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ORGANIZAÇÃO

Arthur Orlando da Costa Ferreira Antônio Boaventura

João Jardim Peclat

Lamartine Pereira da Costa

Ouídio Silveira Souza

Huthenio de Aguiar

O estudo da organização de uma Olimpíada deve obedecer à finalidades

específicas. É compreensível que a enorme massa de dados registráveis se torna inerente às condições do local-sede, originando ineficácia numa apre-ciação global para objetivos essencialmente técnicos.

Assim sendo, a seleção das observações procurou acompanhar a evo-lução dos pontos considerados chaves, bem como divulgar as inovações, em atendimento às peculiaridades do atual ambiente desportivo brasileiro.

Essas diretrizes se pautaram, sobretudo, pela possibilidade de o nosso País v i r a patrocinar uma Olimpíada e pela conseqüente necessidade de criar circulação de informações técnicas condizentes com as nossas carên-cias. Em prazo imediato é atendida a orientação da Divisão de Educação Física do MEC no sentido informativo, emitindo mais um veículo de atuali-zação e participação dos professores, técnicos e dirigentes de todo o Brasil.

LOCAL

A escolha da sede dos Jogos Olímpicos tem sofrido influências, em grau sempre crescente, de interesses políticos e econômicos. Nos últimos anos, a tendência é para a promoção da cidade ou do país eleito. Uma verdadeira batalha de bastidores nasce dentre essas imposiçõeis, com o Comitê Olímpico Internacional procurando manter o equilíbrio diante de imperativos de sua própria organização e programação.

A eleição da Cidade do México, preterindo Detroit, Lyon e Buenos Aires (60.a Sessão do C.O.I., Baden-Baden, 18 de outubro de 1963), foi bem

dentro dessa característica, acrescendo-se a novidade de campanhas a pos-teriori A t é o dia da inauguração circularam boatos prenunciando adia-mento e mudança do local-sede. Além de uma sub-reptícia desconfiança da

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capacidade mexicana para realização de empreendimento de tal vulto, a altitude serviu de base para os ataques, dando lugar, mais tarde, ao clima revolucionário estudantil.

De fato, os fatores negativos eram evidentes, porém n ã o a ponto de comprometer uma organização de tão importantes empcnhos realizada pelo Governo mexicano. Isso ficou comprovado simplesmente pelo desenrolar do evento com um mínimo de deslizes.

Essas circunstâncias projetaramse principalmente sobre o aspecto f i -nanceiro, aumentando os custos de organização. Somente para neutralizar a campanha sõbre a altitude e seus malefícios, foram promovidas três com-petições pré-olímpicas de elevados encargos. À terceira, por exemplo, em outubro de 1967, compareceram 56 países e 2.578 competidores.

Com referência ao problema da organização, visto isoladamente, obser-vamos que esses dados se conjugam quanto ao caráter promocional: tanto em Tóquio como no México, assim como fôra notado em Roma, era reco-nhecido o clima de "maior Olimpíada de todos os tempos." Em tais condi-ções, é natural a elevação dos custos, a invocação da honra nacional etc, bem como a quebra de recordes de público, de países participantes etc, em face dos meios planejados especificamente.

No caso em exame, da Cidade do México, o objetivo promocional foi plenamente atingido. Sendo uma das megalópolis do mundo moderno, com mais de sete milhões de habitantes em uma área de 1.499 quilômetros qua-drados, de notável infra-estrutura e mentalidade turística e de população altamente motivada em torno dos jogos, constituiu o cenário ideal para a "maior Olimpíada de todos os tempos". Restanos, portanto, examinar a i m -plicação mais importante quanto ao local: a eficiência de circulação.

É sensível que, na organização e realização de uma Olimpíada em ci-dade grande e densamente habitada apresentando tráfico intenso e locais de competição espalhados, o problema de circulação é básico. Para tornar possível a realização das X V I I I Olimpíadas, a prefeitura de Tóquio gastou quase 3 bilhões de dólares em obras viárias.

O problema para a Cidade do México não era tão grave, o que não lhe impôs gastos muito elevados. A figura 1 nos d á uma idéia das vias princi-pais'de acesso e distribuição dos locais de competição (uma avaliação da escala pode ser feita pela A v . Insurgentes, que, no setor detalhado no mapa, se estende por 32 quilômetros). Embora não existam dados concretos*sôbre o prejuízo para o público e para os atletas, podemos afirmar que, no futuro, tal configuração não poderá ser adotada sem grandes transtornos para a vida da cidade e dos participantes, quer atletas, quer assistentes. As expe-riências de Tóquio e México foram suficientes para demonstrar a incompa-tibilidade da realização de uma Olimpíada em grande centro urbano, dotado de acessos aos locais das competições cruzados com suas vias de penetração.

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TEPOTZOTLAN QUERETARO LEON TEOTIHUACAN

PISTA HIELO (Ice Rínk] San Jero Nimo E S T Á D I O *'Q ChTr\u*c° (Oiympic $NhnKln| Pedi Av. Division \1 1 v . . . . (OlympTe Stadium) y > / i l f l (f Av.de IM W J Insurgentei Sur . Anil Io Periférico dei Norte C.U. A L B E R C A (Unlvgrilty Swlmmlnj Pool) A L B E R C A npie Swlmmlii| (Gytnniiium) C I E S S E I B £ s ! B B

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ACAPULCO XOCHIMILCO Figura - 1 3

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Efetivamente, a massa de competidores e assistentes torna-se cada vez maior e mais exigente quanto às condições de deslocamento. A solução deverá incidir sobre a concentração dos locais de competição, em uma só área. Êste foi um dos fatores condicionantes da escolha de Munique, para 1972. Naquela cidade alemã a quase, totalidade das instalações estará con-centrada numa área de 2,8 milhões de metros quadrados, fora dos limites da cidade, de cujo ponto focai se poderá alcançar a pé, e em poucos minutos, qualquer sítio de competição, serviços auxiliares e Vila Olímpica. Além disso, há previsão de estacionamento para 10.000 automóveis, três áreas de camping e ligação da cidade com a j á denominada "área olímpica de dis-tâncias curtas" através de uma linha especial de m e t r ô (figura 2 ) .

