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TÍTULO: FRACASSO ESCOLAR CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS. SUBÁREA: Pedagogia

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Academic year: 2021

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Realização: IES parceiras:

TÍTULO: FRACASSO ESCOLAR CATEGORIA: EM ANDAMENTO

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: Pedagogia

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL - UNICSUL

AUTOR(ES): GILBERTO JOAQUIM DE OLIVEIRA, LEUSON PEREIRA DE BRITO, ANDERSON LIMA BISPO DOS SANTOS, SHIRLEY BARROS NASCIMENTO, LETICIA GOMES DUARTE, FRANCIELE RIBEIRO DUARTE ORIENTADOR(ES): ANTÔNIO CARLOS VAZ, FABIO TOMIO FUZII

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1. Resumo

O presente trabalho discorre sobre a complexidade histórica do fracasso escolar enfatizando a divisão de classes e as teorias racistas sendo que tais questões refletem no sistema e ensino até os dias de hoje. O fracasso escolar é dividido por fatores extra e intraescolares sendo que para todos esses fatores não existe um responsável, e, sim, diversos aspectos que contribuem para o fracasso do aluno, cujo os problemas escolares são dados diversificadamente. Para os estudos acerca do fracasso escolar, a obra de Maria Helena Patto, A produção do fracasso escolar – Histórias de submissão e rebeldia ainda é um importante referencial, embora em 1990, à época em que sua pesquisa foi produzida, a cultura e as práticas escolares se diferenciavam de hoje em dia. A reprovação e o abandono da escola era uma situação frequente nas escolas públicas, e grande vilã do fracasso escolar. No entanto a evasão ainda segue sendo um grande problema na educação pública brasileira que tende a aumentar devido a pandemia causada pela Covid 19.

2. Introdução

O sistema escolar desde a sua criação apresenta dificuldades de ensino e aprendizagem que acompanham as escolas até os dias de hoje, especialmente da rede púbica, mesmo a escola tendo um papel fundamental dentro da sociedade, ela ainda é muito desprovida dos olhares das políticas públicas.

Segundo Silva et al (2016) nos debates mundiais feito sobre a escola, a educação é marcada como um requisito indispensável para o desenvolvimento socioeconômico do país, sendo que se for oferecida com qualidade para os jovens prioritariamente, ela prepara-os para atuarem com cidadania no país.

Porém não é esse o quadro que vemos nas escolas brasileiras. Fatores como salas de aulas lotadas; falta de professores nas escolas para certas disciplinas; ausência cotidiana de professores, ficando os alunos com substitutos sem formação específica, ou mesmo sem aula; a dificuldade de diretores e coordenadores para resolver problemas de estrutura física e de formação continuada; o desinteresse do currículo e dos professores pela vida dos alunos, por aquilo que lhes faça sentido, que atendam aos seus interesses; entre outros, contribuem decisivamente para uma escola desinteressante, que acabam por estimular o abandono. O despertar para esse tema do “Fracasso Escolar” ocorreu a partir das discussões ocorridas em sala de aula.

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Fora do espaço escolar também é encontrado diversos aspectos que prejudicam a aprendizagem do aluno como por exemplo a vulnerabilidade econômica da família que por vezes não tem dinheiro para o transporte do aluno até a escola, ou mesmo a aquisição de roupas, de calçados, e até para adquirir alguns insumos necessários para a vida escolar, como o próprio material para aula.

Além dos elementos internos à escola, que dificultam o processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças e jovens, há ainda a percepção dos problemas que os bairros de trabalhadores mais empobrecidos enfrentam para efetivamente exercerem a cidadania como individuo crítico, o que contribui significativamente para o esvaziamento da escola como polo político de desenvolvimento da própria comunidade.

Será que apenas o investimento na estrutura da escola, no salário dos professores é o suficiente para promover um sucesso escolar? Ou será que a maioria das soluções propostas são pequenas diante da ampla complexidade do fracasso nas escolas?

