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PLANO MUNICIPAL DE DEFESA INCÊNDIOS DE SOURE CADERNO I DA FLORESTA CONTRA DIAGNÓSTICO. Comissão Municipal de Defesa da Floresta

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LANO

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UNICIPAL DE

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LORESTA

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ONTRA

I

NCÊNDIOS DE

SOURE

2021

-

2030

C

ADERNO

I

D

IAGNÓSTICO

(

INFORMAÇÃO DE BASE

)

Comissão Municipal de Defesa da Floresta

Fevereiro | 2021

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Plano Municipal de Defesa da Floresta

Contra Incêndios de Soure

2021 - 2030

Caderno I – Diagnóstico (informação de base)

Comissão Municipal de Defesa da Floresta

Emitido parecer favorável por parte da CMDF na reunião de 12 de março de 2021

Gabinete Técnico Florestal Municipal de Soure apoiado financeiramente pelo Fundo Florestal Permanente

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EQUIPA TÉCNICA

CÂMARA MUNICIPAL DE SOURE

Direção do Projeto

Mário Jorge Nunes Presidente da Câmara Municipal de Soure

Coordenação

Américo Nogueira Vice-Presidente da Câmara Municipal de Soure

Equipa Técnica

Cremilde Pimentel

Lic. Eng. dos Recursos Florestais – Divisão de Gestão Urbanística, Planeamento e Desenvolvimento – Unidade Orgânica de Desenvolvimento Económico - Subunidade Orgânica de Defesa da Floresta

Luísa Anjo

Lic. Em Planeamento Regional e Urbano – Divisão de Gestão Urbanística, Planeamento e Desenvolvimento – Unidade Orgânica de Planeamento e Ordenamento do Território – Subunidade Orgânica de Planeamento e Ordenamento do Território

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António Sousa Macedo Lic. Eng. Florestal (UTAD)

Cogestor do Projeto

Fernando Malha Lic. Eng.ª Geográfica (FC-UL)

Equipa Técnica

Andrea Igreja Lic. Eng.ª da Gestão e Ordenamento Rural, Tecnologias de

Informação em Ordenamento Rural (ESAS-IPS)

Cláudia Viliotis Lic. Engª Florestal (UTAD); Mestre em Engª de Materiais

Lenhocelulósicos (ISA-UTL)

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ÍNDICE

Índice de Figuras ... iii

Índice de Tabelas ... iv

Acrónimos ... v

1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ... 1

1.1 Enquadramento geográfico do concelho ... 1

1.2 Hipsometria ... 2 1.3 Declive ... 5 1.4 Exposição ... 6 1.5 Hidrografia ... 8 2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ... 9 2.1 Temperatura do ar ... 9 2.2 Humidade relativa do ar ... 11 2.3 Precipitação ... 13 2.4 Vento ... 15

2.5 Condições meteorológicas associadas à ocorrência de grandes incêndios ... 20

3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ... 21

3.1 População residente e densidade populacional ... 21

3.2 Índice de envelhecimento e sua evolução ... 23

3.3 População por sector de atividade ... 25

3.4 Taxa de analfabetismo ... 26

3.5 Romarias e festas ... 27

4. CARACTERIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS ... 34

4.1 Uso e ocupação do solo ... 34

4.2 Povoamentos florestais ... 36

4.3 Áreas protegidas, rede natura 2000 (ZPE e ZEC) e regime florestal ... 38

4.4 Instrumentos de planeamento florestal... 40

4.5 Equipamentos florestais de recreio, zonas de caça e de pesca ... 41

(8)

5.1 Área ardida e ocorrências ... 43

5.2 Área ardida em espaços florestais... 54

5.3 Área ardida e número de ocorrências por classes de extensão ... 55

5.4 Pontos de início e causas ... 56

5.5 Fontes de alerta ... 59

5.6 Grandes incêndios (área ardida superior a 100 ha) ... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 68

ANEXOS ... 71

Anexo 1. Cartografia ... 71

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos

no concelho de Soure entre 1971 e 2000 ... 10 Figura 2. Valores médios mensais da humidade relativa do ar, no concelho de Soure, às 9

e 18 horas UTC entre 1971 e 2000 ... 12 Figura 3. Precipitação média mensal e precipitação máxima diária ... 13 Figura 4. Frequência da direção do vento (%) e sua velocidade média (km/h) ao longo do

ano ... 18 Figura 5. Definição de espaços rurais e espaços florestais segundo o 6º Inventário

Florestal Nacional (IFN6) ... 34 Figura 6. Distribuição anual da área ardida e número de ocorrências (2009-2019) ... 44 Figura 7. Distribuição da área ardida e número de ocorrências em 2019 e médias no

quinquénio 2014-2018, por freguesia ... 46 Figura 8. Distribuição da área ardida e número de ocorrências em 2019 e média no

quinquénio 2014-2018, por espaços florestais em cada 100 ha ... 47 Figura 9. Distribuição mensal da área ardida e do número de ocorrências em 2019 e

média 2009-2018 ... 48 Figura 10. Distribuição semanal da área ardida e do número de ocorrências para 2019 e

média 2009-2018 ... 50 Figura 11. Valores diários acumulados da área ardida e do número de ocorrências

(2009-2019) ... 51 Figura 12. Distribuição horária da área ardida e número de ocorrências (2009-2019) ... 53 Figura 13. Distribuição da área ardida por tipo de coberto vegetal (2009-2019) ... 54 Figura 14. Distribuição da área ardida e número de ocorrências por classes de extensão

(2009-2019) ... 55 Figura 15. Distribuição do número de ocorrências por fonte de alerta (2014-2019) ... 59 Figura 16. Distribuição do número de ocorrências por fonte de alerta (2014-2019) ... 60 Figura 17. Distribuição anual da área ardida e número de ocorrências dos grandes

incêndios (2009-2019) ... 61 Figura 18. Distribuição mensal da área ardida e número de ocorrências dos grandes

incêndios em 2019 e média 2009-2018 ... 64 Figura 19. Distribuição semanal da área ardida e número de ocorrências dos grandes

incêndios em 2019 e média 2009-2018 ... 65 Figura 20. Distribuição horária da área ardida e número de ocorrências dos grandes

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Freguesias do concelho de Soure e respetivas áreas ... 1

Tabela 2. Classes altimétricas ... 4

Tabela 3. Classes de declive ... 5

Tabela 4. Exposição ... 7

Tabela 5. Médias mensais da frequência e velocidade do vento ... 16

Tabela 6. População Residente, Densidade Populacional e Taxa de Variação da População Residente (2001-2011) no concelho de Soure, por freguesia ... 22

Tabela 7. Índice de envelhecimento entre 1991 e 2011 e sua evolução ... 24

Tabela 8. População empregada por sector de atividade económica à data dos Censos 2011 ... 25

Tabela 9. Taxa de analfabetismo entre 1991 e 2011 e sua evolução ... 27

Tabela 10. Romarias e festas no concelho de Soure ... 28

Tabela 11. Ocupação do solo ... 36

Tabela 12. Distribuição das espécies florestais no concelho de Soure ... 37

Tabela 13. Áreas classificadas no concelho de Soure ... 39

Tabela 14. Zonas de Caça e áreas abrangidas em Soure. ... 42

Tabela 15. Zonas de Pesca desportiva e extensões e áreas abrangidas em Soure. ... 42

Tabela 16. Número total de incêndios e causas por freguesia (2014-2019) ... 58

Tabela 17. Distribuição anual da área ardida e do número de grandes incêndios por classes de extensão de área ardida (2009-2019) ... 63

Tabela 18. Índice de mapas ... 71

Tabela 19. Correspondência entre classes de ocupação do solo da DGT e do 6º Inventário Florestal Nacional ... 91

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ACRÓNIMOS

AP – Área Protegida

APA – Agência Portuguesa do Ambiente BVS – Corpo de Bombeiros Voluntários de Soure CAOP - Carta Administrativa Oficial de Portugal CCO – Centro de Coordenação Operacional

CDOS – Comando Distrital de Operações de Socorro CMDF – Comissão Municipal de Defesa da Floresta CMS – Câmara Municipal de Soure

DFCI – Defesa da Floresta Contra Incêndios DGT – Direção-Geral do Território

FWI – Fire Weather Index

GNR – Guarda Nacional Republicana

ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas IFN6 – 6º Inventário Florestal Nacional

INE – Instituto Nacional de Estatística

IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera

NUTS - Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos PGF – Plano de Gestão Florestal

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PMDFCI – Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios PV – Posto de vigia

SIC – Sítio de Interesse Comunitário

SMPC – Serviço Municipal de Proteção Civil SNAC – Sistema Nacional de Áreas Protegidas

SNIRH – Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos UF – União das Freguesias

ZCA – Zona de Caça Associativa ZCM – Zona de Caça Municipal ZEC – Zona Especial de Conservação ZIF – Zona de Intervenção Florestal ZPE – Zona de Proteção Especial

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1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

1.1 Enquadramento geográfico do concelho

O concelho de Soure localiza-se no distrito de Coimbra, encontrando-se delimitado a norte pelo concelho de Montemor-o-Velho, a leste pelos concelhos de Condeixa-a-Nova e Penela, a sul pelos concelhos de Pombal e Ansião e a oeste pelo concelho de Figueira da Foz. Relativamente à Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS), o concelho encontra -se inserido na região NUTS de nível II do Centro e na região NUTS de nível III da Região de Coimbra. Com uma área total de 265,1 km2, o concelho subdivide-se administrativamente em 10 freguesias, apresentando-se na Tabela 1 as respetivas áreas.

