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Viabilidade da implantação de um projeto de pecuária leiteira em uma unidade de produção agrícola (UPA) no município de Bozano - RS

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VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO DE PECUÁRIA LEITEIRA EM UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA (UPA) NO MUNICÍPIO DE

BOZANO – RS

Ijuí – RS Julho de 2011

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HENRIQUE DEBONI SANDRI

VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO DE PECUÁRIA LEITEIRA EM UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO AGRICOLA (UPA) NO MUNICÍPIO DE

BOZANO – RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como um dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo, Curso de Agronomia do Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientador: Prof. Msc. Nilvo Basso

Ijuí

Estado do Rio Grande do Sul - Brasil Julho de 2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

HENRIQUE DEBONI SANDRI

VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO DE PECUÁRIA LEITEIRA EM UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA (UPA) NO MUNICÍPIO DE

BOZANO – RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca abaixo subscrita.

Ijuí, 27 de julho de 2011.

Prof. MSc Nilvo Basso ... DEAg/UNIJUÍ - Orientador

Eng. Agr. César Oneide Sartori ... DEAg/UNIJUÍ.

(4)

AGRADECIMENTOS

A Deus, que ao longo de minha caminhada esteve ao meu lado, iluminando e guiando os meus passos, sempre dando-me a força necessária para seguir em frente.

Aos meus pais Jardel Moacir e Kátia Regina, que sempre me apoiaram, incentivaram, e nas horas ruins e boas estiveram sempre ao meu lado, que não mediram esforços para que este sonho se concretizasse.

Ao meu irmão Eduardo, pela amizade e pelo apoio em todos os momentos.

A toda minha família, que sempre me transmitiram coragem e esperança em todas as minhas decisões.

Aos meus amigos pelos momentos de alegrias em passamos juntos, tenham a certeza de que nossa amizade será para sempre.

Aos caros colegas, por todos os momentos em que passamos juntos, compartilhando alegrias. Ao professor Nilvo, meu orientador, pela paciência, dedicação e empenho para a realização deste trabalho.

Aos demais professores, que no decorrer do curso, transmitiram seus conhecimentos, suas amizades e dedicação.

Enfim a todos que de uma maneira ou de outra me apoiaram nessa caminhada...

(5)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Calendário da oferta de alimentação ... 29

Quadro 2. Programa sanitário para vacas de leite ... 31

Quadro 3. Dieta alimentar das terneiras ... 31

Quadro 4. Plano de financiamento ... 35

(6)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Evolução do rebanho ... 29

Tabela 2. Orçamento do investimento inicial ... 33

Tabela 3. Receitas anuais da Unidade de Produção ... 33

Tabela 4. Síntese dos custos variáveis ... 34

Tabela 5. Custos fixos da Unidade de Produção ... 35

Tabela 6. Avaliação econômica ... 36

Tabela 7. Custo unitário e ponto de equilíbrio de produção ... 36

Tabela 8. Rentabilidade do investimento ... 37

(7)

BOZANO – RS

Henrique Deboni Sandri

Orientador: Prof. Msc. Nilvo Basso

RESUMO

O presente estudo traz uma proposta de analise da viabilidade técnica, econômica e financeira da implantação de uma unidade de produção leiteira no município de Bozano – RS. Atualmente esta propriedade encontra-se arrendada para terceiros e não conta com as estruturas necessárias para a produção de leite. Os dados foram obtidos através do método de enquete que consiste na coleta de dados e de informações por meio de entrevistas conduzidas pelo pesquisador junto ao sujeito que pode ser o agricultor ou alguém responsável pela unidade de produção. Foi tomada como referência para a construção do projeto de leite uma unidade de produção que se assemelha ao caso em estudo em termos de estrutura e de sistema de criação de leite pretendidos. Para a implantação do projeto foi previsto um investimento da ordem de R$ 375.000,00 em equipamentos e máquinas, bem como em instalações adequadas para a produção de leite com qualidade além da aquisição dos animais. Considerando todos os custos com pastagens e outros alimentos, manejo do rebanho, mão-de-obra e plano de financiamento o estudo evidenciou grande vantagem econômica da atividade leiteira, embora apresentando certo estrangulamento nos primeiros anos de implantação e exigindo um aporte de capital próprio para fazer frente à necessidade de investimento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 10

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 12

1.1 O MERCADO DE LEITE ... 12

1.1.1 Estrutura do mercado de leite no noroeste do RS ... 12

1.1.2 Conjuntura e tendência do preço do leite ... 13

1.2 PRINCIPAIS RAÇAS DE GADO LEITEIRO ... 14

1.2.1 Holandesa ... 14

1.2.2 Jersey ... 15

1.2.3 Girolando ... 15

1.2.4 Gir leiteiro ... 16

1.3 MANEJO DO GADO LEITEIRO ... 16

1.3.1 Sistema de produção extensivo a campo ... 16

1.3.2 Sistema de produção intensivo confinado ... 16

1.3.3 Sistema de produção intensivo semiconfinado ... 17

1.3.4 Sistema de produção intensivo a pasto ... 17

1.4 ADMINISTRAÇÃO POR PROJETOS ... 17

1.5 FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS ... 18

1.5.1 Preparação do projeto ... 18

1.5.2 Elaboração do projeto ... 19

1.5.3 A implantação e o acompanhamento do projeto ... 19

1.6 ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO PROJETO ... 20

1.6.1 Diagnóstico e justificativa do projeto ... 20

1.6.2 Estudo de mercado no projeto ... 20

(9)

1.6.4 Tamanho do projeto ... 22

1.6.5 Engenharia do projeto ... 22

1.6.6 Orçamento do projeto ... 22

2 MATERIAL E MÉTODOS ... 23

2.1 OBJETO DO ESTUDO ... 23

2.2 TIPO DE PESQUISA E A COLETA DE DADOS ... 23

2.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE ... 24

2.3.1 Viabilidade do ponto de vista econômico ... 24

2.3.2 Viabilidade na ótica da rentabilidade do investimento ... 24

2.3.3 Viabilidade financeira e capacidade de pagamento ... 25

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 27

3.1 ENGENHARIA, EQUIPAMENTOS E SISTEMA DE PRODUÇÃO DE LEITE ... 27

3.1.1 Construções ... 27

3.1.2 Equipamentos ... 27

3.1.3 Mão-de-obra ... 28

3.1.4 Descrição de rebanho... 28

3.1.5 Descrição do manejo do rebanho... 29

3.1.5.1 Planejamento alimentar ... 29

3.1.5.2 Manejo das vacas em lactação ... 30

3.1.5.3 Manejo das novilhas ... 31

3.1.5.4 Manejo das terneiras ... 31

3.1.5.5 Manejo das vacas secas e outros animais ... 32

3.2 ORÇAMENTO DO EMPREENDIMENTO ... 32

3.2.1 Investimentos ... 32

3.2.2 Previsão de receitas ... 33

3.2.3 Previsão de custos de produção ... 33

3.2.3.1 Custos variáveis ... 33

3.2.3.2 Custos fixos ... 34

3.2.4 Plano de financiamento ... 35

3.3 AVALIAÇÃO E ANÁLISE DA VIABILIDADE ... 35

(10)

3.3.2 Avaliação da rentabilidade do investimento ... 37

3.3.3 Avaliação da capacidade de pagamento do financiamento ... 38

3.3.4 Sensibilidade e riscos ... 38

CONCLUSÃO ... 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 42

(11)

INTRODUÇÃO

Segundo alguns analistas, o Brasil possui condições para tornar um grande exportador de lácteos, caso incremente as vendas para países como os do continente africano, Oriente Médio, boa parte da Ásia, México, Rússia e países vizinhos. Além disso, o mercado brasileiro também é muito amplo e melhorias na distribuição de renda em paralelo a marketing institucional podem contribuir para a expansão do consumo e sustentação do crescimento da oferta com rentabilidade aos produtores.

Duas características são marcantes na pecuária de leite brasileira: a primeira é que a produção ocorre em todo o território nacional. Existe informação de produção de leite em 554 microrregiões, das 558 consideradas pelo IBGE. A segunda característica é que não existe um padrão de produção. A heterogeneidade dos sistemas de produção é muito grande e ocorre em todas as unidades da federação. Existe desde propriedades de subsistência, sem técnica e produção diária menor que dez litros, até produtores comparáveis aos mais competitivos do mundo, com tecnologias avançadas e produção diária superior a 60 mil litros.

