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Mulheres Cientistas: Divulgação Científica para Mulheres Através de Laboratório de Física

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Academic year: 2021

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Mulheres Cientistas: Divulgação Científica para Mulheres Através de Laboratório de Física

Alex Amilton Costa Retamero1

RESUMO

O relato de experiência ocorre durante o ano letivo de 2016, para um grupo de estudantes mulheres do ensino médio, que estudam Física em um laboratório equipado com kits de investigação e experiências, que contemplam a maior parte dos conteúdos do ensino médio, inclusive com telescópio. A formação desse grupo tem como objetivo a divulgação de ciências, a motivação e o desenvolvimento das habilidades básicas para o estudo da ciência dura. Tendo em vista que a base cientifica deve ser construída no ensino fundamental e médio, para que essas estudantes possam no futuro escolher participar da vida acadêmica, nas áreas de exatas, visando formar mulheres para ocupar uma área de pesquisa com pouca representatividade feminina. A ideia da formação desse grupo foi realizada a partir de uma pesquisa bibliográfica de artigos e livro, que apontam a falta de mulheres cientistas nas áreas de exatas, matemática, física e química, e por consequência a falta de mulheres que lideram grupos de pesquisas na ciência dura e também a falta de mulheres na direção de departamentos de universidades ou departamentos governamentais de pesquisa, onde são tomadas as decisões importantes sobre pesquisas e pesquisadores, homens e mulheres.

Palavras-chave: Mulheres, Ciência, Laboratório de Física, Ensino Médio.

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1 INTRODUÇÃO

A divulgação científica através do uso de laboratório de Física para um grupo exclusivamente de estudantes femininas do primeiro ano ensino médio do colégio Adventista Boqueirão, surgiu de diversas publicações que apontam o número muito pequena de mulheres na área das ciências duras como protagonistas em pesquisa de ponta.

Fica mais claro quando a analisa é feita pelo número de cientistas mulheres no Brasil, fica claro a falta de pesquisadoras que liderem e decidam sobre grupos de pesquisas. Por esse motivo a preocupação sobre a mulher na pesquisa científica.

O primeiro lugar de contato com educação formal é a escola, instituição responsável em desenvolver nos estudantes o gosto pela vida acadêmica e de formação de cidadania.

Por esses motivos, sendo o espaço educacional, um espaço de formação de cidadão. Que esse cidadão deve sair do ciclo fundamental e médio com capacidade de decidir por si próprio sobre a sua vida, social e acadêmica, para que possa participar de forma ativa na sociedade, a instituição básica de ensino deve ter um olhar sobre como esses jovens podem desenvolver o gosto, o desejo de participar do meio acadêmico como pesquisador e produtor de novos conhecimentos, colaborando com o país.

Partindo desse ponto de vista, surge a preocupação de como motivar e instruir grupo de estudantes femininas serem protagonistas no desenvolvimento cientifico. De maneira nenhuma procurou-se dar exclusividade ao grupo de estudante feminina, mas motivar um grupo de estudantes femininas a participaram de um Laboratório de Física básica, onde estudam e fazem observações e investigações de conteúdos apresentados em sala de aula junto com todos alunos, meninos e meninas.

O objetivo desse grupo é, motivar estudantes femininas a pesquisa da ciência dura e dar condições acadêmicas para que essas meninas que estão no nível do ensino médio possam sentir capazes de fazer atividades acadêmicas de pesquisa e investigação, como qualquer outro homem, dando a liberdade de escolha a vida acadêmica, sendo cientista mulher.

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2 MULHER NA SOCIEDADE ACÂDEMICA

A ideia de propor um grupo laboratório de Física para meninas foi pela participação feminina no Colégio Adventista, possui um número de docente feminina superior ao masculino e o número de meninas estudantes é superior ou igual ao dos meninos em muitas turmas. Além da presença feminina ser significante no espaço escolar, ainda vivemos em uma sociedade que ainda é comum o abuso contra as mulheres, como isso pode ainda ocorrer se a participação das mulheres é superior no espaço escolar, espaço de educação e formação da cidadania.

Existe a possibilidade de violência contra a mulher ainda ela sendo a participativa na sociedade, claro que não justificaria nenhum tipo de violência mesmo sendo menor, mas porque ainda se perdura a violência.

Não se discute a mulher na sociedade, na influência que ela possui na arte, ciência, religião na vida.

Nas disciplinas de química, física e matemática se reforça a presença masculino, se torno relevante discutir porque as mulheres não estão representadas de igual maneira que os homens nessas áreas da docência. É necessário propor atividades voltadas a diminuir essa diferença.

