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Vestuário modular ambivalente

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Academic year: 2021

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JEAN CARLOS CARDOSO FANTUCI

VESTUÁRIO MODULAR AMBIVALENTE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APUCARANA 2017

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VESTUÁRIO MODULAR AMBIVALENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito à obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Apucarana

Orientador: Me. Tamissa Juliana Barreto Berton

APUCARANA 2017

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CODEM – Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 231 Vestuário Modular Ambivalente

por

JEAN CARLOS CARDOSO FANTUCI

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos dezenove dias do mês de junho do ano de dois mil e dezessete, às dezenove horas e trinta minutos, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O candidato foi arguido pela banca examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca examinadora considerou o trabalho aprovado.

_____________________________________________________________ PROFESSORA TAMISSA J. B. BERTON – ORIENTADORA

______________________________________________________________ PROFESSORA PATRICIA A. ALMEIDA – EXAMINADORA

______________________________________________________________ PROFESSORA RAQUEL R. ANDRADE – EXAMINADORA

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”. FOLHA DE APROVAÇÃO

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Aos meus pais, à minha orientadora Me. Tamissa Juliana Barreto Berton, às professoras Me. Rosimeiri Naomi Nagamatsu, Me. Gisely Andressa Pires, Me. Josiany Oenning e aos meus amigos.

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FANTUCI, Jean Carlos Cardoso. Vestuário Modular Ambivalente. Trabalho de Conclusão de Curso, Tecnologia em Design de Moda, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Apucarana – PR, 2016.

Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento do vestuário contemporâneo com ambivalência de gênero, tendo como recurso a modelagem para a elaboração de produtos de moda modulares. O estudo se estrutura através da pesquisa bibliográfica dos conceitos de gênero, sexo, histórico do unissex na moda, conceitos de ergonomia, antropometria, modelagem, compreensão do vestuário transformável e vestuário modular para o desenvolvimento de uma marca.

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FANTUCI, Jean Carlos Cardoso. Modular Clothing Ambvalent. Final Paper, Technology Course in Fashion Design, Federal Technological University of Paraná. Apucarana – PR, 2016.

This paper adresses the comtemporary genderless clothing development and modeling for conception of modular fashion products. This work is structured from the literature of gender concepts, sex, unisex history in fashion, ergonomics concepts, anthropometry, modeling, knowledge of transformable clothes, modular clothes and anthropometric survey for the development of a fashion brand.

Key Words: Modeling. Modular. Fashion unissex. Gender ambivalence.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Imperatriz Teodora/ Vestimenta Bizantina. ... 18

Figura 2 - Le Smoking, Yves Saint Laurent. ... 20

Figura 3 - Tipos físicos. ... 24

Figura 4 – Conjunto de diagramas de modelagem plana ... 26

Figura 5 - Exemplo de moulage. ... 26

Figura 6 – Exemplo de vestuário que pode ser convertido em objeto. Hussein Chalayan saia-mesa. Inverno 2000. ... 29

Figura 7 - Produção do produto modular. ... 30

Figura 8 - Vestido modular Blessus. ... 31

Figura 9 - Calça Bermuda. ... 32

Figura 10 – Looks com neutralidade de gênero. ... 40

Figura 11 - Logo da marca. ... 43

Figura 12 - Tag. ... 45

Figura 13 - Público-alvo. ... 47

Figura 14 - Painel Contra a corrente ... 49

Figura 15 - Painel semântico ... 50

Figura 16 - Cartela de cores ... 52

Figura 17 - Cartela de materiais ... 52

Figura 18 - Silhuetas/Shapes. ... 53 Figura 19 - Look 1. ... 54 Figura 20 - Look 2. ... 55 Figura 21 – Look 3. ... 56 Figura 22 - Look 4. ... 57 Figura 23 - Look 5. ... 58 Figura 24 - Look 6. ... 59 Figura 25 - Look 7. ... 60 Figura 26 - Look 8. ... 61 Figura 27 - Look 9. ... 62 Figura 28 - Look 10. ... 63 Figura 29 - Look 11. ... 64 Figura 30 - Look 12. ... 65 Figura 31 - Look 13. ... 66

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Figura 32 - Look 14. ... 67 Figura 33 - Look 15. ... 68 Figura 34 - Look 16. ... 69 Figura 35 - Look 17. ... 70 Figura 36 - Look 18. ... 71 Figura 37 - Look 19. ... 72 Figura 38 - Look 20. ... 73

Figura 39 – Ficha técnica: casaco estampado (look 1). ... 74

Figura 40 - Ficha técnica: casaco estampado (look 1). ... 75

Figura 41 - Ficha técnica: casaco estampado (look 1). ... 76

Figura 42- Ficha técnica: calça de moletom (look 1). ... 77

Figura 43 - Ficha técnica: calça de moletom (look 1). ... 78

Figura 44 - Ficha técnica: calça de moletom (look 1). ... 79

Figura 45 - Ficha técnica: camiseta (look 1). ... 80

Figura 46 - Ficha técnica: camiseta (look 1). ... 81

Figura 47 - Ficha técnica: camiseta (look 1). ... 82

Figura 48 - Ficha técnica: vestido com capuz (look 7). ... 83

Figura 49 - Ficha técnica: vestido com capuz (look 7). ... 84

Figura 50 - Ficha técnica: vestido com capuz (look 7). ... 85

Figura 51 - Ficha técnica: vestido (look 8). ... 86

Figura 52 - Ficha técnica: vestido (look 8). ... 87

Figura 53 - Ficha técnica: vestido (look 8). ... 88

Figura 54 - Ficha técnica: casaco assimétrico (look 17). ... 89

Figura 55 - Ficha técnica: casaco assimétrico (look 17). ... 90

Figura 56 - Ficha técnica: casaco assimétrico (look 17). ... 91

Figura 57 - Ficha técnica: calça modular (look 17) ... 92

Figura 58 - Ficha técnica: calça modular (look 17). ... 93

Figura 59 - Ficha técnica: calça modular (look 17). ... 94

Figura 60 - Prancha look 1. ... 95

Figura 61 - Prancha look 7. ... 95

Figura 62 - Prancha look 8. ... 96

Figura 63 - Prancha look 17. ... 96

Figura 64 - Look 01. ... 97

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Figura 66 - Look 8. ... 98

Figura 67 - Look 17 ... 98

Figura 68 - Catálogo Inverno 2018. ... 99

Figura 69 - Catálogo Inverno 2018. ... 100

Figura 70 - Catálogo Inverno 2018. ... 100

Figura 71 - Catálogo Inverno 2018. ... 101

Figura 72 - Catálogo Inverno 2018. ... 101

Figura 73 - Beleza do desfile. ... 102

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tipos físicos. ... 24

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Tabela de medidas feminina ... 23

Tabela 2 - Tabela de medidas masculina para construção de colete ... 23

Tabela 3 - Possível equivalência de tamanhos ... 46

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 13 1.2. OBJETIVO GERAL ... 13 1.2.1 OBJETIVOS ESPECIFÍCOS ... 14 1.3. JUSTIFICATIVA ... 14

2 GÊNERO, SEXO E IDENTIDADE SEXUAL: BREVES CONSIDERAÇÕES ... 15

3 BREVE HISTÓRICO DA ESTÉTICA UNISSEX NA INDUMENTÁRIA. ... 17

4 ERGONOMIA E ANTROPOMETRIA ... 21

3 MODELAGEM ... 25

4 VESTUÁRIO TRANSFORMÁVEL ... 28

4.1 Vestuário modular ... 30

5 METODOLOGIA ... 34

5.1 Análise dos dados ... 36

6 DIRECIONAMENTO MERCADOLOGICO ... 42 6.1 Empresa ... 42 6.1.1 Porte ... 42 6.1.2 Marca ... 42 6.1.3 Conceito da marca ... 43 6.1.4 Segmento ... 43 6.1.5 Concorrentes ... 44 6.1.6 Preços praticados ... 44 6.1.7 Planejamento de Tag ... 44 6.1.8 Diferenças corporais ... 45

