O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA O ACOMPANHAMENTO DAS
CONDICIONALIDADES NA EDUCAÇÃO E A PONTE ENTRE ASSISTÊNCIA SOCIAL E PROMOÇÃO DA CIDADANIA NO BAIRRO MINISTRO SALGADO
FILHO – PONTA PORÃ/MS
Sônia Maria dos Reis
RESUMO:
O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas reflexões sobre o trabalho social com famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) e como as mesmas se organizaram para superar a situação de pobreza e a relação existente entre a Assistência Social e a Educação e como contribuíram para o cumprimento das condicionalidades do Programa. A pesquisa foi realizada no Município de Ponta Porã/MS, realizadas com quatro titulares do Cartão de Recebimento do Programa Bolsa Família. Com base nos relatos das famílias identificamos que se faz necessária uma compreensão do trabalho social realizado com as famílias beneficiárias desse programa, enquanto possibilidade de intervenção qualificada em relação a suas necessidades e demandas. Neste sentido, a partir das orientações dadas pela legislação vigente e por teorias que direcionam a prática e a atuação do assistente social com essas famílias, o trabalho em questão deve ser desenvolvido em rede, articulado com as demais políticas, no âmbito do território, e as intervenções profissionais devem considerar o local em que as famílias vivem para o atendimento de suas demandas. Palavras-chave: Bolsa Família, Condicionalidades, Educação, Assistência Social.
1 INTRODUÇÃO
O Programa Bolsa Família é regulamentado pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, possui como objetivo combater a fome, a miséria e promover a emancipação das famílias em desigualdade social. O Governo Federal concede mensalmente benefícios em dinheiro para as famílias socialmente desprovidas de condições financeiras.
Considerando que o programa tenha dois objetivos básicos: combater a miséria e a exclusão social e promover a emancipação das famílias mais pobres. Desta forma, uma de
suas características centrais é o acesso a direitos sociais básicos, como alimentação, saúde, educação e assistência social.
A gestão do Programa é descentralizada e envolvem as três esferas do governo, sendo a União, Estados e Municípios.
O objetivo desse artigo é apresentar o Programa Bolsa Família nos seus diversos aspectos, tais como, um breve histórico referente à contextualização do programa, estratégias desenvolvidas pelas famílias para cumprir as condicionalidades e como os beneficiários se organizam superar a situação de pobreza e desigualdade social e avaliar o desempenho escolar e Assistência Social.
Parte-se, assim, da compreensão de que o trabalho social pode viabilizar ações do poder público dirigidas a famílias beneficiárias do programa em questão, com a finalidade de disseminar informações, de modo a promover a garantia do acesso aos direitos, proporcionando, desse modo, a superação das vulnerabilidades sociais para além da renda.
A metodologia utilizada no desenvolvimento desse artigo foi pesquisa bibliográfica e análise documental, e observação, foram realizadas entrevistas com perguntas abertas e fechadas com quatro famílias beneficiárias do PBF do município de Ponta Porã/MS.
Dessa forma, esse trabalho não tem a pretensão de esgotar o tema tratado no decorrer desse artigo, mas apenas de promover um debate a respeito dos métodos utilizados para combater a pobreza e desigualdade.
2 BREVE HISTÓRICO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (PBF)
Com a Constituição Federal de 1988, iniciaram-se no Governo Brasileiro os programas sociais no País. Primeiramente criou-se o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). Os programas sociais federais foram surgindo como o Auxílio Gás e Bolsa Alimentação. Posteriormente em nova gestão presidencial unificou-se os programas federais e criou-se o Programa Bolsa Família, lei nº. 10.836, de 9 de janeiro de 2004.
Após a unificação e a criação do PBF, instituiu-se o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com a finalidade de integração das políticas públicas nas
áreas da assistência social, saúde, educação, segurança alimentar e nutricional e transferência de renda.
