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Planejamento tributário em uma empresa de transportes

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Academic year: 2021

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CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTES

ALUNO: DOUGLAS ROBERTO MATER

IJUÍ (RS), 2011

(2)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DECON – DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis do Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUI,

DOUGLAS ROBERTO MATER

PROFESSOR ORIENTADOR: ANDRÉ HOFFMANN

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AGRADECIMENTOS

“Agradeço a Deus, por ter mais a Agradecer do que Pedir, Obrigado Pai” “Ao Corpo Docente do Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, em especial ao meu Professor Orientador, André Hoffmann, que foi além de professor e profissional da área, foi um grande amigo se dispondo a auxiliar no desenvolvimento deste trabalho com muita paciência e dedicação.” “Ao meu Pai e minha Mãe que no inicio me incentivaram muito, e sempre estando ao meu lado, deixando muitas vezes de fazer coisas para si, para dar ao seu filho, muito obrigado, serei Eternamente grato.” “Ao meu amor, Jéssica, pelo companheirismo, calma e compreensão, mesmo nos meus momentos difíceis, meu eterno Obrigado”.

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RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso aborda a questão de tributos federais, utilizando um estudo de caso em uma empresa que atua no ramo de transportes de cargas, localizada na cidade de Campo Novo – RS. Na revisão bibliográfica traz os conceitos e a legislação sobre o Planejamento Tributário, apresentando as quatros modalidades de enquadramento das empresas, sendo eles: Lucro Presumido, Lucro Real, Lucro Arbitrado e Simples Nacional (Sistema Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte ), para cálculo e recolhimento dos Tributos. Elaborou-se então, uma pesquisa mostrando que o Planejamento Tributário pode ser uma ferramenta de redução de carga tributária e conseqüentemente aumento dos resultados da empresa, através de estudos feito previamente e a constante atualização e acompanhamento das alterações na legislação.

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SUMARIO

APRESENTAÇÃO ... 11

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 12

1.1 Área de Conhecimento Contemplada ... 12

1.2 Caracterização da organização ... 12 1.3 Problematização do Tema ... 13 1.4 Objetivos ... 13 1.4.1 Objetivo Geral ... 13 1.4.2 Objetivos Específicos ... 14 1.5 Justificativa ... 14 1.6 Metodologia do trabalho ... 15 1.6.1 Classificação da pesquisa ... 15

1.6.2 Plano de Coleta de Dados ... 16

1.6.2.1 Instrumento de coleta de dados ... 16

1.6.3 Plano de Análise e Interpretação dos Dados ... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 17

2.1 Sistema Tributário Nacional ... 17

2.2 Legislação Tributária ... 17

2.2.1 Tributos ... 19

2.2.2 Espécies de Tributos ... 19

2.2.3 Tributos Federais, Estaduais e Municipais ... 20

2.3 Princípios Constitucionais Tributários ... 21

2.3.1 Elementos Fundamentais do Tributo ... 22

2.3.2 Elementos Fundamentais da Obrigação Tributária ... 23

2.3.3 Base de Cálculo, Alíquota e Adicional ... 24

2.4 Imunidade e Isenção Tributária ... 24

2.5 Regulamento do Imposto de Renda ... 25

2.6 Contabilidade Tributária ... 25

2.6.1 Planejamento Tributário ... 26

2.7 Lucro Presumido ... 28

2.7.1 Regime de Caixa para o Lucro Presumido ... 28

2.7.2 Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Presumido ... 30

2.7.3 Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) – Lucro Presumido .... 32

2.7.4 Programa de Integração Social (PIS) – Lucro Presumido ... 32

2.7.5 Contribuição para Financiamento de Seguridade Social (COFINS) – Lucro Presumido. ... 33

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2.8 Lucro Real ... 34

2.8.1 Empresas Obrigadas a Tributação pelo Lucro Real ... 35

2.8.2 Imposto de Renda Pessoa Jurídica – Lucro Real ... 36

2.8.3 Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL) – Lucro Real ... 39

2.8.4 Programa de Integração Social (PIS) – Lucro Real ... 39

2.8.5 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) – Lucro Real ... 41

2.8.6 Lucro Real Trimestral ou por Estimativa ... 43

2.8.6.1 Cálculo e Recolhimento do Imposto ... 43

2.8.6.2 Apuração do Lucro Real Trimestral ... 44

2.8.6.3 Ajuste do Lucro Líquido Contábil para Apuração do Lucro Real ... 45

2.9 Simples Nacional Lei Complementar n° 123/2006 ... 45

2.9.1 Base de Cálculo ... 47

2.9.2 Alíquota ... 47

2.10. Outros Tributos: IPI – INSS – ICMS ... 48

2.10.1 IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados ... 49

2.10.2 INSS – Instituto Nacional do Seguro Social ... 49

2.10.3 ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços ... 50

2.11 Lucro Arbitrado ... 52

3 ESTUDO APLICADO ... 54

3.1 Lucro Presumido ... 54

3.1.1 Apuração da CSLL pelo Lucro Presumido. ... 55

3.1.2 Apuração do IRPJ pelo Lucro Presumido ... 56

3.1.3 Apuração do PIS e da COFINS pelo Lucro Presumido ... 58

3.1.4 Programa de Integração Social (PIS) – Não-Cumulativo ... 60

3.1.5 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) – Não-Cumulativa ... 65

3.2 Lucro Real ... 70

3.2.1 Apuração Lucro Real Trimestral ... 71

3.2.2 Lucro Real Anual ... 74

3.3 INSS – Instituto Nacional do Seguro Social ... 75

3.4 ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços ... 76

3.4 Simples Nacional... 78

3.4 Resumo e Comparação dos Encargos Tributários Federais ... 79

3.5 análise Comparativa dos Resultados ... 81

3.6 Análise e Recomendações ... 82

CONCLUSÃO ... 84

(7)

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Princípios Constitucionais Tributários...22

Quadro 02: Funções e Atividades da Contabilidade Tributária...26

Quadro 03: Nas seguintes atividades, o percentual será de (Lei 9.249/1995, art. 15, § 1°)...31

Quadro 04: Percentuais aplicados sobre a receita Bruta...38

Quadro 05: Tabela do Simples Nacional - Transportes intermunicipais e interestaduais de cargas...48

