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o começo deste ano, a Conmebol anunciou a agência MP&Silva como a detentora dos direitos comerciais da Copa América de 2019, que será disputada no Brasil. Por uma quantia não revelada, a MP&Silva é quem vai coordenar a competição. Isso se os chineses não estragarem os planos...No começo do mês, a MP&Silva foi alvo do noticiário internacional especializado em negócios do esporte. As especulações eram de que a agência está próxima de fechar. A agência tem entre os donos duas companhias chinesas: a empresa de tecnologia Baofeng e a de investimento Everbright. Ambas reduziram drastica-mente o aporte feito na MP&Silva, que não pagou parte do que deve pela aquisi-ção de direitos de transmissão da Premier League inglesa na Ásia e, também, de
O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O
DO
EDIÇÃO 1047 - SEGUNDA-FEIRA, 22 / JULHO / 2018
POR REDAÇÃO
100
mi
de euros deve faturar a mais a Juventus nos próximos três anos com Cristiano Ronaldo, segundo a consultoria KPMGCorte de verba põe em
alerta a Copa América
1
um torneio de handebol para a Federação Europeia da modalidade.
Com esse cenário, quem passou a viver um momento de incerteza foi a Copa América. Pelo acordo com a Conmebol, o torneio precisa ser assegurado pela MP&Silva, mesmo que ele não consiga vender todas as propriedades comerciais. Até o momento, a equipe designada pela agência para cuidar da competição já tem abordado o mercado, com oito cotas de patrocínio a serem comercializadas.
A princípio, segundo apurou a Máquina do Esporte, não há qualquer alteração no projeto da Copa América. A agência segue como responsável por todas as pro-priedades comerciais e alguns direitos de transmissão do torneio.
O cenário deve ter uma definição ainda esta semana. Na quarta-feira está pro-gramada uma reunião de toda a diretoria executiva da MP&Silva, em Londres, para discutir o futuro da empresa. A Everbright já confirmou que estará presente, segundo divulgado pela publicação especializada TV Sports Market.
A redução dos investimentos dos chineses faz parte de uma mudança de com-portamento do governo da China, que é sócio dos negócios internacionais que envolvam empresas do país. Nos últimos meses, diversos ativos têm sido reavalia-dos e vendireavalia-dos pela China. A Wanda Group, por exemplo, se desfez da parte que tinha no Atlético de Madri. Recentemente, o megainvestidor privado Yonghong Li foi à falência, revendendo a participação que tinha no Milan.
Essa alteração brusca do cenário deve mudar também a cara do mercado das agências no mundo. Atualmente, IMG e Perform são as que mais têm se destacado na aquisição de direitos de mídia. Ambas não possuem investidores chineses.
I M A G E M D A S E M A N A
MULTIDÃO
PARA NA CHINA
POR CRISTIANO
RONALDO
Cristiano Ronaldo,
que recentemente
se transferiu à
Juventus, foi à
China para uma
série de eventos
promocionais
com a Nike; como
resultado, uma
multidão parou
em Pequim para
acompanhar cada
O P I N I Ã O
Volta do Brasileiro é
choque de realidade
N
ão tivemos nem tempo de curtir aquela ressaca após a Copa do
Mun-do. No dia seguinte à vitória francesa na Rússia, um rato já nos dava o
aperitivo do que nos aguarda na realidade brasileira do futebol.
Veio a quarta-feira e já começamos a nem lembrar de Mbappé, da geração belga,
Modric, Cavani, Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar e cia. Afinal, a volta do
Brasi-leirão nos lembrou outra peculiaridade do mercado nacional. Temos dez jogos por
rodada do principal torneio nacional e o que fazemos? Bora lá colocar quatro partidas
no mesmo dia e horário, que é para ninguém ver o campeonato, mas só o seu time...
No final de semana o choque de realidade pós-Copa ficou completo. Dá-lhe
domínio de bola com a mão do corintiano Jonatas, e um gol que facilmente o VAR
anularia. Pior ainda foi o atacante respondendo ao questionamento do repórter após a
partida se ele havia dominado a bola com
a mão. “Foi gol, não foi?”.
Entre o rato indecente de São
Januá-rio, que diga-se de passagem é uma praga
que acomete até mesmo o elegante tapete
verde de Old Trafford, em Manchester, ou
o jeito malandro de Jonatas, não temos
muito o que fazer. É questão de educação.
O duro é ter de aguentar a falta de
preparo do Brasil em organizar um evento.
Já fizemos uma Copa do Mundo há
quatro anos. Acabamos de vivenciar outra.
E continuamos a adotar, na organização do futebol brasileiro, o modelo de 25 anos
atrás, quando a TV precisava do esporte para ganhar do sushi erótico na audiência...
Não temos um Campeonato Brasileiro que seja de fato nacional. O Brasileirão
é regionalizado, por conta do medo da TV em perder audiência. Assim, os jogos são
distribuídos conforme o interesse dos principais mercados. Quarta-feira, o torcedor
teve quatro dos dez jogos da rodada acontecendo simultaneamente. Ou seja, 40% da
rodada foi vista apenas uma vez pelo torcedor que quer acompanhar a competição.
Esse simples fato mostra o quão despreparados estamos para melhorar nosso
pro-duto. O próprio futebol boicota a sua promoção e divulgação. Imagine você dizer a
um patrocinador que o alcance de mídia que ele poderia ter com o evento é 40%
menor graças à divisão de jogos que a televisão manda fazer na tabela.
