislação referente ao processo de licenciamento ambiental. Com o trabalho pretende-se identificar e avaliar as deficiências dos Estudos Ambientais, apresentados no momento inicial do licenciamento de PCHs na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, bem como verificar a efetiva proteção do ambiente envolvido do cumprimento de normas ambientais e da qualidade técnica dos estudos ambientais..

(42) 41. REFERÊNCIAS ALONSO-TRISTÁN, C. et al. Small hydropower plants in Spain: a case study. Renewable and Sustainable Energy Reviews, New York, v. 15, p. 2729-2735, Aug. 2011. ANDERSON, E. P.; PRINGLE, C. M.; ROJAS, M. Transforming tropical rivers: an environmental perspective on hydropower development in Costa Rica. Aquatic Conservation: Marine and Freshwater Ecosystems, Chichester, v. 16, n. 7, p. 679-693, Nov./Dec. 2006. BAKKEN, T. H. et al. Development of small versus large hydropower in Norway: comparison of environmental impacts. Energy Procedia, New York, v. 20, p. 185-199, Jan. 2012. BALAT, H. A renewable perspective for sustainable energy development in Turkey: the case of small hydropower plants. Renewable and Sustainable Energy Reviews, New York, v. 11, p. 2152-2165, Dec. 2007. BAÑOS, R. et al. Optimization methods applied to renewable and sustainable energy: a review. Renewable and Sustainable Energy Reviews, New York, v. 15, p. 1753-1766, May 2011. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Brasília, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 4 mar. 2014. BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Matriz energética em operação em 2014. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm>. Acesso em: 16 abr. 2014. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 1, de 1 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Brasília, 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/conama/>. Acesso em: 11 out. 2012..

(43) 42. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/conama/>. Acesso em: 18 mar. 2014. BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Plano nacional de energia 2030. Brasília, 2007. 12 v. CAPELO, J. Conceitos e métodos da fitossociologia: formulação contemporânea e métodos numéricos de análise da vegetação. Oeiras: Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais, 2003. 107 p. CASTRO, N. J. de et al. A importância das fontes alternativas e renováveis na evolução da matriz elétrica brasileira. In: SEMINÁRIO DE GERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 5., 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Fundación MAPFRE, 2009. p. 1-31. CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS. Sistema de Informações do Potencial Hidrelétrico Brasileiro - SIPOT, fevereiro de 2012: potencial hidrelétrico brasileiro. Disponível em: <http://www.eletrobras.com/ELB/data/Pages/LUMIS21D128D3ENIE.htm>. Acesso em: 4 jun. 2014. GOLDEMBERG, J.; LUCON, O. Energia e meio ambiente no Brasil. Estudos Avançados, São Paulo, v. 59, p. 7-20, jan./abr. 2007. HAIR, J. F. et al. Multivariate data analysis. 6th ed. São Paulo: Pearson Education, 2009. 688 p. JAMES, F. C.; MCCULLOCH, C. E. Multivariate analysis in ecology and systematics: panacea or Pandora's box? Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 21, p. 129-166, 1990. KLIEMANN, D. C. et al. Itaipu binacional e o impacto ambiental na bacia do rio Paraná. In: ______. Planejamento urbano, regional e sócio-ambiental: visões de 2009. Cascavel: Smolarek Arquitetura, 2009. p. 45-50. KUCUKALI, S.; BARIS, K. Assessment of small hydropower (SHP) development in Turkey: laws, regulations and EU policy perspective. Energy Policy, Surrey, v. 37, p. 3872-3879, Oct. 2009..

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(46) 45. ZANZINI, A. C. da S. Avaliação comparativa da abordagem do meio biótico em estudos de impacto ambiental no Estado de Minas Gerais. 2001. 225 p. Tese (Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental) - Universidade de São Paulo, São Carlos, 2001..

(47) 46. SEGUNDA PARTE – ARTIGOS ARTIGO 1. Qualidade dos estudos ambientais de PCHs na bacia hidrográfica do Rio Grande, Minas Gerais. Elton Magno de Freitas1. Artigo formatado de acordo com a NBR 6022 (ABNT, 2003).. 1. elton.mfreitas@gmail.com.