6.2 PERFIL DO PÚBLICO ALVO ... 47

6.3 Pesquisa de tendências ... 48 6.3.1 Socioculturais (macrotendências) ... 48 6.3.2 Microtendências ... 49 7 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ... 50 7.1 Delimitação do projeto ... 50 7.2 Painel semântico ... 50 7.3 Nome da coleção ... 51 7.4 Conceito de coleção ... 51 7.5 Cartela de cores ... 52

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7.6 Cartela de materiais ... 52

7.7 Formas e estruturas da coleção ... 53

7.8 Mix de coleção ... 53 7.9 Geração de alternativas ... 54 7.10 Fichas técnicas ... 74 7.11 Pranchas ... 95 7.12 Looks confeccionados ... 97 7.13 Catálogo ... 99 7.14 Planejamento do desfile ... 102 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 104 REFERÊNCIAS ... 105

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1 INTRODUÇÃO

A abordagem deste trabalho consiste na elaboração de um vestuário tendo como ferramentas aplicações de modularidade para o desenvolvimento de modelagens, de modo a atender tanto homens como mulheres, ou seja, que possua ambivalência de gênero ou o denominado unissex.

Fundamentado em revisões bibliográficas, a pesquisa para o desenvolvimento deste estudo foi necessária para a compreensão de conceitos sobre gênero, sexo, identidade sexual e a compreensão da evolução da estética unissex ao longo dos anos. Além disso, o entendimento de definições ergonômicas e antropométricas, aliadas aos conceitos de vestuário transformável e a modulagem, foram aplicadas no direcionamento mercadológico, cujo foco consiste na criação de uma empresa que viabilize a moda democrática sem gênero.

Para tal direcionamento, houve aplicação de uma pesquisa online para definição de público-alvo e quais suas preferências estéticas, tendo como finalidade o desenvolvimento de uma coleção de roupas com aplicações de modularidade que valorize a individualidade e identidade na forma de se vestir.

1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Como desenvolver produtos do vestuário contemporâneo e com ambivalência de gênero tendo como recurso de construção a modulagem aplicada a modelagem?

1.2. OBJETIVO GERAL

Estudar a modularidade aplicada ao desenvolvimento de modelagens com ambivalência de gênero por meio do auxílio de estudos antropométricos e aplicações de conceitos ergonômicos.

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1.2.1 OBJETIVOS ESPECIFÍCOS

• Pesquisar sobre conceitos de gênero, sexo, ergonomia, antropometria modelagem e modulagem;

• Conhecer as preferências estéticas e comportamentais do público-alvo; • Elaborar modelagens que permitam a customização do vestuário; • Desenvolver uma marca de moda que visa promover a moda

democrática sem distinção entre gêneros; • Conceber uma coleção de roupas modulares.

1.3. JUSTIFICATIVA

Elementos de extrema importância para o desenvolvimento deste trabalho, o entendimento dos conceitos de gênero, sexo e identidade sexual, a compreensão da evolução do unissex ao longo dos anos, aliados à assimilação de definições ergonômicas, antropométricas e de conceitos de modularidade, essa pesquisa mostra-se relevante para a inovação no vestuário, pois atende um nicho mercadológico que diariamente rompe com os padrões de gênero impostos no decorrer dos anos, além de oferecer ao mercado um produto versátil que pode ser personalizado de acordo com as necessidades do consumidor.

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2 GÊNERO, SEXO E IDENTIDADE SEXUAL: BREVES CONSIDERAÇÕES

A distinção entre sexo e gênero começou a ser desenvolvida nos anos cinquenta e sessenta por psiquiatras ingleses e americanos que trabalhavam com pacientes transexuais1 e intersexuais2, ocasionando o uso da palavra “gênero” como

definição de uma construção sociocultural e “sexo” como algo biológico, que tem por base a genitália, os cromossomos sexuais e os hormônios com os quais se nasce (ESPLEN; JOLLY, 2006; CUNHA, 2014).

Entretanto, a classificação de sexo como algo biologicamente fixo e gênero como construção social deixa de lado o fato de existir pessoas que não se encaixam na definição de cisgêneros3, há presença de indivíduos que apresentam diferentes

identidades de gênero, tais como transexuais, transgêneros4 e agenders5

(ESPLEN;JOLLY, 2006; CUNHA, 2014).

Nessa abordagem, apesar de uma pessoa nascer com o sexo biologicamente definido, isso pode acabar não definindo sua identidade de gênero ou orientação sexual, ou seja, a atração que sente por outros indivíduos no quesito emocional e sexual.

Em relação à identidade, sua importância na vida humana é a possibilidade de construção social. O gênero é a identidade com a qual o indivíduo se identifica e/ou se autodetermina e indiferente ao seu sexo, é um fenômeno social. A identidade sexual é um processo de construção psicológica relacionada ao sexo biológico e ao comportamento social do indivíduo.

1 Pessoas com identidade sexual fixa, que acreditam ser homem ou mulher, porém seu corpo não

corresponde a esse sentir (REVISTA ESCOLA, 2013).

2 Indivíduo que apresenta órgãos genitais masculino e feminino (UNIVERSIDADE ESTADUAL

PAULISTA, 2011, p. 789)

3 Indivíduo que possui sua identidade compatível ao gênero atribuído ao seu nascer (CUNHA, 2014). 4 Transgêneros são “indivíduos que se identificam com o gênero diferente do registrado no seu

nascimento. As pessoas trans podem preferir serem tratadas no feminino o no masculino ou, ainda, não se encaixar em nenhumas dessas definições (trans não binárias)” (CUNHA, 2014).

5 Pessoa que não se identifica com nenhuma identidade de gênero, possui estética andrógina, mas

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Para muitos especialistas, esse encaixe em definições tradicionais começa logo na infância. Atentos a isso, uma pré-escola na Suécia, a Egalia, adotou um sistema chamado de “educação neutra de gênero”. Não se usam os termos “ele ou ela” ou “meninos” ou “meninas” para se referir aos alunos, chamados de “amiguinhos”. Brinquedos de cozinha, como panelinhas e outros, mais relacionados às meninas, estão lado a lado aos brinquedos de montar, mais ligados aos meninos. O objetivo é fazer com que as crianças cresçam livres de imposições e sem barreiras para fazerem suas escolhas. O método, claro, divide opiniões (CUNHA, 2014).

Explanados e exemplificados os conceitos acima, tendo por objetivo o entendimento do assunto, esse trabalho aborda a mistura visual de gêneros para o desenvolvimento de modelagens e vestuário, em que é necessário a contextualização histórica da estética unissex na moda.

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3 BREVE HISTÓRICO DA ESTÉTICA UNISSEX NA INDUMENTÁRIA.

O vestuário desempenha um papel de grande importância no entendimento histórico e cultural da sociedade, pois indica normas rigorosas sobre aparência consideradas adequadas em determinada época, além de distinguir marcas de status social, gênero e manter ou subverter as fronteiras simbólicas. Muito além do vestir, a moda e a roupa, ambas voláteis em relação as tendências, em que cores e formas reaparecem incontáveis vezes sob a leitura de novos designers, a estética do chamado unissex ou ambivalente, não é novidade do mundo contemporâneo (CRANE, 2006; STEVENSON, 2012).

No desenvolvimento da indumentária, a roupa seguiu duas linhas distintas de evolução, em que a definição mais perceptível atualmente é a masculina e feminina. Porém, essa divisão nem sempre existiu. Na antiguidade não haviam diferenciações significantes entre os trajes destinados a homens e mulheres, a distinção ocorria no comprimento das vestes (LAVER, 1989).

