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RELATÓRIO DE ESTÁGIO 1/3 (primeiro de três) Período: 21/09/2009 a 09/11/2009

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Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tecnológico

Departamento de Engenharia Mecânica Coordenadoria de Estágio do Curso de

Engenharia Mecânica

CEP 88040-970 - Florianópolis - SC - BRASIL www.emc.ufsc.br/estagiomecanica

estagio@emc.ufsc.br

RELATÓRIO DE ESTÁGIO – 1/3 (primeiro de três)

Período: 21/09/2009 a 09/11/2009

FTC - Ferrovia Tereza Cristina ( )

Nome do aluno: Rodrigo Giesel Grala Nome do supervisor: Abel Sérgio Passagnolo

Nome do orientador: André Ogliari

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO... 3

2. Cronologia da FTC ... 4

3. Apresentação da FTC ... 5

3.1. O serviço do transporte de carga ... 7

3.2. Atividades desenvolvidas no período de estágio ... 8

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1. INTRODUÇÃO

Nos processos para seleção de estágio, foram inúmeras etapas vencidas durante a busca pela inserção profissional em uma empresa consolidada, respeitosa, preocupada com a segurança e o meio ambiente, até o início das atividades de estágio na Ferrovia Tereza Cristina.

Com sede na cidade de Tubarão-SC, a Ferrovia Tereza Cristina está focada no serviço do transporte de carga, principalmente, de carvão mineral para o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. A empresa é vencedora do consórcio de uma das ferrovias mais antigas da história, a Donna Thereza Christina Railway Co. Ltd., que remonta a trajetória da região carbonífera, fonte de conhecimento do setor mecânico e museu das épocas áureas e trágicas do transporte ferroviário.

O tema “A manutenção logística e de apoio da Ferrovia Tereza Cristina” do relatório de estágio irá refletir um registro das inumeráveis atividades desempenhadas na FTC. Durante o período de estágio houve atividades de familiarização com o local de trabalho, com termos técnicos e nomenclaturas consagradas na literatura, além de inserção nas atividades desempenhadas pelos engenheiros mecânicos da empresa.

Devido ao período de permanência para apresentação de cada uma das oficinas da empresa ter sido relativamente grande, não há exigência formal em se estabelecer um projeto ou trabalho específico até o momento, contudo a absorção de conhecimentos sobre transporte ferroviário é bastante incentivada. Por fim, o estágio prosseguirá na Oficina de Locomotivas, fonte de muita inspiração e suor de todos colaboradores ali presentes.

Devido à vasta história e conteúdo para a área mecânica, nesta etapa inicial serão apresentados apenas tópicos introdutórios para o leitor situar-se nas atividades mecânicas realizadas pelas oficinas de manutenção da empresa e algumas das atividades desenvolvidas durante o período de estágio.

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2. Cronologia da FTC

Na década de 1830, os tropeiros que faziam o transporte de mantimentos entre Laguna e o planalto serrano margeando o Rio Tubarão, descobriram acidentalmente algumas pedras capazes de serem queimadas quando colocadas junto ao fogo e na época a notícia rapidamente espalhou-se pela região. O processo de lavra do carvão nas cabeceiras do Rio Tubarão teve inicio em 1832, mas a mineração foi um fracasso nas primeiras décadas.

Em 1861, o Visconde de Barbacena, Felisberto Caldeira Brant Pontes, adquiriu terras devolutas da União próximo às nascentes do Rio Tubarão em um local denominado Passa Dois, fundando com investidores ingleses a companhia de mineração The Tubarão Coal Mining Company Ltd. e a companhia de transporte férreo Donna Thereza Christina Railway Co. Ltd.

Em 1874, o Visconde de Barbacena conseguiu a concessão para a construção da ferrovia pela intervenção do imperador Dom Pedro II. Em homenagem, a ferrovia recebeu o nome de sua esposa, a imperatriz dona Teresa Cristina de Bourbon Duas-Sicílias também conhecida como “Mãe dos Brasileiros”. Os estudos para a construção da ferrovia foram concluídos em 1878.