Quadro nº06: Apuração CSLL pelo Lucro Presumido 2008...55

Quadro nº07: Apuração CSLL pelo Lucro Presumido 2009...55

Quadro nº08: Apuração CSLL pelo Lucro Presumido 2010...56

Quadro nº09: Apuração IRPJ pelo Lucro Presumido 2008...57

Quadro nº10: Apuração IRPJ pelo Lucro Presumido 2009...57

Quadro nº11: Apuração IRPJ pelo Lucro Presumido 2010...58

Quadro nº12: Apuração PIS e COFINS pelo Lucro Presumido 2008...59

Quadro nº13: Apuração PIS e COFINS pelo Lucro Presumido 2009...59

Quadro nº14: Apuração PIS e COFINS pelo Lucro Presumido 2010...60

Quadro nº15: Apuração PIS Não-Cumulativo – 2008...61

Quadro nº16: Demonstrativo do PIS a pagar ou a compensar – 2008...62

Quadro nº17: Apuração PIS Não-Cumulativo – 2009...63

Quadro nº18: Demonstrativo do PIS a pagar ou a compensar – 2009...63

Quadro nº19: Apuração PIS Não-Cumulativo – 2010...64

Quadro nº20: Demonstrativo do PIS a pagar ou a compensar – 2010...65

Quadro nº21: Comparativo do PIS Não-Cumulativo...65

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Quadro nº23: Demonstrativo do COFINS a pagar ou a compensar – 2008...67

Quadro nº24: Apuração COFINS Não-Cumulativo 2009...67

Quadro nº25: Demonstrativo do COFINS a pagar ou a compensar – 2009...68

Quadro nº26: Apuração COFINS Não-Cumulativo 2010...69

Quadro nº27: Demonstrativo do COFINS a pagar ou a compensar – 2010...69

Quadro nº28: Comparativo de COFINS Não-Cumulativa...70

Quadro nº29: Apuração do IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Trimestral 2008...71

Quadro nº30: Apuração do IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Trimestral 2009...72

Quadro nº31: Apuração do IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Trimestral 2010...73

Quadro nº32: Apuração do IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Anual...75

Quadro nº33: Apuração INSS...76

Quadro nº34: Apuração do ICMS...77

Quadro nº35: Apuração do Simples Nacional 2008...78

Quadro nº36: Apuração do Simples Nacional 2009...78

Quadro nº37: Apuração do Simples Nacional 2010...79

Quadro nº38: Comparativo dos Encargos Tributários...80

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LISTA DE ABREVIATURAS

Art. – Artigo

CF – Constituição Federal

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas

COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social CRCRS – Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul CSLL – Contribuição sobre o Lucro Líquido

CTN – Código Tributário Nacional

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

DARF – Documento de Arrecadação de Receitas Federais DIPJ – Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica DIRF – Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

ICMS – imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

IOF – Imposto sobre operações financeiras IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados IN – Instrução Normativa

IR – Imposto de Renda

IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte ISS – Imposto Sobre Serviços

LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real ME – Microempresa

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PIS/PASEP – Contribuição para o Programa de Integridade Social (PIS) e para Formação do Patrimônio do Servidor Público.

SRF – Secretaria da Receita Federal STN – Sistema Tributário Nacional

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APRESENTAÇÃO

Neste projeto, apresenta-se a estrutura de um planejamento tributário de uma empresa de transporte. Empresa familiar onde o proprietário trabalha neste ramo a mais de 30 anos, realizando fretes interestaduais de grãos e diversas mercadorias. O empresário está preocupado com o rumo dos impostos e contribuições, cada dia mais onerosos, reduzindo cada vez mais o tão esperado lucro.

Por este motivo está se realizando este projeto de Planejamento Tributário para que o empresário possa comparar as formas de tributação e contribuições e escolher entre elas a que mais se encaixa em seu perfil e resulte em economia fiscal.

Apresenta-se agora o tema, a área do conhecimento, a empresa, a problematização, o objetivo, a justificativa, a metodologia e a base teórica para todo o planejamento. Logo à frente, com base nesses dados será realizado o estudo aplicado que nos mostrará em demonstrativos os tributos que a empresa terá em um determinado exercício, de acordo com cada tipo de tributação.

A carga tributária em nosso país é muito grande, e por conseqüência há várias Leis, Decretos e Leis Complementares que regem os tributos, podendo ser da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios.

Em cima das informações desta empresa, estarei aplicando este conteúdo para formular a carga tributaria da empresa, e em cima destes dados, elaborar uma análise com recomendações para o empresário.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo será apresentado a contextualização do estudo, que tem por finalidade o Planejamento Tributário de uma empresa de Transportes.

1.1 Área de Conhecimento Contemplada

A contabilidade abrange diversos campos de atuação profissional, sendo um deles a Contabilidade Tributária, que tem o propósito de levantar a carga tributária de uma empresa, que absorve boa parte dos lucros. Neste sentido, o presente projeto tem como tema a tributação da empresa, compreendendo os anos de 2008 á 2010.

1.2 Caracterização da organização

Empresa familiar que atua no ramo de transportes interestaduais, com dois veículos, onde o dono trabalha com um e possui a colaboração de mais um funcionário que dirige o outro veículo. Trabalha com o enquadramento fiscal Simples Nacional.

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1.3 Problematização do Tema

O Planejamento Tributário tem o propósito de verificar a melhor forma de tributação para a empresa. Considerando o ambiente econômico atual onde está inserido, a empresa obriga-se a buscar todas as possibilidades de melhorar o resultado.

A empresa possui um alto custo na prestação de serviços, reduzindo muito o seu lucro. A carga tributária por si própria absorve boa parte dos lucros da empresa, e se for mal planejada acaba absorvendo ainda mais e diminuindo assim o tão esperado lucro. Neste sentido busca-se realizar um planejamento tributário eficaz para gerar a empresa uma tranqüilidade no que se refere à tributação.

Com a elaboração deste estudo é possível ajudar a empresa a escolher a melhor forma de tributação, que em conseqüência será a tributação que trará mais vantagens para a empresa e um menor custo, gerando assim um maior lucro.

Diante do exposto questiona-se: qual a melhor forma de tributação federal de uma pequena transportadora para se obter uma maior economicidade fiscal?

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é apurar as possíveis formas de tributação e verificar aquela que melhor se aplica para a empresa nos anos de 2008, 2009 e 2010, proporcionando economia de impostos.

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1.4.2 Objetivos Específicos

- Revisar a bibliografia referente à Contabilidade Tributária; - Efetuar levantamento de Dados;

- Analisar a despesa, receita e resultado;

- Realizar cálculos para a comparação da melhor forma de tributação; - Elaborar relatórios demonstrativos das análises.

1.5 Justificativa

Tem-se falado muito sobre a carga tributária brasileira nos últimos anos. É uma área de muita mudança e os primeiros interessados são os governos, tanto federal, estadual e municipal. A carga tributária tornou-se uma parte muito onerosa dentro da distribuição dos lucros das empresas. Observei nessa área uma grande oportunidade para aperfeiçoar meus conhecimentos, e também beneficiar a empresa em estudo, pois planejar sempre é necessário, especialmente quando se procura reduzir custo e cumprir com as exigências da lei.