O Programa Bolsa Família é um programa federal de transferência de renda, que visa à promoção do acesso à renda, bem como a saúde, assistência social, educação e alimentação, de forma condicionada, isto é, a família ao se beneficiar, assume o compromisso na área de educação e saúde, ficando com o compromisso de realizar acompanhamento de pré-natal, de saúde e nutricional, além da ter filhos inseridos na rede de ensino e com frequência escolar de 75%, conforme previsto na Lei de criação nº. 10.836/04. O monitoramento das condicionalidades é realizado pelos Ministérios da Saúde e da Educação por intermédio das Secretarias Municipais de Assistência Social juntamente na atual conjuntura pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
De acordo com o site do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário o PBF é:
O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o país. [...] O Bolsa Família possui três eixos principais: a transferência de renda promove o alívio imediato da pobreza; as condicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social; e as ações e programas complementares objetivam o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade. [...] A gestão do programa instituído pela Lei 10.836/2004 e regulamentado pelo Decreto nº 5.209/2004, é descentralizada e compartilhada entre a União, estados, Distrito Federal e municípios. Os entes federados trabalham em conjunto para aperfeiçoar, ampliar e fiscalizar a execução. A seleção das famílias para o Bolsa Família é feita com base nas informações registradas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento de coleta e gestão de dados que tem como objetivo identificar todas as famílias de baixa renda existentes no Brasil. Com base nesses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDA) seleciona, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas para receber o benefício. No entanto, o cadastramento não implica a entrada imediata das famílias no programa e o recebimento do benefício.
Diante do exposto, observa-se que se trata de uma medida para diminuir a carências sociais e fortalecer o acesso aos serviços sociais e romper com o ciclo da pobreza.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, as famílias que tem renda mensal de até R$ 85,00 por pessoa são consideradas extremamente pobres e podem receber o benefício. As famílias que possuem uma renda per capita de até R$ 170,00 e
encontra-se em situação de pobreza e também podem ser comtempladas com o beneficio do PBF.
Os valores do benefício podem variar bastante de acordo com a situação de cada família. • Benefício básico: esse benefício é dado às famílias que vivem em situação de pobreza
ou de extrema pobreza, ou seja, as famílias que contam com uma renda mensal de até R$ 85,00 por pessoa. Nesses casos o valor do auxílio concedido é de R$ 85,00 por mês.
• Benefício variável – este benefício é oferecido às famílias que possuam em sua composição mulheres grávidas, mães que se encontram em fase de amamentação e/ou crianças e adolescentes até os 15 anos de idade. O valor de cada um desses benefícios é de R$ 39,00 e cada família pode obter até 5 dele por mês, chegando aos R$ 195,00. Ou seja, se uma família possuir uma mulher gestante e uma criança de 12 anos, por exemplo, essa família tem direito a receber dois benefícios no valor de R$ 39,00 cada um.
• Benefício variável do Jovem – benefício mensal pago a até 2 jovens inscritos por grupo familiar, paga R$ 46,00 por jovem cadastrado no grupo familiar mensalmente. É notório que diariamente no nosso país são várias as famílias que vivem em situações precárias de pobreza e extrema pobreza. Assim, torna-se muito importante o Programa do Bolsa Família.
2.1 CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
O Programa Bolsa Família possui dois objetivos promover a emancipação das famílias, combater exclusão social e a miséria. Frente a isso, o programa busca agregar a transferência de renda do beneficio com os direitos sociais básicos, sendo assistência social, saúde, alimentação e educação. O Programa Bolsa Família é conduzido pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário e pelos municípios.
As prefeituras ficam responsáveis pelo cadastramento das famílias e pela atualização da base de dados do Cadastro Único. Ao mesmo tempo, devem acompanhar o cumprimento
das condicionalidades do programa e promover ações complementares destinadas ao desenvolvimento autônomo e sustentável das famílias pobres do município (WEISSHEIMER, 2006).
Para que as condicionalidades, também conhecidas como corresponsabilidades ou contrapartidas, sejam cumpridas, apresentam-se a elas que é possível ter acesso às todas as politicas sociais.
As condicionalidades são compromissos sociais que as famílias assumem ao serem beneficiadas com o programa. Os compromissos são nas áreas de assistência social, saúde e educação, para que assim haja a garantia de maior acesso aos direitos sociais.
As famílias beneficiarias devem cumprir com algumas exigências impostas como: realizar acompanhamento de saúde e estado nutricional, acompanhar a frequência escolar, participar de ações socioeducativas juntos aos Centros de Referências de Assistência Social (CRAS).
Os CRAS tornam acessíveis serviços de proteção social. Através do CRAS, as famílias em situação de extrema pobreza ou em desigualdade social. Uns dos principais serviços ofertados é o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), que tem por objetivo a prevenção da ruptura dos vínculos familiares e comunitários, a promoção de ganhos sociais e materiais das famílias e o acesso a benefícios, programas de transferência de renda e serviços socioassistenciais. As ações são todas implementadas por meio de trabalho de assistência social.