C U S T O

A imprecisão é uma característica do levantamento dos custos de uma Olimpíada, em razão de despesas indiretas e imprevistas. Há, também, em algumas ocasiões, interêsse dos organizadores em n ã o divulgar o desem-bolso governamental por motivos de ordem política.

No México, não obstante os reiterados esclarecimentos das autoridades responsáveis, surgiram contradições nas cifras, repetindo-se a rotina de Roma e Tóquio. Entretanto, o cruzamento dos informes de diversas fontes leva-nos a crer que as despesas se situaram por volta de 150 milhões de dólares.

Essa quantia mostra que os Jogos Olímpicos estão tornando um empreendimento cada vez mais caro: em Roma foram gastos 100 milhões e em Tóquio, não se levando em conta as obras viárias, 130 milhões. Não somente têm crescido os números referentes aos encargos com atletas, d i r i -gentes, assistentes, propaganda e implicações do avanço tecnológico (me-dição e cronometragem, meios de comunicação etc.) mas principalmente quanto ao montante deficitário.

O prejuízo, portanto, é ponto pacífico na organização de uma Olimpía-da. A receita, conseqüentemente, vem-se constituindo em ponto de conver-gência das atenções, porque aumenta a viabilidade do empreendimento, ao tempo em que reduz o inevitável ônus financeiro. No México avaliou-se um retorno de 24 milhões de dólares por meio dos gastos dos visitantes (cálculo da VConfederación de Câmaras Nacionales de Comercio", CONCANACO, México, D. F-), além de mais 20 milhões derivados da venda de ingressos e direitos de publicidade e informações. Essas últimas cifras constituíram recordes bastante distanciados dos anteriores, em face do reconhecido em-penho dos mexicanos em tornar menos oneroso o esquema financeiro.

Efetivamente, pelos dados citados, é cada vez mais inviável uma Olim-píada autofinanciada, tese levantada, com freqüência, por dirigentes des-portivos entusiasmados de todo o mundo. O próprio AVERY BRUNDAGE, Presidente do Comitê Olímpico Internacional, advertiu, em um de seus

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pronunciamentos: " A ninguém é permitido render lucros dos Jogos Olímpi-cos. Êles requerem, sobretudo, sacrifícios, sendo extraordinário que tenham evoluído e prosperado em nossa era materialística. Na realidade, a sobre-vivência das Olimpíadas está ligada ao amadorismo: nunca poderá ser um empreendimento comercial em vista dos custos elevados" (52.a Sessão do

C.O.I., Melboume, novembro de 1956).

Isto pôsto, cairemos, inevitavelmente, na problemática do item ante-rior, referente à eleição do local-sede: os interêsses em causa na promoção dos Jogos Olímpicos são, em essência, de ordem política e econômica. Neste sentido, o caso do México é bastante sintomático.

Trata-se de um país cuja economia se baseia na "indústria sem cha-minés" — o turismo. A receita anual dessa atividade atinge um bilhão de dólares (o principal produto brasileiro, o café, rende por volta de 800 m i -lhões), o que tem permitido, ao lado de sua florescente indústria e de sua moderna agricultura, contínuo crescimento no Produto Nacional Bruto de, aproximadamente, 8% ao ano, taxa somente ultrapassada, na atualidade, pelo Japão e pela China Nacionalista. O turismo, conclusivamente, repre-senta 4% do PNB mexicano, posição excelente, considerando-se que, na Espanha, país de maior .importância no setor, a taxa é de 5%.

A par dessa necessidade funcional de implicações econômicas, assis-timos a uma investida política do México para se projetar como a nação líder da América Latina. Sem embargo de outras condições, a equilibrada e sólida performance desenvolvimentista dos últimos dez anos, oferece a base necessária para essa pretensão.

Assim, sendo, o ônus financeiro da realização de uma Olimpíada é perfeitamente explicável para um país como o México, uma vez que se insere em suas peculiaridades econômicas e políticas. As autoridades me-xicanas, certamente, pautaram a decisão de patrocinar os Jogos Olímpicos com vistas a uma rentabilidade a longo prazo e não a um retorno imediato, como se pode inferir de um exame simplista do tipo receita-despesa.

Outrossim, podem ser citadas outras compensações, A Vila Olímpica mexicana foi programada para se transformar em nôvo bairro e a maior parte dos apartamentos já estava vendida antes da Cerimônia de Abertura. O restante das instalações darão condições ao México de ser um dos países mais destacados do cenário desportivo mundial.

Razões semelhantes podem ser levantadas em relação aos países que promoveram Olimpíadas desde 1956, ano em que o evento ganhou impor-tância em relação aos custos. Na Austrália, nonsidera-se o investimento aplicado nos Jogos Olímpicos de Melboume como um dos mais rentáveis até hoje realizados: incrementou-se o turismo, o comércio e a entrada de capitais foram estimulados, além do início de u m movimento desportivo que tem rendido extraordinária projeção internacional e, literalmente, aproximado a Austrália, com atuação mais incisiva, do concerto das nações.

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No concernente a Roma, as implicações ligavam-se à promoção turística, embora o revigoramento desportivo tenha atingido tôda a Itália. Quanto a Tóquio, em que pese ao fantástico total de 3 bilhões de dólares de custos, o interêsse ostentava conexão com o empenho do Japão em se colocar entre as grandes potências mundiais.

Em conclusão, podemos estabelecer a premissa da imposição de um exame da viabilidade para a realização de uma Olimpíada em face das cres-centes despesas e da contingência de interesses específicos de determinada cidade ou país, tal qual como em qualquer projeto racional de grande i m -portância. Isto é sobremaneira indispensável para países em vias de desen-volvimento, geralmente subordinados a uma escala prioritária de investi-mentos. Essa hipótese ganha privilégios de validade, em vista de o México ter aberto precedente entre nações de nível médio e, assim, conseguido contribuir para engrossar o j á elevado conjunto de autoridades e dirigentes desportivos com pretensões olímpicas.