Tabela 1. Freguesias do concelho de Soure e respetivas áreas

FREGUESIA ÁREA ha km2 % ALFARELOS 1.398,4 14,0 5,3 FIGUEIRÓ DO CAMPO 1.127,0 11,3 4,3 GRANJA DO ULMEIRO 505,2 5,1 1,9 SAMUEL 3.137,3 31,4 11,8 SOURE 9.232,5 92,3 34,8 TAPÉUS 1.386,9 13,9 5,2

UNIÃO DAS FREGUESIAS DE DEGRACIAS E POMBALINHO 3947,4 39,5 14,9

UNIÃO DAS FREGUESIAS DE GESTEIRA E BRUNHÓS 1675,5 16,8 6,3

VILA NOVA DE ANÇOS 2.057,6 20,6 7,8

VINHA DA RAINHA 2.038,3 20,4 7,7

TOTAL 26.506,1 265,1 100,0

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Trata-se de um município territorialmente descontínuo. A descontinuidade do concelho é dupla e deve-se à descontinuidade territorial de duas das suas freguesias: União das Freguesias (UF) de Degracias e Pombalinho (que possui um pequeno exclave encaixado entre os concelhos de Penela, no distrito de Coimbra, e Ansião, no distrito de Leiria, e Figueiró do Campo (que possui um ainda mais pequeno exclave, encaixado entre duas freguesias do concelho de Montemor-o-Velho, efetivamente criando um pequeno enclave neste município do distrito de Coimbra). No Mapa I.01 apresenta-se a localização do concelho de Soure e respetivas freguesias, assim como, o seu enquadramento administrativo na região e em Portugal Continental.

De acordo com a estrutura organizacional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o concelho de Soure está inserido na Direção Regional de Conservação da Natureza e Florestas (DRCNF) do Centro (ICNF, 2019a).

1.2 Hipsometria

A análise do mapa de hipsometria (Mapa I.02) e da Tabela 2 permite constatar que o concelho de Soure está enquadrado no intervalo altimétrico entre os 18 e os 532 metros, estando quase metade da sua área (44,9%) situada entre os 0 e os 50 metros.

O mapa hipsométrico do concelho de Soure revela uma composição fisiográfica diversificada, sendo possível distinguir três unidades representativas e que sinteticamente se podem esquematizar:

• As serras e planaltos calcários – desenvolvem-se em:

i) no Maciço Calcário de Sicó (incluindo na área de Soure o planalto de Degracias), onde o relevo se apresenta muito acentuado com vertentes muito inclinadas e cotas elevadas, principalmente nas União das freguesias de Degracias e Pombalinho (cota máxima – 532 metros, na Serra do Rabaçal e 398 metros na Senhora da Estrela); ii) nos planaltos situados no sector ocidental do concelho entre Cercal, Moinho de

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• As colinas gresosas – representadas nos afloramentos de materiais gresosos, que se estendem para oeste do Maciço Calcário de Sicó. São caracterizadas pelos topos aplanados, geralmente a cotas entre 100 e 18 metros, e vertentes suaves de fraco declive e possibilitam frequentemente o cultivo das encostas. Em termos de área, é a unidade morfo-estrutural mais representativa no município de Soure.

• As planícies aluviais – constituídas pelas baixas aluvionares do rio Mondego e seus efluentes – os rios Ega, Arunca e Pranto, que marginam o concelho a norte (rios Mondego e Ega) e a oeste (rio Pranto). A planície aluvial do rio Arunca é evidentemente a mais extensa na área do concelho, cortando-o ao meio. Com as cotas e declives mínimos do concelho, estas áreas estão sujeitas a inundações frequentes e prolongadas no período outono – inverno, nomeadamente na parte correspondente ao curso inferior do Arunca, aos campos do Pranto, assim como aos do Ega.

Nas freguesias de Samuel e Vinha da Rainha existe um prolongamento de uma pequena formaç ão montanhosa, que atravessa o concelho de Soure, composta por povoamentos florestais contínuos de eucalipto que por vezes associado a ventos marítimos dão origem a incêndios , como os que ocorreram em 2002 e 2005, que tiveram origem no concelho da Figueira da Foz, atravessaram o concelho de Soure e estenderam-se até Pombal.

A baixa altitude e a inexistência de barreiras orográficas que possam intercetar os ventos húmidos vindos do mar contribuem para que os níveis de humidade relativa do ar no concelho de Soure sejam relativamente elevados, mesmo no período do ano em que o risco de incêndio florestal é mais elevado, o mesmo ocorrendo com a temperatura e as nuvens que causam a precipitação. A existência de elevações no apenas na parte sudeste do concelho e a transição suave entre o sul e norte leva a que não se verifique no concelho uma elevada variação na acumulação de vegetação ou de humidade relativa do ar, o que por sua vez leva a que os locais no concelho onde se prevê que os combustíveis (e em particular os finos e mortos) deverão apresentar maiores teores de humidade e, a ssim, maior resistência à ignição é a parte sudeste do concelho, correspondente à Serra do Rabaçal, na UF de Degracias e Pombalinho.

Salientam-se, portanto, as vertentes com alguma inclinação, entre a Freguesia de Soure e a União de Freguesias de Degracias e Pombalinho. Estas encostas merecem especial atenção pela influência dos

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ventos marítimos e pelo tipo de vegetação que aqui se desenvolve, que na sua maioria é composta por matos e que de alguma forma têm influência direta na propagação dos incêndios fl orestais. Verifica-se que nos meses de maior risco de incêndio (maio a setembro) os ventos dominantes são provenientes do quadrante noroeste, sendo que como referido o intervalo altimétrico predominante no concelho é baixo.

Tabela 2. Classes altimétricas

CLASSE ALTIMÉTRICA (m) ÁREA ha % < 50 11.891,50 44,86 [50 – 100[ 8.446,83 31,87 [100 – 150[ 1.266,61 4,78 [150 – 200[ 151,46 0,57 [200 – 250[ 362,82 1,37 [250 – 300[ 1.068,59 4,03 [300 – 350[ 1.790,67 6,76 [350 – 400[ 1.022,18 3,86 ≥ 400 505,41 1,91 TOTAL 26.506,06 100,00 Fonte: CMS (2019a)

Este aspeto revela-se de grande importância, uma vez que aponta no sentido de que no concelho de Soure será possível, em princípio, detetar rapidamente a ocorrência de um fogo, o que permitirá combatê-lo na sua fase inicial (ver ainda, em relação a este assunto, o capítulo 4.3.1 do Caderno II, relativo aos postos de vigia e respetivas bacias de visibilidade).

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1.3 Declive

O concelho de Soure tem um relevo relativamente suave em grande parte da sua superfície. Contudo, apesar de haver o predomínio de declives mais suaves (em 42,8% da superfície do concelho os declives são inferiores a 5°), existem zonas no concelho (cerca de 6,6% da superfície) que apresentam declives muito acentuados, com valores iguais ou superiores a 15° (Tabela 3 e Mapa I.03). As bacias aluvionares do Ega, Arunca, Anços e Pranto constituem áreas de planície, onde os declives são reduzidos. A zona de colina apresenta um relevo ondulado, mas com declive s geralmente suaves. A zona serrana é a que revela os maiores declives, especialmente na União de freguesias de Degracias e Pombalinho, associada a pedreiras com difíceis acessos, o que dificulta as ações de combate a incêndios florestais.