De acordo com o site do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, o CRAS, oferta serviços e ações de proteção básica, possuem a função de gestão territorial da rede de assistência social básica, promovendo a organização e a articulação das unidades a ele referenciadas e o gerenciamento dos processos nele envolvidos.
Os CRAS desenvolve um papel importante para a manutenção das estruturas familiares e comunitárias. Idosos, crianças, adolescentes, dependentes químicos e demais populações vulneráveis às condições socioeconômicas são rotineiramente amparados pelos CRAS, que ofertam atendimento e assistência psicossocial, direcionando esses indivíduos para cadastros condizentes com as suas necessidades.
3 AS ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS PELAS FAMÍLIAS PARA CUMPRIR AS CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E COMO OS BENEFICIÁRIOS ESTÃO SE ORGANIZANDO PARA SUPERAR A SITUAÇÃO DE POBREZA E DESIGUALDADE SOCIAL
O conceito de família é muito amplo, contudo, entende-se por família conjunto de pessoas que possuem grau de parentesco entre si ou não, que vivam na mesma residência formando um lar. Trata-se de um agrupamento social que se baseia em laços de parentesco. Estes laços podem ser de dois tipos: de afinidade derivados do estabelecimento de um vínculo reconhecido socialmente e de consanguinidade.
A família é considerada uma instituição responsável por promover a educação dos filhos e influenciar o seu comportamento no meio social. O papel da família e o ambiente familiar são fundamentais para o desenvolvimento de cada indivíduo. As relações de confiança, segurança, conforto e bem-estar proporcionam a unidade familiar.
Segundo a Declaração dos Direitos Humanos, a família é o elemento natural da sociedade e tem direito à proteção da própria sociedade e do Estado.
Na atualidade existem diferentes formas de famílias, por tanto, as famílias atuais podem ser monoparental, homoparental e clássica.
- Família monoparental: Quando somente tiver um ascendente, já seja a mãe ou o pai, que pode ser por falecimento do outro, por separação/divórcio ou por ser pai ou mãe solteiro. - Família homoparental: Quando os dois ascendentes são do mesmo sexo, sejam homens ou mulheres.
- Família clássica ou nuclear: Composta por o pai e a mãe, além dos filhos, quer dizer, o conceito de família tradicional de antigamente. Também é família quando esteve recém-casado o casal sem ter filhos ainda. Uma vez cassados já formam uma família de duas pessoas. (Artigo http://queconceito.com.br/familia)
De acordo com Yazbek (2007, p.136) família, no âmbito do Programa Bolsa Família, é “um grupo ligado por laços de parentesco ou afinidade, que formam um grupo vivendo sob o mesmo teto e que se mantém pela contribuição de seus membros”.
A mulher vem assumindo um papel de destaque no seio familiar fazendo necessário valorizá-la na elaboração das Políticas Públicas. O Programa Bolsa Família prioriza a mulher como responsável legal do programa, pois em sua maioria é ela que detém o controle sobre a renda.
4 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA, DESEMPENHO ESCOLAR E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Segundo Rodrigo Lazani (2011, p. 94), entende que se o Estado tem por dever o fornecimento de direitos sociais básicos como educação não se pode dizer que uma criança não frequenta uma escola porque sua família é muito pobre, mas sim porque essa escola simplesmente não existe.
O autor estabelece relação com estudos que apontam para a inexistência de uma correlação clara entre escolarização de qualidade e programas de transferência de renda.
O próprio eixo central que qualifica os Programas de Transferência de Renda no Brasil – articulação da transferência monetária com a obrigatoriedade de frequência a escola – não é um aspecto pacifico e nem tão simples, posto que a obrigatoriedade de frequência à escola não é suficiente para alterar o quadro educacional das futuras gerações e, consequentemente, alterar a pobreza (LAZANI, 2011, p. 94).
Em termos de acesso à educação, considera a potencialidade desses programas para criação de condições de forma progressiva e em longo prazo, de inclusão das futuras gerações de crianças e adolescentes das famílias beneficiárias à escola.