ORGANIZAÇÃO PROPRIAMENTE DITA

Nos níveis inferiores de organização, ou seja, na competição das 19 mo-dalidades programadas no México, não houve alterações de importância no referente à rotina das ações e ao cumprimento das regulamentações. O ponto He realce foi o da mobilização de meios e de pessoal para acionamento dos eventos. Em alguns casos, como no atletismo, por exemplo, houve exa-gêro de recursos, originando pequenos deslizes.

O trabalho impecável do pessoal envolvido e a utilização correta do material de apoio espelharam a segurança adquirida em intensivos treina-mentos. Informações oficiais deram conta de que os 945 elementos mexica-nos da arbitragem foram preparados durante três amexica-nos; as três competições pré-olímpicas de 1965, 1966 e 1967, respectivamente; serviram de testes para o grande evento de 1968. Notou-se, porque de clareza sem rebuço, que os pormenores mais insignificantes foram devidamente levantados, planejados e ensaiados.

O que se reconheceu em Tóquio como culminância dos X V I I I Jogos Olímpicos, foi suplantado no México: o ambiente de superorganização formal deu lugar a uma estrutura perfeita, com soluções caracteristicamen-te locais e de elevado caracteristicamen-teor de comunicação, de acordo com a emotividade mexicana.

Para atletas, dirigentes e desportistas, de modo geral, acostumados aos padrões rotineiros de organização a impressão foi de impacto e deslumbra-mento. As Olimpíadas do México, sem dúvida, criaram novas dimensões num setor que parecia ter esgotado as alternativas, assim como estabelece-ram um desafio para os futuros patrocinadores.

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No nível superior, entretanto, a diferenciação foi substancial, inovan-do-se integralmente a estrutura. Enquanto em Tóquio, conforme dispositi-vos anteriores, bastante experimentados e funcionais, se utilizou de uma organização flexível com apenas seis grandes centros de decisões (divisões) e quinze setores subordinados (seções) — como podemos observar no orga-nograma da figura 3 —, no México a diretriz derivou-se para a descentra-lização, repartindo-se as funções entre centenas de elementos que se liga-vam em cadeia aos pontos principais de controle (a figura 4 mostra o or-ganograma de base).

Essa estrutura, por seu turno, conjugavase com fluxogramas de m i -lhares de eventos representativos das ações a serem desenvolvidas para a organização global da Olimpíada. Finalmente, todo o sistema era contro-lado pelo processo CPM (Criticai Path Method), por meio de computação eletrônica.

Tal tipo de organização é de comum utilização na atualidade, principal-mente nas obras de grande complexidade, sendo de fácil alcance para pro-fissionais de nível superior. Vejamos, contudo, a experiência adquirida.

Em princípio, interrupções eventuais do fluxo de recursos impediram o funcionamento adequado do sistema, se bem que os pontos de estrangula-mento se colocavam em evidência, permitindo concentrações de esforços e retomo, à normalidade. Segundo se observou, atrasos maiores poderiam comprometer a realização das Olimpíadas, uma vez que diversos eventos eram inadiáveis (comunicação pessoal de Edgar Ducloux, assistente da coordenação geral). Assim sendo, o ponto crítico de uma Olimpíada organizada desta forma é o ritmo de injeções de recursos. Isto implica, em ú l -tima análise, um comprometimento prioritário das fontes, cuja principal, no México, foi o próprio governo, ao contrário de Tóquio, que dependia de uma miscelânea de repasses financeiros, desde impostos específicos a t é a venda de cigarros. Daí a adoção de um sistema caracteristicamente flexível pelos japoneses, estando de modo perfeito adequado à situação.

Nesse contexto é preciso realçar que a organização de Munique, para 1972, repousará em bases simples e flexíveis, semelhantes à diretriz assu-mida por Tóquio (figura 5).

Também é relevante que os mexicanos tenham encarado a organização das X I X Olimpíadas como um dos mais importantes projetos até hoje rea-lizados naquele País, explicando-se, assim, o empenho de meios até então inéditos no setor desportivo. Os acontecimentos desportivos de qualquer nível, mesmo nas nações mais adiantadas, transcorrem normalmente, com limitações de recursos, dando origem a arranjos e improvisações; a organi-zação desportiva e seus dirigentes são, por esta razão, flexíveis em suas essências. No México, os dirigentes desportivos deram lugar a pessoas expe-rimentadas de alto gabarito gerencial, que deram ao sistema montado es-trutura somente encontrada nos grandes complexos industriais ou

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XIX OLIMPIÃDA-MÉXICO 1968

PRESIDEM TE D4 REPUBLICA PREFEITO DA CIDADE DO MÉXICO A S S E Ô S O R I A S • ALOJAMENTO • TOCHA O U M P I C A • ARTE • ASSUNTO! JUOÚHCOS • CERIMONIAL • COMPETIÇÕES FORA VA CiOADC OO MÉXICO • COMPUTAÇÃO ELETRÕNIUI • COMGRSfSdt OeSPORTIVOS • CONTR&LE K (NGOE5SOS • IMIGRAÇÃO • IMPRENSA.RAOlO.TELtVJ SÃO E FOTOGRAFIA • PUBLICIDADE

• CRITICftL PATH METHOO

• S E R V I Ç O S M É D I C O S • T R A N S P O R T E F / C O M U M I C . • T R A F E G O LOCAIS ASSESSOR GERAL DESPORTIVO PRESIDENTE DO COMITÊ' ORGANIZADOR. VICE - PRESIDENTE SECRETARIO GERAL AUDITOR PRINCIPAL I DIREÇÃO DE TE*C. NICA DESPORTIVA DIREÇÃO DE SERVI

ÇOS AOS VISITANTE!

