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REN Rede Eléctrica Nacional, SA

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REN – Rede Eléctrica Nacional, SA

AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO E

INVESTIMENTO DA

REDE NACIONAL DE TRANSPORTE DE

ELECTRICIDADE 2009 – 2014 (2019)

Horizonte 2019

RESUMO NÃO TÉCNICO

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT 2009 – 2014 (2019) - Horizonte 2019

Relatório Ambiental | Resumo Não Técnico Julho de 2008

1. Introdução e objectivo

O Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte (RNT) para o período 2009-2014 (2019), que adiante se vai designar como PDIRT 2009-2014 (2019) ou apenas por Plano, é um documento elaborado a cada três anos pela Rede Eléctrica Nacional (REN), que é o operador da Rede Nacional de Transporte de Energia (RNT). A REN tem como compromisso legal (de acordo com o Decreto – Lei nº 172/06 de 23 de Agosto) definir os desenvolvimentos a efectuar para garantir um funcionamento adequado do Sistema Eléctrico Nacional (SEN), em particular a ligação entre geração de energia e o seu consumo, a ligação da RNT com a rede de Espanha e a restante rede europeia.

O PDIRT é um plano estratégico do sector da Energia e encontra – se sujeito a um processo de avaliação ambiental (AA) de acordo com o Decreto – Lei nº 232/2007 de 15 de Junho, uma vez que constitui enquadramento para a futura aprovação de projectos no sector da Energia, em particular linhas de muito alta tensão (MAT) para o transporte de electricidade, e que são sujeitas a Avaliação de Impacte Ambiental, de acordo com o Decreto-Lei nº 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo DL nº 197/2005 de 8 de Novembro.

A REN como proponente do plano a avaliar, é a entidade responsável pela AA do Plano e pela sua consulta pública e institucional, tal como estabelecido na legislação da avaliação ambiental de planos e programas (Decreto – Lei nº 232/07 de 15 de Junho).

O presente documento constitui o Resumo Não Técnico do Relatório Ambiental (RA) do PDIRT, centrado no horizonte de evolução da RNT para 2019 – último ano abrangido pelo PDIRT – e constitui o documento de excelência para a consulta do público. Para esse efeito, procura sintetizar toda a informação relevante à boa compreensão do processo de avaliação do plano e dos riscos e oportunidades potenciais para o ambiente e para os processos de desenvolvimento onde a disponibilidade de energia eléctrica é fundamental.

A AA e o Plano foram desenvolvidos em simultâneo, procurando sempre atender aos aspectos que são importantes para o ambiente, para as populações e para a satisfação dos objectivos energéticos, tratando sempre em conjunto os factores de ordem ambiental, social e económica. A AA foi iniciada em Julho de 2007, e o seu âmbito e alcance foram objecto de consulta institucional, nos termos do nº2 do artigo 3º do Decreto-Lei nº 232/2007, de 15 de Junho, através da discussão do Relatório dos Factores Críticos para a Decisão, em Agosto de 2007. Os resultados da consulta institucional foram considerados nas fases subsequentes de AA. Posteriormente, o PDIRT e o seu Relatório Ambiental foram sujeitos a consulta de entidades e a consulta pública, entre 4 de Março de 2008 e 18 de Abril de 2008, de acordo com o artigo 9º do Decreto-Lei nº 172/2006 de 23 de Agosto e o artigo 7º do Decreto-Lei nº 232/2007, de 15 de Junho, respectivamente, tendo sido elaboradas novas versões do PDIRT e do Relatório Ambiental, que ponderaram os pareceres e contributos recebidos no âmbito do referido processo.

O objectivo da AA do Plano é identificar, descrever e avaliar, de um ponto de vista ambiental e de sustentabilidade, as opções estratégicas que se colocam à expansão da Rede Nacional de Transporte de Energia. Nesse sentido a AA considera as questões ambientais e de sustentabilidade relevantes que permitem auxiliar o planeamento das necessidades de expansão da Rede, atendendo a objectivos ambientais e de sustentabilidade bem como a factores de contexto, não se limitando apenas a objectivos e critérios exclusivamente técnicos. Com este objectivo, a AA irá avaliar os riscos e as oportunidades para o ambiente e para os processos de desenvolvimento sustentável, resultantes da aplicação do PDIRT.