A roupa grega, do século VII ao século I a.C., não possuía forma, o vestuário era composto por retângulos de tecidos de diversos tamanhos, drapeados sobre o corpo e sem costuras. Homens e mulheres usavam o quíton, retângulo de pano preso por alfinetes ou broches em torno do corpo e geralmente usado com cordão ou cinto na cintura, contudo, o feminino até os tornozelos e o masculino até os joelhos, mas as vezes os homens o usavam longo (Ibid.).

O vestuário romano tinha por característica a toga, volumosa e também drapeada no corpo. No início da república, saiotes eram usados pelos homens e durante o Império houve a substituição por uma túnica costurada, equivalente ao quíton grego. Inicialmente, as roupas femininas eram semelhantes às dos homens, com exceção do strophium, espécie de corpete macio usado sobre o busto, a túnica, de comprimento maior que a masculina, chegava até os pés (Ibid).

Após a queda do Império do Ocidente em 476 d.C. Bizâncio, também chamada de Constantinopla, passou a sofrer influências orientais que refletiram em um vestuário diferente, colorido, alegre, com pingentes e joias (Figura 1). Nesse período a roupa tinha por objetivo esconder o corpo e possuía tom eclesiástico (Ibid.).

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Figura 1 - Imperatriz Teodora/ Vestimenta Bizantina.

Fonte: Travelplan, 20126.

As distinções em relação às roupas se iniciam no período Merovíngio na França (481-752), em que homens usavam braies ou calções, até os joelhos e as vezes compridos. Sobre o vestuário feminino dessa época pouco se sabe, apenas que usavam túnicas longas adornadas com faixas bordadas, broches e cintos de couro, deixando os braços descobertos (Ibid.).

Após a sucessão dos merovíngios pelos carolíngios, a vestimenta, inspirada na de Bizâncio, tornou-se mais luxuosa, com uso de tecidos importados do Oriente e bordados feitos com joias preciosas. Tanto homens e mulheres usavam vestes longas com variações no comprimento (Ibid.).

Posteriormente às cruzadas, as influências Orientais modificaram as roupas Ocidentais, como o início do uso do abotoamento lateral de vestidos e técnicas de corte. Também houve presença de diferenciações na vestimenta, como o surgimento do corpete nos vestidos por volta de 1130 (Ibid.).

6 Disponível em: <

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O masculino e feminino passaram a tomar forma na segunda metade do século XIV, no qual é possível notar o surgimento da “moda”. Há presença do gibão, espécie de shorts acolchoado, para os homens e para as mulheres a principal peça era o vestido (Ibid.).

As caracterizações entre o vestuário masculino e feminino passaram a ser mais evidentes com o passar dos anos e dos séculos, as mudanças ficaram por conta do uso de vestidos pelas mulheres e calças para os homens, havendo variedade de formas, volumes, comprimentos, texturas e cores em cada período.

Já no início do século XX, a I Guerra Mundial foi decisiva na história da moda. Enquanto os homens estavam na guerra, as mulheres assumiram o posto de trabalho de seus maridos. A roupa de trabalho agora deveria atender as novas funções desempenhada por elas, houve o uso de calças e macacões, resultando em um vestuário masculinizado e de visual esportivo/informal (STEVENSON, 2012).

No decorrer da história, durante os anos 1920, Chanel popularizou o uso das calças por mulheres, apesar de só serem aceitas como traje informal feminino para o dia a dia na metade dos anos 1930, quando houve presença da atriz Marlene Dietrich usando trajes sexualmente ambíguos, como o uso de calças, ternos e camisas masculinas (Ibid.).

Foi com o surgimento da moda hippie em 1960 que os estilos de vestuário masculino e feminino começaram a se fundir. Houve a adoção de um estilo informal do portar, do vestir. Ainda nessa década, ocorreu a proposição do smoking feminino (Figura 2) em 1966 por Yves Saint Laurent,no desfile de alta costura outono/inverno do estilista, em que há evidenciação da estética unissex (CIDREIRA, 2008).

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Figura 2 - Le Smoking, Yves Saint Laurent.

Fonte: Who What Wear, 20157.

Após a fusão de gêneros, posteriormente a década de 1960, o vestuário desenvolveu uma vertente unissex no qual a roupa antecedeu o perfil estético contrário ao sexo, que resultou e ainda resultam discursos sobre questões de gênero e liberdade sexual dos indivíduos e também na quebra de paradigmas sociais (AFFONSO, 2012).

Atualmente, a “moda contemporânea é mais ambígua e multifacetada, em concordância com a natureza altamente fragmentada das sociedades pós-industriais” (CRANE, 2006, p. 29). Demonstra que as sociedades modernas apresentam estruturas mais fluídas e menos restritivas que os séculos passados, refletindo em algumas empresas desenvolvendo coleções agenders que atendam às necessidades psicofisiológicas, antropométricas e ergonômicas de um nicho mercadológico de consumidores que gostam de liberdade de escolha no momento de se vestir.

7Disponível em: <http://www.whowhatwear.com/yves-saint-laurent-le-smoking-suit>.

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4 ERGONOMIA E ANTROPOMETRIA

A ergonomia é uma ciência que surgiu durante a II Guerra Mundial em um trabalho interdisciplinar entre diversos profissionais. Médicos, antropólogos, fisiólogos e engenheiros trabalharam juntos para solucionar problemas entre o sistema homem-máquina sobre situações de extrema pressão ambiental, física e psicológica no uso de equipamentos militares complexos (DUL; WEERDMEESTER , 2004; IIDA, 2005; MORAES; MONT'ALVÃO, 2009).

Em busca do conforto, segurança e desempenho, pretende ofertar o equilíbrio psicofisiológico humano, cujo foco é sempre baseado no homem e no trabalho. É uma ciência pluridisciplinar com diversas áreas do conhecimento científico, como a antropometria, psicologia e biomecânica. Essa reuniu os principais conceitos de diversas áreas e os utiliza de forma integrada para suprir não somente as necessidades do trabalhador no ambiente de trabalho, mas de uma população em geral (DUL; WEERDMEESTER , 2004).

Na moda, a ergonomia é aplicada na criação e desenvolvimento do produto, auxilia na evolução e solução de projetos para atender as necessidades cotidianas do homem, considerando o bem-estar por meio da eficiência na segurança e conforto, além de conciliar a modelagem, prototipagem, tabela de medidas e a antropometria nesse processo, itens que melhoram o desempenho do produto referente à sua usabilidade e garantem vantagem competitiva à medida que satisfaz o consumidor. Quando aplicada desde as etapas iniciais de um projeto, auxília na prevenção de erros, tendo como base estudos antropométricos. (GONÇALVES; LOPES, 2007; MORETTI; XAVIER; JUNIOR, 2013) .

A antropometria é uma das áreas científicas na qual a ergonomia fundamenta os seus conceitos. É o estudo das proporções, dimensões, posturas e movimentos do corpo humano. Posteriormente, esse estudo é convertido em tabelas antropométricas que referem-se à uma determinada população com características específicas, em que geralmente não é possível aplica-las para populações que se distinguem entre si (DUL; WEERDMEESTER , 2004).

Segmentada, assim por dizer-se, a própria antropometria se divide quando o assunto é a definição de medidas através de pontos estratégicos do corpo para

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mensuração, desenvolvimento de tabelas antropométricas e fundamentação dos seus conceitos. Há a antropometria estática, dinâmica e funcional.

A antropometria estática trata das medidas corporais com nenhum ou pouco movimento. A tomada de medidas é feita em pontos anatômicos devidamente identificados. Já a antropometria dinâmica estuda as medidas do corpo em movimento e a antropometria funcional é o conjunto de medidas e movimentos que se relacionam para a execução de determinada atividade, um trabalho multidisciplinar entre os componentes corporais (IIDA, 2005).