Tabela 3. Classes de declive

CLASSES DE DECLIVE (°) ÁREA ha % [0 – 5[ 11.343,04 42,79 [5 – 10[ 9.563,60 36,08 [10 – 15[ 3.844,02 14,50 [15 – 20[ 1.158,53 4,37 ≥ 20 596,87 2,25 TOTAL 26.506,06 100,00 Fonte: CMS (2019a)

Convém alertar para os locais com declive mais acentuado e rodeados por um contínuo de vegetação, o que pode favorecer o alastramento da frente de chamas, dificultando a proteção de edifícios que se encontrem naqueles locais ou na sua proximidade.

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A distribuição de declives ao nível do concelho é de enorme importância, dado que o declive é considerado um dos elementos topográficos com maior afetação na propagação do fogo (Vélez, 2000 e Viegas, 2006). O efeito do declive nas características de uma frente de chamas resulta do facto das correntes de convecção induzidas pelo fogo em declives acentuados transmitirem calor aos combustíveis que se encontram a jusante, reduzindo-lhes o teor de humidade, o que leva a um aumento na velocidade de propagação.

A ausência de encostas declivosas no concelho faz com que se evitem situações de aumento relativo da velocidade de propagação do fogo por efeito do declive. O efeito do declive verifica -se sobretudo nos casos em que um fogo se encontre a subir uma encosta, fazendo com que a frente de chamas se “incline” para o combustível ainda não queimado, levando a que este reduza rapidamente o seu teor de humidade devido à transmissão de calor por radiação, o que se traduzirá numa maior rapidez na ignição dos combustíveis e, consequentemente, no aumento da velocidade de propagação.

1.4 Exposição

No concelho de Soure, como se pode constatar na Tabela 4 e observar no Mapa I.04, verifica-se uma quase inexistência de áreas planas (2,5%). Relativamente às restantes, apresentam uma distribuição equilibrada, entre as vertentes a norte (24,5%), a sul (24,5%), a este (21,5%), e a oeste (27%). Concluímos, então, que:

i) as áreas planas correspondem às bacias aluvionares do Ega, Arunca, Anços e Pranto; ii) de acordo com o que foi referido anteriormente, as exposições a sul e a este serão mais

suscetíveis à ocorrência de incêndios florestais, no entanto as condições são atenuadas, uma vez que as encostas, exceto o Maciço de Sicó, apresentam de um modo geral declives reduzidos. É ainda interessante verificar que os padrões que se estabelecem entre as exposições norte-sul ou leste-oeste seguem de perto (como seria aliás de esperar) a configuração dos cursos de água existentes no concelho.

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Tabela 4. Exposição EXPOSIÇÃO ÁREA ha % NORTE 6.491,43 24,49 SUL 6.485,53 24,47 ESTE 5.697,03 21,49 OESTE 7.166,64 27,04 PLANO 665,40 2,51 TOTAL 26.506,06 100,00 Fonte: CMS (2019a)

As zonas expostas a sul encontram-se geralmente mais quentes e secas do que as expostas a norte, apresentando, por isso, uma menor quantidade de combustíveis. No entanto, estes possuem um menor teor de humidade, o que facilita grandemente a sua ignição. O concelho de Soure apresenta cerca de 25% da sua superfície exposta a sul, sendo que nestes locais será de esperar um maior risco de ignição e uma maior facilidade de propagação das chamas.

As exposições do terreno constituem outro importante fator a ter em consideração na análise do comportamento do fogo. Estas influenciam o comportamento do fogo não só por afetarem a produtividade dos terrenos, ou seja, a sua capacidade de acumulação de combustível, como também por influenciarem as variações climáticas verificadas ao longo do dia. O ângulo de incidência dos raios solares influencia diretamente a temperatura e humidade dos combustíveis vegetais, assim como, a velocidade e a direção dos ventos locais que se mostram ascendentes durante o dia (especialmente em zonas de declives acentuados) e descendentes à noite.

Para além das diferenças de temperatura e humidade dos combustíveis que se encontram à superfície, importa ainda referir que as condições climáticas mais adversas (as que originam maiores áreas ardidas em Portugal continental) surgem muitas vezes associadas a ventos q uentes e secos provenientes de este e sudeste (ver Ponto 2.4, relativo ao estudo dos ventos dominantes), sendo

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que face àquelas condições meteorológicas, as zonas com exposição leste (21,5% da área do concelho) encontram-se particularmente vulneráveis.

1.5 Hidrografia

Em termos hidrológicos, o concelho de Soure encontra-se inserido em três sub-bacias hidrográficas distintas (rio Ega, rio Pranto e rio Arunca) que correspondem a bacias hidrográficas secundárias pertencentes à bacia hidrográfica do rio Mondego. As linhas de água que mais se destacam são o Rio Ega, o rio Pranto que recebe o contributo da ribeira da Azenha e do ribeiro dos Vales e, finalmente, o rio Arunca, que recebe o contributo do rio Anços. De referir ainda que, associadas a estas linhas de água, existem inúmeros cursos de água não permanentes, afluentes dos referidos rios e ribeiras (Mapa I.05).

A literatura indica-nos que, por norma, as linhas de água constituem linhas orientadoras na progressão dos incêndios, em muito devido à carga de combustíveis que lhes está associada. Contudo, no concelho de Soure tal não se verifica, uma vez que a ocupação do solo associada a estas linhas é agrícola e em zona extensa de aluvião. Exemplo disso é o facto de o histórico dos grandes incêndios no concelho não ser coincidente com estas áreas.

(21)

2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA

A caracterização climática do concelho foi efetuada com base nas normais climatológicas da Estação Climatológica de Bencanta (n.º 107; Altitude 35 m), em Coimbra, que compreendem o período entre 1971 e 2000. Uma vez que no concelho não se localiza uma estação meteorológica, considerou -se que, de entre as estações da rede das Normais Climatológicas do IPMA mais próximas do concelho, esta é a que melhor representa a sua realidade climática.

2.1 Temperatura do ar

O concelho de Soure é caracterizado por apresentar uma elevada variação intra-anual na temperatura e na precipitação, com Verões quentes e secos e invernos húmidos de temperaturas mais baixas, típico de zonas de clima mediterrânico. Como se pode observar na Figura 1, a temperatura máxima mensal apresenta, ao longo do ano, valores relativamente semelhantes aos valores da temperatura média, atingindo uma diferença maior nos meses de agosto e setembro (aproximadamente 7ºC de desigualdade).

Os valores médios das temperaturas máximas diárias mais elevados verificam -se nos meses de julho (28,1ºC), agosto (28,5ºC) e setembro (26,9ºC). Já no que se refere à diferença entre os valores extremos mensais e a temperatura máxima diária, verifica-se uma maior amplitude de valores, sendo geralmente superior a 11ºC (entre março e outubro), e o valor máximo ocorrido apresenta uma diferença da ordem dos 16ºC, no mês de junho. Esta amplitude tem um valor ainda mais elevado quando se comparam os valores extremos mensais e a temperatura média mensal. Nesta situação, as diferenças são na maioria dos casos superior a 18ºC (entre abril e outubro), verificando-se a maior diferença no mês de junho, com 22ºC. De salientar que os valores extremos máximos mensais registam-se nos meses de junho (42ºC), julho, agosto e setembro (40ºC).

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Fonte: Normais climatológicas da Estação Climatológica de Bencanta (Coimbra) - 1971-2000 (IPMA, 2019)

Figura 1. Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos no concelho de Soure entre 1971 e 2000

Os dados revelam, portanto, que no concelho de Soure a temperatura é geralmente elevada no período crítico, o que contribuirá para uma maior facilidade de ignição e rapidez de progressão da frente de chamas. No entanto, não existe uma grande amplitude entre os valores das médias diárias e a média das máximas diárias.