O presente trabalho tem como o tema o estudo de viabilidade de um projeto para implantação de um sistema de produção de leite e foi escolhido por ser uma atividade que se consolida na região, e que se ajusta ao dimensionamento da área. A propriedade escolhida para realizar o estudo está localizada no município de Bozano, RS e é de origem familiar, sendo que a mesma encontra-se atualmente arrendada para terceiros.

Com efeito, o objetivo principal do presente trabalho é analisar a viabilidade técnica, econômica e financeira de um projeto de implantação da produção leiteira em uma unidade de produção no Município de Bozano. RS. Para isso estabeleceu como objetivos específicos identificar as condições necessárias para a sua implantação, analisar a conjuntura e as perspectivas do mercado do leite, definir o sistema de produção de leite, elaborar projeto técnico (engenharia e processo de produção), elaborar o orçamento dos custos, investimentos

(12)

necessários e projeção de receita e por fim, calcular e avaliar os resultados do desempenho econômico e financeiro do empreendimento.

(13)

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1 O MERCADO DE LEITE

Poucos países se destacam na produção leiteira no mercado internacional, a maior produção de leite é obtida pelos Estados Unidos, seguidos da Índia, China, Federação Russa, Alemanha, Brasil, Nova Zelândia, Reino Unido e Ucrânia. Esses 10 países produzem 55% de toda produção leiteira mundial, sendo uma das principais atividades econômicas dentro de seus países, um aspecto positivo da situação atual é que o Brasil é um dos poucos países que possuem ainda possuem potenciais de aumentar sua produção.

Já no cenário brasileiro, Minas Gerais é o estado de maior produção leiteira, seguido do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Rondônia, Pernambuco e Mato Grosso. O Norte e o Nordeste não possuem uma produção significativa.

1.1.1 Estrutura do mercado de leite no noroeste do RS

Segundo Arbage, Peroni e Costa (apud FARINA; AZEVEDO; SAES, 1999), dentre as atividades da pequena propriedade, a bovinocultura de leite é uma das que conferem maior importância social e com significativa repercussão econômica para os agricultores, indústria e Estado.

Conforme o Relatório de Atividades da EMATER/RS ASCAR (2007), com médias do período 2001/05, cerca de 89 % das 2.337.997 toneladas de leite produzidas por ano no Rio Grande do Sul são oriundos de estabelecimentos menores que 100 hectares.

O noroeste do estado, onde as pequenas organizações participantes do caso estudado nesse trabalho se localizam, é responsável por aproximadamente 1/3 do leite produzido no estado.

A produção de leite faz parte da atividade rural desde a colonização do Rio Grande do Sul, sendo que o rebanho servia como fornecedor de alimentos, tração e para reserva de valor. A comercialização de leite remonta a participação estatal com a sucessão de laticínios. Primeiro o DEAL e posteriormente a CORLAC. No final da década de 1970 foi criada a Central Gaúcha de Leite (CCGL), organizada por um conjunto de cooperativas, que instalou uma grande planta industrial, com o objetivo de beneficiar o leite recolhido em várias cooperativas singulares espalhadas pelo estado.

(14)

Os pequenos produtores passaram a se integrar neste formato inter-organizacional e passaram, segundo ARBAGE (2004) por um período de coordenação hibrido baseados nos contratos bilaterais da empresa e cooperativas dos agricultores. O modelo chegou a ser responsável pelo recolhimento de 70% da produção estadual. Na década de 1990 com entrada de outros grandes laticínios (PARMALAT) e a alienação da CCGL pela AVIPAL S/A (Sistema ELEGÊ) houve a caracterização de um oligopsônio, com as duas empresas dividindo os mesmos 70% do volume comercializado no estado.

A partir do ano 2000, pela ação de políticas públicas regionais e mais tarde fortalecidas pelas dificuldades financeiras apresentadas em 2003 pela PARMALAT e a saída de cooperativas da CCGL do sistema ELEGÊ em 2004, pequenos produtores de leite da região noroeste do estado passaram a unir-se em organizações: cooperativas ou associações, como estratégia de agregação de valor pela comercialização conjunta e industrialização, na tentativa de manutenção na atividade e conquista de autonomia, dentro das possibilidades que o ambiente institucional permitia.

Em 2006 o cenário voltou a dar indicativos de mudanças: os investimentos da NESTLÉ e da EMBARÉ, e retomada da CCGL na industrialização, todos com plantas industriais em construção no noroeste do estado. Isso tornou a bovinocultura leiteira prioritária na pauta de discussões de agricultores, suas organizações e setor público, principalmente em termos das funções a desempenhar dos pequenos produtores no processo.

1.1.2 Conjuntura e tendência do preço do leite

Segundo Machado (2009), são excelentes as expectativas do mercado leiteiro no estado do RS para os próximos anos, com o início da operação de novas indústrias, ampliação de outras e fusões e aquisições que ocorreram no setor, o estado está com uma capacidade industrial instalada de aproximadamente 15 milhões de litros de leite/dia, ou seja, a produção atual precisa ser duplicada.

No Brasil, com o país saindo da crise e se fortalecendo, as operações para consolidação do setor lácteo podem ser retomadas, com novos investimentos e possível retomada da corrida por leite. Na Europa, com as empresas em condições mais estáveis, também é esperada uma nova onda de fusões e aquisições no setor, principalmente se analisarmos o cenário para os próximos 5 anos.

É evidente que há diversas variáveis que podem mudar essa previsão: se a crise tiver mais uma perna, como muitos acreditam, ou se a oferta de leite responder mais rapidamente

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ao aumento de preços do que o esperado, essa tendência de alta pode não se concretizar; se a oferta interna crescer significativamente nos próximos meses - o que não acreditamos - talvez demore mais para termos o alinhamento com os preços externos. E há sempre o aspecto cambial que, aparentemente, não trará grandes novidades.

1.2 PRINCIPAIS RAÇAS DE GADO LEITEIRO 1.2.1 Holandesa

Segundo o Catálogo Rural (2005), na região da Europa em que se situam os Países Baixos, encontravam-se bovinos domesticados há mais de dois mil anos. Estudos da história antiga revelaram que a pecuária constituiu sempre uma importante atividade na vida do povo holandês, desde o século XIII. Antes da segunda metade do século dezenove, o gado dos Países Baixos não estava diferenciado em raças.

A heterogeneidade da população bovina era conseqüência dos cruzamentos entre bovinos de diversas regiões ou importados da Alemanha e Dinamarca para cobrir as perdas resultantes de calamidades, como inundações e invasões do mar, antes da construção de diques. Começaram então os trabalhos de formação de raças mais definidas, cujo potencial leiteiro viria permitir volumosas exportações para a Inglaterra, Europa Continental e Américas.

Contrariamente ao pensamento geral, o gado Holandês não deve ser considerado uma raça exclusivamente leiteira, apesar de ter sido essa função econômica desenvolvida ao extremo. Embora as recordistas mundiais na produção leiteira sejam sempre representantes da raça Malhada de Preto, a velocidade de crescimento, o desenvolvimento do esqueleto e das massas musculares e, sobretudo, a capacidade de conversão de alimentos, são fatores muito favoráveis a essa raça, com relação à produção de carne.

A qualidade da carcaça é boa, devido ao desenvolvimento da massa muscular e pela escassa cobertura de tecido adiposo. Utilizam-se para o corte mais tourinhos jovens do que propriamente novilhos, sendo dispensada a castração, face à idade reduzida em que são encaminhados para os centros de matança. Na Inglaterra, na atualidade, utilizam-se muitos touros Frísios na padreação de fêmeas de raças especializadas na produção de carne, dando mestiços bons produtores de leite e possuidores de carne sem o excesso de gordura característico das raças britânicas. Outras vantagens da raça e seus mestiços: são dóceis, mansos, e já estão habituados ou acostumam-se facilmente a se alimentar no cocho.