Após o levantamento da relação de famílias beneficiárias e a identificação daqueles cujos filhos possuíam mais tempo com o auxilio do PBF, chegou-se ao número de quatro famílias pertencentes ao PBF. Após a seleção das quatros famílias as mesmas foram convidadas a colaborar com a pesquisa e, para firmar essa ação, a comparecerem ao CRAS para detalhamento da proposta.
Foi elaborada entrevista com perguntas abertas e fechadas, a fim de colaborarem na coleta das informações para análise e avaliação do PSF, desempenho escolar e assistência social. É necessário ressaltar que a avaliação realizada com as famílias beneficiarias nessas entrevistas não retratam o cenário do Brasil e nem opiniões iguais de todas as famílias
beneficiárias no município de Ponta Porã. Esta é uma pesquisa por amostragem realizada com quatro beneficiários do PBF que, no entanto, revelam de alguma maneira suas idéias, opiniões, perspectivas e resultados que o PBF tem gerado na vida de suas famílias.
Dos beneficiários entrevistados todas eram do sexo feminino e três delas eram chefes de família, responsáveis pela provisão da renda da casa, morando na residência somente elas e os filhos. Quando perguntadas sobre como aplicavam o benefício do Bolsa Família os itens mais citados foram com material escolar e alimentação, além disso algumas responderam que também gastam com, pagamento de contas, vestuário e lanche para as crianças. Neste sentido, foi verificado que a aplicação do benefício é direcionada mais para a alimentação.
Quando perguntadas sobre a qualidade do ensino das escolas em que seus filhos encontram-se matriculados o resultado se mostrou favorável, como mostra a tabela seguir.
Avaliação da qualidade do ensino segundo os beneficiários
Péssimo 0%
Ruim 0%
Razoável 25%
Bom 25%
Muito Bom 50%
Através da tabela o resultado se mostrou positivo, no sentido de que mais da metade das entrevistadas se mostraram satisfeitas com o ensino das escolas em que seus filhos encontram-se matriculados. As entrevistadas pontuaram mesmo ao fato do município ser fronteiriço e ter índice de criminalidade alto, isso, não interfere no ensino escolar.
Desta forma, as famílias entrevistadas reconhecem que o PBF incide de forma positiva e contribuem de forma direta. Segundo elas, o medo de perder o benefício faz com que os alunos permaneçam na escola, tenham maior motivação para estudar e terem mais condições financeiras de comprar materiais escolares, roupas e calçados.
Os professores também reconhecem a importância do programa, pois o mesmo obriga as crianças a frequentarem regularmente a escola e a responderem por certas exigências. O
PBF acaba sendo um instrumento de acompanhamento regular do Estado sobre o comportamento das famílias carentes em relação à educação e aos cuidados de saúde. A presença na escola retira as crianças das ruas, assegura alimentação e estimula novos aprendizados.
A pesquisa revelou que 100% dos filhos em idade escolar estavam devidamente matriculados, não sendo verificado nenhum caso de evasão escolar nessas famílias.
Quanto ao que preconiza a Lei Orgânica da Assistência Social em seu Artigo 1º diz: A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
Neste contexto, as famílias avaliaram que a Assistência Social, desempenha um trabalho essencial para emancipação das famílias. Sendo necessária para a efetivação das politicas sociais.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Programa Bolsa Família pauta-se na articulação de três dimensões para a superação da fome, desigualdade social e proteção básica social que tem como objetivo prevenir situações de risco através do desenvolvimento de potencialidades, aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
A proteção social deve ser direcionada com base na compreensão dos sujeitos e das famílias enquanto seres de direito. O PBF demonstra cumprir com o papel fundamental de universalizar os direitos fundamentais do ser humano. Os direitos de cidadania permanecem como premissa para todos os brasileiros.
As famílias pesquisadas destacaram que o PBF melhorou a frequência escolar, além de possibilitar uma renda adicional, que permite a aquisição de alguns bens fundamentais. Foi identificado que há necessidade do programa avançar para além das condicionalidades impostas, enfatizando a participação das famílias em ações, atividades e programas que
promovam a emancipação e colaborem para a formação dos sujeitos. Assim, contribuindo com a dignidade da pessoa humana.
Diante do exposto, foi concluído, que a pobreza como privação de capacidades possui muitas faces e que estas precisam ser exploradas pelas Políticas Públicas Sociais para que o seu atendimento possa ser mais efetivo, assim, tendo um alcance além, para as famílias que realmente necessitam e até o momento não são comtempladas.
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