Neste sentido dado que a temperatura é dos fatores climáticos mais importantes na determinação da perigosidade e do risco de incêndio, é importante ter-se em atenção a ocorrência de valores extremos de temperatura, uma vez que esta influencia grandemente o teor de humidade presente nos combustíveis vegetais, assim como a sua temperatura e, consequentemente, a energia necessária para que possa ocorrer a ignição, e naturalmente maior risco de incêndio.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Maior máxima 23,0 25,5 29,5 32,5 35,0 41,6 40,2 40,0 40,0 34,6 27,6 25,2 Média das máximas

diárias 14,6 15,9 18,3 19,3 21,6 25,3 28,1 28,5 26,9 22,4 18,0 15,4 Médias diárias 9,6 10,9 12,6 13,9 16,2 19,4 21,6 21,5 20,2 16,6 12,9 10,8 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Tem per at ur a (º C)

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A variação das temperaturas registadas evidencia um clima do tipo mediterrânico semiárido a sub-húmido, destacando-se o facto da estação seca coincidir com a estação quente e ser particularmente prolongada, irregular e com pouca abundância de precipitação. Estas características poderão favorecer o aumento da frequência e intensidade de fenómenos climáticos extremos, favorecendo a ocorrência de alguns tipos de risco, nomeadamente ondas de calor e incêndios florestais.

2.2 Humidade relativa do ar

A humidade relativa do ar é outro fator de extrema importância na análise de risco de incêndio, uma vez que influencia o comportamento do fogo de duas formas: por um lado a humidade relativa do ar afeta o teor de humidade da vegetação e, em particular, dos combustíveis mortos, por outro, influencia a quantidade de oxigénio disponível para o processo de combustão (quanto maior for o teor de vapor de água numa massa de ar, menor será a quantidade de oxigénio presente na mesma). Os combustíveis finos (de diâmetro inferior a 6 mm) reagem com maior rapidez do que os grossos à variação da humidade relativa do ar, levando menos tempo a estabelecerem o equilíbrio com o meio ambiente. Quanto menor for o teor de humidade dos combustíveis, menor será a quantidade de energia necessária para a sua ignição, o que se traduzirá num aumento da velocidade de propagação da frente de chamas. Assim, quando se registam teores de humidade reduzidos, associados a temperaturas elevadas, aumenta o risco de incêndio florestal.

Como se pode observar na Figura 2, o teor de humidade relativa do ar no concelho de Soure encontra-se sempre abaixo dos 68% às 18h entre os meses de maio e setembro, atingindo os valores mínimos nos meses de julho e agosto (61%). A variação diária de humidade relativa aumenta significativamente a partir de maio, atingindo um máximo de cerca de 18% em agosto; este facto é devido à variação existente entre a humidade relativa das horas mais frescas do dia (9h ou 21h) e a das horas mais quentes do dia (15h/ 18h).

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Fonte: Normais climatológicas da Estação Climatológica de Bencanta (Coimbra) - 1971-2000 (IPMA, 2019)

Figura 2. Valores médios mensais da humidade relativa do ar, no concelho de Soure, às 9 e 18 horas UTC entre 1971 e 2000

O enquadramento geográfico do concelho de Soure na faixa litoral atribui-lhe características climáticas específicas que tendem a reduzir o risco de incêndio florestal. Por um lado, os ventos húmidos vindos do mar conduzem ao aumento da humidade relativa do ar. Por outro lado, o efeito amenizador do mar em relação à temperatura faz com que não se atinjam temperaturas tão elevadas como as atingidas nas zonas interiores.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média 9h 86 84 79 77 76 76 77 79 80 82 85 85 Média 18h 80 74 67 66 67 62 61 61 66 75 82 82 50 55 60 65 70 75 80 85 90 H u m id ad e R e la ti va ( % )

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2.3 Precipitação

A quantidade de precipitação anual, e a sua distribuição, é outro fator climático de extrema importância no estudo de risco de incêndio, sendo um dos principais parâmetros na formulação de índices de risco cumulativos, como por exemplo o FWI (Fire Weather Index). De facto, a precipitação é a componente climática que mais influência tem sobre o teor de humidade do solo, vegetação e combustíveis mortos. A sua influência é imediata sobre os combustíveis mortos, cujo teor de humidade está dependente do equilíbrio que estabelecem com o meio ambiente, e um pouco mais demorada nos combustíveis vivos, uma vez que estes demoram um certo tempo até incorporarem a humidade disponível no solo nos seus tecidos.

A Figura 3 apresenta a distribuição da precipitação mensal ao longo do ano, para o período compreendido entre 1971 e 2000, assim como o valor máximo de precipitação diário.

Fonte: Normais climatológicas da Estação Climatológica de Bencanta (Coimbra)- 1971-2000 (IPMA, 2019) Figura 3. Precipitação média mensal e precipitação máxima diária

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Precipitação total média 112,2 105,6 65,5 84,8 79,5 39,8 12,8 14,4 51,7 102,6 109,4 126,8 Precipitação máxima diária 47,6 55,5 39,6 51,3 33,0 40,0 46,0 50,4 78,1 56,4 63,2 64,5

0 20 40 60 80 100 120 140 Pr ec ip ita çã o (m m )

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Relativamente à precipitação média total, pode-se constatar que a partir de maio há a ocorrência de uma quebra acentuada nos seus valores, verificando-se que julho é o mês mais seco, com cerca de 12,8 mm de precipitação média total, situação essa contrariada a partir do mês de setembro, onde os valores vão aumentando significativamente até dezembro onde se verifica o valor máximo na precipitação média total (cerca de 127 mm).

Quanto à precipitação máxima diária, pode-se verificar a ocorrência de um pico no mês de setembro (78,1 mm). Nos restantes meses do ano, o valor mais baixo de precipitação máxima diária ocorre em maio (cerca de 33 mm).

A marcada concentração da precipitação nos meses de outono e inverno tem como consequência dois aspetos que atuam em sentido contrário no que respeita ao comportamento do fogo. Por um lado, os combustíveis vegetais, devido ao elevado número de meses com pouca precipitação, encontram-se bastante secos no verão, o que facilita quer o processo de ignição (necessitam de menor energia para que se dê a ignição), quer o processo de propagação das chamas, uma vez que é necessária menor quantidade de energia para evaporar a água dos combustíveis que se encontram a jusante e atingir o seu ponto de ignição.

Por outro lado, esta escassez de água disponível também interfere com o crescimento da vegetação, limitando o seu desenvolvimento, o que poderá ter como consequência uma menor capacidade de acumulação de combustível. Isto poderá significar não só que os incêndios em alguns locais nã o encontrarão grandes quantidades de combustível, o que reduzirá a sua intensidade, como também a frequência das intervenções para controlo da vegetação poderá ser mais espaçada temporalmente do que noutros locais do país, onde as condições climáticas possibilitam um maior desenvolvimento da vegetação.

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2.4 Vento

O vento é um fator fundamental na determinação do comportamento do fogo, sendo muitas vezes o responsável pela sua rápida propagação e superação de barreiras de defesa. Por outro lado, os incêndios muito intensos dão origem a fortes correntes convectivas (grandes massas de ar em ascensão cujo efeito no fogo se torna mais marcado em zonas de declives acentuados) e levam a que massas de ar vizinhas se desloquem para o local do fogo, intensificando-o muitas vezes.

O vento interfere no comportamento e propagação do fogo através de diferentes processos. Numa primeira fase, o vento pode favorecer a dissecação da vegetação, caso a temperatura do ar se mostre elevada e o teor de humidade relativa baixo, propiciando condições favoráveis ao processo de ignição e propagação do fogo. Outro processo importante influenciado pelos ventos prende-se com a disponibilização de comburente (oxigénio) para a reação química de combustão. Assim, a ocorrência de ventos fortes permite uma maior disponibilidade de oxigénio para o processo de combustão, aumentando a sua eficiência, o que resulta na intensificação da propagação da frente de chamas.

Por último, importa ainda referir o papel muito importante que o vento desempenha na disseminação do fogo e criação de múltiplas frentes de chama, o que poderá dificultar bastante a ação das forças de combate. Isto fica a dever-se à capacidade do vento em projetar partículas incandescentes, podendo estas constituir focos secundários de incêndio, não só na área circundante ao fogo, como em locais mais afastados, muitas vezes a quilómetros de distância. Tal é possível devido à ascensão de materiais finos, muitos deles incandescentes, nas intensas colunas convectivas formadas pelos incêndios, o que lhes permite serem transportados a grandes distâncias.

No que respeita ao padrão dos ventos no concelho de Soure (Tabela 5 e Figura 4), verifica-se que nos meses de maior risco de incêndio (maio a setembro) os ventos dominantes são provenientes do quadrante noroeste, padrão que se inicia em março e termina em outubro, altura em que os ventos provenientes de sudeste também se tornam bastante frequentes.

