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UNICESUMAR UNIVERSIDADE CESUMAR CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

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UNICESUMAR – UNIVERSIDADE CESUMAR

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

ANÁLISE DE DIFERENTES ADUBAÇÕES ORGÂNICAS E INORGÂNICA COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ALFACE

LETICIA CRISTINA DENIZ

MARINGÁ – PR 2020

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Leticia Cristina Deniz

ANÁLISE DE DIFERENTES ADUBAÇÕES ORGÂNICAS E INORGÂNICA COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ALFACE

Artigo apresentado ao curso de graduação em

Agronomia da UNICESUMAR –

Universidade Cesumar como requisito parcial para a obtenção do título de bacharela em Agronomia, sob a orientação da Profa. Dra. Anny Rosi Mannigel.

MARINGÁ – PR 2020

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Leticia Cristina Deniz

ANÁLISE DE DIFERENTES ADUBAÇÕES ORGÂNICAS E INORGÂNICA COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ALFACE

Artigo apresentado ao curso de graduação em Agronomia da UNICESUMAR – Universidade Cesumar como requisito parcial para a obtenção do título de bacharela em Agronomia, sob a

orientação da Profa. Dra. Anny Rosi Mannigel.

Aprovado em: 10 de novembro de 2020.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Dra. Anny Rosi Mannigel – UNICESUMAR

__________________________________________ Dra. Jussara Ricardo de Oliveira – UNICESUMAR

__________________________________________ Dr. Edison Schmidt Filho – UNICESUMAR

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ANÁLISE DE DIFERENTES ADUBAÇÕES ORGÂNICAS E INORGÂNICA COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ALFACE

Leticia Cristina Deniz

RESUMO

A discussão sobre os impactos causados por insumos químicos no meio-ambiente e nos alimentos tem se tornado constante no setor agrícola, assim como também a produção orgânica e meios alternativos de produção. O Paraná vem ocupando o lugar de maior produtor de alimentos orgânicos do país, e mesmo ocupando tal posição ainda há um grande uso de insumos químicos no preparo do solo. Dessa forma, o objetivo desse projeto é apresentar alternativas de adubação orgânica e inorgânica como fonte de nitrogênio na cultura da alface crespa. Foram testados cinco tratamentos e quatro repetições, sendo o (T1) 33,3 t ha -1 de Torta de filtro; (T2) 13,3 t ha -1 de Cama de Frango ; (T3) 6,7 t ha -1 de Esterco Bovino; (T4) 222 kg ha-1 de uréia; (T5) Testemunha, sem adubação. Os resultados foram avaliados através do número total de folhas comerciais por planta, diâmetro do caule e da parte aérea, altura de planta, comprimento de raiz, o teor de matéria orgânica do solo e o pH do solo. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância onde verificou-se que houve diferença significativa no número de folhas comerciais, no diâmetro de caule e diâmetro aéreo e no pH do solo. A adubação orgânica proporcionou melhores resultados em comparação à adubação inorgânica.

Palavras-chave​: Adubação nitrogenada; ​Lactuca sativa​; Produção Orgânica.

ANALYSIS OF DIFFERENT ORGANIC AND INORGANIC FERTILIZATION AS A NITROGEN SOURCE IN LETTUCE PRODUCTION

ABSTRACT

The discussion on the impacts caused by chemical inputs on the environment and on food has become constant in the agricultural sector, as well as in organic production and alternative means of production. Paraná has been occupying the place of the largest producer of organic food in the country, and even occupying this position there is still a great use of chemical inputs in soil preparation. Thus, the objective of this project is to present alternatives for organic and inorganic fertilization as a source of nitrogen in the culture of curly lettuce, five treatments and four repetitions were tested, the (T1) being 33.3 t ha -1 of Filter cake; (T2) 13.3 t ha-1 of Chicken Bed; (T3) 6.7 t ha -1 of Bovine Dung; (T4) 222 kg ha -1 of urea; (T5) Witness,

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without fertilization. The results were evaluated by the total number of commercial and non-commercial leaves per plant, stem and shoot diameter, plant height, root length, soil organic matter content and soil pH. The data obtained were subjected to analysis of variance where it was found that there was a significant difference in the number of commercial leaves, in the stem and aerial diameter and in the soil pH. We conclude with regard to the correction of acidity and physical conditions in order to promote better soil conservation and producing in a sustainable way, organic fertilization is the best compared to inorganic fertilization. Keywords​: Lactuca sativa; Organic Production; Nitrogen.