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT 2009 – 2014 (2019) - Horizonte 2019

Relatório Ambiental | Resumo Não Técnico Julho de 2008

2. Metodologia

A metodologia utilizada, designada por Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), considera diferentes opções para a expansão da RNT tendo em conta as necessidades do sistema energético nacional e os riscos e oportunidades ambientais e sociais. Considera um longo período de expansão e desenvolvimento da rede – até 2019 – e nesse período considera diferentes possibilidades futuras relativamente à geração de energia e aos consumos. Atende às prioridades ambientais, económicas e sociais, pelo que coloca a avaliação num contexto de sustentabilidade.

Efectivamente, o PDIRT, como todos os Planos de Investimento da RNT anteriores, tem um horizonte de análise de 10 anos. O detalhe da análise é mais aprofundado nos primeiros 6 anos, já que esse período, mais próximo, é abordado também quer do ponto de vista de alguns conteúdos técnicos não relevantes para a AA (por exemplo, número de painéis de 60 kV, baterias de condensadores para gestão de reactiva) quer ainda do ponto de vista orçamental rigoroso, o que não faz sentido a mais largo prazo.

Tendo em conta também a duração média de realização dos investimentos de uma rede de transporte (5-6 anos), é precisamente num horizonte de mais largo prazo, pelo menos 10 anos, que tem sentido equacionar diferentes alternativas de evolução estratégica por forma a não pôr em causa decisões já aprovadas no âmbito de anteriores edições do Plano de investimentos das quais decorrem compromissos já assumidos com os utilizadores (produtores, consumidores e a própria distribuição) da rede. Aliás, muitos dos projectos para os próximos anos encontram-se já em processo de estudos técnicos e ambientais e de procedimentos administrativos tendentes ao seu licenciamento, os quais não podem ser postos em causa sob pena de significativos atrasos nas datas de entrada em serviço assumidas até agora.

A opção de evolução global escolhida para 2019 irá balizar opções de investimento não apenas para esse ano mas também para os anos imediatamente anteriores que, nesta altura, ainda são passíveis de alteração.

A AAE tem que ter um objecto de avaliação muito claro. Neste caso o objecto de avaliação são as estratégias de desenvolvimento que irão dar forma e conteúdo ao PDIRT, e que se traduzem em diferentes possibilidade de reforço, expansão e desactivação de eixos e corredores da Rede Eléctrica Nacional.

A AAE procede à avaliação através de poucas, mas relevantes, janelas de observação: os factores críticos para a decisão (FCD), que são estratégicos em relação à decisão de expansão da RNT. Os factores críticos considerados na AAE do PDIRT 2009 - 2014 (2019) foram os seguintes: Fauna, Ordenamento do Território e Energia. Para avaliação os FCD estruturam-se em critérios e indicadores, que são apresentados no Quadro I. Os critérios e indicadores foram utilizados nas análises desenvolvidas para cada FCD.

A selecção destes FCD resultou de uma análise conjunta e integração dos seguintes elementos:

- Quadro de Referência Estratégico, ou seja o quadro de politicas, planos e programas com os quais o PDIRT estabelece relações, bem como documentos de política ambiental

- Questões Estratégicas do PDIRT – os seus objectivos e orientações estratégicas - Questões Ambientais, incluindo as que são legalmente definidas, interpretadas à

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Relatório Ambiental | Resumo Não Técnico Julho de 2008

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Quadro I.- Critérios de Avaliação e Indicadores considerados por Factor Crítico para a Decisão – estabelecem o âmbito e alcance da AA Factores Críticos

para a Decisão Critérios de Avaliação Indicadores

Evacuação da produção, nomeadamente a proveniente da Produção em Regime Especial

Capacidades de recepção

Índice de utilização dos equipamentos em áreas fulcrais de geração de energia renovável

Energia

Eficiência energética (gestão e minimização das perdas na rede);

Previsões do valor das perdas

Intersecção de Áreas Classificadas

Para os eixos já existentes - Extensão de linhas e corredores de cada estratégia que atravessam Áreas Classificadas.