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Tabela 5. Médias mensais da frequência e velocidade do vento MESES N NE E SE S SW W NW C f v f v f v f v f v f v f v f v f JANEIRO 0,9 5,3 6,8 4,5 2,1 4,8 39,7 6,2 4,4 5,6 14,3 5,8 2,4 5,4 11,6 4,7 17,9 FEVEREIRO 1,1 4,7 8,4 5,6 2,4 4,6 30,7 6,3 3,8 5,3 18,5 6,0 3,7 5,1 22,3 5,4 9,2 MARÇO 2,3 7,1 10,9 7,2 2,3 8,8 24,1 8,1 2,1 6,4 13,9 6,8 4,2 5,9 34,7 8,3 5,4 ABRIL 2,2 5,0 10,8 6,2 3,2 6,5 17,8 7,0 2,9 6,5 14,9 6,5 5,3 6,7 39,8 7,3 3,2 MAIO 3,0 6,5 8,9 5,4 2,1 5,5 12,0 6,3 2,0 6,3 14,2 6,6 5,3 6,0 49,0 7,2 3,4 JUNHO 2,8 5,7 9,7 5,6 1,4 5,3 6,4 5,8 1,8 4,4 12,6 6,2 6,3 6,7 56,8 6,8 2,4 JULHO 2,1 5,5 7,5 4,5 1,2 5,2 4,2 5,8 1,0 3,8 10,3 5,4 7,1 6,2 65,2 6,5 1,4 AGOSTO 2,4 4,5 7,1 4,8 1,4 5,1 6,0 5,3 1,0 5,6 10,8 5,4 7,4 6,3 60,9 6,0 3,1 SETEMBRO 1,4 5,0 5,9 4,8 2,0 4,1 11,1 5,5 1,5 5,7 14,5 5,0 7,1 5,0 50,3 5,2 6,2 OUTUBRO 1,4 3,5 6,9 4,5 2,2 4,9 23,0 5,5 3,0 5,0 16,1 4,9 5,3 4,3 31,5 4,1 10,6 NOVEMBRO 1,2 2,5 7,9 3,7 3,2 4,6 35,3 5,3 4,5 4,7 12,9 4,9 2,6 4,3 15,1 3,7 17,3 DEZEMBRO 0,9 4,1 5,9 4,9 2,8 4,4 41,5 6,2 4,8 5,9 14,0 6,4 2,4 4,7 10,1 4,5 17,7 ANO 1,8 5,2 8,1 5,3 2,2 5,3 21,1 6,2 2,7 5,5 13,9 5,9 4,9 5,7 37,1 6,2 8,2

Legenda: f – frequência (%); v – velocidade do vento (km/h); C – situação em que não há movimento apreciável do ar, a velocidade não ultrapassa 1 km/h

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JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO 0 10 20 30 40 50 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 5 10 15 20 25 30 35 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 5 10 15 20 25 30 35 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 40 50 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 40 50 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 40 50 60 70 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 40 50 60 70 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 40 50 60 70 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 40 50 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 5 10 15 20 25 30 35 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO

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NOVEMBRO DEZEMBRO

ANO

Legenda: os gráficos a laranja referem-se à frequência da direção do vento e os gráficos a azul são relativos à sua velocidade média

Fonte: Normais climatológicas da Estação Climatológica de Bencanta (Coimbra) - 1971-2000 (IPMA, 2019)

Figura 4. Frequência da direção do vento (%) e sua velocidade média (km/h) ao longo do ano

A distribuição da velocidade média do vento mostra seguir, de forma aproximada, a tendência da direção dos ventos, surgindo os ventos mais fortes associados aos quadrantes noroeste, sudeste e oeste, com exceção do mês de março, onde a velocidade média do vento é mais elevada no quadrante leste (8,8 km/h).

O padrão verificado entre maio e setembro, para os ventos dos restantes quadrantes apresentam-se relativamente mais fracos, verificando-apresentam-se que nos períodos de janeiro a abril e outubro a dezembro os ventos são mais fortes nos quadrantes leste e sudeste.

0 5 10 15 20 25 30 35 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 40 50 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 40 50 N NE E SE S SO O NO 0 10 20 30 N NE E SE S SO O NO

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Durante a época estival, os ventos provenientes de leste tendem a ser bastante quentes e secos, o que, como já foi referido, favorece a ocorrência de incêndios. O comportamento do vento no concelho de Soure nos meses de maior risco de incêndio mostra que, quer os ventos mais frequentes, quer os ventos mais fortes provêm do quadrante noroeste, que são tendencialmente mais frescos e húmidos, podendo assim influenciar positivamente o comportamento dos incêndios.

Pereira et al. (2006) estudaram detalhadamente as condições meteorológicas que se encontram associadas a grandes incêndios e concluíram que estes têm lugar quando o anticiclone do Açores se encontra alongado sobre a Europa central e ligado a um centro de altas pressões situado sobre o mediterrâneo, formando-se uma crista de altas pressões sobre a Península Ibérica e um afluxo de massas de ar dominado por uma forte componente meridional. À superfície, estes dias caracterizam -se pela predominância de ventos provenientes de leste e sudeste, com advecção2 anómala de massas de ar muito quente e seco provenientes do Norte de África que são ainda mais aquecidas ao atravessar a meseta central da Península Ibérica.

Preconiza-se, pois, que perante aquelas condições meteorológicas raras, as equipas de combate e prevenção se encontrem em estado de alerta, uma vez que o risco de ocorrência de incêndios se torna extremamente elevado, assim como o da sua rápida propagação. Importa ainda referir que as interações que se estabelecem entre o fogo e o vento são grandemente influenciadas pelo declive e exposição do terreno, pelo que em caso de incêndio deverá antecipar-se a tendência de progressão da frente de chamas e avaliar os riscos de intensificação do incêndio mediante as características topográficas dos terrenos que se encontram a jusante da frente de chamas e da sua quantidade e tipo de combustíveis.

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2.5 Condições meteorológicas associadas à ocorrência de grandes incêndios

Tal como referido no subcapítulo 5.63, durante o período 2008-2018 ocorreu um grande incêndio (≥100 ha) no concelho de Soure. Registado a 5 de setembro de 2016, em Carpinteiro, na freguesia de Tapéus, foi o maior incêndio, em termos de área, em que arderam 1.383 hectares, atingindo 195 hectares de povoamentos florestais e 1.188 hectares de matos. Este incêndio apenas foi dado como extinto a 11 de setembro de 2016.

Para identificar as eventuais características meteorológicas que estiveram associadas a este incêndio foram consultados os boletins climatológicos mensais do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA, 2016).

Assim, verificou-se que o verão de 2016 foi o quinto mais seco desde 1931. O mês de setembro foi muito quente e seco. O valor médio da temperatura média do ar foi de 21 ,51 °C, a que corresponde uma anomalia de +1,29°C. Valores da temperatura média superiores aos de 2016 ocorreram em 14% dos casos. Saliente-se que nos dias 5 e 6 ocorreram valores de temperatura média do ar muito elevados, tendo sido excedidos os recordes da temperatura máxima em grande parte do território do continente (73% das estações). Em particular o dia 6 de setembro, com temperatura média de 29,2°C, foi o mais quente do ano em Portugal Continental. Neste dia, os valores médios da temperatura máxima, 36,8ºC e da temperatura mínima, 19,8 °C, corresponderam também aos valores mais altos do ano.

De salientar a ocorrência de uma onda de calor, com início no final de agosto ou 1 de setembro, em grande parte das regiões do Norte e Centro.

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3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

3.1 População residente e densidade populacional

De acordo com os dados do Recenseamento da População e Habitação realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em 2011, também designado por Censos 2011 , a população residente no concelho de Soure é de 19.245 habitantes. Em relação aos censos de 2001 registou-se um decréscimo de 1.695 habitantes (Tabela 6). No concelho, existem 11.745 alojamentos familiares dos quais 7.607 são residência habitual, 2.028 são residência secundária e 2.090 encontram -se vagos. A freguesia de Soure é a mais populosa, destacando-se com 7.917 residentes. Por outro lado, a menos povoada é a freguesia de Tapéus com 338 residentes. As restantes freguesias apresentam uma população de residentes sensivelmente semelhante, com valores que variam entre 1.866 e 1.113.