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1 INTRODUÇÃO

A alface (​Lactuca sativa​) é uma das hortaliças mais consumidas no território brasileiro e no mundo. Só no Paraná, a última pesquisa mostrou que a produção chegou a 140 mil toneladas, sendo um dos cinco produtos de maior valor alcançando o rendimento de R$155 milhões (SEAB/DERAL, 2018). Entre os principais aspectos favoráveis ao cultivo de alface, se destaca o sabor, a facilidade de aquisição e produção durante o ano todo (LONGHINI, et al., 2019).

De acordo com Colariccio et al. (2017), o melhor desenvolvimento da cultura da alface é em condições de climas amenos com temperaturas até 25ºC, sendo recomendado o uso de compostos orgânicos ricos em nitrogênio.

Nos últimos anos, diversas técnicas de cultivo de hortaliças vêm sendo desenvolvidas para aperfeiçoar o processo de produção, como por exemplo a adubação orgânica, buscando oferecer melhores condições à planta, a fim de melhorar a produtividade da cultura e contribuir para conservação do meio ambiente (LIMA et al., 2015).

Em relação aos resíduos orgânicos, o processamento de produtos oriundos da agroindústria gera grande volume de resíduos orgânicos e ocasiona pendências ambientais decorrentes do seu acúmulo e despejo em locais inapropriados. No entanto, os subprodutos gerados apresentam grande potencial a ser explorado, devido aos seus elevados teores nutricionais (FILHO et al., 2015).

Entre os fatores limitantes da produção da alface, um dos principais é a adubação, sendo o nitrogênio um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento da planta, devido sua participação na produção de proteínas e enzimas (MALAVOLTA et al., 2002). Segundo Yuri et al. (2015) na cultura da alface a deficiência do nitrogênio retarda o crescimento da planta e induz a ausência ou má formação.

Nos dias atuais, a principal forma de fornecer nitrogênio para as plantas é através da adubação mineral com formulados ou produtos à base de nitrogênio como uréia e sulfato de amônio, porém, o excesso de adubos químicos incorporados ao solo pode gerar diversos danos ambientais, como por exemplo a contaminação dos lençóis freáticos (PAULO et al., 2015).

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O uso de adubações orgânicas pode ser vantajoso já que melhoram as condições químicas, físicas e biológicas do solo, promovem o aumento de CTC e resultam no acúmulo de matéria orgânica que colaboram na porosidade, retenção, atividade microbiológica e agregação do solo (COSTA et al., 2013).

Entre os adubos orgânicos que tem potencial para serem utilizados no cultivo da alface, se destaca a torta de filtro, que é um subproduto derivado da produção de cana-de-açúcar, mais especificamente do seu processo de clarificação que tem potencial para ser usado como adubo.

Segundo Gonzalez et al. (2018), como fonte orgânica, a torta de filtro tem nutrientes essenciais se destacando o nitrogênio (N), além de fósforo (P), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). Além dos nutrientes fornecidos, a torta de filtro melhora a condição física do solo em sua aeração, redução do impacto da chuva e armazenamento e infiltração de água.

Outro adubo orgânico muito utilizado no cultivo de hortaliças é o esterco bovino, é uma grande fonte de matéria orgânica e nutrientes, principalmente nitrogênio (N), contribuindo também na estrutura e acidez do solo e melhorando a capacidade de troca de cátions (CTC) (SILVA et al., 2018). A disponibilidade desses resíduos em propriedades agrícolas tem a capacidade de reduzir o uso de fertilizantes químicos (GUIMARÃES et al., 2016).

Já a uréia, para Guarçoni et al. (2016) é o principal composto orgânico do grupo das amidas utilizado como fertilizante inorgânico nitrogenado (45% de N) na agricultura, apresentando menor custo por kg de nitrogênio.

O estado do Paraná tem uma grande extensão de agricultura familiar que deve ser valorizada, pois esses produtores não buscam apenas produzir com economia e grande produtividade, mas também se importam com a qualidade de seus produtos e com o meio ambiente, sendo os maiores apoiadores quando adotam o sistema de produção orgânica. Diante da exigência nutricional da alface e o potencial nutritivo das adubações alternativas, o objetivo desta pesquisa é comparar o desenvolvimento da alface, utilizando de diferentes tipos de adubação orgânica e inorgânica.