Em 1880, a empresa James Perry Co. iniciou a construção do trecho Tubarão/Imbituba que só foi inalgurado no dia 1° de setembro de 1884. A mão de obra empregada na época era, na maioria, de imigrantes italianos que aportaram na região alguns anos antes.

Em 1887, a ferrovia teve grande parte de sua malha destruída por uma forte enchente do Rio Tubarão. O prejuízo pela suspenção das atividades por um período de três meses, aliado à baixa qualidade do carvão catarinense, provocou a desistência dos ingleses e conseqüente encampação da ferrovia pelo governo brasileiro em 1902.

Em 1906, a sede da ferrovia foi transferida de Imbituba para Tubarão onde se mantém até os dias atuais.

Em 1919, a Companhia Brasileira Carbonífera Araranguá arrendou a ferrovia após novas descobertas de carvão em Criciúma e um novo ramal foi construído para interligar as novas minas ao trecho já existente da ferrovia.

Em 1925, o trecho foi construído, desta vez ligando até Urussanga, passando pela estação de Esplanada. A cidade de Araranguá recebeu os trilhos da ferrovia em 1927.

Em 1940, terminou o arrendamento da Companhia Brasileira Carbonífera Araranguá. Com a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro de Getúlio Vargas celebrou com o governo americano os Acordos de Washington, criando o parque siderúrgico nacional e impulsionando novamente a extração de carvão no sul de Santa Catarina.

O Primeiro Marco Histórico ocorreu em 1945, quando foi instalado o lavador de Capivari de Baixo, a ferrovia passa a ter papel fundamental no cenário econômico nacional realizando o transporte do carvão das minas aos portos de Imbituba e ao Porto de Laguna.

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Em 1957, é incorporada ao patrimônio da estatal RFFSA- Rede Ferroviária Federal S.A. O Segundo Marco Histórico ocorreu em 1978, com a criação da Indústria Carboquímica Catarinense em Imbituba com o objetivo de aproveitar os rejeitos piritosos do carvão como fonte de enxofre, aumentando a demanda de transporte ferroviário.

O Terceiro Marco Histórico ocorreu entre os anos de 1983 e 1986, a ferrovia alcançou o período áureo devido a segunda crise do Petróleo, que aumentou o interesse pelo uso do carvão nacional, quando o transporte alcançou o nível de sete milhões de toneladas/ano.

Em 1990, com a superação da crise do petróleo e o fim da obrigação das siderúrgicas de utilizarem o mínimo de 20% do carvão nacional e, em 1992, pela paralisação das atividades da Indústria Carboquímica Catarinense a demanda de transporte reduziu-se ao suprimento do Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda, situada no município de Capivari de Baixo, cuja primeira unidade iniciou a operação em 1965.

Em 1997, a ferrovia foi privatizada, sendo gerida pelo novo concessionário FTC- Ferrovia Tereza Cristina SA, que a arrendou em leilão na bolsa de valores do Rio de Janeiro em 22 de Novembro de 1996 por R$18.510.000,00 por um período de 30 anos.

3. Apresentação da FTC

A Ferrovia Tereza Cristina é a concessionária vencedora do leilão de privatização da Malha Tereza Cristina e assumiu a operação dos serviços de transporte ferroviário de cargas no dia 01/02/1997. Seus principais acionistas são:

· Interfinance Partners LTDA.

· Santa Lúcia Agroindútria e Comércio LTDA.

· Administração e Empreendimentos Vasone LTDA. · Apply Comércio e Empreendimentos LTDA.

Desde então, a FTC promove investimentos na recuperação e manutenção de vagões, locomotivas e via permanente, novas tecnologias e sistemas de comunicação. Investe também em programas de qualidade e segurança, capacitação do quadro de colaboradores e em projetos de responsabilidade sócio-ambiental, voltados para a preservação do meio ambiente, o bem-estar e qualidade de vida das comunidades por onde passa a linha férrea.

Como resultado desses investimentos, a Ferrovia Tereza Cristina apresenta um transporte seguro e eficaz, certificado pela norma ISO 9001 e ISSO 2000, de gestão da qualidade.