No que respeita à evolução da população residente entre 2001 e 2011, constata -se uma perda de população generalizada em quase todas as freguesias do concelho, com exceção da freguesia de Granja do Ulmeiro na qual se registou um aumento de 11,8% da população.

De acordo com dados apurados no Censos 2011, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e que se apresentam no Mapa I.06, verifica-se no concelho de Soure a existência de uma densidade populacional de cerca de 73 hab/km2, sendo este valor bastante inferior à densidade existente ao nível de Portugal continental (113 hab/km2) e sendo ligeiramente inferior ao valor registado na região Centro (83 hab/km2). A freguesia de Granja do Ulmeiro destaca-se das restantes por apresentar uma maior densidade populacional, com uma densidade em 2011 de aproximadamente 369 hab/km2, ou seja, valor cerca de 5 vezes superior ao valor médio do concelho e cerca de 3 vezes superior ao valor continental.

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Tabela 6. População Residente, Densidade Populacional e Taxa de Variação da População Residente (2001-2011) no concelho de Soure, por freguesia

UNIDADE ADMINISTRATIVA POPULAÇÃO RESIDENTE (N.º)

DENSIDADE POPULACIONAL (HAB/KM2) TAXA DE VARIAÇÃO DA POP. RES. (%) 1991 2001 2011 2011 2001-2011 PORTUGAL CONTINENTAL 9.375.926 9.869.343 10.047.621 112,8 1,8 REGIÃO CENTRO 2.258.768 2.348.397 2.327.755 82,6 -0,9 CONCELHO DE SOURE 21.704 20.940 19.245 72,6 -8,1 FR EGU ES IA S ALFARELOS 1.733 1.566 1.439 102,9 -8,1 FIGUEIRÓ DO CAMPO 1.732 1.672 1.507 133,7 -9,9 GRANJA DO ULMEIRO 1.662 1.669 1.866 369,4 11,8 SAMUEL 1.545 1.398 1.254 40,0 -10,3 SOURE 8.400 8.459 7.917 85,8 -6,4 TAPÉUS 445 447 338 24,4 -24,4 UF DE DEGRACIAS E POMBALINHO 1.781 1.522 1.260 31,9 -17,2 UF DE GESTEIRA E BRUNHÓS 1.408 1.306 1.154 68,7 -11,6

VILA NOVA DE ANÇOS 1.327 1.318 1.113 54,1 -15,6

VINHA DA RAINHA 1.671 1.593 1.397 68,5 -11,8

Fonte: INE (2019)

De salientar ainda a freguesia de Tapéus comparativamente às restantes freguesias do concelho, com um valor de densidade populacional de cerca 24 hab/km2. Proporcionalmente esta freguesia apresentam uma densidade 15 vezes inferior ao valor da freguesia de Granja do Ulmeiro e apresenta um valor 5 vezes inferior à densidade populacional continental.

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Pela análise anterior, verifica-se que a maioria das freguesias que apresentam valores baixos de população residente, são as mesmas onde se regista a maior ocupação florestal, sendo estas as zonas nas quais se deverá ter especial atenção, procedendo-se ao reforço dos meios de prevenção e vigilância.

3.2 Índice de envelhecimento e sua evolução

Quanto ao índice de envelhecimento, foram utilizados os dados relativos ao período entre 1991 e 2011, sendo este calculado com base nos dados dos Censos 1991, 2001 e 2011 (INE). Relativamente ao índice de envelhecimento em 2011, de acordo com a Tabela 7, é de referir que as freguesias do concelho de Soure se encontram todas acima do valor de Portugal Continental (130,6%).

A freguesia com o menor índice de envelhecimento é a Granja do Ulmeiro com um valor ligeiramente superior à média nacional (146,7), enquanto a freguesia com o valor mais elevado é a União de freguesias de Degracias e Pombalinho, com um valor da ordem dos 450,5, valor este muito acima da média do continente.

A partir da análise do Mapa I.07, relativamente à análise evolutiva do índice de envelhecimento, constata-se que em todas as freguesias tem ocorrido um aumento relativamente elevado do envelhecimento ao longo do período referido, realçando-se a União das freguesias de Degracias e Pombalinho e Figueiró do Campo. A única freguesia na qual a taxa de envelhecimento regrediu no período 2001-2011 foi Granja do Ulmeiro.

Estes dados são indicativos da existência de um agravamento do índice ao lo ngo do período em análise e de que o concelho de Soure tem sofrido um aumento considerável na proporção de idosos comparativamente à proporção de jovens, levando ao envelhecimento da população, não sendo possível assim o rejuvenescimento da mesma.

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A ações preconizadas na sensibilização e fiscalização em termos de DFCI no concelho de Soure serão elaboradas tendo em consideração este índice, ou seja, as campanhas terão em linha de conta o facto da população alvo neste concelho ser maioritariamente idosa e dessa forma, para além do tipo de ações a desenvolver, a linguagem a utilizar necessitar de ser mais acessível.

Tabela 7. Índice de envelhecimento entre 1991 e 2011 e sua evolução

UNIDADE ADMINISTRATIVA ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO (N.º)

TAXA DE VARIAÇÃO (%) 1991 2001 2011 1991-2011 PORTUGAL CONTINENTAL 73,6 104,5 130,6 77,4 REGIÃO CENTRO 92,2 129,5 163,4 77,2 CONCELHO DE SOURE 124,8 207,5 238,5 91,1 FR EGU ES IA S ALFARELOS 150,8 216,1 241,9 60,4 FIGUEIRÓ DO CAMPO 105,6 186,5 255,2 141,7 GRANJA DO ULMEIRO 103,7 164,2 146,7 41,5 SAMUEL 147,6 240,0 252 70,7 SOURE 106,8 175,0 205,2 92,1 TAPÉUS 152,1 320,0 350 130,1 UF DE DEGRACIAS E POMBALINHO 169,8 311,9 450,5 165,3 UF DE GESTEIRA E BRUNHÓS 152,7 267,6 333,3 118,3

VILA NOVA DE ANÇOS 163,0 243,3 288,5 77,0

VINHA DA RAINHA 121,7 256,6 304,9 150,5

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3.3 População por sector de atividade

A distribuição da população por sector de atividade foi obtida a partir dos dados dos Censos de 2011 do INE e pode ser consultada na Tabela 8 e no Mapa I.08.

Tabela 8. População empregada por sector de atividade económica à data dos Censos 2011

UNIDADE ADMINISTRATIVA SECTOR PRIMÁRIO (%) SECTOR SECUNDÁRIO (%) SECTOR TERCIÁRIO (%) PORTUGAL CONTINENTAL 2,9 26,9 70,2 REGIÃO CENTRO 3,7 30,1 66,2 CONCELHO DE SOURE 2,7 24,2 73,1 FR EGU ES IA S ALFARELOS 1,3 20,2 78,5 FIGUEIRÓ DO CAMPO 0,9 21,9 77,2 GRANJA DO ULMEIRO 0,7 18,7 80,6 SAMUEL 4,1 34,5 61,4 SOURE 3,0 21,0 76,0 TAPÉUS 3,6 30,4 66,1 UF DE DEGRACIAS E POMBALINHO 5,5 48,6 45,9 UF DE GESTEIRA E BRUNHÓS 3,9 26,6 69,5

VILA NOVA DE ANÇOS 1,9 18,1 80,0

VINHA DA RAINHA 4,3 33,5 62,2

Fonte: INE (2019)

O sector com maior proporção da população empregada no concelho de Soure é o sector terciário, representando cerca de 73%, destacando-se as freguesias de Granja do Ulmeiro (com cerca de 81% da população) e Vila Nova de Anços (com cerca de 80% da população). O sector secundário representa aproximadamente 24% da população do concelho, e a freguesia com maior destaque neste sector é a União das freguesias de Degracias e Pombalinho com cerca de 49%.

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Relativamente ao sector primário neste município, representa apenas 3% da sua população total. O reduzido número de população empregada no sector primário poderá levar a que se venha a verificar um aumento de espaços não geridos e à acumulação de combustíveis. Este aspeto deverá ser monitorizado realizando-se atualizações da carta de ocupação do solo e dos modelos de combustível de modo a garantir a existência de descontinuidades no concelho e, assim, reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios que afetem grandes áreas.