I DIREÇÃO DE ATIV. ARTIST. E CULTUO. DIREÇÃO DE CONTRD LE DE INSTALAÇÕES DESTACAMENTO MILITAR OLÍMPICO SECRETARIA PARTICULAR ASSESSOR GERAL DE ADMINISTRAÇÃO DIREÇÃO DE RELAÇÕES PÚBUCAS DIREÇÃO DE CQNT«;

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XVIII OLIMPÍADA - TOKIO 1 9 6 4 - ORGANIZAÇÃO

3

cm

c PRESIDENTE

SECRET. GERAL HONORÃWO

SECRETÁRIOS ASSISTENTES VICE-SECRETARIO GERAL D I V I S Ã O D E A D M I N I S T R A Ç Ã O SEÇÃO DE ASSUNTOS GERAIS LIGAÇÃO E PROTOCOLO TRANSPORTES ALOJAMENTOS DIVISÃO DE FINANÇAS I CONTABILIDADE CONTRATOS BILHETAGEM DIVISÃO DE IMPREk SA E IUFORM. P O Í L RELAÇ. PÚBLICAS IMPRENSA DIVISÃO DE T É C N I -CA DESPORTIVO D E S P O R T O S C E R I M Ô N I A S E T O C H A O L Í M P I C A EXPOSIÇÃO D E ARTE E FOLKLORE ASSISTÊNCIA MÉOICA E HIGIÊNICA DIVISÃO DE INSTALAÇÕES I PLANEJAMENTO CONSTRUÇÃO BUREAU DE RENDAS

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MUNICH-1972

COMITÊ'ORGANIZADOR - ASSEMBLÉIA GERAL

Conselho Consultivo

Protocolo

Comitê' de Direção Comissões

Divisão I Finanças Legislação Administração Divisão II Modalidades Desportivos Divisão IV Campo dqJuventude Tocha Olímpica Divisão V Programo Cultural Divisão. V Relações Públicas Divisão VIII Transportes Divisão X Direção Técnica Divisão XI Comunicação Grdf ico Divisão Ml Vila Olímpica Divisão VI Imprensa Divisão IX Segurança e Atendimento Bureou de Regatas-Kiel

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ciais. Daí a quase ausência de improvisações e u m desencadeamento per-feito das ações. Em suma, isto valoriza o per-feito de nosso país irmão, tendo em vista que a máquina montada dificilmente se ajustaria a erros de i m -portância.

Convém, todavia, ressalvar a validade das opções de Tóquio e de_ M u -nique, para uma colocação correta do aspecto evolutivo de organização. O Japão e a Alemanha possuem dirigentes desportivos experimentados e de alto gabarito. Êles, naturalmente, tomaram a iniciativa do patrocínio, em-polgaram os governos das cidades-sede e, num último estágio, foram desig-nados para os cargos de direção. Na realidade esta é a rotina da realização desportiva, cuja gerência implica carreira — geralmente não subvencio-nada — e experiência. Uma Olimpíada, portanto, é a culminância da elite dirigente dos desportos de um país, principalmente em relação aos coloca-dos em pauta.

A funcionalidade dêsse pessoal ficou comprovada no Brasil por ocasião dos Jogos Pan-Americanos de São Paulo, em 1963. Em algumas semanas, o Comitê Organizador, com ações quase que totalmente improvisadas e em ritmo notável de trabalho conseguiu montar uma estrutura que, de modo habitual, requereria anos para sua complementação. Êsse sucesso seria também duvidoso, se a atuação fôsse de estranhos ao setor desportivo, sem experiência específica.

Portanto, de forma a entrar em consonância com o recente aparecimen-to, em condições efetivas do management desportivo, concluiremos que a organização de uma Olimpíada tende a buscar o equilíbrio entre os técnicús de alto gabarito dos setores especializados e os experimentados dirigentes desportivos nos cargos de direção e controle.

INFORMAÇÃO

Seguindo tendência universal, um dos pontos de maior cuidado na or-ganização de qualquer Olimpíada tem sido o da informação.

Em Tóquio, o sistema montado foi dos mais aperfeiçoados, utilizando-se computador eletrônico, instalado no então denominado "Olympic Data Cen-ter", dentro do edifício que funcionava o Centro de Imprensa. A aparelha-gem estava ligada a todos os locais de competição, dos quais recebia os resultados e demais informações complementares. Êsses dados eram compu-tados de acordo com u m programa que relacionava todos os atletas inscri-tos por país e por modalidade. Assim, com rapidez e precisão ainda desco-nhecidas nos Jogos Olímpicos, colocava-se à disposição dos meios de infor-mação e dos demais setores da organização, o programa de treinamento e de competições, bem como os resultados oficiais devidamente ordenados. A l é m disso, o mesmo aparelho providenciava a impressão e distribuição dos bole-tins de informações, montava o livro de resultados gerais e emitia certifica-dos individuais de participação para os atletas.

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Embora no México tenha se optado por um serviço descentralizado,

no qual a computação dos resultados era feita nos próprios locais da

com-petição e posteriormente transmitidos para os Centros de Informações,, o

sistema montado mostrou extraordinária eficiência de qualidade e

quan-tidade.

O pessoal pertencente ao setor de informações da Organização, fazia-se

presente a partir do Aeroporto da Cidade do México, onde recepcionava os

representantes dos diversos meios de comunicação, orientando-os

inicial-mente para os dois Centros de Imprensa.

O principal dêles situava-se num hotel da área central da cidade (Hotel

Maria Isabel), que possuía infra-estrutura completa de informações e

fun-cionava 24 hpras por dia. O segundo estava instalado na Vila Olímpica,

com organização modelar, conforme a figura 6 mostra.

Havia, também, subcentros em cada local de competição, todos ligados

entre si e com os centros principais — através de telex, telefone e

radiofo-nia —, mantendo, dessa forma fluxo permanente de informações. A

capa-cidade da rêde pode ser avaliada pelas cifras: 350 operadores (militares).

68 máquinas copiadoras eletrônicas, 206 duplicadores e 40 impressoras

off-set.

Ao contrário de Tóquio, a descentralização no México atingia inclusive

a programação do treinamento e da competição, que tinha controle especial

instalado na Vila Olímpica, informando indistintamente a atletas, técnicos,

dirigentes e meios de comunicação.