Com 164 km de extensão opera na região carbonífera e cerâmica, interligando o sul de Santa Catarina ao Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo, e ao Porto de Imbituba. Anualmente, A FTC transporta cerca de 2,6 milhões de toneladas de cargas sobre bitola métrica.

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O material de tração da FTC - Locomotivas:

Modelo Quantidade Nominal (HP) Potência Peso Aderente (tons)

GM-G12 8 1.425 73

GM-GL8 1 950 59

GM-G22U 1 1.650 73

Total 10 14.000 -

O material de transporte da FTC - Vagões:

Tipo Remunerado Serviço Serviço Não-Remunerado Total

Plataformas

convencionais 0 24 24

Gôndolas com fundo

de camelo 304 8 312 Fechados com escotilhas e tremonhas 50 6 56 Hopper fechado convencional 47 10 57 Total 401 48 449

Entre os planos da empresa para o futuro está a obtenção de novas cargas. A FTC possui capacitação técnica e recursos para reforma e adaptação de locomotivas e vagões, podendo em pouco tempo dispor de outros modelos de vagões para transportar cargas diversas, contribuindo para a logística catarinense.

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3.1. O serviço do transporte de carga

O principal produto transportado pela Ferrovia Tereza Cristina é o carvão mineral, que abastece as usinas do Complexo Termelétrico. Para melhor atender esse importante cliente e complementar a sua operação, a FTC criou em 1999 a Transferro Operadora Multimodal, com a responsabilidade de efetuar a descarga, movimentação e abastecimento dos silos de carvão no Complexo Termelétrico.

Além do carvão mineral, a FTC transporta contêineres com destino à exportação pelo Porto de Imbituba. Para complementar este serviço, tem acesso ao Criciúma Terminal Intermodal, posicionado estrategicamente no maior pólo cerâmico do Brasil. O local oferece serviços de recepção de carga, armazenagem, separação de lotes, estufagem de contêineres, peação da carga, controle de estoque e monitoramento 24 horas, além de ser autorizado pela Receita Federal a operar como Unidade REDEX (Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação).

Os Principais Clientes da FTC são: · Tractebel Energia SA

· Indústria Carbonífera Rio Deserto Ltda · Carbonífera Metropolitana SA

· Carbonífera Criciúma SA · Carbonífera Belluno Ltda · Carbonífera Catarinense Ltda · Mineração Castelo Branco Ltda · Mineração São Domingos Ltda · Minageo Ltda

· Coque Catarinense Ltda · Comin e CIA. Ltda

· Mineração Santa Augusta Ltda

· SIECESC - Sindicato da Indústria de Extração de Carvão SC · COOPERMINAS - Coop. Ext. Carvão dos Trab. de Criciúma Ltda · TRANSFERRO - Operadora Multimodal SA

· Gabriella Mineração Ltda · Carbonífera Siderópolis

· Pisoforte Revestimentos Cerâmicos Ltda · Cecrisa Revestimentos Cerâmicos SA · Itagres Revestimentos Cerâmicos SA · Maximiliano Gaidzinski SA Eliane · Moliza Revestimentos Cerâmicos Ltda

Fisicamente, a FTC encontra-se isolada, não dispondo de ligação ferroviária com outras malhas. Entretanto, a ligação econômica é estabelecida pela prestação de serviços como aluguel de locomotivas, montagem de vagões, geração de tecnologias para empresas nacionais e internacionais do setor ferroviário.

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3.2. Atividades desenvolvidas no período de estágio

· Atividade de Integração, realizada no dia 21 de setembro de 2009, cujas funções principais são instrução básicas de comportamento corporativo e demonstração da necessidade do uso dos EPI’s fornecidos e cuidados. Todos colaboradores ou prestadores de serviço da FTC recebem este treinamento antes de iniciar suas atividades. · Participação na SIPAT, Semana Interna de Prevenção aos Acidentes de Trabalho, com o tema: Comportamento e Segurança. Realizada no período de 21 a 25 de setembro de 2009, abordou diversos temas como segurança comportamental, motivação pessoal & profissional e apresentação dos resultados da Campanha “Paz na Linha”, com intuito de esclarecer para a população as necessidades do respeito mútuo entre trânsito e transporte ferroviário. Também houve apresentação de grupos de dança e outros projetos sociais apoiados pela FTC, encerrando com a apresentação dos resultados da Campanha “Se essa rua fosse minha”, uma parceria entre o DETRAN/SC e o LABTRANS da UFSC que visa o esclarecimento dos jovens e crianças catarinenses sobre o trânsito e seus perigos.