3.4 Taxa de analfabetismo

A taxa de analfabetismo do concelho de Soure em 2011 é cerca do dobro (10,3%) do valor nacional (5,2%). Tendo em consideração a informação apresentada no Mapa I.09, constata-se que quase todas as freguesias revelam taxas superiores à média nacional, com exceção da freguesia de Granja do Ulmeiro, a qual apresenta uma taxa inferior, cerca de 4,3%. As freguesias que atualmente se destacam por apresentarem uma taxa de analfabetismo mais elevada são UF de Degracias e Pombalinho, UF de Gesteira e Brunhós e Vinha da Rainha, apresentando valores superiores a 12%, o que pode tornar difícil a transmissão da informação.

Relativamente à evolução temporal da taxa de analfabetismo, de 1991 a 2011, constata-se que tem ocorrido uma diminuição em todas as freguesias do concelho. É importante também referir-se que as diminuições verificadas neste período são mais significativas nas freguesias de Tapéus e de Alfarelos, com cerca de 64% e 55% de variação dos valores da taxa de analfabetismo, respetivamente.

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Tabela 9. Taxa de analfabetismo entre 1991 e 2011 e sua evolução

UNIDADE ADMINISTRATIVA TAXA DE ANALFABETISMO (%)

TAXA DE VARIAÇÃO (%) 1991 2001 2011 2001-2011 PORTUGAL CONTINENTAL 10,9 8,9 5,2 -52,4 REGIÃO CENTRO 14,0 10,9 6,4 -54,4 CONCELHO DE SOURE 20,1 16,9 10,3 -49,0 FR EGU ES IA S ALFARELOS 17,4 14,8 7,8 -55,3 FIGUEIRÓ DO CAMPO 19,0 16,3 9,4 -50,4 GRANJA DO ULMEIRO 8,5 7,6 4,3 -49,3 SAMUEL 22,2 18,1 10,1 -54,4 SOURE 19,8 16,6 10,5 -47,1 TAPÉUS 26,7 19,5 9,7 -63,8 UF DE DEGRACIAS E POMBALINHO 26,8 23,2 17,1 -36,1 UF DE GESTEIRA E BRUNHÓS 20,8 21,0 13,1 -37,2

VILA NOVA DE ANÇOS 18,9 16,7 9,4 -50,6

VINHA DA RAINHA 26,7 19,6 12,5 -53,2

Fonte: INE (2019)

3.5 Romarias e festas

No concelho de Soure realizam-se, ao longo do ano, diversas romarias e festas, nas quais, de um modo geral, pode ocorrer o lançamento de foguetes e/ou fogo-de-artifício. Na Tabela 10 apresenta-se a listagem das festas e romarias que ocorrem no concelho, identificando-apresenta-se no Mapa I.10 a respetiva localização.

(40)

Salienta-se o elevado número de romarias e festas que se realizam entre maio e setembro, sendo necessária uma especial atenção de sensibilização e fiscalização nesta época. Estas ações deverão incidir sobre os responsáveis pelas mesmas, nas freguesias identificadas, com o objetivo de diminuir a probabilidade de ignições em espaços rurais.

Tabela 10. Romarias e festas no concelho de Soure

MÊS DE REALIZAÇÃO

ID MAPA

DIA DE

INÍCIO/ FIM FREGUESIA LUGAR

DESIGNAÇÃO

DO EVENTO OBSERVAÇÕES

JANEIRO

1 Alfarelos Festa de S. Sebastião

2 20 e 21 UF Gesteira e

Brunhós Gesteira Festa de S. Sebastião

FEVEREIRO

3 Samuel Festa de Nossa Sr.ª das

Candeias

4 Tapéus Carvalhal Festa de Santa Bárbara

MARÇO/ABRIL 5 2.ª feira de Páscoa; Figueiró do Campo Romaria: Quinta de S. Bento 6 2.ª feira de Páscoa UF Gesteira e

Brunhós Carregosa Festa de S. Bento

MARÇO/ABRIL 7 fim de semana depois da Páscoa Soure Quinta de S.

Bento Festa de São Bento

8 2.ª feira de

Páscoa

Vila Nova de Anços

Festa de Nossa Senhora dos Remédios

ABRIL 9 UF Degracias e Pombalinho

Casais de S.

Jorge Festa de S. Jorge

ABRIL/MAIO

10 UF Gesteira e

Brunhós Brunhós Festa de S. Jorge

Alterna com a Festa de S. Jorge no Cercal

11 UF Gesteira e

Brunhós Cercal Festa de S. Jorge

Alterna o mês com a festa de Brunhós 12 2.º Domingo depois da Páscoa

Tapéus Romaria à Senhora do Círculo

(41)

MÊS DE REALIZAÇÃO

ID MAPA

DIA DE

INÍCIO/ FIM FREGUESIA LUGAR

DESIGNAÇÃO

DO EVENTO OBSERVAÇÕES

MAIO

13 Alfarelos Festival de Folclore de Alfarelos

14 25 UF Gesteira e

Brunhós Degracias

Festa de Nossa Senhora da Estrela

15 UF Gesteira e

Brunhós Santo Isidro Festa de S. Isidro

16 UF Degracias e

Pombalinho Pombalinho Festa das Malhadas

17 Soure Casal do

Barril Festa de S. Jorge

18 Soure Soure Semana do Livro e da

Cultura

19 Vinha da Rainha

Pedrógão do

Pranto Festa do Espírito Santo

MAIO/JUNHO 20 8 semanas depois da Páscoa Soure Espírito Santo

Festa do Divino Espírito Santo

JUNHO

21 Alfarelos Festa de Nossa Senhora

22

Alfarelos Casal do

Redinho Festa de S. Pedro

23 13 UF Degracias e

Pombalinho Degracias Festa de Santo António

24 29 Figueiró do Campo

Casal de S.

Pedro Festa de São Pedro

25 13 Figueiró do Campo

Ribeira da

Mata Festa de Santo António

26 24 Figueiró do

Campo Marachão Festa de S. João

27 13 UF Gesteira e

Brunhós Valada Festa de Stº António

28 Granja do

Ulmeiro

Festa de Nossa Sr.ª da Vida

(42)

MÊS DE REALIZAÇÃO

ID MAPA

DIA DE

INÍCIO/ FIM FREGUESIA LUGAR

DESIGNAÇÃO

DO EVENTO OBSERVAÇÕES

JUNHO

29 Samuel Festival de Folclore de

Samuel

30 24 Soure Paleão Festa de S. João

31 Soure Casal das

Brancas

Festa dos Santos Populares

32 Soure Mogadouro Festa de S. Pedro

33 Soure Fonte da

Relva Festa de Santo António

34 Soure

Festa da Rainha Santa Isabel (Soure) - de 2 em 2 anos

35 Soure Soure Festival de Gastronomia

36 Soure Sobral Festival de Folclore do

Sobral

37 Vinha da

Rainha Formigal Festa de S. João

JUNHO/JULHO 38 Soure Parque da Várzea

Artesanato, Gastronomia e Cultura

Último fim de semana de junho e o primeiro de julho

JULHO

39 24 UF Degracias e

Pombalinho Pombalinho Festa da Ramalheira

40 31 Soure Pinheiro Festa de São José

JULHO

41 25 Soure Festa de São Tiago

42 Soure Festival de Folclore da Pouca Pena

43 Soure Festival de Folclore do Melriçal

44 2.º Domingo Tapéus Baixos Festa de Nossa Senhora de Fátima

JULHO/

AGOSTO 45 Soure

Alencarce de

(43)

MÊS DE REALIZAÇÃO

ID MAPA

DIA DE

INÍCIO/ FIM FREGUESIA LUGAR

DESIGNAÇÃO

DO EVENTO OBSERVAÇÕES

AGOSTO

46 15 UF Degracias e

Pombalinho Degracias

Festa de Nossa Senhora da Assunção

47 UF Degracias e

Pombalinho Degracias Festival de Folclore

48 Figueiró do Campo Casal do Cimeiro Festival de Folclore de Casal do Cimeiro 49 UF Gesteira e Brunhós Cercal

Festa de Nossa Sr.ª das Neves

50 UF Degracias e

Pombalinho Pombalinho Festa das Quatro Lagoas

51 UF Degracias e

Pombalinho Pombalinho Festa do Pombalinho

52 Samuel Carvalhal da Azóia

Festa do Carvalhal da Azóia

53 15 Soure Casconho Festa de Nossa Senhora de Fátima

54 Soure Casal Novo Festa de Santo André

55 Soure Casa Velha Festa de Nossa Senhora das Neves

56

1.º fim de semana de agosto

Soure Sobral Festa de São Miguel

57 15 Soure Lousões Festa de Nossa Senhora da Assunção

58 15 Soure Simões Festa de São Lourenço

59 Soure Festival de Folclore de Paleão

60 1.º ou 2.º

Domingo Tapéus

Festa do Santíssimo Sacramento

61 Tapéus Festival de Folclore de Tapéus

(44)