Diante disso, este trabalho é de muita importância para a empresa, pois a mesma não possui um planejamento tributário, e a partir deste poderá fazer uma analise e optar pela melhor forma de enquadramento federal, obtendo assim um instrumento de tomada de decisão e conseqüentemente a redução dos custos tributários.

A contabilidade tributária envolve vários fatores importantes e de alta relevância na apuração do resultado da empresa. Mostra também se a teoria está de acordo com a prática, pois é uma parte importante da contabilidade.

Para a Universidade, como instituição de ensino o presente trabalho é também importante porque contribui para ampliar o conhecimento especifico,

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podendo servir como material de consulta para outros alunos em formação, servindo também como estímulo a realização de pesquisas na área contábil.

E como concluinte deste curso, o acadêmico aprofundou-se nesta área, por se tratar de uma área abrangente e de grande viabilidade e necessidade no mercado de trabalho.

1.6 Metodologia do trabalho

1.6.1 Classificação da pesquisa

Do ponto de vista de sua natureza segundo Silva e Menezes (2000), a pesquisa se classifica como uma pesquisa aplicada que objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolvendo verdades e interesses locais, tem inúmeras possibilidades de aplicação nas ciências sociais.

Para Gil (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode ser classificada como exploratória, assumindo em geral as formas de pesquisa bibliográfica e estudo de caso, gerando conhecimentos para aplicação prática dirigidos à resolução de problemas específicos, e classificada como pesquisa descritiva, q visa descrever as características de determinada população ou fenômenos ou o estabelecimento de relação entre variáveis. Envolvem o uso de técnicas padronizadas de coletas de dados, questionários e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento.

Do ponto de vista de seus procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica segundo Gil (2002, p. 44) “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. E a pesquisa documental que segundo Gil (2002, p. 66) “é elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico, como relatórios da diretoria, balanços patrimoniais, atas de

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reuniões, manuais de procedimentos, etc.” e o levantamento quando elaborado a partir da interrogação direta de pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.

O estudo de caso segundo Gil (2002, p. 54) “é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos que permita seu amplo e detalhado conhecimento”.

1.6.2 Plano de Coleta de Dados

Este trabalho será efetuado a partir de entrevista junto ao proprietário da empresa, bem como no levantamento e observação de dados junto à mesma.

1.6.2.1 Instrumento de coleta de dados

Neste trabalho serão analisados demonstrativos contábeis e entrevista despersonalizada.

1.6.3 Plano de Análise e Interpretação dos Dados

Depois de coletar os dados, serão realizados cálculos e novos demonstrativos para poder certificar-se da melhor forma de tributação para a empresa. Nesse momento serão consolidadas as teorias, demonstrando a melhor alternativa tributária.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capitulo busca na literatura os conceitos teóricos para o aprofundamento do conhecimento da área contemplada, para solucionar o problema em questão.

2.1 Sistema Tributário Nacional

Para exercer a função de contador, além de seguir os princípios e normas fundamentais de contabilidade, deve-se também obedecer à legislação tributaria, efetuando assim a correta apuração, registro, divulgação e arrecadação dos diversos tributos. Neste contexto que Oliveira et al (2002) sita que:

Direito e Contabilidade são ciências que caminham juntas e complementam-se, acompanhando a natural evolução das diversas sociedades, pois o Direito é a ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos homens, entre elas destacam-se as normas gerais de direito tributário que se aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios constituindo o sistema Tributário Nacional. E a Contabilidade, é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro dos fatos em uma administração econômica, e é uma ferramenta para a evolução do patrimônio de uma entidade, entre os quais se destacam as autoridades responsáveis pela arrecadação dos tributos de uma nação.

2.2 Legislação Tributária

O conceito dado pelo Código Tributário Nacional à Legislação Tributária, segundo o art. 96 da Lei 5.172/66, de 25 de outubro de 1966 é:

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Art. 96. A expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributo e relação jurídica a eles pertinentes.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos arts. 21,26,39,57 e 65;

III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do art. 52, e do seu sujeito passivo;

IV – a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos arts. 21, 26, 39, 57 e 65;

V – a comissão de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nelas definidas;

VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração de tributo a modificação de sua base de calculo, que importe em torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de calculo. Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Essa é a Lei que, em geral, rege o Direito Tributário que se aplica à União, Estados e Municípios, mas também possui as normas complementares a essa Lei, que são:

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;

III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

IV – os convênios que entre si celebram a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de calculo do tributo.

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2.2.1 Tributos

Para entender o trabalho em estudo, é preciso entender o que é um tributo, e para entender o tributo, é preciso também entender as suas formas, ou melhor, espécies. Segundo Oliveira et al (2002, p. 21):

O CNT conceitua tributo como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Isso quer dizer, que o tributo é independente da vontade do contribuinte, deve ser instituído por lei, ou seja, só é devido se tiver uma norma jurídica com força de lei para estabelecer essa obrigação, e o tributo deve ser pago em dinheiro espécie e não pode ser pago com bens, trabalho e/ou prestação de serviços.

2.2.2 Espécies de Tributos

Conforme o CTN (2000, p. 36). “Art. 16 imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.

CTN (2000, p. 51)Art. 77 as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelo municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício regular do poder de policia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público especifico e individual, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.

CTN (2000, p. 52) Art. 81 a contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito federal ou pelo Município, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resulta para cada imóvel beneficiado.

A obrigação de pagar o tributo é concretizada na lei, pelo seu fato gerador, seja ele imposto, taxa ou contribuição de melhoria.

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Um exemplo típico de incidência é prestar serviços.

Prestando serviço o contribuinte concretiza a hipótese de incidência prevista na lei, paga-se o imposto sobre o serviço (ISS).

As taxas, os impostos e as contribuições de melhoria, são arrecadações que o governo obtém dos contribuintes para sustentar a máquina pública, e permitir investimentos em obras públicas, e para direcionar o comportamento da economia.

O Imposto vai ser a espécie de tributo mais utilizada neste trabalho. Meu entendimento sobre imposto é: um valor pago compulsoriamente, por pessoas físicas ou jurídicas, para o governo, a partir de uma base de cálculo, onde o governo retorna esses valores com benefícios públicos.