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1.2.2 Jersey

Originário da pequena ilha de Jersey há séculos, pelo cruzamento de animais provenientes da Normandia e da Bretanha. É uma raça de reputação mundial, criada na Inglaterra, Austrália, Canadá, México, América Central, Japão e em muitos outros países, inclusive no Brasil.

A aptidão predominante é a manteigueira. É a mais econômica produtora de manteiga. Em média dá 3.300 Kg de leite com 5,01% de gordura. É a mais precoce das vacas leiteiras. Em geral a primeira cobertura é feita dos 15 aos 18 meses de idade. Sua longevidade é também bastante grande.

Nas regiões tropicais mostra elevada tolerância ao calor. As Jerseys são ativas no campo, muito sóbrias, aproveitando pastagens comuns.

Requerem um suprimento de alimentos concentrados relativamente maior que outras raças. Rústicas, adaptam-se com mais facilidade às regiões quentes e secas que outras raças maiores. É a raça preferida no Sul dos Estados unidos. É popular em quase todos os países produtores de lacticínios. No Brasil, aclima-se com facilidade nos Estados do Sul, inclusive em São Paulo, onde pode viver no campo; contudo, a estabulação durante algumas horas diárias é o regime indicado. É provavelmente a raça leiteira indicada para as mais variadas condições deste país (CATÁLOGO RURAL, 2005).

1.2.3 Girolando

Para a formação do Girolando é usado 5/8 holandês + 3/8 Gir, onde é possível conjugar a rusticidade do Gir e a produção do holandês, adicionando ainda características desejáveis das duas raças em um único tipo de animal, atribuindo um desempenho econômico muito satisfatório. Estes cruzamentos surgiram em meados da década de 40.

Responsável por 80% do leite produzido no Brasil é evidente a afinidade do Girolando com o tipo de exploração, propriedades, mercado e o produtor nacional. A bezerra Girolando ao nascer pesa em média 35 kg. A docilidade de sua mãe juntamente com outras qualidades maternais, torna sua raça a mais utilizada como receptora de embrião em nosso país.

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1.2.4 Gir leiteiro

A raça Gir é proveniente da Índia, ao sul da península de Catiavar e largamente criada no interior do continente. É uma raça mista, produtora de carne e com boa aptidão leiteira.

No passado, muitos criadores deram importância exclusiva a caracteres raciais, de menor importância econômica; depois, evoluíram para a seleção de rebanhos e linhagens dotados de maior capacidade produtiva, tanto para carne como para leite. As qualidades leiteiras das vacas são bastante pronunciadas. Tenta-se a seleção de uma variedade leiteira. Em alguns rebanhos a produção é regular em regime de meia estabulação. São vantajosos cruzamentos do Gir com raça leiteira mais especializada, como, por exemplo, a Holandesa. O bezerro é pequeno, mas muito resistente.

1.3 MANEJO DO GADO LEITEIRO

Segundo Jank (1999 apud LORO, 2010) os principais sistemas de produção de leite são:

1.3.1 Sistema de produção extensivo a campo

O sistema de produção extensivo a campo é aquele em que o produtor possui uma fração de terra, capital e mão-de-obra, coloca alguns animais numa determinada área, número de hectares de terra com pastos nativos, e retira o leite.

Neste sistema de produção, a alimentação é feita à base de pastagens nativas, portanto, o rendimento está atrelado apenas à fertilidade natural da terra e à produção sazonal das pastagens. As práticas de manejo do campo nativo limitam-se à realização da queima estacional para renová-los, não são usados fertilizantes e as fazendas são divididas, ou não, em potreiros onde os animais ficam continua ou alternadamente para o pastoreio.

1.3.2 Sistema de produção intensivo confinado

O sistema de produção intensivo confinado caracteriza-se pelo uso de gado especializado, capaz de ingerir mais de 40 kg de alimentos diariamente, convertendo-os em mais de 25 kg de leite e iniciando sua produção de leite em torno de 2 anos de idade com lactações persistentes e longas. Esse tipo de gado sofre muito com o calor, umidade e

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doenças. Estas condições requerem que se invista em alimentação adequada, alojamento, água à vontade e ambientação para os animais (JANK 1999 apud LORO, 2010). Esse sistema é também chamado de estabulado ou confinado, sendo a alimentação administrada no cocho. Os alimentos volumosos utilizados são, basicamente, silagem de milho e sorgo, pré-secado de azevém, aveia e feno; os concentrados são farelos, grãos e resíduos industriais.

1.3.3 Sistema de produção intensivo semiconfinado

O sistema intensivo semiconfinado é aquele no qual os animais ficam confinados com disponibilidade de alimentos e água e, em determinados momentos do dia, são levados a pasto, dependendo do sistema de manejo.

A alimentação básica é silagem de milho, sorgo e feno de boa qualidade, pré-secado de aveia e azevém e os concentrados são farelos e grãos.

No sistema semiconfinado, o pastoreio é rotativo, em pequenas áreas, com uso de cerca elétrica, ou divisórias fixas, e o pastejo é realizado de 1 a 2 dias em cada área ou piquete. A alimentação é administrada em cochos, sendo à base de fenos, silagens resíduos de colheitas, subprodutos agroindustriais e alimentos balanceados.

1.3.4 Sistema de produção intensivo a pasto

O sistema intensivo a pasto é aquele em que mais de 50% da matéria seca (MS) da dieta do animal vêm do pastejo. Pode ser com ou sem suplementação de volumosos e concentrados.

A produção de leite a pasto é de menor custo total, necessita menos mão-de-obra, equipamentos e máquinas.

1.4 ADMINISTRAÇÃO POR PROJETOS

A administração/intervenção por projetos visa desenvolver a gestão através da análise formal, facilitando a tomada de decisão estratégica por parte do administrador, e subsidiando o processo decisório nas questões táticas e operacionais numa perspectiva de implementação do projeto.

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Valeriano (2001) enfatiza a importância da administração/intervenção por projetos ao dizer que esse processo consiste em identificar problemas da organização como passíveis de serem resolvidos como se fossem projetos, podendo utilizar, para isso, ferramentas e processos desenvolvidos e eficientes em situações de extrema complexidade.

A importância da administração/intervenção por projetos se estende de forma agressiva para empresas que estão em constantes mudanças, ou estão em ambiente instável e de transformações. Neste sentido, as tomadas de decisões necessitam ser rápidas e fundamentadas em informações coerentes e atualizadas, ou seja, baseadas em um projeto.

Para Woiler e Mathias (1994), o projeto, num sentido lato, pode ser definido como qualquer propósito de ação definida e organizada de forma racional. Do ponto de vista do empresário privado, o projeto é o instrumento que permite avaliar as vantagens relativas no emprego de seus recursos (capital) face às possibilidades alternativas de investimento.

O projeto, portanto, é um instrumental técnico-administrativo elaborado através de procedimento lógico e racional, que permite avaliar e decidir sobre as alternativas de investimento e os efeitos em termos de rentabilidade e eficiência econômica e financeira, bem como, os impactos do ponto de vista social e ambiental.

1.5 FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

De acordo com Buarque (1991), as fases de um projeto compreendem em:

1.5.1 Preparação do projeto

O projeto começa com a identificação de um problema a ser resolvido ou com uma oportunidade de negócio a ser aproveitada. Advém daí a idéia de investir certa quantidade de capital na produção de certo bem ou serviço ou na modernização de setores da organização. Começa-se por caracterizar preliminarmente o produto, bem ou serviço numa macrolocalização provisória;

Inicia-se assim um estudo superficial, a partir do qual se podem traçar tendências gerais de procura potencial.

A engenharia pode iniciar seus estudos preliminares que permitem o conhecimento do nível tecnológico disponível e das necessidades de estruturas de funcionamento necessárias ao empreendimento projetado.

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Com esses dados provisórios, determina-se de forma ainda preliminar, o tamanho, os custos e receitas e planos de financiamento.

A fase da preparação termina com uma conclusão sobre a pré-viabilidade do empreendimento, suspendendo-se o estudo caso não satisfaz os objetivos ou inicia-se a fase seguinte que consiste na elaboração do projeto propriamente dita.

Tanto na preparação como na fase de elaboração do projeto é necessário decidir a cada momento se é necessário gastar mais tempo, esforço e dinheiro em realizar estudos mais refinados que reduzam as incertezas em torno do futuro empreendimento.