No concernente à imagem e ao som, o órgão estatal mexicano de

tele-comunicações seguiu o procedimento de seu similar japonês, enfeixando

todas as transmissões a fim de auferir direitos. Nesse setor, sobretudo, os

recordes foram remarcáveis. Calculou-se uma audiência diária de 600

mi-lhões de espectadores alcançados nos Estado Unidos (enlace de

microon-das), Europa e Ásia (via satélite Intelsat III).

A perfeição de todo êsse sistema ficou permanentemente em evidência

pela nitidez das imagens a côres — iniciativa pioneira em Olimpíadas — ou

em prêto e branco da televisão cuja transmissão obedeceu a determinado

plano de luminosidade dos interiores das instalações, e atingiu seu ponto

culminante com a distribuição do livro geral de resultados (Memória

Olímpica) poucas horas após a última prova programada.

Finalmente, convém relevar a importância crescente da informação nos

Jogos Olímpicos: em Munique, para 1972, dentro da denominada "área

olímpica de distâncias curtas", uma das instalações mais imponente e mais

centralmente localizadas, será o edifício da torre de televisão (vide

figu-ra 2).

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Figura 6 — O Centro de Imprensa da Vila Olímpica foi projetado de acordo com a experiência adquirida em Helsinki, Roma e Tóquio. O edifício ocupava uma superfície de 10.000 metros quadrados de construção; a iluminação era natural, obtida por meio de desníveis alternados na cobertura, Havia 4 zonas principais;

a primeira, administrativa, destinava-se ao atendimento de jornalistas e estava localizada em nível de

destaque, onde eram encontrados os elementos de base da organização (mesas de informações e registro de

jornalistas, representação do Comitê Organizador, sala de tradutores, ligação com a rêde de

telecomuni-cações, distribuição e controle de alojamento, transportes e localidades para jornalistas); a segunda era ocupada pelas agências internacionais e nacionais de notícias e pelo "pool" fotográfico; a terceira incluía

a infra-estrutura de comunicações (telex, teleimpressão, telefoto, telégrafos, rádio, telefone, serviços de

impressão, etc); a quarta zona, finalmente, destinava-se aos serviços gerais restaurante, bar, farmácia, banco, correios, aduana, bombeiros, rouparia e almoxarifado).

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APOIO M I L I T A R

Os Jogos Olímpicos de Roma foram os primeiros a utilizar em massa elementos das Forças Armadas, que antes eram usados discretamente em tarefas especializadas. Êsse recurso, de fato, transfere parte dos custos para as despesas indiretas, tendendo, por isso, a ser explorado em escala crescente.

Em Tóquio, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica participaram ativa-mente, fornecendo 5.361 militares, 12 aviões, 72 embarcações, 750 veículos e 843 aparelhos de comunicações ( X V I I I OLYMPIAD OFFICIAL BULLE-T I N , n.° 16).

No México, os elementos envolvidos subiram para 16 m i l (13 m i l cons-critos e 3 m i l de carreira). Êsse contingente constituiu o chamado "Destaca-mento Militar Olímpico", criado por decreto presidencial e comandado por um General de Divisão (vide organograma da figura 4 ) . A unidade ficou à disposição do Comitê Organizador durante três anos, devidamente subven-cionada pelas Forças Armadas mexicanas.

Uma avaliação do que representou na organização êsse despercebido mas importante item, pode ser feita pelas missões atribuídas ao Destaca-mento:

1) Apoio às cerimônias e à cobertura da rota da Tocha Olímpica. 2) Recepção e segurança da Vila Olímpica.

3) Bandas, fanfarras e bandeiras.

4) Organização e arbitragem do Tiro, Pentatlo Moderno e'Hipismo 5) Segurança nas provas de ruas e estradas (Ciclismo, maratona e

marchas).

6) Segurança dos eventos e material da Olimpíada Cultural.

7) Fornecimento de 40 treinadores e 120 cavalos para a prova hípica do Pentatlo Moderno.

8) Apoio às provas de Iatismo, Remo e Canoagem (unidades de M a -rinha).

9) Confrôle dos ingressos.

10) Operação do Serviço~*"de Comunicações.

11) Fornecimento de 180 cozinheiros treinados em cozinha interna-cional.

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INSTALAÇÕES

No setor de instalações a organização mexicana t a m b é m conseguiu i n -vulgar êxito. Depois de Tóquio, julgava-se difícil instalar as modalidades olímpicas em locais tão funcionais. Não se esperava, contudo, que a próxima organização — a do México — fôsse entregue aos arquitetos. A direção do Comitê Organizador e as funções principais estavam entregues à nata da arquitetura mexicana. Esta buscou soluções próprias, seguindo uma con-duta j á tradicional, tornando a X I X Olimpíada uma das mais interessantes sob o ponto de vista de cores, cenários e funcionalidade.

Um exame pormenorizado das instalações foge aos objetivos do pre-sente trabalho. Por outro lado, alguns dos locais constituíram aperfeiçoa-mento e ampliações de obras j á existentes, tornando desnecessário maiores atenções. Algumas construções e soluções, todavia, necessitam de registro, dada a notabilidade alcançada (figuras 7, 8, 9, 10,11 e 12).

SIMBOLOGIA

Um aspecto nôvo dos Jogos Olímpicos, que começa a influenciar a evolução dos desportos, é a simbologia. O desporto, hoje, é um dos meios de maior importância de contato internacional e uma simbologia própria de-verá contribuir para entendimento mais efetivo. Realmente, os gestos atlé-ticos j á constituem instrumento de comunicação, haja vista o congraça-mento entre atletas de mais de uma centena de nações na Vila Olímpica mexicana.

Outrossim, a nova ciência da comunicação — a Informática — tende a se impor em todos os setores da atividade humana e as Olimpíadas vieram a acelerar a assimilação dêsse moderno conceito.

O iniciador do alfabeto de sinais desportivos foi o grapkic designer KATSUMIE MASARU, que recebeu incumbência do Comitê Organizador de Tóquio para idealizar uma sinalização que pudesse contornar as difi-culdades de entendimento dos visitantes quanto à organização japonesa. O trabalho do artista citado passaria despercebido, não fora o extraordinário sucesso da inovação, que não era esperado pelos dirigentes das X V I I I Olim-píadas. Os símbolos referentes às modalidades programadas na ocasião, são reproduzidas nas páginas 23,. 24 e 25.