3. Objetivos

A pesquisa clássica de Maria Helena Patto (1990) sobre o fracasso escolar ainda é um importante referencial para os estudos sobre o assunto, mesmo escrito há quase três décadas. Nosso projeto busca levantar o estado atual das pesquisas sobre o fracasso escolar, busca-se realizar uma análise comparativa entre o estudo de Patto (1990) e a produção dos últimos anos acerta dessa temática. Verificaremos os obstáculos que mais desafiam uma educação de qualidade nos dias de hoje, os fatores que mudaram nesses últimos 30 anos, e as políticas públicas implementadas a fim de enfrentar a desistência ou a permanência sem aprendizagem. Pretende-se, ainda, fazer algumas ponderações acerca do cenário da educação frente ao à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

4. Metodologia

O estudo será feito por meio de pesquisa bibliográfica em periódicos referentes à plataforma Scielo, Google acadêmico, PNE e mídias sociais como R7, entre outras. Para a busca, utilizou-se das palavras-chave combinadas; fracasso escolar, reprovação e evasão, universalização do ensino fundamental, ensino fundamental de 9 anos e educação e coronavírus. Foram selecionadas as pesquisas entre os anos de 2007 a 2020 relacionadas ao fracasso escolar. Os artigos selecionados foram

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analisados, explorando suas discussões e destacando os principais aspectos do sistema escolar.

Para a abordagem bibliográfica, desta pesquisa, estaremos apoiado em Vasconcelos (2000), para o autor:

...a revisão de literatura é uma peça importante no trabalho científico e pode, por ela mesma, construir um trabalho de pesquisa, basta rever os critérios apontados para caracterizar uma pesquisa e garantir que eles sejam atingidos. (VASCONCELOS, 2000, p. 80).

Acredita-se que o projeto em questão, devido à sua complexidade e à sua interlocução com um variado número de atores sociais e institucionais, torna essa pesquisa de revisão bibliográfica relevante, pois será o primeiro passo para o seu aprofundamento.

Esta pesquisa traz os seguintes problemas a serem enfrentados: quais as explicações que se faz atualmente sobre o fracasso escolar considerando a produção cientifica na área educacional? Comparadas com o clássico estudo de Maria Helena Souza Patto, da década de 1990, quais são os elementos que permanecem presentes e quais os novos elementos surgidos posteriormente que determinam, de certo modo, o fracasso escolar? A partir da constatação do fracasso escolar como um processo real, presente em partes significativas das escolas da rede pública, mas de forma especial aquelas localizadas em regiões periféricas e precárias, que ações essas escolas tem produzido no sentido de lutar contra esse processo? A pandemia provocada pelo novo coronavirus produziu um novo cenário na educação, as crianças das escolas públicas foram as mais afetadas. Como este cenário se relaciona com o fracasso escolar?

5. Desenvolvimento

O estudo de Maria Helena Patto aponta de forma crítica as principais ideias sobre o fracasso escolar que circularam pela história do sistema escolar. A autora traz como base teórica de suas análises o materialismo histórico, o que faz com que sua avaliação sobre o tema transcenda os muros das escolas, e vá se encontrar com as políticas de Estado mais amplas e com o sistema econômico e seu poder sobre as instituições, inclusive as estatais.

Segundo Paula e Tfouni (2009) o trabalho de Patto revela-se muito importante, pois, no contexto histórico em que foi escrito, a teoria da diferença cultural e do déficit cognitivo começam a ser intensamente questionadas.

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A referida obra é dividida em duas partes: na primeira Patto faz um resgate histórico de obras e estudos que permeiam o fracasso escolar, e na segunda parte ela vai a campo pesquisar em uma escola da periferia de São Paulo. Lá, entrevista educadores, pais, diretores e com 4 crianças com histórico de sucessivas reprovações.

A autora enfatiza os rótulos que os alunos e as famílias mais pobres são vistos por educadores: o pobre, o carente, o desprovido de inteligência, o incapaz, entre outros. Rótulos esses que marcam a vida dessas crianças, afetando sua autoestima e, portanto, seu desenvolvimento. Patto se mostra inconformada com esse tipo de problema, em uma de suas passagens ela diz:

Não é difícil localizar passagens, nos milhares de textos que as integram nas quais os adultos das classes subalternas são considerados mais agressivos, relapsos, desinteressados pelos filhos, inconstantes, viciados e imorais dos que os das classes dominantes... (PATTO, 1990, p. 74)

Sendo assim esses rótulos são uma das questões que reinam nas pesquisas da década de 80 e trazem preocupação a autora. Ao realizar a pesquisa diretamente com os alunos repetentes, Patto coloca em questão a escola e a vida familiar. Nos estudos sobre o fracasso escolar, dessa época, quase não se falava em crianças e adolescentes, sendo que eles são os atores centrais desse acontecimento. Por que não ouvir as crianças e suas famílias sobre as questões escolares, já que eles têm participação decisiva no sistema escolar? A autora tem um olhar sensibilizado para as escolas da periferia.