Para os eixos novos - Extensão máxima e mínima de ligação entre os pontos de origem e destino, em cada estratégia, que atravessam Áreas Classificadas.

Atravessamento de zonas críticas de espécies da fauna (excepto aves e morcegos)

Para os eixos já existentes - Extensão de linhas e corredores de cada estratégia que atravessam as áreas de maior importância para a conservação do lobo das alcateias conhecidas.

Para os eixos novos - Extensão máxima e mínima de ligação entre os pontos de origem e destino, em cada estratégia que atravessam as áreas de maior importância para a conservação do lobo das alcateias conhecidas.

Atravessamento de zonas críticas para as espécies de aves com estatuto de conservação desfavorável mais susceptíveis à colisão

Para os eixos já existentes - Extensão de linhas e corredores de cada estratégia que atravessam a área correspondente à união da área ocupada por todas as categorias de informação apresentadas.

Para os eixos novos – Extensão máxima e mínima de ligação entre os pontos de origem e destino, em cada estratégia que atravessam a área correspondente à união da área ocupada por todas as categorias de informação apresentadas.

.Proximidade a abrigos de morcegos de importância nacional

Para os eixos já existentes - Extensão de linhas e corredores de cada estratégia que se localiza a menos de 5km dos abrigos considerados como de importância nacional.

Para os eixos novos – Extensão máxima e mínima de ligação entre os pontos de origem e destino, em cada estratégia que se localiza a menos de 5km dos abrigos considerados como de importância nacional.

Fauna

Minimização dos impactes cumulativos

Para os eixos já existentes - Número de quadrículas UTM 10x10km que não são intersectadas por linhas da rede actualmente existente e que passarão a ter novos corredores ou linhas.

Para os eixos novos – Número máximo e mínimo de quadrículas UTM 10x10km que não são intersectadas por linhas da rede actualmente existente e que passarão a ter novos eixos.

Para os eixos já existentes - Acréscimo do comprimento de corredores de linhas face à estratégia mais restrita (Estratégia 4). Para os eixos novos – Acréscimo máximo e mínimo do comprimento de eixos face à estratégia mais restrita (Estratégia 4). Interferência com áreas sensíveis (incluindo paisagem)

ou condicionadas por protecção natural e patrimonial

Áreas sensíveis, nos termos da legislação em vigor

Zonas de características paisagísticas de relevância nacional ou regional

Elementos patrimoniais classificados e respectivas áreas de protecção e zonas especiais de protecção, desde que identificáveis à macro - escala e fora dos centros urbanos.

Interferência com áreas de forte presença humana e de infra-estruturas actuais e potenciais

Servidões e restrições ao uso do solo, figuras de ordenamento, em particular as decorrentes de instrumentos de planeamento; Aeródromos ou outras infra-estruturas e equipamentos com serventias e áreas de protecção especial

Áreas urbanas, turísticas, industriais, de uso público relevante, de equipamentos com elevado grau de sensibilidade, desde que significativos à macro-escala

Zonas de forte concentração populacional e/ou com tendência para forte crescimento demográfico Grandes barragens, Rede de Alta Velocidade

Ordenamento do Território

Potenciação territorial da REN (incluindo efeitos sinérgicos e evacuação de produção)

Zonas com outras linhas aéreas existentes

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT 2009 – 2014 (2019) – Horizonte 2019

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Relatório Ambiental | Resumo Não Técnico Julho de 2008

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3. As opções estratégicas analisadas

A análise e avaliação estratégica das opções de expansão da RNT (Figura I) começou por considerar quatro opções estratégicas que foram territorialmente analisadas e discutidas, tendo em conta as exigências de:

1. - Alimentação das cargas solicitadas pela Rede de Distribuição (todas elas garantem, a nível da RNT, o abastecimento de todos os consumos previsíveis);

2. - Capacidade técnica de interligação internacional;

3. - Garantia de integração e escoamento da energia das centrais previstas na política energética nacional.