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2 DESENVOLVIMENTO

​O experimento foi conduzido na chácara Nossa Senhora Aparecida no município de Maringá localizado geograficamente -23.3897320’ de latitude e -51.9671490’ de longitude, no período de junho à setembro de 2020. A região apresenta subtropical úmido (Cfa) e o solo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico (SANTOS et al., 2018) amostrado em profundidade de 0 a 20 cm . O valor médio anual de temperatura é de 22,2°C, precipitação 1.642,9 mm e umidade relativa do ar entre 69,3 (MONTANHER et al., 2020)

O canteiro foi levantado por encanteiradeira, medindo 1,20m de largura por 24m de extensão, sendo dividida em 20 parcelas de 1,20x1,20m com delineamento experimental de blocos ao acaso com 5 tratamentos e 4 repetições de adubações orgânicas e inorgânicas, sendo T1​ 33,3 t ha​ -1 de Torta de filtro (0,3 % N); T2 ​ 13,3 t ha​ -1 de Cama de Frango (3 % N) ; T3​ 6,7 t ha​ -1 de Esterco Bovino (1,5 % N); T4 ​ 222 kg ha​-1 de uréia (45,0 % N); T5 Testemunha, sem adubação.

As adubações foram incorporadas 7 dias antes do transplantio das mudas de alface variedade crespa Vera cultivadas em casa de vegetação até o desenvolvimento de 4 folhas. O espaçamento adotado foi de 0,30m entre plantas e 0,30m entre linha totalizando 16 plantas por tratamento, sendo analisada as 4 plantas centrais da parcela. A irrigação foi por aspersão com 30min/rega por dia, sendo em dois tempos de 15min no período da manhã e no final da tarde, reduzida ou suspensa em dias de chuva.

Por fim, a colheita se deu com 45 dias após transplantio onde as variáveis analisadas foram:

Número total de folhas comerciais (NFC) através de contagem manual iniciando pelas folhas internas para externas para não quebrá-las;

Diâmetro do caule (DC) com uso de fita métrica, em cm;

Diâmetro da parte aérea (DPA) utilizando de fita métrica, em cm;

Massa fresca da parte aérea da planta (MF) realizando retirada da raiz e a pesagem em grama (g) com a balança digital de alta precisão eletrônica kitchen scale Mod Sf-400;

Massa fresca não comercial (MFN) com a pesagem em grama (g) com a balança digital de alta precisão eletrônica kitchen scale Mod Sf-400;

Altura da planta (AP) medindo do caule até o ápice das folhas, desprezando a raiz, em centímetros (cm) com uso de trena.

Comprimento das raízes medindo do colo até a coifa em centímetros (cm), com uso de trena.

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Com relação ao solo, foi analisado o teor de matéria orgânica e avaliação do pH após o experimento.

Após a coleta dos dados, foi realizada a análise de variância dos dados obtidos (p<0,05) e aplicado o teste de Scott Knott a 5% de probabilidade, para as variáveis respostas que apresentarem diferenças significativas (BANZATTO: KRONKA, 2008). Sendo utilizado o programa estatístico Sisvar (FERREIRA, 2019).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Posteriormente à colheita os resultados obtidos no experimento com adubações orgânicas e inorgânica como fonte de nitrogênio na cultura da alface, foi realizada a análise de variância a 5% de probabilidade e os resultados se encontram na Tabela 1.

Tabela 1 ​. Valores de F Calculados pela análise de variância para avaliação dos parâmetros biométricos da cultura da alface mediante diferentes fontes de adubo utilizadas

NC (Número de folhas comerciais); MFC (Massa fresca comercial); DC (Diâmetro do caule); DA (Diâmetro da parte aérea); ALT (Altura); CR (Comprimento de raiz).

*Variáveis que apresentaram diferença significativa a 5% de probabilidade pelo teste de F.

Mediante diferentes fontes de adubos orgânicos e inorgânico na cultura da alface, pode ser observado pela análise de variância que apenas para as variáveis número de folhas comerciais (NC), Diâmetro do caule (DC) e diâmetro da parte aérea (DA) ocorreu diferença significativa, onde ao menos um dos adubos testados promoveu maior crescimento da cultura do alface em relação as demais. Para averiguar qual foi a melhor adubação nestas variáveis, foi feito o Teste de Scott Knott e os resultados se encontram nas Figuras 1, 2 e 3.

Em relação ao número de folhas comerciais (Figura 1), todas as adubações orgânicas e inorgânica proporcionaram maior número de folhas por plantas quando comparadas com a testemunha. Neste caso se destaca o uso das adubações orgânicas em comparação com a uréia com o objetivo de promover uma produção mais sustentável e que preserve o meio ambiente.