2.2.3 Tributos Federais, Estaduais e Municipais

Agora se observa quais tributos competem aos estados, municípios e a federação, e sua explicação, segundo Oliveira et al (2002, p. 23):

A Constituição em vigor assim distribui, entre os diversos níveis de governo, a competência de estabelecer os tributos:

Compete a União instituir impostos sobre: - importação de produtos estrangeiros;

- exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; - rendas e proventos de qualquer natureza;

- produtos industrializados;

- operação de crédito, cambio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários;

- propriedade territorial rural; - grandes fortunas.

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: - Transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos;

- operações relativas a circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

- propriedades de veículos automotores.

Compete aos Municípios instituir impostos sobre: - propriedade predial e territorial urbana;

- transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, ressalvadas as exceções legais;

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- vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel; - serviços de qualquer natureza.

Todos estes tributos resultaram em um grande crescimento na arrecadação de impostos, provocando recordes de arrecadações. Mesmo após o fim da CPMF, o Brasil arrecadou mais impostos em 2008 do que em 2007. A participação da carga tributária na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de toda a riqueza produzida no país, aumentou um ponto percentual, passando de 35,54% em 2007 para 36,54% do PIB em 2008, que foi de R$ 2,89 trilhões. Isso significa que cada brasileiro pagou aproximadamente R$ 5.572,00 de impostos em 2008, um aumento aproximado de R$ 652 em relação a 2007. Essa situação tem causado grande mobilização a favor da mudança do sistema Tributário Nacional. Algumas sugestões são um pouco radicais, que sugerem a implantação de um único tributo, outras já sugerem a redução da quantidade de tributos, ficando apenas a tributação sobre a renda, o consumo e a propriedade, simplificando o processo de arrecadação.

2.3 Princípios Constitucionais Tributários

Os princípios constitucionais tributários prevalecem sobre todas as demais normas jurídicas, onde só têm validade se editadas com uma rigorosa conformidade com eles. Segundo Oliveira et al. (2002, p. 24):

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – exigir ou aumentas tributo sem lei que estabeleça (Principio da Legalidade)

II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (Principio da isonomia tributária);

III – cobrar tributos:

a) em relação a fatos gerados ocorridos antes do inicio da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (Principio da irretroatividade tributaria):

no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os institui ou aumentou (Principio da anterioridade).

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Quadro 01: Princípios Constitucionais Tributários Princípio da

Competência:

A União, o Estado e o Município, por meio de sua casa legislativa, exercitarão as competências tributarias, não permitindo qualquer delegação ou prorrogação desta competência para outro ente que não seja aquele expressamente previsto na Constituição.

Princípio da uniformidade geográfica:

A tributação da União deverá ser uniforme em todo o território nacional, não podendo criar distinções em relação aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal.

Princípio da não-discriminação tributária:

Proíbe a manipulação de alíquotas, bases de cálculo ou qualquer outra fórmula tributária em benefícios ou prejuízo da economia da União, dos Estados ou dos Municípios.

Princípio da Capacidade Contributiva:

É a possibilidade econômica de pagar tributos, é considerada subjetiva quando se refere a capacidade econômica real; é objetiva quando leva em conta manifestações de riqueza do contribuinte (bens, imóveis, etc.).

Princípio da autoridade tributária:

Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetivamente a esses objetivos, identificar, respeitandos os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Princípio da

tipologia tributária

As taxas e os impostos não podem ter a mesma base de cálculo, as espécies são definidas pela distinção de dois fatores, da hipótese de incidência a base de cálculo.

Fonte: Oliveira et al (2002, p.25).

2.3.1 Elementos Fundamentais do Tributo

É importante saber quando é obrigatório o recolhimento de impostos e quais são eles. Também deve ficar bem claro quem é o credor e quem é o devedor do tributo.

Uma obrigação nasce quando por meio de uma relação jurídica, determinada pessoa (credor) pode exigir de outra (devedor) uma prestação (objeto), em razão de prévia determinação legal ou de manifestação de vontade (como, por exemplo, o recebimento do preço de um bem em um contrato ou a satisfação de um pagamento pela utilização ou disposição de um serviço público etc.). (OLIVEIRA ET AL 2002)

(23)

Sendo assim, é possível afirmar que, obrigação tributária é a relação de Direito Público na qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestação (objeto) nos termos e nas condições descritos na lei (fato gerador).

2.3.2 Elementos Fundamentais da Obrigação Tributária

A obrigação tributária possui elementos básicos, são eles; a) a lei;

b) o objeto; c) o fato gerador.

A Lei é o principal elemento da obrigação, pois ele cria os tributos e determina as condições de sua cobrança, porém no sistema jurídico ela assume formas diferente de expressão, a partir da constituição, as regras ordinárias de convivência.

O Objeto representa as obrigações do contribuinte, conforme determinações legais, que consistem em pagamento do valor em dinheiro do tributo ou multa aplicada por não cumprimento de determinação legal, ou ainda cumprimento de formalidades complementares que comprovam a existência e os limites da operação tributada e a exata observância da legislação aplicável, como por exemplo, a escrituração de livros fiscais, a apresentação de declaração de rendimentos, o preenchimento de formulários, a abstenção da prática de certos atos, etc.

“Para a existência, em concreto, da obrigação principal, se faz o respectivo lançamento, que define e formaliza o crédito tributário, que consiste, com base na ocorrência do fato gerador, na fixação dos elementos imprescindíveis à cobrança do tributo (e/ou penalidade) incidente (CTN, art. 142)”. (OLIVEIRA 2002, p. 27).

O Fato Gerador é a ocorrência do “fato” onde gera a obrigação de pagar o tributo, é a situação definida em lei como necessária e suficiente para sua ocorrência.

(24)

Ex.: O fato gerador da obrigação fiscal com o imposto de renda, conforme definido no regulamento do Imposto de Renda, é a obtenção de renda e proventos de qualquer natureza, por pessoas físicas ou jurídicas.

Prestar serviços (ISS);

Fazer circular mercadorias (ICMS); e Receber renda (IR) etc.

2.3.3 Base de Cálculo, Alíquota e Adicional

Base de cálculo é o montante sobre qual se aplica a alíquota com a finalidade de apurar o valor a ser recolhido. Alíquota é o percentual definido por lei, aplicado sobre o montante da base de cálculo, onde se determina o valor do tributo a ser recolhido. Os dois são definidos em lei complementar, estando sujeitos aos princípios constitucionais da legalidade, da anterioridade, e da irretroatividade.

O adicional estabelecido também em lei é o imposto que se paga referente ao valor que ultrapassar uma base fixa.