Neste processo consideraram-se os critérios e indicadores estabelecidos para cada um dos FCD, tal como apresentados no Quadro I. Como resultado do trabalho de colaboração activa entre a equipa do PDIRT e a equipa da AA surgiu uma quinta opção estratégica – a Estratégia F - que procurou melhorar as quatro opções que estavam em análise e avaliação e que se veio a demonstrar constituir a melhor opção do ponto de vista ambiental e de sustentabilidade. O Quadro II apresenta uma síntese das cinco estratégias, diferenciando-as pelas suas orientações estratégicas relativas às características eléctricas globais.

Quadro II - Síntese das Estratégias de Expansão da RNT e seus princípios gerais.

Descrição Capacidade de recepção de nova geração PRE (1) Flexibilidade Estratégia 1

Estratégia mais potenciada, com utilização preferencial de eixos existentes, com todas as novas linhas principais projectadas para 400 kV

Elevada Alta

Estratégia 2

Estratégia potenciada, com utilização preferencial de eixos existentes, com um número significativo de novas linhas a tensões inferiores aos 400 kV

Alta Alta

Estratégia 3

Estratégia potenciada, com alguns corredores cobrindo novas zonas, com todas as novas linhas principais projectadas para 400 kV

Média/Alta Média

Estratégia 4

Estratégia restrita, em que apenas são satisfeitos os requisitos mínimos para cumprir as orientações da política nacional para a energia

Reduzida Reduzida

Estratégia F

Estratégia potenciada, com novas expansões desenvolvidas maioritariamente ao longo de eixos existentes, com todas as novas linhas principais projectadas para 400 kV

Alta/Elevada Alta

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT 2009 – 2014 (2019) – Horizonte 2019

Relatório Ambiental | Resumo Não Técnico Julho de 2008

6 Acrescenta-se que se entende por ‘flexibilidade’ a capacidade de cada estratégia em análise poder vir a receber, sem necessidade de novos reforços (linhas e subestações) aqui não previstos, alterações no volume e na localização geográfica, tanto térmica como PRE, relativamente às hipóteses aqui consideradas.

Na Figura I apresentam-se as estratégias estudadas no âmbito da AAE do PDIRT 2009-2014 (2019).

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT CP 2009 – 2014 (2019) – Horizonte 2019

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Figura I - Representação esquemática das estratégias 1, 2, 3 e 4

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4. Oportunidades e Riscos para o Ambiente e

Sustentabilidade

A AAE ajudou a encontrar uma nova estratégia – estratégia F – através de um esforço sistemático destinado à redução dos riscos e ao aumento das oportunidades que foram encontrados na análise e avaliação das estratégias de expansão da Rede, tendo em conta futuros possíveis de procura energética, produção eólica e desenvolvimento humano do território.

Numa perspectiva de Energia, as estratégias 1 e F são as mais favoráveis, com oportunidades de eficiência energética e de segurança e qualidade da rede, bem como de localização de novas linhas no interior centro, local geográfico onde os potenciais hídricos e eólicos são bastante elevados. Potenciar a ligação a novas fontes renováveis poderá levar a uma maior produção de electricidade a partir de fontes renováveis que se poderá traduzir, em princípio, na redução da produção a partir de centrais termoeléctricas convencionais, alimentadas a gás natural, fuel - óleo ou carvão.

No que respeita à Fauna qualquer uma das estratégias apresenta riscos uma vez que o estabelecimento de novas linhas de alta tensão cria sempre conflitos sobretudo para a avifauna. As oportunidades surgem com a desactivação de linhas ou com a selecção de opções que não causem tantos conflitos. A estratégia 4 é a que, globalmente, representa menores riscos, sobretudo porque a sua extensão total é mais reduzida do que qualquer uma das outras. Existem situações que apresentam um risco particularmente preocupante: a zona das Serras do Alvão / Marão (Faixa Vila Real / Aveiro), envolvente oeste do Rio Côa e na Beira Baixa (zona Centro Interior). Num esforço de encontrar uma solução conciliadora com outros FCD, e com outros objectivos ambientais e de sustentabilidade, considera-se a estratégia F, embora com valores elevados em alguns indicadores, como a mais favorável uma vez que evita as zonas críticas identificadas e reduz os impactes cumulativos.