A participação da mulher no ambiente profissional tem aumentado, tomando volume cada vez mais no mercado de trabalho, o censo da Educação Superior de 2010 mostra que a cada 20 carreiras de graduação com maior número de formados, 15 são mulheres.

No mesmo censo aponta também que o número de mulheres nas áreas de química, matemática e física não aumenta, tende a diminuir.

Surge uma pergunta, será que a participação tímida das mulheres nessas áreas é uma herança de um tempo que não se permitia a mulher participar dessas áreas?

A participação das mulheres no cotidiano acadêmico avança no início do século XX, após a primeira guerra mundial e a segunda guerra, as transformações na forma de produção, a mudança na forma de consumo trouxeram as mulheres a um senário que a permitia ser mais atuante.

Agora com jornada dupla, somou ao cuidado da família e mais o trabalho fora do lar. Mas a igualdade em salario e oportunidade não foi dado como

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igualdade, precisasse ainda caminhar nesse sentido, igualdade nos direitos trabalhistas.

É fato que a participação da mulher na sociedade aumenta a cada ano, e a sua participação é sim importante e essencial para sociedade moderna que vivemos no século XXI.

MULHER NA FÍSICA

A Sociedade Brasileira de Física (SBF) inicia-se um processo de incentivo da mulher na área de Física em 2003, tem como objetivo a igualdade entre os gêneros, dando as mesmas condições de pesquisa, atitude significativa para o avanço da igualdade de gênero na pesquisa científica.

A SBF propõe discussões de como pode colaborar a igualdade de gênero com as áreas afins, como química, matemática, geociências entre outras, buscando desde a comunidade da educação básica brasileira propostas para colaborar na inserção das mulheres de forma mais significativa nessas áreas.

Uma das maneiras para que isso ocorra e recorrer a história da Ciência para apontar mulheres que fizeram e fazem a diferença.

Neste relato de experiência, vou me deter em um nome Marie Curie, nome dado ao grupo de estudantes do Laboratório de Física do Colégio Adventista Boqueirão em 2016.

MARIE CURIE

Marie Curie, polonesa de família humilde, perde a sua mãe e irmã muito jovem e seu pai é o responsável em enriquecer ela e suas irmãs intelectualmente.

Estudou com muito custo em uma época que mulheres não poderiam fazer uma graduação em exatas, foi forçada ir para a França, época em que o país era xenofóbico, conseguiu terminar o curso de graduação e conheceu seu esposo Curie, formaram uma parceria que renderam prêmios Nobel em Física e Química e encontraram elementos básico, Radio e Polônio.

Marie Curie além de ter uma capacidade incrível com a matemática, física e química, possuía uma consciência social prática, participou da primeira guerra

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mundial dando treinamentos a enfermeiras em radiologia, formando 150 mulheres para o trabalho, quando conquistado recursos financeiros, devolveu a universidade a onde cursou Matemática a bolsa de estudo que ganhou, e muito dos seus recursos financeiros devido as suas pesquisas, retornava a pesquisa e a incentivos para novos pesquisadores.

Uma breve exposição sobre uma personalidade importantíssima da era moderna.

LABORATÓRIO DE FÍSICA

O laboratório de Física propõe momentos de desenvolvimento acadêmico com o uso de experimentos, esses podem ser aplicados com diferentes objetivos de aprendizagem de ciências. Segundo Carvalho e colaboradores (2005) os aspectos acadêmicos adquiridos no laboratório, sendo o objetivo principal ainda existem outros aspectos que devem ser levados a considerarmos.

1) Para motivar e despertar a atenção dos alunos

A motivação gerada pela exposição de experimentos, despertar a atenção de alunos e professores mais dispersos, envolvendo-os em uma atividade que os estimulem a querer compreender os conteúdos da disciplina.

2) Para desenvolver a capacidade de trabalhar em grupo

O trabalho em grupo favorece a socialização dos alunos, colocando-os em situações que precisam aprender a ouvir e respeitar a opinião dos colegas, a negociar ou renunciar às próprias ideias, ou ainda a colocar a vontades pessoas em segundo plano. É também nas discussões que se desenvolve a capacidade de desenvolver o pensamento lógico para exposição de ideias.

É claro que atividade experimental deve ser organizada previamente e estipulado regras de convivências e estipulado o objetivo experimental, para esse intento o professor deve ser o responsável.

