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PROJETO DE LEI N.º DE DE DE 2011

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PROJETO DE LEI N.º DE DE DE 2011

Proíbe, no âmbito do Estado de Goiás, a comercialização e utilização de cerol ou qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas ou similares e dá outras providências.

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS, nos termos do artigo 10 da Constituição Estadual, decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Fica proibido, no âmbito do Estado de Goiás, a comercialização e utilização de cerol ou qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas ou similares, para recreação ou com qualquer outra finalidade.

Parágrafo Único: Entende-se por cerol o produto originário de uma mistura glutinosa (cola), de qualquer espécie, em conjunto com vidro moído ou material cortante de qualquer natureza.

Art. 2º O Poder Executivo indicará a autoridade pública competente para a fiscalização do disposto nesta Lei, a qual providenciará a apreensão e incineração das pipas e linhas com cerol.

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Art. 3º Em caso de inobservância ao disposto nesta lei, sujeitará o infrator ou seu responsável legal à apreensão do material irregular e à cominação de multa, fixada no valor de R$ 100,00 (cem reais) por cada conjunto de material apreendido, até o limite máximo de R$ 2.000,00 (dois mil reais), aplicando-se em dobro em caso de reincidência, sem prejuízo de outras sanções cabíveis em conformidade com a legislação em vigor, no caso de se registrarem, com o uso do cerol, danos à pessoa física, ao patrimônio público ou à propriedade privada.

§ 1º O valor da multa, observados os limites mínimo e máximo especificados neste artigo, será acrescido de percentual a título de agravante, considerado o grau de ameaça, potencial ou efetiva, representada pelo uso do cerol ou qualquer outro tipo de material cortante, e a que estiver sujeita a comunidade no momento da infração, obedecidos os seguintes critérios:

I – infração de natureza gravíssima, quando o uso do artefato com linha de cerol ocorrer, concorrentemente ou não, em áreas com trânsito intenso de pedestres e veículos, na vizinhança de escolas, hospitais, instalações públicas, redes expostas de eletricidade e de telecomunicações: multa de R$ 100,00 (cem reais) por cada conjunto de material apreendido, acrescentada de 100% (cem por cento) a título de agravante;

II – infração de natureza grave, quando o uso do artefato com linha de cerol ocorrer em outra área pública ou comum, sem as características acima: multa de R$ 100,00 (cem reais) por conjunto de material apreendido, acrescentada de 50% (cinqüenta por cento) a título de agravante.

§ 2º Sendo o infrator civilmente incapaz, o responsável legal responderá pela titularidade das reprimendas.

§ 3º A forma de arrecadação da multa será regulamentada pelo Poder Executivo, sendo os valores arrecadados com as multas pagas pelos

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infratores desta Lei, destinado, exclusivamente, para campanhas educativas que visem a divulgação à sociedade dos perigos causados pelo uso do cerol.

Art. 4º O estabelecimento que comercializar o cerol está sujeito à aplicação das seguintes penalidades:

I – na primeira ocorrência, advertência e apreensão do produto;

II – na segunda ocorrência, multa de R$ 1.000,00 (hum mil reais) e apreensão do produto;

III – na terceira ocorrência, cassação da Inscrição Estadual do estabelecimento e apreensão do produto.

Art. 5º Os eventos que incluam a exposição ou competição de pipas ou similares submetem-se ao disposto no art. 1º desta lei.

§ 1º Os participantes dos eventos referidos no caput deste artigo deverão cadastrar-se, previamente, informando seus dados pessoais e a descrição do objeto que utilizará no evento e assinando termo de ciência do conteúdo desta lei.

§ 2º No caso do participante ser pessoa civilmente incapaz, no cadastro devem constar os dados do responsável legal, sua ciência do conteúdo desta lei e, por final, sua assinatura.

§ 3º Os eventos de que tratam o caput deste artigo deverão ser divulgados com a observância da proibição desta Lei.