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Figura 7 — JCstádio Olímpico da Cidade Universitária; utilização: atletismo e

ceri-mônias de abertura e encerramento; capacidade: 80.000 espectadores; convenções: A — pista, B — passagem para atleta, C — tribuna de honra e de, imprensa, D — oficinas, E —, edifício de repouso para atletas, F — serviços médicos e bureau de

informações para atletas, G — Túnel de entrada dos serviços, H — campo e pista de aquecimento.

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F i g u r a 8 — Estádio Olímpico — atletismo — distribuição dos locais de competição. 1 — centro

de concentração e controle de atletas, 2 — meta geral, 3 — salto em distância, 4 — salto triplo, 5 — salto em altura. 6 — salto com vara, 7 — lançamento de pêso, 8 — lançamento de pêso, dis-co e martelu. 9 — lançamento de disdis-co, 10 — lançamento de dardo, 11 — saída para entrega de prêmios, 12 — saída de atletas.

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Figura 9 — Palácio dos Desportes — Perspectivas interior e exterior; capacidade:

22 370 espectadores; modalidade: basquetebol.

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fO o

Figura 10 — Conjunto Piscina e Ginásio O l í m p i c o s ; capacidade: 10.000 e 5.242, respectivamente; mo- ' dalidades: natação e volibol; a disposição das colunas permite, nas duas instalações, uma visão livre de obstáculos.

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Figura 12 — Canal artificial de remo e canoagem de Xochimilco, o maior do mundo das características dessas modalidades: 2.100 metros de comprimento, 125 de largura e 2 de profundidade; capacidade: 5.000. espectadores sentados; possui marcadores de tempo nos 500, 1.000 e 2.500 metros, tôrres de chegada, foto finish e aparelhagem de TV em circuito fechado.

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TÓQUIO — 64 Pentatlo Moderno Ginástica T i r 0 Hóquei Basquetebol

A

l

*

F u t e b o 1 ; Pólo Aquático 23

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(25)
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A organização mexicana intencionou adotar é aperfeiçoar a idéia e, para tanto, contratou um dos maiores especialistas do mundo em desenho indus-trial, o americano LANCE W Y M A N , que planejou os símbolos encontrados nas páginas 27, 28 e 29.

A concepção de W Y M A N foi orientada no sentido de comunicação mais forte e direta, o que se procurou conseguir por meio de imagens re-presentativas de material ou de gesto característico da.s modalidades. Se-gundo foi observado, a figura humana — base da simbologia utilizada pelos japoneses — entrava em conflito visual com outras representações quando em contraste em fotografias, desenhos ou silhuetas. Os desenhos de M A -SARU, contudo, apresentavam a vantagem da continuidade, que os rela-cionava entre si, graças à utilização de figura humana como elemento comum.

No México, os organizadores procuraram explorar ao máximo a municação visual e, neste sentido, deram cores diferentes aos símbolos, co-locando-os literalmente por tôda parte: uniforme dos juizes e auxiliares, rotas de tráfego, ingressos, decoração dos locais de competição, impressos etc. Além disso, o logotipo identificador da X I X Olimpíada — também de responsabilidade de W Y M A N —, que está reproduzido na capa deste livro, foi planejado para se adaptar à nomenclatura dos locais de competição, for-mando um conjunto de sinais que permitia entendimento imediato e efi-ciente. A figura 13 mostra dois exemplos de logotipos dos locais estam-pados em ingressos, que, por sua vez, eram quase integralmente com-postos por símbolos.

Ultrapassar os mexicanos neste setor, passou a ser tarefa difícil, dado o grau de perfeição atingido. Entretanto, para 1972, em Munique, os alemães j á planejaram seus símbolos, desta vez a cargo de OTL AICHER, que pro-curou estabelecer um meio termo entre as toncepções de MASARU e W Y M A N , conforme podemos observar nas páginas 30, 31 e 32.

A tendência, até onde se possa discernir, é a de esgotarem as alterna-tivas, quando se terá, então, um alfabeto desportivo universal.

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MÉXICO — 68

Ginástica Hipismo

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Figura-23

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OLIMPÍADA CULTURAL

Os eventos culturais em Tóquio estavam adjudicados à organização, na seção "Exposição de Arte e Folclore", a qual programou quatro exposições propriamente ditas e sete espetáculos folclóricos. Os mexicanos, neste setor, elevaram o nível de tal forma que os acontecimentos extradesportivos nas Olimpíadas passaram para primeiro plano.

Na realidade, os Jogos Olímpicos na Antigüidade Grega eram uma combinação de festival artístico-religioso com provas atléticas. No México houve uma tentativa de adaptar o passado aos interesses modernos e, tam-bém neste ponto, os objetivos foram plenamente atingidos. Possivelmente, teremos em futuras Olimpíadas atenções iguais ou superiores para ativi-dades culturais em busca do ideal grego. Ficou comprovado que o ambiente é bastante propício à conjugação dos aspectos citados, atendendo tanto à promoção dos Jogos como também eliminando o tradicional isolamento das atividades desportivas: o ecletismo do programa atrai público de diversos, gêneros, garantindo maior parcela de sucesso.

Com a aprovação do Comitê Olímpico Internacional a organização mexicana fêz realizar vinte eventos culturais, dando ênfase semelhante às modalidades desportivas. Embora as datas fossem defasadas e progressivas, de modo a não prejudicar mutuamente os diversos acontecimentos, a cha-mada "Olimpíada Cultural" obedeceu aos mesmos princípios de organiza-ção dos jogos, inclusive simbologia própria, vila especial para alojar os participantes etc.

