POÇOS TUBULARES
Prof. Marcelo R. Barison
Introdução
Poço mais antigo
antigo Egito – reinado de Mentuhotip – 11º dinastia (~1990 aC)
número de trabalhadores – 3.000 para escavar 14 poços
HOJE
poços = abastecimento de água potável ideal = vida útil de 25 anos
Conceitos básicos
Poço tubular
furo executado na superfície do terreno por máquinas perfuratrízes à percussão, rotativas e rotopneumáticas. - Diâmetro máximo de 50 cm
+ definições
Perfuração
executar inicialmente o furo no subsolo afim de se produzir água
Completação
fase posterior à perfuração, inserção de tubulações, filtros, pré-filtros e cimentação.
Etapas de execução
Cimentação
- injeção de calda de cimento entre o revestimento (tubo liso) e a parede do poço
- isolar a entrada de água superficial e contaminantes - laje de proteção sanitária na saída do poço
Desenvolvimento
- etapa de desobstrução dos poros do aqüífero, tanto poroso quanto fissural
Métodos de Perfuração
Perfuração à Percussão
- ferramentas: porta-cabo, percussores, hastes, trépano - Método: queda livre de peso rompe o material em
pequenos fragmentos e o perfura
Máquina
percussora
Ferramentas
da percussora
Perfuração
Rotativa
Componentes da Coluna de Perfuração Rotativa
• Swivel ou cabeça giratória
– É a peça rosqueada no topo do Kelly estando suspenso por um conjunto de polias da catarina (polia móvel), com a
finalidade de permitir o engate da mangueira da bomba de lama à coluna de perfuração.
• Kelly
• – É uma haste de seção quadrada ou sextavada cuja
finalidade é encaixar-se perfeitamente à mesa giratória da sonda, para receber e transmitir os movimentos de torção à coluna.
• Hastes (drill pipe)
• – São elementos que transmitem o movimento giratório da mesa da sonda à broca em profundidade. Elas ainda são responsáveis pela condução da lama de perfuração dos tanques de lama até o fundo do poço. Comprimentos de 3, 5 e 9 metros, com diâmetros variando de 2 a 4 polegadas.
Perfuração
Rotopneumática
(Ar comprimido)
Bombeamento
Visa uma explotação adequada, sustentável Bombas submersasCompletação
Revestimentos Tipos:
tubos metálicos (aço inox, aço preto) tubos de pvc aditivado (geomecânicos)
- locação dos tubos – uso de centralizadores, que irá
equalizar a distância do tubo com as paredes do poço e fornecer o espaço ideal para o pré-filtro
Filtros
São tubos de revestimentos com ranhuras ou aberturas para permitir a entrada de água no poço
Seção de poço com pré filtro
Pré-filtro deve ser 20% mais poroso que a rocha Espessura de 3” a 8”
cimentação
Mistura de cimento + bentonita + água- em geral 24 litros de água para 50 kg de cimento
Adição de bentonita = auxilia na dispersão das partículas
de cimento, maior uniformidade e fluidez à massa
- em geral de 1,5 a 3,0 kg de bentonita para cada 50 Kg de cimento
ONDE???
Entre o revestimento e o poço Laje de proteção sanitária
Desenvolvimento Natural
Início = partículas menores do que a abertura dos filtros são removidas (produção de areia)
Desenvolvimento
Uso de escovas metálicas, superbombeamento e
bombeamento de reversão de fluxo
- Destruição de estruturas que impedem a passagem de água para dentro do poço = “arcos de pontes”
Bombeamento
1) Bombas submersas - Para médias e elevadas vazões, acima de 30.000 litros/h - Profundidade dos poços variadas2) Bomba Injetora
- Vazões pequenas a médias
- Profundidades variadas
- Feita por meio de um bico injetor com 2
3) Bomba Centrífuga - Vazões pequenas inferiores a 3.600 litros/h - Pequenas profundidades - Um único cano edutor
4) Bomba Manual - Baixíssimas vazões, inferiores a 500 litros/h - Movimentos de alavancas
5) Catavento - Energia eólica impulsiona pistão - Movimento de subida e descida do pistão bombea a água do poço
6) Compressor
- Cano reduzido injeta ar por meio de
compressor para dentro do poço
- A água é expulsa para fora do poço
LOCAÇÃO E DIMENSIONAMENTO
DE POÇOS
Prof. Marcelo R. Barison
2009
p/ LOCAÇÃO, considerar:
- Relevo
- Hidrografia
- Cobertura de Solos e Sedimentos
- Tipos de Rochas
Relação Decrescente de Potencialidade
(condições de armazenamento nas fraturas)
PEGMATITO > GNAISSES > MICAXISTOS > GRANITOS > ARDÓSIAS QUARTZITOS MÁRMORES DIORITOS FILITOS
CATACLASITOS GABROS
Associação Dobramentos com a Possibilidade de Acúmulo de Água Dobras + suaves → boa possíbilidade
Dobras em Leques
- Assimétricas
- Eixos em leques
- Promovem regiões de distenção e de
Ângulo de Mergulho e Produtividade de Poços
Quanto + suave o mergulho > número fraturas > produtividade
ESTRUTURAS GEOLÓGICAS E A LOCAÇÃO DE POÇOS PROFUNDIDADE x DISTÂNCIA FONTE x MERGULHO FRATURAS
ÁBACO
PROFUNDIDADE X DISTÂNCIA FONTE X MERGULHO FRATURAS 36DIFERENTES SITUAÇÕES ENCONTRADAS NA PERFURAÇÃO DE POÇOS EM ROCHAS CRISTALINAS
TÉCNICAS DE LOCAÇÃO
Considerar sempre: QUALIDADE E QUANTIDADE
ETAPAS:
1º DEMARCAR EM MAPA TOPOGRÁFICO
- áreas de recarga e áreas de descarga, sentidos de fluxo
2º EXTRAIR DE UM MAPA GEOLÓGICO
- tipo de rocha = tipo de aqüífero
- alinhamentos = tipos de fraturas / falhas
- sobreposição com o MAPA TOPOGRÁFICO
3º FOTOINTERPRETAÇÃO - demarcação de prioridades - rever alinhamentos - ver detalhes 4º GEOFÍSICA - SEV / CE
PROFUNDIDADE IDEAL
CONSIDERAR: custo da perfuraçãoCUSTÓDIO & LLAMAS (1976)
faixa de variação de 50 a 200 metros profundidade Exemplo Nordeste Brasil
- prof. média de 80 metros
- em locais + fraturados = 40 a 60 metros prof. - porém: Basaltos e Mármores = acima de 200 m
VAZÃO DE EXPLOTAÇÃO
Ensaio Escalonado – Teste de Bombeamento Princípio:- Aumenta-se a Vazão (Q) em 3 intervalos de tempo e
anota-se o Rebaixamento (S)
- Constrói-se o gráfico Q x S → curva - Obtem-se o ponto de Q ótima
Referências Bibliográficas
• CPRM – Noções Básicas sobre Poços Tubulares. Jairo Fonseca Leite (coord.),
Mina da Jangada MBR
Brumadinho
Estágio GEOSOL
Sabrina Merlo
Figura 1: Bentonita.