Com o advento da globalização, a antropometria foca os seus estudos nas diferenças populacionais e em variáveis de diferenciação como etnia, alimentação, saúde, clima e até mesmo classe social, tendo em vista o comercio internacional e o desenvolvimento de produtos que se adequem a variados públicos. Essas diferenças nas proporções corporais são denominadas variações intraindividuais, que ocorrem durante a vida de uma pessoa e variações interindividuais, que diferem os indivíduos de uma mesma população, são variações decorrentes da etnia e genética (Ibid.).

As variações das medidas antropométricas interferem na elaboração de produtos e ocasiona a inadequação destes às necessidades do usuário, havendo a inevitabilidade de fabrica-los em diferentes versões e tamanhos para se adequar as diferenças antropométricas das populações.

Entretanto, propor um estabelecimento de padrões antropométricos mundial é complicado uma vez que as populações se diferem entre si, ou seja, não são homogêneas, e homens e mulheres possuem características específicas que os acompanham desde o nascimento até o fim da vida adulta. Há o agrupamento dessas informações antropométricas em tabelas segmentadas de acordo com a população ou público da amostra utilizada para o levantamento de informações e desenvolvimento de estudos (IIDA, 2005).

Na indústria do vestuário, é através das tabelas antropométricas que os produtos são desenvolvidos. Há aplicação na modelagem, grade de tamanhos e prototipagem, visando respeitar aspectos ergonômicos de usabilidade, conforto, vestibilidade e funcionalidade (MORETTI; XAVIER; JUNIOR, 2013).

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Quando aplicada na modelagem, geralmente os dados antropométricos são referenciados como “Tabela de medidas” nos livros que correspondem a temática do desenvolvimento de moldes (Tabela 1 e Tabela 2), utilizando medidas padrão de acordo com o nicho mercadológico abordado.

Tabela 1 - Tabela de medidas feminina Fonte: DUARTE; SAGGESE, 2010.

Tamanhos 36 38 40 42 44 46 48 Busto 80 84 88 92 96 100 104 Cintura 60 64 68 72 76 80 84 Quadril 88 92 96 100 104 108 112 Centro Costas 39 40 41 41 41,5 41,5 42 Gancho 25 25,5 26 26,5 27 27,5 28

Tabela 2 - Tabela de medidas masculina para construção de colete Fonte: ROSA, 2009.

Tamanho 36 38 40 42 44 46 48 50 52 Tórax 92 96 100 104 108 112 116 118 122 Cintura 72 76 80 84 88 92 96 100 104 Comprimento do corpo 42 43 44 46 48 50 52 54 56 Largura das costas 40 42 44 46 48 50 52 54 56 Comprimento total 49 51 53 55 57 59 61 63 65

Há uma vasta oferta de tabelas de medidas prontas disponíveis no mercado, entretanto essas tabelas podem não se adequar ao público selecionado para o desenvolvimento de produtos, sendo necessária adaptações das medidas para o tipo físico desejado (CAPELASSI, 2010).

Devido a existência de diferenças interindividuais, ou seja, diferenças entre indivíduos de uma população de uma mesma espécie, há a definição de três tipos físicos básicos com características dominantes: endomorfo, ectomorfo e mesomorfo (Figura 3).

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Figura 3 - Tipos físicos.

Fonte: (IIDA, 2005, p. 104).

Foi através do levantamento antropométrico e fotografias de frente, costas e perfil de 4000 estudantes estadunidenses, combinado com estudos antropométricos, que Sheldon, em 1940, realizou esse agrupamento (Quadro 1). Apesar dessa classificação, há uma mistura dessas estruturas por grande parte das pessoas (IIDA, 2005).

Ectomorfo Tipo físico de formas alongadas. Tem corpo e membros longos e finos, com um mínimo de gorduras e músculos. Os ombros são mais largos, mas caídos. O pescoço é fino e comprido, o rosto é magro, queixo recuado e testa alta e abdômen estreito e fino.

Mesomorfo Tipo físico musculoso, de formas angulosas. Apresenta cabeça cúbica, maciça, ombros e peitos largos e abdômen pequeno. Os membros musculosos e fortes. Possui pouca gordura subcutânea.

Endomorfo Tipo físico de formas arredondadas e macias, com grandes depósitos de gordura. Em sua forma extrema, tem característica de uma pêra (estreita em cima e larga embaixo). O Abdômen é grande e cheio e o tórax parece ser relativamente pequeno. Braços e pernas são curtos e flácidos. Os ombros e a cabeça são arredondados. Os ossos são pequenos. O corpo tem baixa densidade, podendo flutuar na água. A pele é macia

Quadro 1 - Tipos físicos. Fonte: adaptado de Iida (2005).

Juntas, a ergonomia e antropometria são itens indispensáveis para o desenvolvimento de produtos, além de serem notáveis recursos na elaboração de modelagens.

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3 MODELAGEM

O processo de modelagem ocorre através da construção de blocos geométricos com base em tabelas de medidas e diagramas de construção, com o auxílio de linhas e curvas para representação das formas do corpo humano. Nesse procedimento, destaca-se a importância da exatidão das medidas para perfeição dos moldes.

O ponto de partida para a construção de uma roupa é a modelagem, ou seja, a estrutura da roupa, desenvolvida por meio do estudo dos tipos físicos, movimentos, comportamento dos tecidos e formas da vestimenta. A sua elaboração pode ocorrer no plano bidimensional (modelagem plana), tridimensional (moulage) ou com uso do computador (ROSA, 2009).

Na construção dos moldes são utilizados conceitos ergonômicos, recursos da antropometria, como as tabelas antropométricas, para que a vestimenta se integre aos movimentos do corpo humano (MORETTI; XAVIER; JUNIOR, 2013; ALENCAR; BOUERI, 2012).

No desenvolvimento de modelagens há existência de vários métodos e técnicas, cada pessoa utiliza aquela com a qual possui mais afinidade, ou no caso de uma empresa, a mais viável. Na execução de um molde há também a possibilidade de misturar as técnicas de modo a obter um resultado final satisfatório.

A modelagem plana ou drafiting, utiliza medidas anatômicas do corpo com o auxílio de conceitos da geometria para traçar blocos geométricos em duas dimensões, ou os chamados diagramas (Figura 4). Seu desenvolvimento pode ocorrer de forma manual, com amparo de papel e réguas, ou computadorizada, com o uso do sistema CAD/CAM (Computer aided design / Computer aided manufacturing) (OSÓRIO, 2007;ROSA, 2009).

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Figura 4 – Conjunto de diagramas de modelagem plana

Fonte: DUARTE, S.; SAGGESE, S, 2010.

A modelagem tridimensional, também denominada moulage ou draping, é a técnica na qual o enfoque do desenvolvimento é a manipulação do tecido no manequim, fixado em pontos estratégicos para o desenvolvimento das formas que se deseja criar (Figura 5). Na moulage é possível visualizar diretamente o resultado, pois há percepção da altura, largura e profundidade. Design e molde podem ser feitos em sincronia (OSÓRIO, 2007; ROSA, 2009; DUBURG; VAN DER TOL, 2012).

Figura 5 - Exemplo de moulage.

Fonte: Audaces, 20158.

8 Disponível em: <

http://www.audaces.com/br/educacao/falando-de-educacao/2015/02/24/tutorial-moulage-frente-blusa-basica>. Acesso em: 17 mar. 2016

(27)

Em complemento às duas técnicas manuais e tradicionais citadas, a modelagem plana e a moulage, o método computadorizado une conceitos do conhecimento tradicional à tecnologia.

Por meio do sistema CAD/CAM (Computer Aided Design/ Computer Aided Manufacturing), a modelagem computadorizada, ou modelagem assistida por computador, proporciona ao processo da modelagem agilidade tanto no desenvolvimento quanto nas alterações, exatidão das medidas, criação de um banco de dados e aumento da produtividade. Nesse recurso de modelagem também há desvantagens, como fadiga dos olhos, tempo perdido devido às falhas nos equipamentos e alto custo do equipamento/treinamento (ROSA, 2009; VOISINET 1998 apud SILVEIRA, 2003).