1.5.2 Elaboração do projeto

Envolve estudos mais aprofundados sobre cada etapa da preparação a começar pelo diagnóstico e justificativa do projeto que consiste na caracterização do problema a ser equacionado ou da oportunidade de negócio a ser aproveitada.

Com base no diagnóstico da situação que envolve o projeto estabelecem-se os objetivos e as metas que se deseja alcançar com o empreendimento e com o projeto. O passo seguinte envolve um rigoroso estudo do mercado cuja finalidade principal é dimensionar a demanda do produto ou serviço a ser ofertado. O estudo do mercado também deve determinar o passo seguinte que se refere à definição da localização e do tamanho do empreendimento.

Na engenharia do projeto aparecem os estudos da estrutura e do funcionamento do empreendimento e envolve desde as edificações até o itinerário técnico do processo produtivo. Com base no estudo do mercado e da engenharia elabora-se um orçamento detalhado com a previsão da necessidade de investimento, de custos e de ingressos (receitas) com o empreendimento. O orçamento serve de referencia para a avaliação econômica e para a análise da viabilidade do projeto encerrando assim a fase de elaboração.

1.5.3 A implantação e o acompanhamento do projeto

Constitui na operacionalização e na implantação propriamente dita do projeto ou do plano de negócios desenvolvido. Tendo em vista os objetivos e as metas estabelecidas a implantação e o acompanhamento se constituem em fase importante na medida em que permitem identificar possíveis erros e a sua correção.

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1.6 ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO PROJETO

Basso et al. (2010), baseado em Buarque (1991), sintetiza o processo de elaboração de projetos em seis etapas.

1.6.1 Diagnóstico e justificativa do projeto

O projeto é feito para resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade.

- A primeira pergunta que devemos responder é qual é o problema - oportunidade que o projeto busca solucionar;

- Para identificar problemas, necessidades e oportunidades devemos realizar um diagnóstico da situação atual;

- Isto significa que devemos compreender que processos estão se desenvolvendo nos diferentes campos da realidade: econômico, técnico, político, social, etc.

- Há de se considerar três dimensões básicas:

- temporal: este momento mas resgatando o passado recente; - espacial: abrangência em termos de área de interesse; - grupal: que grupo ou indivíduos estão envolvidos.

- IDÉIA CENTRAL: deve haver um fio condutor entre o projeto e o problema entre este e o diagnóstico. Somente assim o projeto estará voltado a solucionar um problema ou aproveitar uma oportunidade claramente definida e somente se o problema estiver claramente identificado pode-se esperar uma intervenção eficiente na realidade.

- Como os objetivos do diagnóstico procuram se estabelecer: - os problemas mais relevantes e suas causas;

- de onde surgem ou como surgem os problemas; - as medidas que permitem otimizar a situação atual;

- a evolução da situação atual se não houvesse uma intervenção. 1.6.2 Estudo de mercado no projeto

O estudo de mercado é a primeira etapa na elaboração de projetos, através da qual é determinada a necessidade de um bem ou serviço que se pretende ofertar.

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O estudo de mercado é determinante das demais etapas da elaboração, pois de nada adiantaria continuar com os estudos se, do ponto de vista do mercado, o empreendimento mostrar-se inviável.

O estudo de mercado é um instrumento fundamental para a determinação do tamanho e da capacidade de produção do projeto, além dos aspectos de localização.

No estudo de mercado é necessário analisar dados do passado, observar o comportamento no presente e projetar tendências.

A produção e a oferta de um bem ou serviço somente se justificam quando existem pessoas interessadas em consumir, portanto é indispensável que haja PROCURA OU DEMANDA.

É necessário que a procura seja superior à oferta dos demais produtores - concorrentes. Essa diferença entre procura e oferta chama-se DEMANDA INSATISFEITA e sua determinação é um dos principais objetivos do estudo de mercado.

1.6.3 Localização do projeto

A localização de um projeto é a situação espacial da parte física do investimento, não existindo, entretanto, uma solução científica para determinar a sua melhor localização, mas somente uma solução prática, em que são feitas comparações entre as variáveis disponíveis.

A escolha da localização é condicionada por fatores denominados forças locacionais, que nada mais são que os fatores de atração ou repulsão do projeto, conforme suas características.

De forma geral, o projeto pode localizar-se espacialmente em relação ao mercado do produto, ou em relação à fonte de matéria-prima, ou independentemente de ambos. Seja qual for a localização, estão envolvidos no processo os custos de transferência e de aquisição de insumos e fatores.

Assim, a localização do Projeto deve observar:

- o estudo do projeto deve definir claramente qual será a melhor localização possível para a unidade de produção;

- a melhor localização será a que permitir aumentar a produção e ao mesmo tempo reduzir os custos necessários para esta produção, elevando assim ao máximo os benefícios líquidos do projeto.

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1.6.4 Tamanho do projeto

É a capacidade de produção durante um determinado período de tempo que se considera normal para as características e o tipo de projeto em estudo. O tamanho de um projeto não pode ser menor do que o tamanho mínimo econômico do projeto, nem deve ser maior do que a demanda permitida pelo dinamismo do mercado.

1.6.5 Engenharia do projeto

Por engenharia do projeto entende-se a descrição e a quantificação do processo físico de produção, independentemente do setor do projeto em estudo.

Cada setor produtivo e cada projeto apresentam características próprias de engenharia. Isto obriga os técnicos a utilizarem diferentes metodologias e diferentes formas de apresentação da engenharia conforme o projeto. Entretanto, em geral, essas metodologias seguem um processo que consiste basicamente em quatro etapas:

- Ensaios e investigações preliminares;

- Seleção e especificação dos processos e dos equipamentos (seleção da tecnologia); - Projeto de constrição civil e infra-estrutura;

- Análise dos rendimentos.

1.6.6 Orçamento do projeto

É o detalhamento preciso de todos os itens previstos para a implementação do futuro empreendimento e tem como objetivo estimar o valor do INVESTIMENTO, dos CUSTOS e da RECEITA do Projeto. Trata-se de um levantamento físico e monetário dos meios de produção (terrenos, prédios, máquinas, equipamentos, veículos) do consumo intermediário (insumos, matéria-prima, produtos, energia e serviços), além da necessidade de mão-de-obra, do pagamento de impostos, taxas e de juros de financiamentos. Com essas informações sistematizadas é possível passar para a avaliação do Projeto.

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2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 OBJETO DO ESTUDO

A propriedade estudada esta localizada no Rincão das Figueiras, município de Bozano, RS. De propriedade do senhor José Wilson Sandri possui uma superfície total de 47 hectares, que encontra-se arrendada para terceiro desde 2005.

A unidade de produção não possui maquinário agrícola e as instalações são voltadas apenas para subsistência, sendo uma pocilga, um galinheiro, duas baias para cavalos, além de uma casa de empregado e a casa da família.

O relevo é levemente ondulado e o tipo solo é Latossolo Distroférrico Típico. A Superfície Agrícola Útil (S A U) é de 36,6 ha, sendo que destes 1,6 ha é potreiro e 35 ha de lavoura. A sede da UPA possui uma área de 0,4 ha e os 10 ha restantes são de área de reserva legal e mata nativa.

A UPA está localizada a 3 quilômetros da sede do Município e 40 quilômetros da empresa CCGL de Cruz Alta e 15 quilometros da empresa BRFoods de Ijuí, o que facilita o comércio do produto.

2.2 TIPO DE PESQUISA E A COLETA DE DADOS

A pesquisa pode ser definida como um “estudo de caso “sendo uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2001, p. 32).

Os dados foram obtidos através do método de enquete, que segundo Lima et al. (2005), consiste na coleta de dados e de informações por meio de entrevistas conduzidas pelo pesquisador junto ao sujeito que pode ser o agricultor ou alguém responsável pela unidade de produção.

Foi tomada como referência para a construção do projeto de leite uma unidade de produção estabelecida em Bossoroca, RS, com área de 33 ha e 47 vacas em lactação que se assemelha ao caso em estudo em termos de estrutura e de sistema de criação de leite pretendidos.