Os acontecimentos foram grupados em cinco grandes setores. O p r i -meiro denominou-se "Os Jogos Olímpicos e a Juventude", incluindo: "Re-cepção da Juventude do México à Juventude do Mundo", "Missão da Ju-ventude: Resenha Cinematográfica" e "Acampamento Olímpico da Juven-tude". O segundo grupo recebeu o título de "Os Jogos Olímpicos e a Arte", constando de:_ "Exposição de Obras Seletas da Arte Mundial", "Festival I n -ternacional de Belas-Artes", "Reunião de Escultores", "Encontro Interna-cional de Poetas" e "Festival de Pintura Infantil". O terceiro setor ganhou o título de "Os Jogos Olímpicos e a Expressão Popular", dividindo-se em: "Festival Mundial de Folclore", "Ballet dos Cinco Continentes" e "Exposi-ção Internacional de Artesanatos Populares". O quarto, "Os Jogos Olímpi-cos no México", incluiu: "Recepção à Tocha Olímpica em Teotihuacáu", "Exposição de Filatelia Olímpica" e "Exposição de História e Arte dos Jogos Olímpicos". Por último, "Os Jogos Olímpicos e o Mundo Contempo-râneo", abrangeu: "Exposição sobre a Aplicação da Energia Nuclear ao Bem-estar da Humanidade", "Exposição sobre o Conhecimento do Espaço", "Programa de Genética e Biologia Humana", "Exposição de Espaço para

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Desporto e Cultura: Encontro de Jovens Arquitetos", " A Publicidade á Serviço da Paz" e "Projeção dos Jogos das X I X Olimpíadas no Cinema e Televisão".

Custo e importância de tais eventos podem ser avaliados por meio do "Acampamento Olímpico da Juventude", que recebeu como convidados 1.500 jovens de todo o mundo, enquanto b«total de atletas nos Jogos foi dc 7.627.

F I L M E DAS OLIMPÍADAS

Sendo um instrumento de promoção por excelência, assiste-se a uma escalada na preparação do filme das Olimpíadas. O fenômeno começou em 1936, em Berlim, com o sucesso de L E N I RIEFENSTAHL, que realizou a película "FEST DER VOLKER" (Festival dos Povos): a atenção foi atraída para o grande interesse popular em torno de um filme representativo das competições olímpicas.

Após um hiato de películas inexpressivas (Londres, Helsinki e Mel-boume), a organização italiana produziu uma verdadeira obra de arte ci-nematográfica sobre as Olimpíadas de Roma, dirigida por ROMORO MAR-CELLINI. Tóquio seguiu a mesma orientação, realizando uma superprodu-ção ao custo de quase um milhão de dólares e entregando a diresuperprodu-ção a K O N I C H I K A W A e A K I R A KUROSAWA, expoentes do cinema japonês; na ocasião foram empenhados 70 operadores de câmaras, 260 assistentes e 330 mil pés de filme.

.No México, o esquema montado prometeu colocar tudo, até então rea-lizado, em segundo plano. Certamente, as repercussões de um acontecimen-to de tão grande penetração devem ser exploradas condignamente. Uma obra de alto nível técnico e artístico para a ser o fecho de ouro de um sucesso promocional.

Com isto em mente, foi instalada uma seção de cinema subordinada ao Comitê Organizador (figura 4) que mobilizou os profissionais mexicanos do setor. O início dos trabalhos fòi inaugurado com um seminário com a presença dos japonêses, que realizaram o filme oficial dos Olimpíadas de Tóquio e. alguns expertos inglêses, que trabalharam na película sobre o Campeonato Mundial de Futebol em 1966.

-Aos vinte mais categorizados diretores do Cinema Mexicano foi atri-buída a cobertura das 19 modalidades desportivas e da Olimpíada Cultural; GABRIEL FIGUEROA, autoridade mexicana de fama internacional, ficou com a direção da fotografia. Para total cumprimento do roteiro, 400 técnicos nacionais e estrangeiros, assim como um milhão de pés de película, foram utilizados.

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CRONOMETRAGEM

Não apenas nos métodos científicosde treinamento e nos processos de comunicação se faz remarcável a influência da moderna Tecnologia nos Jogos Olímpicos. Principalmente nos sistemas de medição de tempo, a evo-lução tem sido mais acentuada. Pode ser registrado a crédito dos novos aparelhos de cronometragem, maiores possibilidades de quebra de recordes, uma vez que os eventos contínuos de curta duração necessitam, agora, de precisão mais eficaz que a alcançada pela reação nervosa humana. Além disso, a participação dos assistentes é mais direta, tanto pela conjugação dos aparelhos de tempo com marcadores (vide próximo item) como pela i n -clusão da televisão nos circuitos eletrônicos dos sistemas. . .

No Méxic.o, a firma suíça Omega Louis Brandt forneceu os aparelhos e uma equipe de técnicos especializados em cronometragem desportiva. Examinaremos em seguida os pormenores mais importantes da equipagem, permitindo-nqs o realce do equipamento similar de marca Seiko, utilizado em Tóquio e que mostrou elevado índice de aperfeiçoamento.

O Registrador de Tempo é um cronógrafo eletrônico composto de um relógio de quartzo e um mecanismo de impressão. Imprime o tempo com aproximação de um centésimo de segundo e permite o registro, graças a células fotoelétricas, dos tempos de saídas, passagens e chegadas, dentro de uma freqüência qqe pode alcançar 14 impressões por segundo.

A tira de papel do aparelho em causa oferece condições instantâneas de exame por intermédio de protocolo escrito, estabelecido de maneira automática, que não permite discussão possível; o registro é feito em horas, minutos, segundos, décimos e centésimos de segundo. Em circuito com ou-tros aparelhos auxiliares, o Registrador de Tempo pode ser utilizado em Atletismo, Remo, Hipismo, .Ciclismo, Canoagem e Pentatlo Moderno.

Segue-se o Fotosprint, aparelho que registra a chegada completa das provas de corridas, dando a posição de cada .participante e os tempos reali-zados. O método clássico da fotografia instantânea da chegada nem sempre permitia avaliações com segurança total, principalmente quando os com-petidores alcançavam a meta agrupados (provas de 100 e 200 metros, do atletismo, por exemplo).