Como criar uma cultura de interesse na competição se o torcedor é privado de
acompanhá-la no meio mais eficiente de divulgação de um evento, que é a TV? A
realidade pós-Copa é bem mais dura que um rato desfilando por um gramado...
“Continuamos a adotar, na
organização do futebol brasileiro, um
modelo de 25 anos atrás”
POR ERICH BETING
Mulheres e
crianças sobem
números do Sportv
A Fifa não para de comemorar
os resultados da Copa do Mundo
da Rússia. Dessa vez, a entidade
divulgou com entusiasmo os dados
sobre as Fan Fests no país da Copa.
De acordo com os números, 7,7
milhões de fãs estiveram nas Fan
Fests, um recorde absoluto. Para se
ter uma ideia, no Brasil, em 2014,
foram “apenas” 5,2 milhões de fãs.
“As Fan Fests da Fifa ofereceram
um espaço gratuito, seguro e muito
divertido para os 7,7 milhões de fãs
locais e internacionais que
assisti-ram aos jogos em locais
espetacu-lares”, afirmou Philippe Le Floc’h,
diretor comercial da Fifa.
Ao todo, os eventos tiveram 917
horas de futebol ao vivo.
F I FA C E L E B R A
R E C O R D E D A S
FA N F E S T S N A
C O PA D A R Ú S S I A
A loja de artigos para cachorros
Zee.Dog e a marca de sucos Do Bem
decidiram criar uma corrida de rua
voltada para cachorros e seus donos,
no Rio de Janeiro.
A Dog Run aconteceu no último
sábado (21), na Lagoa Rodrigo de
Freitas, um dos principais locais de
prática de corrida de rua na capital
fluminense. O evento teve música e
entretenimento para as pessoas e seus
fiéis companheiros. O encontro, com
trajeto de 2 km, foi gratuito.
M A R C A S C R I A M
C O R R I D A D E
R U A F O C A D A
E M C A C H O R R O S
N O R I O
POR REDAÇÃONão foi só a Globo que atingiu índices excelentes de au-diência durante a Copa do Mundo da Rússia. O canal de es-portes a cabo da emissora, o SporTV, e o site dedicado a esportes, o Globoesporte.com, bateram recordes históricos de audiência no Mundial. Entre os destaques, estão os públi-cos feminino e infantil.
Para se ter uma ideia, o SporTV registrou crescimento de 68% em relação à Copa disputada no Brasil em 2014. Ao todo, foram 18,8 milhões de telespectadores atingidos pelas transmissões, e 33 milhões alcançados com toda a progra-mação voltada para o Mundial. Entre as mulheres e crianças/ jovens de 12 a 18 anos, o canal também ficou na liderança.
De acordo com a emissora, entre os programas, os desta-ques foram o “Troca de Passes” e o “Seleção SporTV”, que foram exibidos após o último jogo do dia durante toda a Copa e lideraram a audiência na TV paga.
Já o Globoesporte.com teve uma marca de 8,7 milhões de usuários por dia, um crescimento de cerca de 2 milhões de pessoas em relação aos outros “dias normais” do ano. Um dos grandes destaques foi a partida entre Colômbia e In-glaterra pelas oitavas de final, que chegou a 1,3 milhão de usuários conectados.
No Grupo Globo, os resultados foram bastante comemo-rados, principalmente pelo sucesso na decisão de integrar a TV aberta, a TV fechada e a internet pela primeira vez em um grande evento. O plano é repetir a estratégia futuramente.
POR ERICH BETING
A
Assistir a uma partida do Red Sox no estádio Fenway Park é uma expe-riência distante do que se espera dos principais centros do mercado es-portivo. Por outro lado, o local também ensina que as melhores maneiras de gerar caixa no entretenimento pode conviver ao lado das tradições.O Fenway Park foi construído em 1912 e, apesar das reformas ao longo do sécu-lo, sua estrutura central é a mesma desde então. Para os torcedores, a demolição da velha estrutura para a construção de uma modernos arena, como aconteceu com o rival New York Yankees, seria uma heresia.
As arquibancadas irretocáveis do estádio impõem desafios aos fãs do time. Ca-deiras pouco confortáveis, pontos cegos inacreditáveis e limitadíssimo espaço para as áreas comerciais, seja de alimentação, ativação de patrocínio ou lojas oficiais.
Na última década, por outro lado, o time tem aprendido a driblar as dificuldades de manter um estádio histórico. Quando comprou a equipe, em 2002, o investidor John Henry colocou como prioridade tornar o local mais lucrativo. Desde então, investiu US$ 300 milhões em melhorias à velha arena de Boston.
As mudanças colocaram o estádio no século XXI. Gigantes telões em alta defini-ção, camarotes e áreas corporativas passaram a dar o tom. Cada espaço é apro-veitado, dentro do possível. Entre as pilastras das arquibancadas, ficam dos res-taurantes a área destinada às crianças, com atividades relacionadas ao beisebol.
Tudo isso sem tirar o clima de “viagem no tempo”, com gritos e músicas puxadas por um órgão. O time conseguiu manter a identidade sem perder a rentabilidade.
MLB une modernidades
a clima retrô em Boston
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