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2.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE

Os ângulos de avaliação e análise da viabilidade de um projeto segundo BUARQUE C. (1991) são três:

2.3.1 Viabilidade do ponto de vista econômico

Para avaliar o desempenho econômico do projeto foram adotadas as seguintes técnicas de análise:

- MARGEM BRUTA (MB): Representa a sobra operacional do Projeto a qual é obtida subtraindo-se do valor das receitas o valor dos custos variáveis.

Procedimento: MB = RB - CV

- RENDA LÍQUIDA (RL): Representa o resultado econômico líquido do Projeto, sendo, portanto, a parte do valor bruto a ser gerado no projeto que sobrará para remunerar o empresário proponente. Obtêm-se a Renda Líquida (RL) diminuindo da Margem Bruta (MB) os Custos Fixos (CF).

Procedimento: RL = MB - CF

- FLUXO ECONÔMICO DO PROJETO (Flec): Representa a contribuição anual do projeto em termos de disponibilidade monetária (saldo de caixa) sendo representado pelo valor da Renda Líquida anual acrescido do valor anual da depreciação do capital fixo (D).

Procedimento: Flec = RL + D

- FLUXO FINANCEIRO (FF) = Fluxo econômico descontado o valor do investimento inicial.

2.3.2 Viabilidade na ótica da rentabilidade do investimento

Sob a ótica da atratividade do capital investido foram utilizadas as seguintes medidas de análise:

- VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL): Trata-se da atualização dos valores projetados no futuro para os dias atuais. Sobre o Fluxo Econômico anual projetado aplica-se uma taxa de atualização (desconto) equivalente a remuneração do capital investido. Esta taxa de atualização deve corresponder ao custo de oportunidade do capital.

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- TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR): A TIR representa a rentabilidade do capital investido evidenciando, portanto, o ganho anual (taxa de juro) com a aplicação do capital no projeto. Serve para comparar diferentes projetos entre si e compará-los com a rentabilidade geral possível na economia (custo de oportunidade do capital).

Procedimento: Para encontrar a TIR utilizamos a mesma Fórmula do cálculo do VPL, alterando-se apenas a taxa, ou seja, quando o VPL apresentar um saldo positivo deve-se utilizar taxas crescentes na fórmula até que este saldo fique igual a zero. Quando o saldo do VPL for negativo devem-se empregar taxas decrescentes até o momento em que este for igual a zero.

- PERÍODO DE RETORNO DO CAPITAL (PRK): Representa o tempo (nº de anos) necessário para a recuperação do Capital investido, isto é, quanto tempo levará para retornar o dinheiro investido no projeto.

Procedimento: A forma mais simples de se obter o PRK, aproximado, é ir acumulando o valor do Fluxo Econômico do Projeto, isto é, adiciona-se a contribuição anual ao valor inicial (negativo) sendo que no ano em que este se tornar positivo o Capital estará recuperado.

2.3.3 Viabilidade financeira e capacidade de pagamento

Já na análise da capacidade de pagamento do financiamento do investimento adotou-se os seguintes procedimentos:

- AMORTIZAÇÃO DO CAPITAL (AM): Trata-se da devolução do montante de dinheiro financiado ao banco credor conforme as condições de pagamento pré-estabelecidas como: sistema de amortização (valor constante ou não) prazos, carência, número de parcelas

Procedimento: Valor Financiado / nº de anos ou parcelas

- JUROS (J): É o custo financeiro cobrado pelo agente credor referente a remuneração do dinheiro tomado emprestado segundo uma taxa pré estabelecida.

Procedimento: Juros = Valor do débito (capital) x taxa de juro do período

- PRESTAÇÃO (P): É o montante e cada parcela a ser pago ao agente credor, incluindo o valor do capital e os acréscimos correspondente ao juro.

Procedimento: Prestação = Amortização + Juros

- SALDO DEVEDOR (SD): É o valor da dívida que resta pagar após cada amortização do capital.

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- FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA (Flx Liq Cx): Representa o saldo final de caixa do projeto, ou seja, o valor anual disponível em caixa após efetuar pagamento de todos os encargos previstos na execução do orçamento do projeto.

Procedimento: Flx Liq Cx = Renda Líquida + Depreciação anual – Prestação Ou Fluxo Econômico – Prestação

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 ENGENHARIA, EQUIPAMENTOS E SISTEMA DE PRODUÇÃO DE LEITE 3.1.1 Construções

Para a estruturação e funcionamento do sistema de produção leiteiro foram previstas as seguintes edificações:

- construção de um galpão para armazenamento de produtos, e abrigo de máquinas e equipamentos. Este será construído de madeira com piso tendo dimensões de 15 m x 10 m, totalizando uma área de 150 m2;

- construção de dois silos tipo Trincheira de 37 m de comprimento com capacidade de 330 toneladas de silagem de milho por ano;

- uma sala de ordenha com compartimento para o resfriamento do leite. Ambos serão de alvenaria e as dimensões totais serão de 5 m x 12 m, com um total de 60 m2, sendo que 37,5 m2 será para a sala de ordenha e o restante, 22,5 m2, sala de resfriamento;

- contenções para a sala de ordenha;

- construção de um galpão de alimentação para as vacas em lactação. As dimensões são de 10 m x 20 m, toda em alvenaria;

- canzis de contenção para o galpão de alimentação de ferro galvanizado; - duas fossas esterqueiras revestidas com manta;

- cercas de cinco fios de arame liso com trama e palanque em todas as divisas da UPA; - cercas de um fio com choque elétrico para fazer os piquetes e dividir o pastejo rotativo.

3.1.2 Equipamentos

O projeto prevê a aquisição de todo o maquinário para a implantação da atividade leiteira assim descritos:

- um trator de médio porte usado em bom estado de conservação;

- uma semeadeira também usada para a semeadura das pastagens e do milho silagem; - um pulverizador novo de 600 l, com barras mecânicas;

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- uma carreta agrícola nova de 5 toneladas para o carregamento do milho cortado para silagem e carregamento de produtos para lavoura, bem como sementes, fertilizantes, inseticidas e herbicidas;

- uma ensiladeira usada para o corte de milho e produção de silagem; - uma desensiladeira nova mecânica e acoplada;

- uma roçadeira para o manejo da pastagem de Tifton;

- uma ordenhadeira automática com quatro conjuntos de teteiras;

- um resfriador de leite canalizado com capacidade de armazenamento de 1000 l; - equipamento cerca elétrica;

- cochos de águas para as vacas.

3.1.3 Mão-de-obra

A mão-de-obra será toda contratada composta de duas unidades de trabalho, com remuneração de salário prefixado, sendo que nos primeiros anos será de 1,5 salários mínimos, a partir do segundo ano que a produção aumenta, diminuem para 1 salário mínimo. Também serão remunerados através de comissão de três por cento sobre a produção bruta de leite dividida entre as duas unidades.

O projeto contará ainda com tempo parcial do proprietário que é Engenheiro Agrônomo para a assistência técnica e gerencial. A partir do segundo ano de funcionamento do projeto, será computado esse custo do proprietário a título de pró-labore.

3.1.4 Descrição de rebanho

A raça escolhida para o sistema de produção é holandesa por se tratar de um animal com alto potencial de rendimentos e adaptados a região.

Para começar a produção serão adquiridas 40 vacas em lactação, sendo que a meta é alcançar 44 vacas em lactação que ocorrerá a partir do 4º ano conforme a tabela 1, que segue.

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Tabela 1. Evolução do rebanho. Projeção de pesquisa.

Categoria/Ano Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9

Vacas Total 40 39 54 54 55 55 55 55 55 Vacas Lactação 32 31 43 44 44 44 44 44 44 Vacas Secas 8 8 11 11 11 11 11 11 11 Nascimentos 32 31 43 45 45 45 45 45 45 Terneiras 16 16 22 20 18 23 23 23 23 Novilhas 0 16 14 23 22 22 23 22 23 Venda Novilhas 0 0 7 10 10 9 11 10 8 Vacas Descarte 0 0 5 11 11 11 11 11 11 Mortes 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Total Rebanho 55 70 77 76 73 79 78 78 81

3.1.5 Descrição do manejo do rebanho 3.1.5.1 Planejamento alimentar

A ênfase na alimentação do rebanho previsto será o sistema de produção a pasto com complementação de silagem e suplementação com ração concentrada.