FV NC MFC DC DA ALT CR Tratamento Blocos 6,481* 0,561 2,307 0,638 7,125* 0,699 5,114* 2,117 3,109 0,961 2,130 5,130 CV(%) 11,66 20,03 12,20 10,94 6,45 8,99

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Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (1974), a 5% de probabilidade.

Figura 1 ​. Avaliação do número de folhas comerciais mediante diferentes fontes de adubação nitrogenadas utilizadas na cultura de alface

O maior número de folhas nas plantas é atribuído ao fornecimento de nitrogênio para a alface, onde a principal função vegetal deste elemento é participar da síntese de proteínas e constituição de tecidos (TAIZ et al., 2016), deste modo, a medida que se fornece nitrogênio para a alface, tende a ocorrer um aumento no número de folhas.

Outros autores também encontraram respostas significativas da adubação orgânica para aumento do número de folhas da alface, Ziech et al. (2014) em sua pesquisa realizada com o objetivo de avaliar o desenvolvimento da alface em diferentes manejos de cobertura do solo e fontes de adubação, encontraram efeito significativo na incorporação de 55 t ha -1 de cama de frango, que resultou no aumento do número de folhas de alface estatisticamente comparado ao uso de uréia. Silva et. al. (2013), em seu trabalho com análise de desempenho de cultivares de alface americana com torta de filtro, como fonte de suplementação à adubação em cultivo a campo aberto tiveram um aumento crescente de número de folhas comerciais usando a dosagem de 30 t ha-1 ​de torta de filtro como adubo na alface americana.

Assim, como neste trabalho, tem sido verificado resposta significativa para número de folhas mediante a aplicação da uréia, no experimento de Nascimento et al. (2017) onde foi avaliado os efeitos da aplicação de diferentes doses com 60, 120, 180 e 240 kg ha -1 de nitrogênio na forma de uréia no desenvolvimento e produtividade de alface, foram encontrados resultados significativos no número de folhas ajustado à regressão linear crescente usando doses de uréia na cultura da alface crespa de forma que quanto maior a dosagem adotada no experimento, também foi maior a produtividade.

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Para o diâmetro do caule, todos os adubos orgânicos avaliados proporcionaram maior aumento do diâmetro em comparação com a testemunha, sendo que a uréia não diferiu estatisticamente da testemunha (Figura 2).

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (1974), a 5% de probabilidade

Figura 2​. Avaliação do diâmetro do caule (cm) mediante diferentes fontes de adubação nitrogenadas utilizadas na cultura do alface

Além da função de disponibilização de nitrogênio, o adubo orgânico atua de maneira vantajosa porque irá proporcionar uma cobertura do solo, melhorando atributos físicos do solo, como por exemplo, evitando a radiação solar e conservando a umidade (LONGHINI et al., 2019).

Nascimento et al. (2017) em sua pesquisa avaliou os efeitos da aplicação de diferentes doses de nitrogênio na alface usando uréia como adubação em diferentes doses, também não encontrou resultados significativos no diâmetro de caule com o uso de uréia como fonte de nitrogênio em nenhum de seus tratamentos. O trabalho realizado por Silva et al. (2019) resultou em um aumento de 15,2% de diâmetro de caule usando esterco bovino comparado a testemunha sem adubação no cultivo de alface americana. No entanto, no trabalho realizado por Ziech et al. (2014) não houve influência de cama de frango para o diâmetro de caule de alface, mesmo após dois ciclos de cultivo.

Em relação ao diâmetro da parte aérea (Figura 3), se destacou o uso da cama de frango, do esterco bovino e da uréia, onde estes proporcionaram maior incremento da variável analisada do que a torta de filtro e a testemunha.

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Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (1974), a 5% de probabilidade.

Figura 3 ​. Avaliação do diâmetro da parte aérea (cm) mediante diferentes fontes de adubação nitrogenada utilizadas na cultura da alface

Possivelmente a torta de filtro tenha levado maior tempo para sofrer o processo de mineralização e consequentemente não apresentou o efeito desejado sobre a variável diâmetro da parte aérea. Para esse aumento da parte aérea acontecer é necessário a disponibilização de nutrientes para a planta desenvolver novos tecidos.

Em dosagens entre 0 e 40 t ha -1​de torta de filtro, Silva et al. (2013), não registraram diferenças estatísticas no diâmetro de parte aérea da alface americana. Embora, mesmo tendo o menor incremento na variável, o resultado registrado na presente pesquisa é superior a 64,05 cm, ao trabalho de Silva et. al. (2013) que registrou o diâmetro aéreo máximo de 41,7 cm com uma dosagem de 30,4 t ha-1 ​de torta de filtro.