2.4 Imunidade e Isenção Tributária

As imunidades são concedidas como privilégios para alguém ficar livre ou isento de determinados imposições legais em virtude de que não é obrigado a cumprir certo encargo de caráter legal. A isenção é para que possa se livrar, escapar de algum encargo que todos são obrigados, ou para que se livre de qualquer obrigação, e é concedido por lei.

Segue principais casos de isenção e imunidade tributária de Imposto de Renda:

templo de qualquer culto;

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instituição de assistência social; partido político; e

entidade sindical de trabalhadores.

2.5 Regulamento do Imposto de Renda

O regulamento do imposto de Renda é a consolidação das leis e dispositivos que regulamentam e normatizam o Imposto de Renda tanto das Pessoas Físicas como Jurídicas. É aprovado pelo Presidente da República, e essa atribuição lhe é dada pela Constituição em seu art. 84, inciso IV.

2.6 Contabilidade Tributária

A contabilidade tributária consiste na especialização da contabilidade voltada para a teoria e a aplicação prática dos princípios e normas básicas da legislação tributária, onde é responsável pela gerência dos tributos nas mais diversas atividades de uma empresa, ou grupo de empresas, de forma a não expor a entidade às possíveis sanções fiscais e legais.

O quadro a seguir demonstra o passo a passo da contabilidade tributária, como deve ser feita sua escrituração, quais as orientações e como deve ser elaborado o planejamento tributário.

(26)

Quadro 02: Funções e Atividades da Contabilidade Tributária

Escrituração e controle Orientações Planejamento Tributário Escrituração das

atividades do dia-a-dia da empresa e dos livros fiscais.

Apuração dos tributos a recolher, preenchimento das guias de recolhimento e remessa para o departamento de contas a Pagar.

Controle sobre os prazos para os recolhimentos. Assessoria para a correta apuração e registro do lucro tributável do exercício social, conforme

os princípios

fundamentais de

contabilidade.

Assessoria para o correto registro contábil das provisões relativas aos tributos a recolher.

Orientação, treinamento e constante supervisão dos funcionários do setor de impostos.

Orientação fiscal para as demais unidades de empresa (filiais, fábricas, departamentos) ou das empresas controladas e coligadas, visando padronizar procedimentos.

Estudo das diversas alternativas legais para a redução da carga fiscal, tais como:

Todas as operações em que for possível o crédito tributário, principalmente em relação aos chamados impostos não cumulativos ICMS e IPI;

Todas as situações em que for possível o deferimento (postergação) dos recolhimentos dos impostos, permitindo melhor gerenciamento do fluxo de caixa;

Todas as despesas e provisões permitidas pelo fisco como dedutíveis da receita.

Fonte: Oliveira et. al (2002, p. 35)

2.6.1 Planejamento Tributário

Planejamento tributário é a escolha da melhor e menor forma de pagar os tributos e encargos, podendo realizá–lo legalmente e ilegalmente, onde legalmente é chamado de elisão fiscal, e o ilegal é chamado de sonegação fiscal. Portanto elisão fiscal são todas formas legais aplicáveis, que permitem realizar essa operação de forma menos onerosa para o contribuinte.

E a evasão fiscal é toda forma que infringe a lei, após o fato gerador da obrigação tributária, que tem por fim reduzir, suprimir ou ocultar o tributo ou contribuição social, que também é conhecido como sonegação fiscal.

(27)

O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio de maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive de impostos.

O conceito e o objetivo do planejamento tributário segundo Latorraca (1998, p. 24).

Denomina-se planejamento tributário a atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das opções legais disponíveis.

O objetivo do planejamento tributário é, a economia tributaria cotejando as varias opções legais, o administrador obviamente procura orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível o procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal.

Com o planejamento tributário o contador tem a possibilidade de trazer enormes contribuições para empresa. Com a intensa discussão sobre mudanças do nosso sistema tributário e ou simplificações das rotinas tributárias, as empresas precisam cada vez mais de um planejamento tributário mais criterioso e criativo, que possa resguardar seus direitos de contribuinte e ao mesmo tempo proteger seu patrimônio. A redução dos custos é uma das estratégias que mais se ouve nos dias de hoje, pois a redução da carga tributária e aumento do resultado das empresas numa economia tão instável como a nossa é a alternativa mais procurada pelas empresas principalmente quando se consegue essa façanha sem desobedecer à lei. Segundo Oliveira et al (2002, p.36):

Entende-se por planejamento tributário uma forma licita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom-senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio a concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte.

Segundo Fabretti (1999. p, 28) “O estudo feito previamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosa, denomina-se Planejamento Tributário”.

(28)

Com essa explicação torna-se bem objetivo o entendimento do Planejamento Tributário, que nada mais é que o estudo das alternativas lícitas de formalização jurídica de determinada operação, antes da ocorrência do fato gerador, para que o contribuinte escolha a melhor forma com menor custo tributário possível, ficando claro que não é sonegação fiscal, pois escolher é optar entre duas ou mais formas lícitas a que resulte menor carga tributária.

É importante frisar que o procedimento é preventivo e lícito. Ao contrário o contribuinte pode cometer fraude, que segundo Latorraca (1998, p. 26);

É toda a ação ou omissão doloso tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária parcial, ou a excluir ou modificar suas características essências, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou deferir o seu pagamento.

2.7 Lucro Presumido

As pessoas jurídicas que não forem obrigadas ao Lucro Real, poderão apresentar a declaração anual de rendimentos pelo lucro presumido. Onde deverá ser pago o Imposto de Renda por trimestre, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, e nos casos de incorporação, fusão ou cisão, e extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo do imposto devido, será efetuada na data do evento.

2.7.1 Regime de Caixa para o Lucro Presumido

No lucro presumido há possibilidade de optar pela tributação pelo regime de caixa. Nesta modalidade não abre a opção de só o IR, mas também a CSLL e as contribuições para o PIS e a COFINS. A empresa poderá escolher entre recolher o IR e as contribuições pelo regime de competência ou caixa. E de uma maneira bem

(29)

simples, se o contribuinte vender uma mercadoria a prazo e não receber, também não terá de recolher o imposto e contribuições citadas.

Para usufruir o beneficio de recolher a receita pelo regime de caixa, a pessoa jurídica, segundo o CRC/RS (2007) deverá:

I – se não mantiver escrituração contábil, indicar, no Livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento.

II – se mantiver escrituração contábil na forma de legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em contas especificas, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento.

Segundo o CRC/RS (2007, p. 157) o imposto correspondente a período trimestral:

O imposto de renda devido, apurado trimestralmente, será pago em quota única, até o ultimo dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração. À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no ultimo dia útil dos três meses subseqüente ao do encerramento do período de apuração a que corresponder.