Em relação ao Ordenamento do Território, a procura de proximidade relativamente a novos centros produtores de energia, designadamente eólica e hidroeléctrica, a minimização do atravessamento de centros urbanos ou eixos fortemente urbanizados, a concepção da implantação dos novos eixos em zonas próximas de linhas existentes e a desactivação e a reconstrução de km de linhas constituem oportunidades de requalificação dos territórios atravessados por essas infra-estruturas. A Estratégia F é a mais favorável embora subsistam alguns riscos associados à presença de infra-estruturas e instalações da Rede Nacional de Transporte em zonas povoadas e em zonas de particular sensibilidade ambiental e paisagística, designadamente diversos SIC (Rio Paiva, Carregal do Sal e Nisa/Laje de Prata), o Geoparque Naturtejo, e as áreas de influência dos eixos Arouca/Feira e Arouca/Estarreja. Estes riscos deverão ser devidamente atendidos em fase de AIA.

Para possibilitar a avaliação final reuniu-se numa matriz a interpretação das diferentes estratégias segundo os três FCD considerados (Quadro III).

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT 2009 – 2014 (2019) – Horizonte 2019

Relatório Ambiental | Resumo Não Técnico Julho de 2008 10

Quadro III- Matriz de interpretação das diferentes Estratégias segundo os FCD considerados

FCD Critério E1 E2 E3 E4 EF

Evacuação da produção, nomeadamente a proveniente da Produção em Regime Especial

++ + + - ++

Energia

Eficiência energética (gestão e diminuição das perdas na rede);

+ - - + +

Intersecção de áreas classificadas -- -- -- - -

Atravessamento de zonas críticas de espécies de fauna

-- -- - -- -

Atravessamento de zonas críticas para as espécies de aves com estatuto de conservação desfavorável mais susceptíveis à colisão

-- -- - - -

Proximidade a abrigos de morcegos de importância nacional

-- -- -- -- -

Fauna

Minimização dos impactes cumulativos - - + + +

Interferência com áreas sensíveis (incluindo paisagem) ou condicionadas por protecção natural e patrimonial

-- -- - - -

Interferência com áreas de forte presença humana

e de infra-estruturas actuais e potenciais -- -- -- - +

OT

Potenciação territorial da REN (incluindo efeitos sinérgicos e evacuação de produção)

+ + - - ++

Legenda:

++ Oportunidade muito significativa; + Oportunidade; 0 Indiferente; -..Risco; - - Risco muito significativo

Apesar dos riscos inevitáveis sobre a Fauna, a estratégia F apresenta-se globalmente positiva no que respeita à Energia e ao Ordenamento do Território. Mesmo em relação à Fauna, esta estratégia constitui globalmente a solução mais favorável, sendo aquela que apresenta um menor risco relativamente às outras estratégias alternativas.

Ligação a Espanha

A zona do Nordeste Transmontano para onde se irá analisar o interesse na implantação de uma ligação a Espanha é uma zona fortemente condicionada pela presença de diversas áreas classificadas, incluindo áreas integrantes da Rede Natura 2000 – Sítios de Interesse Comunitário (SIC) e Zonas de Protecção Especial (ZPE):

Esta situação determina riscos significativos para a Fauna e para o Ordenamento do Território, não só pela importância das áreas classificadas atravessadas, mas também pela presença de alcateias de lobos, risco de colisão com aves e afectação de abrigos de morcegos.

Dadas as condicionantes existentes na zona, recomenda-se que a ligação a Espanha se faça por poente do Parque de Montesinho, com ponto de origem o mais próximo possível da subestação de Valpaços (Chaves B), devendo ser desenhada de forma a evitar o atravessamento de qualquer Área Classificada.