O Fotosprint está provido de uma câmara cujo obturador é uma brecha vertical de pouca largura, sempre mantida aberta e orientada com exatidão para a linha de chegada. Uma película fotográfica desenrola no interior do aparelho com uma velocidade sincronizada com a desenvolvida pelos competidores. Cada competidor é captado pelo filme na posição e no ins-tante preciso em que ultrapassa individualmente a meta.

Uma diferença de um centésimo de segundo é viável de registro: basta traçar uma vertical tangente sobre o peito e os ombros de cada atleta, e ler o tempo no pé da película (figura 14). Êste tipo de aparelho é utilizado

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em Atletismo, Remo, Ciclismo e Canoagem, e pode ser conjugado com outros; no Atletismo, por exemplo, enquanto um Registrador de Tempo i m -prime numa fita de papel os resultados, o Fotosprint registra a chegada completa da prova, não deixando lugar a dúvidas. . t :

-O terceiro aparelho em importância é o -Omegascope que se destina à televisão. É inteiramente transistorado e está composto de um cronógrafo eletrônico com dispositivo de fixação digital, que permite ler, ao pé da tela da televisão, os tempos em minutos, segundos, décimos, centésimos e milé-simos de segundo.

. * Durante uma cena televisada, em complemento ao desenrolar da prova, uma câmara é orientada para o Omegascope, captando os números lumi-nosos. Essa imagem é transmitida ao centro de controle, que a compõe com a cena televisada da competição. Assim, o espectador tem possibilidade de seguir os competidores e a cronometragem durante todo o percurso da pro-va. O aparelho, outrossim, possui uma memória eletrônica que permite fixar o tempo de cada competidor que entra no campo de ação das câmaras. O Registrador de Tempo, o Fotosprint e o Omesgascope, que formam a base da equipagem de medição de tempos, completam-se com aparelhos adaptados às particularidades de cada modalidade: pistolas de saída, cé-lulas fotoelétricas, marcadores de tempo e de classificação etc. As figuras 15, 16, 17, 18 e 19 esquematizam a utilização de diferentes equipagens de acordo com as características das modalidades.

' MARCADORES

I

A exigência dos assistentes no sentido de maior participação durante as competições, deu origem a notável progresso no referente aos marca-dores públicos. Estes aparelhos, atualmente, são conectados aos sistemas de cronometragem (vide item anterior), tendo sido criadas versões específicas para cada modalidade.

Em geral, os modernos marcadores possuem duas partes básicas: área de informação e sistema de cronometragem. Nomes, nacionalidades, provas e resultados são compostos por jogos de luzes nas áreas de informação que também podem emitir mensagens do interesse dos assistentes; o sistema de cíonometragem pode ser representado por relógio comum com ponteiros, por jogo de luzes em formas digitais ou por sistema seriado de luzes. A com-posição das mensagens é feita mediante um controle central similar aos te-letipos: o que ó operador escreve num teclado surge luminosamente no marcador.

No México, a eficiência dos marcadores foi uma das tônicas dos Jogos. A firma húngara Electro Impex desenhou e instalou os aparelhos cujos detalhes de olgumas modalidades reproduzimos nas figuras 20, 21 e 22.

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Figura 15 — Equipagem para o Atletismo (provas de corridas) (1) Pistolas de partida; (2) farol da célula fotoelétrica; (3)

célula fotoelétrica da chegada; (4) Registrador de Tempo;

(5) Fotosprint; (6) marcador p ú b l i c o sincronizado com agulha recuperadora; (7) Omegascope; (8) rêde de câmaras de tele-visão.

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\

Figura 16 — Equipagem para ZJasquetebol.

(1) Relógio público com indicador da pontuação no transcurso do jògo; (2) controlador do relógio p ú b l i c o ; (3) cronógrafo duplo; (4) aparelho de comando para marcar a regra dos 30 segundos; (5) indicador luminoso público para a observação da regra dos 30 segundos.

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Figura 17 — Fquipagem para Remo e Canoagem

(1) Bandeira de sinalização da partida com contato elétrico; (2) Contatos para tempos intermediários; (3) Registrador de Tempo; (4) Fotosprint; (5) relógio p ú b l i c o sincronizado com o

Registra-dor de Tempo e adotado de agulha de segundos recuperaRegistra-dora.

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Figura 18 — Fquipagem para Ciclismo.

(1) Farol da célul afotoelétrica; (2) Célula fotoelétrica;

(3) Registrador de Tempo conectado ao farol e à célula foto-elétrica; (4) sinais luminosos para o p ú b l i c o acompanhar as pro-vas de perseguição; (5) repetidores de utilidade dos competido-res; (6) relógio público com agulha recuperadora; (7) Fotosprint;

f8)pistolas de saída.

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5

Figura 19 — Equipagem para a Natação.

(1) pistolas de saída; (1-A) pistola automática; (2) cronógrafo eletrônico de quartzo com memória; (3) impressora de tempos, (4) Omegascope; (5) relógio público com agulha recuperadora; (6) Câmaras de televisão; (7) contatos automáticos de chegada.

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Figura 20: Marcador para o Atletismo

(1) Painéis luminosos das áreas de informação: 12) Relógio:

<3> Luzes indicadoras de minutos e segundos; (4) Recorde mundial da prova;

(5> Recorde olímpico;

(Gi Equipagem de som. No Estádio Olímpico da Cidade do México, dentro do campo, foram instalados 3 repatidores giratórios para mos(rnr os resultados prvliininares das provas de pista c campo, e um

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Figura 21 — Marcador para Basquetebol. (1) Nome das equipes em competição; (2) Marcador da contagem;

(3) Cada. barra vertical representa um minuto dos 20 que dura cada meio tempo, todas se acendem no princípio do jogo e ao passar cada minuto uma barra se apaga;

~(4) Fila de 30 luzes para acompanhamento da regra dos 30 segundos.

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Figura 22 — Marcador para Volibol. (1) Nome das equipes competidoras;

(2) Pontuação do jogo; ' (3) Resultado dos jogos anteriores em "sets";

(4) Luzes para indicar a equipe que saca; (5) Luzes para contagem dos pedidos de tempo.

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