A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que adotar o critério de recolhimento de suas receitas à medida do recebimento e, por opção ou obrigatoriedade, passar a adotar o critério de recolhimento de suas receitas segundo o regime de competência, para fins de apuração do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da contribuição para o PIS/PASEP: Segundo o CRC/RS (2007, p. 157).

a) Deverá reconhecer no mês de dezembro do ano-calendário anterior àquele em que ocorrer a mudança de regimes as receitas auferidas e ainda não recebidas;

b) A pessoa jurídica optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido que, no quarto trimestre-calendário de 2003, por opção, passar a adotar o regime de tributação com base no lucro real deverá oferecer à tributação no trimestre-calendário de 2003 as receitas auferidas e ainda não recebidas;

c) A pessoa jurídica optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido que, durante o ano-calendário, passar a ser obrigada à apuração do lucro real deverá oferecer à tributação as receitas auferidas e ainda não recebidas, no período de apuração anterior àquele em que ocorrer a mudança do regime de tributação;

(30)

d) Na hipótese da letra c, as receitas auferidas e ainda não recebidas serão adicionadas às receitas do período de apuração anterior a mudança do regime de tributação para fins de recalcular o imposto e as contribuições do período, sendo que a diferença apurada após compensação do tributo pago, deverá ser recolhida sem multa e juros moratório, até o ultimo dia útil do mês subseqüente aquele em que incorreu na situação de obrigatoriedade apuração do lucro real;

e) Os Custos e as despesas associados às receitas de que tratam este artigo incorridas após a mudança do regime de tributação não poderão ser deduzidos na base de calculo do IRPJ e da CSLL.

2.7.2 Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Presumido

O Lucro presumido é uma forma simplificada de apuração da base de cálculo dos tributos como o imposto de renda e a contribuição social, restrita aos contribuintes que não estão obrigados ao regime de apuração de tributação com base no lucro real.

Nessas circunstâncias, da dispensa para fins tributários da escrituração contábil, a base de calculo do imposto de renda e da contribuição social é o faturamento da pessoa jurídica, o que facilita a apuração dos tributos, apesar de nem sempre ser vantajosa essa opção para o contribuinte.

A base de cálculo do imposto e do adicional, decorrente da receita bruta, em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação de percentual de 8% sobre a receita bruta auferida no período de apuração, obedecidas as demais disposições (Lei 9.429/1995, art. 15, e Lei 9.430/1996, art. 1º e 25, inciso I).

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Quadro 03: Nas seguintes atividades, o percentual será de (Lei 9.249/1995, art. 15, § 1°)

Atividade Alíquota

Revenda para consumo de combustíveis derivado de petróleo e álcool etílico hidratado para fins carburantes.

1,6% Atividades comerciais, industriais, transportes de cargas, serviços

hospitalares, venda de unidades imobiliárias, empreitada com fornecimento de material, venda de produtos rurais, industrialização quando a matéria-prima, material secundário e de embalagem forem fornecidos pelo encomendante, e outros ramos não-mencionados.

8%

Transporte de passageiros, exclusivamente prestadoras de serviço com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00, exceto no caso de transporte de cargas, serviços hospitalares e sociedades civis de prestação de serviços legalmente regulamentares.

16%

Prestação de serviços pelas sociedades civis, relativas ao exercício de profissão legalmente regulamentada, intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de bens imóveis, moveis e direitos de qualquer natureza, construção por administradora ou por empreitada, unicamente de mão-de-obra e prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionado anteriormente.

32%

Fonte: CRC/RS.

A partir de 01/01/2006, a base de cálculo do imposto será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a RECEITA FINANCEIRA da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando decorre de comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato (art. 34, da Lei 11.196/2005, que acresceu o § 4º, ao artigo 15, da Lei nº 9.249,95).

O calculo do imposto se dá através da aplicação do percentual correspondente a receita bruta de cada atividade, onde esse encontrará a receita presumida, que será acrescida dos ganhos de capital na venda de ativo permanente e das receitas (locação de imóveis, variação monetária ativa, variação cambial ativa, multas contratuais recebidas, descontos recebidos, juros taxa Selic para compensações de pagamentos a maior, entre outras receitas) mais a realização do lucro inflacionário, que será igual ao lucro presumido. A ele aplica-se a alíquota de 15% mais, se exceder a R$ 60.000,00, 10% de alíquota adicional sobre o excedente, e obtêm-se o IRPJ trimestral devido, que deduzido do IRRF, do saldo negativo de IR apurado em períodos anteriores e de mais compensações, tem-se o IRPJ a pagar.

(32)

2.7.3 Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) – Lucro Presumido

A Base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido corresponderá á soma dos valores:

I – 12% da receita bruta (compreende receita bruta como produto da venda de bens nas suas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, conforme o art. 31 da Lei 8.981/95) ou 32% para as prestadoras de serviços (conforme o art. 22 da Lei 10.684/03);

II – os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta lei, auferidos naquele mesmo período (Lei 9.430/96, art. 30).

Segundo o art. 37 da Lei 10.637/02, a alíquota a ser aplicada sobre a base de cálculo encontrada é de 9%. Encontrada a CSLL devida, faz-se as deduções, que compreende a Contribuição Social retida na fonte por órgãos públicos federais, e faz também as compensações de pagamentos indevidos ou a maior, o saldo negativo de período anteriores e as compensações com outros tributos e contribuições, originando-se a partir daí a CSLL a pagar.

2.7.4 Programa de Integração Social (PIS) – Lucro Presumido

O PIS é contribuído sobre o faturamento, e com alíquota de 0,65%, pelas pessoas jurídicas de direito e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda e pelas entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência. Também é contribuído sobre a folha de salários, com alíquota de 1%, sendo seus contribuintes os templos de qualquer culto: os partidos políticos; institucionais de educação e assistência social que preencham os requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532/97; as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, cientifico e as associações nas condições estabelecidas pelo art. 15 da Lei nº 9.532/97; os sindicatos, federações e confederações; os serviços autônomos,

(33)

criados ou autorizados por lei; os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; fundações de direito privado e fundações publicas; condomínios residenciais e comerciais.

A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as suas autarquias, são contribuições de acordo com o valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, à alíquota de 1%, conforme o Parecer Normativo nº1, de 21/05/1996.

O fato gerador corresponde ao faturamento mensal da empresa, isto é, total da receita bruta mensal, devendo ser observado às exclusões previstas em lei. Considera-se receita bruta total e qualquer receita obtida pela empresa independente se for originária de uma atividade preponderante ou não.