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5. Quadro de Governança para a Acção

O Quadro de Governança para a Acção torna-se particularmente importante uma vez que o sucesso da implementação de um plano como o PDIRT não depende apenas da entidades responsável pelo mesmo – neste caso a REN – mas depende igualmente da cooperação, dos diálogos institucionais necessários e da criação de condições de contexto favoráveis a um bom desempenho do PDIRT. No Quadro IV identificam-se as instituições que se consideram terem um papel estratégico a desempenhar, face às suas responsabilidades institucionais e ao contributo que podem dar para o desenvolvimento da Rede Nacional de Transporte.

Quadro IV - Quadro de Governança para Acção – Condições institucionais e de responsabilidade para um melhor desempenho do PDIRT

Entidades Acção

REN

Manter o diálogo com entidades competentes no âmbito da utilização do território, do licenciamento das actividades de produção de energia eléctrica e com experiência na na problemática associada às linhas eléctricas (Câmaras Municipais, CCDR, DGGE, APA, ICNB, ONGA’s etc.)

Manter a avaliação permanente da evolução da produção renovável e antecipação das metas e objectivos para a produção, da avaliação dos recursos e a partir de fontes renováveis (junto da DGGE, APREN, ERSE, etc.)

Cumprir as exigências definidas nas Declarações de Impacte Ambiental dos eixos que compõem a estratégia, nomeadamente em relação às medidas de minimização e programas de monitorização.

Desenvolvimento de um Plano de Monitorização da implementação do PDIRT. Fomentar a realização e divulgação de estudos conducentes a aprofundar o conhecimento sobre os efeitos das infra-estruturas da RNT sobre a saúde humana Fomentar estudos conducentes a avaliar e promover a adopção de soluções estruturais para a RNT minimizadoras dos seus impactes negativos.

Desenvolver e implementar formas de comunicação e participação pública. DGGE

Manter actualizadas as perspectivas de desenvolvimento da produção com origem em fontes de energia renováveis e das respectivas metas e objectivos a médio e longo prazo.

APA

Manter actualizadas e disponíveis quer as metas de emissões de gases com efeito de estufa no horizonte de 2020, quer os resultados da monitorização das medidas do Programa Nacional para as Alterações Climáticas relacionadas com a produção renovável e com a redução de perdas nas redes de transporte e de distribuição.

ICNB

Manter actualizada a informação disponibilizada para a elaboração do PDIRT. Fornecer informação sobre a Rede Nacional de Áreas Protegidas, nomeadamente ao nível do estado de conservação das áreas classificadas

Articular com a REN a estratégia de implantação da RNT nas áreas sob a sua jurisdição

Acompanhar a monitorização do PDIRT e de cada um dos eixos que compõem a estratégia.

Apoiar os processos de participação pública.

CCDR

Garantir a Inclusão da REN, SA na Comissão Mista de Acompanhamento dos Planos Directores Municipais, de modo a acautelar a consideração das infra-estruturas da RNT em sede de revisão destes instrumentos de gestão territorial.

Manter actualizadas as perspectivas de desenvolvimento do território regional, incorporando e compatibilizando permanentemente as propostas / condicionantes de outros planos com incidência no seu território

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Relatório Ambiental | Resumo Não Técnico Julho de 2008 12

Entidades Acção

Incluir nas propostas de desenvolvimento regional os espaços canal necessários à concretização das estratégias da REN

Fomentar e apoiar os processos de participação pública

Câmaras Municipais

Manter actualizadas as perspectivas de desenvolvimento do território municipal, incorporando e compatibilizando permanentemente as propostas / condicionantes de outros planos com incidência no seu território

Articular com a REN as propostas para a RNT e incluir nas propostas de desenvolvimento municipal os espaços canal necessários à concretização das estratégias da REN

Fomentar e apoiar os processos de participação pública Organizações

Não

Governamentais de Ambiente

Acompanhar a monitorização do PDIRT

Colaborar em parcerias com a REN para a apreciação de impactes e tomada de acções preventivas e de mitigação.