O manejo alimentar do rebanho esta mostrado no quadro 1, e identifica os tipos de alimentos que os animais receberão e os meses que eles receberão.

Pastagem/mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Silagem Aveia e Azevém Azevém/Tifton Tifton Milheto Sorgo Concentrado

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Para suprir as exigências alimentares conforme o cronograma anterior previu-se um planejamento forrageiro que compreende para o verão 5 hectares de milheto, 5 hectares de sorgo e mais 15 hectares de milho que será usado para fazer a silagem. O rebanho contará com mais dez hectares de pastagem perene com tifton que será implantada em agosto do primeiro ano, e só poderá ser ofertada a partir do segundo ano.

No inverno a pastagem será de aveia consorciada com azevém em 20 hectares e mais 10 hectares de azevém sobressemeado em tifton. Todas as pastagens, tanto no inverno como no verão, serão manejadas com pastejo rotativo, sendo que as áreas serão todas piqueteadas.

Nos meses de Abril e Maio, prevemos o vazio forrageiro onde diminuem a oferta de forragem. Este déficit de alimento é compensado com o aumento de concentrados e silagem.

3.1.5.2 Manejo das vacas em lactação

É de extrema importância que as vacas em lactação estejam saudáveis e bem alimentadas, para que produzam leite de qualidade nutricional e sanitária sendo que o seu destino é para alimentação humana. As vacas em lactação após ordenha serão conduzidas ao galpão de alimentação nos sistemas de canzil.

Recomenda-se para um animal de 3% do PV de MS, uma quantidade de matéria seca de 15 kg, sendo que destes, 3 kg serão de concentrados, 5 kg de silagem e o restante da pastagem consumida. Nas épocas de vazios forrageiros esses valores deverão ser alterados, para que se possam suprir as necessidades dos animais. O sal mineral será oferecido na quantidade de 80 gr por cabeça por dia.

A partir do quinto ano a projeção de valores de produção é aumentada, conseqüentemente aumentando também a quantidade da dieta dos animais

Depois da alimentação os animais são conduzidos aos piquetes, que serão manejados de acordo com a época do ano devido à oferta de forragem. À tarde os animais retornarão para a sala de espera onde aguardarão a segunda ordenha do dia, após irão para as pastagens até a ordenha da manhã.

Os medicamentos serão aplicados conforme a necessidade eventual e as vacinas conforme o programa de vacinação do MAPA apresentados no Quadro 2.

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VACINAS

BRUCELOSE* Fêmea 3 – 8 meses de idade (apenas 1 dose) – Sorologia semestral

FEBRE AFTOSA** Vacina a partir 3º - 6º mês. Reforço anual. TESTE

TUBERCULOSE Tuberculinização semestral

Quadro 2. Programa sanitário para vacas de leite. (MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

*Animal deve ser marcado

** Estados que exigem vacinação (MAPA)

3.1.5.3 Manejo das novilhas

As novilhas passarão os dias nas pastagens e receberão complementação de feno e silagem e concentrado uma vez ao dia. A dieta fornecida é de 2 kg/cab/dia de concentrado.

Serão inseminadas a partir de um ano e três meses de idade ou quando atingirem maturação sexual e condições corporais adequadas.

3.1.5.4 Manejo das terneiras

Durante o período de 8 semanas as terneiras ficarão em casas de abrigo. A alimentação das terneiras será fornecida conforme esta demonstrado no quadro 3. A partir da 8ª semana serão manejadas como as novilhas.

Tempo Colostro Leite Água Concentrado Volumoso

1º dia

8-10% do

PV 8-10% do PV Não Não Não

2º dia 3º dia 2° semana Não 8-10% do PV À vontade À vontade 18-20% PB 75% NDT À vontade Feno de Tifton 3º semana 4º semana 5º semana 6º semana

7º semana 8-10% 1x/dia Limite 2 kg

8º semana Desaleitamento

Quadro 3. Dieta alimentar das terneiras. (Departamento de Zootecnia da UFSM).

Até os trinta dias de vida das terneiras deve-se realizar o mochamento (queima do anel córneo) das terneiras para facilitar o manejo na produção.

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Os medicamentos utilizados no manejo das terneiras serão de acordo com a necessidade. E devem ser utilizados aditivos na ração associadas a dietas balançadas para que se evite doenças metabólicas, exemplo, acidose, cetose, laminite, diarréias em geral.

Os terneiros machos serão vendidos ou abatidos.

3.1.5.5 Manejo das vacas secas e outros animais

As vacas secas receberão alimentação conforme o período em que estão, serão dividas em dois sub-períodos, o de manutenção e o pré-parto. O período de manutenção dura em média 4 semanas, e o período de pré-parto dura em torno de 30 dias.

Na manutenção as alimentações com concentrados e volumosos serão restringidas, fornecendo apenas água. Depois da secagem completa as vacas deverão ser conduzidas a pastagens pobres de qualidade e ou com baixa oferta de forragem. Ainda no período de manutenção volta-se a conduzir as vacas para pastagens com boa oferta de forragem de qualidade boa.

No período de pré-parto volta-se a oferecer concentrado especiais e próprios para as vacas. A quantidade de concentrado a ser fornecida deverá se situar entre 3 e 5 kg por vaca/dia.

As vacas de descarte serão alimentadas nas pastagens e receberão feno de tifton até estiverem a ponto de serem abatidas ou vendidas.

3.2 ORÇAMENTO DO EMPREENDIMENTO 3.2.1 Investimentos

A soma do total de investimento do empreendimento é de R$ 374.068,00 (tabela 2), sendo que deste montante, R$ 122.800,00 são para as instalações, R$ 111.750,00 para a aquisição dos equipamentos e máquinas, o para a compra dos animais foi previsto o valor de R$ 120.000,00. Para a construção das cercas estabeleceu um valor de R$ 10.688,00 envolvendo o custo para cercar as divisas e a cerca elétrica para dividir os piquetes. Esta previsto também, o custo do licenciamento da atividade junto a órgãos responsáveis que é obrigatório para a regulamentação da UPA. Por fim, o custo de implantação da grama tifton foi orçado em de R$ 8.030,00. O apêndice A apresenta o detalhamento do orçamento do investimento.

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Tabela 2. Orçamento do investimento inicial. Projeção da pesquisa. I T E N S Valor Total Instalações 122.800,00 Máquinas e Equipamentos 111.750,00 Animais 120.000,00 Cercas 10.688,00 Implantação de Tifton 8.030,00 Licenciamento Ambiental 800,00 T O T A L 374.068,00 3.2.2 Previsão de receitas

As receitas ficarão por conta da venda de leite, venda de feno de tifton, venda de novilhas, e venda de descartes, que são as vacas e os machos que nascerem. A tabela 3 mostra a evolução das receitas conforme os anos.

Tabela 3. Receitas anuais da Unidade de Produção. Fonte: Dados da pesquisa.

I T E N S / A N O Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9

Vacas Lactação 32 31 43 44 44 44 44 44 44

Produção dia (l) 22 25 25 25 28 28 28 28 28

Produção mensal (l) 21.120 23.424 32.462 32.637 37.071 36.814 37.280 36.981 36.741

Produção anual (l) 256.960 284.992 394.952 397.078 451.032 447.900 453.571 449.930 447.019

Preço por litro 0,65 0,70 0,70 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75

Receita bruta anual 167.024,00 199.494,40 276.466,53 297.808,59 338.274,30 335.925,24 340.177,99 337.448,19 335.264,35 Receita venda de feno - - 7.500,00 7.500,00 7.500,00 7.500,00 7.500,00 7.500,00 7.500,00 Receita venda novilha - - 10.500,00 20.000,00 6.000,00 18.000,00 22.000,00 20.000,00 16.000,00 Receita vaca descarte - - 4.328,24 1.600,00 8.826,47 8.765,17 8.876,14 8.804,91 8.800,00 Total Receita 167.024,00 199.494,40 298.794,78 326.908,59 360.600,76 370.190,41 378.554,13 373.753,10 367.564,35

3.2.3 Previsão de custos de produção 3.2.3.1 Custos variáveis

Foram orçados todos os custos de produção para o funcionamento da unidade de produção, incluído os custos variáveis para a produção de milho, os custos variáveis para a formação da pastagem de inverno com aveia e azevém, para a formação da pastagem de sorgo

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e milheto, os custos do Azevém sobressemeado em Tifton e para a manutenção da pastagem de tifton, todos apresentados no Apêndice C.