2.7.5 Contribuição para Financiamento de Seguridade Social (COFINS) – Lucro Presumido.

A COFINS foi instituída pela Lei Complementar nº 71/91, e têm como seus contribuintes as pessoas jurídicas em geral, inclusive as equiparadas, bem como as cooperativas e entidades imunes e isentas.

Assim como já mencionado para o PIS, a COFINS também tem como fato gerador a receita bruta, ou seja, o total das receitas auferidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, observada a legislação vigente. A base de calculo da COFINS é o faturamento mensal, sendo que o faturamento corresponde a receita bruta da pessoa jurídica, entendida como tal a totalidade das receitas auferidas, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.

Da base de cálculo encontrada somando-se o total da receita bruta mensal, excluem-se:

(34)

- O IPI;

- Os descontos incondicionais concedidos; - ICMS recolhido por substituição tributaria;

- Reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representam receitas;

- O resultado positivo de equivalência patrimonial; - Os lucros e dividendos avaliados ao custo; - As receitas da venda do ativo permanente;

- Repasse oriundo do orçamento geral a empresa publicas e sociedades de economia mista;

- Receitas próprias das entidades sem fins lucrativos;

- Venda de matérias, equipamentos e prestação de serviço a Itaipu Binacional;

- Receitas de exportação como, por exemplo: mercadorias para o exterior; serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior que represente ingresso de divisas; transporte internacional de cargas e passageiros; vendas feitas as comerciais exportadoras desde que com fim especifico de exportação.

A alíquota a ser aplicada sobre a base de cálculo apurada é de 3% e a data limite para recolhimento da COFINS é o último dia útil do segundo decêndio do mês seguinte ao fato gerador.

2.8 Lucro Real

O Lucro Real nada mais é do que o lucro líquido apurado na escrituração contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. Todos os ajustes do lucro líquido e a demonstração da apuração do lucro real devem ser transcrito para o livro de apuração do lucro real (LALUR).

Adições: Serão adicionados ao lucro líquido do exercício do período-base para determinação do Lucro real:

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- de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro liquido que não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o RIR, devam ser comutados na determinação do lucro real.

Exclusões e compensações: Na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do lucro líquido, no período base, na forma como está exposta na artigo 250 do RIR:

os valores cuja dedução seja autorizada pelo RIR e que não tenham sido computados na apuração do lucro liquido contábil do período-base;

os resultados, rendimentos, receitas ou quaisquer outros valores incluídos na apuração que, de acordo com o RIR, não seja computados no lucro real; prejuízos fiscais apurados em período-base anteriores, nas condições definidas na legislação.

O Lucro Real é o lucro líquido do período, é a soma algébrica do resultado operacional, não-operacionais e das participações, onde deverá ser determinado com observância ao preceituado na legislação comercial. Pode se concluir que o lucro real é aquele realmente apurado pela contabilidade, com base na completa escrituração contábil fiscal, com a estrita e rigorosa observância aos princípios fundamentais de contabilidade e demais normas fiscais e comerciais.

2.8.1 Empresas Obrigadas a Tributação pelo Lucro Real

As empresas obrigadas ao Lucro Real, segundo o Livro do CRC/RS (2007), são:

I – cuja receita total, ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00, ou proporcional ao numero de meses do período (R$ 4.000.000,00 x nº de meses) quando inferior a dose meses;

II – cuja atividade seja bancos em geral, sociedades de créditos, financiamento e investimento, sociedade de credito imobiliários, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários , empresa

(36)

de arrendamento mercantil, cooperativas de credito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

III – que tiverem lucro, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios relativos a isenção ou redução do imposto;

V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa;

VI – que explorem atividades de prestação cumulativa e continua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

2.8.2 Imposto de Renda Pessoa Jurídica – Lucro Real

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem optar pela apuração do lucro real anual, alternativamente á apuração em cada trimestre. No entanto, os recolhimentos dos tributos devem ser efetuados todos os meses.

O lucro real anual é apurado com base no resultado acumulado dos meses do período-base, sendo calculado apenas ao final do ano. A metodologia de cálculo do IRPJ anual é semelhante à do lucro real trimestral, porém, no lucro real anual, o valor do imposto devido é calculado sobre a apuração do final do período-base.

Assim, como no lucro real trimestral, o lucro real anual parte da contabilidade, mais precisamente da DRE, no estágio do lucro contábil anual antes do IRPJ (artigo 247 do RR/99). O valor deste resultado contábil é transferido para o livro LALU, onde será composto o resultado fiscal para cálculo do IRPJ, sendo efetuados os ajustes, ou seja, as adições (art. 249. Do RIR/99) e as exclusões (art. 250 do RIR/99).

Obtendo-se o lucro real anual, serão compensados, se houver os prejuízos fiscais de períodos anteriores, limitado a 30% do lucro real anual (art. 250 III do

(37)

RIR/99), e após, aplicada a alíquota de IRPJ de 15% e, se necessário, a alíquota adicional de 10% sobre o lucro real anual que exceder a R$ 240.000,00.

Neste ponto é apurado o valor do IRPJ do ano devido, sendo necessário efetuar as deduções (dos incentivos fiscais e do Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF) e as compensações (conforme o art. 231 do RIR/99, de valores pagos através de parcelamento) para daí obter-se o valor do IRPJ à pagar (se positivo) ou IRPJ a compensar (se negativo).

Neste estágio cabe ressaltar que o lucro real anual pode se tornar muito oneroso no final do período para a empresa que obtiver lucros altos, pois é calculado com base no, lucro acumulado de todo o período-base. Nestes termos a empresa que optar pelo lucro real anual, pode ainda optar pelo pagamento mensal do tributo através da estimativa sobre a receita bruta mensal auferida, apurado o lucro real anualmente, com a possibilidade de suspensão ou redução do imposto com base em balanços ou balancetes periódicos.

Deste modo, a empresa que pagar o IRPJ pelo lucro real anual por estimativa mensal, poderá parcelar o pagamento do IRPJ devido no período base, sendo que, se esta apurar o resultado acumulado, antes mesmo do termino do período-base, e constatar que pagou pela estimativa um valor maior que o valor que deveria pagar pelo lucro real acumulado, poderá efetuar a comprovação desta situação através do balanço se suspensão ou redução do IRPJ, e suspender o pagamento ou reduzi-lo.

A demonstração do lucro real relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes para fins de suspensão ou redução do imposto deverá ser transcrita na parte A do livro LALUR. É obrigatório o balanço anual, para fins de declaração de rendimentos.