No mercado há inúmeras opções de softwares com esse intuito, cada um com sua peculiaridade em que, independente da opção escolhida, além do domínio das ferramentas do programa, é necessário o domínio da técnica de modelagem, desenvolvida de forma bidimensional ou tridimensional (SILVEIRA, 2003).

O sistema CAD (Computer Aided Design – Desenho auxiliado por computador), auxilia nas etapas de criação e de modelagem, facilitando muitas tarefas como gradeamento, encaixe, ampliação, risco, readaptação de modelos e cálculos de custo. Já o sistema CAM (Computer Aided Manufacturing – Manufatura Auxiliada por Computador) de dispositivos de controle numérico é utilizado no enfesto e no corte do tecido (ABREU, 2003). Subsequente a produção do molde, tanto na modelagem plana, moulage e modelagem computadorizada, há inserção das margens de costura, sentido do fio, dobra ou desdobra do molde e marcações dos piques, graduação e demais processos necessários.

A modelagem computadorizada com o uso de sistemas CAD/CAM demonstra desenvolvimento constante na indústria têxtil, pois é uma ferramenta que oferece diversas vantagens, já citadas anteriormente, no processo de produção. O usuário do programa deve também desenvolver habilidades de criação, produção e mercado, viabilizando um trabalho multidisciplinar na indústria (SILVEIRA, 2003).

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4 VESTUÁRIO TRANSFORMÁVEL

A intensidade e rapidez da vida contemporânea exige do ser humano a necessidade de adaptabilidade aos diversos contextos do dia a dia. No vestuário, por exemplo, há necessidade de versatilidade da peça de roupa. Essa deve atender a diversas situações e deslocamentos, uma vez que o indivíduo tem reduzida a frequência de troca da vestimenta (MACHADO, 2011).

Manifestando- se de diversas formas, a adaptabilidade e transformação de uma roupa pode ocorrer através das cores, silhueta, textura, estampa, função e material utilizado, ajustando-se no estilo de vida moderno e aumentando o número de horas de uso por peça (FLETCHER; GROSE, 2011).

No livro “The Supermodern Wardrobe” o vestuário transformável apresenta-se inapresenta-serido no contexto do design que procura soluções para necessidades criadas por novos estilos de vida que são consequência de uma sociedade e cultura urbana. O termo supermoderno, utilizado para contextualizar este tipo de vestuário, é retirado ao antropólogo Marc Augé. Segundo ele, o supermoderno é condição de um exagero de espaço, informação e individualização que se manifesta através de lugares de transição ou não-lugares. Tendo proliferado nos últimos 20 anos, estes locais surgem como resposta ao crescimento da população urbana e da sua acelerada movimentação. Andrew Bolton, curador e autor do livro em questão, acredita que estes lugares de transição não só alteraram a forma de ver o espaço público e social como também o modo como o Homem se veste (BOLTON,

2002 apud MACHADO, 2011; MACHADO, 2011, p.24).

Para que uma peça seja considerada transformável, salienta-se duas necessidades: a primeira consiste na necessidade de pelo menos uma outra possibilidade de construção; a segunda, refere-se à possibilidade da peça poder voltar a sua forma original após ser transformada (QUINN, 2002 apud MACHADO, 2011).

No mercado é possível encontrar três tipos diferentes de vestuário transformável. O primeiro tipo é referente a reorganização da superfície o segundo tipo engloba peças que ofereçam duas ou mais possibilidades de transformação; e a última categoria enquadra o vestuário que pode ser convertido em objetos ou reconfigurado em múltiplos designs através do sistema de módulos (Figura 6).

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Figura 6 – Exemplo de vestuário que pode ser convertido em objeto. Hussein Chalayan saia-mesa. Inverno 2000.

Fonte: FFW, 20119.

A preocupação com a funcionalidade e utilidade do vestuário realça os aspectos de sua construção, cuja estética partilha dos fundamentos da desconstrução e reconstrução. A desconstrução é um conceito da arquitetura que caracteriza edifícios com infraestrutura visíveis ou expostas. Adotado pela moda, esse conceito traduz-se em desfazer a peça, reorganiza-la de uma nova forma e costura-la novamente. Já a reconstrução, assim como a desconstrução, ressalta a construção da roupa, porém sem a característica do inacabado ou destruído da desconstrução (QUINN, 2002 apud MACHADO, 2011).

9 Disponível em:

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4.1 Vestuário modular

O design modular configura-se através da construção de sistemas ou produtos por meio de pequenos subsistemas que podem ser desenvolvidos individualmente, mas que funcionam em um conjunto integrado, em que cada módulo representa uma unidade funcional (Figura 7). Esse sistema apenas é propicio e de qualidade quando a divisão é precisa, completa e sem ambiguidades (MARTINS, 2002).

Figura 7 - Produção do produto modular.

Fonte: MARTINS, 2002.

A concepção de modular só é possível quando a função de um produto possa ser dividida em funções secundárias, permitindo variações de produtos de uma mesma linha. O uso dessa concepção pode ser aplica em áreas como a arquitetura, engenharia, sistemas de produção, indústria automobilística, computadores, entre outras (Ibid.).

O vestuário modular se enquadra em uma vertente dos transformáveis. São peças que possibilitam modificações que se adequem às necessidades estéticas e funcionais do utilizador, possibilitando a adequação da peça a diferentes situações e

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a expressão individual do usuário através da participação lúdica e criativa no processo de configuração da vestimenta (Figura 8).

Figura 8 - Vestido modular Blessus.

Fonte: Ecouterre, 201210.

Em relação aos demais transformáveis, a modularidade aplicada ao vestuário possui valor acrescentado, pois permite ao usuário transformar a peça, por meio da alteração da organização dos módulos para criar uma nova configuração da roupa, apresentando uma vasta opção de possibilidades para o consumidor (QUINN, 2002 apud MACHADO, 2011).

No vestuário, a transformação pode ocorrer por meio de zíperes, colchetes, velcros ou outro tipo de fixação das partes da roupa (Figura 9). O uso desses aviamentos possibilita ao usuário adquirir conhecimentos técnicos ao mesmo tempo que proporciona liberdade e flexibilidade para a configuração da vestimenta (Ibid.)

A transformação do vestuário é geralmente configurada por sistemas modulares, explorados a partir da modelagem convencional, mas também pode ser concebida através da modelagem tridimensional (draping) e com materiais extensíveis para abranger diferentes tipos de corpos e tamanhos (MORAES; CARVALHO; BROEGA, 2012)

10 Disponível em: <

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Figura 9 - Calça Bermuda.

Fonte: Roupas de pesca, 201611.

A estética do vestuário modular, por preocupação à funcionalidade e utilidade, realça aspectos de construção da vestimenta, normalmente utiliza das linhas de construção da modelagem plana e em alguns casos a modelagem tridimensional para a concepção de produtos, caracterizados pelo uso de recortes e transposições de pences (MACHADO, 2011; MORAES; CARVALHO; BROEGA, 2012).

Aplicado ao produto, o design modular visa a produção de partes que podem ser produzidas de forma independente que, quando inseridas em um sistema, trabalhe com o todo em harmonia, de forma flexível, adaptável e capaz de evoluir. Oferece a vantagem de atender de forma rápida os desejos e necessidades do consumidor além

11 Disponível em: <

http://www.roupasdepesca.com.br/produto/calcas-masculinas/calcas-masculina/1194-calca-bermuda-hard-adventure-bio-cor-caqui>. Acesso em: 25 mar. 2016.

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de um número maior de inovações em um projeto, uma vez que há redução do tempo de desenvolvimento de um produto, já que é possível utilizar bases desenvolvidas anteriormente (MARTINS, 2002).