Ainda para completar o orçamento dos custos variáveis de produção de leite foi previstos os demais gastos com a atividade leiteira, como e suplementos, medicamentos, consertos entre outros.

Na tabela 4 mostra-se uma síntese com todos os custos variáveis na UPA.

Tabela 4. Síntese dos custos variáveis. Fonte: Dados da pesquisa.

I T E N S Valor Total Valor Total/ha

Milho Silagem 15.892,50 1.059,50 Aveia e Azevém 9.920,00 496,00 Sorgo e Milheto 6.997,50 699,75 Azevém em Tifton 4.172,50 417,25 Manutenção de Tifton 2.107,50 210,75 Outros Custos 131.570,89 - T O T A L 183.421,29 -

Os custos variáveis da UPA são obtidos com os cultivos de pastagens, manutenções de pastagens e equipamentos, e alimentação do rebanho. Variam de acordo com a escala de produção com relação direta, se a escala aumenta, aumentam os custos. O somatório dos custos variáveis da UPA quando a produção é estabilizada será de R$ 183.421,29.

3.2.3.2 Custos fixos

Os custos de produção fixos como pagamento de salários, obrigações trabalhistas, depreciação entre outros somaram um valor de R$ 58.732,27 como mostra a tabela 5 que segue.

O pagamento da mão-de-obra nos primeiros dois anos é de 1,5 salários mínimos e 3 % sobre a produção de leite, porque a produção nesses anos é baixa. Já a partir do terceiro ano a produção aumenta consequentemente à comissão também. Sendo que o salário diminui para 1 salário mínimo por unidade de trabalho, não alterando significativamente o valor total do custo fixo.

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Tabela 5. Custos fixos da Unidade de Produção. Dados da Pesquisa.

I T E N S Quantidade Unidade Preço

Unitário Valor Total Pagamento Mão-de-obra 13 Mês 1.080,00 14.040,00 Comissão Funcionários 3 % sobre a prod. 330.000 10.148,23 Encargos Sociais 2 642,00 1.284,00 Pró-labore 13 Mês 2.000,00 26.000,00 Depreciação 9.707,00 Total 61.179,23 3.2.4 Plano de financiamento

O financiamento a ser aderido para a implantação da UPA leiteira é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), este porém permite até duas unidades de mão-de-obra contratada. Pode ser financiado o montante de R$ 130.000,00 por Cadastro de Pessoa Física, sendo que serão utilizados dois cadastros.

O plano proposto pelo governo através do PRONAF é mostrado no quadro 4 que segue.

Taxa de Juros 2 % ao ano

Carência 3 anos

Prazo para Pagamento Até 12 anos

Quadro 4. Plano de financiamento. (Banco do Brasil).

3.3 AVALIAÇÃO E ANÁLISE DA VIABILIDADE 3.3.1 Avaliação econômica

Com a tabela 6 que segue podemos ver que a renda líquida no primeiro ano de produção é negativa, no segundo, terceiro e quarto ano a renda liquida aumenta e do quinto ano em diante a mesma se estabelece.

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Tabela 6. Avaliação econômica. Fonte: Dados da pesquisa.

ANOS RB CV MB CF CT RL RL/MÊS 1 167.024,00 134.491,01 32.532,99 35.179,23 169.670,23 (2.646,23) (220,52) 2 199.494,40 141.078,18 58.416,22 61.179,23 202.257,41 (2.763,01) (230,25) 3 298.794,78 175.894,31 122.900,00 61.179,23 237.073,54 61.721,24 5.143,44 4 326.908,59 183.421,29 143.487,30 61.179,23 244.600,52 82.308,07 6.859,01 5 360.600,76 183.421,29 177.179,47 61.179,23 244.600,52 116.000,24 9.666,69 6 370.190,41 183.421,29 186.769,12 61.179,23 244.600,52 125.589,89 10.465,82 7 378.554,13 183.421,29 195.132,84 61.179,23 244.600,52 133.953,61 11.162,80 8 373.753,10 183.421,29 190.331,81 61.179,23 244.600,52 129.152,58 10.762,72 9 367.564,35 183.421,29 184.143,06 61.179,23 244.600,52 122.963,83 10.246,99 10 367.564.35 183.421,29 184.143,06 61.179,23 244.600,52 122.963,83 10.246,99 TOTAL 3.210.448,88 1.735.412,53 1.475.036,35 585.792,29 2.321.204,82 889.244,06 - % 100 54,06 45,94 18,25 72,30 27,70

A renda líquida no segundo ano é negativa e maior do que a do primeiro ano, pois entrarão os custos de ração com as novilhas que não existe no primeiro ano.

O custo unitário e o ponto de equilíbrio permitem mostrar o quanto é preciso ser produzido para que o custo total seja totalmente pago, se o ponto de equilíbrio atingir e passar a produção terá uma renda liquida negativa, como ocorreu no primeiro ano do projeto. Se a produção for maior que o ponto de equilíbrio, como nos mostra a tabela 7, a renda liquida será positiva.

Tabela 7. Custo unitário e ponto de equilíbrio de produção. Fonte: Dados da pesquisa.

Períodos Custo Unitário Preço Ponto de Equilíbrio Produção/mês

ANO 1 0,52 0,65 21.752 21.120

ANO 2 0,71 0,70 24.078 23.424

ANO 3 0,62 0,70 28.223 32.462

ANO 4 0,61 0,75 27.177 32.637

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3.3.2 Avaliação da rentabilidade do investimento

A implantação do projeto se mostrou significativamente atrativa, pois o capital é alto, e a tabela 8 mostra que o retorno do capital investido se dará entre o 5º e o 6º ano de produção. O quadro 5 que segue mostra que a TIR é maior que 12 %, sendo um desempenho apenas satisfatório considerando o elevado valor do investimento.

Nesses cálculos estão inclusos os valores financiados e o valor investido com capital próprio.

Tabela 8. Rentabilidade do investimento. Fonte: Dados da pesquisa.

ANOS Fluxo Econ. Fluxo Finan. V P L T I R P R K

0 0 (374.068,00) (374.068,00) (374.068,00) (374.068,00) 1 (2.646,23) (376.714,23) (2.362,71) (2.322,11) (376.714,23) 2 (2.763,01) (379.477,24) (2.202,65) (2.127,61) (379.477,24) 3 61.721,24 (317.756,01) 43.931,96 41.705,92 (317.756,01) 4 82.308,07 (235.447,94) 52.308,27 48.804,49 (235.447,94) 5 116.000,24 (119.447,69) 65.821,65 60.357,42 (119.447,69) 6 125.589,89 6.142,20 63.627,75 57.343,05 6.142,20 7 133.953,61 140.095,81 60.593,81 53.670,40 8 129.152,58 269.248,39 52.162,56 45.408,58 9 122.963,83 392.212,22 44.341,99 37.937,31 10 122.963,83 515.176,06 39.591,06 33.290,54 T O T A L 889.244,06 - 43.745,69 0,00

Taxa de Remuneração do Capital 12 %

T I R 13,96 %

P R K Entre o 5º e 6º ano

Quadro 5. Índices de rentabilidade do investimento. (Dados da pesquisa.)

(39)

3.3.3 Avaliação da capacidade de pagamento do financiamento

Na tabela 9 que segue aparece a simulação do financiamento do capital, onde podemos ver que a amortização do valor financiado só é paga a partir do quarto ano de produção, pois o plano de financiamento nos prevê um período de 3 anos de carência.

No final dos 12 anos podemos ver um saldo de caixa de R$ 833.57,73, o que também torna a atividade atrativa para implantação.

Tabela 9. Cálculo do financiamento. Fonte: Dados da pesquisa.

ANOS Valor

Finan.