O imposto de renda pago mensalmente pelo critério de estimativa deverá ser calculado mediante a aplicação dos seguintes percentuais sobre a receita bruta auferida nas atividades dos contribuintes:

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Quadro 04: Percentuais aplicados sobre a receita Bruta Percentual Ramo de Atividade

1,6% Revenda de combustível derivado de petróleo, revenda de álcool etil carburante, e revenda de gás natural;

8% Comércio e indústria, transporte e cargas, serviços hospitalares, venda de unidades, obras por empreitada como fornecimento de material, venda de produtos rurais, industrializados quando a matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem fornecidos pelo encomendante e outras não mencionadas nos demais percentuais;

16% Entidades financeiras e assemelhadas, empresas de arrendamento mercantil, seguradoras, cooperativas de crédito, entidades de previdência privada aberta, transportes de passageiros, exclusivamente prestadoras de serviços com receita bruta anual não superior a RS 120.000,00, exceto no caso de transporte de cargas, serviços hospitalares e sociedades civis de prestação de serviços legalmente regulamentada;

32% Prestação de Serviços, pelas sociedades civis, relativa ao exercício de profissões legalmente regulamentada; intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens imóveis, moveis e direitos de qualquer natureza ; construção por administração ou por empreitada, unicamente de mão-de-obra; prestação cumulativa e continua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de credito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direito creditório resultantes de vendas mercantis a prazo de serviços (factoring); prestação de qualquer outra espécie de serviço não-mencionada anteriormente.

Fonte: CRCRS (2007, p. 55)

Os contribuintes que exploram diversas atividades devem apurar a base de cálculo aplicando o respectivo percentual sobre as receitas brutas de cada uma das atividades. As receitas brutas devem ser acrescidas os ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos, excetuados os rendimentos ou ganhos tributados a título de aplicação financeira.

Das receitas brutas exclui-se o IPI, o ICMS devido pelo contribuinte substituto, no regime de substituição tributária: as vendas canceladas e as devoluções de vendas; os descontos incondicionais concedidos.

Com base na receita líquida (receita bruta menos as exclusões) aplica-se o percentual para obter-se o lucro estimado, e a este serão efetuados as adições, que

(39)

formarão a base de cálculo do imposto mensal a qual será aplicada a alíquota do imposto, mais a alíquota adicional se necessário.

2.8.3 Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL) – Lucro Real

A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, devida pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real que optarem pelo critério de recolhimento por estimativa, corresponderá a soma dos valores:

I – 12% da receita bruta (compreendendo receita bruta como o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, conforme o art. 31 da Lei 8.981/95) ou 32% para as prestadoras de serviços (conforme o art. 22 da Lei 10.684/03);

II – os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes da receita não abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta lei, auferidos naquele mesmo período (Lei 9.430/96, art. 30).

Segundo o artigo 37 da Lei 10.637/02, a alíquota a ser aplicada sobre a base de cálculo encontrada é 9%. Encontrada a CSLL devida, faz se as Deduções, que compreende a contribuição Social retida na fonte por órgãos públicos federais, e faz também as compensações de pagamentos indevidos ou a maior, o saldo negativo de período anteriores e as compensações com outros tributos/contribuições, originando-se a partir daí a CSLL a pagar.

2.8.4 Programa de Integração Social (PIS) – Lucro Real

Esta modalidade de tributação do PIS, com regra á partir de dezembro de 2002, aplica-se às empresas tributadas pelo Lucro Real (art. 2° IN SRF 209/2002), com exceção das Cooperativas, das instituições financeiras, entidades imunes, órgãos públicos, autarquias, fundações, empresas sujeitas a alíquotas diferenciadas e empresas sujeitas à substituição tributária.

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Segundo o artigo 1º da Lei 10.637/02, “a contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independente de sua denominação ou classificação contábil”. Portanto, alem do faturamento mensal fazem parte da base de cálculo às outras receitas, como por exemplo: aluguéis recebidos entre outras receitas classificadas na contabilidade.

Conforme o artigo 1,§ 3º da Lei 10.637/02, não integram a base de cálculo as receitas:

Decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas a alíquota zero; Auferidas pela pessoa jurídica revendedora (substituída), na revenda de mercadorias em relação as quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, a condição de substituta tributária;

De venda dos produtos de que tratam as Leis 9.990/2000 (refinarias, distribuidoras de álcool), 10.147/2000 alterada pela MP. 41 (medicamentos, acessórios), ou qualquer outras submetidas à incidência monofásica da contribuição;

Vendas canceladas;

Descontos Incondicionais concedidos; Reversão de provisões;

Recuperação de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas;

Resultado positivo de avaliação de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados na receita;

Receitas decorrentes de venda de ativo imobilizado (MP 107/2003); Receita financeira.

Conforme o art. 5º da Lei 10.637/2002, o PIS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de exportações de mercadorias para o exterior; prestação de serviços para pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no exterior, com pagamento de moeda conversível; e vendas a empresa comercial exportadora com fim especifico de exportação.

“Para a determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep, aplicar-se-á, sobre a base de cálculo apurada a alíquota de 1,65%”. Lei nº 10.637/02, art. 2º.

Do valor da contribuição para o PIS/Pasep apurado, a pessoa jurídica poderá deduzir créditos calculados sobre o valor das entradas de bens, produtos e serviços com a alíquota de 1,65%. O credito será calculado mediante a aplicação da alíquota de 1,65% sobre o valor:

(41)

- bens adquiridos para revenda;

- Bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes.

b) dos seguintes itens incorridos no mês:

- aluguéis de prédio, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades de empresa.

c) dos encargos de depreciação e amortização das seguintes bens, incorridos no mês:

- máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos

destinados à venda (a partir de 08/2004 para bens adquiridos à partir de 05/2004). d) dos seguintes bens, desenvolvido no mês:

- bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenham integrado faturamento do mês ou de anterior, e tributada conforme as regras vigentes.

e) energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica (Lei 10.637/2002, art. 3§ 1º).

2.8.5 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) – Lucro Real

A partir de 1º de fevereiro de 2004, entrou em vigor a nova forma de apuração da COFINS para as empresas tributadas pelo regime do Lucro Real. A forma não-cumulativa, assim como já visto com o PIS/Pasep, traz como seu contribuinte, segundo o art. 5º da Lei 10.833/03, a pessoa jurídica que auferir as receitas (como regra geral considera o regime de competência), com exceção dos casos especiais previstos na legislação.

A COFINS, conforme o artigo da Lei 10.833/03 tem como fato gerador o faturamento mensal, considerando-se como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação contábil, incluindo-se nesse conceito qualquer receita que a empresa tenha auferido no período. Assim, a base de calculo da COFINS, conforme a LEI 10.833/03 em seu artigo 1º, § 2º, é o

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