Art. 6º O órgão responsável pela fiscalização, após a formalização de laudo, observado o princípio da ampla defesa, deverá comunicar

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as apreensões ao representante do Ministério Público do Estado de Goiás da Comarca em que for praticada a infração.

Art. 7º O Poder Executivo promoverá campanhas de conscientização da população dos perigos causados pelo uso do cerol e produtos cortantes em linhas de pipa ou similares.

Parágrafo Único: A campanha de conscientização deve ser intensificada trinta dias antes do período que antecede as férias escolares das instituições públicas até o seu término.

Art. 8º Todos os estabelecimentos que comercializarem quaisquer tipos de cola devem afixar placas, de fácil visibilidade, no tamanho mínimo de 30 cm de largura por 20 cm de altura, com os dizeres “É PROIBIDO, NO ESTADO DE GOIÁS, A UTILIZAÇÃO DE CEROL EM LINHAS DE PIPAS OU SIMILARES”, registrando a norma legal proibitiva.

Art. 9º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de até noventa dias, a contar da data de sua publicação.

Art. 10 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

SALA DAS SESSÕES, em de de 2011.

BRUNO PEIXOTO

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J U S T I F I C A T I V A

Entre os objetivos do presente Projeto de Lei, destacam-se a proibição, no âmbito do Estado de Goiás, da comercialização e utilização de cerol ou qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas ou similares, para recreação ou com finalidade publicitária.

Diante de inúmeras notícias de que o uso de "cerol" ou "cortante", normalmente atrelado a "pipas" ou similares, causam danos materiais, lesões corporais, muitas de natureza grave, e até mesmo a morte, o Estado de Goiás deve se posicionar de forma a primar pela garantia da saúde, segurança e vida de sua população.

Os casos mais graves têm sido relatados pela imprensa tendo como vítimas normalmente motociclistas, que ao estarem conduzindo suas motocicletas, devido ao aspecto, praticamente, imperceptível da linha de pipa, ferem gravemente o pescoço, em alguns casos ocorrendo lesões fatais.

Tais lesões e acidentes ocorrem pelo fato de muitos utilizarem o cerol nas linhas das pipas.

Para fins de esclarecimento, importante informar que a substância conhecida como "cerol", é basicamente uma mistura glutinosa (cola), normalmente a utilizada para madeira (cuja composição básica é Poliacetato de vinila - PVA, aditivos, pigmentos e água), em conjunto com vidro moído.

A linha da "pipa" é envolta nessa mistura, que após secar, produz um efeito, que, somado a certos movimentos impostos ao conjunto, permite que a linha de outra "pipa" seja cortada. Tal efeito, cortante, gera a possibilidade de mudança da esfera recreativa, da inocente brincadeira de "empinar pipa", para

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outras como administrativa, civil e criminal, quando o objeto cortado não é outra pipa, mas alguém, causando lesão ou morte.

O presente projeto de lei visa garantir, preventivamente, a inocorrência de acidentes envolvendo, principalmente, o ser humano e linhas com cerol.

Com forma de penalidade pecuniária ao infrator, este Projeto de Lei prevê a aplicação de multa fixada no valor de R$ 100,00 (cem reais) por cada conjunto de material apreendido, até o limite máximo de R$ 2.000,00 (dois mil reais), aplicando-se em dobro em caso de reincidência, sem prejuízo de outras sanções cabíveis em conformidade com a legislação em vigor.

Como se pode notar, o objetivo deste Projeto de Lei não é exclusivamente punir o agente infrator, mas sim, promover a conscientização de toda a população dos perigos causados pelo uso do cerol em pipas e similares, entretanto, apresenta como penalidade pecuniária ao infrator a aplicação de multa, simbólica, de cem reais para cada conjunto de material identificado como irregular ao conteúdo do presente Projeto de Lei, entretanto, este valor não pode ultrapassar o limite máximo de dois mil reias.