Participar nos processos de consulta pública. População em

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT 2009 – 2014 (2019) – Horizonte 2019

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6. Directrizes para seguimento: planeamento e gestão e

monitorização

Planeamento e Gestão

- Melhorar o conhecimento sobre o potencial de recurso eólico disponível, do ponto de vista técnico e económico, para assegurar a capacidade de resposta das estratégias a seguir para a RNT no horizonte de 2020.

- Continuar a sujeitar a Estudos de Incidências Ambientais, todos os troços com extensões inferiores a 10 km que atravessem áreas identificadas como “muito sensíveis” ou”sensíveis” para as aves e para o lobo.

- Sempre que tecnicamente possível deverá ser evitado o atravessamento de “áreas muito sensíveis” para as aves e os quirópteros, estando a eventual afectação destas áreas condicionada pela ausência de alternativas e pela existência de razões imperativas de reconhecido interesse público, nos termos do Art.6º da Directiva 92/43/CEE, transposta pelo Decreto-Lei nº 140/99, revisto pelo Decreto-lei nº 49/2005. O atravessamento das restantes “áreas sensíveis” deverá ser minimizado.

- No caso de inevitável atravessamento de Áreas Classificadas, deverão ser implementadas medidas de minimização adequadas às afectações resultantes deste atravessamento.

- Em fase de Avaliação de Impacte Ambiental deverão ser avaliados os impactes resultantes da fragmentação e do efeito de barreira, bem como os seus efeitos cumulativos, de forma a que se possa encontrar uma solução que minimize de forma efectiva o acréscimo nos planos de colisão em áreas importantes para a fauna.

- Na Elaboração dos Estudos de Impacte Ambiental (EIA), de Relatórios de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE) e de acções de medição/monitorização de linhas, deverá ser solicitado pedido de parecer à Direcção Geral de Saúde, tendo por suporte o relatório de cálculo de Campo Eléctrico e Magnético.

- Garantir que não há implantação de infra-estruturas ou instalações em áreas sensíveis e de valor paisagístico e patrimonial e em áreas de importantes compromissos urbanísticos.

- Submeter ao processo de Avaliação de Impacte Ambiental os diferentes eixos e linhas integrantes da estratégia de implementação da RNT 2009 – 2014 (2019), sempre que se justifique por via das obrigações legais, bem como por razões de efeitos significativos sobre os espaços e valores afectados.

- Assegurar a adopção da solução ambientalmente mais adequada para a eventual ligação a Espanha na zona de Montesinho.

- Assegurar a minimização da implantação de infra-estruturas em áreas com forte presença humana.

- Adoptar soluções estruturais, construtivas e de implantação adequadas ao tipo de zonas atravessadas.

- Assegurar que em fase de AIA e de construção de linhas, se adoptem soluções que minimizem os impactes sobre áreas de Aproveitamentos Hidroagrícolas.

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT 2009 – 2014 (2019) – Horizonte 2019

Relatório Ambiental | Resumo Não Técnico Julho de 2008 14

- Assegurar a adopção de soluções técnicas e de atravessamento que potenciem a optimização futura da RNT, quer através da minimização do número de linhas, quer da adequação das respectivas tensões, abrindo oportunidades para a progressiva desactivação e/ou reconstrução de linhas da actual RNT.

- Constituição de uma equipa de acompanhamento da implementação do PIDRT, com valências nas áreas do ambiente, ordenamento do território, biodiversidade e energia, para:

o avaliação sistemática da implementação e do desempenho do PDIRT relativamente às orientações estratégicas e medidas previstas; e para

o identificação precoce da necessidade de inflectir alguma orientação estratégica ou medida estabelecida devido a efeitos inesperados, incluindo:

ƒ identificação de novas oportunidades de melhoria do desempenho, ƒ adopção de novas orientações estratégicas

o assegurar a participação pública.

- Garantir a Inclusão da REN, SA na Comissão Mista de Acompanhamento dos Planos Directores Municipais, de modo a acautelar a consideração das infra-estruturas da RNT em sede de revisão destes instrumentos de gestão territorial.