Apesar das vantagens já citadas, o design modular apresenta desvantagens como a possível semelhança entre produtos de empresas distintas, facilidade de cópia dos componentes e aumento dos custos iniciais, no qual as fases preliminares de um processo podem ser mais difíceis e demoradas (Ibid.).

Atualmente, devido a necessidade da vida urbana contemporânea, o vestuário transformável torna-se, assim por dizer, indispensável no cotidiano, pois a necessidade de adaptação pode variar desde um ambiente formal para a prática de atividades físicas.

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5 METODOLOGIA

Pesquisar é um processo de construção de conhecimento que gera novos saberes ou complementa um já existente, por meio de um conjunto de atividades orientadas e planejadas, tendo em vista responder as clássicas perguntas: o quê? Por quê? Para quê e para quem? Onde? Como, com quê, quanto e quando? Quem? Com quanto? (MARCONI; LAKATO, 2010; OTANI; FIALHO, 2011);

Em relação a sua natureza, a pesquisa com parâmetros para o desenvolvimento desse estudo é a aplicada, pois “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos” (SILVA; MENEZES, 2005), em que, através da aquisição de conhecimentos serão desenvolvidos produtos de moda com ambivalência de gênero por meio da aplicação de conceitos de modelagem e modulagem.

Quanto aos objetivos, esse estudo classifica-se como exploratório, pois permite proximidade e familiaridade com o problema, de modo a torná-lo mais evidente ou a elaborar hipóteses sobre o tema. Dispõe técnicas de pesquisa para coleta de dados como o levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos (GIL, 2010).

Ainda pela interpretação dos objetivos, esse trabalho classifica-se também como descritivo, pois tem como finalidade a descrição das particularidades de uma população, além de poder ser elaborada para identificação de possíveis relações entre as variáveis. Nesse tipo de pesquisa, destacam-se as que o propósito de estudar as características de um grupo são, por exemplo, a distribuição por idade, sexo, nível de escolaridade, etc (Ibid.).

Este trabalho delimita como objeto de estudo a modularidade aplicada ao desenvolvimento de modelagens com ambivalência de gênero por meio do auxílio de estudos antropométricos e aplicações de conceitos ergonômicos.

A pesquisa se estruturou por intermédio de um levantamento bibliográfico sobre conceitos de gênero, sexo, histórico do unissex na moda, ergonomia, antropometria, tabelas de medidas, tipos físicos, silhuetas, modelagem, vestuário transformável e vestuário modular; pesquisa experimental e pesquisa de campo.

(35)

A pesquisa experimental é essencialmente constituída por tentativa e erro ou um objeto de estudo, em que são testadas variáveis que podem influencia-lo. Define formas de controle e observação dos efeitos da variável no objeto, emprega técnicas de amostragens. É conceituada como o delineamento mais consagrado nos meios científicos, pois permite o teste de hipóteses e estabelece relações de causa e efeito entre as variáveis, porém possui desvantagens, como a manipulação experimental por exemplo (OTANI; FIALHO, 2011).

Dessa maneira, tendo por base o objeto de estudo, foram desenvolvidos moldes que atendam aos conceitos de modularidade e experimentos entre as proporções do corpos e possíveis relações entre as medidas, visando utilizar a parte de uma peça em outra da coleção, como por exemplo, transformar um peplum em uma manga.

A pesquisa de campo é feita junto a natureza ou a sociedade, sendo utilizada para avaliar ações ou interferências no âmbito social, basicamente desenvolvida através da observação direta do grupo estudado e de entrevistas, aprofundando-se em suas características (GIL, 2009). Neste trabalho essa pesquisa ocorreu através de um questionário online.

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5.1 Análise dos dados

Para concretização da pesquisa de campo e para conhecimento do comportamento do público-alvo, tendo em vista o propósito de encaminhar mercadologicamente a marca, houve aplicação de um questionário online direcionado a pessoas que não se prendem aos padrões de gênero. Tal direcionamento ocorreu no momento da publicação do questionário, em que foi explicado a abordagem do trabalho e às quais pessoas ele se destinava.

O questionário, composto por 12 perguntas, foi aplicado no período de 21 a 28 de julho de 2016 e obteve 220 respostas.

A primeira pergunta foi referente a idade dos indivíduos que participaram da pesquisa. Houve predominância das faixas etárias que se concentram entre 18 a 27 anos, conforme o Gráfico 1.

Gráfico 1

Fonte: do autor, 2016.

A partir das respostas obtidas na pergunta um, as demais analises foram feitas dentro da faixa etária dos 18 aos 27 anos, que corresponde à uma amostra de 175 entrevistados. 50,9% 28,6% 11,4% 3,6% 3,2% 2,3% Idade

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A segunda questão foi referente ao grau de escolaridade (Gráfico 2). Nas respostas, concentra-se no ensino superior incompleto e completo.

Gráfico 2

Fonte: do autor, 2016.

A terceira pergunta foi aberta e em relação as profissões dos entrevistados. As respostas variam entre estudantes, psicólogos, designers, auxiliares modelistas, desenhistas, funcionários públicos e estagiários. A vasta gama de profissões obtidas nas respostas demonstra uma ampla área de aplicação do produto ao qual este trabalho propõe.

A quarta pergunta foi referente a renda mensal dos entrevistados. As respostas obtidas (Gráfico 3) concentram-se entre 1 e 4 salários mínimos.

Gráfico 3 Fonte: do autor, 2016. 8% 3,4% 23,4% 58,3% 5,1% 1,7% Grau de escolaridade

Ensino Médio Curso Técnico Superior Completo

Superior Incompleto Especialização Mestrado

27% 29% 17% 13% 15% Renda Mensal

1 a 2 salários mínimos 3 a 4 salários mínimos 5 a 6 salários mínimos 7 a 8 salário mínimos Acima de 8

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A quinta questão é referente aos lugares que os entrevistados costumam frequentar nos momentos de lazer. Os indivíduos que responderam o questionário se mostram ecléticos, conforme pode ser verificado no Gráfico 4. Na seção “outros”, as respostas obtidas variam entre igrejas, festas particulares, natureza, churrascos, aniversários, lanchonetes e lugares direcionados a leitura.

Gráfico 4

Fonte: do autor, 2016.

A sexta questão foi sobre os lugares onde realizam compras (Gráfico 5). Houve predominância das lojas de rua (46%) e shoppings (34%). 12% realizam suas compras via internet e 8% compram em brechós, grupos de desapego nas redes sociais, confeccionam elas mesmas as roupas ou reformam as que já possuem.

Gráfico 5 Fonte: do autor, 2016. 7% 23% 17% 24% 18% 11%

Quais ambientes você costuma frequentar nos momentos de lazer?

Outros Baladas

Bares Cinemas e/ou teatros

Restaurantes Festivais (música, cinema, teatro, etc)

46%

34% 12%

8%

Onde você costuma comprar suas roupas?

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A sétima pergunta refere-se aos aspectos à serem melhorados nas roupas (Gráfico 6). As respostas demonstram a modelagem e os materiais utilizados como itens com os quais se deve ter preocupação para atender as necessidades e satisfazer o consumidor.

Gráfico 6

Fonte: do autor, 2016.

A oitava questão foi sobre características relevantes aos entrevistados no momento em que compram roupas. Por ser uma questão aberta, houve diversidade nas respostas, entretanto, as respostas obtidas concentram-se no caimento, conforto, qualidade, preço, estilo, versatilidade, neutralidade de gênero, acabamentos bem feitos e estéticas diferenciadas.

A nona questão refere-se ao uso de roupas que mesclem elementos do vestuário masculino e feminino, de modo a criar uma estética neutra e sem gênero. Conforme pode ser verificado no Gráfico 7, mais da metade das respostas obtidas utilizariam esse segmento de vestimenta.