É previsto, ainda, que todo o valor arrecadado por meio das multas pagas pelos infratores desta Lei, seja destinado, exclusivamente, para campanhas educativas que visem à divulgação a sociedade dos perigos do cerol, as quais devem ser intensificadas trinta dias antes do período que antecede as férias escolares das instituições públicas até o seu término.

Desta forma, demonstrada a importância da presente matéria, por ser legal, constitucional e razoável, peço o apoio unânime dos nobres Pares desta Casa Legislativa para sua aprovação.

BRUNO PEIXOTO Deputado Estadual

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EDITORIAS /

CIDADES

Ele saiu de moto e voltou em um

caixão”, diz a mãe

Familiares de vítima de cerol estão inconformados. Polícia Militar

lança campanha

31 de Maio de 2011 | Por: Jairo Menezes e Ivair Lima DA EDITORIA DE CIDADES

O corpo do gesseiro Reginaldo Santana de Moraes, 30, foi enterrado na tarde de ontem, no Cemitério Municipal Jardim da Esperança, em Aparecida de Goiânia. Amigos e parentes, em cerca de 15 carros lotados e um ônibus cheio, demonstraram o carinho que tinham pelo jovem, que deixa três filhos e esposa. Ele morreu na noite da última segunda-feira (30), quando teve a artéria carótida cortada por uma linha de pipa com cerol. Este é o primeiro caso de morte do tipo no ano.

Reginaldo saiu do Setor Aeroporto Sul, em Aparecida de Goiânia, onde mora, para buscar a esposa no trabalho. Ele passava com a motocicleta Honda, modelo Biz, em frente ao Shopping Portal Sul, no Garavelo, quando a linha, que estava presa a um poste elétrico, lhe teria cortado o pescoço. Quando se deu conta do ferimento, Reginaldo perdeu o controle da motocicleta e caiu no asfalto. Ainda foi socorrido pelos Bombeiros, mas como o corte contuso era grave e fez com que perdesse muito sangue, ele morreu a caminho do Cais do Garavelo.

No sepultamento, a esposa, Andressa Maria Pereira, 24, não se continha. O choro era em soluços e a pele clara deu espaço ao vermelho intenso. Ela falava sempre da saudade que sentia do marido, que não levantaria mais do caixão. Amparada, levantou-se e abraçou o corpo de Reginaldo. Aquele foi o último adeus antes que o caixão fosse fechado e depositado no jazigo. Apenas a filha caçula do casal esteve no cemitério. Inocente, a menina de três anos não parava quieta um instante.

“Ele saiu de casa em uma moto e voltou em um caixão”, disse a mãe de Reginaldo, Sebastiana Santana de Moraes, 53, que não conseguia descrever a dor que sentia. “Perdi meu pai, minha mãe, amigos, mas esta dor que sinto é irreparável”, lamentou aos prantos. Ela relata que Rogério era um bom filho e que, mesmo quando era menino, em período que toda criança dá trabalho, nunca foi de desapontar a mãe.

ARMA

Cerol é uma mistura de cola com material cortante, quase sempre vidro moído, que os empinadores de pipa aplicam na linha para promover batalhas aéreas com o objetivo de derrubar as pipas dos outros. De inocente, a brincadeira não tem nada. Um exemplo claro é o que aconteceu com o gesseiro Reginaldo na última segunda-feira.

A Polícia Militar (PM) antecipou as ações preventivas. Será lançada, no dia 4 próximo, a “Campanha contra o cerol e a favor da vida 2011”. Segundo o major Marcos Bastos, todos os militares em patrulhamento se engajarão no trabalho. “Vamos aproveitar as visitas comunitárias para conversar com os pais, o Batalhão Escolar vai reforçar o trabalho preventivo nas escolas. Não vamos tomar pipas de crianças, mas a linha com cerol será recolhida e incinerada.” A Polícia Militar vai fazer um boletim de abordagem em todos os casos que encontrar pessoas com linhas com cerol. O objetivo é mostrar que a prática não será tolerada de nenhuma maneira.