Milhomens et al. (2015) encontraram resultados crescentes no diâmetro aéreo da alface com o uso de uréia. Pinto et al. (2016) alcançaram resultados significativos com as adubações orgânicas de cama de frango e esterco bovino no diâmetro comparando a testemunha sem adubação.

Para as outras variáveis analisadas (massa fresca, altura e comprimento de raiz), não ocorreu diferença significativa entre os tratamentos. Resultados semelhantes para estas variáveis também foram encontrados por Almeida et al., (2008), onde utilizando adubação

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orgânica com esterco bovino não descobriram resposta efetiva para o aumento de produtividade e matéria fresca da alface cultivar “Vera”. Os autores justificaram que o adubo utilizado tinha baixos teores de nitrogênio em sua composição química e a dosagem não foi a adequada (1,3 kg m -2​). O mesmo resultado foi encontrado com o uso de uréia na dosagem de 150 kg ha -1​como adubação na cultivar de alface crespa por Nascimento et al. (2017). Já Pinto et al. (2016) declaram que o uso de adubos orgânicos influenciou positivamente na produção de massa fresca da alface.

Com relação à altura de planta, Silva et al. (2016) encontraram plantas com maior crescimento utilizando uma dosagem de 30 t ha -1​de torta de filtro, contando ainda com um bom desenvolvimento inicial. Nascimento et al. (2017) também registraram respostas positivas na característica altura de planta com o uso de adubação inorgânica. Os autores ainda relatam que há grande divergência em relação aos dados obtidos com a aplicação de nitrogênio na cultura da alface, sendo que os resultados podem ser influenciados pelo local, época de plantio, condições climáticas e o momento em que se realiza a adubação.

Da mesma forma em que resultou o comprimento de raiz neste experimento, Silva et. al. (2019) registraram uma resposta crescente, mas que não houve diferença significativa estatisticamente, ele explica que esse crescimento se deve a melhoria das qualidades físico químicas do solo. Martins et al. (2017) não encontraram diferença no desenvolvimento de raiz utilizando tratamentos de esterco bovino e uréia.

Em relação às características analisadas do solo para verificar a influência da aplicação dos adubos estudados ao solo, foram avaliadas as características Matéria Orgânica e pH, sendo os resultados das análises apresentados na Tabela 2.

Tabela 2​. Valores de F calculados pela análise de variância para avaliação dos parâmetros do solo mediante diferentes fontes de nutriente utilizadas

*Variáveis que apresentaram diferença significativa a 5% de probabilidade pelo teste de F.

Conforme pode ser observado, somente a característica pH do solo sofreu alteração significativa mediante as diferentes adubações aplicadas, enquanto que não houve alteração significativa nos teores de matéria orgânica do solo.

Os valores médios de pH encontrados na análise química do solo estão apresentados na Figura 4, onde se observa que para os adubos cama de frango, esterco bovino e uréia

FV Matéria Orgânica pH

Tratamento 1,123 6,05*

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ocorreu uma diminuição no pH do solo estudado, enquanto que os tratamentos testemunha e torta de filtro apresentam valores de pH mais elevados.

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (1974), a 5% de probabilidade.

Figura 4 ​. Avaliação do pH do solo mediante diferentes fontes de adubação nitrogenada utilizadas na cultura da alface

O fornecimento de nitrogênio pode ter proporcionado a redução do pH do solo, à medida que este elemento foi inserido no solo, ocorreu uma diminuição na relação Carbono e Nitrogênio da matéria orgânica ali presente acelerando sua decomposição, à medida que a matéria orgânica é decomposta é liberado ao solo ácidos orgânicos que pode ter contribuído para o aumento da acidez do solo, explica Ferreira et al., (2018).

Pavinato et al. (2008), a incorporação de matéria orgânica pode promover mudanças nas características do solo, elevando a CTC, além de aumentar a saturação por bases e diminuir os níveis de Al e Fe, realizando também a liberação de ácidos húmicos que atuam diretamente no pH.

Com relação à matéria orgânica, devido ao ciclo curto é possível que as adubações realizadas não tenham tido tempo suficiente para reagir no solo. Costa et al. (2013) infere que o teor de matéria orgânica pode ser totalmente variável levando em consideração o manejo adotado e as características edafoclimáticas do local.

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4 CONCLUSÃO

Conclui-se que as adubações com uréia, cama de frango, esterco bovino e torta de filtro são alternativas viáveis para suprir a demanda por nitrogênio da cultura da alface e influenciam positivamente no rendimento comercial desta cultura.

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