De acordo com Patto (1990), reconhecer que vivemos numa sociedade de classes nos ajuda a compreender os caminhos feitos pelo fracasso escolar, pois é o plano de fundo que nos permite entender, ao menos parcialmente, as políticas educacionais implementadas.

Os ideólogos das nações-estado insistiam em que deveria haver somente uma língua e um meio de instrução oficiais: é assim que a unificação da língua, dos costumes e a aquisição da consciência de nacionalidade será a primeira missão da escola no mundo capitalista do século passado (PATTO, 1990, p. 48–49)

A história do fracasso escolar não se limita apenas ao fato de a escola estar primeiramente à serviço da ordem econômica, mas também a outros fatores. Paulilo (2017) aponta a escola também como reprodutora da marginalidade. Para o autor, “Não é só que a escola tenha o papel de inculcar a ideologia burguesa; sua missão é

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reforçar a marginalidade produzida socialmente no sistema capitalista.” (PAULILO, 2017, p. 1255).

Segundo Souza e Silva (2018) no ambiente escolar é normal que muitas vezes o professor relacione o fracasso escolar do aluno com o seu contexto sociocultural. Ou seja, a principal culpa do fracasso se estende ao aluno e à sua posição social.

De acordo com Patto (1990, p. 65), “as crianças que não acompanham seus colegas na aprendizagem escolar passaram a ser designadas como anormais escolares e as causas de seu fracasso procuradas em alguma anormalidade orgânica.” Percebe-se aqui, a explicação do fracasso escolar por fatores biológicos. 6. Resultados preliminares

Estudos feito no livro da autora Patto demonstram que o foco da investigação do fracasso escolar era dedicado sempre ao aluno e as suas famílias mais carentes. Porém pesquisas mais atuais relatam que o fracasso dos alunos abrange fatores interno e externos a escola onde a educação é cercada por diversas vertentes (social, econômica, psicológica, afetiva entre outras)

7. Fontes consultadas

PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. 3ª ed., 2ª Reimpressão. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2013.

PAULA, F. S.; TFOUNI, L. V. A persistência do fracasso escolar: Desigualdade e ideologia. Revista Brasileira de Orientação Profissional,10(2), p. 117-127, 2009. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902009000200012> Acesso em: 20 de agosto de 2020

PAULILO, André Luiz. A compreensão histórica do fracasso escolar no

Brasil. Cad. Pesquisa. [online]. 2017, vol.47, n.166, pp.1252-1267. ISSN 0100-1574. https://doi.org/10.1590/198053144445. Acessado em 15 de Mai. de 2020.

SILVA, P. B. C. et al. Sobre o sucesso e o fracasso no Ensino Médio em 15 anos (1999 e 2014). Ensaio: aval. pol. públ. Educ. Rio de Janeiro. v.24, n. 91, p. 445-476, abr./jun. 2016. Disponível em:

<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-40362016000200445&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 08 de agosto de 2020.

SOUZA, S. J.; SILVA, K. B. De quem é a responsabilidade pelo fracasso escolar. Polêmica – Revista Eletrônica da Uerj. Rio de janeiro. v.18, n.3, p.54-72, julho/agosto/setembro.2018. Disponível em: <

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/viewFile/39423/27658> Acesso em: 4 de maio de 2020

VASCONCELOS, S. L. Planejamento de Pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC, 2000. Disponível em:

<http://franciscoqueiroz.com.br/portal/phocadownload/MetodologiadaPesquisa/luna% 20sv%20planejamento%20de%20pesquisa.pdf> Acesso em: 3 de maio de 2020

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