MÊS DE REALIZAÇÃO

ID MAPA

DIA DE

INÍCIO/ FIM FREGUESIA LUGAR

DESIGNAÇÃO DO EVENTO OBSERVAÇÕES AGOSTO 62 Vila Nova de Anços Festival de Danças e Cantares de Vila Nova de Anços

63 Vinha da Rainha

Porto

Godinho Festa de S. Jorge

64 Vinha da

Rainha Formigal Festa de Santo Amaro

65 Vinha da

Rainha Queitide

Festa de Nossa Senhora da Graça SETEMBRO 66 Soure FATACIS - Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio, Indústria de Soure 67 2.ª semana Figueiró do

Campo Festa de Santa Ana

68 Figueiró do Campo

Festival de Folclore de Figueiró do Campo

69 Granja do

Ulmeiro Festival de Folclore

70 UF Degracias e

Pombalinho Pombalinho Festa das Cotas

71 UF Degracias e

Pombalinho Pombalinho Festa da Cabeça da Corte

72 8 Soure Casalinhos Festa de Nossa Senhora do Bonsucesso 73 Fim de semana mais próximo do dia 21 de setembro

Soure Soure Feira Anual de São Mateus

74 1.ª semana Vila Nova de

Anços Festa Anual

OUTUBRO

75 Soure Encontro de Bandas do Concelho de Soure

76 Vinha da Rainha

Vinha da Rainha

Festa do Sagrado Coração de Jesus

(45)

MÊS DE REALIZAÇÃO

ID MAPA

DIA DE

INÍCIO/ FIM FREGUESIA LUGAR

DESIGNAÇÃO DO EVENTO OBSERVAÇÕES DEZEMBRO 77 8 Figueiró do Campo Casal do Cimeiro Festa de Nossa Sr.ª da Conceição 78 8 UF Gesteira e Brunhós Gesteira Festa de Nossa Sr.ª da Conceição 79 8 Samuel Carvalhal da Azoia Festa de Nossa Sr.ª da Conceição

80 25 Tapéus Casal Cimeiro Festa da Nossa Senhora da Esperança

81 8 Vila Nova de Anços

Festa de Nossa Senhora da Conceição TODOS OS MESES 1.º Domingo do mês UF Degracias e Pombalinho Degracias Feira mensal - 1.º Domingo do mês 2.º Sábado de cada mês Granja do

Ulmeiro Feira Mensal

1 Soure Casalinhos Feira do Primeiro - 1.º dia

do mês 1.º dia do mês 15 Soure Casalinhos Feira dos Quinze dia 15 de cada mês

Segundas-feiras Soure Soure Feira Semanal (Soure) Todas as segundas feiras

TODOS OS MESES

último Domingo

de cada mês Tapéus Baixos Feira (Baixos)

(46)

4. CARACTERIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS

4.1 Uso e ocupação do solo

A cartografia de uso e ocupação do solo foi obtida através da realização da fotointerpretação do concelho de Soure, no âmbito da Carta de Uso e Ocupação do Solo (COS) de 2018, produzida pela Direção-Geral do Território.

A COS é uma cartografia temática que pretende caracterizar com grande detalhe a ocupação/uso do solo no território de Portugal continental. Esta cartografia foi produzida com base na interpretação visual de imagens aéreas ortorretificadas, de grande resolução espacial para o ano de 2018. A COS é um produto nacional e inclui uma série temporal com quatro anos de referência (1995, 2007, 2010 , 2015 e 2018). A nomenclatura das diferentes COS tem a mesma base hierárquica e são comparáveis. A COS2018 tem 83 classes. A informação encontra-se em formato vetorial e possui uma unidade mínima cartográfica de 1 hectare e uma distância mínima entre linhas de 20 metros.

De forma a existir uma correspondência entre as definições da COS (metodologia DGT) e o Inventário Florestal Nacional 6 (IFN6), foi necessário proceder à agregação das diferentes classes de nível mais detalhado nas 6 classes utilizadas para caracterizar o uso e ocupação do solo do concelho de Soure. A correspondência entre as diferentes classes encontra-se no Anexo 2. A seguinte Figura 5 traduz o conceito utilizado no IFN6 para a definição de “espaços rurais” e “espaços florestais”.

Figura 5. Definição de espaços rurais e espaços florestais segundo o 6º Inventário Florestal Nacional (IFN6)

(47)

A partir da análise da Tabela 11 e do Mapa I.11, pode constatar-se que a floresta é a ocupação dominante no concelho de Soure, representando cerca de 54% da superfície territorial do concelho (14.420 ha), sendo as freguesias de Soure e Samuel aquelas com apresentam maior extensão de área florestal, cerca de 5.581 ha e 2.077 ha, respetivamente. As áreas de matos e pastagens representam cerca de 8% da área do concelho, destacando-se a União das Freguesias de Degracias e Pombalinho com maior extensão de área ocupada por Matos e Pastagens (com 1.253 ha, dos quais 1.031 ha são Matos). Assim, no concelho de Soure os espaços florestais (floresta e matos) ocupam cerca de 63% da área total.

As áreas agrícolas ocupam também uma área significativa no concelho, aproximadamente 3 1% da área total, ou seja, cerca de 8.248 ha. As freguesias com mais área ocupada por agricultura são Soure, com uma superfície de 2.835 ha e União das Freguesias de Degracias e Pombalinho, com cerca de 1.128 ha.

Quanto às áreas urbanas, estas representam cerca de 5% da área total (1.453 ha). As águas interiores e zonas húmidas, bem como os improdutivos, ocupam áreas muito pouco expressivas.

Tendo em consideração os aspetos relativos à DFCI, pode-se concluir que o concelho de Soure apresenta uma área significativa ocupada por espaços florestais, a qual foi alvo de intensos incêndios florestais nos últimos anos, em particular no ano de 2016. Além disso, por vezes, em termos de continuidade das manchas florestais, existem situações com extensões de elevada continuidade (povoamentos com áreas superiores a 25 ha – área mínima para a elaboração de PGF, para a região Centro), sendo por isso motivo de atenção nessas situações, devido ao risco que representam em termos de continuidade dos incêndios, aumentando assim a probabilidade de ocorrência de incêndios em maior extensão de área.

(48)

Tabela 11. Ocupação do solo

FREGUESIAS

OCUPAÇÃO DO SOLO (ha)

AG FL MP UB HH IP ALFARELOS 604,74 559,91 89,31 101,95 42,53 FIGUEIRÓ DO CAMPO 217,26 829,40 2,35 77,99 GRANJA DO ULMEIRO 174,37 209,21 21,16 90,44 10,01 SAMUEL 840,64 2.077,62 100,51 113,20 5,32 SOURE 2.834,78 5.580,60 90,39 672,88 19,02 34,78 TAPÉUS 247,88 516,19 543,23 27,82 51,75 UF DE DEGRACIAS E POMBALINHO 1.127,67 1.435,85 1.253,13 127,95 2,79 UF DE GESTEIRA E BRUNHÓS 446,70 1.126,31 28,51 73,99 VILA NOVA DE ANÇOS 846,35 1.093,03 18,89 51,91 47,46 VINHA DA RAINHA 907,22 991,92 14,59 114,73 9,83 TOTAL 8.247,62 14.420,05 2.162,07 1.452,85 134,17 89,31

Legenda: AG – Agricultura; FL – Floresta; MP – Matos e pastagens; U – Urbano; HH – Águas interiores e zonas húmidas; IP – Improdutivos.

Fonte: COS2018 (DGT, 2019b)

4.2 Povoamentos florestais

No concelho de Soure e de acordo com a Tabela 12 e o Mapa I.12, verifica-se que os povoamentos existentes no concelho são essencialmente de eucalipto e de pinheiro-bravo, representando, respetivamente, cerca de 53% (7.604 ha) e 36% (5.249 ha) da área florestal total.

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