17%

14%

46% 23%

Quais aspectos você melhoraria em suas roupas

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Gráfico 7

Fonte: do autor, 2016.

A décima pergunta foi sobre estéticas de looks com neutralidade de gênero apresentadas no questionário (Figura 10) e quais opções agradavam mais os entrevistados. As escolhas se concentraram nas opções A (28%) e E (23%), seguido da opção B (20%%), C (15%) e D (13%).

Figura 10 – Looks com neutralidade de gênero.

Fonte: do autor, 2016.

78% 22%

Você utilizaria roupas que mesclem elementos do vestuário masculino e feminino de modo a

criar uma estética neutra e sem gênero?

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Dentre as justificativas, a escolha da opção “A” se deu por ser um look mais despojado, possuir tons neutros, ser simples e versátil. A opção “E” foi escolhida por aparentar ser confortável, ter estética retro moderna, por suas cores e modelagem.

As respostas da opção “B” justificam-se pelas cores, sobreposições e conforto. Quanto a opção C, as respostas obtidas demostram a escolha pela neutralidade de cores e estilo minimalista. Já o feedback da opção “D” ocorreu pelo fato dos looks serem de alfaiataria e se enquadrarem em situações mais formais.

A décima primeira pergunta refere-se ao uso do vestuário com aplicações de modularidade (Gráfico 8). Houve predominância da aceitação dessa estética, em que 73% utilizariam esse tipo de roupa. Essa informação em conjunto com a aceitação do uso de uma vestimenta com neutralidade de gênero demonstra que este projeto possui aplicação mercadológica.

Gráfico 8

Fonte: do autor, 2016.

Através da análise dos dados, nota-se que o desenvolvimento de uma empresa que viabilize a moda democrática sem gênero com enfoque na construção de produtos de moda modulares é viável, desde que se atente a atender as necessidades apresentadas na pesquisa.

73% 27%

Você utilizaria roupas com aplicações de modularidade, ou seja, peças que se transformam para atender as

necessidades estéticas do usuário?

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6 DIRECIONAMENTO MERCADOLOGICO

Nesta etapa do trabalho, houve o desenvolvimento de uma marca que visa aplicar em seus produtos características da pesquisa realizada.

6.1 Empresa

A empresa opera sobre a razão social Jean C. C. Fantucci Confecções ME, possui o nome fantasia FANTUCCI.

6.1.1 Porte

Pequeno porte. De acordo com a lei 123/06, uma microempresa possui a receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00. O número máximo de funcionários para empresas de pequeno porte varia de 20 a 99 colaboradores (SEBRAE, 2016).

6.1.2 Marca

Fantucci é uma marca especializada em moda UNISSEX contemporânea, direcionada à um público diferenciado, que busca além do convencional e básico. São consumidores que procuram novas experiências ao vestir uma roupa, que diariamente quebram paradigmas e padrões estabelecidos socialmente.

O símbolo escolhido para representar o logo (Figura 11) da empresa foi o cervo. Para efeito estético, houve aplicação de recortes geométricos juntamente com tons de cinza e preto.

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Figura 11 - Logo da marca.

Fonte: do autor, 2014.

O empreendimento recebeu o sobrenome do criador em homenagem à sua família e devido a pronuncia do “Fantucci”, sobrenome de origem italiana, soar bem, transmitir tradição e identidade.

6.1.3 Conceito da marca

Criada para vestir pessoas livres de padrões de gênero, a Fantucci, sob um olhar inovador, tecnológico e moderno é o lugar certo para aqueles que buscam exclusividade, conforto, qualidade e excentricidade, sem abrir mãos das últimas tendências da moda.

Através da produção de roupas destinadas a pessoas que apreciam trabalhos com maestria na modelagem e não se contentam com peças caretas e convencionais, a marca oferece peças com estampas, texturas e designs exclusivos, de maneira sempre atualizada e adaptada ao estilo de vida dos consumidores.

6.1.4 Segmento

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6.1.5 Concorrentes

Em relação aos concorrentes diretos da Fantucci, encontra-se a marca italiana Flavia Larocca, em que todas as coleções são desenvolvidas no conceito de modularidade e sustentabilidade, porém, seu direcionamento é voltado ao público feminino.

Quanto aos concorrentes indiretos, encontram-se marcas independentes e urbanas brasileiras, novas no mercado e que se relacionam com a nova geração. São marcas onde a sexualidade já não é tabu como antes: João Pimenta, Caroline Funke, Trendt, Felipe Fanaia, BEN, Lui Iarocheski, Beira e Igor Dadona, além de multimarcas estabelecidas em várias cidades brasileiras.

6.1.6 Preços praticados

As peças terão valor mínimo de sessenta reais para peças básicas e máximo de quatrocentos reais para peças mais elaboradas, com aplicação de bordados, texturas e tecidos finos, por exemplo.

Além disso, há possibilidade de o consumidor comprar partes independentes do look, como por exemplo, uma manga que pode ser utilizada em alguma outra peça previamente adquirida. Nesse caso, as vendas desses itens terão valor mínimo de quarenta reais e máximo de cem reais.

6.1.7 Planejamento de Tag

Devido ao uso de materiais diferenciados, texturas e pinturas manuais, os produtos da Fantucci receberão tags (Figura 12) com instruções de como cuidar do produto, de modo a instruir o consumidor a prolongar o tempo de vida útil da peça adquirida.

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Figura 12 - Tag.

Fonte: do autor, 2017

A tag da marca será em cores neutras, terá o logo na parte frontal juntamente com o nome da coleção e temporada, confeccionada no tamanho 5 x 10 cm. Na parte traseira, constará informações sobre a composição da peça e instruções de lavagem, impressas em adesivo e colados sob a tag.

6.1.8 Diferenças corporais

Conforme explanado na fundamentação deste trabalho, estabelecer um padrão entre indivíduos de uma população é difícil, pois fatores como alimentação, clima, classe social interferem no desenvolvimento corpóreo das pessoas. O mesmo acontece em relação as diferenças corpóreas que homens e mulheres apresentam.

Dessa forma, visando atender variados corpos e tipos físicos, a empresa fabricará seus produtos em diversos tamanhos, de modo a atender uma vasta gama de consumidores.

Futuramente a marca desenvolverá uma equivalência de tamanhos do vestuário feminino e masculino, conforme pode ser observado na Tabela 3, de modo a facilitar e agilizar a venda do produto para o consumidor.

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Tabela 3 - Possível equivalência de tamanhos Fonte: do autor, 2017.

Tamanho 1 2 3 4

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.

42 40 40 38 38 36 36 34

Entretanto, para que tal equivalência seja possível, faz-se necessário um estudo antropométrico aprofundado sobre o público ao qual esse trabalho se direciona.

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6.2 PERFIL DO PÚBLICO ALVO

Figura 13 - Público-alvo.

Fonte: The Rakish Gent, 201512.

Homens e mulheres com idade entre 18 a 27 anos, são pessoas livres que não se prendem aos padrões de gênero. Residem em grandes centros urbanos localizados na região sudeste e sul do Brasil, como São Paulo e Curitiba. São indivíduos que trabalham e/ou estudam e buscam o seu lugar em meio à multidão. São cidadãos de classe média e frequentam lugares como bares, baladas, cinemas, teatros, restaurantes e festivais.

Buscam viver uma vida independente, sempre tendo em vista o alcance dos seus objetivos. São ecléticos em relação aos seus gostos pessoais, na leitura, leem desde HQ’s, livros de aventura e ficção cientifica a revistas de moda como a Elle,

12 Disponível em: <http://www.therakishgent.co.uk/gender-neutral-menswear.html>.

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Vogue e FFW. Na música sempre estão abertos a novas experimentações, ouvem desde bandas “desconhecidas” ao que é tendência da estação. São atraídos por produtos de qualidade e com inovação no design, desde que lhes proporcionem conforto e versatilidade. Querem estar à frente de seu tempo e dos demais consumidores, chegando em primeiro lugar às fontes de informações e novidades, ser fonte de influência e referência para os demais.