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3) Para desenvolver a inciativa pessoal e a tomada de decisão

Os alunos de maneira geral em aulas expositivas são passivos em relação ao conteúdo, fisicamente e mentalmente em relação a que está sendo exposto, em uma atividade experimental é necessária a ação do aluno, fisicamente e mentalmente, ele passa ser agente ativo em sua aprendizagem. Os alunos precisam investigar, questionar, explicar fenômenos observado no experimento, são estimulados a tomar decisões e expressar suas ideias para outras pessoas.

4) Para estimular a criatividade

As aulas experimentais podem favorecer a criatividade, as mais diversas formas: Carvalho aponta algumas formas de estimular a criatividade, na pesquisa sobre o experimento, no processo da construção do experimento e apresentação, na estimativa de resultados e no desenvolvimento das aplicações matemáticas exigidas pelo experimento. Portanto, quando mais os alunos estiverem envolvidos com as múltiplas etapas da atividade experimental, mais terão sua criatividade estimulada.

5) Para aprimorar a capacidade de observação e registro de informação

As aulas experimentais exigem concentração dos alunos em relação ao fenômeno a ser observado, colabora ao aprimoramento da capacidade de observação, fundamental para que compreendam todas as etapas da atividade proposta e melhoram sua concentração, exigindo registros escritos sobre os eventos ocorridos durante a atividade.

6) Para aprender a analisar dados e propor hipóteses para os fenômenos

Para interligar as informações teóricas e os fenômenos observados experimentalmente, a capacidade de elaborar explicações coerentes para os dados obtidos à luz do conhecimento científico são habilidades que

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raramente são desenvolvidas nos alunos em estratégias de ensino tradicionais, nas quais cabe o professor organizar e apresentar todas as informações sobre os fatos e conceitos em questão. Nessa perspectiva, as aulas experimentais podem estimular os alunos a observar, refletir, analisar e propor hipóteses para suas observações, bem como rever o que pensam sobre um determinado fenômeno.

Os seis pontos destacados acima, nos ajudam a entender como é importante a base da formação, estimular e desenvolver as capacidades fundamentais para pesquisa cientifica, pode ser o que se precisa para que o preconceito que área de exatas só é para homens seja superado e que as mulheres não podem e devam participar com a mesma qualidade de trabalho. Esse mito deve ser vencido não com discurso, mas sim, com a ação do professor, que é o responsável na formação da nova geração de pesquisadoras.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao decorrer do ano foi realizado observações em relação ao grupo do laboratório, foi percebido através de pesquisa oral e por resultados por testes que o grupo em sua maioria aproveitou os momentos com crescimento acadêmico e pelo interesse pela pesquisa na área de Física.

O grupo foi formado pelo interesse individual das alunas e pela amizade, o grupo formado por 10 meninas já se conheciam alguns anos e participam da mesma série e turma.

Foi observado que das dez meninas, 8 possuem notas superior a sete em sua média bimestral, e que duas alunas já se posicionaram em desejar fazer o curso de Matemática na Universidade Federal e Engenharia na mesma instituição de ensino.

Sendo que quatro meninas do grupo servem como tutoras para o colégio, colaborando a grupos de estudo de Física, Química e Matemática.

Para a tutoria e a participação do grupo de laboratório não a nenhum ganho extra de notas, participam no contra turno das aulas normais da semana. O interesse é cem por cento intrínseco as meninas, a fazerem a

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mais no colégio pelo prazer de estudar ciência dura. Dessa forma, verifica-se como é importante o trabalho diferenciado, exclusivo para inverifica-serção de meninas no desenvolvimento de características necessárias para o meio acadêmico.

O laboratório de Física mostrou-se com características favoráveis a continuar e estender-se para novas turmas, como nono ano do ensino fundamental e segunda série do ensino.

Em anexo fotos que comprovam a existência do grupo de meninas no laboratório de Física.

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4 REFERÊNCIAS

Lima, Betina S. Explorando Territórios – Mulheres em Trabalhos Masculinos: Mulheres na Física. 1. ed. Brasília Distrito Federal: DF, 2013.

MULHERES NA FÍSICA: CASOS HISTÓRICOS, PANORAMA E PERSPECTIVAS. 1, 2011, Rio Grande do Sul. Anais Comissão de Relação e Gênero Sociedade Brasileira de Física. Rio Grande do Sul: UFRGS.

BARBOSA, Marcio. Mulheres na Física, Por que tão lentamente? Por que tão poucos. In: Gêneros na Ciência. Número do IX, 2008, Rio Grande do Sul. Anais. Rio Grande do Sul: Editora UFRGS, 2010.

Agrelo, Antonio D. Mulheres na Física: Poder e Preconceito nos Países em Desenvolvimento. Instituto de Física, Universidade de Brasília, v.1, n.1, p. 12-12, novembro de 2008.

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Referências

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