Amortização Juros Prestação Saldo Devedor Saldo Caixa 0 260.000,00 - - - 260.000,00 0,00 1 260.000,00 - 5.200,00 5.200,00 260.000,00 (7.223,73) 2 260.000,00 - 5.200,00 5.200,00 260.000,00 (21.590,11) 3 260.000,00 - 5.200,00 5.200,00 260.000,00 56.521,24 4 260.000,00 - 5.200,00 34.088,89 231.111,11 48.219,18 5 231.111,11 28.888,89 4.622,22 33.511,11 202.222,22 82.489,13 6 202.222,22 28.888,89 4.044,44 32.933,33 173.333,33 92.656,56 7 173.333,33 28.888,89 3.466,67 32.355,56 144.444,44 101.598,05 8 144.444,44 28.888,89 2.888,89 31.777,78 115.555,56 97.374,81 9 115.555,56 28.888,89 2.311,11 31.200,00 86.666,67 91.763,83 10 86.666,67 28.888,89 1.733,33 30.622,22 57.777,78 92.341,61 11 57.777,78 28.888,89 1.155,56 30.044,44 28.888,89 92.919,39 12 28.888,89 28.888,89 577,78 29.466,67 0,00 93.497,17 T O T A L 0,00 260.000,00 41.600,00 301.600,00 833.571,73 3.3.4 Sensibilidade e riscos

Para se verificar o grau de incertezas e riscos foi simulada uma redução no preço do litro de leite em R$ 0,05 e o projeto ainda se mostrou viável, porém não atrativo, pois obtivemos uma queda na TIR de 5 %, passando para 9,28 %. O período de retorno do capital

(40)

(PRK) fica entre o 6º e o 7º ano. E ainda, podemos ver que o saldo de caixa no primeiro e segundo ano de produção fica ainda mais negativo.

(41)

CONCLUSÃO

A principal questão que norteou este estudo foi avaliar em que medida a implantação de uma unidade de produção leiteira é viável em uma propriedade rural.

De acordo com a evolução da atividade, constata-se que o projeto estabiliza do ponto de vista técnico e econômico a partir do quinto ano, propiciando uma renda liquida anual que ultrapassa a casa dos R$ 120.000,00.

A dificuldade maior reside nos primeiros anos quando a renda é negativa, pois o rebanho encontra-se na fase inicial de produção, com rendimentos abaixo do potencial. Já no terceiro ano observa-se uma melhora significativa no desempenho superando o valor da renda usufruída pelo arrendamento.

Sob a ótica do retorno sobre o capital investido o projeto não apresenta alta rentabilidade e recomenda analisar alternativas de investimento antes de decidir pela aposta na atividade. Na questão do financiamento o estudo evidenciou dificuldades de caixa nos primeiros dois anos.

Para que um projeto desta natureza tenha viabilidade algumas condições são essenciais:

- a necessidade de uma entrada de capital próprio da ordem de R$ 115.000,00 para complementar o valor do financiamento.

- a necessidade de seleção e qualificação de mão-de-obra contratada, a qual deve ter uma remuneração que considera além do salário fixo uma participação da produção, diminuindo assim a rotatividade de empregados, o que é muito comum nessa atividade;

- deve-se fazer um planejamento de mão-de-obra considerando a necessidade de plantões aos finais de semana para folgas dos contratados;

- a necessidade de uma supervisão direta de um responsável técnico e de um sistema de planejamento e acompanhamento da atividade;

(42)

- animais adaptados à região com procedência e desempenhos comprovados.

O estudo pretendeu aliar o interesse acadêmico para conclusão do curso com o interesse privado, tendo cumprido plenamente os objetivos propostos com o trabalho, fornecendo os subsídios necessários para futuras decisões.

(43)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BASSO, Nilvo. Apostila de planejamento e projetos. 2010.

BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

CATÁLOGO RURAL. 2005. Disponível em: <http://www.agrov.com/animais/bovinos>. Acesso em: 22 jun. 2011.

EMATER. Rio Grande do Sul/ASCAR. Relatório de atividades da MATER/RSASCAR: 2006. Porto Alegre, 2007.

FARINA, M. M.; AZEVEDO, P. F.; SAES, M.S.S. Competitividade, mercado, estado e organizações . São Paulo: Singular, 1999.

LIMA, A. P. de et al. Administração da unidade de produção familiar. Modalidades de Trabalho com Agricultores. Ijuí: Ed. Unijuí. 2005.

LORO, Vagner Aloisio. Análise econômica da atividade leiteira no IRDeR/DEAg/UNIJUI. Monografia (Graduação em Agronomia) - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2010.

MACHADO, João Carlos Fagundes. Entrevista, 2009. Disponível em: <http://www.qualidadeanimal.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=207: atividade-leiteira-e-de-extrema-importancia-para-o-desenvolvimento-do-rs&catid=1:latest-news&Itemid=50>. Acesso em: 10 jul. 2011.

VALERIANO, D.L. Gerenciamento estratégico e administração por projetos. São Paulo: Makron Books, 2001.

WOILER, S.; MATHIAS, W.F. Projetos: planejamento, elaboração, análise. São Paulo: Atlas, 1994.

(44)
(45)

APÊNDICE A INVESTIMENTOS

Instalações Valor Duração Depreciação Sala de ordenha 35.000,00 30 1.050,00 Sala resfriamento de leite 10.000,00 30 300,00 Contenções da sala de ordenha 6.600,00 30 198,00 Galpão de alimentação 35.200,00 30 1.056,00 Canzis de Contenção 8.000,00 30 240,00

Silos 3.000,00 50 54,00

Galpão para depósito 20.000,00 25 720,00 Fossas esterqueiras 5.000,00 20 225,00

Total 122.800,00 3.843,00

Equipamentos

Trator médio porte 23.000,00 20 920,00 Semeadeira milho/pastagens 16.000,00 15 853,33 Pulverizador 10.200,00 15 544,00 Carretão Agrícola 5.500,00 20 220,00 Ensiladeira 5.000,00 15 266,67 Deseinsiladeira 18.000,00 15 960,00 Ordenhadeira 12.000,00 12 800,00 Roçadeira 4.800,00 12 320,00 Resfriador canalizado 15.000,00 15 800,00 Cochos de água 2.250,00 10 180,00 Total 111.750,00 5.864,00 Rebanho 40 Vacas 120.000,00 Cercas 10.688,00 Licenciamento 800,00 TOTAL 374.068,00

(46)

APÊNDICE B

CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DE SILO Fatores pré-determinantes:

Número de animais e tipo: 61 vacas Peso médio do grupo: 370 kg

Nível de suplementação: 1% (1 kg de MS de silagem/100 kg de PV) Teor de MS da silagem: 30 %

Período de suplementação: 365 dias Perdas: 20% Densidade da silagem: 500 kg/m3 Cálculos: a) Consumo de MS de silagem/vaca/dia: 100 kg de PV --- 1 kg de MS de silagem 370 kg de PV --- X X = 3,7 kg de MS de silagem/vaca/dia b) Consumo de MV de silagem/vaca/dia:

100 kg de silagem verde (MV) --- 30 kg de MS de silagem X --- 3,7 kg de MS de silagem/vaca/dia

X = 12,33 kg de MV de silagem/vaca/dia 1 - Consumo total de silagem pelos animais:

Número de animais x período de suplementação x consumo diário de silagem 61 x 365 x 12,33

Consumo total = 274.528 kg de silagem

2 – Total de silagem a ser armazenada no silo: Consumo total + perdas

274.528 + 54905,6

Total de silagem = 329.434 kg de silagem 3 – Volume do silo:

Total de silagem a ser armazenada/densidade da silagem 329434/500

Volume do silo = 659 m3

4 – Definição das bases e área frontal do silo: b = 4,5 m B = b + 0,5 x h B = 4,5 + 0,5 x 1,5 B = 7,5m A = [(B + b)/2] x h A = [(7,5 + 4,5)/2] x 1,5 A = 9 m2

(47)

5 – Fatia diária a ser retirada do silo: Volume do silo = Área x Comprimento Comprimento do silo = Volume/Área Comprimento do silo = 659/9

Comprimento do Silo = 74 m

Comprimento do silo = Fatia x período de suplementação Fatia = Volume do silo / (Área x período de suplementação) Fatia = 659 / (9 x365)

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