6.3 Pesquisa de tendências

6.3.1 Socioculturais (macrotendências)

A temporada de inverno 2018 é uma junção de extremos que se contrastam entre si, construindo novos ambientes e dramatizando o design contemporâneo.

A macrotendência escolhida para o desenvolvimento da coleção é a “Contra a Corrente”, proposta pelo WGSN para o Outono/Inverno 2018

CONTRA A CORRENTE – As mesmas influências globais que proporcionam o surgimento da fusão pancultural irão trazer uma proposta mais pessoal e política para as roupas do dia a dia.

Aqui, o vestuário se transforma em uma potente ferramenta para comunicar ideias, crenças e fidelidade a determinadas subculturas. Em meio a um mundo tão dividido, a moda será recriada para ter um propósito: além das roupas, ela deverá se transformar em forma de expressão e opinião.

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Figura 14 - Painel Contra a corrente

Fonte: Do autor, 2017

6.3.2 Microtendências

Para o desenvolvimento da coleção, além do embasamento nas macrotendências apresentadas, serão utilizadas as seguintes tendências de inverno 2018:

• Oversized: roupas mais largas no corpo; • Sobreposições;

• Uso de modelagens conceituais com toques futuristas; • Pespontos;

• Arquitetura; • Pintura manual.

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7 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

7.1 Delimitação do projeto

O projeto visa atender as necessidades do público-alvo referentes à diferenciação de formas, modelagens e materiais, garantindo aos consumidores da Fantucci novidades e alternativas em relação aos produtos existentes no mercado.

7.2 Painel semântico Figura 15 - Painel semântico

Fonte: do autor, 2017.

Para a coleção de Inverno 2018, a marca mesclou dois universos, o da moda e o da arquitetura, de modo a proporcionar novas abordagens, visões e experimentações. Elementos das obras de Herzog & de Meuron, Zaha Hadid e Peter Einsenman trazem inspiração para formulação da coleção, se traduzindo em formas

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simplistas, futuristas e desconstrutivistas, viabilizando uma nova visão estética por meio da interdisciplinaridade dessas áreas.

Herzog & de Meuron é um escritório suíço de arquitetura fundado por Jacques Herzog e Pierre de Meuron. Suas obras distinguem-se pelo uso da forma essencial, potencialidade dos materiais de construção e repetição, obras tão arquitetônicas a ponto de serem artísticas (MÜLLER, 2002).

A arquiteta iraquiana-britânica Zaha Hadid, falecida em 31 de Março de 2016 ainda é considerada a mais famosa do mundo e deixou um legado de grandes projetos arquitetônicos, marcados por traços orgânicos e grandes curvas (BBC, 2016).

Arquiteto, teórico e educador estadunidense, Peter Eisenman é um dos principais representantes do desconstrutivismo, sua arquitetura se caracteriza se caracteriza pelo uso de formas geométricas e orgânicas que se cruzam entre planos e estruturas (ALENCAR, 2009).

7.3 Nome da coleção

(des)ordenados

7.4 Conceito de coleção

A coleção de Inverno 2018 da Fantucci explora o futuro através interdisciplinaridade entre moda e arquitetura e faz uma reflexão sobre nossas atitudes enquanto sociedade e o modo com o qual sempre se busca adaptação aos meios nos quais estamos inseridos. Estamos imersos na fluidez das cidades, fazemos parte de diversos pontos que se ligam, se chocam e se misturam a todo momento. Esta temporada é uma junção de extremos (des)ordenados que se traduzem numa nova versão do futuro.

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7.5 Cartela de cores

Na coleção de Inverno 2018 da Fantucci, o compor das cartelas de cores são diretamente inspiradas na natureza invernal, tons exuberantes, densos e sombrios em oposição ao silêncio dos brancos e neutros.

Figura 16 - Cartela de cores

Fonte: do autor, 2017.

7.6 Cartela de materiais

Figura 17 - Cartela de materiais

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7.7 Formas e estruturas da coleção

Figura 18 - Silhuetas/Shapes.

Fonte: do autor, 2017.

7.8 Mix de coleção

Tabela 4 - Mix de coleção. Fonte: do autor, 2017.

Mix de coleção Básico Fashion Vanguarda

Camisetas 2 - - Casacos - 2 5 Capas - 1 1 Calças 4 2 - Macacões - 1 3 Vestidos - 4 2 Blusas 1 - - Agasalhos 1 - - Saias 1 - - Total 9 10 11

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7.9 Geração de alternativas

Figura 19 - Look 1.

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Figura 20 - Look 2.

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Figura 21 – Look 3.

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Figura 22 - Look 4.

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Figura 23 - Look 5.

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Figura 24 - Look 6.

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Figura 25 - Look 7.

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Figura 26 - Look 8.

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Figura 27 - Look 9.

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Figura 28 - Look 10.

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Figura 29 - Look 11.

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Figura 30 - Look 12.

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Figura 31 - Look 13.

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Figura 32 - Look 14.

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Figura 33 - Look 15.

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Figura 34 - Look 16.

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Figura 35 - Look 17.

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Figura 36 - Look 18.

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Figura 37 - Look 19.

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Figura 38 - Look 20.

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7.10 Fichas técnicas

Figura 39 – Ficha técnica: casaco estampado (look 1).

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Figura 40 - Ficha técnica: casaco estampado (look 1).

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Figura 41 - Ficha técnica: casaco estampado (look 1).

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Figura 42- Ficha técnica: calça de moletom (look 1).

(78)

Figura 43 - Ficha técnica: calça de moletom (look 1).

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Figura 44 - Ficha técnica: calça de moletom (look 1).

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Figura 45 - Ficha técnica: camiseta (look 1).

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Figura 46 - Ficha técnica: camiseta (look 1).

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Figura 47 - Ficha técnica: camiseta (look 1).

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Figura 48 - Ficha técnica: vestido com capuz (look 7).

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Figura 49 - Ficha técnica: vestido com capuz (look 7).

(85)

Figura 50 - Ficha técnica: vestido com capuz (look 7).

(86)

Figura 51 - Ficha técnica: vestido (look 8).

(87)

Figura 52 - Ficha técnica: vestido (look 8).

(88)

Figura 53 - Ficha técnica: vestido (look 8).

(89)

Figura 54 - Ficha técnica: casaco assimétrico (look 17).

(90)

Figura 55 - Ficha técnica: casaco assimétrico (look 17).

(91)

Figura 56 - Ficha técnica: casaco assimétrico (look 17).

(92)

Figura 57 - Ficha técnica: calça modular (look 17)

(93)

Figura 58 - Ficha técnica: calça modular (look 17).

(94)

Figura 59 - Ficha técnica: calça modular (look 17).

(95)

7.11 Pranchas

Figura 60 - Prancha look 1.

Fonte: do autor, 2017.

Figura 61 - Prancha look 7.

(96)

Figura 62 - Prancha look 8.

Fonte: do autor, 2017.

Figura 63 - Prancha look 17.

(97)

7.12 Looks confeccionados

Figura 64 - Look 01.

Fonte: do autor, 2017.

Figura 65 - Look 7.

(98)

Figura 66 - Look 8.

Fonte: do autor, 2017.

Figura 67 - Look 17

(99)

7.13 Catálogo

Tabela 5 - Catálogo Inverno 2018

Fonte: do autor, 2017.

Figura 68 - Catálogo Inverno 2018.

(100)

Figura 69 - Catálogo Inverno 2018.

Fonte: do autor, 2017.

Figura 70 - Catálogo Inverno 2018.

(101)

Figura 71 - Catálogo Inverno 2018.

Fonte: do autor, 2017.

Figura 72 - Catálogo Inverno 2018.

Referências

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