· Permanência, na Oficina de Vagões durante uma semana. Os principais intuitos da Oficina de vagões são as manutenções corretivas, preventivas (semestrais, anuais e hexanuais) e as reformas gerais dos vagões. Cerca de 30 reformas gerais são realizadas em vagões por ano, com intuito de manter o estado de conservação da frota. O principal problema neste setor é a corrosão catódica do aço nas colunas laterais e portas. Nesta etapa, ocorre a substituição das tradicionais tábuas de madeira do compartimento de carga por placas de plástico reciclado.

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· Permanência, na Oficina de Via Permanente durante uma semana. As principais funções da V.P. são as manutenções da ferrovia com as turmas de via e as manutenções de apoio a outros materiais rodantes como AL (Autos de Linha) e niveladoras de lastro (Plaser). Fornece manutenção a equipamentos auxiliares como empilhadeiras, tirefonadoras (assentadora os tirefons responsáveis pela fixação dos trilhos aos dormentes), lixadora de boletos, outros equipamentos afins. A V.P. também é responsável por manutenções logísticas como ampliação da linha e construção de benfeitorias, obras de infra-estrutura e superinfra-estrutura em geral.

· Permanência, na Divisão de Transporte durante duas semanas, especificamente no CCO (Centro de Controle de Operações). A principal função do CCO é a logística do transporte ou o Planejamento e Controle da Produção junto ao SIGEFER (Sistema de Gestão Ferroviário). Destacam-se os diversos Indicadores de Desempenho que auxiliam as decisões desse setor. Por exemplo, o LMTKB (litros de combustível consumidos por mil toneladas de carga bruta transportada), o LMTKU (litros de combustível consumido por mil toneladas de carga útil transportada) que determina a situação do consumo de combustível, a parcela da cota transportada (do total de 188 mil toneladas/mês). Outro indicador de grande importância é a quantidade de cada tipo de Ocorrência Ferroviária acumulada no SIOF (Sistema de Ocorrências Ferroviárias). Durante este período importantes atividades foram executadas como o auxílio na elaboração do Orçamento da Divisão de Transporte 2010, viagens de trem até as caixas de carregamento de carvão mineral de algumas clientes e visita ao Laboratório de Análise de Carvão Mineral da Tractebel Energia.

Figura 2 – Coleta de amostra de um Blending (mistura de lotes de carvão diferentes) para análise do carvão pela Tractebel Energia no pátio da

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· Encaminhamento a Oficina de Locomotivas, onde será realizado o estágio. As principais atividades da oficina são as manutenções corretivas, preventivas (realizadas semanalmente e a cada 3, 9, 18 e 36 meses) e as reformas gerais. As locomotivas da FTC passam pela reforma geral em um período médio de 12 anos. Anualmente, duas locomotivas diesel-elétricas da frota são selecionadas para reforma geral, na qual ocorre substituição ou reparo de todos componentes dos sistemas elétricos e mecânicos.

Figura 3 – Manutenção preventiva no truck da locomotiva.

· Participação do curso de QOF 2009 (Qualificação Operacional Ferroviária) da FTC, com duração de trinta e uma horas, sendo ministrados temas do Regularmento Operacional Ferroviário da empresa. Basicamente, um facilitador de cada setor trouxe temas como mecânica e elétrica das locomotivas, sistemas de freios de locomotivas e vagões, características dos vagões, características da V.P., segurança no transporte e dinâmica de trens, importantes para o desenvolvimento e formação profissional dos futuros maquinistas, agentes de estação, novos engenheiros e estagiários da FTC. Outras atividades como o debate e a aplicação de testes também estiveram na pauta.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ZUMBLICK, Walter. ”Tereza Cristina” A ferrovia do carvão. Florianópolis: ed. da UFSC, 1987.

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