(48) 47. RESUMO No contexto mundial atual, onde há necessidade de geração de energia, com a possibilidade da utilização de fontes naturais renováveis e reconhecendo os impactos ambientais, oriundas desta utilização, despertase o interesse pela qualidade técnica e legal contida em Estudos Ambientais. São entregues a órgãos ambientais licenciadores, como cumprimento do licenciamento ambiental que estão sujeitos às atividades modificadoras e/ou degradadoras do meio ambiente. Desta forma, no presente documento objetivou-se analisar o conteúdo dos Estudos Ambientais de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), localizados na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, em Minas Gerais, já aprovados pelas Superintendências Regionais de Regularização Ambiental (SUPRAM). Essa instituição está inclusa na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), em relação ao cumprimento das normas ambientais e em relação à qualidade técnica dos mesmos. Por meio das análises dos estudos ambientais, observou-se que os 20 empreendimentos analisados apresentam-se, em muitos casos, incompletos, discordando da legislação pertinente no descumprimento do Artigo 5º, Inciso I e Artigo 6º, Inciso IV, da Resolução CONAMA 001/86. No que tange à qualidade técnica dos Estudos Ambientais, as falhas mais frequentes são na apresentação do esforço amostral de levantamentos faunísticos, na identificação de bacia e microbacia afetada pelos empreendimentos, no tipo de apresentação a respeito da cobertura vegetal e uso do solo, na apresentação de medidas compensatórias e na apresentação da efetividade de geração de energia de cada empreendimento. Palavras-chave: Pequena Central Hidrelétrica. Relatório de Controle Ambiental. Indicadores Ambientais. Indicadores Legais..

(49) 48. 1 INTRODUÇÃO A energia, nas suas mais diversas formas, é essencial à sobrevivência da espécie humana e a eletricidade é um dos modos mais versáteis e convenientes de energia, sendo diretamente ligada com o desenvolvimento. socioeconômico. de. muitos. países. e. regiões. (CAMPAGNOLI; DINIZ, 2012). O setor elétrico brasileiro é representado por uma matriz energética limpa, com grande destaque para as fontes renováveis (entre elas a geração hidrelétrica) e os maiores gargalos à expansão hidrelétrica no país são de natureza ambiental e judicial (BRASIL, 2007). Do ponto de vista ambiental, assinala-se que 70% do potencial hidrelétrico concentram-se em locais cobertos por dois grandes biomas de alto interesse, a Amazônia e o Cerrado. Sendo assim, podem-se antever grandes dificuldades para a expansão da oferta hidrelétrica (BRASIL, 2008). Para fins de classificação, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) define o aproveitamento hidrelétrico, de acordo com sua potência instalada, sendo: Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH, com até 1 MW de potência instalada), Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH, entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada) e Usina Hidrelétrica de Energia (UHE, com mais de 30 MW). No caso específico da condição de PCH, a ANEEL estabeleceu, por sua Resolução n° 652, de 09 de dezembro de 2003, os critérios para enquadramento, neste tipo de aproveitamento hidrelétrico, sendo considerado PCH todo aproveitamento de produção independente, autoprodução ou produção independente.

(50) 49. autônoma com potencial superior a 1.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW (BRASIL, 2003). Cabe neste momento diferenciar potência outorgada, instalada e fiscalizada. A potência outorgada corresponde à considerada no momento da Outorga. Já a instalada/fiscalizada corresponde àquela considerada com base na operação comercial da primeira unidade geradora de um aproveitamento hidrelétrico (BRASIL, 2014). Além de benefícios, como sustentar a produção de bens e serviços, proporcionar o bem-estar da população, pelo conforto, lazer, entre outras vantagens, a geração de energia é acompanhada por acentuados impactos ambientais. Em consequência disso, é indispensável que haja um planejamento eficiente, com um acompanhamento ambiental que possa minimizar o impacto no meio (PEREIRA et al., 2008). No entanto, percebe-se uma irregularidade neste planejamento e no conteúdo dos Estudos Ambientais, apresentados aos órgãos vigentes no momento do Licenciamento Ambiental, apresentando falhas legais e um descompromisso com a preservação do meio envolvido (BRASIL, 2004). A presente pesquisa foi realizada com o objetivo geral de avaliar os estudos ambientais de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), já aprovados. pelas. Superintendências. Regionais. de. Regularização. Ambiental (SUPRAM), fornecendo-lhes parâmetros de qualidade técnica e legal..

(51) 50. 2 MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi desenvolvido na Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG), no estado de Minas Gerais. A bacia possui área territorial de 143.437,79 km², dos quais 86.345,43 km² (60,2%) encontram-se no estado de MG, englobando 214 municípios, o que representa 54,45% do total de municípios da bacia. Além de Minas Gerais, a bacia, também, compreende parte do estado de São Paulo, conforme demonstrado na Figura 1 (INSTITUTO DE PESQUISAS TÉCNOLÓGICAS - IPT, 2008).. Figura 1 - Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BRASIL, 2007)..

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