No âmbito dos Corpo de Bombeiros, a campanha oficial contra o cerol só será iniciada mais próximo das férias escolares, mas a corporação já trabalha na prevenção. “Estamos

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ocorrências, mas muitas outras devem ter acontecido. Em um dos casos, conseguimos socorrer o ferido. Um homem, infelizmente, morreu. E isso nos alerta para o perigo”, diz o coronel Martiniano Gondim, assessor de Comunicação do Corpo de Bombeiros.

A Guarda Municipal de Goiânia também decidiu antecipar a campanha contra o cerol depois do acidente que vitimou Reginaldo Santana de Moraes. A GM inicia os trabalhos preventivos, oficialmente, no dia 7 próximo.

EDITORIAS /

CIDADES

Motoqueiro morre com corte de cerol

31 de Maio de 2011 | Por:

Julianna Adornelas - Do dm online

Um homem morreu no início da noite de ontem, após sofrer um corte profundo na jugular devido a uma linha de cerol (mistura de vidro moído e cola usada em pipas para disputa entre crianças e adolescentes). O gesseiro Reginaldo Santana de Moraes, 30, conduzia uma motocicleta Honda Biz na GO-040, quando, em frente ao Shopping Portal Sul, no Bairro Garavelo, em Goiânia, foi atingido pela linha. O motociclista ia buscar a esposa no trabalho quando o fato ocorreu. Ele chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas morreu a caminho do Cais Nova Era.

O tenente Lindolfo Medeiros, do Corpo de Bombeiros, afirmou que não há como confirmar se alguém estaria soltando pipa no momento do acidente. “Às vezes pode ser alguém que perdeu a pipa e a linha ficou presa em alguma fiação életrica ou em uma árvore”, disse. O tenente afirma ainda que, para se evitar este tipo de acidente, os motociclistas devem instalar uma antena de segurança na parte frontal da motocicleta.

Devido ao alto índice de acidentes com linha de cerol, a Guarda Municipal lança hoje a Campanha Cerol é Crime. Dentre as dicas de segurança estão: não utilizar linhas com fio de cobre ou cerol e dar preferência a locais abertos e longe de ruas e avenidas. Já os

motociclistas devem sempre andar com a viseira do capacete abaixada e instalar antenas de segurança.

EDITORIAS /

CIDADES

Motoqueiro morre em MG após se cortar em

linha

07 de Janeiro de 2011 | Por: Agencia Estado - Pedro da Rocha

Um motoqueiro morreu hoje em Minas Gerais após ter o pescoço cortado por uma linha de pipa banhada em cerol - mistura de cola com pó de vidro. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele passava pela via MG-10, próximo a Santa Luzia, quando foi atingido. Ele foi levado pelo Serviço de Atendimento Medico de Urgência (Samu) ao hospital Risoleta Tolentino Neves, onde chegou morto.

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EDITORIAS /

CIDADES

Linha com cerol mata motoqueiro em Belo

Horizonte

12 de Janeiro de 2011 | Por: Agencia Estado - Eduardo Kattah

O cerol, a mistura de cola com pó de vidro aplicada nas linhas das pipas, provocou mais uma morte em Belo Horizonte. Na noite de ontem, um motoqueiro morreu depois de ter o pescoço cortado por uma linha de cerol no Anel Rodoviário. Paulo César Martins, de 43 anos, foi atingido quando trafegava na altura do bairro São Paulo. A vítima morreu no local. Parte da linha ficou agarrada no guidom da moto.

Em menos de uma semana, foi o segundo caso de morte em decorrência do cerol na capital mineira. Na última sexta-feira, outro motoqueiro morreu após ter o pescoço cortado por uma linha na rodovia MG-10, próximo ao município de Santa Luzia, na região metropolitana. Ele chegou a ser socorrido, mas faleceu antes de dar entrada no Hospital Risoleta Tolentino Neves.

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Referências

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