- Promover uma efectiva participação das populações interessadas, nomeadamente em sede de Avaliação Ambiental Estratégica e de Avaliação de Impacte Ambiental, criando mecanismos de informação, divulgação e negociação que permitam uma mais correcta percepção do risco e a diminuição dos efeitos psicológicos negativos, subsequentes.,

Monitorização

Estabelecer uma Plataforma de Monitorização do Plano, incluindo:

• Constituição de uma equipa de acompanhamento da implementação do PIDRT, com valências nas áreas do ambiente, ordenamento do território, biodiversidade e energia, para:

o Avaliação sistemática da implementação e do desempenho do PDIRT relativamente às orientações estratégicas e medidas previstas; e para

o Identificação precoce de novas oportunidades de melhoria do desempenho e adopção de novas orientações estratégicas;

o Assegurar a participação pública.

o Sistematização de resultados provenientes de estudos em curso ou a realizar na área da saúde, no domínio das alternativas tecnológicas, e nas áreas do património e da conservação da natureza.

• Manter actualizados:

o Registos da potência de origem renovável

o Registos da energia perdida anualmente na Rede de Transporte

• Monitorizar o desenvolvimento da rede de Produção em Regime Especial, no sentido do ajustamento da RNT ao desenvolvimento efectivo da produção energética;

• Monitorizar anualmente os efeitos da implementação do PDIRT nas populações das espécies mais sensíveis, nomeadamente as aves e o lobo, que sejam potencialmente afectadas, integrando a informação recolhida no âmbito dos programas de monitorização das diferentes linhas, de forma a:

o Medir o acréscimo de mortalidade das espécies alvo;

o Avaliar os efeitos de exclusão e/ou perturbação, nomeadamente no caso particular dos morcegos e do lobo.

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Avaliação Ambiental Estratégica do PDIRT 2009 – 2014 (2019) – Horizonte 2019

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7. Conclusões

A AAE do PDIRT 2009-2014 (2019) foi desenvolvida de forma bastante integrada com o processo de planeamento, teve início numa fase em que estavam estabelecidos sobretudo os objectivos estratégicos do Plano e por isso teve a possibilidade de influenciar diversas decisões estratégicas de concepção de ligações da RNT.

As opções estratégias foram concebidas pela equipa do PDIRT, tendo em atenção os diferentes objectivos da Rede Nacional de Transporte, e na sequência de uma análise prévia do que poderiam constituir condicionalismos de natureza ambiental. Da análise e discussão, durante o processo de AAE, das quatro estratégias inicialmente propostas, identificou-se uma quinta estratégia - Estratégia F - que ao integrar objectivos ambientais e de sustentabilidade revela a melhor combinação encontrada para conciliar objectivos do PDIRT com as oportunidades e os riscos ambientais e para a sustentabilidade relevantes, de acordo com a análise e avaliação dos FCD considerados. Subsistem ainda alguns riscos significativos nos FCD Fauna e Ordenamento do Território, que deverão ser objecto de análise em sede de AIA. É proposto um quadro de governança para a implementação do PDIRT e as directrizes indicadas são estabelecidas para o nível de análise que foi realizado e destinam-se a preparar as condições adequadas à realização de processos de AIA, e de ordenamento do território, nas regiões onde se prevê o estabelecimento de novas linhas, ou o reforço das existentes. A nível de planeamento cruzam-se múltiplas entidades com responsabilidades diferentes, pelo que o resultado final da implementação de um plano depende não só da qualidade do plano e da sua real implementação, mas também das condições de contexto institucional que influenciam a efectividade da implementação do plano e que, na maioria dos casos, dependem da responsabilidade de entidades distintas.

Este Resumo Não Técnico e o Relatório Ambiental Final, já ponderam os contributos recebidos no âmbito da consulta do público e das instituições, juntamente com a versão final do PDIRT 2009-2014 (2019), serão enviados à Direcção Geral de Energia e Geologia e posteriormente, uma vez aprovado pela REN, SA o PDIRT, na sequência da consideração do parecer da DGEG, serão enviados, acompanhados da Declaração Ambiental, à Agência Portuguesa do Ambiente, nos termos do artigo 10º do Decreto-Lei nº 232/2007 de 15 de Junho.

Referências

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